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DIREITO CIVIL

INTRODUÇÃO. LEI. EFICÁCIA DA LEI. APLICAÇÃO DA LEI NO


TEMPO E NO ESPAÇO. INTERPRETAÇÃO DA LEI. LINDB – PARTE I

Livro Eletrônico
© 07/2019

PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro

VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes

Francineide Fontana, Jéssica Souza, Kamilla Fernandes, Larissa Carvalho e


ASSISTENTES PEDAGÓGICAS:
Yasmin Magno

SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro, Laís Rodrigues e Thaylinne Gomes Lima

REVISOR(A): Isabela Campos

DIAGRAMADOR: Clenio Da Mata

CAPA: Equipe Gran Cursos Online

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DICLER FORESTIERI

Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-


Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São
Paulo e atual Conselheiro Substituto do TCM-RJ
(aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado
nos concursos de Auditor-Fiscal do Estado do Rio
Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-
AM. Ministra aulas das disciplinas Direito Civil,
Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.

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Interpretação da Lei. LINDB – Parte I

Prof. Dicler Forestieri

Lei de Introdução às Normas do Direito .........................................................5


Brasileiro – LINDB.......................................................................................5
Considerações Iniciais..................................................................................5
1. Vigência e Eficácia da Norma.....................................................................7
2. Revogação da Norma............................................................................. 13
3. Conflito de Normas no Tempo.................................................................. 17
4. Preenchimento da Lacuna Jurídica............................................................ 20
5. Princípio da Obrigatoriedade.................................................................... 23
6. Conflitos de Norma no Espaço................................................................. 23
7. Critérios de Hermenêutica Jurídica........................................................... 25
8. Estatuto de Direito Internacional Privado................................................... 27
Questões de Concurso................................................................................ 31
Gabarito................................................................................................... 53
Questões Comentadas................................................................................ 54

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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO


BRASILEIRO – LINDB
Considerações Iniciais
Com o advento da Lei n. 12.376, de 30 de dezembro de 2010, a ementa do
Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942, passou a vigorar com a seguinte
redação: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB, não
devendo mais ser utilizada a denominação Lei de Introdução ao Código Civil – LICC.
A alteração da ementa do Decreto-Lei n. 4.657/1942 teve a intenção de aper-
feiçoar sua redação, deixando expresso o entendimento, já consolidado, de que a
norma se aplica a todo o direito pátrio, e não apenas ao Código Civil.
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro representa o Decreto-Lei n.
4.657/1942, ou seja, não é parte integrante do Código Civil (CC) (Lei n. 10.406/2002).
O CC cuida de tratar das relações de ordem privada, diferentemente da LINDB.
As principais características da LINDB são:
• Ser um conjunto de normas sobre normas, pois é uma lei que disciplina
outras normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e enten-
dimento, sendo chamada de lei das leis (lex legum);
• Ser aplicável a todos os ramos do direito, não apenas ao direito civil; e,
por ultrapassar em muito o âmbito do direito civil, podemos afirmar que os

dispositivos deste diploma legal contêm normas de sobredireito.

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A LINDB disciplina os seguintes assuntos:

• Vigência e eficácia das normas jurídicas;

• Conflito de leis no tempo;

• Conflito de leis no espaço;

• Critérios de hermenêutica jurídica (interpretação);

• Critérios de integração do ordenamento jurídico; e

• Normas de direito internacional público e privado.

Abordaremos cada um desses assuntos durante essa aula.

Sabendo que a lei é o objeto de estudo da LINDB, vale a pena enumerarmos as

suas características:

Generalidade ou impessoalidade: a lei se dirige a todos, indistintamente. A

exceção é a lei formal ou singular, que se aplica apenas a uma pessoa. Exemplo:

uma lei criada para dar pensão a uma pessoa pública que esteja passando dificul-

dades. A doutrina afirma que é um ato administrativo com forma de lei.

Obrigatoriedade e imperatividade: o descumprimento da lei autoriza a apli-

cação de uma sanção.

Permanência ou persistência: a lei não se esgota em uma única aplicação.

Autorizante: se a lei for violada, o ofendido pode pleitear uma indenização por

perdas e danos caso tenha sofrido um prejuízo em virtude da lei. É aqui que a lei se

distingue das normas sociais, que, se violadas, não ensejam perdas e danos.

Segundo sua força obrigatória, as leis podem ser:

1) Lei cogente ou injuntiva: é a lei de ordem pública. É a que não pode ser

modificada pela vontade das partes e, nem mesmo, pelo juiz. São imperativas ou

proibitivas.

a) lei cogente imperativa: é a que ordena um certo comportamento. Por

exemplo, o comerciante não pode escolher para qual cliente vender a mercadoria;

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b) lei cogente proibitiva: é a que veda certo comportamento. Por exemplo, o

Código Civil proíbe a doação universal, isto é, a doação de todos os bens sem que

haja reserva do mínimo para sobreviver.

2) Leis supletivas ou permissivas: são as leis dispositivas, isto é, leis que

protegem interesses particulares. Podem ser modificadas pela vontade das partes.

É o caso da maioria das leis que disciplinam os contratos, em regra.

Por fim, a lei de efeito concreto é a que produz efeitos imediatos. Como

exemplo, temos uma lei que proíbe certa atividade. É a lei que por si só já produz

o efeito desejado. Tal classificação é importante, principalmente no que tange ao

mandado de segurança. Em regra, não se pode impetrar mandado de segurança

contra lei em tese, porém, se for lei de efeito concreto, cabe mandado de seguran-

ça. Também cabe ressaltar que o Supremo Tribunal Federal admite o controle de

constitucionalidade quando a lei for de efeitos concretos. Esta lei de efeito concreto

se assemelha aos atos administrativos, cujos efeitos são imediatos.

1. Vigência e Eficácia da Norma


O art. 1º, caput, da LINDB consagra o princípio da vigência sincrônica:

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.

Princípio da vigência sincrônica: a obrigatoriedade da lei no país é simul-

tânea, pois ela entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou seja, quarenta

e cinco dias após sua publicação, não havendo data estipulada para sua entrada

em vigor.

A vigência é um critério puramente temporal da norma, que vai desde o início

da sua obrigatoriedade até a perda de sua validade. Nesse aspecto, não há que

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fazer qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à possibilidade de

produção concreta de efeitos pela norma. Quando classificada (segundo José Afon-

so da Silva) de acordo com a dependência de outras normas, podem ser:

• Normas de eficácia plena – quando a eficácia é imediatamente concretizada;

• Normas de eficácia limitada – quando a eficácia depende de uma outra norma; e

• Normas de eficácia contida – quando a eficácia pode ser restringida por

outra norma.

É possível que a lei seja inválida (não esteja em vigência), mas tenha eficácia

(produza efeitos). Para exemplificar tal situação, vamos viajar para o direito penal

e analisar o art. 3º do Código Penal que trata da aplicação da lei penal quando esta

for excepcional ou temporária:

Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua dura-


ção ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado
durante sua vigência.

Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e dia do fim) de

vigência previsto expressamente em seu corpo.

Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a determinadas

circunstâncias, como guerra, epidemia etc.

Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade como grande característica. Por

ultratividade, devemos entender a capacidade de uma lei, após ser revogada (per-

der a vigência), continuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que esteve

em vigor. Ou seja, ocorrendo um crime durante a vigência de uma lei excepcional

ou temporária, mesmo após a lei não mais estar em vigor (falta de vigência), ela

deverá ser utilizada no julgamento (ter eficácia).

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Continuando o estudo do art. 1º da LINDB, temos que:

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,
se inicia três meses depois de oficialmente publicada.
§ 2º Revogado

O processo de nascimento de uma lei pode ser apresentado da seguinte forma:

• Edição;

• Processo legislativo;

• Sanção do presidente da República;

• Publicação; e

• Vigência.

As fases de edição e do processo legislativo são estudadas pelo direito constitu-

cional. Aqui, começaremos o estudo na fase da sanção. Após a lei ser sancionada,

deve haver a sua publicação para que as pessoas tomem conhecimento do seu

conteúdo; e, consequentemente, o diploma legal irá adquirir vigência (validade),

estando apto a produzir efeitos. Entretanto, o nascimento da lei se dá com a

promulgação.

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Promulgação ≠ Publicação.

Não podemos confundir a promulgação com a publicação, apesar de ambas

constituírem fases essenciais da eficácia da lei.

A promulgação atesta a existência da lei, produzindo dois efeitos básicos:

• Reconhece os fatos e atos geradores da lei;

• Indica que a lei é válida, ou seja, que obedece aos requisitos formais.

A promulgação das leis compete ao presidente da República, conforme prevê

o art. 66, § 7º, da Constituição Federal. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48

horas decorrido da sanção ou da superação do veto. Neste último caso, se o presi-

dente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao presidente do Senado Fe-

deral, que disporá, igualmente, de 48 horas para fazê-lo; se este não o fizer, deverá

fazê-lo o vice-presidente do Senado, em prazo idêntico.

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Pre-
sidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este
não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

A publicação constitui a forma pela qual se dá ciência da promulgação da lei

aos seus destinatários. É condição de vigência e eficácia da lei.

Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece entre

a publicação e a entrada em vigor da lei. Nesse intervalo de tempo, a lei não

produzirá efeitos, devendo incidir a lei anterior no sistema.

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Existem três espécies de leis de acordo com o prazo de vacatio legis:

Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão, que, de

acordo com o artigo 8º da Lei Complementar n. 95/1998, tem expressa disposição

do período de vacatio legis. Como exemplo, temos a expressão contida em lei de-

terminando que a lei “entra em vigor um ano depois de publicada”.

Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula “entra em
vigor na data de sua publicação” para as leis de pequena repercussão.

2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em consonância com

o artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, no silêncio da lei. Entra em

vigor no país 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no estrangeiro, quando

admitida, três meses após a publicação oficial.

3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena repercussão, en-

tra em vigor na data de publicação, devendo estar expressa ao final do texto legal.

Segue esquema gráfico:

Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda não produz efeitos, ou seja,

ainda não tem vigência. Dessa forma, enquanto a lei nova não entrar em vigor

ela, não será obrigatória e os atos praticados de acordo com a lei antiga serão

plenamente válidos.

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A forma de contagem do prazo de vacatio legis é regulada pelo artigo 8º, § 1º,

da Lei Complementar n. 95/1998, incluindo o dia da publicação e o último dia na

contagem do prazo.

Art. 8º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período
de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo,
entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral.

Para exemplificar, se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro, estabelecendo

prazo de 15 dias de vacância, ela entrará em vigor em qual dia?

No exemplo apresentado, a contagem do prazo de vacância (vacatio legis) inclui

o dia 2 de janeiro e vai até o dia 16 de janeiro (15 dias), entrando a lei e vigor no

dia subsequente (17 de janeiro). Seque quadro:

Contagem do dia do mês 2 3 4 5... 16  DIA 17


Contagem do vacatio 1 2 3 4... 15  vigência no dia seguinte

O dia da publicação de uma lei está inserido na contagem do prazo de vacatio legis.

Finalizando o estudo do art. 1º da LINDB, temos:

Art. 1º, § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a cor-
rer da nova publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando divergência de inter-

pretação, então, poderemos observar situações distintas por ocasião da correção

de tal erro, dependendo de qual fase se encontra o processo de criação da norma:

1) Correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida sem maiores

problemas;

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2) Correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser corrigida; no

entanto, deverá contar novo período de vacatio legis para o texto corrigido;

3) Correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser corrigida median-

te uma nova norma de igual conteúdo.

Segue esquema gráfico:

Na hipótese 2, conforme explica a boa doutrina, haverá um novo prazo de va-

catio legis apenas para a parte da lei que foi corrigida.

2. Revogação da Norma

É a hipótese em que a norma jurídica perde a vigência, porque outra norma

veio modificá-la ou revogá-la. A norma jurídica é permanente e só poderá deixar de

surtir efeitos se a ela sobrevier outra norma que a revogue. O desuso não implica

a perda da vigência da norma, e, sim, a perda de sua efetividade.

Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode ser:

• Total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou

• Parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é revogada.

Através do art. 2º, caput, da LINDB, o legislador expressou o princípio da

continuidade.

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Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modi-
fique ou revogue.

Dessa forma, em regra, as leis possuem efeito permanente, isto é, vigência por

prazo indeterminado, excetuando-se as leis com vigência temporária, que possuem

data certa para “morrer” (perder a vigência).

A lei orçamentária é um clássico exemplo de lei temporária. dessa forma, para

que ocorra o fim de sua vigência, não é necessária outra lei. Basta que transcorra

o lapso temporal de um ano.

