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Autor:
Diego Cerqueira Berbert
Vasconcelos
Aula 04
29 de Março de 2020
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
Aula 04
APRESENTAÇÃO
Olá, alunos do Estratégia OAB!
Boa jornada!
diegocerqueira@estrategiaconcursos.com.br
https://www.facebook.com/profdiegocerqueira/
@profdiegocerqueira
*Esse curso é desenvolvido pelo Prof. Diego Cerqueira, mas conta com a
participação da Advogada Dra. Lara Abdala na produção do conteúdo para 1ª fase
em Dir. Constitucional.
Apresentação ......................................................................................................... 1
16. Administração Pública na Constituição Federal de 1988 .....................................3
16.1 - Princípios Constitucionais no âmbito da Administração Pública .................. 3
16.1.1 – Princípio da Legalidade ......................................................................... 4
16.1.2 – Princípio da Impessoalidade .................................................................. 5
16.1.3 – Princípio da Moralidade ......................................................................... 8
16.1.4 – Princípio da Publicidade ........................................................................ 9
16.1.5 – Princípio da Eficiência .......................................................................... 10
16.1.6 – Princípios Implícitos da Administração Pública .................................... 11
16.2 - Agentes Públicos ........................................................................................ 15
16.2.1 – Acesso aos cargos, empregos e funções públicas .............................. 15
16.2.2 – Concurso Público ................................................................................. 17
16.2.3 – Cargos em Comissão e funções de confiança ..................................... 22
16.2.4 – Direitos dos Servidores Públicos previstos na CRFB/88 ...................... 25
16.2.5 – Remuneração dos Servidores Públicos ................................................ 27
16.2.6 – Acumulação remunerada de cargos, empregos e funções ................. 34
16.2.7 – Servidores Públicos e Mandato Eletivo ............................................... 37
16.2.8 – Obrigatoriedade de Licitação .............................................................. 39
16.2.9 – Responsabilidade Civil do Estado ....................................................... 40
Primeira informação para que você jamais erre isso em prova. Nós temos 05
princípios expressos em nossa Constituição, assim chamados de princípios
explícitos: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
É um mnemônico clássico e bem fácil de se decorar: “LIMPE”.
Um detalhe importante é que os princípios trazidos em nossa Constituição abarcam
toda a Administração Pública, seja ela direta ou indireta.
(...)
“Professor, e os princípios devem ser observados pelos 03 (três) poderes?”
Não tenho a menor dúvida disso. O Poder Legislativo, Executivo e o Judiciário
devem observar os valores fundamentais encampados pela Constituição. E digo
mais, esses princípios precisam ser observados por todos os entes da federação.
(União, Estados, DF e Municípios)
LEGALIDADE
EFICIÊNCIA IMPESSOALIDADE
“LIMPE"
PUBLICIDADE MORALIDADE
respeitando os ditames da lei. Nesse sentido, vale destacar lições de Hely Lopes
Meirelles:
Por fim, podemos falar numa 4ª acepção da impessoalidade: os atos praticados pelo
agente público não são imputáveis a ele, mas sim ao órgão ou entidade em nome
do qual ele age.
E a própria Constituição reflete tal valor, ao estabelecer em seu art. 37, § 6º que:
“Professor, lembro de ter visto em algum lugar uma tal da Teoria da Aparência... o
que é isso?” Vamos lá. ;)
A teoria da aparência nos diz que os atos praticados por agente putativo (que é
aquele agente de fato; não de direito) são considerados válidos. Tecnicamente, o
agente de fato é aquele indivíduo que ingressa na Administração Pública
irregularmente. Se agente aparentar ser servidor público, seus atos devem ser
mantidos quando terceiros de boa-fé forem atingidos.
Para fechar nossa análise sobre o princípio da impessoalidade, vamos fazer um
“esqueminha” com dispositivos da CRFB/88 que se relacionam com a matéria. Se
cair uma questão de prova sobre uma dessas temáticas, cuidado pois o examinador
pode buscar o entendimento sobre o princípio da impessoalidade.
Responsabilidade
Acessibilidade dos da Adminsitração
cargos e empregos Pública pelos danos
públicos causados pelos seus
agentes
O princípio da moralidade reflete uma atuação proba e honesta por parte dos
agentes públicos. Estamos diante de uma conexão direta com os valores da ética e
da moral.
Quando se fala em moralidade administrativa, não basta apenas uma atuação
respeitando os limites da lei. É mais do que isso. Aquele que se reveste da condição
de agente do poder público deve atuar observando os ditames da lei e,
principalmente, os princípios da probidade e boa fé objetiva.
(...)
“Professor, e se a administração pública praticar um ato que viole o princípio da
moralidade?”
