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Aula 04

Direito Constitucional p/ OAB 1ª Fase


XXXII Exame - Com Videoaulas

Autor:
Diego Cerqueira Berbert
Vasconcelos
Aula 04
29 de Março de 2020
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
Aula 04

APRESENTAÇÃO
Olá, alunos do Estratégia OAB!

Tudo bem com vocês? Como andam os estudos?

No encontro de hoje, faremos uma abordagem rápida acerca do tema da


Administração Pública.

Boa jornada!

Profs. Diego Cerqueira

diegocerqueira@estrategiaconcursos.com.br

https://www.facebook.com/profdiegocerqueira/

@profdiegocerqueira

*Esse curso é desenvolvido pelo Prof. Diego Cerqueira, mas conta com a
participação da Advogada Dra. Lara Abdala na produção do conteúdo para 1ª fase
em Dir. Constitucional.

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Apresentação ......................................................................................................... 1
16. Administração Pública na Constituição Federal de 1988 .....................................3
16.1 - Princípios Constitucionais no âmbito da Administração Pública .................. 3
16.1.1 – Princípio da Legalidade ......................................................................... 4
16.1.2 – Princípio da Impessoalidade .................................................................. 5
16.1.3 – Princípio da Moralidade ......................................................................... 8
16.1.4 – Princípio da Publicidade ........................................................................ 9
16.1.5 – Princípio da Eficiência .......................................................................... 10
16.1.6 – Princípios Implícitos da Administração Pública .................................... 11
16.2 - Agentes Públicos ........................................................................................ 15
16.2.1 – Acesso aos cargos, empregos e funções públicas .............................. 15
16.2.2 – Concurso Público ................................................................................. 17
16.2.3 – Cargos em Comissão e funções de confiança ..................................... 22
16.2.4 – Direitos dos Servidores Públicos previstos na CRFB/88 ...................... 25
16.2.5 – Remuneração dos Servidores Públicos ................................................ 27
16.2.6 – Acumulação remunerada de cargos, empregos e funções ................. 34
16.2.7 – Servidores Públicos e Mandato Eletivo ............................................... 37
16.2.8 – Obrigatoriedade de Licitação .............................................................. 39
16.2.9 – Responsabilidade Civil do Estado ....................................................... 40

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16. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

16.1 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Quando pensamos em Administração Pública, precisamos compreender que nossa


Carta Magna estabeleceu certos valores fundamentais para nortear o Estado no
desempenho de um dos papeis centrais do Poder Público: a prestação de serviços
públicos.
Dentro desse contexto, nós temos os chamados Princípios Constitucionais. Eles
foram trazidos pelo Constituinte de maneira expressa para que o Estado pudesse
balizar a sua conduta.
Vamos a seguir estudar o art. 37 da Constituição Federal de 1988 e entender um
pouco mais sobre esse assunto.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (...)

Primeira informação para que você jamais erre isso em prova. Nós temos 05
princípios expressos em nossa Constituição, assim chamados de princípios
explícitos: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
É um mnemônico clássico e bem fácil de se decorar: “LIMPE”.
Um detalhe importante é que os princípios trazidos em nossa Constituição abarcam
toda a Administração Pública, seja ela direta ou indireta.
(...)
“Professor, e os princípios devem ser observados pelos 03 (três) poderes?”
Não tenho a menor dúvida disso. O Poder Legislativo, Executivo e o Judiciário
devem observar os valores fundamentais encampados pela Constituição. E digo
mais, esses princípios precisam ser observados por todos os entes da federação.
(União, Estados, DF e Municípios)

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LEGALIDADE

EFICIÊNCIA IMPESSOALIDADE

“LIMPE"

PUBLICIDADE MORALIDADE

Vamos analisar cada um desses princípios!


(...)

16.1.1 – Princípio da Legalidade

O primado da legalidade consiste em um valor-fonte essencial para toda ordem


jurídica. E, nossa Constituição, pautada num Estado Democrático de Direito, não
poderia deixar de prever esse valor fundamental.
Lembra quando nós estudamos o princípio da legalidade no tema dos direitos
individuais e coletivos?
Pois bem. Naquela oportunidade, vimos que é permitido ao indivíduo fazer tudo
que não fosse expressamente proibido por lei. Aqui, a legalidade está relacionada
a uma maior liberdade de atuação do indivíduo, somente não podendo fazer algo
que a lei proíba expressamente.

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Agora, no âmbito da Administração Pública, precisamos pensar um pouco diferente.


A Legalidade constitui a submissão do Estado aos ditames da lei. Temos a ideia de
que a administração somente pode fazer o que está expressamente previsto em
lei. (Agir de acordo com os limites estabelecidos em lei)
Por qual razão professor? Então. É que temos um princípio basilar que rege a
atuação do Estado: interesse público. É por meio da observância das leis que se
concretiza a vontade do povo e, por consequência, temos o atendimento ao
interesse público.
Uma pequena observação. Quando se fala em legalidade, devemos ter em mente
não apenas o respeito à lei em sentido estrito (aspecto formal), mas também as
normas jurídicas como um todo, inclusive os atos infralegais. (instruções normativas,
portarias...)
“Mas, professor, eu já estudei em administrativo que nós temos a atuação do Estado
em algumas situações de maneira discricionária”.
É isso mesmo. :) Não há nada de incongruente. Normas jurídicas podem estabelecer
à administração pública o uso da discricionariedade. Mas, é preciso que haja a
previsão legal para tanto. Quer um exemplo?
A concessão de licença a um servidor público para tratar de interesse particular é
um critério que passa pela discricionariedade da Administração. Mas, a lei que rege
o servidor público pode prever que a administração possa atuar dessa forma.