Tendo como base legal o art. 2º, § 1º da LINDB, existem duas formas de revo-

gação de uma lei antiga por uma lei nova.

Art. 2º § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,


quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.

São elas:

• Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos que es-

tão sendo por ela revogados;

• Revogação tácita ou indireta: subdivide-se em dois tipos:

–– Revogação tácita por incompatibilidade; e

–– Revogação tácita global (quando uma lei nova regula inteiramente uma

matéria tratada por uma lei anterior).

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Sobre a revogação expressa ou direta, a Lei Complementar n. 107/2001 deu

nova redação à Lei Complementar n. 95/1998, que ficou da seguinte forma:

Art. 9º A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposi-


ções legais revogadas.

Ou seja, por meio do dispositivo legal acima, o legislador não deve mais se valer

daquela vaga expressão “revogam-se as disposições em contrário”.

Quando uma norma entra em conflito com outra surge a antinomia. A antinomia

pode ser de dois tipos: real ou aparente. Quando se tratar de uma antinomia real,

a solução é a revogação da norma conflitante. Entretanto, quando se tratar de

uma antinomia aparente, para a verificação de revogação das normas e solução

de tais conflitos, três critérios, listados no quadro a seguir, devem ser utilizados:

CRITÉRIOS PARA A SOLUÇÃO DE UMA ANTINOMIA APARENTE


1) HIERÁRQUICO (lex superior derrogat legi inferiori): consiste em verificar qual das normas é
superior, independentemente da data de vigência das duas normas (exemplo: um regulamento
não poderá revogar uma lei ainda que entre em vigor após esta);
2) ESPECIALIDADE (lex specialis derrogat legi generali): as normas gerais não podem revogar
ou derrogar preceito ou regra disposta e instituída em norma especial, e;
3) CRONOLÓGICO (lex posterior derrogat legi priori): a norma que entrar em vigor posterior-
mente irá revogar a norma anterior que estava em vigor.

Dos três critérios acima, o cronológico é o mais fraco de todos, sucumbindo

diante dos demais. O critério da especialidade é o intermediário e o hierárquico é o

mais forte de todos.

O art. 2º, § 2º, da LINDB, consagra o princípio da conciliação.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

De acordo com tal princípio, se uma lei não contraria outra já existente, então

eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação.

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Princípio da conciliação: se uma lei não contraria outra já existente, então

eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação.

Já o art. 2º, § 3º, da LINDB dispõe sobre a repristinação.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

Por meio da sua leitura, concluímos que a regra é a não restauração da nor-

ma, ou seja, há a impossibilidade de uma norma jurídica, uma vez revogada, voltar

a vigorar no sistema jurídico pela simples revogação de sua norma revogadora. O

motivo dessa não restauração de normas é o controle do sistema legal, para que se

saiba exatamente qual norma está em vigor.

Admite-se, no entanto, a restauração expressa da norma, ou seja, uma norma

nova que faça, tão somente, remissão à norma revogada poderá restituir-lhe a vi-

gência, desde que em sua totalidade.

A seguir temos um esquema gráfico sobre a repristinação:

Sendo a Lei A revogada pela Lei B e, posteriormente, a Lei B revogada pela Lei

C, a Lei A irá “ressuscitar”? Ou seja, irá ocorrer a repristinação?

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Resposta: caso a Lei C disponha expressamente sobre o “renascimento” da Lei

A, então é possível a repristinação, caso contrário, a Lei A continua “morta”.

Na hipótese 2, conforme explica a boa doutrina, haverá um novo prazo de va-

catio legis, apenas para a parte da lei que foi corrigida;

3. Conflito de Normas no Tempo

O direito intertemporal visa a solucionar os conflitos entre as novas e as

velhas normas, entre aquela que acaba de entrar em vigor e a que acaba de

ser revogada. Isso, porque alguns fatos iniciam-se sob a égide de uma lei e só

se extinguem quando outra nova está em vigor. Para solucionar tais conflitos,

existem dois critérios:

• Disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo novo con-

cilia a nova norma com as relações já definidas pela norma anterior;

• Princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para atingir fatos e

efeitos já consumados sob a lei antiga.

Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente de acordo

com a produção de efeitos, temos que eles podem ser:

a) Pretéritos: são os que se constituíram na vigência de uma lei e tem seus

efeitos produzidos na vigência daquela lei;

b) Futuros: são os que ainda não foram gerados;

c) Pendentes: são os que foram constituídos na vigência de uma lei anterior e

não produziram todos os seus efeitos nela.

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Exemplo

Celebrei um contrato de empréstimo no ano passado. No início deste ano, entrou

em vigência uma nova lei e até hoje a coisa emprestada está na minha posse. Esse

contrato, embora constituído na vigência de uma lei, continua produzindo seus

efeitos na vigência da lei revogadora. Segundo o princípio da irretroatividade,

aos fatos pendentes, é aplicada a lei anterior, porque a lei posterior só se aplica

para o futuro.

Analisando o art. 6º da LINDB, percebemos que a lei, em regra, é irretroativa,

devendo ser expedida para disciplinar fatos futuros. Entretanto, a retroatividade da

lei pode ocorrer excepcionalmente para fatos pendentes, desde que respeite o ato

jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito,
o direito adquirido e a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em
que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condi-
ção preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito difícil de

ser estabelecida, mas parte do seguinte conceito básico:

• Ato jurídico perfeito: é o ato que já se consuma segundo a lei de seu tempo;

• Direito adquirido: é direito incorporado ao patrimônio do particular.

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Como exemplo de ato jurídico perfeito, temos o contrato de locação celebra-

do durante a vigência de uma lei que não pode ser alterado somente porque a lei

mudou; ou seja, é necessário que o prazo do contrato termine.

Como exemplo de direito adquirido, temos a pessoa que se aposenta e, pos-

teriormente, a lei modifica o prazo de aposentadoria. Tal modificação não irá atingir

aquele que já está aposentado.

Quanto à coisa julgada, trata-se da qualidade conferida à sentença judicial

contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível.

Apesar de não ser cabível recurso, a coisa julgada pode ser questionada por

meio de ação rescisória (que não é um recurso), conforme prevê o art. 966 do Novo

Código de Processo Civil:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I – se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção
do juiz;
II – for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV – ofender a coisa julgada;
V – violar manifestamente norma jurídica;
VI – for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronuncia-
mento favorável;
VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

Também é possível vislumbrar o princípio da irretroatividade no art. 5º, XXXVI,

da Constituição Federal.

Art. 5º, XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;

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4. Preenchimento da Lacuna Jurídica

Segundo o princípio da indeclinabilidade de jurisdição ou da jurisdição

obrigatória, o juiz é obrigado a decidir, ainda que não exista lei disciplinado o

caso concreto. Dessa forma, diante da ausência de lei regulando uma determinada

situação jurídica, faz-se necessário que o magistrado valha-se dos mecanismos de

integração do ordenamento jurídico indicados pelo art. 4º da LINDB.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO


1) Analogia;
2) Costumes; e
3) Princípios gerais do Direito.
Deve ser observada a sequência apresentada, ou seja, primeiro o magistrado deve fazer uso da
analogia, posteriormente, dos costumes e, por último, dos princípios gerais de direito.

Se você está se perguntando sobre a equidade, veja a observação a seguir:

 Obs.: Apesar do art. 4º da LINDB não mencionar expressamente a equidade,

alguns doutrinadores entendem que ela pode funcionar como último meca-

nismo para integração do ordenamento jurídico. Ou seja, diante da ausência

de lei, da inviabilidade da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de

direito, e, prevendo a lei a possibilidade do uso da equidade, o magistrado,

para fazer valer o princípio da indeclinabilidade de jurisdição, pode utilizá-la.

É o que se depreende do art. 140 do Novo Código de Processo Civil (NCPC).

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.

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Entretanto, tome cuidado com questões de prova que mencionam ser a equidade

uma fonte de integração do ordenamento jurídico expressa na LINDB, pois a afir-

mativa estará errada.

Analogia é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de inte-

gração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos,

ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apre-

ciação jurisdicional (a que se denomina anomia – falta de norma).

A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica (júris).


Vejamos:

• Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que regula caso

semelhante;

• Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjunto de normas

para extrair elementos que possibilitem a aplicabilidade ao caso concreto.

ANALOGIA LEGAL  UMA NORMA


ANALOGIA JURÍDICA  CONJUNTO DE NORMAS

O costume é a repetição da conduta, de maneira constante e uniforme, em

razão da convicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o predomínio da lei

escrita sobre a norma consuetudinária.

Os costumes distinguem-se em:

• Costume secundum legem: é o que auxilia a esclarecer o conteúdo de

certos elementos da lei. Ou seja, o próprio texto da lei delega ao costume

a solução do caso concreto. É amplamente aceito pela doutrina. Ex.: art.

569, II do CC:

o locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta


de ajuste, segundo o costume do lugar;

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• Costume contra legem ou negativo: é o que contraria a lei. Provoca diver-


gência na doutrina e pode ser de dois tipos:
–– – Consuetudo abrogatória: espécie de costume contra legem, que se
caracteriza por ser uma prática contrária às normas legais;
–– – Desuetudo: espécie de costume contra legem, que consiste na falta de
efetividade da norma legal não revogada formalmente.

Exemplo:
Um exemplo de costume contra legem ocorre no mercado de Barretos (Estado de
São Paulo), onde os negócios de gado, por mais avultados que sejam, celebram-se
dentro da maior confiança, verbalmente.

Nos termos do art. 227 do CC, os negócios jurídicos que ultrapassem o valor de
10 salários mínimos não admitem prova exclusivamente testemunhal (verbal).

Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite


nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vi-
gente no País ao tempo em que foram celebrados.

Dessa forma, os negócios vultosos (superiores a 10 salários mínimos) de gado


no mercado de Barretos representam um costume contra legem, pois deveriam ser
celebrados na forma escrita, em decorrência do grande valor, mas são celebrados
verbalmente, contrariando a lei.
• Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência ou
lacuna da lei nos casos omissos. É amplamente aceito pela doutrina e está
citado no art. 4º da LINDB. Ex.: o costume de emitir cheque, “cheque pré-da-
tado”. Tal conduta não possui regulamentação legal.

São condições para a vigência do costume: sua continuidade, diuturnidade e


obrigatoriedade.

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O costume deriva da longa prática uniforme, constante, pública e geral de de-


terminado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. São, pois, condições
indispensáveis à sua vigência: continuidade, uniformidade, diuturnidade (constân-
cia na realização do ato, não implicando sanção), moralidade e obrigatoriedade.

CARACTERÍSTICAS - CONTINUIDADE
DOS - DIUTURNIDADE
COSTUMES - OBRIGATORIEDADE

Princípios gerais do direito são postulados que estão implícita ou explicita-


mente expostos no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Os princí-
pios gerais de direito são a última salvaguarda do intérprete, pois este precisa se
socorrer deles para integrar o fato ao sistema. De acordo com as lições de Celso
Antônio Bandeira de Mello, princípios são vetores de interpretação, que, por sua
generalidade e amplitude, informam as demais regras, constituindo a base de todo
o ramo do direito ao qual se aplica.

5. Princípio da Obrigatoriedade
Ninguém pode deixar de cumprir a lei, conhecendo-a ou não. Esse conceito re-
presenta o princípio da obrigatoriedade expresso no art. 3º da LINDB.

Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Há quem diga que não se trata de um princípio absoluto, pois entende ser uma
exceção o art. 8º da Lei de Contravenções Penais.

Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a


pena pode deixar de ser aplicada.

6. Conflitos de Norma no Espaço


Pela LINDB (arts. 7º a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes da apli-
cação espacial de normas, que estão relacionadas à noção de soberania dos Es-

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tados. Por esse motivo, a Lei de Introdução é considerada o Estatuto de Direito


Internacional Público e Privado.

Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas

fronteiras do Estado que a promulgou (territorialidade). Entretanto, visando fa-

cilitar as relações internacionais, é comum, em algumas situações, ser admitida a

aplicação de leis estrangeiras dentro do território nacional e de leis nacionais dentro

do território estrangeiro (extraterritorialidade).

Dessa forma, pelo fato do princípio da territorialidade não ser absoluto, fica con-

sagrado no Brasil o princípio da territorialidade temperada, de modo que leis

e sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil, desde que observadas as

seguintes regras:

• Não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando ofende-

rem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes;

• Não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur (cumpra-se),

ou seja, a permissão dada pelo STJ para que a sentença tenha efeitos, con-

forme art. 105, I, i, da CF/1988.

Nos quadros a seguir, apresentaremos exemplos de aplicação da territorialidade

e da própria extraterritorialidade, de acordo com os dispositivos da LINDB.