Temos um importante Remédio Constitucional para tanto. A chamada Ação
Popular. Trata-se de um instrumento judicial que visa combater atos lesivos que
violem à moralidade administrativa. É o que a doutrina chama de garantia
constitucional do controle dos atos do poder público.
Vamos fazer a leitura juntos do art. 5º, LXXIII:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
SU
PER
SUspensão dos
REI
direitos políticos PERda da função
pública REssarcimento ao
erário +
Indisponibilidade dos
bens
Há certos casos que teremos uma mitigação da publicidade, sobretudo no que diz
respeito àquelas informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
Para fecharmos a análise desse princípio, chegou ao Supremo Tribunal uma
discussão interessante. A problemática jurídica era se a divulgação da remuneração
dos servidores em portal transparência seria constitucional ou não. Acertadamente,
o STF entendeu que:
Foi com a Emenda Constitucional nº 19/98 que o princípio da eficiência passou a ter
status constitucional. A sua previsão expressa na Constituição Federal implantou o
modelo da administração gerencial.
No modelo anterior (administração burocrática), a função administrativa era exercida
com ênfase no princípio da legalidade. Com o novo modelo, a Administração Pública
precisa buscar uma maior produtividade com menos desperdício, contando para
isso com a participação do cidadão.
O foco é no resultado, na a busca pelo aperfeiçoamento dos serviços públicos e pela
racionalidade dos gastos públicos. Isso demonstra a proximidade da noção de
eficiência com o princípio da economicidade, já que temos uma preocupação com
a relação custo/benefício dos gastos.3
O interessante é que, ao longo do texto constitucional, também encontramos a
manifestação do princípio da eficiência em alguns dispositivos, a saber:
Ä Art. 41, § 4º - para a aquisição de estabilidade, o servidor deve passar
por uma avaliação especial de desempenho por comissão instituída com
essa finalidade.
1
Pleno, SS 3902 AgR-segundo / SP - SÃO PAULO, Rel. Min. Ayres Britto, j. 09.06.2011, DJe-189 DIVULG 30-09-2011 PUBLIC 03-10-2011.
2
STF. Plenário. ARE 652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/4/2015 (repercussão geral) (Info 782)
3
Marcelo Alexandrino; Vicente Paulo. Direito Constitucional Descomplicado. 14 ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método. 2015. p. 380
Ä Art. 41, § 1º, III – o servidor público pode perder o seu cargo através de
um procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.
Ä Art. 37, § 8º - a Administração Pública pode celebrar contratos de gestão
com órgãos e entidades da administração direta e indireta. O objetivo é
aumentar a autonomia gerencial através da fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade.
Ä Art. 37, § 3º - O dispositivo constitucional prevê a chamada gestão
participativa. Significa que a gestão da coisa pública contará com a
participação do cidadão (usuário) para a otimização do serviço público. A
lei regulamentará as formas que ocorrerão a participação no âmbito da
Administração Pública direta e indireta.
4
ZANELLA DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito Administrativo. 30ª Ed. GEN/Forense. Rio de Janeiro. 2017, pág. 111-112.
Comentários:
Opa!!! Estamos trata do princípio da impessoalidade previsto no art. 37,
CRFB/88. Lembra do mnemônico “LIMPE”? (rs). Gabarito letra D.
Comentários:
Comentários:
Como trabalhamos em aula, dentre alguns dos princípios implícitos da
Administração Pública (aqueles não contidos expressamente no art. 37, CF),
temos o princípio da segurança jurídica, da motivação, da autotutela e da
razoabilidade. Gabarito é a letra D.
Comentários:
A Constituição Federal, em seu art. 37, inciso I, nos diz que “os cargos, empregos e
funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”.
Percebam que o acesso aos cargos públicos pode ser realizado tanto por brasileiros
quanto por estrangeiros. No que toca a estes, há necessidade de uma lei definindo
as hipóteses de acesso. (norma de eficácia limitada)
Além disso, a doutrina entende que a lei delimitadora não poderá estabelecer
diferenças arbitrárias e abusivas, privilegiando determinados estrangeiros em
detrimento de outros, em função do país de origem.
(...)
“Professor, há alguma diferença entre os estrangeiros residentes e os não
residentes?”
Então. O entendimento é que a previsão constitucional se aplica igualmente aos
estrangeiros residentes ou não no país. Não deve haver diferença! A lei que irá
definir o acesso pode, inclusive, estabelecer a possibilidade de estrangeiros
ocuparem cargos, empregos e funções públicas em repartições brasileiras no
exterior. Olha que interessante!!!
