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TEORIA GERAL DO Prof.

Thiago
Silva e Silva
DIREITO CIVIL
AVISO IMPORTANTE

 O conteúdo destes slides é apenas uma síntese da matéria .

 Em cas o de event uais err os, contate o pr ofes sor. Cor rigi remo s o
necessário.

 Cabe ao aluno e st udar a do ut rina, com dive rsi dade d e fonte s e


análise crítica, pr ocurando profes so r re sponsável em cas o d e
dúvidas.

 Os sli de s não s ubst ituem a l eit ura e o es tudo aprof unda do so br e


a matéria . Faltar as aulas apenas por pos s uir o sli de é falta
grave.

 Tenham uma boa revisão!


O QUE É O DIREITO CIVIL?

 O que vocês entendem por Direito Civil?


DIREITO PÚBLICO X DIREITO PRIVADO

 O que é o direito público e o que é o direito privado?


DIREITO PÚBLICO X DIREITO PRIVADO

 Imagine o Direito como uma grande ár vore da qual surgem


ramos específicos de estudo. Não se deve confundir Direito
Civil como sinônimo de Direito Privado, de maneira literal,
posto que o Direito Civil é apenas um dos ramos do Direito
Privado.

Ramos do Direito Público: Ramos do Direito Privado:

-Direito Constitucional; -Direito Civil;


-Direito Administrativo; -Direito Comercial;
-Direito Penal; -Direito do Consumidor;
-Direito Tributário; -Direito do Trabalho;
-Direito Financeiro;
NATUREZA JURÍDICA

 O q u e é n a tureza j u rídica?

 É como um objeto de análise se posiciona em categorias


jurídicas ou em institutos mais amplos.

 Qual a natureza jurídica do Direito Civil?

 Direito Civil é o principal ramo do direito privado, que se


constitui como um conjunto de normas regulamentadoras dos
direitos e obrigações de natureza privada, que regulam as
relações jurídicas das pessoas enquanto membros da
sociedade.
CONCEITO

 O Direito Civil pode ser entendido como o “Direito do


Cidadão”. É o ramo responsável por regular todas as relações
entre par ticulares, sejam eles pessoas físicas ou pessoas
jurídicas.

 O Direito Civil está presente no cotidiano de todas as pessoas,


do seu nascimento até o pós morte, sendo provavelmente a
área mais complexa e extensa do direito brasileiro.

 O Direito Civil engloba tudo aquilo que a esfera da esfera de


direito privado que não possui ordenamento jurídico e
legislativo específico, como o Direito Empresarial, Direito
Trabalhista ou Direito Consumerista, por exemplo.
ORIGEM NO DIREITO ROMANO

 Na Roma antiga, o Direito era dividido em duas espécies: Ius


P u blice e I u s C i vile.

 O Ius Publice tratava de toda matéria referente aos negócios


do Império Romano. Mais tarde, o Ius Publice viria a se
transformar no que chamamos de D i reito P ú blico.

 Os negócios de interesse dos cidadãos referiam-se ao Ius


Civile, que posteriormente se transformaria no Direito
P r ivado.
ABRANGÊNCIA DO DIREITO CIVIL

 Dentro do ordenamento jurídico brasileiro, o Direito Civil


abrange os assuntos de direito privado que não são regidos
por entendimento jurídico específico. O Código Civil utilizado
atualmente é estabelecido através da Lei n° 10.406 de 10 de
janeiro de 2002.

 O Código Civil anterior era conhecido como Código de


Bevilácqua, em homenagem ao seu idealizador Clóvis
Bevilácqua, datado de 1916.

 O antigo código ordenou as relações civis brasileiras durante


86 anos, até que o código atual de 2002 se tornasse regra, o
que aconteceu em janeiro de 2003.
CARACTERÍSTICAS DO CÓDIGO CIVIL

 O Código Civil de 2002 é composto por 2.046 ar tigos e é


norteado por três princípios: socialidade, eticidade e
operabilidade (concretude);

 É dividido em duas par tes: Geral e Especial;

Parte Geral: Parte Especial

1. Das Pessoas – 1° Livro – (Art. 1° ao 78); 1. Direito das Obrigações (Art. 233 a 965);

2. Dos Bens – 2° Livro (Art. 79 ao 103); 2. Direito de Empresa (Art. 966 a 1.195);

3. Dos Fatos Jurídicos – 3° Livro (Art. 104 a 3. Direito das Coisas (Art. 1.196 a 1.510);
232);
4. Direito de Família (Art. 1.511 a 1.783-A);

5. Direito das Sucessões (Art. 1.784 a 2.027).


DIREITO NATURAL X DIREITO POSITIVO

 O que é o direito natural?