TERRITORIALIDADE
Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei
Art. 8º
do país em que estiverem situados.
Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se consti-
Art. 9º
tuírem.
As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as
Art. 11
fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.
A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar,
Art. 13 quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros
provas que a lei brasileira desconheça.

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Percebemos que, nos arts. 8º, 9º, 11 e 13, deve-se utilizar a lei do país em que

se originar a relação jurídica.

EXTRATERRITORIALIDADE
A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o
Art. 7º
fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o
Art. 10
defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no
Art. 12
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de von-
Art. 17 tade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem
pública e os bons costumes.

Já nos arts. 7º, 10, 12 e 17, é possível a utilização de uma lei diferente da ori-

ginal. Tendo o art. 7º como exemplo, no que tange à capacidade. Mesmo que, na

Argentina, uma pessoa adquira capacidade plena aos 16 anos, no Brasil, essa pes-

soa será considerada incapaz, pois aqui a capacidade plena só é adquirida aos 18

anos, em regra.

7. Critérios de Hermenêutica Jurídica


Hermenêutica jurídica é a ciência, a arte da interpretação da linguagem jurídica.

Serve para trazer os princípios e as regras que são as ferramentas do intérprete. A

aplicação, a prática das regras hermenêuticas, é chamada exegese.

Não se deve confundir integração da lei com interpretação da lei. Na primei-

ra, a lei não regula determinado fato, ao passo que, na segunda, a lei regula,

mas não é cristalina e precisa. Quando a lei não permite a exata compreensão

da ordem, faz-se necessário o seu exercício interpretativo buscando alcançar o

seu real sentido.

Veja o esquema gráfico a seguir:

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A teoria científica que trata da arte de interpretar as leis, descobrindo seu alcan-

ce e seu sentido, é a hermenêutica.

Com base no art. 5º da LINDB, ao utilizar os mecanismos de integração para

o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o juiz deve buscar a

estabilidade social desejada.

Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exi-
gências do bem comum.

Dentre as diversas formas de interpretar as leis, destacam-se as seguintes, lis-

tadas nos quadros da página seguinte.

INTERPRETAÇÃO QUANTO
SIGNIFICADO
À FONTE OU ORIGEM
Emana do próprio legislador, que reconhece a ambiguidade
Autêntica da norma e elabora uma nova lei destinada a esclarecer a
intenção da primeira.
Tem como origem as reiteradas decisões judiciais proferidas
Jurisprudencial
pelos diversos tribunais.
Emana dos estudiosos da matéria do direito e das obras
Doutrinal
científicas.
INTERPRETAÇÃO QUANTO
AO MEIO OU ELEMENTO SIGNIFICADO
UTILIZADO

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Busca auxílio nas regras de gramática para a solução da


Gramatical ou literal dúvida, tal como a análise da pontuação, da colocação da
palavra na frase, a sua origem etimológica etc.
Baseia-se na investigação dos antecedentes da norma,
ou seja, consiste na pesquisa das circunstâncias que nor-
Histórica tearam a sua elaboração, de ordem econômica, política e
social, bem como do pensamento dominante ao tempo da
formação da norma.
Atende ao espírito da lei, procurando-se apurar o sentido
e a finalidade da norma, a intenção do legislador, através
Lógica ou racional
de raciocínios lógicos, com abandono dos elementos pura-
mente verbais.
Adapta-se o sentido ou finalidade da norma às novas exi-
Teleológica ou sociológica
gências sociais.
Entende-se que a lei não existe isoladamente e o direito
Sistemática deve ser visto como um todo, como um sistema, compa-
rando a norma com outras espécies legais.
INTERPRETAÇÃO QUANTO
SIGNIFICADO
AOS RESULTADOS
Quando a letra da lei corresponde exatamente ao que o
Declarativa
legislador pensa.
Quando o legislador expõe na lei menos do que pretendia
Extensiva
dizer, sendo necessário ampliar a aplicação da lei.
Quando o legislador expõe na lei mais do que pretendia
Restritiva
dizer, sendo necessário restringir a aplicação da lei.

8. Estatuto de Direito Internacional Privado


A partir do art. 7º, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, por al-

guns denominada de Estatuto de Direito Internacional Privado, versa sobre temas

como conflitos de jurisdição, critérios para solucionar problemas de qualificação,

efeitos de atos realizados em outros países, condições de estrangeiros e eficácia

internacional de posições jurídicas legitimamente adquiridas em certo país, com

possíveis reconhecimento e exercício em outro país.

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Tal assunto costuma ser cobrado em provas de concurso pela sua literalidade.

Sendo assim, iremos apenas reproduzir os artigos em questão.

Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o


começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto
aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades di-
plomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicí-
lio conjugal.
§ 5º O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anu-
ência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização,
se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros,
só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se hou-
ver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação
produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das
sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regi-
mento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferi-
das em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a
fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro
cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob
sua guarda.
§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua
residência ou naquele em que se encontre.
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, apli-
car-se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto
aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros
lugares.
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse
se encontre a coisa apenhada.
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que
se constituírem.
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma es-
sencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos
requisitos extrínsecos do ato.

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§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que


residir o proponente.
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a si-
tuação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e
as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.
§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes
de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei
brasileira.
§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que
eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão
adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à
sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domi-
ciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas
a imóveis situados no Brasil.
§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a for-
ma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira
competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigo-
rar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros
provas que a lei brasileira desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova
do texto e da vigência.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que re-
úna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execu-
ção no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Cons-
tituição Federal).
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:

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i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas ro-


gatórias;
A EC n. 45/2004 alterou a respectiva competência para o STJ.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 12.036, de 2009).
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estran-
geira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por
ela feita a outra lei.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem
pública e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasi-
leiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato,
inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido
no país da sede do Consulado.
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação con-
sensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapa-
zes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da
respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens
comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de
seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.
§ 2º É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará
mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas
uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a
assinatura do advogado conste da escritura pública.
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pe-
los cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942,
desde que satisfaçam todos os requisitos legais.
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas
autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao inte-
ressado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da
publicação desta lei.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (FGV/PGE-RO/TÉCNICO DA PROCURADORIA/2015) Em relação à vi-
gência de leis no Brasil, é correto afirmar que a lei, depois de oficialmente publica-
da, começa a vigorar em todo o país, salvo disposição contrária, em:
a) 30 dias;
b) 45 dias;
c) 60 dias;
d) 120 dias;
e) 180 dias.

Questão 2    (FCC/SEFAZ-PE/JULGADOR TRIBUTÁRIO/2015) A contagem do prazo


de vacância para entrada em vigor das leis far-se-á com a
a) exclusão da data da publicação e inclusão do último dia do prazo, entrando em
vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
b) exclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no
dia subsequente à sua consumação integral.
c) inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no
dia subsequente à sua consumação integral.
d) exclusão da data da publicação e inclusão do último dia do prazo, neste entrando
em vigor.
e) inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no
dia anterior.

Questão 3    (FCC/TRE-PB/AJAA/2015) Considere:


I – As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
II – Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,
se inicia seis meses depois de oficialmente publicada.

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III – Em regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.

De acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, está correto o

que se afirma APENAS em:

a) II e III.

b) I e II.

c) I.

d) I e III.

e) III.

Questão 4    (FGV/PGE-RO/TÉCNICO DA PROCURADORIA/2015) De acordo com o

que é apontado na Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro, é correto

afirmar que:

a) as correções de texto de lei em vigor não se consideram lei nova;

b) reputa-se direito adquirido o direito consumado segundo a lei vigente ao tempo

em que se efetuou;

c) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os cos-

tumes, a equidade e os princípios gerais de direito;

d) ninguém se escusa de cumprir a lei, salvo alegando que não a conhece;

e) salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revo-

gadora perdido a vigência.

Questão 5    (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Lei nova que estabelecer disposi-

ção geral a par de lei já existente,

a) apenas modifica a lei anterior.

b) não revoga, nem modifica a lei anterior.

c) derroga a lei anterior.

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d) ab-roga a lei anterior.


e) revoga tacitamente a lei anterior.

Questão 6    (FCC/TRE-AP/AJAA/2015) Salvo disposição contrária, a lei começa a


vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Se,
antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
correção, este prazo
a) começará a correr da nova publicação.
b) não será interrompido, continuando a correr normalmente, tendo me vista que
a nova publicação ocorreu apenas para correção.
c) será contando em dobro, independente da data da nova publicação.
d) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze primei-
ros dias da primeira publicação.
e) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze últimos
dias da primeira publicação.

Questão 7    (FCC/TRT 9ª REGIÃO/AJAJ/2015) No Direito Civil, a lei nova


a) tem efeito imediato, mas deve respeitar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada
e o direito adquirido, incluindo os negócios sujeitos a termo.
b) retroage para beneficiar a parte hipossuficiente.
c) tem efeito imediato, produzindo efeitos a partir da publicação, ainda que esta-
beleça prazo de vacatio legis.
d) tem efeito imediato apenas quando se tratar de norma processual.
e) não pode atingir a expectativa de se adquirir um direito.

Questão 8    (FCC/TRE-AP/AJAA/2015) Considere:


I – A Lei X revogou expressamente a Lei Y. Salvo disposição em contrário, se a lei
X perder a sua vigência, a Lei Y será restaurada.

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II – A Lei Z regulou inteiramente a matéria de que trata a lei anterior W. Neste caso,

ocorreu a revogação da Lei W.

III – A Lei H estabeleceu disposições gerais a par das já existentes na lei F. Neste

caso, a Lei H não revogou a lei anterior F.

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, está correto o

que se afirma em

a) II, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I, II e III.

d) I e III, apenas.

e) II e III, apenas.

Questão 9    (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Sobre o

conflito de leis no tempo, é correto afirmar que:

a) a revogação tácita equivale à repristinação;

b) a lei especial não revoga a lei geral anterior;

c) não é admitida a derrogação expressa;

d) o efeito repristinatório é admitido em todas as leis;

e) a ab-rogação das leis é defesa pelo ordenamento jurídico.

Questão 10    (FCC/TCM-GO/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Em

relação à lei, é correto afirmar:

a) Como regra geral, a lei revogada restaura-se por ter a lei revogadora perdido a

vigência.

b) Como regra geral, a lei começa a vigorar em todo o país imediatamente após

sua publicação oficial.

c) As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

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d) O desconhecimento da lei é justificativa legítima para seu descumprimento.

e) Quando a lei brasileira for admitida no exterior, sua vigência inicia-se seis meses

depois de oficialmente publicada.

Questão 11    (CESPE/TRE-RS/AJAA/2015) Com base na Lei de Introdução às Nor-

mas de Direito Brasileiro, assinale a opção correta.

a) Sempre que uma lei for revogada por outra lei, e a lei revogadora também for

revogada, a lei inicialmente revogada volta a ter vigência, em um instituto jurídico

denominado de ultratividade da lei.

b) Haverá repristinação quando uma norma revogada, mesmo tendo perdido a sua

vigência, for aplicada para reger situações ocorridas à época de sua vigência.

c) Denomina-se vocatio legis o espaço de tempo compreendido entre a data da

publicação da lei e a data da sua revogação.

d) Uma norma jurídica pode ser expressa ou tacitamente revogada. Diz-se que há

revogação expressa quando a lei nova declarar, em seu texto, o conteúdo da lei

anterior que pretende revogar, enquanto que a revogação tácita ocorre sempre que

houver incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, pelo fato de a lei nova regular

a matéria tratada pela anterior.

e) Segundo a legislação vigente, a norma jurídica tem vigência por tempo inde-

terminado e vigora até que seja revogada por outra lei. O ordenamento jurídico

brasileiro não reconhece norma com vigência temporária.

Questão 12    (CESPE/TCE-PR/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2016) Em

relação à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a opção correta.

a) Em regra, aceita-se o fenômeno da repristinação no ordenamento jurídico brasileiro.

b) Celebrado contrato no período de vigência de determinada lei, qualquer dos

contratantes poderá invocar a aplicação de lei posterior que lhes for mais benéfica.

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c) Não se admite no ordenamento jurídico pátrio a chamada integração normativa,

ainda que para preencher eventuais lacunas do ordenamento.

d) Publicada lei para corrigir texto de lei publicado com incorreção, não haverá

novo prazo de vacatio legis, se a publicação ocorrer antes da data em que a lei cor-

rigida entraria em vigor.

e) autoridade judiciária brasileira tem competência exclusiva para o conhecimento

de ações que discutam a validade de hipoteca que recai sobre bens imóveis situa-

dos no Brasil, ainda que as partes residam em país estrangeiro.

Questão 13    (CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2015) A

respeito das pessoas naturais e jurídicas, dos fatos e negócios jurídicos e do dis-

posto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue o seguinte item.