16.1.2 – Princípio da Impessoalidade

No estudo do Direito Administrativo, o princípio da impessoalidade possui algumas


acepções, dentre elas o aspecto da finalidade e da isonomia. Vamos compreender
um pouco melhor essa questão. ;)
No aspecto da finalidade, a impessoalidade traduz a ideia de uma Administração
Pública que atue buscando a satisfação do interesse público. É o interesse coletivo
que deve prevalecer. E quando nós temos condutas sendo praticadas pela
administração que desvirtue o interesse público, tecnicamente nós temos um desvio
de finalidade. Ou seja, a Administração Pública (ou o agente no exercício das
atribuições do poder público) pratica um ato que viola a supremacia do interesse
público.
Aquele que exerce o papel de agente público deve ter em mente que sua atuação
deve ser objetiva e sem uma finalidade pessoal. A finalidade deve ser legal,

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respeitando os ditames da lei. Nesse sentido, vale destacar lições de Hely Lopes
Meirelles:

“(…) o princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37,


“caput”), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao
administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é
unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente como
objetivo do ato, de forma impessoal”. 1

E a 2ª acepção professor? Opa.... já ia me esquecendo dela rsrs.


Vamos lá. ;)
O princípio da impessoalidade também reflete um valor trazido pelo texto
constitucional de vedação à promoção pessoal. Quando se diz “vedar à promoção
pessoal” é no sentido de que o agente não pode se utilizar da máquina pública
como forma de se autopromover. (de se “vangloriar” que foi ele quem fez X ou
trouxe o benefício Y à comunidade)
Quer entender um pouco mais? Façamos a leitura juntos do art. 37, § 1º, da
CRFB/88:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos


órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Professor, mas já vi isso acontecer em minha cidade? Eu sei. ;(


Na Prática, temos ainda muitas discrepâncias, mas o Judiciário tem atuado forte no
combate a essas condutas que desrespeitam claramente o texto da nossa
Constituição.
(...)
A doutrina ainda nos apresenta mais algumas acepções do princípio da
impessoalidade. Quero comentar com vocês o aspecto da isonomia. Olha só!
Quando se fala em impessoalidade, é possível relacionar o tema com o princípio da
isonomia, na medida em que o acesso aos cargos públicos deve ocorre de modo
isonômico, impessoal, de modo a se dar oportunidade de acesso a todos. Tal feito,
está materializado com a exigência de concurso para acesso aos cargos públicos no
âmbito da administração.

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Por fim, podemos falar numa 4ª acepção da impessoalidade: os atos praticados pelo
agente público não são imputáveis a ele, mas sim ao órgão ou entidade em nome
do qual ele age.
E a própria Constituição reflete tal valor, ao estabelecer em seu art. 37, § 6º que:

“as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa”.

“Professor, lembro de ter visto em algum lugar uma tal da Teoria da Aparência... o
que é isso?” Vamos lá. ;)
A teoria da aparência nos diz que os atos praticados por agente putativo (que é
aquele agente de fato; não de direito) são considerados válidos. Tecnicamente, o
agente de fato é aquele indivíduo que ingressa na Administração Pública
irregularmente. Se agente aparentar ser servidor público, seus atos devem ser
mantidos quando terceiros de boa-fé forem atingidos.
Para fechar nossa análise sobre o princípio da impessoalidade, vamos fazer um
“esqueminha” com dispositivos da CRFB/88 que se relacionam com a matéria. Se
cair uma questão de prova sobre uma dessas temáticas, cuidado pois o examinador
pode buscar o entendimento sobre o princípio da impessoalidade.

Responsabilidade
Acessibilidade dos da Adminsitração
cargos e empregos Pública pelos danos
públicos causados pelos seus
agentes

A publicidade dos Obrigatoriedade de


atos, programas, procedimento
obras, serviços e licitatório de modo
campanhas dos imparcial e
órgãos públicos impessoal
Princípio da
Impessoalidade

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16.1.3 – Princípio da Moralidade

O princípio da moralidade reflete uma atuação proba e honesta por parte dos
agentes públicos. Estamos diante de uma conexão direta com os valores da ética e
da moral.
Quando se fala em moralidade administrativa, não basta apenas uma atuação
respeitando os limites da lei. É mais do que isso. Aquele que se reveste da condição
de agente do poder público deve atuar observando os ditames da lei e,
principalmente, os princípios da probidade e boa fé objetiva.
(...)
“Professor, e se a administração pública praticar um ato que viole o princípio da
moralidade?”
Temos um importante Remédio Constitucional para tanto. A chamada Ação
Popular. Trata-se de um instrumento judicial que visa combater atos lesivos que
violem à moralidade administrativa. É o que a doutrina chama de garantia
constitucional do controle dos atos do poder público.
Vamos fazer a leitura juntos do art. 5º, LXXIII:

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

A nossa Constituição ainda prescreveu um dispositivo de suma importância no


combate aos atos violadores da moralidade administrativa. Temos no art. 37, § 4º a
possibilidade de responsabilização daqueles que cometerem atos de improbidade
administrativa.
Esses atos poderão ensejar a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao Erário, sem prejuízo da
ação penal cabível, que também poderá ser proposta.

