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DIREITO CIVIL
Aspectos Introdutórios do Direito Civil. Pessoa Natural
Roberta Queiroz
Sumário
Aspectos Introdutórios. . ...............................................................................................................................................3
1. Introdução.........................................................................................................................................................................3
2. Pessoa Natural..........................................................................................................................................................20
Resumo................................................................................................................................................................................49
Questões de Concurso................................................................................................................................................54
Gabarito................................................................................................................................................................................61
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................62
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Aspectos Introdutórios do Direito Civil. Pessoa Natural
Roberta Queiroz
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
1. Introdução
Olá, aluno(a), tudo bem com vocês?
Vamos iniciar nossa primeira aula? Empolgação total, hein?!
Quero começar hoje, nessa introdução, conversando sobre alguns pontos iniciais que irão
facilitar a compreensão de temas que serão abordados futuramente.
Bom, para iniciar, você lembra que o Código Civil que vamos estudar entrou em vi-
gência no ano de 2003?
Pois é, o Código Civil anterior era de 1916, o qual chamo carinhosamente de Código
de Bebé. (Clóvis Bevilaqua, olha ele aqui…)
Esse Código, revogado, era composto por um sistema extremamente cuidadoso com ques-
tões patrimoniais.
Algumas figuras específicas eram a “preocupação” desse diploma, dentre elas:
a) o homem – que tomava as decisões nas relações familiares, fixava domicílio conjugal,
autorizava a esposa a trabalhar, administrando-lhe o salário, detinha o pátrio poder (isso mes-
mo, pátrio poder!) sob os filhos, entre outros…;
b) o testador – que nas relações sucessórias poderia dispor livremente e da forma que
melhor lhe aprouvesse os seus bens;
c) os contratantes – que poderiam contratar da forma que melhor lhe conviessem e sem
possibilidade de revisão contratual (salvo a questão do fortuito ou força maior, não existia te-
oria da imprevisão);
d) os proprietários – que poderiam utilizar a propriedade da maneira que pretendia sem
preocupação com viés social.
Hoje tais figuras ainda existem, mas estão alinhadas com ditames constitucionais, mais
precisamente a Dignidade da Pessoa Humana.
Talvez, por essa nossa conversa, você pense que foi uma transição rápida. Porém, foi
algo paulatino, bem devagar, que acompanhou todo o movimento histórico e político do país
e do mundo.
Não foi algo tão simples, decorreu de muitos movimentos que aconteceram ainda na vigên-
cia do “Código de Bebé” (1916 a 2003).
Resumindo: durante uma boa parte desse momento tínhamos uma relação entre o direito
público e direito privado marcada por uma verdadeira dicotomia, ou seja, um não se relaciona-
va com o outro.
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O direito público era pensado para reger as relações, tão somente, de direito público, ou
seja, as relações do Estado. Estavam em sentido totalmente opostos e não se comunicavam.
Por sua vez, o direito privado, para reger as relações privadas, dos particulares, somente.
Tal dicotomia refere-se à chamada summa divisio clássica.
Direito Direito
Público Privado
Hoje, decorrente dos movimentos de preocupação com a pessoa humana e não mais com
o patrimônio, é que, atualmente, verifica-se a existência de uma summa divisio constitucionali-
zada que se expressa na aproximação do direito público com o direito privado.
Direito Direito
Público Privado
Contudo, é importante que você saiba que nosso Código Civil não é tão novo assim. Sua re-
dação começou na década de 70 e, Lembre-se se que o Brasil vivia, à época, a ditadura militar.
Neste mesmo período, iniciou-se a elaboração do projeto do Código Civil de 2002, ou seja,
nosso atual sistema foi pensado, redigido e elaborado em regime militar.
Esse projeto tramitou no legislativo e, após emendas, foi promulgado e publicado em 2002.
Então, você já sabe que o Código Civil de 2002 não é de 2002. Na verdade, esse Código já
nasceu idoso, velho, e, até mesmo, um pouco desatualizado.
Por conta disso, é que, hoje, nos deparamos com alguns dispositivos que não estão de
acordo com a nossa realidade.
A exemplo disso, podemos mencionar a declaração do STF sobre a inconstitucionalidade
art. 1.790 do Código Civil que tratava a sucessão do companheiro de maneira detrimentosa em
relação à sucessão do cônjuge, tradada pelo art. 1.829 do mesmo Código.1 Mas isso é só para
ilustrar, vamos estudar na parte de sucessões.
1
Vide Recurso Extraordinário n. 646.721 e Recurso Extraordinário n. 878.694.
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Pois é, eu também achei bastante demorado, mas desde o período dos anos 70, até che-
garmos efetivamente na publicação do nosso Código Civil de 2002, o qual teve o período de
vacatio legis de um ano, houve diversas alterações, reformas e emendas nas Casas Legislati-
vas até sua aprovação.
O NCC passou então a ter vigência em 2003, olha só esse print do do finalzinho da lei:
Assim, observe que, embora o nosso Código Civil realmente tenha sido um Código que já
nasceu velho e desatualizado em muitas passagens, inadequado ao momento em que nós
vivemos, já é um rompimento muito grande no sentido de que nós temos institutos novos que
configuram uma nova jornada no Direito Civil.
É essa jornada que eu convido vocês a percorrer comigo a partir de agora, dentro do Direito
Civil que vamos estudar, sempre com o pensamento voltado ao moderno, às evoluções sociais…
Onde a sua leitura encontrar um instituto inadequado ao momento, eu peço a você que
releia já de acordo com o ordenamento jurídico que a gente tem hoje, sempre observando a
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Chaves de Farias, Cristiano. Rosenvald, Nelson. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB. 18ª ed. rev. atual. amp. Editora
JusPodivm. 2020
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dignidade da pessoa humana, que é o pilar, o baldrame de sustentação do Direito Civil moder-
no, constitucionalizado.
Peço licença a você para citar mais um trecho do Professor Cristiano Chaves:
Velhos institutos cedem espaço para novos valores, trazidos pela brisa segura e agradável do mode-
lo social estabelecido pela Constituição […] essa é a travessia que se inicia, afirmando a nova era de
respeito ao homem e estímulo à cidadania. O céu é ‘de brigadeiro’. Boa viagem a todos nós.3
Professora, você citou sobre baldrame de sustentação do Direito Civil moderno. Então…
quais são?
Ah, sim…
Então, são princípios implícitos, automáticos, no ordenamento jurídico civilista, previstos
no Direito Civil de ponta a ponta.
Decorrem, inclusive, da aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas.
3
http://www.editorajc.com.br/redescobrindo-as-fronteiras-do-direito-civil-uma-viagem-na-protecao-da-dignidade-humana/
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PRINCÍPIO DA ETICIDADE
Ah, Roberta, mas, na parte de contratos, ela está lá, expressa no Código Civil!
Sim! Mas, mesmo não expressa em áreas como a de alimentos, regime de bens,
obrigações, posse, propriedade, direitos reais, vizinhança, sucessão… está,
implicitamente, presente em tudo, porque a principiologia civilista impõe, hoje, a boa-fé
objetiva em tudo!
Sim, sim.
Temos dois tipos de boa-fé: a subjetiva e a objetiva.
A subjetiva tem a ver com a intenção, com o que está interiorizado na mente do sujeito.
A objetiva, por sua vez, é aquele padrão comportamental ético exigido nas condutas dos
sujeitos.
Então, principiologia relacionada à boa-fé é a boa-fé objetiva.
Ah, Roberta, isso quer dizer que a boa-fé subjetiva não é levada em consideração?
É aquele que ignora o vício ou tem justo título, que faz presumir a boa-fé, não é? Então,
lá, quando você leva em consideração que a pessoa ignora o vício, está tratando da boa-
fé em sua vertente subjetiva.
Mas quando falo em padrão comportamental, principiologia, estou me referindo à boa-
fé objetiva.
Aliás, o rompimento da boa-fé objetiva, quando você está exercendo um direito seu, é
causa de abuso do direito e o art. 187 do CC, enquanto aplicador da teoria do abuso do
direito, enseja uma responsabilidade civil objetiva.
Mas caaalma, não se preocupe, pois vamos falar desse artigo com calma mais adiante.
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PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE
Por meio desse princípio, nós temos uma transcendência do egoísmo, da preocupação
individualizada, para uma preocupação com o coletivo.
O princípio da socialidade não impõe socialismo, não tem nada a ver.
Na verdade, esse princípio impõe uma preocupação com o coletivo. A gente sai daquela
esfera de egoísmo, de preocupação com patrimônio, de “eu posso fazer o que eu quiser
enquanto eu sou proprietário”, “eu sou contratante e posso usar do contrato como
forma de esmagamento social”… a ideia não é mais essa! Já foi (lá no Código de Bebé)!
Na verdade, a socialidade tem a ver com a função social. E nós falamos em “função social”
de uma maneira geral! É inerente ao Direito Civil falar em função social da propriedade,
função social do contrato…
Ah, sim, significa dar à propriedade uma destinação, sem ficar sobressaindo o seu
interesse individual. Então, no âmbito urbano, por exemplo, dar a função social à
propriedade significa cumprimento do plano diretor.