A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro prevê, em ordem preferencial

e taxativa, como métodos de integração do direito, a analogia, os costumes e os

princípios gerais do direito.

Questão 14    (FCC/TCM-GO/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Considere a seguinte

afirmação: “a lei que permite o mais, permite o menos; a que proíbe o menos pro-

íbe o mais”. São elas exemplos de interpretação legal

a) doutrinária.

b) lógico-sistemática.

c) autêntica ou legislativa.

d) sociológica ou teleológica

e) gramatical ou literal.

Questão 15    (CESPE/TRE-PI/AJAJ/2016) O aplicador do direito, ao estender o pre-

ceito legal aos casos não compreendidos em seu dispositivo, vale-se da

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a) interpretação teleológica.

b) socialidade da lei.

c) interpretação extensiva.

d) analogia.

e) interpretação sistemática.

Questão 16    (CESPE/TRF 5ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Se, ao interpretar a

lei, o magistrado concluir que a impenhorabilidade do bem de família deve resguar-

dar o sentido amplo da entidade familiar, abrangendo, além dos imóveis do casal,

também os imóveis pertencentes a pessoas solteiras, separadas e viúvas, ainda

que estas não estejam citadas expressamente no texto legal, essa interpretação,

no que se refere aos meios de interpretação, será classificada como

a) sistemática.

b) histórica.

c) jurisprudencial.

d) teleológica.

e) lógica.

Questão 17    (FGV/DPE-RO/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2015) Ao aplicar a lei, o

juiz deverá:

a) considerar apenas o seu sentido literal;

b) verificar se as pessoas envolvidas a conheciam, isentando-os de responsabili-

dade em caso negativo;

c) atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum;

d) desconsiderá-la, se houver ambiguidade;

e) desconsiderá-la, se for contraditória.

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Questão 18    (FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2015) Em caso de

conflito de leis no tempo, considera-se que o herdeiro, em relação aos bens de pro-

priedade de pessoa viva, possui

a) apenas expectativa de direito, que não se equipara a direito adquirido.

b) direito sob condição suspensiva, o qual se equipara a direito adquirido.

c) direito a termo, o qual se equipara a direito adquirido.

d) expectativa de direito qualificada, a qual se equipara a direito adquirido.

e) direito sob condição suspensiva, o qual não se equipara a direito adquirido.

Questão 19    (FCC/TRT 23ª REGIÃO/AJOJ/2016) Janete é filha de Gildete, que pos-

sui muitos bens. Considerar-se-á, em caso de conflito de leis no tempo, que Janete

possui, em relação à futura herança de Gildete, que ainda está viva,

a) direito sob condição suspensiva, que se equipara a direito adquirido.

b) mera expectativa de direito.

c) direito adquirido.

d) direito sob condição suspensiva, que não se equipara a direito adquirido.

e) direito a termo, inalterável ao arbítrio de Gildete, que se equipara a direito

adquirido.

Questão 20    (FCC/TRT 23ª REGIÃO/AJAJ/2016) Objetivando construir uma casa,

Cássio adquiriu terreno no qual existe um pequeno riacho. Depois da aquisição,

entrou em vigor lei proibindo a construção em terrenos urbanos nos quais haja

qualquer tipo de curso d’água. Referida lei possui efeito

a) imediato, atingindo Cássio, porque a lei de ordem pública se sobrepõe ao direito

adquirido.

b) retroativo, por tratar de meio ambiente, mas não atinge Cássio, porque a lei de

ordem pública não se sobrepõe ao direito adquirido.

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c) imediato, atingindo Cássio, porque este não possui direito adquirido.

d) retroativo, por tratar de meio ambiente, atingindo Cássio, porque a lei de ordem

pública se sobrepõe ao direito adquirido.

e) imediato, mas não atinge Cássio, porque a lei de ordem pública não se sobrepõe

ao direito adquirido.

Questão 21    (CESPE/TRT 8ª REGIÃO/AJAJ/2016) Assinale a opção correta, em re-

lação à classificação e à eficácia das leis no tempo e no espaço.

a) Quanto à eficácia da lei no espaço, no Brasil se adota o princípio da territoria-

lidade moderada, que permite, em alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada

dentro de território brasileiro.

b) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), em

regra, a lei revogada é restaurada quando a lei revogadora perde a vigência.

c) Por ser o direito civil ramo do direito privado, impera o princípio da autonomia

de vontade, de forma que as partes podem, de comum acordo, afastar a imperati-

vidade das leis denominadas cogentes.

d) A lei entra em vigor somente depois de transcorrido o prazo da vacatio legis, e

não com sua publicação em órgão oficial.

e) Dado o princípio da continuidade, a lei terá vigência enquanto outra não a modi-

ficar ou revogar, podendo a revogação ocorrer pela derrogação, que é a supressão

integral da lei, ou pela ab-rogação, quando a supressão é apenas parcial.

Questão 22    (FCC/TCE-CE/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Con-

sidere o seguinte texto de Amílcar de Castro: Denomina-se retorno certo modo de

interpretar as normas de direito internacional privado que leva à consequência de

substituir-se o sistema nacional por sistema estrangeiro. Não se trata de questão

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de direito internacional privado, mas de hermenêutica jurídica, conjunto de regras

de interpretação das leis (Direito Internacional Privado −1º volume − pag. 277 −

Edição Revista Forense, 1956).

Sobre esse tema, a lei brasileira

a) admite em certas circunstâncias e em outras proíbe o retorno.

b) é omissa.

c) proíbe o retorno.

d) permite o retorno em qualquer circunstância.

e) só permite o retorno quando em razão dele for beneficiado cidadão brasileiro ou

pessoa jurídica brasileira.

Questão 23    (CESPE/TJ-DFT/JUIZ SUBSTITUTO/2014) Considerando as disposi-

ções da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e a posição doutrinária a

respeito da interpretação dessas normas, assinale a opção correta.

a) Uma lei nova que estabeleça disposições gerais revoga leis especiais anteriores

dedicadas à mesma matéria.

b) No ordenamento jurídico brasileiro, admite-se a repristinação tácita.

c) Entre as fontes de interpretação das normas, considera-se autêntica a interpre-

tação realizada pelos próprios tribunais.

d) A utilização dos costumes como método de integração das normas de direito

material depende de expressa previsão legal.

e) A lei do país de origem do falecido estrangeiro poderá ser utilizada para regular

a sucessão de seus bens localizados no Brasil.

No que se refere aos dispositivos da Lei de Introdução às normas do Direito

Brasileiro e à vigência, aplicação, interpretação e integração das leis, julgue os

seguintes itens.

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Questão 24    (CESPE/TJ-SE/TJAJ/2014) A interpretação teleológica consiste na


análise da norma de forma contextual, com a comparação entre os dispositivos do
próprio texto legal e outros diplomas normativos.

Questão 25    (CESPE/TJ-SE/TJAJ/2014) A Lei Federal n.º 12.376/2010 renomeou


a Lei de Introdução ao Código Civil para Lei de Introdução às normas do Direito
Brasileiro, mas não fez quaisquer alterações relativas às normas de interpretação,
vigência e aplicação das leis.

Questão 26    (FCC/SEFAZ-RJ/AUDITOR-FISCAL/2014) A Lei n. 11.441, de


04/01/2007, deu nova redação ao art. 983 do Código de Processo Civil, estabele-
cendo que o processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de sessenta
(60) dias a contar da abertura da sucessão. O art. 1796 do Código Civil em vigor,
cuja redação não foi alterada por aquela lei, dispõe que no prazo de trinta dias, a
contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário.
Considerando o que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,
a) o art. 1.796 do Código Civil foi revogado expressamente com a nova redação do
art. 983 do Código de Processo Civil.
b) o art. 1.796 do Código Civil sofreu revogação tácita.
c) o art. 983 do Código de Processo Civil e o art. 1796 do Código Civil vigoram
concomitantemente, embora dispondo de maneira diversa sobre a mesma matéria.
d) o art. 1.796 do Código Civil não foi revogado, porque só se admitiria sua revo-
gação expressa, por se tratar de regra inserida em um Código.
e) a nova redação do art. 983 do Código de Processo Civil só entrará em vigor de-
pois de também ser modificada a redação do art. 1.796 do Código Civil.

Questão 27    (FGV/ISS-RECIFE/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/2014) A Lei de


Introdução às Normas no Direito Brasileiro (DL n. 4657/42), denominação dada

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pela Lei n. 12.376/10 para a antiga Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro,
estabelece normas sobre vigência, aplicação, interpretação, integração e conflito
de leis no tempo e espaço.

Com relação às previsões estabelecidas em tal diploma legal, analise as afirmativas

a seguir.

I – A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando

ela seja incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava

a lei anterior.

II – Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exi-

gências do bem comum.

III – A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já exis-

tentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Questão 28    (FCC/TJ-AP/AJAJ/2014) A lei começa a vigorar, salvo disposição em

contrário,

a) trinta dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.

b) quarenta e cinco dias depois de promulgada, não produzindo efeitos enquanto

não estiver efetivamente em vigor.

c) quarenta e cinco dias depois de publicada, não produzindo efeitos enquanto não

estiver efetivamente em vigor.

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d) quarenta e cinco dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a

vacatio legis.

e) quarenta e cinco dias depois de promulgada, mas com eficácia plena durante a

vacatio legis.

Questão 29    (FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Publicada uma lei consi-

derada de ordem pública, se, durante o período de sua vacatio, realizar-se negócio

jurídico que por ela foi proibido, ele será

a) inexistente, por contrariar a ordem pública.

b) anulável, por configurar dolo bilateral.

c) nulo, por fraudar lei imperativa.

d) válido, porque a lei nova ainda não está em vigor.

e) ineficaz, por caracterizar abuso do direito.

Questão 30    (FCC/TRT 16ª REGIÃO/AJAJ/2014) Uma lei foi elaborada, promulgada

e publicada. Por não conter disposição em contrário, entrará em vigor 45 dias de-

pois de oficialmente publicada, data que cairá no dia 18 de abril, feriado (sexta-fei-

ra da paixão de Cristo); dia 19 de abril é sábado; dia 20 de abril é domingo; dia 21

de abril é feriado (Tiradentes). Essa lei entrará em vigor no dia

a) 19 de abril.

b) 21 de abril.

c) 20 de abril.

d) 22 de abril.

e) 18 de abril.

Questão 31    (CONSULPLAN/TRE-RJ/AJAA/2017) No tocante à Lei de Introdução às

normas do Direito Brasileiro, interprete o caso proposto e assinale a afirmativa juri-

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dicamente verdadeira. “A Lei n. 8.112/90 previa o direito de licença por assiduidade

para os servidores federais. Posteriormente, a Lei n. 9.527/97 revogou o referido

direito e o substitui por um direito à licença para capacitação. Supondo que seja

aprovada a Lei “X” em 2017 revogando a Lei n. 9.527/97, poder-se-á concluir que

a) não existindo disposição em contrário, a Lei “X” terá vigência de cinco anos,

prescrevendo após este período.

b) com a revogação da Lei n. 9.527/97, fica restaurado o direito de licença por as-

siduidade dos servidores federais.

c) salvo disposição em contrário, a Lei “X” começa a vigorar quarenta e cinco dias

depois de oficialmente publicada.

d) a lei nova, em regra, tem vigência retroativa, cassando as licenças dos servido-

res federais que já se encontravam em gozo do direito.

Questão 32    (CESPE/TRF 5ª REGIÃO/JUIZ/2017) A continuidade de aplicação

de lei já revogada às relações jurídicas civis consolidadas durante a sua vigên-

cia caracteriza

a) a aplicação do princípio da segurança jurídica.

b) a ultratividade da norma.

c) a represtinação da norma.

d) o princípio da continuidade normativa.

e) a supremacia da lei revogada.

Questão 33    (FCC/TST/AJAJ/2017) João, nascido na Espanha, naturalizou-se ita-

liano, casou-se na França e estabeleceu domicílio único no Brasil, juntamente com

sua esposa. Nesse caso, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito

Brasileiro, serão definidas pela lei do Brasil as regras sobre

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a) o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.


b) a capacidade e os direitos de família, enquanto as regras sobre o nome serão
definidas pela lei da Espanha.
c) o nome, a capacidade e os direitos de família, enquanto as regras sobre o come-
ço e o fim da personalidade serão definidas pela lei da Itália.
d) o começo e o fim da personalidade, o nome e a capacidade, enquanto as regras
sobre os direitos de família serão definidas pela lei da França.
e) o começo e o fim da personalidade, enquanto as regras sobre a capacidade se-
rão definidas pela lei da Itália.