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Mnemônico: “SUPER REI”

SU
PER
SUspensão dos
REI
direitos políticos PERda da função
pública REssarcimento ao
erário +
Indisponibilidade dos
bens

16.1.4 – Princípio da Publicidade

A doutrina do Direito Constitucional e Administrativo apresenta para fins de estudo


algumas acepções quando analisamos o Princípio da Publicidade.
Primeiro ponto. A Administração Pública tem a obrigação de tornar público os atos
que forem praticados. A publicidade é um requisito de eficácia do ato
administrativo. Ex: Uma Instrução Normativa expedida pela Receita Federal
estabelecendo obrigações para os Contribuintes somente produzirá seus efeitos
após a publicação no Diário Oficial.
Uma segunda acepção do princípio da publicidade diz respeito à exigência de
transparência de atuação do poder público. Tal fato é importante como forma de
possibilitar o controle dos atos administrativos. A Administração Pública tem a
obrigação de dar conhecimento à sociedade daquilo que ela realizou ou venha a
realizar.
Em nossa Carta Magna, temos um importante preceito constitucional que se alinha
ao princípio da publicidade: o direito à informação. O art. 5º, XXXIII nos diz que
“todos os cidadãos têm o direito de receber dos órgãos públicos informações de
interesse particular, de interesse coletivo ou de interesse geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
Percebam que o direito à informação caminha junto com a necessidade de a
Administração Pública respeitar o princípio da publicidade. Agora, como já
estudamos, não existe em nosso ordenamento jurídico direito fundamental
absoluto. ;)

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Há certos casos que teremos uma mitigação da publicidade, sobretudo no que diz
respeito àquelas informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
Para fecharmos a análise desse princípio, chegou ao Supremo Tribunal uma
discussão interessante. A problemática jurídica era se a divulgação da remuneração
dos servidores em portal transparência seria constitucional ou não. Acertadamente,
o STF entendeu que:

“legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração


Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos
e vantagens pecuniárias”. Nesse caso, não cabe “falar de intimidade ou de vida
privada nesse caso, pois os dados objeto da divulgação em causa dizem respeito a
agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem da própria
Constituição, agentes estatais agindo “nessa qualidade” (§6º do art. 37)”. 12

16.1.5 – Princípio da Eficiência

Foi com a Emenda Constitucional nº 19/98 que o princípio da eficiência passou a ter
status constitucional. A sua previsão expressa na Constituição Federal implantou o
modelo da administração gerencial.
No modelo anterior (administração burocrática), a função administrativa era exercida
com ênfase no princípio da legalidade. Com o novo modelo, a Administração Pública
precisa buscar uma maior produtividade com menos desperdício, contando para
isso com a participação do cidadão.
O foco é no resultado, na a busca pelo aperfeiçoamento dos serviços públicos e pela
racionalidade dos gastos públicos. Isso demonstra a proximidade da noção de
eficiência com o princípio da economicidade, já que temos uma preocupação com
a relação custo/benefício dos gastos.3
O interessante é que, ao longo do texto constitucional, também encontramos a
manifestação do princípio da eficiência em alguns dispositivos, a saber:
Ä Art. 41, § 4º - para a aquisição de estabilidade, o servidor deve passar
por uma avaliação especial de desempenho por comissão instituída com
essa finalidade.

1
Pleno, SS 3902 AgR-segundo / SP - SÃO PAULO, Rel. Min. Ayres Britto, j. 09.06.2011, DJe-189 DIVULG 30-09-2011 PUBLIC 03-10-2011.
2
STF. Plenário. ARE 652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/4/2015 (repercussão geral) (Info 782)
3
Marcelo Alexandrino; Vicente Paulo. Direito Constitucional Descomplicado. 14 ed. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método. 2015. p. 380

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Ä Art. 41, § 1º, III – o servidor público pode perder o seu cargo através de
um procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.
Ä Art. 37, § 8º - a Administração Pública pode celebrar contratos de gestão
com órgãos e entidades da administração direta e indireta. O objetivo é
aumentar a autonomia gerencial através da fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade.
Ä Art. 37, § 3º - O dispositivo constitucional prevê a chamada gestão
participativa. Significa que a gestão da coisa pública contará com a
participação do cidadão (usuário) para a otimização do serviço público. A
lei regulamentará as formas que ocorrerão a participação no âmbito da
Administração Pública direta e indireta.

16.1.6 – Princípios Implícitos da Administração Pública

Muito embora nossa Carta Magna tenha trazido expressamente apenas os 05


princípios que estudamos acima (LIMPE), é possível extrair ao longo do texto
constitucional, da jurisprudência e da lei que rege o processo na administração
pública federal outros princípios aplicáveis no âmbito da administração pública.
Para fins prova, adicionamos ao nosso estudo as seguintes considerações:

Ä Princípio da razoabilidade e da proporcionalidade: Temos aqui


princípios que limitam a discricionariedade administrativa, contribuindo
para a satisfação do interesse público. Estão previstos na Lei nº. 9784/99.
(PAF)

A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro4 nos ensina que o princípio da


proporcionalidade constitui um dos aspectos da razoabilidade. Para uma
conduta da Administração Pública que atenda a razoabilidade, exige-se

4
ZANELLA DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito Administrativo. 30ª Ed. GEN/Forense. Rio de Janeiro. 2017, pág. 111-112.

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proporcionalidade e adequação entre os meios e os fins que se


pretende alcançar.

Dentro do aspecto da razoabilidade, podemos ainda falar em adequação


e necessidade. A adequação visa identificar se o meio escolhido é o mais
adequado para se alcançar determinado fim. Já a necessidade, consiste
em analisar se o meio utilizado é o menos oneroso para se chegar ao
resultado pretendido.

Ä Presunção da segurança jurídica: também é um princípio implícito que


está previsto no parágrafo único, inciso XIII, do art. 2º da Lei nº 9.784/99.
A segurança jurídica impõe uma interpretação da norma administrativa de
forma a garantir o “atendimento do fim público a que se dirigem, vedada
a aplicação retroativa de nova interpretação”. A ideia é evitar mudanças a
todo instante na orientação ou interpretação de determinadas normas
legais que já estavam sedimentadas.