Tanto é verdade isso, que ocorre punição pelo descumprimento da função social, por
meio do fenômeno da desapropriação, que, além de estar na própria Constituição
Federal, é previsto no art. 1.228 do Código Civil.
A função social do contrato também é de enorme relevância no ordenamento jurídico,
porque, muitas vezes, é o ponto central para uma revisão contratual. Só que é muito fácil
falar de função social da propriedade e do contrato, mas função social não está restrita
somente a esses institutos.
A gente tem função social das famílias, função social da posse – que é muito considerada
para a usucapião coletiva, lá no art. 1.228 do CC, função social do recibo (lá, nas
obrigações), entre outros…
E, para deixar um pouco o “jurídico” de lado, existe um texto que é de um viés bem social
mesmo, que se chama “função social do(a) amante”. Coloca lá no Google, que é bastante
interessante a leitura, embora não tenha um aspecto propriamente jurídico.
Então, com tudo isso exposto, a gente tem um rompimento do individualismo para uma
preocupação com o coletivo em vários institutos outrora “egoístas”.
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Yes, baby: O art. 5º do Código Civil trata da emancipação e estabelece essa possibilidade
para os casos em que o menor com 16 anos que tenha “economia própria” seja
emancipado pela lei.
Em 2002, o que era “economia própria”?
É só pensar quanto era o salário mínimo nesse ano: 200 reais? 250 reais? (não me
recordo, mas era por aí, rsrsrs)
Se você coloca 250 reais na lei – é só um exemplo esdrúxulo, para você entender –, hoje,
poderíamos considerar esse valor como sendo “economia própria”?
Claro que não! Então, na verdade, você tem, aí, a interpretação do instituto considerando
o que a gente tem hoje. É uma expressão que se ajusta ao tempo e isso é exatamente o
que chamamos de cláusulas gerais, conceitos abertos.
Aliás, boa-fé objetiva e função social são expressões cláusulas gerais.
Então essas são as regras iniciais principiológicas, o nosso baldrame axiológico do Di-
reito Civil.
Outros pontos interessantes que precisamos abordar são algumas terminologias…
Vamos continuar…
Ainda nesse encontro, eu quero que você saiba os conceitos de direito subjetivo e objetivo
O direito objetivo são as normas que regulam as relações no “viver” em sociedade.
Trata-se de um o conjunto de normas que o Estado ordena que devem ser seguidas e que
obrigam as pessoas a terem comportamentos condizentes com a ordem social estabelecida.
O direito objetivo é exatamente o que está previsto nas leis, como por exemplo, tudo que
está no Código Civil, Código Penal etc.
É o direito positivado!
O direito subjetivo, por sua vez, é o direito que o sujeito tem de exercer uma determinada
conduta autorizada por lei; revelam-se como “poder-dever”. A exemplo disso podemos citar um
credor que ajuíza uma ação contra seu devedor para cobrança de seu crédito.
Esses direitos subjetivos estão intimamente ligados a prazos prescricionais. Não esquece!
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Assim, enquanto a expressão direito objetivo exprime o conjunto das regras normativas que discipli-
nam um determinado ordenamento, o direito subjetivo, por seu turno, diz respeito ao poder de exigir
ou de pretender de alguém um comportamento específico.4
Ah, sim, o direito potestativo é um direito que pode ser exercido pelo seu titular independen-
temente da “oposição” de um terceiro; é o direito que pode ser implementado mesmo contra
vontade de alguém. É o caso, por exemplo, do direito de revogar uma procuração dada, caben-
do ao mandatário apenas aceitar tal condição.
É uma prerrogativa jurídica de impor a outrem, unilateralmente, a sujeição ao seu exercício;
é um ato unilateral.
Arrematando, importa lembrar que, se a norma jurídica prevê um prazo para que o titular
venha a realizar determinado direito potestativo, através de sua declaração de vontade, o seu
não exercício importa decadência (também dita caducidade). Não havendo prazo em lei para o
exercício de direito potestativo, este não estará sujeito a prazo extintivo, podendo ser exercido
a qualquer tempo.5
Podemos até já mencionar aqui que nem todo direito potestativo tem prazo, a exemplo do
divórcio, mas quando houver prazo, esse será decadencial.
Uaau, agora sim, você está pront@ para conversar sobre Direito Civil…
Então, vamos entender a estrutura do Código Civil?
Bom… Vamos estudar esse Código que é representado pela Lei n. 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 e, como falamos anteriormente, passou a ter vigência em 12 de janeiro de 2003.
Sem dúvida nenhuma, é um grande “livro da vida” dividido em Livros, Títulos, Capítulos e
Seções, cuida da vida das pessoas do momento em que nascem até a morte.
Mas não esqueça que Código Civil não é sinônimo de Direito Civil. Na verdade, o Direito Civil
é composto pelo CC e outras normas civilistas, como ECA, CDC, Estatuto do Idoso, Alimentos
Gravídicos, entre outras tantas que falaremos ao longo do estudo do Código Civil.
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Chaves de Farias, Cristiano. Rosenvald, Nelson. Curso de Direito Civil – Parte Geral e LINDB. 18ª ed. rev. atual. amp. Editora
JusPodivm. 2020
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Parte Geral
LIVRO I DAS PESSOAS LIVRO II DOS BENS LIVRO III DOS FATOS JURÍDICOS
TÍTULO III
DOS ATOS ILÍCITOS
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TÍTULO IV
DA PRESCRIÇÃO e DA DECADÊNCIA
CAPÍTULO I
DA PRESCRIÇÃO
Seção I
Disposições Gerais
Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem
a Prescrição
Seção III
Das Causas que Interrompem a
Prescrição
Seção IV
Dos Prazos da Prescrição
CAPÍTULO II
DA DECADÊNCIA
TÍTULO V
DA PROVA
PARTE ESPECIAL
CAPÍTULO I
CAPÍTULO I
DO PAGAMENTO
DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
CAPÍTULO II
De Quem Deve Pagar
DA MORA
Seção II
CAPÍTULO III
Daqueles a Quem se Deve
DAS PERDAS E DANOS
Pagar
CAPÍTULO IV
Seção III
DOS JUROS LEGAIS
Do Objeto do Pagamento e
Sua Prova
CAPÍTULO V
DA CLÁUSULA PENAL
Seção IV
Do Lugar do Pagamento
CAPÍTULO VI
DAS ARRAS OU SINAL
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TÍTULO I Seção V
DAS MODALIDADES DAS Do Tempo do Pagamento
OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO II
CAPÍTULO I DO PAGAMENTO EM
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR CONSIGNAÇÃO
Seção II
Da Solidariedade Ativa
Seção III
Da Solidariedade Passiva
TÍTULO II
DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I
DA CESSÃO DE CRÉDITO
CAPÍTULO II
DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
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CAPÍTULO V Seção II
DA LOCAÇÃO DE COISAS Do Seguro de Dano
CAPÍTULO XX
DO COMPROMISSO
CAPÍTULO I
DA PROMESSA DE RECOMPENSA
CAPÍTULO II
DA GESTÃO DE NEGÓCIOS
CAPÍTULO III
DO PAGAMENTO INDEVIDO
CAPÍTULO IV
DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
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Seção II
Dos Direitos do Credor
Pignoratício
Seção III
Das Obrigações do Credor
Pignoratício
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Seção III
Da Suspensão e Extinção do Poder
Familiar
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Seção I CAPÍTULO V
Disposições Gerais DA PARTILHA
CAPÍTULO VI
Seção II
DA GARANTIA DOS QUINHÕES
Dos Efeitos do Legado e do
HEREDITÁRIOS
seu Pagamento
CAPÍTULO VII
Seção III
DA ANULAÇÃO DA PARTILHA
Da Caducidade dos Legados
CAPÍTULO XIV
DO TESTAMENTEIRO
Assim, observe que temos, no Código Civil, uma estrutura didática e que norteará nos-
sos estudos…
Boa viagem a todos nós…
2. Pessoa Natural
Nesse tópico nós começamos o estudo do Direito Civil falando de quem realmente é o
“centro” do Direito – a pessoa natural.
Quem é a pessoa natural?
É o ser humano! Esse é a pessoa que a gente tanto fala, com quem nos preocupamos hoje
no estudo e interpretação do Direito Civil.
Essa pessoa é tão importante porque é ela o centro das relações jurídicas.
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Ah, prof., eu sei que no Direito Administrativo, temos o princípio da legalidade e lá signi-
fica que o administrador só poderá atuar quando a lei permitir; administrar significa aplicar
a lei de ofício.
Então a pessoa natural e a pessoa jurídica podem tudo que a lei não proibir?
Sim. Exatamente. Eu, Roberta, posso criar um regime de bens que não tem previsão na lei?
Sim, posso – a lei não me proíbe; posso criar um contrato que não tenha previsão legal? Sim,
pois a lei não me proíbe.