Questão 34    (CESPE/TRT 7ª REGIÃO/AJAJ/2017) Conforme a Lei de Introdução às


Normas do Direito Brasileiro,
a) como regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde sua vigên-
cia, instituto conhecido como repristinação.
b) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os cos-
tumes e os princípios gerais de direito.
c) as correções a texto de lei já em vigor não são consideradas lei nova.
d) toda lei entra em vigor no país quarenta e cinco dias depois de oficialmente pu-
blicada, sem exceção.

Questão 35    (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) De acordo com a legislação


de regência e o entendimento dos tribunais superiores, julgue o próximo item.
Uma lei nova, ao revogar lei anterior que regulamentava determinada relação ju-
rídica, não poderá atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido nem a coisa
julgada, salvo se houver determinação expressa para tanto.

Questão 36    (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) Com re-


lação às normas processuais, julgue o item seguinte.

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As leis processuais civis e penais não se sujeitam às regras quanto à eficácia tem-

poral das leis constantes da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, uma

vez que têm regramento próprio.

Questão 37    (VUNESP/CÂMARA DE COTIA/SP/PROCURADOR LEGISLATIVO/2017)

Determinada lei, composta por 200 (duzentos) artigos, tratando de assuntos liga-

dos ao direito civil, contemplou a seguinte disposição em sua parte final: Art. 200.

Esta Lei entra em vigor:

I – a partir de 1º de janeiro de 2018, em relação aos arts. 1º a 50;

II – 30 (trinta) dias após a sua publicação, em relação aos arts. 51 a 100;

III – no 1º (primeiro) dia do 6º (sexto) mês subsequente ao de sua publicação, em

relação aos arts. 101 a 130.

Em relação à vigência, é correto afirmar que

a) são nulas as disposições constantes nos incisos I e III do artigo 200, na medida

em que a vacatio deve ser estabelecida em dias.

b) os dispositivos não mencionados expressamente pelo artigo 200 começarão a

vigorar no país 90 (noventa) dias após a oficial publicação da lei.

c) todas as disposições de vacatio são válidas e os artigos não expressamente

mencionados começarão a vigorar no país 45 (quarenta e cinco) dias após a oficial

publicação da lei.

d) os dispositivos não mencionados expressamente pelo artigo 200 terão vacatio

equivalente ao maior período dentre os incisos que compõem o artigo, a depender

de quando a lei será oficialmente publicada.

e) todas as disposições de vacatio são nulas, pois o artigo deveria contemplar hi-

póteses para todos os artigos que compõem a lei.

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Questão 38    (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/CE/PROCURADOR JURÍDICO/2017)

A respeito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, das pessoas naturais e

jurídicas e dos bens, julgue o item a seguir.

Utiliza a analogia o juiz que estende a companheiro(a) a legitimidade para ser cura-

dor conferida a cônjuge da pessoa ausente.

Questão 39    (FCC/TRT 24ª REGIÃO/AJOJ/2017) Sobre a Lei de Introdução às nor-

mas do Direito Brasileiro, NÃO é requisito essencial para a sentença proferida no

estrangeiro ser executada no Brasil

a) a homologação pelo Supremo Tribunal Federal.

b) a tradução por intérprete autorizado.

c) o trânsito em julgado para as partes.

d) a citação regular das partes ou verificação legal da ocorrência da revelia.

e) a prolação por juiz competente.

Questão 40    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) Julgue o seguinte item, que trata de

vigência das leis, direitos da personalidade e pessoas jurídicas.

Caso uma lei nova não dispuser sobre a data de início da sua vigência, entende-se

que ela entrará em vigor na data da sua publicação.

Questão 41    (VUNESP/TJM-SP/ESCREVENTE/2017) Quanto à vigência das leis, as-

sinale a alternativa correta.

a) Uma lei é revogada somente quando lei posterior declare expressamente sua

revogação.

b) Lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes,

não revoga nem modifica a lei anterior.

c) A lei revogada se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.

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d) As correções a texto de lei já em vigor consideram- -se a mesma lei.

e) É expressamente proibida a revogação de uma lei repristinada.

Questão 42    (CESPE/PC-GO/DELEGADO/2017) A Lei n.º XX/XXXX, composta por

quinze artigos, elaborada pelo Congresso Nacional, foi sancionada, promulgada e

publicada.

A respeito dessa situação, assinale a opção correta, de acordo com a Lei de Intro-

dução às Normas do Direito Brasileiro.

a) Se algum dos artigos da lei sofrer alteração antes de ela entrar em vigor, será

contado um novo período de vacância para o dispositivo alterado.

b) Caso essa lei tenha revogado dispositivo da legislação anterior, automaticamen-

te ocorrerá o efeito repristinatório se nela não houver disposição em contrário.

c) A lei irá revogar a legislação anterior caso estabeleça disposições gerais sobre

assunto tratado nessa legislação.

d) Não havendo referência ao período de vacância, a nova lei entra em vigor ime-

diatamente, sendo eventuais correções em seu texto consideradas nova lei.

e) Não havendo referência ao período de vacância, a lei entrará em vigor, em todo

o território nacional, três meses após sua publicação.

Questão 43    (IBEG/IPREV/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/2017) Consideran-

do o disposto na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, assinale a

alternativa correta:

a) A vigência das leis, que os Governos Estaduais elaborem por autorização do

Governo Federal, depende da aprovação deste e começa no prazo que a legislação

estadual fixar;

b) A lei começa a vigorar em todo o país quarenta dias depois de oficialmente pu-

blicada, salvo disposição em contrário;

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c) As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova;

d) Salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revoga-

dora perdida a vigência;

e) Destinando-se à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique

ou revogue.

Questão 44    (CS-UFG/TJ-GO/JUIZ LEIGO/2017) Segundo a Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro, os divórcios realizados no estrangeiro com um ou am-

bos os cônjuges brasileiros, com processo antecedido de separação judicial, terão

homologação de efeito imediato. No entanto, para os demais casos de divórcio,

desde que, estabelecidas as condições para a eficácia das sentenças estrangeiras,

eles só serão reconhecidos no Brasil depois de

a) 1 (um) ano da data da sentença.

b) 2 (dois) anos da data da sentença.

c) 3 (três) anos da data da sentença.

d) 4 (quatro) anos da data da sentença.

e) 5 (cinco) anos da data da sentença.

Questão 45    (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP/PROCURA-

DOR/2017) Assinale a alternativa correta no que tange à Lei de Introdução às Nor-

mas de Direito Brasileiro.

a) O prazo geral de vacatio legis é de trinta dias, respeitável em caso de inexistên-

cia de previsão em sentido diverso.

b) O magistrado, por força da vedação ao non liquet, deverá, em caso de lacu-

na da lei, apoiar-se na analogia, nos costumes e nos princípios gerais do Direito

para julgar.

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c) A repristinação é prevista como regra no sistema legislativo brasileiro, de

tal modo que a perda de vigência da lei revogadora restaura automaticamente

a revogada.

d) A sentença proferida no estrangeiro poderá ser executada no Brasil, desde que,

dentre outros requisitos, seja homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

e) Os brasileiros casados residentes no exterior não poderão se divorciar perante

as autoridades consulares brasileiras, sendo mister o retorno ao Brasil para o rom-

pimento do vínculo matrimonial.

Questão 46    (IESES/TJ-RO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/

PROVIMENTO/2017) A Lei de Introdução regula as questões relativas à aplicabili-

dade de normas relativas às questões familiares e sucessórias de estrangeiros no

Brasil. Com base nisso, responda as questões:

I – O regime de bens, legal ou convencional, obedece às regras do país em que

tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, o do primeiro domicílio

conjugal.

II – A sucessão de bens de estrangeiros, situados no país, obedecerá à lei do país

em que era domiciliado, independentemente da existência ou não de filhos ou côn-

juge brasileiro.

III – Caso o casamento seja realizado no Brasil, as regras de impedimentos e for-

malidades da celebração serão as da lei brasileira.

Assinale a correta:

a) Todas as assertivas são verdadeiras.

b) Todas as assertivas são falsas.

c) Apenas a assertiva III é verdadeira

d) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras.

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Questão 47    (IESES/ALGÁS/ANALISTA JURÍDICO/2017) Assinale a alternativa

INCORRETA:

a) Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revo-

gadora perdido a vigência.

b) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existen-

tes, revoga e modifica a lei anterior.

c) A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja

com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei

anterior.

d) Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modi-

fique ou revogue.

Questão 48    (IBADE/PC-AC/DELEGADO/2017) Segundo a Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro, assinale a afirmativa correta.

a) A revogação de lei anterior por lei posterior só ocorre nos casos em que expres-

samente declarada.

b) A lei revogada é automaticamente restaurada se a lei revogadora tiver perdido

a vigência.

c) O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáti-

cas ou consulares do país de apenas um dos nubentes.

d) Salvo disposição em contrário, uma lei começa a vigorar no Brasil sessenta dias

depois de oficialmente publicada.

e) As regras sobre os direitos de família são determinadas pela lei do país em que

a pessoa for domiciliada.

Questão 49    (FCC/PREFEITURA DE TERESINA-PI/TÉCNICO DE NÍVEL SUPE-

RIOR/2016) A Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro estabelece que a

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lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o

fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Outrossim,

estabelece que

I – Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimô-

nio a lei do último domicílio conjugal.

II – O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem

os nubentes domicílio, e, se este for diverso, à do último domicílio conjugal.

III – O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplo-

máticas ou consulares do país de ambos os nubentes.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I.

b) I e II.

c) II e III.

d) III.

e) I e III.

Questão 50    (FCC/PREFEITURA DE TERESINA/PI/TÉCNICO DE NÍVEL SUPE-

RIOR/2016) Alterada uma lei, durante o prazo de vacatio legis da lei nova, aplica-se

a) o Código Civil, apenas.

b) a lei alterada.

c) a lei que for escolhida pelo Magistrado, de acordo com seu livre convencimento

e poder de arbítrio.

d) a lei mais benéfica.

e) a lei nova publicada antes da alteração.

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GABARITO
1. b 25. C 49. d

2. c 26. b 50. b

3. c 27. e

4. e 28. c

5. b 29. d

6. a 30. e

7. a 31. c

8. e 32. b

9. b 33. a

10. c 34. b

11. d 35. E

12. e 36. E

13. C 37. c

14. b 38. E

15. d 39. a

16. d 40. E

17. c 41. b

18. a 42. a

19. b 43. c

20. c 44. a

21. a 45. b

22. c 46. d

23. e 47. b

24. E 48. e

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QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1    (FGV/PGE-RO/TÉCNICO DA PROCURADORIA/2015) Em relação à vi-

gência de leis no Brasil, é correto afirmar que a lei, depois de oficialmente publica-

da, começa a vigorar em todo o país, salvo disposição contrária, em:

a) 30 dias;

b) 45 dias;

c) 60 dias;

d) 120 dias;

e) 180 dias.

Letra b.

A questão tem como fundamento o art. 1º da LINDB, que trata do prazo de vacatio

legis e do princípio da vigência sincrônica.

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.

Questão 2    (FCC/SEFAZ-PE/JULGADOR TRIBUTÁRIO/2015) A contagem do prazo

de vacância para entrada em vigor das leis far-se-á com a

a) exclusão da data da publicação e inclusão do último dia do prazo, entrando em

vigor no dia subsequente à sua consumação integral.

b) exclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no

dia subsequente à sua consumação integral.

c) inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no

dia subsequente à sua consumação integral.

d) exclusão da data da publicação e inclusão do último dia do prazo, neste entrando

em vigor.

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e) inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no

dia anterior.

Letra c.

Conforme salientado no decorrer da explanação teórica, a contagem do prazo de

vacatio legis deve ser feita de acordo com o art. 8º, § 1º, da LC n. 95/1998.

Art. 8º, § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam perí-
odo de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo,
entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral.

Questão 3    (FCC/TRE-PB/AJAA/2015) Considere:

I – As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

II – Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,

se inicia seis meses depois de oficialmente publicada.

III – Em regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde a vigência.

De acordo com a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, está correto o

que se afirma APENAS em:

a) II e III.

b) I e II.

c) I.

d) I e III.

e) III.

Letra c.

I – Correta. Em conformidade com o art. 1º, § 4º, da LINDB.

Art. 1º, § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

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II – Errada. Segundo o art. 1º, § 1º, da LINDB, o prazo nos Estados estrangeiros
é de 3 meses.

