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10/08/2016

NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE DIREITO

SUMÁRIO: Apresentação do professor.


Considerações a volta da cadeira.

cidy2011@live.com.pt
Prof. Carlos Daniel
17/08/16
Noções Fundamentais de Direito

Tema: 1.Introdução. Ideia geral de Direito.


1.1 Natureza social do homem.
1.2 A sociedade e o Direito.
1.3 Conceito geral de direito.
1.4 Características do Direito.
N Noções Fundamentais de Direito

1.Introdução. Ideia Geral de Direito

Se olharmos para o homem numa perspectiva histórica, de imediato


constataremos que a sua existência não tem decorrido isolada dos
outros homens, mas em comunidades sociais de dimensão e estrutura
muito variáveis.

A observação histórica – já alguém escreveu – apenas nos mostra


homens conviventes, “A vida do homem decorre em convivência: os
indivíduos mantêm entre si, do berço ao túmulo, mútuas e constantes
relações de colaboração e de dependência. A vida em sociedade, é o
modo natural de existência da espécie humana”. (Marcelo Caetano,
Manual de Política e Constitucional)
N Noções Fundamentais de Direito

1. Introdução. Ideia geral de Direito

A sociedade precisa de regras, de uma ordem conhecida e


respeitada pelos homens. Neste sentido nasce o direito
ditando normas de condutas que para serem observadas
fazem-se acompanhar de sanções.

Esta ordem social, é pois o fundamento essencial da


existência da vida humana em sociedade.
Noções Fundamentais de Direito

1.1 NATUREZA SOCIAL DO HOMEM

O homem sempre viveu em comunidade com afecto à tribo, à


família, ao clã e à cidade (polis); a sociedade e o Estado
constituem manifestações inequívocas da sociabilidade do
homem.
Na Grécia antiga o homem tomou consciência de que a sua vida
social (política) lhe atribuía uma condição privilegiada e
superior em relação à natureza (mineral, vegetal ou animal).
Diversos autores tentaram explicar as razões de ser da vida do
homem em sociedade. Originando assim dois grandes grupos:
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1º CONCEPÇÃO NATURALISTA DA SOCIEDADE

De acordo com esta concepção, a origem da sociedade encontra o seu


fundamento na natural sociabilidade do homem. De facto, o homem
tem uma tendência natural para conviver com o seu semelhante de
modo a satisfazer as suas mais elementares necessidades, pois só em
estreita colaboração com outros desenvolve todas as suas
capacidades e consegue, enfim, realizar-se como humano.

Alguns excertos desses autores:


-“O homem é, naturalmente um animal político, (…) feito para viver em
sociedade (…). Se assim não fosse seria (…) uma criatura degradada
ou um ente superior ao homem (…)”- Aristóteles.
Noções Fundamentais do Direito

1º CONCEPÇÃO NATURALISTA DA SOCIEDADE

-“A espécie humana não nasceu para o isolamento e para a


vida errante, mas com a disposição que mesmo na
abundância de todos os seus bens, a leva a procurar o
apoio comum”- Cícero.

-“O homem é por natureza animal social e político vivendo


em multidão ainda mais do que todos os outros animais,
o que se evidencia pela sua natural necessidade”- São
Tomás de Aquino
Noções Fundamentais do Direito

2º CONCEPÇÃO CONTRATUALISTA DA SOCIEDADE

Nos séculos XVII e XVIII, pensadores como Thomas Hobbes, John


Lock e Jean-Jacques Rousseau, ao contrário dos outros autores
da primeira concepção defendiam que a vida do homem em
sociedade não era natural pois resultava de um acordo de
vontades (contrato social) entre os homens.

Assim prescindiram da sua vida solitária e errante que os outros


autores chamaram “estado natural” (status naturalis), que se
caracterizava pela inexistência de leis, e de autoridade,
passaram a viver em “ estado de sociedade” (status civilis).
Noções Fundamentais do Direito
2º CONCEPÇÃO CONTRATUALISTA DA SOCIEDADE

Para estes autores, o homem antes de viver em sociedade


terá vivido em estado pré social isolado dos seus
semelhantes e livre de qualquer vínculo comunitário.
Desse estado de natureza, transitou, por força de
contrato social, para o estado de sociedade.
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1.2 A sociedade e o Direito.