Veja que o particular com personalidade pode praticar os atos que a lei não proibir.
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Nossa prof., gostei de saber disso, mas qual conceito de personalidade jurídica?
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.
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Saber se respirou ou não é para fins de saber se o sujeito adquiriu ou não personalida-
de jurídica.
Imagina o pai do nascituro que morreu no curso da gestação. Se ele respira, recebe a he-
rança e se morre logo após, transmite a herança para a mãe dele. Se ele sai do ventre materno
e não respira, ele não receberá a herança e a regra sucessória dos bens de falecimento do pai
segue a regra normal do art. 1.829: não havendo descendentes, vai para os ascendentes.
Ei, não esqueça que as certidões mencionadas possuem natureza declaratória!!! Por isso,
tem efeito ex tunc. Exemplo: eu nasci no dia 09 de julho, mas minha certidão de nascimento
deve ter sido feita em algum dia posterior a essa data. Eu não passei a existir a partir da data
em que foi feita a certidão, mas, sim, desde o meu nascimento!!!
Entendeu? O início da personalidade, então, se dá com o nascimento com vida. A certidão
de nascido morto, do natimorto, tem assento no livro auxiliar, letra C, do cartório de pessoas
naturais, conforme a Lei de Registros Públicos.
No Brasil, basta o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório. Entenda:
no Brasil, não se exige viabilidade, não se exige sobrevida, não se exige forma
humana. Isso quer dizer que, no Brasil, basta respirar para ser pessoa natural.
• Não se exige viabilidade: não é preciso a formação interna dos órgãos
de maneira perfeita, apta a propiciar a vida extrauterina. Por isso que os
anencefálicos nascem, respiram, e, mesmo tendo uma má formação cerebral adquirem
personalidade jurídica, mesmo sabendo que eles podem morrer imediatamente após o
parto. O mesmo ocorre com pessoas com microcefalia ou com uma formação interna
dos órgãos que inviabilize a vida extrauterina.
• Não se exige sobrevida: sobrevida seria um lapso temporal mínimo fora do ventre ma-
terno para adquirir personalidade. No Brasil, não temos isso. Nasceu e respirou, já ganha
a personalidade jurídica.
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• Não se exige forma humana: é até um termo pejorativo, mas significa pessoas com
deformidades físicas – aquelas que destoam da forma tradicional humana também ad-
quirem a personalidade jurídica.
Roberta, entendi tudo, tudinho, mas o que acontece com o nascituro? É ou não é pessoa?
Tem direitos? Como é essa história?
6
Dentre os concepcionistas existem os mais “extremistas” e os “menos extremistas”. Os primeiros, consideram pessoa
desde a concepção, desde o coito. Se teve a relação sexual e fecundou o óvulo, é pessoa. Já outros, consideram que é
pessoa a partir do 14º dia após o coito, que é quando ocorre o fenômeno da nidação, ocorrido quando o embrião se fixa na
parede do útero materno.
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A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.
Sim, perfeito!
Isso porque o dispositivo legal diz que a personalidade civil da pessoa começa do nasci-
mento com vida.
MAS CUIDADO: já vimos que o ordenamento jurídico civilista não é sinô-
nimo de Código Civil. Como eu te disse, essa ideia já está ultrapassada! Na
verdade, o CC está dentro do ordenamento jurídico civilista, que é composto,
também, por outras normas, entendimentos doutrinários e jurisprudenciais.
É importante mencionar que o STJ é concepcionista, uma vez que, por
exemplo, ele reconhece a possibilidade de dano moral ao nascituro. Por isso,
melhor entender que, embora a redação do art. 2º do CC não tenha sido alterada até o momen-
to, há uma grande possibilidade de alteração futura, porque a teoria natalista é considerada um
pouco ultrapassada nos dias de hoje.
Então, embora o Código Civil aponte claramente para a adoção da teoria natalista, o or-
denamento jurídico como um todo, considerando o “todo”, indica uma forte tendência para a
adoção da teoria concepcionista.
Um tema muito recorrente de OAB é a Lei de Alimentos Gravídicos, e quem é o destinatário
desses alimentos? O nascituro, óbvio, pensando, então, em uma teoria concepcionista.
Contudo, não podemos deixar de mencionar a ADI 3510,
que discutiu a questão das células-tronco, na qual o STF de-
cidiu que o embrião congelado é objeto de direito. Então, te-
mos que analisar todas as situações, sem fixar barreiras de
informação. Mas não se preocupa, a banca não vai querer
cobrar isso… é polêmico demais… Mas vou retomar o tema
mais adiante.
Assim, considerando os aspectos mencionados, podemos
mencionar alguns direitos do nascituro:
O STJ reconhece o direito ao dano moral para nascituro – {Resp 399.028/SP} {Resp1.487.089 –
caso Rafinha Bastos X Wanessa Camargo}
O nascituro tem direito a receber alimentos gravídicos – Lei n. 11.804/2008. Lembre-se se que esse
alimentos são fixados a partir de indícios da paternidade. O exame de DNA intrauterino não pode ser
obrigatório, porque pode acarretar danos ao feto.
Além disso, pode ocasionar a prisão do devedor de alimentos, caso ele não pague, nos moldes do
art. 732 e seguintes do CPC.
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Lembre-se, também, que, com o nascimento do bebê, caso seja constatado que o alimentante não
era pai, não há a possibilidade de repetibilidade, porque os alimentos são irrepetíveis, indevolvíveis.
Talvez, o sujeito possa pleitear danos morais ou materiais em face da genitora, mas deverá compro-
var os aspectos relacionados à responsabilidade civil, em uma vara cível (e não de família).
Existe direito ao pagamento de DPVAT pela morte de nascituro – {Resp 1.120.676 – informativo 547
do STJ}.
Não é uma jurisprudência recente, mas continua a ser objeto de discussões, pois a lei do DPVAT
trata dos danos “à pessoa humana”. Se o nascituro fosse considerado meramente uma coisa, não
se teria direito ao pagamento de DPVAT pela morte de nascituro em acidente de trânsito. Porém, o
STJ decidiu pela aplicação do seguro ao nascituro, seguindo a linha concepcionista.7
O nascituro pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de transmissão inter
vivos (exemplo simplório: chá de fraldas);
O nascituro pode ser beneficiado por legado e herança (para ser herdeiro, tem que estar vivo na data
da morte do autor da herança, ou pelo menos CONCEBIDO, e o nascituro o está, concorda?);
Pode ser-lhe nomeado curador para a defesa dos seus interesses;
O Código Penal tipifica o crime de aborto;
É desnecessária a intervenção do MP como curador ao nascituro no ato em que nubentes definem
o regime de bens do casamento – {Resp 178.254}. Isto porque cabe apenas ao casal definir o seu
regime de bens.
Então, com tudo isso que comentamos, eu quero apenas chamar sua atenção, novamente,
para um tema muito abordado em prova, que é a questão do Direito Sucessório e da Persona-
lidade Jurídica.
Observe que a partir da redação do art. 2º do Código Civil, a gente sabe que o início da
personalidade jurídica se dá a partir do momento em que se nasce vivo, a partir do funciona-
mento do aparelho cardiorrespiratório, quando há a entrada de ar nos pulmões. Nós falamos,
também, que o exame realizado para fazer essa aferição é a docimasia hidrostática de Galeno,
que consiste na colocação de fragmentos do pulmão em um líquido.
Isso é muito importante, inclusive, para fins de direito sucessório. Se o pai da criança que
está no ventre materno falece durante a gestação, o nascituro poderá ser herdeiro. Na qualida-
de de herdeiro, poderá adquirir personalidade jurídica e, por consequência, a sua herança. Se
ele respirar, receberá a herança imediatamente e, falecendo em seguida, transferirá a herança
para a mãe, na ordem de vocação hereditária do art. 1829, CC.
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III – ao cônjuge sobrevivente;
IV – aos colaterais.
Caso o bebê não respire, será considerado natimorto. Não adquiriu personalidade jurídica
e, por isso, não recebeu direitos e deveres e, por isso, não recebeu a herança. Sendo assim, a
herança do genitor vai seguir a ordem normal, dos casos em que não há descendentes. (recor-
dar é viver!)
Ainda, convém destacarmos aqui algumas terminologias que não se confundem:
• Nascituro: Aquele que tem vida intrauterina, que está no ventre materno, independente-
mente do que se pensa a respeito da nidação ou do momento do coito.
• Concepturo: É aquele que ainda nem foi concebido. Quando falamos em concepturo,
falamos em prole eventual. É um conceito estudado na aula de fideicomisso, no direito
sucessório. Exemplo: eu quero deixar um apartamento em testamento para o filho de
Maria e ela sequer está grávida.
Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obti-
das de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo proce-
dimento, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões inviáveis; ou II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da
publicação desta lei, ou que, já congelados na data da publicação desta lei, depois de completarem
3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento
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Várias entidades e médicos foram ouvidos como amici curiae – é muito utilizado como
referência para tratar do amicus curiae, previsto no art. 138 do CPC. Também foram levados
em consideração aspectos religiosos. Alguns defenderam que, naquele estágio, havia vida hu-
mana e, outros, o contrário.