Art. 1º, § 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando ad-
mitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

III – Errada. Como regra, segundo o art. 2º, § 3º da LINDB, a repristinação não
deve ocorrer. Ou seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora per-
de a vigência.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

Questão 4    (FGV/PGE-RO/TÉCNICO DA PROCURADORIA/2015) De acordo com o


que é apontado na Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro, é correto
afirmar que:
a) as correções de texto de lei em vigor não se consideram lei nova;
b) reputa-se direito adquirido o direito consumado segundo a lei vigente ao tempo
em que se efetuou;
c) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os cos-
tumes, a equidade e os princípios gerais de direito;
d) ninguém se escusa de cumprir a lei, salvo alegando que não a conhece;
e) salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revo-
gadora perdido a vigência.

Letra e.
Em consonância com o art. 2º, § 3º, da LINDB, a repristinação, em regra, não
deve ocorrer. Ou seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora
perde a vigência.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

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a) Errada. A assertiva está em desacordo com o art. 1º, § 4º, da LINDB.

Art. 1º, § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

b) Errada. A assertiva apresenta a definição de ato jurídico perfeito e não de direi-

to adquirido. Vejamos os §§ 1º e 2º, do art. 6º, da LINDB.

Art. 6º, § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao
tempo em que se efetuou.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condi-
ção preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.

c) Errada. Apesar da doutrina considerar a equidade como um mecanismo de inte-

gração do ordenamento jurídico, perceba que o enunciado da questão faz expressa

referência à Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro. Sendo assim, deve-

mos considerar a previsão do art. 4º da LINDB e lembrar que a equidade é citada

no Novo Código de Processo Civil.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

d) Errada. A assertiva está em desacordo com o princípio da obrigatoriedade, pre-

visto no art. 3º da LINDB.

Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Questão 5    (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Lei nova que estabelecer disposi-

ção geral a par de lei já existente,

a) apenas modifica a lei anterior.

b) não revoga, nem modifica a lei anterior.

c) derroga a lei anterior.

d) ab-roga a lei anterior.

e) revoga tacitamente a lei anterior.

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Letra b.

A questão trata do princípio da conciliação, previsto no art. 2º, § 2º, da LINDB.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

Questão 6    (FCC/TRE-AP/AJAA/2015) Salvo disposição contrária, a lei começa a

vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Se,

antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a

correção, este prazo

a) começará a correr da nova publicação.

b) não será interrompido, continuando a correr normalmente, tendo me vista que

a nova publicação ocorreu apenas para correção.

c) será contando em dobro, independente da data da nova publicação.

d) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze primei-

ros dias da primeira publicação.

e) será contado em dobro apenas se a nova publicação ocorrer nos quinze últimos

dias da primeira publicação.

Letra a.

O enunciado da questão aborda a hipótese de correção a texto de lei durante o

prazo de vacatio legis. Sendo assim, devemos recorrer ao art. 1º, § 3º, da LINDB.

Art. 1º, § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a
correr da nova publicação.

Questão 7    (FCC/TRT 9ª REGIÃO/AJAJ/2015) No Direito Civil, a lei nova

a) tem efeito imediato, mas deve respeitar o ato jurídico perfeito, a coisa julgada

e o direito adquirido, incluindo os negócios sujeitos a termo.

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b) retroage para beneficiar a parte hipossuficiente.

c) tem efeito imediato, produzindo efeitos a partir da publicação, ainda que esta-

beleça prazo de vacatio legis.

d) tem efeito imediato apenas quando se tratar de norma processual.

e) não pode atingir a expectativa de se adquirir um direito.

Letra a.

Questão simples, com base no art. 6º, caput, da LINDB.

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.

Questão 8    (FCC/TRE-AP/AJAA/2015) Considere:

I – A Lei X revogou expressamente a Lei Y. Salvo disposição em contrário, se a lei

X perder a sua vigência, a Lei Y será restaurada.

II – A Lei Z regulou inteiramente a matéria de que trata a lei anterior W. Neste caso,

ocorreu a revogação da Lei W.

III – A Lei H estabeleceu disposições gerais a par das já existentes na lei F. Neste

caso, a Lei H não revogou a lei anterior F.

De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, está correto o

que se afirma em

a) II, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I, II e III.

d) I e III, apenas.

e) II e III, apenas.

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Letra e.

I – Errada. Sabemos que, em regra, a repristinação não deve ocorrer. Sendo as-

sim, se a Lei X revoga expressamente a Lei Y, salvo disposição em contrário, se a

lei X perder a sua vigência, a Lei Y não será restaurada.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

II – Correta. A afirmativa descreve a revogação global prevista no art. 2º, § 1º,

da LINDB.

Art. 2º, § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quan-
do seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.

III – Correta. A afirmativa trata do princípio da conciliação previsto no art. 2º, §

2º, da LINDB.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

Questão 9    (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Sobre o

conflito de leis no tempo, é correto afirmar que:

a) a revogação tácita equivale à repristinação;

b) a lei especial não revoga a lei geral anterior;

c) não é admitida a derrogação expressa;

d) o efeito repristinatório é admitido em todas as leis;

e) a ab-rogação das leis é defesa pelo ordenamento jurídico.

Letra b.

A afirmativa trata do princípio da conciliação previsto no art. 2º, § 2º, da LINDB.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

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a) Errada. A revogação tácita diz respeito a uma lei que perde a vigência, ao passo

que a repristinação representa a “ressurreição” de uma lei no ordenamento jurídi-

co. São institutos completamente diferentes.

c) Errada. A derrogação (revogação parcial de uma lei) pode ser expressa ou tácita.

d) Errada. Como regra, a repristinação não é admitida, salvo disposição expressa

em contrário.

e) Errada. O ordenamento jurídico admite tanto a revogação parcial (derrogação)

como a revogação total (ab-rogação).

Questão 10    (FCC/TCM-GO/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Em

relação à lei, é correto afirmar:

a) Como regra geral, a lei revogada restaura-se por ter a lei revogadora perdido a

vigência.

b) Como regra geral, a lei começa a vigorar em todo o país imediatamente após

sua publicação oficial.

c) As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

d) O desconhecimento da lei é justificativa legítima para seu descumprimento.

e) Quando a lei brasileira for admitida no exterior, sua vigência inicia-se seis meses

depois de oficialmente publicada.

Letra c.

A assertiva está de acordo com o art. 1º, § 4º, da LINDB.

Art. 1º, § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

a) Errada. Como regra, segundo o art. 2º, § 3º, da LINDB, a repristinação não

deve ocorrer. Ou seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora per-

de a vigência.

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Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

b) Errada. Vejamos o art. 1º da LINDB,que trata do prazo de vacatio legis e do

princípio da vigência sincrônica.

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.

d) Errada. A assertiva está em desacordo com o princípio da obrigatoriedade, pre-

visto no art. 3º da LINDB.

Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

e) Errada. Segundo o art. 1º, § 1º, da LINDB, o prazo nos Estados estrangeiros é

de 3 meses.

Art. 1º, § 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando ad-
mitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.

Questão 11    (CESPE/TRE-RS/AJAA/2015) Com base na Lei de Introdução às Nor-

mas de Direito Brasileiro, assinale a opção correta.

a) Sempre que uma lei for revogada por outra lei, e a lei revogadora também for

revogada, a lei inicialmente revogada volta a ter vigência, em um instituto jurídico

denominado de ultratividade da lei.

b) Haverá repristinação quando uma norma revogada, mesmo tendo perdido a sua

vigência, for aplicada para reger situações ocorridas à época de sua vigência.

c) Denomina-se vacatio legis o espaço de tempo compreendido entre a data da

publicação da lei e a data da sua revogação.

d) Uma norma jurídica pode ser expressa ou tacitamente revogada. Diz-se que há

revogação expressa quando a lei nova declarar, em seu texto, o conteúdo da lei

anterior que pretende revogar, enquanto que a revogação tácita ocorre sempre que

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houver incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, pelo fato de a lei nova regular

a matéria tratada pela anterior.

e) Segundo a legislação vigente, a norma jurídica tem vigência por tempo inde-

terminado e vigora até que seja revogada por outra lei. O ordenamento jurídico

brasileiro não reconhece norma com vigência temporária.

Letra d.

A assertiva está de acordo com o art. 2º, § 1º, da LINDB e os conceitos doutrinários

que regem o assunto.

Art. 2º, § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,


quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.

a) Errada. A afirmativa possui duas incorreções. Primeiramente, a lei inicialmente

revogada, em regra, não volta a ter vigência. Posteriormente, o instituto jurídico é

chamado de repristinação e não de ultratividade.

b) Errada. O conceito abordado na assertiva é de ultratividade e não de

repristinação.

c) Errada. Vacatio legis é o espaço de tempo compreendido entre a data da publi-

cação da lei e a data do início de sua vigência.

e) Errada. A assertiva trata do princípio da continuidade. A primeira parte da afirmati-

va está perfeita. Entretanto, a segunda parte apresenta uma incorreção ao mencionar

que o ordenamento jurídico brasileiro não reconhece norma com vigência temporária.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) é um exemplo de lei com vigência temporária.

Questão 12    (CESPE/TCE-PR/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2016) Em

relação à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a opção correta.

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a) Em regra, aceita-se o fenômeno da repristinação no ordenamento jurídico brasileiro.

b) Celebrado contrato no período de vigência de determinada lei, qualquer dos

contratantes poderá invocar a aplicação de lei posterior que lhes for mais benéfica.

c) Não se admite no ordenamento jurídico pátrio a chamada integração normativa,

ainda que para preencher eventuais lacunas do ordenamento.

d) Publicada lei para corrigir texto de lei publicado com incorreção, não haverá

novo prazo de vacatio legis, se a publicação ocorrer antes da data em que a lei cor-

rigida entraria em vigor.

e) autoridade judiciária brasileira tem competência exclusiva para o conhecimento

de ações que discutam a validade de hipoteca que recai sobre bens imóveis situa-

dos no Brasil, ainda que as partes residam em país estrangeiro.

Letra e.

Tratando-se de bens imóveis, deve-se aplicar a lei do local em que se situam. Sen-

do assim, se o imóvel está situado no Brasil, a competência para julgar as ações

que tenham tal objeto é da autoridade judiciária brasileira.

Art. 12, § 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas
a imóveis situados no Brasil.

a) Errada. Como regra, segundo o art. 2º, § 3º, da LINDB, a repristinação não

deve ocorrer. Ou seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora per-

de a vigência.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

b) Errada. O contrato celebrado no período da vigência de determinada lei é con-

siderado um ato jurídico perfeito não lhe sendo aplicável a lei posterior, conforme

prevê o art. 6º, caput, da LINDB.

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Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.

c) Errada. A integração normativa para preencher eventuais lacunas do ordena-

mento deve seguir as regras do art. 4º da LINDB.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

d) Errada. A assertiva trata da hipótese de correção a texto de lei durante o prazo

de vacatio legis. Sendo assim, devemos recorrer ao art. 1º, § 3º, da LINDB.

Art. 1º, § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a
correr da nova publicação.

Questão 13    (CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2015) A

respeito das pessoas naturais e jurídicas, dos fatos e negócios jurídicos e do dis-

posto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue o seguinte item.

A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro prevê, em ordem preferencial

e taxativa, como métodos de integração do direito, a analogia, os costumes e os

princípios gerais do direito.

Certo.

A questão trata da integração normativa para preencher eventuais lacunas do or-

denamento deve seguir as regras do art. 4º da LINDB.

Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

Questão 14    (FCC/TCM-GO/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Considere a seguinte

afirmação: “a lei que permite o mais, permite o menos; a que proíbe o menos pro-

íbe o mais”. São elas exemplos de interpretação legal

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a) doutrinária.

b) lógico-sistemática.

c) autêntica ou legislativa.

d) sociológica ou teleológica

e) gramatical ou literal.

Letra b.

O enunciado da questão apresenta uma situação que busca apurar o sentido e a

finalidade da norma, a intenção do legislador, através de raciocínios lógicos, com

abandono dos elementos puramente verbais. Sendo assim, verifica-se a interpre-

tação lógico-sistemática.

Questão 15    (CESPE/TRE-PI/AJAJ/2016) O aplicador do direito, ao estender o pre-

ceito legal aos casos não compreendidos em seu dispositivo, vale-se da

a) interpretação teleológica.

b) socialidade da lei.

c) interpretação extensiva.

d) analogia.

e) interpretação sistemática.

Letra d.

A analogia é a fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de inte-

gração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos,

ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apre-

ciação jurisdicional.

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Questão 16    (CESPE/TRF 5ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Se, ao interpretar a

lei, o magistrado concluir que a impenhorabilidade do bem de família deve resguar-

dar o sentido amplo da entidade familiar, abrangendo, além dos imóveis do casal,

também os imóveis pertencentes a pessoas solteiras, separadas e viúvas, ainda

que estas não estejam citadas expressamente no texto legal, essa interpretação,

no que se refere aos meios de interpretação, será classificada como

a) sistemática.

b) histórica.

c) jurisprudencial.

d) teleológica.

e) lógica.