Já no que tange ao acesso de cargos por brasileiros, estes também precisarão
cumprir os requisitos definidos em lei. No entanto, estamos diante de uma norma
de eficácia contida. Somente a lei é que pode definir os requisitos para o acesso
aos cargos, empregos e funções.
Peço licença para apresentar alguns entendimentos jurisprudenciais relevantes do
STF:
BRASILEIROS:
DEVEM CUMPRIR
REQUISITOS LEGAIS
ACESSO AOS CARGOS
PÚBLICOS
ESTRANGEIROS:
É NECESSÁRIA LEI
AUTORIZADORA
5
RE 558.833-AgR. Rel. Min. Ellen Gracie. Julgamento em 08.09.2009.
6
RE 559.823-AgR. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgamento em 27.11.2007.
7
RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 17.8.2016.
Vamos estudar agora o art. 37, inciso II da Constituição Federal. Esse dispositivo traz
um importante conceito no âmbito da Administração Pública: o Princípio do
Concurso Público.
Percebam que o legislador Constituinte previu como regra geral o concurso para a
investidura de cargos e empregos públicos. E aqui devemos respeitar um requisito
essencial: o concurso deve ser de provas ou de provas e títulos.
“Como assim professor?”
(...)
Nossa Constituição não admite a realização de concurso público com base
exclusivamente em avaliação de títulos. Esta até pode existir como uma etapa do
certame, mas jamais como a única etapa. É preciso que tenhamos um certame
contendo “provas ou provas + títulos”.
Outro ponto importante é que a exigência de concurso vale tanto para o provimento
de cargos e empregos da administração pública direta quanto na indireta.
No tema do concurso público, temos um entendimento interessante editado pelo
Supremo Tribunal Federal que pode aparecer em sua prova: Súmula Vinculante nº
43. Ela nos diz que:
Agora, preciso fazer um pequeno destaque. Como toda boa regra tem sempre uma
exceção (rs), o princípio do concurso público não se aplica às nomeações de
comissionados. Os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração. Na
prática, não precisam ser preenchidos mediante concurso.
(..)
No âmbito da jurisprudência, temos alguns julgados importantes que precisamos ter
uma atenção extra. Vamos passar o “bizu”:
8
RE 598.099. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 10.08.2011.
(...)
Por fim, vale destacar que a Constituição não impede que no prazo de validade de
um concurso a Administração Pública venha a realizar um novo certame para o
mesmo cargo.
Pode realizar um novo concurso? SIM!!!! Mas, deve observar a prioridade de
nomeação para os aprovados no concurso anterior sobre os novos aprovados.
Em outras palavras, não estão sujeitos à Lei nº 8.112/90. Também não estão sujeitos
à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
De acordo com o art. 37, inciso V, tanto os cargos em comissão como as funções de
confiança visam apenas às atribuições de chefia, direção e de assessoramento. Mas,
será que estamos diante do mesmo instituto? Muito cuidado!!!
Temos uma diferença entre ambos. As funções de confiança devem ser exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo.
Já no caso do cargo em comissão, poderemos ter pessoas que não ocupam cargos
efetivos desempenhando funções comissionadas. Mas, a norma constitucional
estabelece que a lei trará condições e percentuais mínimos de cargos que devem
ser preenchidos somente por servidores de carreira.
Importante destacar que a CRFB/88 determina no inciso II do art. 37 que os cargos
em comissão são de livre nomeação e exoneração.
Cargos em comissão
• Podem ser preenchidos por pessoas com ingresso sem
concurso público. Entretanto, a Lei deve estabelecer
percentuais mínimo de vagas a serem preenchidas por
servidores de carreira, que ingressaram no serviço
público mediante concurso
Agora, aqui trago um ponto adicional no tema das funções de confiança e cargos
comissionados. Com a emenda constitucional 103/2019, o art. 39, § 9º, da CRFB/88
passou a estabelecer que é “vedada a incorporação de vantagens de caráter
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em
comissão à remuneração do cargo efetivo”.
Como assim, prof.?
Digamos que um servidor público esteja ocupando uma função de confiança, como
por exemplo o fato de ser chefe de um setor em uma repartição pública. Ele recebe
por isso, certo? Ok.
Então. Essa vantagem vinculada à função de confiança em que exerce não pode ser
incorporada a sua remuneração final no exercício do cargo efetivo. Quando deixar
de exercer tal função, deixará também de gozar dessa vantagem.
(...)
Vamos comentar um pouco agora acerca do nepotismo. Trata-se de uma prática
nefasta que ocorre no âmbito da Administração Pública quando um agente usa de
sua posição de poder para nomear, contratar ou favorecer um ou mais parentes.
