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(ISCED)
CURSO: DIREITO - 1º ANO
Discente:
Docente:
Augusto da Graca
CURSO: DIREITO
O Docente:
Augusto da Graca
Discente:
A constituição como norma suprema do ordenamento jurídico não tem valor enquanto
não houver entidades com poderes para fazer valer essa qualidade de norma suprema do
ordenamento jurídico. É justamente por esse facto que a própria constituição estabelece
várias formas destinadas a garantir que seja salvaguardada a sua supremacia, fixando
bases que garantam o cumprimento das suas normas, incluindo no processo de feitura
das normas ordinárias que devem obediência à Constituição. Juntamente com essas
bases, também foram estabelecidas várias formas de fiscalização da constitucionalidade
para garantir que normas já aprovadas possam ser submetidas ao crivo da constituição.
Portanto, sempre que se entender que uma norma é contrária à Constituição, seguindo
os mais restritos procedimentos de acesso à justiça constitucional, pode ser feito o
pedido de fiscalização da constitucionalidade, nas suas várias vertentes, entre as quais,
no que interessa para o presente caso, a fiscalização sucessiva concreta e/ou fiscalização
sucessiva abstracta da constitucionalidade. Nesse âmbito, várias situações podem
justificar que no momento da apreciação sucessiva concreta e fiscalização sucessiva
abstracta da constitucionalidade e da legalidade, – a Lei, o regime jurídico ou as
próprias disposições legais, – objecto da fiscalização, sofram alteração, revogação,
derrogação, reforma ou alteração.
Objectivos
Gerais:
Especificos:
Sentido e Natureza
Origem
Tipos de Fiscalização
A Inconstitucionalidade Parcial
Artigo 143
Actos normativos
É nosso entendimento que o supracitado artigo não é de definição e limitação dos actos
normativos, mas sim de mera enunciação (não taxativa) de actos normativos porquanto
deixa de fora os decretos presidenciais, actos normativos do Presidente da República,
que são constitucionalmente consagrados como actos normativos pela 1ª parte do artigo
158, assim como os regulamentos e posturas municipais emanados das autarquias locais
(art. 278 CRM e art. 11 da lei 2/97) e os assentos (arts 225/2 CRM) e 39/2 da lei
24/2007 de 20 de Agosto). Portanto apesar do artigo fazer menção de alguns actos
normativos que emanam de alguns órgãos do Estado, os mesmos não se resumem
apenas naqueles, mas sim estende-se o seu âmbito de abrangência a todos os restantes
actos normativos que emanam dos órgãos de Estado tanto a nível central como local.
A fiscalização da constitucionalidade das leis pode ser feita por órgão político ou por
um órgão jurisdicional. Em qualquer dos casos pode a fiscalização ser confiada a um
órgão comum ou a um especial
O órgão político especial é aquele que, embora pela sua composição e funções seja
político, todavia recebe a missão especial de examinar a constitucionalidade das leis e
de anular as que considerem inconstitucionais como sucedia com o senado Conservador
instituído pela Constituição francesa do ano VIII e com o senado do 2.º Império.
Para procurar uma boa abordagem do assunto, importa, em primeira linha, identificar os
efeitos da revogação, derrogação e alteração de uma norma, por um lado, e os efeitos da
declaração de inconstitucionalidade ou ilegalidade de uma norma, por outro, na prática
ainda encontra muitas barreiras na sua fixação pelos Estados para a melhor eficácia da
existência das normas constitucionais.
Igualmente, tanto em Portugal como em Moçambique, o efeito da declaração de
inconstitucionalidade tem uma lógica sui generis e o desenvolvimento prático da sua
implementação depende muito da orientação que é fixada e aprofundada pela
jurisprudência. Neste caso, conforme amplamente se demonstrou, a possibilidade de
apreciação de inconstitucionalidade de normas revogadas é permitida em Portugal
considerando a lógica do efeito da declaração de inconstitucionalidade e o efeito da
revogação que pode não eliminar todos os vícios que a norma criou quando vigorou,
desde que preenchidos os pressupostos lógicos referidos.
Contudo, orientação diversa tem o Conselho Constitucional da República de
Moçambique, pois sempre que a norma tiver sido derrogada ou tiver sido já revogada,
ab initio, declara não haver importância para uma decisão de mérito sem discorrer sobre
a importância ou não da eliminação dos efeitos da inconstitucionalidade ou ilegalidade
da norma, considerando ao facto de que a declaração de inconstitucionalidade ou
ilegalidade tem efeito prospectivo – ex tunc e pode ser preponderante na eliminação do
mal que foi criado pela inconstitucionalidade ou ilegalidade, o que no nosso entender,
constitui um desamparo constitucional.
Por conseguinte, urge uma nova orientação na fiscalização da constitucionalidade para
garantir que uma norma que seja inconstitucional ou ilegal e que tenha produzido
efeitos e a sua revogação não tenha eliminado os efeitos que ainda podem ser
eliminados, o que pressupõe, como já referido, a existência de um interesse relevante na
eliminação dos efeitos da inconstitucionalidade ou ilegalidade.
Bibliografia
MANUAL DO ISCED
Moçambique, Conselho Constitucional. (2007) Deliberações e Acórdãos do
Conselho Constitucional, Volume Maputo: Ministério da Justiça.
MIRANDA, J. (2000) Manual de Direito Constitucional, Tomo II, Constituição,
4ªedição, Coimbra: Editora Coimbra
Cf. De Vasconcelos, Pedro Pais. Et al (2019). Teoria Geral do Direito Civil. 9ª
Edição, Almedina, págs. 25 e 26
Cf. Artigo 252º da Constituição da República, artigo 158º do Código de Processo
Civil e artigo 122º da Lei nº 14/2011, de 10 de Agosto.
GOUVEIA, Jorge Bacelar (2005). Manual de Direito Constitucional, Apud
António Chuva, et al. (2012). Estudos de Direito Constitucional Moçambicano –
Contributos para a reflexão. CFJJ-FDUEM-ISCTEM, Maputo, pág. 467