É um acórdão extenso, que vale a leitura a título de informação e esclarecimento.
Nesse caso, o STF decidiu que o art. 5º da Lei de Biossegurança é constitucional, e que o
embrião congelado, considerando a aplicabilidade do art. 2º do CC, é um objeto de direito, em
virtude da teoria natalista.
Portanto, é possível visualizar, na jurisprudência brasileira, tanto aspectos concepcionistas
(STJ), quanto aspectos natalistas (STF).
Não Podemos afirmar categoricamente que, porque o STF decidiu assim, todos devemos
adotar a teoria natalista.
Feitas tais considerações, a gente entra em um outro tópico relacionado à pessoa natural
que é a CAPACIDADE.
Vale lembrar que, no mesmo momento em que se adquire a personalidade jurídica, se ad-
quire a capacidade de direito.
A personalidade jurídica (art. 2º, CC) é a aptidão genérica para titularizar direitos e deveres.
Já a capacidade de direito (ou capacidade de gozo) é prevista no art. 1º do CC, que diz que
TODA PESSOA É CAPAZ DE DIREITOS E DEVERES.
NÃO EXISTE NINGUÉM INCAPAZ DE DIREITO!
Exemplo: um menino de 10 anos de idade pode ter conta no Banco do Brasil? Sim, porque
ele tem personalidade jurídica e capacidade de direito. Ele pode responder pelo prejuízo que
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causar? Sim, porque ele tem personalidade jurídica e capacidade de direito. Embora, conforme
o art. 928, CC, a responsabilidade seja subsidiária, o menor de idade pode ser responsabilizado.
O detentor de personalidade jurídica, capacidade de direito e capacidade de fato é conside-
rado plenamente capaz.
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REDAÇÃO ORIGINAL
Art. 3º do CC Art. 4º do CC
Voltando à questão dos incapazes, observamos que: novo sistema de incapacidades que
temos hoje tem por base o Estatuto da Pessoa com Deficiência – Lei n. 13.146/2015.
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Como vimos, no Código Civil de 2002, em sua redação original, tínhamos um sistema de
incapacidades totalmente diferente, vejamos:
O Estatuto da Pessoa com Deficiência trouxe uma verdadeira revolução, alterando es-
ses artigos.
Hoje, se fala em um sistema de liberdade.
A gente preconiza a dignidade da pessoa humana em relação à sua liberdade na vida, até
mesmo como um aspecto de observância do conceito de felicidade.
Esse aspecto de dignidade-vulnerabilidade ficou para trás, porque, quando a gente obser-
vava as pessoas com deficiência à luz da redação original do CC/2002, elas eram vistas como
seres incapazes.
Hoje, com a modernização das técnicas de tratamento, há uma maior inserção dessas pes-
soas na vida em sociedade, no âmbito do trabalho e tudo o mais.
A gente vê pessoas com Síndrome de Down atuando em novelas, formando-se profissio-
nalmente na vida, trabalhando…
Então eu quero que você compreenda que o Estatuto veio para dar margem de liberdade a
essas pessoas, tirando o aspecto de vulnerabilidade que a elas era atribuído.
Sob um aspecto positivo, essa mudança trouxe uma maior humanização do direito, evi-
dentemente.
Por outro lado, entendo que foi, um tanto quanto, reduzida a proteção que essas pessoas
tinham no âmbito do Direito Civil, porque, se antes você se deparava com alguma situação de
deficiência, especialmente mental, os atos praticados por essa pessoa seriam inválidos. Ago-
ra, são válidos e, infelizmente, a gente nunca sabe o que se passa pela mente do outro sujeito.
Mas isso é algo que deve ser objeto de ponderação quando você estiver exercendo sua
profissão.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência não trata apenas da pessoa com deficiência mental,
mas também sensorial e física.
São vários aspectos que são trabalhados e que a gente deve ter muito cuidado.
Interessante lembrar que falamos muito do Código Civil de 1916, e essa lei tratava dos “lou-
cos de todo gênero”, expressão hoje tida como pejorativa e não mais utilizada.
Dá só uma olhadinha nesse artigo do Estatuo da Pessoa com Deficiência:
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I – casar-se e constituir união estável;
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas
sobre reprodução e planejamento familiar;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
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V – exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e VI – exercer o direito à guarda,
à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas.
Então, estamos diante de uma nova era, em que pessoas, mesmo que com algum grau de de-
ficiência, possuem ampla liberdade para tomar as decisões que concernem à sua própria vida.
Quando o Estatuto da Pessoa com Deficiência entrou em vigência, essas pessoas listadas
no dispositivo legal “dormiram” sendo incapazes e “acordaram” sendo capazes de praticar os
atos da vida civil.
Eu tinha um caso no meu escritório em que uma pessoa com deficiência precisou entrar
com um processo judicial para poder se casar. Muito se discutia se era possível ou não. Com a
entrada em vigor dessa legislação, o caso foi resolvido. Olhem a relevância disso!
Às vezes, quando não temos ninguém próximo, nessa situação, não conseguimos compre-
ender como isso foi importante. Por isso, vocês devem ter muito cuidado ao aplicar a letra fria
da lei, quando assumirem estiverem exercendo a profissão.
Cada processo envolve a vida de alguém.
Todos os que integram o processo devem ter olhos sensíveis para perceber as peculiarida-
des de cada caso concreto.
Olha só esse artigo aqui, também do Estatuto:
Art. 84: A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal
em igualdade de condições com as demais pessoas. § 1º Quando necessário, a pessoa com defi-
ciência será submetida à curatela, conforme a lei. § 2º É facultado à pessoa com deficiência a ado-
ção de processo de tomada de decisão apoiada. (art. 1.783-A, CC) § 3º A definição de curatela de
pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e
às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. § 4º Os curadores são obrigados
a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo
ano.
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Nem todo naturalmente incapaz é absolutamente incapaz, mas todo absolutamente incapaz é natu-
ralmente incapaz, porque ele é menor de 16 anos.
(ficou lindo isso, rsrsrs)
Prof., e os menores?
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É por isso que, em alguns casos, uma criança pode ter sua opinião levada em considera-
ção. Exemplo disso é a fixação de guarda de menor. Porém, isso se dá de maneira relativa, e
não absoluta, uma vez que pode acontecer, por exemplo, de um dos pretensos guardiões dar
muitos presentes à criança e, portanto, a opinião desta estaria turvada pelas vantagens recebi-
das. A criança é um ser bastante interesseiro porque ainda não tem discernimento, mas o juiz
pode levar sua opinião em consideração.
• Índios – Lei n. 6.001/1973 – Estatuto do Índio – Não se pode afirmar que o índio é
considerado absoluta ou relativamente incapaz pelo Código Civil, porque eles possuem
legislação específica. Já foram tratados como absolutamente incapazes, pelo CC/1916
(“Silvícolas”), mas, hoje, possuem legislação própria. Os índios inseridos em sociedade
são capazes para praticar os atos da vida civil. Os não inseridos em sociedade, por sua
vez, poderão ter seus atos invalidados.
• Surdos: Não se fala em “surdo-mudo”, porque, na verdade, ele não consegue falar porque
não ouve. Então falamos somente “surdo”. O surdo é capaz. É uma espécie de deficiên-
cia tratada pelo EPD.
• Ausentes são aquelas pessoas que desaparecem do domicílio sem deixar notícias. Eles
já foram tidos como incapazes na legislação anterior. Hoje, onde quer que eles estejam
vivendo, são capazes. Para a caracterização da ausência, é necessária a não-presença
e a não-notícia.
• Os incapazes podem praticar atos da vida civil, desde que sejam representados.
Mas quem representa essas pessoas? Em relação aos menores, a representação virá dos
genitores, em virtude do poder familiar, que é automático e inerente à condição de mãe e pai.
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Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente;
V – entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. Parágrafo único. Perderá
também por ato judicial o poder familiar aquele que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tra-
tar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à
condição de mulher;
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tra-
tar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à
condição de mulher;
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclu-
são.
Outro ponto bem cobrado em prova também e é muito importante você saber, é que quem
tem o direito de nomear o tutor são os pais, por meio de documento autêntico ou de testamen-
to, conforme artigo: 1.729 do CC.
Então, quando existe uma situação em que, por exemplo, o pai faleceu e a mãe está em
estágio terminal de câncer, ela poderá deixar consignada, por meio de documento ou de testa-
mento, a indicação de quem ela deseja que seja o tutor do seu filho.
Todavia, se os pais perderem o poder familiar, também perderão esse direito de nomear
tutor para o filho – óbvio, Brasil!
O instituto da tutela é estudado no direito das famílias e faz referência a um cuidado, zelo,
guarda dos menores.
Para os maiores que sejam relativamente incapazes (não existe nenhum maior absoluta-
mente incapaz, lembre-se disso), será nomeado um curador.
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Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação,
alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera
administração.