Letra d.

Perceba que, no enunciado da questão, o examinador menciona que, pela in-

terpretação da lei, a impenhorabilidade do bem de família tem relação com a

entidade familiar.

Em um segundo momento, a interpretação se estende às pessoas solteiras, sepa-

radas e viúvas, ou seja, a interpretação beneficiou toda a sociedade.

Concluímos tratar-se de uma interpretação sociológica ou teleológica.

Questão 17    (FGV/DPE-RO/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2015) Ao aplicar a lei, o

juiz deverá:

a) considerar apenas o seu sentido literal;

b) verificar se as pessoas envolvidas a conheciam, isentando-os de responsabili-

dade em caso negativo;

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c) atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum;

d) desconsiderá-la, se houver ambiguidade;

e) desconsiderá-la, se for contraditória.

Letra c.

Questão simples com base na literalidade do art. 5º da LINDB.

Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exi-
gências do bem comum.

Questão 18    (FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2015) Em caso de

conflito de leis no tempo, considera-se que o herdeiro, em relação aos bens de pro-

priedade de pessoa viva, possui

a) apenas expectativa de direito, que não se equipara a direito adquirido.

b) direito sob condição suspensiva, o qual se equipara a direito adquirido.

c) direito a termo, o qual se equipara a direito adquirido.

d) expectativa de direito qualificada, a qual se equipara a direito adquirido.

e) direito sob condição suspensiva, o qual não se equipara a direito adquirido.

Letra a.

Como estamos falando dos bens de uma pessoa que ainda está viva, o herdeiro

possui mera expectativa de direito, pois ainda não pode ser exercido.

Questão 19    (FCC/TRT 23ª REGIÃO/AJOJ/2016) Janete é filha de Gildete, que pos-

sui muitos bens. Considerar-se-á, em caso de conflito de leis no tempo, que Janete

possui, em relação à futura herança de Gildete, que ainda está viva,

a) direito sob condição suspensiva, que se equipara a direito adquirido.

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b) mera expectativa de direito.


c) direito adquirido.
d) direito sob condição suspensiva, que não se equipara a direito adquirido.
e) direito a termo, inalterável ao arbítrio de Gildete, que se equipara a direito
adquirido.

Letra b.
Questão semelhante à anterior.
Como estamos falando dos bens de uma pessoa que ainda está viva, o herdeiro
possui mera expectativa de direito, pois ainda não pode ser exercido.

Questão 20    (FCC/TRT 23ª REGIÃO/AJAJ/2016) Objetivando construir uma casa,


Cássio adquiriu terreno no qual existe um pequeno riacho. Depois da aquisição,
entrou em vigor lei proibindo a construção em terrenos urbanos nos quais haja
qualquer tipo de curso d’água. Referida lei possui efeito
a) imediato, atingindo Cássio, porque a lei de ordem pública se sobrepõe ao direito adquirido.
b) retroativo, por tratar de meio ambiente, mas não atinge Cássio, porque a lei de
ordem pública não se sobrepõe ao direito adquirido.
c) imediato, atingindo Cássio, porque este não possui direito adquirido.
d) retroativo, por tratar de meio ambiente, atingindo Cássio, porque a lei de ordem
pública se sobrepõe ao direito adquirido.
e) imediato, mas não atinge Cássio, porque a lei de ordem pública não se sobrepõe
ao direito adquirido.

Letra c.
Se Cássio já tivesse construído e entrasse em vigor lei que proibisse novas constru-
ções, estaria configurado o direito adquirido. Entretanto, como a construção ainda
não havia sido feita, a nova lei o atingirá.

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Questão 21    (CESPE/TRT 8ª REGIÃO/AJAJ/2016) Assinale a opção correta, em re-

lação à classificação e à eficácia das leis no tempo e no espaço.

a) Quanto à eficácia da lei no espaço, no Brasil se adota o princípio da territoria-

lidade moderada, que permite, em alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada

dentro de território brasileiro.

b) De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), em

regra, a lei revogada é restaurada quando a lei revogadora perde a vigência.

c) Por ser o direito civil ramo do direito privado, impera o princípio da autonomia

de vontade, de forma que as partes podem, de comum acordo, afastar a imperati-

vidade das leis denominadas cogentes.

d) A lei entra em vigor somente depois de transcorrido o prazo da vacatio legis, e

não com sua publicação em órgão oficial.

e) Dado o princípio da continuidade, a lei terá vigência enquanto outra não a modi-

ficar ou revogar, podendo a revogação ocorrer pela derrogação, que é a supressão

integral da lei, ou pela ab-rogação, quando a supressão é apenas parcial.

Letra a.

a) Correta. Vimos que toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limi-

tado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou (territorialidade).

Entretanto, visando a facilitar as relações internacionais, é comum, em algumas

situações, que leis estrangeiras tenham aplicação admitida em território nacio-

nal. Da mesma forma, também é possível a aplicação de leis nacionais dentro do

território estrangeiro (extraterritorialidade). Desta forma, pelo fato do princípio

da territorialidade não ser absoluto, fica consagrado no Brasil o princípio da ter-

ritorialidade temperada.

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b) Errada. Como regra, segundo o art. 2º, § 3º, da LINDB, a repristinação não

deve ocorrer. Ou seja, a lei revogada não se restaura quando a lei revogadora perde

a vigência.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

c) Errada. A lei cogente imperativa é aquela que ordena um certo comportamento

e que não pode ser modificada pela vontade das partes.

d) Errada. O prazo de vacatio legis não é obrigatório, ou seja, ele pode existir ou não.

e) Errada. A derrogação é a supressão parcial da lei, ao passo que a ab-rogação

é a supressão total.

Questão 22    (FCC/TCE-CE/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Con-

sidere o seguinte texto de Amílcar de Castro: Denomina-se retorno certo modo de

interpretar as normas de direito internacional privado que leva à consequência de

substituir-se o sistema nacional por sistema estrangeiro. Não se trata de questão

de direito internacional privado, mas de hermenêutica jurídica, conjunto de regras

de interpretação das leis (Direito Internacional Privado −1º volume − pag. 277 −

Edição Revista Forense, 1956).

Sobre esse tema, a lei brasileira

a) admite em certas circunstâncias e em outras proíbe o retorno.

b) é omissa.

c) proíbe o retorno.

d) permite o retorno em qualquer circunstância.

e) só permite o retorno quando em razão dele for beneficiado cidadão brasileiro ou

pessoa jurídica brasileira.

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Letra c.

Inicialmente, cabe mencionar que esta questão apresenta um extremo nível de

dificuldade. A base da sua solução está no art. 16 da LINDB, que consagra a teoria

do retorno ou reenvio.

Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estran-
geira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por
ela feita a outra lei.

A teoria do reenvio, também conhecida como teoria do retorno ou da devolução, é

uma forma de interpretação de normas do direito internacional privado, de forma

que haja substituição da lei nacional pela lei estrangeira, de modo que seja despre-

zado o elemento de conexão da ordenação nacional, dando preferência ao aponta-

do pelo ordenamento jurídico estrangeiro.

Esse instituto é utilizado sempre que ocorrerem problemas nas interpretações de

ordem internacional, servindo como meio importante de resolução de conflitos, e

sempre que for necessário que o juiz aplique direito estrangeiro.

Resumidamente, o reenvio é uma interpretação que desconsidera a norma material

da regra de conexão e aplica o direito internacional privado estrangeiro para chegar

à nova norma material, geralmente, de âmbito nacional.

O reenvio pode ser dividido em três graus: o de primeiro grau, que, basicamente,

consiste em dois países, onde o primeiro remete uma legislação ao segundo país,

que, por sua, vez reenvia ao primeiro; o reenvio de segundo grau compõe-se por

três países, onde o primeiro envia sua legislação ao segundo, que a reenvia ao ter-

ceiro; e, por último, o reenvio de terceiro grau, formado por quatro países, no qual

o primeiro remete a legislação ao segundo, que, por sua vez, encaminha ao terceiro

e, finalmente, reenvia ao quarto.

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Nesse sentido, o art. 16 da LINDB proíbe o juiz nacional de aplicar o retorno ou

reenvio, cabendo apenas a aplicação do direito internacional privado brasileiro para

determinar o direito material cabível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a

aplicação do reenvio.

Questão 23    (CESPE/TJ-DFT/JUIZ SUBSTITUTO/2014) Considerando as disposi-

ções da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e a posição doutrinária a

respeito da interpretação dessas normas, assinale a opção correta.

a) Uma lei nova que estabeleça disposições gerais revoga leis especiais anteriores

dedicadas à mesma matéria.

b) No ordenamento jurídico brasileiro, admite-se a repristinação tácita.

c) Entre as fontes de interpretação das normas, considera-se autêntica a interpre-

tação realizada pelos próprios tribunais.

d) A utilização dos costumes como método de integração das normas de direito

material depende de expressa previsão legal.

e) A lei do país de origem do falecido estrangeiro poderá ser utilizada para regular

a sucessão de seus bens localizados no Brasil.

Letra e.

Como regra, de acordo com o art. 10, a sucessão por morte ou por ausência obe-

dece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que

seja a natureza e a situação dos bens.

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado
o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

Ou seja, se um alemão, domiciliado no Brasil, vier a falecer, deverá a lei brasileira

reger a sucessão de seus bens.

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Entretanto, existem situações excepcionais, como prevê o art. 10, § 1º, da LINDB.

§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei bra-
sileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

Sendo assim, se a lei da Alemanha for mais benéfica para o cônjuge ou os filhos

brasileiros, a lei alemã deverá ser utilizada

a) Errada. A assertiva está em desacordo com o princípio da conciliação.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

b) Errada. A repristinação somente pode ocorrer de forma expressa.

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

c) Errada. A interpretação realizada pelos próprios tribunais é a jurisprudencial.

d) Errada. O que depende de expressa previsão legal é a equidade.

No que se refere aos dispositivos da Lei de Introdução às normas do Direito

Brasileiro e à vigência, aplicação, interpretação e integração das leis, julgue os

seguintes itens.

Questão 24    (CESPE/TJ-SE/TJAJ/2014) A interpretação teleológica consiste na

análise da norma de forma contextual, com a comparação entre os dispositivos do

próprio texto legal e outros diplomas normativos.

Errado.

A assertiva trata da interpretação sistemática e não da interpretação teleológica.

Questão 25    (CESPE/TJ-SE/TJAJ/2014) A Lei Federal n.º 12.376/2010 renomeou

a Lei de Introdução ao Código Civil para Lei de Introdução às normas do Direito

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Brasileiro, mas não fez quaisquer alterações relativas às normas de interpretação,

vigência e aplicação das leis.

Certo.

A Lei n. 12.376/2010 alterou apenas a ementa do Decreto-Lei n. 4.657/1942, antes

conhecido como LICC, Lei de Introdução ao Código Civil, passando a denominá-lo

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

Questão 26    (FCC/SEFAZ-RJ/AUDITOR-FISCAL/2014) A Lei n. 11.441, de 04/01/2007,

deu nova redação ao art. 983 do Código de Processo Civil, estabelecendo que o pro-

cesso de inventário e partilha deve ser aberto dentro de sessenta (60) dias a contar da

abertura da sucessão. O art. 1796 do Código Civil em vigor, cuja redação não foi altera-

da por aquela lei, dispõe que no prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão,

instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário.

Considerando o que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro,

a) o art. 1.796 do Código Civil foi revogado expressamente com a nova redação do

art. 983 do Código de Processo Civil.

b) o art. 1.796 do Código Civil sofreu revogação tácita.

c) o art. 983 do Código de Processo Civil e o art. 1796 do Código Civil vigoram

concomitantemente, embora dispondo de maneira diversa sobre a mesma matéria.

d) o art. 1.796 do Código Civil não foi revogado, porque só se admitiria sua revo-

gação expressa, por se tratar de regra inserida em um Código.

e) a nova redação do art. 983 do Código de Processo Civil só entrará em vigor de-

pois de também ser modificada a redação do art. 1.796 do Código Civil.

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Letra b.

Inicialmente, a questão pode parecer difícil, porque menciona o Código de Processo

Civil (CPC). Entretanto, basta você observar que uma determinada lei (Código Civil)

tratava do processo de inventário, estabelecendo um prazo de 30 dias, e, em 2007,

uma nova lei alterou o prazo para 60 dias.

Sendo assim, podemos concluir que o Código Civil sofreu uma revogação tácita.

Questão 27    (FGV/ISS-RECIFE/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/2014) A Lei de

Introdução às Normas no Direito Brasileiro (DL n. 4657/42), denominação dada

pela Lei n. 12.376/10 para a antiga Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro,

estabelece normas sobre vigência, aplicação, interpretação, integração e conflito

de leis no tempo e espaço.