Ä Princípio da motivação: é uma exigência para que a administração


pública indique os fundamentos de fato e de direito que foram
considerados para a tomada de decisão. (para a elaboração do ato
administrativo)

Ä Princípio da autotutela: a Administração Pública tem competência para


controlar seus próprios atos, promovendo sua anulação (ilegalidade) ou
revogação (conveniência e oportunidade). Nessa seara, vale a leitura da
Súmula nº 473 do STF “A Administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.”

Ä Princípio da continuidade do serviço público: traz a ideia de que os


serviços e as ações realizadas junto à sociedade não podem ser
interrompidos. Um exemplo claro de aplicação desse princípio ocorre
quando da análise do direito de greve dos servidores públicos.

Ä Controle judicial dos atos administrativos: decorre do princípio da


inafastabilidade de jurisdição: “a lei não excluirá da apreciação do Poder

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Judiciário lesão ou ameaça a direito” (art. 5º, XXXV). O preceito


constitucional traduz o sistema inglês de jurisdição única, no qual o Poder
Judiciário pode efetuar o controle dos atos da Administração Pública.

1. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) No ano de 2020, determinados membros da


comissão permanente de licitação do Município GAMA resolveram fraudar um
certame público para favorecer uma empresa de construção civil, que tem
como sócio administrador o pai do presidente da omissão, o Sr. Armando
Peixoto. Nesse sentido, é possível afirmar que os agentes públicos afrontaram
diretamente um princípio expresso no texto da CRFB/88:
a) Razoabilidade
b) Economicidade
c) Isonomia
d) Impessoalidade

Comentários:
Opa!!! Estamos trata do princípio da impessoalidade previsto no art. 37,
CRFB/88. Lembra do mnemônico “LIMPE”? (rs). Gabarito letra D.

2. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) No tema da administração pública, a


Constituição Federal de 1988 estabeleceu que esta, seja direta ou indireta, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios deve obedecer aos seguintes princípios expressos:
a) formalidade, isonomia, competitividade, razoabilidade e eficácia;
b) produtividade, razoabilidade, celeridade, publicidade e eficácia;
c) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência;
d) formalidade, igualdade, pessoalidade, moralidade e eficiência;

Comentários:

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Os princípios expressos da Administração Pública estão previstos no “caput”


do art. 37 da Constituição. São eles: a legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. A letra C é o gabarito da questão.

3. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) A administração pública direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União também obedecerá aos princípios
Constitucionais implícitos, dentre eles:
a) legalidade, impessoalidade, autotutela
b) impessoalidade, publicidade, eficiência
c) motivação, legalidade, moralidade
d) autotutela, motivação, razoabilidade

Comentários:
Como trabalhamos em aula, dentre alguns dos princípios implícitos da
Administração Pública (aqueles não contidos expressamente no art. 37, CF),
temos o princípio da segurança jurídica, da motivação, da autotutela e da
razoabilidade. Gabarito é a letra D.

4. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) De acordo com o texto Constitucional, sem


prejuízo da ação penal cabível, os atos de improbidade administrativa
importarão, na forma e gradação previstas em lei:
a) a cassação dos direitos políticos, a suspensão da função pública, o arresto
dos bens e a devolução em dobro do valor do dano ao erário;
b) a multa civil, a proibição de contratar com o poder público, o ressarcimento
ao erário e a cassação dos direitos políticos;
c) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário;
d) a inelegibilidade, a suspensão do cadastro de pessoa física ou do cadastro
nacional de pessoa jurídica e o ressarcimento ao erário;

Comentários:

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Questão tranquila, meus amigos. Acabamos de ver no estudo da parte teórica.


Trata-se da literalidade do art. 37, § 4º, CRFB/8. Os atos de improbidade
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Gabarito letra
C.

16.2 - AGENTES PÚBLICOS

16.2.1 – Acesso aos cargos, empregos e funções públicas

A Constituição Federal, em seu art. 37, inciso I, nos diz que “os cargos, empregos e
funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”.
Percebam que o acesso aos cargos públicos pode ser realizado tanto por brasileiros
quanto por estrangeiros. No que toca a estes, há necessidade de uma lei definindo
as hipóteses de acesso. (norma de eficácia limitada)
Além disso, a doutrina entende que a lei delimitadora não poderá estabelecer
diferenças arbitrárias e abusivas, privilegiando determinados estrangeiros em
detrimento de outros, em função do país de origem.
(...)
“Professor, há alguma diferença entre os estrangeiros residentes e os não
residentes?”
Então. O entendimento é que a previsão constitucional se aplica igualmente aos
estrangeiros residentes ou não no país. Não deve haver diferença! A lei que irá
definir o acesso pode, inclusive, estabelecer a possibilidade de estrangeiros
ocuparem cargos, empregos e funções públicas em repartições brasileiras no
exterior. Olha que interessante!!!
Já no que tange ao acesso de cargos por brasileiros, estes também precisarão
cumprir os requisitos definidos em lei. No entanto, estamos diante de uma norma
de eficácia contida. Somente a lei é que pode definir os requisitos para o acesso
aos cargos, empregos e funções.
Peço licença para apresentar alguns entendimentos jurisprudenciais relevantes do
STF:

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Ä Súmula Vinculante nº 44 (STF): "Só por lei se pode sujeitar a exame


psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público." Um edital de
concurso público, por exemplo, só pode trazer a exigência de exame
psicotécnico se a lei que criou o cargo assim o tiver estabelecido.
Ä “A exigência de experiência profissional prevista apenas em edital
importa em ofensa constitucional.”5
Ä “A fixação do limite de idade via edital não tem o condão de suprir a
exigência constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei.”6.
Não basta ter a exigência apenas em edital. Ela até pode ocorrer, mas
desde que se tenha a previsão em lei.
Ä Súmula nº. 683 (STF): “O limite de idade para a inscrição em concurso
público só se legitima em face do art. 7º, inciso XXX da Constituição,
quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido”. (cuidado, pois essa súmula já caiu inclusive no XXII Exame de
Ordem).
Ä “Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas
com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que
viole valores constitucionais”7

BRASILEIROS:
DEVEM CUMPRIR
REQUISITOS LEGAIS
ACESSO AOS CARGOS
PÚBLICOS
ESTRANGEIROS:
É NECESSÁRIA LEI
AUTORIZADORA

5
RE 558.833-AgR. Rel. Min. Ellen Gracie. Julgamento em 08.09.2009.
6
RE 559.823-AgR. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgamento em 27.11.2007.
7
RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 17.8.2016.

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16.2.2 – Concurso Público

Vamos estudar agora o art. 37, inciso II da Constituição Federal. Esse dispositivo traz
um importante conceito no âmbito da Administração Pública: o Princípio do
Concurso Público.

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação


prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,


prorrogável uma vez, por igual período;

Percebam que o legislador Constituinte previu como regra geral o concurso para a
investidura de cargos e empregos públicos. E aqui devemos respeitar um requisito
essencial: o concurso deve ser de provas ou de provas e títulos.
“Como assim professor?”
(...)
Nossa Constituição não admite a realização de concurso público com base
exclusivamente em avaliação de títulos. Esta até pode existir como uma etapa do
certame, mas jamais como a única etapa. É preciso que tenhamos um certame
contendo “provas ou provas + títulos”.
Outro ponto importante é que a exigência de concurso vale tanto para o provimento
de cargos e empregos da administração pública direta quanto na indireta.
No tema do concurso público, temos um entendimento interessante editado pelo
Supremo Tribunal Federal que pode aparecer em sua prova: Súmula Vinculante nº
43. Ela nos diz que:

“é inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor


investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido”.

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Agora, preciso fazer um pequeno destaque. Como toda boa regra tem sempre uma
exceção (rs), o princípio do concurso público não se aplica às nomeações de
comissionados. Os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração. Na
prática, não precisam ser preenchidos mediante concurso.
(..)
No âmbito da jurisprudência, temos alguns julgados importantes que precisamos ter
uma atenção extra. Vamos passar o “bizu”:

Ä O Supremo Tribunal entende que a aprovação em concurso dentro do


número de vagas previsto no edital garante direito subjetivo do
candidato à nomeação8.

Vamos imaginar o seguinte. Digamos que temos um edital com previsão


de 10 vagas para o cargo de Auditor Fiscal. Após a realização do concurso,
os dez primeiros colocados terão direito subjetivo a serem nomeados.

A administração deve nomeá-los? Via de regra sim!!!! A não ser uma


condição excepcionalíssima levantada pela jurisprudência do Supremo
Tribunal. Ocorre quando ficar caracterizada a superveniência,
imprevisibilidade e a gravidade da medida.

Ä Agora, vamos pensar um pouco diferente. Será que a Administração


Pública pode nomear um candidato fora da ordem de classificação? Por
exemplo, pode nomear o 15º antes do 3º?” Essa é fácil, não pode galera!!!

O STF entende que a Administração deverá nomear os candidatos


aprovados observando a ordem de classificação, vide Súmula nº 15:
“Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o
direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da
classificação”.

8
RE 598.099. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 10.08.2011.

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Ä Outro Ponto. Temos uma decisão fresquinha “saindo do forno”. No final


de 2015, o STF (RE 837.311) fixou a tese de repercussão geral sobre
nomeação de candidatos fora das vagas de edital antes da convocação
dos aprovados em concurso posterior.

A Corte Suprema entendeu que:

“O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o


mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora
das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição
arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por
comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a
inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato”.

Olha só o detalhe!!!! Não basta apenas o surgimento de novas vagas ou a


abertura de um novo concurso. É mais do que isso. É preciso que haja
preterição de candidato por parte da administração da maneira arbitrária
e imotivada. Tal fato pode ficar caracterizado quando houver um
comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a
inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame.

Então, pessoal, muita atenção a esse novo posicionamento do STF, pois


poderemos ter a cobrança em provas. Na visão do STF, o direito subjetivo
à nomeação do candidato aprovado surgirá quando ocorrer as seguintes
condições:

(a) Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas do edital;


(b) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem
de classificação; e
(c) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a
validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de
forma arbitrária e imotivada por parte da administração.

(...)

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Ä E para fecharmos o bloco das jurisprudências, vamos comentar um


pouquinho acerca da “Constitucionalidade do sistema de cotas para
concurso público”.

O Supremo Tribunal analisando essa questão sedimentou a


constitucionalidade da reserva de 20% das vagas oferecidas nos
concursos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no
âmbito da administração pública direta e indireta.

“É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários


de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa
humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa”. (STF. Plenário. ADC
41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado 8/6/2017 - Informativo 868).