Agora, quando esses incapazes praticam os atos representados, eles são válidos, porque
temos um suprimento da incapacidade pela representação.
No entanto, quando o absolutamente incapaz pratica o ato sem o representante, o ato é
nulo, conforme art. 166, I do CC.
Já quando o relativamente incapaz pratica o ato sem o seu assistente, o ato é anulável
conforme art. 171, I do CC.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente; […]?
Porém, existem atos que o menor púbere pode praticar mesmo sem o seu assistente, que
serão válidos: ser testemunha, aceitar contrato de mandato e fazer o próprio testamento.
Ah sim, o benefício do Restitutio in Integrum estabelece que, quando alguém realizar con-
trato com incapazes, poderá, o incapaz, reaver tudo que pagou. Esse benefício gera uma in-
segurança jurídica muito grande, porque, mesmo que o incapaz fosse representado, a pessoa
incapaz poderia reaver tudo que investiu, desfazendo o contrato.
O CC/1916 vedava expressamente o benefício da restituição integral.
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Já o CC/2002 não menciona esse instituto. Porém, ele continua vedado. Isso porque nós
temos, no CC/2002, pontos peculiares a respeito de quem realiza contrato com menores. Esse
benefício da restituição integral passaria por cima, inclusive, de quem realizasse contrato com
menores representados e, no Brasil, a gente sabe que, se o menor estiver representado, haverá
suprimento da incapacidade e o ato estará perfeito.
Levando em consideração que falamos de personalidade juríica e capacidade, ainda, temos
que mencionar, à título de curiosidade, o Marco Civil da Primeira Infância – Lei n. 13.257/2016,
que fixa políticas públicas para a primeira infância – zero a seis anos.
Ainda, convém mencionar que a Súmula n. 342 do STF dispõe que no procedimento para
aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de outras provas em face da confis-
são do adolescente.
O Mútuo feito a menor não pode ser reavido (art. 588, CC), salvo art. 589, CC: art. 588. O
mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode
ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
Lembra que no Brasil dívida de jogo não pode ser cobrada? Pois bem, pode o menor ou
interdito cobrar dívida de jogo paga voluntariamente, conforme art. 814 do CC: As dívidas de
jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que volun-
tariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
Lembre-se se que, em regra, as dívidas de jogo não têm exigibilidade, mas o devedor que
paga esse tipo de dívida não está fazendo pagamento indevido, não poderá exigir de volta o
que pagou…
Porém, quando se trata de menor, ele poderá cobrar de volta as dívidas pagas em relação
a jogos ou apostas.
Ainda envolvendo questão de incapacidade, não haverá partilha amigável se houver inca-
paz, conforme art. 2.015 do CC – Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha ami-
gável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado
pelo juiz.
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Perde a proteção o menor púbere (de 16 a 18 anos) que ocultar dolosamente a idade ao
obrigar-se: art. 180 do CC: O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se
de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra
parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Um tema muito cobrado em prova é a responsabilidade civil do incapaz que pode ser res-
ponsabilizado subsidiariamente pelos atos lesivos praticados a terceiros (art. 928 do CC). Veja
que a responsabilidade será, portanto, subsidiária (responde, primeiramente, o representante,
apenas se ele não puder ou não tiver obrigação de responder por aquele ato, é que se busca
o incapaz).
Aos incapazes poderão ser nomeados curadores especiais para atuação em juízo: art. 72
do CPC: O juiz nomeará curador especial ao:
I – incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os
daquele, enquanto durar a incapacidade;
II – réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto
não for constituído advogado. Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defenso-
ria Pública, nos termos da lei.
No Processo Civil, temos a capacidade de estar em juízo (própria de quem tem capacidade
de fato.) No caso dos incapazes, a incapacidade deverá ser suprida, pelo fenômeno da repre-
sentação, mas tem o menor a capacidade de ser parte (inerente a todo sujeito de direitos).
Imagine uma ação de alimentos: o autor da ação é João, de 05 anos, representado pela
genitora, para suprir-lhe a incapacidade de estar em juízo (legitimidade ad processum).
Outro caso: Eu posso me casar com 16 anos? Sim, mas preciso ter o consentimento dos
meus pais. Se eles negarem, eu posso ajuizar uma ação que supra esse consentimento. Eu
tenho capacidade de ser parte? Sim. Eu tenho capacidade de estar em juízo? Não, porque só
tenho 16 anos. Meus pais vão me representar em uma ação contra eles mesmos? Não. Então,
o juiz designa curador especial (via de regra, um defensor público) para me representar. Esse
curador especial é diferente do curador do direito de família. É um curador do processo, apenas
dos interesses processuais, mencionado no art. 72 do CPC.
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E também precisamos reforçar que o Novo Código Civil, ao reduzir a idade da capacidade
civil para 18 anos, não revogou o art. 121, parágrafo 5º, do Estatuto da Criança e do Adolescen-
te, que fixa a idade de 21 anos para a liberação compulsória do infrator – HC 28.332/RJ
Além disso, o enunciado 3 da I Jornada de Direito Civil estabelece que a redução do limite
etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da
Lei n. 8.213/1991, que, por sua vez, regula específica situação de dependência econômica para
fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em legislação especial.
Agora sim, terminamos…
Terminamos esse ponto… rsrsrsrs
Com certeza…
Por meio de um instituto chamado: EMANCIPAÇÃO!
A emancipação é uma forma de antecipar o momento de aquisição da capacidade de fato,
antes dos 18 anos.
O art. 5º do Código Civil estabelece que:
A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos
os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, inde-
pendentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Assim, observando a redação do art. 5º, podemos verificar a existência de três modalida-
des de emancipação:
A emancipação voluntária é concedida pelos pais, direito no cartório, por meio de escritura
pública ao menor que tenha 16 anos.
A emancipação voluntária é IRREVOGÁVEL! Não existe desemancipação.
Todavia, é possível a sua anulação, por exemplo, por coação. Exemplo que aconteceu na
novela “Verdades Secretas”: a Giovanna chantageou o pai para que ele a emancipasse, dizendo
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que divulgaria que ele tinha um caso com a “Angel”. Seu consentimento estava viciado pela
coação. Portanto, a emancipação poderia ter sido anulada.
Ademais, vale destacar que o pai e a mãe que emancipam seu filho NÃO se desobrigam
do dever de alimentos. Isso ocorre em decorrência do princípio da solidariedade que rege as
relações familiares. É o mesmo que acontece quando o pai paga alimentos e o filho completa
18 anos. Ele deixa de dever em virtude do poder familiar, mas continua a dever em razão do
princípio da solidariedade, que rege as relações familiares.
Outra coisa: os pais são responsáveis pelos atos praticados pelos filhos, porque são seus
representantes e a responsabilidade do incapaz é subsidiária. A partir do momento da emanci-
pação, a responsabilidade passa a ser solidária, até os 18 anos.
Esses casos de emancipação legal NÃO estão sujeitos à homologação pelo juiz para pro-
duzir efeitos.
No máximo, no caso da economia própria, é possível pedir uma declaração do juiz de que
já está emancipado, mas isso também não é obrigatório, apenas para fins probatórios.
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Lembre-se de que o casamento de pessoas com menos de 16 anos era permitido em casos
de gravidez. Porém, agora, não se pode mais se casar com menos de 16 anos em NENHU-
MA HIPÓTESE.
A idade núbil mínima é 16 anos. Pode até ser que a menina menor de 16 anos engravide,
mas não poderá se casar!
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a ida-
de núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.811, de 2019)
Interessante salientar que essa regra da emancipação pelo casamento NÃO se aplica à
união estável.
Interessante também, e já cobrado em prova, é que se um adolescente se casa aos 16 e
se divorcia aos 17, NÃO volta a ser incapaz, até porque ele não voltará a ser solteiro. Em seus
documentos, vai constar que ele é “divorciado”.
Entretanto, se o casamento for declarado nulo ou anulável, como nos casos previstos no
art. 1.521 do CC, será como se ele nunca tivesse existido, apagados serão todos os efeitos,
portanto, voltaria, tese, a ser incapaz, salvo no caso de um casamento putativo – que, embora
nulo ou anulável, foi contraído de boa-fé pelos nubentes –, no caso, para quem estava de boa-
-fé, os efeitos do casamento serão mantidos, não retornando à incapacidade.
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casa-
mento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
Mesmo que ele retorne à incapacidade, os terceiros de boa-fé que, porventura, tenham con-
traído obrigações com esse menor, terão seus direitos resguardados.
Prof., posso afirmar que para todo caso de emancipação exige-se 16 anos?
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Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum
dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
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C) MORTE CIVIL:
Corresponde a uma pena de banimento.
É a pior pena que uma pessoa pode ter, porque a pessoa passa a ser tratada como morta,
mesmo estando viva.
No Brasil, não existe morte civil como pena.
Porém, há resquícios dessa morte no direito civil, que é a chamada “indignidade” e a “deser-
dação”, do direito sucessório.