Na nossa vida em sociedade relacionamo-nos com o direito


através de múltiplas formas em que este se manifesta na
vida social: na compra de bens e serviços (casa, automóvel,
energia elétrica, telefone, etc.), nos condutores de veículos
(ao querer licença de condução, ao celebrar contratos – de
trabalho, de sociedade) ao concorrer ao ensino superior,
entre outros.
Noções Fundamentais de Direito

1.2 A sociedade e o Direito.

Esta é a ordem jurídica – Direito. Porém onde houver


sociedade haverá direito (ubi societas, ibi ius).

Analisada a ordem jurídica, podemos então concluir que o


carácter societário do direito se determina pela ligação
estreita e necessária entre Direito e Sociedade. Portanto o
Direito é um fenómeno humano e social.
Noções Fundamentais do Direito

1.3 Conceito geral de direito.

Etimologicamente, o termo Direito, provem da palavra latina


directum que significa recta, no sentido da rectidão, correcto.

Portanto Direito é uma palavra análoga razão pela qual podemos


encontrar diversas acepções mas, como conceito geral, é
chamado Direito todo um conjunto de normas jurídicas
que regulam o comportamento humano emanadas pelo
poder político competente (poder legislativo) –Émerson
Bueno.
1.4 Caracterização do direito.

Temos o Direito como um sistema de normas


considerado na sua globalidade. O que significa que as
suas características o são do conjunto e que, embora,
naturalmente se verifiquem na generalidade das suas
normas, não terão que se registar em todas elas.

As características que podem ser apontadas ao Direito


são: o carácter tridimensional, a necessidade, a
alteridade, a imperatividade, a coercibilidade e a
exterioridade.
1.4 Caracterização do direito.

Dentro das características acima referidas, debruçar-nos-emos


apenas sobre a imperatividade e a coercibilidade.

1.4.1 IMPERATIVIDADE
O Direito é um conjunto de normas imperativas; isto é, o
cumprimento das normas jurídicas não é apresentado aos seus
destinatários com uma das opções que estes dotados de
vontade podem livremente escolher.

A imperatividade na sua forma tradicional à norma jurídica,


impõe uma determinada conduta através de um comando ou
uma estatuição.
1.4 Caracterização do direito.

Existem todavia, normas jurídicas que atribuem


poderes ou faculdades, não impondo quaisquer
comportamentos. Podemos tomar aqui como
exemplo o artigo 40º da constituição da República
de Angola que prevê a liberdade de expressão e de
informação.

A imperatividade é a característica que o direito tem


de impor o cumprimento das suas normas aos seus
destinatários.
1.4 Caracterização do direito.

1.4.2 COERCIBILIDADE
Para que o Direito seja uma ordem verdadeiramente
imperativa, conseguindo na realidade determinar o
comportamento do homem, tem de ter a possibilidade de
impor o cumprimento das normas jurídicas, mesmo
contra a vontade dos seus destinatários, «castigando» o
infrator e «reprimindo» o cumpridor das normas.

A coercibilidade traduz-se na possibilidade de imposição


coactiva, se necessário pela força e contra a vontade dos
seus destinatários, das normas e sanções jurídicas.
1.4 Caracterização do direito.

Portanto, a característica exprime a possibilidade


ou susceptibilidade da ordem jurídica recorrer ao
uso da força para impedir ou reprimir a violação de
uma norma jurídica. A coercibilidade é garantida
pela ordem jurídica que atribui ao Estado o poder
de aplicar as sanções previstas, ela é assistida por
uma sanção que envolve apelo à força (pode ser
imposta manu militari).
Referências bibliográficas
EIRÓ, Pedro. Noções fundamentais de direito. Verbo.
Lisboa/ São Paulo: 1997.

ROCHAS, Isabel et al. Introdução à direito 10 ͣ classe.


Porto editora: 2004.

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