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,


prorrogável uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,


aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos
será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira;

No que tange à definição do prazo de validade do concurso, este será definido em


edital. Mas, o inciso III nos diz que o prazo de validade será de até 2 (dois) anos,
prorrogável uma vez por igual período.
Cuidado, pois o texto constitucional fala “em até dois anos”. Precisa ser de 02 anos?
Não! Pode ser um dia, um mês.... e o prazo estabelecido pode ser prorrogado uma
vez por igual período.
Então, por exemplo, se um edital estabelece um prazo de 06 meses, temos uma
pergunta a fazer: Houve prorrogação?
(a) Sim. Conta-se mais 06 meses e, ao final, teremos o prazo
improrrogável. (aquele que não pode mais ser objeto de prorrogação)
(b) Não. Nesse caso, tem-se o prazo improrrogável ao final dos 06 meses.
Cumpre destacar que a contagem do prazo de validade do concurso será feita a
partir da homologação, que é o ato administrativo que atesta a conclusão do
concurso público.

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Por fim, vale destacar que a Constituição não impede que no prazo de validade de
um concurso a Administração Pública venha a realizar um novo certame para o
mesmo cargo.
Pode realizar um novo concurso? SIM!!!! Mas, deve observar a prioridade de
nomeação para os aprovados no concurso anterior sobre os novos aprovados.

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as


pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

O inciso VIII trouxe um importante instrumento da isonomia material,


estabelecendo um percentual dos cargos e empregos públicos para os portadores
de deficiência.
O comando constitucional deixou a cargo da lei reservar um percentual e definir os
critérios de admissão das pessoas portadoras de deficiência. Muito cuidado, pois
esses requisitos não podem ser estabelecidos pela Administracão Pública. Precisa
de lei em sentido formal.
(...) “Mas, professor, então todos os cargos e empregos públicos precisamos ter um
percentual sendo destinado aos portadores de deficiência?”. Não necessariamente.
Vai depender das atribuições de cada cargo. Essas devem ser compatíveis com a
deficiência. Ex: Policial.
A Lei 8.112/90, por exemplo, prevê em seu art. 5º, § 2º que “Às pessoas portadoras
de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento)
das vagas oferecidas no concurso”.

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado


para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

O dispositivo em questão prevê a contratação de pessoal sem concurso público,


por tempo determinado. Chama-se servidor temporário é todo aquele contratado
cuja função é atender necessidades não permanentes dos órgãos públicos, em
caráter excepcional.
Tecnicamente, exerce-se uma função pública remunerada temporária, tendo vínculo
jurídico-administrativo com a Administração Pública. É um regime especial, pois seu
vínculo com a Administração decorre de um estatuto próprio previsto em lei
específica.

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Em outras palavras, não estão sujeitos à Lei nº 8.112/90. Também não estão sujeitos
à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),

16.2.3 – Cargos em Comissão e funções de confiança

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores


ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos
por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;

De acordo com o art. 37, inciso V, tanto os cargos em comissão como as funções de
confiança visam apenas às atribuições de chefia, direção e de assessoramento. Mas,
será que estamos diante do mesmo instituto? Muito cuidado!!!
Temos uma diferença entre ambos. As funções de confiança devem ser exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo.
Já no caso do cargo em comissão, poderemos ter pessoas que não ocupam cargos
efetivos desempenhando funções comissionadas. Mas, a norma constitucional
estabelece que a lei trará condições e percentuais mínimos de cargos que devem
ser preenchidos somente por servidores de carreira.
Importante destacar que a CRFB/88 determina no inciso II do art. 37 que os cargos
em comissão são de livre nomeação e exoneração.

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Funções de confiança e Funções de confiança


cargos em comissão • Ocupadas exclusivamente
• Destinam-se exclusivamente por servidores ocupantes de
às atribuições de direção, cargo efetivo
chefia e assessoramento.

Cargos em comissão
• Podem ser preenchidos por pessoas com ingresso sem
concurso público. Entretanto, a Lei deve estabelecer
percentuais mínimo de vagas a serem preenchidas por
servidores de carreira, que ingressaram no serviço
público mediante concurso

Agora, aqui trago um ponto adicional no tema das funções de confiança e cargos
comissionados. Com a emenda constitucional 103/2019, o art. 39, § 9º, da CRFB/88
passou a estabelecer que é “vedada a incorporação de vantagens de caráter
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em
comissão à remuneração do cargo efetivo”.
Como assim, prof.?
Digamos que um servidor público esteja ocupando uma função de confiança, como
por exemplo o fato de ser chefe de um setor em uma repartição pública. Ele recebe
por isso, certo? Ok.
Então. Essa vantagem vinculada à função de confiança em que exerce não pode ser
incorporada a sua remuneração final no exercício do cargo efetivo. Quando deixar
de exercer tal função, deixará também de gozar dessa vantagem.
(...)
Vamos comentar um pouco agora acerca do nepotismo. Trata-se de uma prática
nefasta que ocorre no âmbito da Administração Pública quando um agente usa de
sua posição de poder para nomear, contratar ou favorecer um ou mais parentes.
A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou entendimento de que a vedação ao
nepotismo independe de uma previsão em lei formal, pois é uma prática
inconstitucional que ofende aos princípios da moralidade e da impessoalidade.
Trata-se de ato vedado por todos os Poderes da República e entes da Federação.

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Nesse sentido, tem-se a Súmula Vinculante no 13 transcrita abaixo:

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo
em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.”

Agora, olha só maldade (rs). Para mascarar o nepotismo direto, passou-se a realizar
uma prática ainda mais nefasta no âmbito da Administração Pública: o e “nepotismo
cruzado”. Essa prática funciona como uma espécie de “troca de favores”, pois se
apresenta quando dois agentes públicos nomeiam parentes um do outro. (de modo
recíproco)
O STF entendeu que essa prática também não deve ser admitida em nosso
ordenamento jurídico. A própria Súmula Vinculante nº 13 deixa isso expresso
quando traz a seguinte expressão “o ajuste mediante designações reciprocas”.
(...)
Através da jurisprudência ficou instituído que, em regra, há duas situações cujo
nepotismo não se caracteriza quando:
Ä Servidor ocupante de cargo de provimento efetivo foi nomeado por
ter passado em um concurso público. De acordo com o Supremo, nessa
admissão não há a caracterização de nepotismo caso haja relação de
parentesco dentro entidade. Caso contrário “isso poderia inibir o próprio
provimento desses cargos, violando, dessa forma, o art. 37, I e II, da CF/88,
que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos públicos aos
aprovados em concurso público.” (STF. Plenário. ADI 524/ES, rel. orig. Min.
Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
20/5/2015 - Info 786).