A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou entendimento de que a vedação ao
nepotismo independe de uma previsão em lei formal, pois é uma prática
inconstitucional que ofende aos princípios da moralidade e da impessoalidade.
Trata-se de ato vedado por todos os Poderes da República e entes da Federação.
Agora, olha só maldade (rs). Para mascarar o nepotismo direto, passou-se a realizar
uma prática ainda mais nefasta no âmbito da Administração Pública: o e “nepotismo
cruzado”. Essa prática funciona como uma espécie de “troca de favores”, pois se
apresenta quando dois agentes públicos nomeiam parentes um do outro. (de modo
recíproco)
O STF entendeu que essa prática também não deve ser admitida em nosso
ordenamento jurídico. A própria Súmula Vinculante nº 13 deixa isso expresso
quando traz a seguinte expressão “o ajuste mediante designações reciprocas”.
(...)
Através da jurisprudência ficou instituído que, em regra, há duas situações cujo
nepotismo não se caracteriza quando:
Ä Servidor ocupante de cargo de provimento efetivo foi nomeado por
ter passado em um concurso público. De acordo com o Supremo, nessa
admissão não há a caracterização de nepotismo caso haja relação de
parentesco dentro entidade. Caso contrário “isso poderia inibir o próprio
provimento desses cargos, violando, dessa forma, o art. 37, I e II, da CF/88,
que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos públicos aos
aprovados em concurso público.” (STF. Plenário. ADI 524/ES, rel. orig. Min.
Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
20/5/2015 - Info 786).
No ano de 2016, o Supremo Tribunal Federal trouxe uma posição mais detalhada
sobre os cargos políticos. Para a Corte “não é possível afirmar que a simples
nomeação para cargo político afasta aplicação da súmula sobre nepotismo”.
É necessária a análise do caso concreto para entender se deve ocorrer o afastamento
ou não. Caso fique demonstrada que a nomeação ocorreu exclusivamente em
decorrência de parentesco, troca de favores (nepotismo cruzado) ou qualquer
modalidade de fraude à lei, ou ainda por descumprimento dos princípios
administrativos, restará configurado o nepotismo. Um bom exemplo, é quando o
nomeado não possui qualificação alguma (capacidade técnica) que justifique a sua
escolha para o cargo.
Em relação aos direitos de associação, a Supremo Tribunal editou a Súmula nº. 679
determinando limites à normatização sindical, proibindo por exemplo que
“convenção coletiva fixe vencimentos dos servidores públicos”.
“E os militares, professor?”
(...)
Então. Importante esclarecer que tanto a sindicalização quanto a greve são vedadas
para os militares, nos moldes do art. 142, IV, da CRFB/88, não havendo qualquer
exceção. Agora, no que toca aos servidores públicos civis, o direito de greve é
permitido constitucionalmente, conforme estudaremos a seguir.
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites estabelecidos
em lei específica.
O direito de greve do servidor público para ser exercido depende da edição de uma
lei fixando os limites para o exercício desse direito. A doutrina entende que o inciso
VII trata-se de norma constitucional de eficácia limitada. Enquanto a lei não existir,
em tese, os servidores públicos não podem desfrutar do direito de greve.
Até os dias atuais, não temos a edição dessa lei regulamentadora. Por isso,
questionamentos foram levados ao STF por meio de Mandados de Injunção. O
Supremo entendeu que, enquanto não editada a norma regulamentadora, a lei de
greve vigente no setor privado (Lei no 7.783/1989) deve ser aplicada em eventual
greve no serviço público, no que couber.
Um detalhe importante para fins de prova é sobre a inaplicabilidade do direito de
greve para alguns servidores públicos, a exemplo das forças policiais. De acordo
com a Corte:
(...)
Outrossim, em 2016, o Plenário do STF firmou mais um importante entendimento
sobre o direito de greve. No RE 693456, com repercussão geral reconhecida, foi
Cumpre ressaltar que o art. 39, §8º, permitiu que o legislador ordinário
estabelecesse a remuneração através de subsídio para servidores públicos
organizados em carreira. (§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados
em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º). Lembrando que estamos diante
de uma faculdade!!!
Em relação aos vencimentos, também denominados de remuneração em sentido
estrito, o entendimento é que eles são compostos pelo vencimento básico do
servidor público efetivo mais as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas
em lei (art. 41 da Lei 8.112/90).
Já a categoria remuneratória denominada de salário é aquela paga aos empregados
públicos, que são regidos pelo regime celetista. Ex: Presidente de uma empresa
pública.
Um ponto de destaque do inciso X é que há a garantia expressa da aplicação do
princípio da periodicidade. Assim, foi estabelecido que pelo menos deve ser
realizada a chamada revisão geral anual da remuneração do servidor público.