 O di re ito natural independe do Esta do o u de le is. Por i ss o, é


conside rado aut ônomo. El e não de pen de do E stado e d e
nenhuma lei, sendo de carácter univ er sal, imutáv el e atempo ral.
Este direito se baseia nos princípios humanos e na moral.

 O que é o direito positivo?

 O di r eito po sitiv o , por o utro la do, depende de uma manifestação


de vontade , s eja da s ocie dade o u de auto rida de s. um conj unto
concreto d e no rmas jurídicas, con str uí do d e fo rma cul tural. Es tas
normas são garantidas pelo Esta do por mei o das le is. De pende
de uma manife stação d e v ontade, s eja da socie dade ou d e uma
autoridade.
PRECISAMOS ENTENDER O PAPEL DO
ESTADO

 O que é Estado?
CONCEITO DE ESTADO (ROSSEAU)

 Par a J ean-J acques Rosseau, um dos pri nci pai s fi l ósofos do il umi ni smo,
for te defensor de uma doutri na contr atual i sta, o concei to de Estado
ser i a:

 “ […] encontr ar uma forma de associ ação que defenda e pr otej a a


pessoa e os bens de cada associ ação de qual quer força comum, e pel a
qual , cada um, uni ndo- se a todos, não obedeça, por tanto, senão a si
mesmo, fi cando assi m tão l i vr e como dantes” .

 Rousseau er a a favor do “ contr ato soci al ”, for ma de pr omover a j ustiça


soci al que dá nome a sua pr i nci pal obr a.

 Apr egoava que a pr opr iedade pr i vada ger ava a desi gual dade entr e os
homens. Segundo el e, os homens ter i am si do corr ompi dos pel a
soci edade quando a sober ani a popul ar ti nha acabado.

 Refer ênci a: ROSSEAU, J ean- J acques. O C o n tr ato S o ci al . Ri o de J anei r o:


Tecnopr i nt, 176 2 , p. 35.
CONCEITO DE ESTADO (THOMAS HOBBES)

 O que pensava Thomas Ho bbes, autor da o bra Leviatã, p ublicada


em 1651?

 Esta do de natur eza : on de o s indiv íduo s se riam maus, ro ubando e


espoliando uns ao s outro s, ao que s eria leg ítimo, para garantir
sua pró pria vi da, a criação de um E stad o de socie dad e,
caracterizando o “Leviatã”.

 Antes da cons tit uição d o poder s oberano, to dos os indiv íd uo s


tinham dire ito a to das as coisa s, o q ue c onsequentemente
provocava guerras, razão da necessidade do Estado.

 Viés absolutista .

 Três tipos de Estado: Monarquia, Aristocracia e Democracia .


CONCEITO DE ESTADO (JOHN LOCKE)

 John Locke, filósofo inglês conhecido como pai do liberalismo


e um dos principais teóricos do contrato social, defendia em
seu livro “Segundo Tratado sobre o governo civil” (1689) que:

 Os homens que se uniram com o intuito de formar uma


sociedade abdicavam de sua liberdade natural, sem autorizar
que as regras seriam impostas unilateralmente por um
soberano, mas sim, através de um pacto social.

 Para John Locke, não havia o conceito de que os homens


seriam naturalmente maus e sim de que haveria necessidade
de existir um pacto social para a proteção de todos.
DOUTRINA JURÍDICA MODERNA

 Segundo o doutrinador Ênio Moraes da Silva:

“[…] o Estado seria uma organização social, dotada de


poder e com autoridade para determinar o compor tamento de
todo o grupo.”

O que é doutrinador?
E NA OAB?

 Como fica?
QUESTÃO OAB

 Ano: 2022 Banca : FGV Ór gão: OAB P rova: FGV - 2022 - OAB -
Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase
 John Lock e, em se u li vro S egun do Trat ad o sobre o Go vern o,
afir ma que n o e sta do de n atureza a s pe sso as s ão livre s, poré m
não p os su em a s co nd içõe s de fruiç ão d a li berd ade . A ss im, é
necessári o insti tui r uma socie dade política com um gove rno
civil. As sinale a o pção que, seg undo o a utor no livr o em
referência, expressa os fins da sociedade política e do governo.

 a)Estabelecer um processo de dominação de classe.


 b)Promover a autocontenção da animalidade humana.
 c) Garantir a mútua conser vação da vida, da liberdade e da
propriedade.
 d) Assegurar o governo de um soberano for te e limitado apenas
pela própria vontade.
RESPOSTA