Ä Nomeação para cargos políticos: como por exemplo, em regra não há


impedimento para que um Governador de um Estado venha a nomear um
irmão como secretário estadual. Porque é um cargo que possui natureza
política.

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No ano de 2016, o Supremo Tribunal Federal trouxe uma posição mais detalhada
sobre os cargos políticos. Para a Corte “não é possível afirmar que a simples
nomeação para cargo político afasta aplicação da súmula sobre nepotismo”.
É necessária a análise do caso concreto para entender se deve ocorrer o afastamento
ou não. Caso fique demonstrada que a nomeação ocorreu exclusivamente em
decorrência de parentesco, troca de favores (nepotismo cruzado) ou qualquer
modalidade de fraude à lei, ou ainda por descumprimento dos princípios
administrativos, restará configurado o nepotismo. Um bom exemplo, é quando o
nomeado não possui qualificação alguma (capacidade técnica) que justifique a sua
escolha para o cargo.

“Nessa seara, tem-se que a nomeação de agente para exercício de


cargo na administração pública, em qualquer nível, fundada apenas e
tão somente no grau de parentesco com a autoridade nomeante, sem
levar em conta a capacidade técnica para o seu desempenho de forma
eficiente, além de violar o interesse público, mostra-se contrária ao
princípio republicano”.

Ä Sugiro que faça um pequeno intervalo de 5 minutos para que possa


recuperar as energias. Em seguida, iniciaremos o tema dos direitos
constitucionais dos servidores públicos. ;)

16.2.4 – Direitos dos Servidores Públicos previstos na CRFB/88

A Constituição previu alguns direitos sociais dos servidores públicos. Vamos


entender um pouco acerca do direito à livre associação sindical. Olha só:

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical

É assegurado ao servidor público o direito de associação a uma entidade sindical. E


o ato de se associar deve ser livre, espontâneo, jamais de maneira compulsória.
Estamos diante de uma norma de eficácia plena, por não depender de qualquer
regulamentação legal para ter total eficácia.

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Em relação aos direitos de associação, a Supremo Tribunal editou a Súmula nº. 679
determinando limites à normatização sindical, proibindo por exemplo que
“convenção coletiva fixe vencimentos dos servidores públicos”.
“E os militares, professor?”
(...)
Então. Importante esclarecer que tanto a sindicalização quanto a greve são vedadas
para os militares, nos moldes do art. 142, IV, da CRFB/88, não havendo qualquer
exceção. Agora, no que toca aos servidores públicos civis, o direito de greve é
permitido constitucionalmente, conforme estudaremos a seguir.

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites estabelecidos
em lei específica.

O direito de greve do servidor público para ser exercido depende da edição de uma
lei fixando os limites para o exercício desse direito. A doutrina entende que o inciso
VII trata-se de norma constitucional de eficácia limitada. Enquanto a lei não existir,
em tese, os servidores públicos não podem desfrutar do direito de greve.
Até os dias atuais, não temos a edição dessa lei regulamentadora. Por isso,
questionamentos foram levados ao STF por meio de Mandados de Injunção. O
Supremo entendeu que, enquanto não editada a norma regulamentadora, a lei de
greve vigente no setor privado (Lei no 7.783/1989) deve ser aplicada em eventual
greve no serviço público, no que couber.
Um detalhe importante para fins de prova é sobre a inaplicabilidade do direito de
greve para alguns servidores públicos, a exemplo das forças policiais. De acordo
com a Corte:

"Servidores públicos que exercem atividades


relacionadas à manutenção da ordem pública e à
segurança pública, à administração da Justiça – aí os
integrados nas chamadas carreiras de Estado, que
exercem atividades indelegáveis, inclusive as de
exação tributária – e à saúde pública” estão privados
do direito de greve (STF, Rcl. 6568-SP, Rel. Min. Eros Grau).

(...)
Outrossim, em 2016, o Plenário do STF firmou mais um importante entendimento
sobre o direito de greve. No RE 693456, com repercussão geral reconhecida, foi

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pacificado que a administração pública tem o dever de realizar o corte do ponto


dos servidores grevistas.
Contudo, é possível a ocorrência da compensação dos dias parados através do
acordo. Além disso, a Corte deixou expresso que, quando o movimento grevista
tiver como motivo a conduta ilícita do próprio Poder Público, o desconto não
será permitido. Segue trecho da decisão transcrita:

"A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de


paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos
servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que
dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O
desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve
foi provocada por conduta ilícita do Poder Público".

16.2.5 – Remuneração dos Servidores Públicos

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º


do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral
anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

São três as categorias remuneratórias dos agentes públicos: subsídios, vencimentos


e salários. O subsídio é definido pelo §4º do art. 39 como a forma de remuneração
fixada em parcela única, não havendo “acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória”.
Em geral, essa é a forma com que os servidores públicos de determinadas carreiras
são obrigatoriamente remunerados, nos moldes da CRFB/88. Como exemplo,
podemos citar os Defensores Públicos, os Analistas de Comércio Exterior, Analistas
do Banco Central...
“E os agentes políticos, professor?”
(...)
Vejamos o que diz o art. 39, § 4º, CF/88:

§ 4º - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de


Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de

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representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer


caso, o disposto no art. 37, X e XI.