(...)
Um detalhe para elevarmos o nível da nossa aula (rs). Lá no inciso X, o Constituinte
previu que “somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada
a iniciativa privativa em cada caso (...)”
Pois bem. A Lei específica será alterada ou fixada pelo Legislativo (Congresso
Nacional). No entanto, será que um parlamentar (Deputado ou Senador) pode
apresentar um projeto de lei sobre remuneração de servidor público?
Então, a Constituição estabeleceu que certas matérias são de chamada iniciativa
reservada de algumas figuras. Quando se fala em iniciativa reservada é a iniciativa
para apresentar o projeto de lei ao legislativo, o chamado ato de deflagrar o
processo legislativo. Tecnicamente, seria um ato de elaborar o projeto e encaminhar
ao legislativo para que ele possa ser deliberado.
Vamos compreender quem detém essa atribuição!
Competência
Congresso
privativa de
Nacional
cada Tribunal
(...)
“Professor, poderia apresentar um exemplo?” Sim. ;)
Caso haja a necessidade de alterar a remuneração dos servidores públicos federais
pertencentes a estrutura do Poder Executivo, o projeto de lei deve ser de iniciativa
do Presidente da República.
Após a apresentação do projeto de lei pelo Chefe do Poder Executivo Federal,
acontecerá a apreciação e deliberação pelo Legislativo. Assim, não pode um
Deputado ou Senador por exemplo apresentar um projeto de lei sobre tal matéria.
Se isso ocorrer, estaremos diante de um vício formal de inconstitucionalidade.
Subsídio dos
Teto facultativo para os Estados e Distrito
desembargadores do TJ
Federal (não se aplica a deputados estaduais e a
(até 90,25% do subsídio
distritais, nem a vereadores)
dos Ministros do STF)
(...)
Uma pergunta capciosa (rs). Será que o teto remuneratório engloba as parcelas
indenizatórias fixadas em lei? NÃOOO!!! Quando falamos em teto, não
consideramos as parcelas indenizatórias. Ex: ajuda de custo de viagem;
alimentação....
Em relação ao salário dos empregados públicos, o entendimento firmado é de que
as empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias que
recebem recursos da U, E, DF ou M para pagamento de despesas de pessoal ou de
custeio em geral devem respeitar o teto remuneratório (CRFB/88, art. 37, §9º).
O inciso XII do art. 37 também trata de regras sobre a remuneração dos servidores
públicos, instituindo que:
Esse dispositivo apenas se aplica quando estamos diante de cargos iguais ou com
atribuições semelhantes nos três Poderes. Por exemplo, um contador que exerce
cargo no executivo federal com um contador que exerce cargo no judiciário. J
Dessa forma, os vencimentos pagos pelo Poder Executivo são os limites máximos
para a remuneração dos servidores que exercem funções iguais ou assemelhadas no
Legislativo e no Judiciário.
O constituinte tentou evitar que fosse previsto por lei reajustes automáticos de
remuneração ou aumentos “em cascata”. O STF inclusive já editou a Súmula
Vinculante nº 42, pacificando a matéria: “É inconstitucional a vinculação do reajuste
de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção
monetária.”
Além disso, em sede de controle de constitucionalidade, o Supremo decidiu que é
inconstitucional lei estadual que venha a estabelecer a vinculação entre o reajuste
dos subsídios do Governador e o reajuste concedido aos servidores públicos
estaduais. 9
Por fim, sobre o sistema remuneratório, o inciso XV do art. 37 da CRFB/88 garante
a irredutibilidade dos vencimentos e subsídio.
“O que é isso professor?”. Façamos a leitura juntos:
9
ADI. 3.491/RS, Rel. Min Carlos Ayres Britto. Julgamento em 27.09.2006.
Então, percebam que temos um pequeno detalhe. Para que haja a possibilidade de
acumulação de cargos públicos, deve haver a compatibilidade de horários. Trata-
se de um elemento essencial.
Uma observação! A partir da leitura dos incisos XVI e XVII, fica claro que a vedação
refere-se apenas às atribuições públicas. Assim, o servidor público também pode
exercer atividades privadas, caso a atividade não viole o estabelecido no regime
jurídico próprio do cargo que exerce.
Quer um exemplo? O art. 6º da Lei nº 8.112/90 (regime jurídico dos servidores
públicos federais) determina que os servidores públicos não podem participar da
gerência ou administração de sociedade privada.