Ocorre quando um herdeiro é tratado como se morto fosse, no direito sucessório do autor
da herança. As causas de indignidade, estão previstas no art. 1.814 do CC, ao passo que a de-
serdação está no art. 1.961 e seguintes.
Quem lembra da Suzane Von Richthofen?
Ela foi declarada indigna no recebimento da herança dos pais.
Mas isso é tema que vamos estudar em sucessões.
D) MORTE PRESUMIDA:
Ocorre quando não há um corpo morto presente.
Pode ser com ou sem declaração de ausência.
A morte presumida é muito cobrada em prova e pode ser dividida em duas modalidades:
• SEM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA
• COM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA
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O “perigo de vida”, do art. 7º, I, ocorre, por exemplo, quando a pessoa é sequestrada e não
volta, desaparece com a queda de um avião…
Foram os casos da irmã do Vitor Belfort e da Eliza Samudio, lembra?
Veja que, aqui, não são casos de “não-notícia”.
São casos em que havia notícias da pessoa, sabia-se que ela estava em perigo, mas não
havia corpo.
Nos dois casos do referido artigo, encerradas as buscas, é possível entrar com um proces-
so judicial, no qual o juiz declarará a morte presumida, fixando a provável data da morte.
Isso é importante porque sabemos que, no momento em que ocorre a morte, temos a
transmissão imediata dos bens da herança aos herdeiros, por isso a relevância de fixar o mo-
mento provável da morte.
Obs.: Então quando, na sua prova, cobrar qualquer questão dizendo que houve uma “tra-
gédia”, “sequestro”, “desastre”, “guerra” ou algo do tipo e o corpo sumiu, lembre-se
dessa morte.
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Pense, então, que o ausente é aquele que sumiu do domicílio sem deixar
notícias. Imagine que Civilina Maria decidiu mudar de vida, para se tornar dan-
çarina de axé nas barracas de Porto Seguro. Ela pega as coisas dela e desa-
parece. Ninguém tem conhecimento acerca de seu paradeiro e não se tem notícias. Tem-se,
assim, “não-notícia” e “não-presença”.
Ele poderá ser declarado ausente, contudo, onde ele estiver vivendo é PLENAMENTE CAPAZ.
Se o tempo passar e ele não voltar, declara-se a morte.
Mas para chegar nesse momento é preciso ter muuuita paciência, pois o procedimento é
bem demorado, bem longo…
Essa modalidade de morte está inserida nos art. 22 a 39 do Código Civil.
Art. 25, CC. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por
mais de dois anos antes da declaração da ausência (já caiu!!!), será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes,
nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
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Nomeado o curador, teremos a publicação de editais (arts. 744 e 745, CPC), de dois em
dois meses, chamando o ausente, para que ele retorne ao seu domicílio.
Esses editais serão publicados no site do próprio tribunal e do CNJ, durante 01 ano ou 03
anos, se a pessoa que desapareceu deixou mandatário que o representasse.
Suponhamos que Civilina Maria, no nosso exemplo anterior, não deixou representante. En-
tão, os editais seriam publicados pelo período de um ano.
Passado esse tempo e ele não tiver retornado, inicia-se a sucessão provisória, na qual o
juiz fará uma partilha dos bens deixados por ele aos herdeiros e vai entregar a eles a posse
provisória dos bens.
Os herdeiros vão conservar e dar caução de devolução desses bens.
Lembre-se se que herdeiros que não sejam necessários, mas sejam legítimos (como ir-
mãos, sobrinhos, tios e primos), caso venham receber a posse provisória, em virtude da su-
cessão provisória, deverão capitalizar 50% dos frutos obtidos por esses bens (tipo se receber
um aluguel…)
Assim que a sentença transitar em julgado, decorridos 15 dias, será feita a abertura do
testamento.
Porém, ela só produz efeitos 180 dias depois.
Produziu efeitos, o juiz entrega os bens aos herdeiros, mediante caução de devolução, sal-
vo herdeiro necessário que está dispensado da caução.
Aí vamos contar 10 anos dos 180 dias. (já caiu!!!)
Lembre-se se que eles só começam a contar após o decurso do prazo de 180 dias! Não é
logo após a sentença.
Decorridos os 10 anos, será aberta a sucessão definitiva.
Com isso, essa posse provisória se transforma em uma propriedade resolúvel, ou seja, que
se resolve em virtude de um acontecimento futuro – que seria volta do desaparecido.
Se a Civilina Maria voltar nesse estágio, terá direito a seus bens no estado em que se encon-
trem. Se ele voltasse durante a posse provisória, teria direito aos bens e aos frutos.
A propriedade só se torna definitiva 10 anos depois da entrega da propriedade resolúvel.
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Então, na primeira fase, art. 22 a 25 do CC, há uma preocupação com o ausente, e, à medida
que o tempo vai passando, sem notícias suas começa a segunda fase – art. 26 a 36 do CC; na
terceira fase – art. 37 a 39 do CC, a preocupação passa a ser com os herdeiros.
Não se esqueçam de ler os art. 22 a 39 do CC e os art. 744 e 745 do CPC, pois eles têm
vários detalhes que você tem que ler acompanhando o esquema abaixo que representa um
“esqueleto” do procedimento, olha só:
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Por fim, para terminar essa parte de pessoa natural, quero que você tenha atenção apenas
a dois artigos finais:
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RESUMO
No encontro de hoje conversamos basicamente aspectos relacionados às notas introdutó-
rias do Direito Civil e sobre pessoa natural.
Os artigos abordados foram: 1º a 39 do CC, exceto do 11 ao 21 que serão estudados no
próximo encontro…
Veja que tivemos uma transição legislativa do Código Civil de 1916 para o de 2002.
Esse Código, de 1916, era composto por um sistema extremamente cuidadoso com
questões patrimoniais e algumas figuras específicas eram a “preocupação” desse diploma,
dentre elas:
a) o homem – que tomava as decisões nas relações familiares, fixava domicílio conjugal,
autorizava a esposa a trabalhar, administrando-lhe o salário, detinha o pátrio poder (isso mes-
mo, pátrio poder!) sob os filhos, entre outros…;
b) o testador – que nas relações sucessórias poderia dispor livremente e da forma que
melhor lhe aprouvesse os seus bens;
c) os contratantes – que poderiam contratar da forma que melhor lhe conviessem e sem
possibilidade de revisão contratual (salvo a questão do fortuito ou força maior, não existia te-
oria da imprevisão);
d) os proprietários – que poderiam utilizar a propriedade da maneira que pretendia sem
preocupação com viés social.
Hoje tais figuras ainda existem, mas estão alinhadas com ditames constitucionais, mais
precisamente a Dignidade da Pessoa Humana.
Tudo isso em decorrente dos movimentos de preocupação com a pessoa humana e não
mais com o patrimônio. É que, atualmente, verifica-se a existência de uma summa divisio cons-
titucionalizada que se expressa na aproximação do direito público com o direito privado.
Assim, hoje, o Código Civil de 2002, tem como a preocupação do momento a dignidade
da pessoa humana – essa é a responsável pela forma de estrutura do atual sistema civil. É a
responsável pela aproximação do direito público e do direito privado.
No “mundo privado”, verifica-se, portanto, uma humanização do Direito Civil, uma constitu-
cionalização do Direito Civil.
Temos, assim, três princípios que regem o nosso Direito Civil moderno:
• Princípio da eticidade – impõe ética e boa-fé nas relações privadas;
• Princípio da socialidade – impõe a função social aos institutos privados;
• Princípio da operabilidade ou concretude – impõe a inserção de cláusulas gerais no tex-
to legal para permitir interpretação contemporânea.
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A expressão “sujeito de direito” é um gênero que comporta duas espécies: com personali-
dade jurídica ou civil e sem personalidade jurídica ou civil.
O art. 2º do Código Civil estabelece que: A personalidade civil da pessoa começa do nasci-
mento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. O Código
adota, portanto, a teoria natalista. Mas não quer dizer que a teoria concepcionista não tenha
espaço. Tem! Principalmente na jurisprudência.
No Brasil, considera-se “nascimento com vida” o funcionamento do aparelho cardiorrespi-
ratório – entrou ar nos pulmões, adquire a personalidade jurídica. Basta o funcionamento do
aparelho cardiorrespiratório.
Entenda: no Brasil, não se exige viabilidade, não se exige sobrevida, não se exige forma
humana. Isso quer dizer que, no Brasil, basta respirar para ser pessoa natural.
O nascituro tem direitos, tais como:
• O STJ reconhece o direito ao dano moral para nascituro – {Resp 399.028/SP}
{Resp1.487.089 – caso Rafinha Bastos X Wanessa Camargo}
• O nascituro tem direito a receber alimentos gravídicos – Lei n. 11.804/2008. Lembre-se
se que esse alimentos são fixados a partir de indícios da paternidade. O exame de DNA
intrauterino não pode ser obrigatório, porque pode acarretar danos ao feto.
Além disso, pode ocasionar a prisão do devedor de alimentos, caso ele não pague, nos
moldes do art. 732 e seguintes do CPC.