 Ano: 2022 Banca : FGV Ór gão: OAB P rova: FGV - 2022 - OAB -
Exame de Ordem Unificado XXXIV - Primeira Fase
 John Lock e, em se u li vro S egun do Trat ad o sobre o Go vern o,
afir ma que n o e sta do de n atureza a s pe sso as s ão livre s, poré m
não p os su em a s co nd içõe s de fruiç ão d a li berd ade . A ss im, é
necessári o insti tui r uma socie dade política com um gove rno
civil. As sinale a o pção que, seg undo o a utor no livr o em
referência, expressa os fins da sociedade política e do governo.

 a)Estabelecer um processo de dominação de classe.


 b)Promover a autocontenção da animalidade humana.
 c) Garantir a mútua conser vação da vida, da liberdade e da
propriedade.
 d) Assegurar o governo de um soberano for te e limitado apenas
pela própria vontade.
DIREITO CONSUETUDINÁRIO X DIREITO
POSITIVO
 O que é Di r ei to Consuetudi nár i o?

 O d i r ei to c o ns uet udi nár io é um conj unto de costumes e pr áti cas soci ai s


que são acei tos como nor ma j ur í di ca, embor a não estej am posi ti vados.

 O dir ei to consuetudi nár i o é consi der ado tão anti go quanto a


humani dade.

 El e sur gi u dos pr i meir os agr upamentos or gani z ados de pessoas, ou


sej a, das pr i meir as sociedades, as quai s, por mei o da or al i dade,
tr ansmi ti am seus costumes par a as ger ações segui ntes.

 Desde as pr imeir as ci vil iz ações or ganiz adas na Gr éci a Anti ga, é


possí vel encontr ar r egi str os de povos que passavam adi ante suas “ lei s”
por mei o de tr adi ções or ai s, sendo que estas ser vi am como base par a
deci sões di ár i as e pol í ti cas.
DIREITO CONSUETUDINÁRIO X DIREITO
POSITIVO
 O que é o Direito Positivo?

 O D i re ito Po siti vo é o c onjunto de r egras e labo rado s e vigente s


num determinado país em determ inada é poca, são as no rmas, as
leis, todo o sistema normativo posto, ou seja, vigente no país.

 O D i r eito po siti vo pos sui um caráter fo rmal, tem po ral e


territor ial. As lei s s ão hierarquicamente o rganizada s,
decor rentes a par tir da vontade política da nação (pacto social ),
e emanadas do Es tado. Além dis so, a s lei s podem se r
revogáveis, variáveis e mutáveis.

 O term o “posit ivi smo j ur ídic o” decorr e da pre ocupação d e


est udar, de maneira is olada, o di r eito posto por uma a utori dade,
o ius posit iv um (cer to/ dir eito - po sitivo ) o u i us po sit um ( dir eito –
colocado).
COMMOM LAW X CIVIL LAW

 O que é o Commom Law?

 Origem da palavra – inglês: Commom = comum / Law = Lei;

 Direito comum: é um sistema jurídico de característica anglo-


saxã, cuja origem se deu na Inglaterra durante a idade média,
no século XII. A principal característica do Commom Law é
não ser codificado, sua aplicação é mais objetiva e as regras
se desenvolvem conforme avançam as complexas relações na
sociedade.

 O que é anglo-saxão?
COMMOM LAW – CONTEXTO HISTÓRICO

 Anglo-saxão: Os anglo-saxões foram um povo que habitou a


Grã-Bretanha a par tir do século V.

 No século V ocorreu a invasão do Império Romano pelos


bárbaros. A região da Inglaterra foi invadida e dominada,
principalmente, por três povos germânicos: jutos, anglos e
saxões. Estes povos germânicos expulsaram grande par te dos
celtas e romanos que habitavam a região.

 O common law foi desenvolvido em razão da unificação da


Inglaterra como Estado-Nação antes dos países da Europa
continental. O seu direito se desenvolveu de forma autônoma
e deslocada do direito feudal que prevalecia no restante da
Europa.
PAÍSES QUE ADOTAM O COMMOM LAW

 O Sistema Common Law é a base dos Sistemas jurídicos da


Inglaterra, País de Gales, Irlanda do Norte, Irlanda, Canadá,
Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, e outros países
g e ralmente d e l ingua i n glesa, o u m embros d a Commonwealth.

 Commonwealth: comunidade britânica de nações. Associação


da Grã-Bretanha com outros países independentes, ex-
domínios ou ex-colônias, que em sua maioria professam
fidelidade ao soberano inglês.