Ao longo da nossa Carta Magna há outros dispositivos constitucionais que
enumeram situações cuja acumulação é permitida. Mas, um ponto deve ser
ressaltado. A compatibilidade de horários deve ser respeitada em todo e qualquer
caso de acumulação. Vejamos:
Ä Art. 128, § 5º, II, “d” - Os membros do Ministério Público podem
acumular o cargo de magistério (professor);
Ä Art. 95, parágrafo único, I - O cargo de juiz pode ser acumulado com o
cargo de magistério (professor);
Ä Art. 38, III - O cargo de vereador pode ser acumulado com outro cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo
Um aspecto importante a ser mencionado é que na acumulação lícita de cargos é
preciso obedecer ao teto remuneratório constitucional. Afinal, o art. 37, XVI,
determina que deve ser “observado em qualquer caso o disposto no inciso XI”.
No âmbito doutrinário existe um grande debate sobre esse tema. Há corrente
defendendo que o teto constitucional deve ser observado por cada cargo
isoladamente; mas para alguns autores a regra do teto remuneratório na acumulação
lícita será analisada pelo somatório das respectivas remunerações percebidas pelo
agente.
Agora, percebam que esse mesmo parágrafo também instituiu 3 (três) exceções.
São elas:
Ä Cargos acumuláveis: Um Auditor da Receita Federal aposentado não
pode receber os proventos de sua aposentadoria com a remuneração do
cargo de Procurador da PGFN. Mas, é possível que um Auditor receba os
proventos de sua aposentadoria e uma eventual remuneração de cargo
10
Segundo o STF, “Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da
Constituição Federal, pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório
dos ganhos do agente público”.
Vamos pensar o seguinte. Imagine que um servidor público deseje alçar um mandato
de Deputado Federal ou Senador. Será que ele na qualidade de servidor público
pode concorrer ao cargo? E se for Governador, Prefeito, Vereador...? Como fica essa
questão?
É o que vamos estudar a partir de agora. ;)
Nossa Constituição previu a possibilidade de um servidor público vir a exercer um
mandato eletivo. E a previsão consta no art. 38. Vejamos:
Percebam que CRFB/88 não veda a participação do servidor público. Ele pode vir a
exercer qualquer mandato eletivo. O que ela traz são regras impeditivas ou
permissivas de acumulação de cargos, empregos ou funções públicas. Ex: o
servidor eleito para mandato federal, estadual ou distrital deve ser afastado do seu
cargo, emprego ou função, seja ele ocupante de cargo efetivo ou de cargo
comissionado.
Um pequeno detalhe. ;) O dispositivo constitucional não fez distinção quanto ao
mandato ser no âmbito do Poder Executivo ou do Poder Legislativo. A regra de
afastamento se aplica para o exercício do mandato como Presidente, Governador,
Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual ou até mesmo Deputado Distrital.
(...)
“Professor, mas esse servidor receberá qual remuneração? As duas?” NÃOOO!!!
O entendimento é de que o servidor deverá receber apenas a remuneração do
mandato eletivo.
“E se servidor for investido em mandato eletivo municipal?”
Temos a incidência dos incisos II e III. Ao ser eleito para o cargo de Prefeito, o
servidor também será afastado do cargo, mas é permitida a escolha da
remuneração que melhor lhe convier (do seu cargo ou a remuneração do mandato
eletivo).
Em relação ao mandato de Vereador, a CRFB/88 permite a acumulação com o
cargo público, quando há compatibilidade de horários. Nessa situação, haverá a
percepção das perceberá as vantagens do cargo juntamente com a remuneração de
vereador.
Agora, se não houver compatibilidade de horários, ao ser investido no mandato de
Vereador o servidor será afastado do cargo, devendo escolher qual remuneração
deseja receber. Tecnicamente, acaba incidindo a regra do inciso II.
Vamos consolidar esse assunto?
Cargos do Executivo ou
do Legislativo Federal, Prefeito Vereador
Estadual ou Distrital
Por último, o inciso IV ainda nos diz que, nos casos de afastamento do servidor, seu
tempo de exercício no mandato eletivo será contado como tempo de serviço para
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
Comentários:
Letra A: correta. As funções de confiança e os cargos em comissão são
destinados apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Ressalte-se que as funções de confiança são exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo.
Letra B: errada. Os atos de improbidade administrativa terão como
consequência a suspensão dos direitos políticos.
Letra C: errada. Segundo o art. 37, XIII, é vedada a vinculação ou equiparação
de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal
do serviço público.
Letra D: errada. Não se trata de matéria reservada à lei complementar, mas sim
à lei ordinária.
Comentários:
Olha só. A banca acabou cobrando o entendimento de súmula do Supremo.
Vimos que o STF reconhece a possibilidade de que lei estabeleça limite de
idade para inscrição em concurso público, desde que isso possa ser justificado
pela natureza das atribuições do cargo.