Lembre-se, também, que, com o nascimento do bebê, caso seja constatado que o alimen-
tante não era pai, não há a possibilidade de repetibilidade, porque os alimentos são irrepetíveis,
indevolvíveis. Talvez, o sujeito possa pleitear danos morais ou materiais em face da genitora,
mas deverá comprovar os aspectos relacionados à responsabilidade civil, em uma vara cível
(e não de família).
Existe direito ao pagamento de DPVAT pela morte de nascituro – {Resp 1.120.676 – infor-
mativo 547 do STJ}.
Não é uma jurisprudência recente, mas continua a ser objeto de discussões, pois a lei do
DPVAT trata dos danos “à pessoa humana”. Se o nascituro fosse considerado meramente uma
coisa, não se teria direito ao pagamento de DPVAT pela morte de nascituro em acidente de
trânsito. Porém, o STJ decidiu pela aplicação do seguro ao nascituro, seguindo a linha con-
cepcionista.
• O nascituro pode receber doação, sem prejuízo do recolhimento do imposto de trans-
missão inter vivos (exemplo simplório: chá de fraldas);
• O nascituro pode ser beneficiado por legado e herança (para ser herdeiro, tem que estar
vivo na data da morte do autor da herança, ou pelo menos CONCEBIDO, e o nascituro o
está, concorda?);
• Pode ser-lhe nomeado curador para a defesa dos seus interesses;
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A personalidade jurídica (art. 2º, CC) é a aptidão genérica para titularizar direitos e deveres.
Já a capacidade de direito (ou capacidade de gozo) é prevista no art. 1º do CC, que diz que
TODA PESSOA É CAPAZ DE DIREITOS E DEVERES.
NÃO EXISTE NINGUÉM INCAPAZ DE DIREITO!
Por fim, a morte extingue a pessoa natural e, logicamente, encerra a personalidade jurídica.
A morte é estudada pela Tanatologia, que faz parte da Medicina Legal. Ela pode ser real ou
presumida.
Embora essas duas sejam destacadas como espécies de morte, ainda falamos na como-
riência e na morte civil.
A) MORTE REAL:
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É a morte em que temos o corpo morto. Havendo um corpo morto, o médico atesta a morte
por meio do atestado de óbito, e, a partir daí, é emitida a certidão de óbito (que possui natureza
declaratória).
B) COMORIÊNCIA:
É a morte simultânea. Exemplo: o avião cai e todos os corpos são encontrados sem vida.
Não sabemos precisar quem morreu primeiro, por isso presume-se que a morte se deu de
forma simultânea. A morte simultânea é aquela ocorrida na mesma condição de tempo. Não
precisa ser no mesmo lugar! Havendo um terremoto, por exemplo, é possível aplicar a comori-
ência mesmo que as mortes tenham ocorrido a quilômetros de distância uma da outra, se não
for possível aferir o momento exato do falecimento. A comoriência só é relevante para fins de
direito sucessório, porque os comorientes não serão considerados herdeiros entre si.
C) MORTE CIVIL:
Corresponde a uma pena de banimento.
É a pior pena que uma pessoa pode ter, porque a pessoa passa a ser tratada como morta,
mesmo estando viva.
No Brasil, não existe morte civil como pena.
Porém, há resquícios dessa morte no direito civil, que é a chamada “indignidade” e a “deser-
dação”, do direito sucessório.
D) MORTE PRESUMIDA:
Ocorre quando não há um corpo morto presente.
Pode ser com ou sem declaração de ausência.
A morte presumida é muito cobrada em prova e pode ser dividida em duas modalidades:
Aqui nessa modalidade tem-se o procedimento trifásico marcado pela declaração de au-
sência, pela sucessão provisória e pela sucessão definitiva.
Então, na primeira fase, art. 22 a 25 do CC, há uma preocupação com o ausente, e, à medida
que o tempo vai passando, sem notícias suas começa a segunda fase – art. 26 a 36 do CC; na
terceira fase – art. 37 a 39 do CC, a preocupação passa a ser com os herdeiros.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questões Exame de Ordem
Agora precisamos treinar bastante.
Aqui você vai fazer as questões sobre o tema da aula de hoje já cobradas na OAB pela FGV.
Contudo, vocês vão perceber que não existem tantas questões assim, mas como o tema
é relevante e pode sim ser cobrado, vou complementar com outras questões bacanas de ou-
tras bancas…
Respira e vai!!!
Logo após você responder, você encontrará o gabarito e o comentário.
Faça uma análise de quantas questões você acertou, se ficar abaixo de 80% de acerto, vol-
te e leia o material novamente e refaça as questões!
Tenha compromisso comigo, hein?!
Depois volte aqui e preencha esses dados…
Divirta-se!!!
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de mudar-se de sua cidade e, por isso, está buscando alugar um apartamento. Nesta conjuntu-
ra, Maurício e Fernanda conheceram Miguel, proprietário do imóvel que o casal pretende locar.
Sobre a situação apresentada, conforme a legislação brasileira, assinale a afirmativa correta.
a) Maurício e Fernanda são incapazes em razão do diagnóstico de Síndrome de Down.
b) Maurício e Fernanda são capazes por serem pessoas com deficiência apoiadas, ou seja,
caso não fossem apoiados, seriam incapazes.
c) Maurício e Fernanda são capazes, independentemente do apoio, mas Miguel poderá exigir
que os apoiadores contra assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente celebrado.
d) Miguel, em razão da capacidade civil de Maurício e de Fernanda, fica proibido de exigir
que os apoiadores de ambos contra assinem o contrato de locação, caso ele seja realmente
celebrado.
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Assinale a opção que indica o que os parentes devem fazer para receberem a propriedade dos
bens de Gumercindo.
a) Somente com a localização do corpo de Gumercindo será possível a decretação de sua
morte e a transferência da propriedade dos bens para os herdeiros.
b) Eles devem requerer a declaração de ausência, com nomeação de curador dos bens, e, após
um ano, a sucessão provisória; a sucessão definitiva, com transferência da propriedade dos
bens, só poderá ocorrer depois de dez anos de passada em julgado a sentença que concede a
abertura da sucessão provisória.
c) Eles devem requerer a sucessão definitiva do ausente, pois ele já teria mais de oitenta anos
de idade, e as últimas notícias dele datam de mais de cinco anos.
d) Eles devem requerer que seja declarada a morte presumida, sem decretação de ausência,
por ele se encontrar desaparecido há mais de dois anos, abrindo-se, assim, a sucessão.
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b) A renúncia ao mandato, por parte de Lisa, era possível e, neste caso, o juiz determinará ao
Ministério Público que nomeie um curador encarregado de gerir os bens do ausente, observan-
do, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
c) Os credores de obrigações vencidas e não pagas de Rodolfo, decorrido 1 (um) ano da arre-
cadação dos bens do ausente, poderão requerer que se determine a abertura de sua sucessão
provisória.
d) Poderá ser declarada a sucessão definitiva de Rodolfo 10 (dez) anos depois de passada em
julgado a sentença que concedeu a sucessão provisória, mas, se nenhum interessado promo-
ver a sucessão definitiva, nesse prazo, os bens porventura arrecadados deverão ser doados a
entidades filantrópicas localizadas no município do último domicílio de Rodolfo.
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GABARITO
1. c
2. c
3. c
4. c
5. d
6. d
7. a
8. c
9. c
10. c
11. b
12. b
13. a
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Roberta Queiroz
GABARITO COMENTADO
Ufa… você treinou e agora vamos comentar todas as questões.
Faça uma análise de quantas questões você acertou, se ficar abaixo de 80% de acerto, vol-
te e leia o material novamente e refaça as questões!
Tenha compromisso comigo, hein?!
NÚMERO TOTAL DE
ACERTOS ERROS % DE ACERTOS
QUESTÕES
Gente, nessa questão temos que observar que o novo conceito de incapacidade não envolve a
pessoa com deficiência, que, por sua vez, é capaz.
Contudo, apesar de ser tema de direito das famílias também, precisamos observar que a pes-
soa com deficiência pode necessitar, para se sentir mais confiante, de apoio e, nesse contexto,
a tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo
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menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua con-
fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes
os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade, conforme
art. 1.783-A do CC.
Dessa forma, Maurício e Fernanda, mesmo sendo capazes, podem ter apoiadores e, as pesso-
as com as quais mantenham relação negocial pode solicitar que tais apoiadores contra-assi-
nem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado, como
consta no art. 1.783-A, § 5º do CC.
Letra c.
Gente, nessa questão temos a cobrança do tema de emancipação. Lembra? Então, veja que
Márcia é adolescente com 17 anos, menor púbere.
Ela é relativamente incapaz. Poderia ser emancipada? Sim!
Ela já estava exercendo sua atividade profissional e já contava com maturidade. Contudo,
como vimos, isso somente não é suficiente, ela precisa de economia própria.
Não haveria necessidade de homologação do juiz e, mesmo que concedida pelos pais, depen-
de de escritura pública, não é mesmo?