 O que é a Grã-Bretanha?
GRÃ-BRETANHA E REINO UNIDO
COMMOM LAW

 Commom law, também conhecido como Case Law, é um


conjunto de leis baseado em precedentes legais estabelecidos
por tribunais.

 É baseado em costumes?
CIVIL LAW

 O que significa Civil Law?

 Origem: Palavra inglesa: Civil = Civil – Law = Lei.

 Qual origem histórica do Civil Law?


CIVIL LAW - ORIGEM

 O Civil Law tem origem na influência do Direito Romano sobre


os países da Europa Continental e suas colônias, onde houve
a substituição quase que integralmente pelos princípios do
Direito Romano, dando ensejo à elaboração de códigos, leis e
constituições (GALIO, 2014).
CIVIL LAW - ORIGEM

 O Civil Law foi desenvolvido com o fim do feudalismo e após a


descober ta dos textos compilados do direito romano dos
tempos do império romano.

 Os juristas que entendiam desse direito romano achavam o


direito escrito nos “textos sagrados romanos”. Eles atuavam
como professores e tiravam todas as dúvidas para a resolução
dos conflitos jurídicos. Assim, o direito era baseado na
interpretação dos professores a respeito dos textos.

 O estabelecimento dos Estados modernos após as revoluções


burguesas (principalmente na França) nos séculos XVIII e XIX,
derrubaram os Estados Absolutistas. Surge então um novo
sistema jurídico baseado em códigos.
PAÍSES QUE ADOTAM O CIVIL LAW

 Conclui-se que países de origem germânica, como Brasil,


França, Alemanha, Espanha, Itália e Por tugal, adotam o Civil
Law.

 O C i vil La w utiliza as leis como fonte principal do direito.

 Os códigos brasileiros, em especial o Código Civil, é um


exemplo da manifestação do Civil Law.
EXISTE COMMOM LAW NO BRASIL?

 Existe Commom Law no Brasil?

 O Tribunal do Júri é um instituto que surgiu no Commom Law


e no Brasil é usado apenas para casos de homicídios dolosos
(com intenção de matar).

 Em outros países, como nos Estados Unidos, o Commom Law


também é usado para casos civis.

 O Brasil adota o Civil Law ou Commom Law?


EXISTE COMMOM LAW NO BRASIL?

 É difícil encontrar características do Common Law no Brasil,


d e vido a f or te t radição b a seada n a l e i e scrita.

 Existem no país: Constituição Federal, Códigos, Estatutos,


Leis Ordinárias, Decretos, Por tarias, Estatutos de Condomínio,
etc.

 Tudo isso é uma herança baseada no sistema civil law.


FONTES DO DIREITO

 De onde se origina o Direito?

 As chamadas “fontes do direito” são os meios pelos quais se


formam ou se estabelecem as normas jurídicas.

 As fontes do direito são instrumentos para regular o


aparecimento contínuo e plural das normas de
comportamento, sem perder de vista a segurança e a certeza
das relações jurídicas.

 A regra estabelece a primazia da lei como fonte de direito no


ordenamento jurídico brasileiro.
CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO

 As fontes podem ser classificadas em:

 Diretas (Primárias ou Imediatas); Enquadram-se a Lei, como


fonte principal do direito brasileiro e o costume como a fonte
originária de diversas normas, bem como elemento-chave de
alguns ordenamentos jurídicos (consuetudinários) como o
anglo-saxão.

 Indiretas (Secundárias ou Mediatas); Elencam -se a analogia,


os princípios Gerais de Direito, jurisprudência, doutrina e
equidade.
CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO

Fontes Diretas: Fontes Indiretas

-Lei; -Jurisprudência;

-Costumes (parte da doutrina -Doutrina;


considera o costume como
fonte indireta); -Analogia;

-Princípios Gerais do Direito;

-Equidade.
FONTES DO DIREITO BRASILEIRO

 Entendido o Civil Law e o Commom Law, Direito Positivo e


Direito Consuetudinário, pergunto: qual é a fonte principal de
direito no Brasil?
DEBATE

 Os costumes seriam uma fonte direta ou indireta do Direito?

 -Os costumes sociais, eventualmente, criam diretamente leis


ou os costumes sociais devem sempre ser considerados como
fontes secundárias do direito?

 A doutrina não é pacífica sobre a classificação dos costumes


como fonte direta ou indireta.
AVISO IMPORTANTE

 Se vocês não estudarem, Jesus não ficará feliz.

 Se vocês estudarem, Jesus e eu ficaremos felizes.

 Obrigado pelo compromisso!

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