Súmula nº. 683/STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público
só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”. Gabarito
é a letra B.
Comentários:
Questão fresquinha saindo do forno (rs). A banca acabou trazendo um tema
que inclusive ressaltei em aula: a greve dos servidores militares. (lembram do
“tome nota”?)
Pois bem. No caso desses servidores, nossa Constituição traz condição
especial. Ela veda expressamente o direito de greve. É a previsão do art. Art.
142, inciso IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve. Dessa forma,
não há possibilidade dos policiais militares do Estado Y exercerem o direito de
greve. Portanto, temos o gabarito Letra C.
âmbito eleitoral e administrativo, para que o mesmo possa lhe passar algumas
orientações. À luz da sistemática constitucional, o advogado a orienta que a
partir da posse:
a) optando pelo mandato eletivo, ela poderá continuar no cargo que ocupa no
Estado, mas receberá exclusivamente o subsídio correspondente ao exercício
das funções de vereadora;
b) se assumir o mandato eletivo será́ afastada do cargo que ocupa no Estado,
no entanto receberá a respectiva remuneração juntamente com o subsídio
correspondente ao exercício das funções de vereadora;
c) optando pelo mandato eletivo, ela será exonerada do cargo estadual, pois é
vedada a acumulação de cargos públicos;
d) se assumir o mandato eletivo será́ afastada do cargo que ocupa no Estado,
mas poderá́ optar entre esta remuneração e o subsídio correspondente ao
exercício das funções de vereadora.
Comentários:
Pessoal, a Constituição estabelece regras próprias para acumulação de cargos
daqueles irão exercer mandato eletivo. No caso do servidor público da
administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, o art. 38, CRFB/88 diz:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado
de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou
função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada
a norma do inciso anterior;
Então, fechamos a questão. ;) Priscila foi investida no mandato de vereadora?
Sim. Mas não há compatibilidade de horários. Portanto, não poderá exercer as
duas funções e perceber as duas vantagens dos cargos. Nesse caso, incide as
mesmas regras para prefeito. Ela será afastada (e não exonerada, cuidado), mas
poderá optar por uma das duas remunerações. Gabarito letra D.
Comentários:
Pessoal, essa é uma questão que aborda o tema da administração pública, em
especial o art. 37, inciso V da CRFB/88, que trata das funções de confiança e
dos cargos em comissão: “as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
e assessoramento”;
Muito cuidado, para não confundir cargos em comissão com funções de
confiança. São coisas diferentes. As funções de confiança são exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo (EC nº 19/98). Já os
cargos em comissão, por sua vez, são de livre nomeação e exoneração. Todavia,
existe previsão em lei de um percentual mínimo dos cargos em comissão que
devem ser ocupados por servidores de carreira. Para concluir, tanto os cargos
em comissão quanto as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições
de direção, chefia e assessoramento. Gabarito letra D.
procura o Prof. Igor para que pudesse lhe dar orientações no tema da
administração pública. O Professor, muito preocupado em ajudar o jovem
aluno, afirma que nossa CRFB/88 estabelece que:
a) a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.
b) o exercício de função pública sem prévio concurso público é possível, como
nas hipóteses de nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
c) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
improrrogável.
d) as funções de confiança destinam-se às atribuições de direção, chefia e
assessoramento, sendo tais cargos declarados em lei de livre nomeação e
exoneração, podendo recair sobre pessoa não concursada.
Comentários:
A letra A está incorreta. A Constituição faz uma ressalva quanto às nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Nesse caso, a investidura em cargo ou emprego público independe de
aprovação prévia em concurso público (art. 37, II, CF).
A letra B está correta. As funções públicas podem ser exercidas tanto por
servidores comissionados quanto por efetivos.
A letra C está incorreta. O prazo de validade do concurso público será de até
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período (art. 37, III, CF).
A letra D está incorreta. As funções de confiança são exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo (art. 37, V, CF).
Comentários:
O primeiro item está correto. Versa o inciso XIII do art. 37 da Constituição que
é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias
para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
O segundo item está incorreto. O direito de greve dos servidores públicos é
norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, depende de regulamentação
para que possa ser exercido. Entretanto, o STF determinou a aplicação, ao setor
público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei no
7.783/1989) até a edição da lei regulamentadora.
O inciso XVI do art. 37 da Constituição permite, excepcionalmente, que se
acumulem os seguintes cargos, quando houver compatibilidade de horários:
- dois cargos de professor;
- um cargo de professor com outro técnico ou científico;
- dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
Gabarito é a letra A.