Com relação às previsões estabelecidas em tal diploma legal, analise as afirmativas

a seguir.

I – A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando ela

seja incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei

anterior.

II – Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exi-

gências do bem comum.

III – A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já exis-

tentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

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d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Letra e.

I – Certo. A assertiva está de acordo com o art. 2º, § 1º, da LINDB e os conceitos

doutrinários que regem o assunto.

Art. 2º, § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior.

II – Certo. Questão simples com base na literalidade do art. 5º da LINDB.

Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exi-
gências do bem comum.

III – Certo. A afirmativa trata do princípio da conciliação previsto no art. 2º, § 2º,

da LINDB.

Art. 2º, § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

Questão 28    (FCC/TJ-AP/AJAJ/2014) A lei começa a vigorar, salvo disposição em

contrário,

a) trinta dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a vacatio legis.

b) quarenta e cinco dias depois de promulgada, não produzindo efeitos enquanto

não estiver efetivamente em vigor.

c) quarenta e cinco dias depois de publicada, não produzindo efeitos enquanto não

estiver efetivamente em vigor.

d) quarenta e cinco dias depois de publicada, mas com eficácia plena durante a

vacatio legis.

e) quarenta e cinco dias depois de promulgada, mas com eficácia plena durante a

vacatio legis.

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Letra c.

A questão tem como fundamento o art. 1º da LINDB, que trata do prazo de vacatio

legis e do princípio da vigência sincrônica.

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.

Deve-se ter atenção em dois pontos:

O prazo de vacatio legis começa a partir da publicação e não da promulgação; e

Durante o vacatio legis, a lei ainda não produz efeitos, por não ter obrigatoriedade.

Questão 29    (FCC/MPE-PE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2014) Publicada uma lei consi-

derada de ordem pública, se, durante o período de sua vacatio, realizar-se negócio

jurídico que por ela foi proibido, ele será

a) inexistente, por contrariar a ordem pública.

b) anulável, por configurar dolo bilateral.

c) nulo, por fraudar lei imperativa.

d) válido, porque a lei nova ainda não está em vigor.

e) ineficaz, por caracterizar abuso do direito.

Letra d.

Utilizando os comentários da questão anterior, durante o vacatio legis, a lei

ainda não produz efeitos, por não ter obrigatoriedade. Sendo assim, continua

valendo a lei antiga.

Questão 30    (FCC/TRT 16ª REGIÃO/AJAJ/2014) Uma lei foi elaborada, promulgada

e publicada. Por não conter disposição em contrário, entrará em vigor 45 dias de-

pois de oficialmente publicada, data que cairá no dia 18 de abril, feriado (sexta-fei-

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ra da paixão de Cristo); dia 19 de abril é sábado; dia 20 de abril é domingo; dia 21

de abril é feriado (Tiradentes). Essa lei entrará em vigor no dia

a) 19 de abril.

b) 21 de abril.

c) 20 de abril.

d) 22 de abril.

e) 18 de abril.

Letra e.

Não há qualquer impedimento para a lei iniciar a sua vigência em dia de feriado,

sábado ou domingo. Sendo assim, ela entrará em vigor no dia 18 de abril.

Questão 31    (CONSULPLAN/TRE-RJ/AJAA/2017) No tocante à Lei de Introdução às

normas do Direito Brasileiro, interprete o caso proposto e assinale a afirmativa juri-

dicamente verdadeira. “A Lei n. 8.112/90 previa o direito de licença por assiduidade

para os servidores federais. Posteriormente, a Lei n. 9.527/97 revogou o referido

direito e o substitui por um direito à licença para capacitação. Supondo que seja

aprovada a Lei “X” em 2017 revogando a Lei n. 9.527/97, poder-se-á concluir que

a) não existindo disposição em contrário, a Lei “X” terá vigência de cinco anos,

prescrevendo após este período.

b) com a revogação da Lei n. 9.527/97, fica restaurado o direito de licença por as-

siduidade dos servidores federais.

c) salvo disposição em contrário, a Lei “X” começa a vigorar quarenta e cinco dias

depois de oficialmente publicada.

d) a lei nova, em regra, tem vigência retroativa, cassando as licenças dos servido-

res federais que já se encontravam em gozo do direito.

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Letra c.

a) Errada. De acordo com o princípio da continuidade das leis, de acordo com o

art. 2º da LINDB,

Art. 2º. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a mo-
difique ou revogue.

b) Errada. Como regra, a repristinação é vedada em nosso ordenamento jurídico.

Sendo assim,segundo o art. 3º da LINDB,

Art. 3º. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei re-
vogadora perdido a vigência.

c) Correta. A assertiva está de acordo com o art. 1º da LINDB.

d) Errada. Como regra, vale o princípio da irretroatividade da lei. Sendo assim, a

lei não pode retroagir prejudicando direito adquirido.

Questão 32    (CESPE/TRF 5ª REGIÃO/JUIZ/2017) A continuidade de aplicação

de lei já revogada às relações jurídicas civis consolidadas durante a sua vigên-

cia caracteriza

a) a aplicação do princípio da segurança jurídica.

b) a ultratividade da norma.

c) a represtinação da norma.

d) o princípio da continuidade normativa.

e) a supremacia da lei revogada.

Letra b.

Por ultratividade, devemos entender a capacidade de uma lei, após ser revogada

(perder a vigência), continuar regulando fatos ocorridos durante o prazo em que

esteve em vigor.

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Questão 33    (FCC/TST/AJAJ/2017) João, nascido na Espanha, naturalizou-se ita-

liano, casou-se na França e estabeleceu domicílio único no Brasil, juntamente com

sua esposa. Nesse caso, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito

Brasileiro, serão definidas pela lei do Brasil as regras sobre

a) o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

b) a capacidade e os direitos de família, enquanto as regras sobre o nome serão

definidas pela lei da Espanha.

c) o nome, a capacidade e os direitos de família, enquanto as regras sobre o come-

ço e o fim da personalidade serão definidas pela lei da Itália.

d) o começo e o fim da personalidade, o nome e a capacidade, enquanto as regras

sobre os direitos de família serão definidas pela lei da França.

e) o começo e o fim da personalidade, enquanto as regras sobre a capacidade se-

rão definidas pela lei da Itália.

Letra a.

A questão tem como fundamento o art. 7º da LINDB:

Art. 7º. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo
e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

Questão 34    (CESPE/TRT 7ª REGIÃO/AJAJ/2017) Conforme a Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro,

a) como regra, a lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde sua vigên-

cia, instituto conhecido como repristinação.

b) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os cos-

tumes e os princípios gerais de direito.

c) as correções a texto de lei já em vigor não são consideradas lei nova.

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d) toda lei entra em vigor no país quarenta e cinco dias depois de oficialmente pu-

blicada, sem exceção.

Letra b.

Vamos analisar as assertivas.

a) Errada. Como regra a repristinação é vedada em nosso ordenamento jurídico.

Sendo assim, “salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter

a lei revogadora perdido a vigência”.

b) Certa. Conforme art. 4º da LINDB.

c) Errada. As correções a texto de lei já em vigor são consideradas lei nova sim.

Vide art. 1º, § 4º, da LINDB.

d) Errada. A lei somente entrará em vigor no prazo citado se não houver disposi-

ção em contrário.

Questão 35    (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) De acordo com a legislação

de regência e o entendimento dos tribunais superiores, julgue o próximo item.

Uma lei nova, ao revogar lei anterior que regulamentava determinada relação ju-

rídica, não poderá atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido nem a coisa

julgada, salvo se houver determinação expressa para tanto.

Errado.

A regra de que a lei não poderá retroagir prejudicando o ato jurídico perfeito, o di-

reito adquirido ou a coisa julgada, é absoluta, não sendo possível haver disposição

em contrário.

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Questão 36    (CESPE/TCE-PE/ANALISTA DE GESTÃO/JULGAMENTO/2017) Com re-

lação às normas processuais, julgue o item seguinte.

As leis processuais civis e penais não se sujeitam às regras quanto à eficácia tem-

poral das leis constantes da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, uma

vez que têm regramento próprio.

Errado.

A LINDB é uma norma de sobredireito, ou seja, que regula todos os ramos do direi-

to, inclusive o processual civil e o processual penal, não havendo que se falar em

regramento próprio.

Questão 37    (VUNESP/CÂMARA DE COTIA/SP/PROCURADOR LEGISLATIVO/2017)

Determinada lei, composta por 200 (duzentos) artigos, tratando de assuntos liga-

dos ao direito civil, contemplou a seguinte disposição em sua parte final: Art. 200.

Esta Lei entra em vigor:

I – a partir de 1º de janeiro de 2018, em relação aos arts. 1º a 50;

II – 30 (trinta) dias após a sua publicação, em relação aos arts. 51 a 100;

III – no 1º (primeiro) dia do 6º (sexto) mês subsequente ao de sua publicação, em

relação aos arts. 101 a 130.

Em relação à vigência, é correto afirmar que

a) são nulas as disposições constantes nos incisos I e III do artigo 200, na medida

em que a vacatio deve ser estabelecida em dias.

b) os dispositivos não mencionados expressamente pelo artigo 200 começarão a

vigorar no país 90 (noventa) dias após a oficial publicação da lei.

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c) todas as disposições de vacatio são válidas e os artigos não expressamente

mencionados começarão a vigorar no país 45 (quarenta e cinco) dias após a oficial

publicação da lei.

d) os dispositivos não mencionados expressamente pelo artigo 200 terão vacatio

equivalente ao maior período dentre os incisos que compõem o artigo, a depender

de quando a lei será oficialmente publicada.

e) todas as disposições de vacatio são nulas, pois o artigo deveria contemplar hi-

póteses para todos os artigos que compõem a lei.

Letra c.

Temos, na questão, um precioso exemplo de aplicação do art. 1º da LINDB:

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e
cinco dias depois de oficialmente publicada.

Sendo assim, os dispositivos I, II e III são válidos, pois apresentam um prazo di-

ferente de 45 dias.

Por outro lado, os artigos não citados nos dispositivos I, II e III devem obedecer ao

prazo de 45 dias após a publicação para entrar em vigência.

Questão 38    (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA//CE/PROCURADOR JURÍDI-

CO/2017) A respeito da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, das

pessoas naturais e jurídicas e dos bens, julgue o item a seguir.

Utiliza a analogia o juiz que estende a companheiro(a) a legitimidade para ser cura-

dor conferida a cônjuge da pessoa ausente.

Errado.

É muito importante não confundir analogia com interpretação extensiva.

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Analogia: implica o recurso a uma norma assemelhada do sistema jurídico, em razão da


inexistência de norma adequada à solução do caso concreto.
Interpretação extensiva: consiste na extensão do âmbito de aplicação de uma norma
existente, disciplinadora de determinada situação de fato, a situações não expressa-
mente previstas, mas compreendidas pelo seu espírito, mediante uma in­ terpretação
menos literal. Configura­-se, por exemplo, quando o juiz, in­ter­pre­tan­do o art. 25 do Có-
digo Civil, estende à companheira ou companheiro a legitimidade conferida ao cônjuge
do ausente para ser o seu curador. (Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Esquemati-
zado v.1 – 4. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2014).

No caso em questão, estamos diante de uma interpretação extensiva e não de uma


analogia.

Questão 39    (FCC/TRT 24ª REGIÃO/AJOJ/2017) Sobre a Lei de Introdução às nor-


mas do Direito Brasileiro, NÃO é requisito essencial para a sentença proferida no
estrangeiro ser executada no Brasil
a) a homologação pelo Supremo Tribunal Federal.
b) a tradução por intérprete autorizado.
c) o trânsito em julgado para as partes.
d) a citação regular das partes ou verificação legal da ocorrência da revelia.
e) a prolação por juiz competente.

Letra a.
A questão tem como fundamento o art. 15 da LINDB:

Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os
seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execu-
ção no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

Entretanto, devemos combiná-lo com o art. 105, I, i, da CF/1988, introduzido pela


EC n. 45/2004:

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Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:
(...)
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias.

Dessa forma, a homologação da sentença proferida no estrangeiro é competência

do STJ e não do STF.

Questão 40    (CESPE/SEDF/ANALISTA/2017) Julgue o seguinte item, que trata de

vigência das leis, direitos da personalidade e pessoas jurídicas.

Caso uma lei nova não dispuser sobre a data de início da sua vigência, entende-se

que ela entrará em vigor na data da sua publicação.

Errado.

Segundo o art. 1º da LINDB, caso uma lei nova não dispuser sobre a data de

início da sua vigência, entende-se que ela entrará em vigor 40 dias após a sua

publicação.

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