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No caso, os pais concederam, então a letra correta é a letra C – Deve, necessariamente, ser
levado a registro no cartório competente do Registro Civil de Pessoas Naturais.
Art. 5º – A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, inde-
pendentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Letra c.
Atenção que aqui temos a cobrança de morte presumida com declaração de ausência.
Gumercindo já estava com 77 anos de idade e desapareceu. Quando falamos em desapareci-
mento temos que lembrar de que? Da ausência, né?
Então… recorde do procedimento do art. 22 a 39 do CC.
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Nesse ponto, devemos destacar a questão diz que ele tinha 77 anos quando desapareceu, mas
já havia passado 9 anos do desaparecimento. Com mais 3 anos ele completou 80 anos e de
seis anos já não se tinha mais notícia…
Lembra que a lei fala 5 anos? Pois bem, já deu o prazo, certo? Assim temos a incidência do art.
38 do CC – Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta
oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Acertou?
Letra c.
Eita eita que temos outra questão de morte… Eu te disse que era um tema cobrado…
Bom, aqui temos que aquela situação que te falei… qual?
“Então quando, na sua prova, cobrar qualquer questão dizendo que houve uma “tragédia”, “se-
questro”, “desastre”, “guerra” ou algo do tipo e o corpo sumiu, lembre-se dessa morte.”
Pois é, qual o artigo que fundamenta essa resposta? O art. 7º:
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II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos
após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do faleci-
mento.
Marcamos, portanto, a letra C – A declaração da morte presumida de Cristiano poderá ser
requerida independentemente de prévia decretação de ausência, uma vez que esgotadas as
buscas e averiguações por parte das autoridades competentes.
Letra c.
Art. 5º – A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
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I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, inde-
pendentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Letra d.
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Marcamos, portanto, a letra D, com base no art. 38 do CC – Pode-se requerer a sucessão defi-
nitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam
as últimas notícias dele.
Letra d.
Gente, mais uma de emancipação e aqui cobra a questão do menor tutelado. Eu disse a você
que o menor, quando tiver sobre ele o poder familiar dos pais, ser-lhe-á nomeado tutor e esse
não pode emancipar o menor, quem vai emancipá-lo é o juiz, conforme art. 5º – A menoridade
cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos
da vida civil.
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médio. Em julho de 2010 contraiu matrimônio com Beatriz. Em setembro de 2010, foi aprovado
em concurso público e iniciou o exercício de emprego público efetivo. Por fim, em novembro
de 2010, estabeleceu-se no comércio, abrindo um restaurante.
Assinale a alternativa que indica o momento em que se deu a cessação da incapacidade civil
de Gustavo.
a) No momento em que iniciou o exercício de emprego público efetivo.
b) No momento em que colou grau em curso de ensino médio.
c) No momento em que contraiu matrimônio.
d) No momento em que se estabeleceu no comércio, abrindo um restaurante.
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática
de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, inde-
pendentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Marcamos assim, a letra C – No momento em que contraiu matrimônio.
Letra c.
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b) A renúncia ao mandato, por parte de Lisa, era possível e, neste caso, o juiz determinará ao
Ministério Público que nomeie um curador encarregado de gerir os bens do ausente, observan-
do, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
c) Os credores de obrigações vencidas e não pagas de Rodolfo, decorrido 1 (um) ano da arre-
cadação dos bens do ausente, poderão requerer que se determine a abertura de sua sucessão
provisória.
d) Poderá ser declarada a sucessão definitiva de Rodolfo 10 (dez) anos depois de passada em
julgado a sentença que concedeu a sucessão provisória, mas, se nenhum interessado promo-
ver a sucessão definitiva, nesse prazo, os bens porventura arrecadados deverão ser doados a
entidades filantrópicas localizadas no município do último domicílio de Rodolfo.
Pois é, eu disse que sempre cai e você ainda está duvidando (rsrsrsrsrs)
Então… recorde do procedimento do art. 22 a 39 do CC.
Rodolfo, brasileiro, engenheiro, solteiro, sem ascendentes ou descendentes, desapareceu de
seu domicílio há 11 (onze) meses e até então não houve qualquer notícia sobre seu paradei-
ro. (desparecimento) Embora tenha desaparecido, deixou Lisa, uma amiga, como mandatária
para a finalidade de administrar-lhe os bens. (gente, aqui ele deixou procuração, mas atenção
que a mandatária não quis, então não conta o prazo de 3 anos) Todavia, por motivos de ordem
pessoal, Lisa não quis exercer os poderes outorgados por Rodolfo em seu favor, renunciando
expressamente ao mandato. De acordo com os dispositivos que regem o instituto da ausência,
assinale a alternativa correta.
Assim, aplicamos o roteiro do art. 22 ao 39 do CC.
a) O juiz não poderá declarar a ausência e nomear curador para Rodolfo, pois Lisa não pode-
ria ter renunciado o mandato outorgado em seu favor, já que só estaria autorizada a fazê-lo
em caso de justificada impossibilidade ou de constatada insuficiência de poderes. (pode de-
clarar sim!)
b) A renúncia ao mandato, por parte de Lisa, era possível e, neste caso, o juiz determinará ao Mi-
nistério Público que nomeie um curador (o próprio juiz nomeará) encarregado de gerir os bens
do ausente, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
c) Os credores de obrigações vencidas e não pagas de Rodolfo, decorrido 1 (um) ano da arre-
cadação dos bens do ausente, poderão requerer que se determine a abertura de sua sucessão
provisória. – letra correta, conforme art. 26 e art. 27 do CC
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou
procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência
e se abra provisoriamente a sucessão.
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Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I – o cônjuge não separado judicialmente;
II – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.
d) Poderá ser declarada a sucessão definitiva de Rodolfo 10 (dez) anos depois de passada em
julgado a sentença que concedeu a sucessão provisória, mas, se nenhum interessado promo-
ver a sucessão definitiva, nesse prazo, os bens porventura arrecadados deverão ser doados a
entidades filantrópicas localizadas no município do último domicílio de Rodolfo. (lembra que
eu disse a você que o prazo de 10 anos começa a contra a parti dos 180 dias, conforme art.
37 – Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão
provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cau-
ções prestadas.)
Letra c.
Gente, essa questão é antiga, mas a gente tem que estudar também. Foge um pouco do forma-
to FGV, mas vale a pena estudar…
A personalidade civil da pessoa natural tem início a partir do nascimento com vida, indepen-
dentemente do preenchimento de qualquer requisito psíquico.
Marcamos a letra A, pois realmente, no Brasil não se exige mais que a simples respiração para
aquisição da personalidade jurídica.
A letra “b” não pode ser, pois sabemos que o casamento emancipa, mas a separação e divórcio
não desfazem a emancipação.
A letra “c” diz que não é possível morte presumida sem decretação de ausência, o que sabe-
mos que não é verdade. Aliás, essa modalidade está no art. 7º do CC.
A letra “d” vai contra a redação com o art. 45 do CC, que vamos estudar na próxima aula.
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Letra b.
Gente, mais uma questão antiga, mas a gente tem que estudar também. Foge um pouco do
formato FGV, mas também vale a pena estudar…
Marcamos a letra B, pois, realmente, a capacidade de exercício ou de fato da pessoa natural
pressupõe a de gozo ou de direito, mas esta pode subsistir sem aquela.
Lembra que o incapaz é aquele que não tem capacidade de fato, mas todo mundo tem capaci-
dade de direito ou de gozo, conforme art. 1º do CC – Toda pessoa é capaz de direito.
A letra “a” diz que “a capacidade de exercício da pessoa natural corresponde à sua inaptidão
para ser sujeito de direito”. Esse item não é verdadeiro, pois lhe disse que sujeito de direito é
gênero que comporta a espécie com ou sem personalidade jurídica.
A letra “c” também não condiz com a realidade, pois o incapaz pode praticar atos da vida civil,
desde que representados, pois a representação supre a incapacidade.
A letra “d” está errada, pois relaciona-se com estado civil e não político.
Letra b.
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d) a concepção e a senilidade.
Aqui temos a teoria natalista, que já comentamos e a morte que, por sua vez, põe fim à pes-
soa natural.
Letra a.
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Mestre em Direito pela Universidade Católica de Brasília, com dissertação na área de Direito Processual Civil
– Negócios Jurídicos Processais. Especialista em Direito Processual Civil, pela Universidade do Sul de Santa
Catarina, em novembro de 2009. Graduada em Direito, pela Universidade Católica de Brasília, em dezembro
de 2005. Foi professora universitária do curso de Direito da Universidade Católica de Brasília. Docente nas
disciplinas de Direito Civil e Direito Processual Civil desde 2007 para pós-graduação, preparatório de Exame
de Ordem e concursos das carreiras jurídicas. Professora de cursos de aperfeiçoamento na advocacia em
Direito Civil e Processo Civil na Escola Superior da Advocacia de Brasília – ESA/DF. Coordenadora do curso
preparatório para Exame de Ordem do Gran Cursos Online. Advogada inscrita na OAB-DF.
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