Comentários:
Letra A: errada. Não é possível a acumulação do cargo de juiz e deputado
federal. Explico. Segundo o art. 95, parágrafo único, III, é vedado aos juízes
dedicar-se à atividade político-partidária.
Letra B: correta. É plenamente possível que sejam acumulados um cargo de
professor com outro cargo técnico ou científico, desde que haja
compatibilidade de horários (art. 37, XVI, “b”).
Letra C: errada. É possível a acumulação de 2 cargos públicos de professor, mas
há que existir compatibilidade de horários. Como a assertiva menciona que os
cargos exigem “dedicação exclusiva”, não será possível a acumulação destes.
Letra D: errada. Não é possível a acumulação remunerada de 2 (dois) cargos
técnicos ou científicos.
Letra E: errada. O servidor público investido no mandato de Prefeito será
afastado do cargo, emprego ou função. Assim, não é possível que o Prefeito
acumule seu cargo com qualquer outro.
Comentários:
A letra A está incorreta. Como trabalhamos em aula, nos termos do art. 37, XVI,
a regra é a vedação da acumulação remunerada de cargos públicos. Mas, isto
pode ser excepcionado quando houver compatibilidade de horário, e desde
que seja a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com
outro técnico ou científico; ou c) a de dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
A letra B está incorreta. Há sim possibilidade de contratação por tempo
determinado. E a lei estabelecerá esses casos para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX, CF).
A letra C está incorreta. O servidor público tem sim direito à livre associação
sindical. Esta é a regra constitucional do art. 37, VI.
A letra D está incorreta. O direito de greve para o servidor público está
garantido em CF/88, sendo exercício nos termos e limites definidos em lei
específica. Trata-se de norma constitucional de eficácia limitada. Em tese, é
necessária uma lei para que os servidores públicos possam usufruir do direito
de greve.
Como tal lei ainda não foi editada, o STF, no julgamento de três mandados de
injunção, adotando a posição concretista geral, determinou a aplicação ao setor
público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei no
7.783/1989) até a edição da lei regulamentadora.
Comentários:
Questão tranquila. João era detentor de cargo efetivo. Como se elegeu a
Vereador, a Constituição em seu art. 38, III, diz que investido no mandato de
Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, e,
não havendo compatibilidade, será afasto facultando-lhe optar pela sua
remuneração.
Agora, o mais importante, no caso que exija o afastamento para o exercício de
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos
legais, exceto para promoção por merecimento; (art. 38, IV, CF). Gabarito letra
D.
Comentários:
Letra A incorreta. Vimos que, de acordo com art. 37, inciso I, “os cargos,
empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”
Letra B incorreta. Muito cuidado. Pegadinha clássica de prova. Na verdade, a
investidura depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou
provas e títulos (art. 37, II, CF)
Letra C incorreta. Outro item maldoso. Nos termos do inciso III, o “prazo de
validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período”.
Letra D incorreta. As regras Constitucionais referentes ao ingresso de pessoal
no serviço público também se aplicam às entidades de Direito Privado.
Comentários:
A afirmativa I está incorreta. Somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação (art. 37, XIX, CF).
A afirmativa II está correta. É o contrato de gestão, instrumento destinado a
conferir maior autonomia aos órgãos e entidades da administração direta e
indireta (art. 37, § 8o, CF).
Comentários:
Meus amigos, a questão trabalhou com as disposições do art. 37, V, CRFB/88.
Como vimos em aula, “os cargos em comissão destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento”. O Serviço de engenharia não
se enquadra em nenhuma das hipóteses. Nesse caso, o art. 1º é
inconstitucional.
No caso do art. 2º, que criou “10 funções de confiança, destinadas aos titulares
de cargos de provimento efetivo que exercem a chefia de repartições públicas”
ele tem amparo no texto constitucional. (art. 37, V, CF).
E, por fim, o art. 3º está equivocado. Os titulares de cargo efetivo podem
ocupar cargos em comissão. O gabarito é a letra B.
Comentários:
Atenção! O art. 37, §12 da Constituição Federal permite que a providência
relatada no enunciado seja adotada para a esfera estadual, mas não para os
municípios. Ademais, o limite único não pode ser estendido aos deputados
estaduais.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado
aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal
dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
Gabarito letra C.
Comentários:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional,
no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato
eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto
para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem.
Art. 40. § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal
será contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-
Comentários:
A resposta está no art. 37 da CF/88: A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XVI - é vedada a
acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso
XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro
técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
Gabarito Letra B.
(...)
Pessoal, por hoje é só. (Ufa rs)
Encerramos os trabalhos por hoje. ;)
Abraço a todos,
Prof. Diego Cerqueira