Cumpre ressaltar que o art. 39, §8º, permitiu que o legislador ordinário
estabelecesse a remuneração através de subsídio para servidores públicos
organizados em carreira. (§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados
em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º). Lembrando que estamos diante
de uma faculdade!!!
Em relação aos vencimentos, também denominados de remuneração em sentido
estrito, o entendimento é que eles são compostos pelo vencimento básico do
servidor público efetivo mais as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas
em lei (art. 41 da Lei 8.112/90).
Já a categoria remuneratória denominada de salário é aquela paga aos empregados
públicos, que são regidos pelo regime celetista. Ex: Presidente de uma empresa
pública.
Um ponto de destaque do inciso X é que há a garantia expressa da aplicação do
princípio da periodicidade. Assim, foi estabelecido que pelo menos deve ser
realizada a chamada revisão geral anual da remuneração do servidor público.
(...)
Um detalhe para elevarmos o nível da nossa aula (rs). Lá no inciso X, o Constituinte
previu que “somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada
a iniciativa privativa em cada caso (...)”
Pois bem. A Lei específica será alterada ou fixada pelo Legislativo (Congresso
Nacional). No entanto, será que um parlamentar (Deputado ou Senador) pode
apresentar um projeto de lei sobre remuneração de servidor público?
Então, a Constituição estabeleceu que certas matérias são de chamada iniciativa
reservada de algumas figuras. Quando se fala em iniciativa reservada é a iniciativa
para apresentar o projeto de lei ao legislativo, o chamado ato de deflagrar o
processo legislativo. Tecnicamente, seria um ato de elaborar o projeto e encaminhar
ao legislativo para que ele possa ser deliberado.
Vamos compreender quem detém essa atribuição!

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•Cargos da estrutura do •Cargos da estrutura da


Executivo Federal Câmara dos Deputados
e Senado Federal

Cada uma das


Presidente da
casas
República
legislativas

Competência
Congresso
privativa de
Nacional
cada Tribunal

•Cargos da estrutura do •Deputados Federais,


Poder Judiciário. (PS: Senadores, Presidente
Agora, Ministro do STF e Vice da República e
será o próprio STF). Ministros de Estado

(...)
“Professor, poderia apresentar um exemplo?” Sim. ;)
Caso haja a necessidade de alterar a remuneração dos servidores públicos federais
pertencentes a estrutura do Poder Executivo, o projeto de lei deve ser de iniciativa
do Presidente da República.
Após a apresentação do projeto de lei pelo Chefe do Poder Executivo Federal,
acontecerá a apreciação e deliberação pelo Legislativo. Assim, não pode um
Deputado ou Senador por exemplo apresentar um projeto de lei sobre tal matéria.
Se isso ocorrer, estaremos diante de um vício formal de inconstitucionalidade.

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XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e


empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos
membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo,
o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder
Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

No inciso XI do art. 37, temos instituído o teto remuneratório constitucional dos


servidores públicos. Confesso que a redação é um pouco complexa e por isso é
importante fazer uma leitura atenta. Para facilitar, vamos destrinchar a seguir o
inciso:
Ä Logo de início, o inciso estabelece o teto remuneratório máximo do
funcionalismo público, também chamado de teto remuneratório geral,
que é o subsídio dos Ministros do STF. Assim, a remuneração de todos os
servidores e empregados públicos não pode ultrapassar o subsídio dos
Ministros do STF.
Ä Além disso, foram previstos para os Estados, Municípios e Distrito
Federal subtetos remuneratórios da seguinte forma:
a) no âmbito dos Municípios, o subteto é o subsídio do Prefeito.
Então, a remuneração de todos os servidores e empregados
públicos municipais não pode ultrapassar o subsídio do Prefeito.
b) no âmbito dos Estados e Distrito Federal temos mais de um
subteto, pois depende do Poder a que pertence.
(i) Na esfera do Poder Executivo, temos como limite o subsídio
do Governador.

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(ii) No Poder Legislativo, o subsídio dos deputados estaduais e


distritais é estabelecido como subteto.
(iii) Em relação ao Poder Judiciário, o limite aplicado é o
subsídio dos desembargadores do Tribunal de Justiça.
Lembrando que o subteto aplicado no âmbito do Poder
Judiciário também se estende aos membros do Ministério
Público, aos Procuradores e aos Defensores.
Agora, peço um pouco mais de atenção, pois temos um tema que gerou muita
discussão na jurisprudência. Se formos realizar uma interpretação literal da
Constituição, o teto remuneratório dos desembargadores do Tribunal de Justiça
estaria limitado a 90,25% do subsídio dos Ministros do STF.
Contudo, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) questionou esse
entendimento perante o STF por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI 3.854/DF). Após a análise, o Supremo entendeu que, como o Poder Judiciário
possui um caráter nacional e unitário, haveria uma violação à isonomia ao determinar
limites remuneratório diferentes entre magistrados federais e estaduais.
Por isso, os membros da magistratura estatual estão sujeitos apenas ao teto
remuneratório geral (subsídio mensal do STF), inclusive os desembargadores do TJ.
O subteto de 90,25% tem aplicabilidade apenas aos servidores do Poder Judiciário
estadual, aos membros do Ministério Público estadual, procuradores e defensores
públicos.
(...)
A partir da alteração realizada pela EC nº. 47/2005, o §12º do art. 37 permitiu aos
Estados e ao DF a substituição dos subtetos por um limite único. Quando isso
ocorrer, ao invés de subtetos específicos de acordo com o Poder, haverá um subteto
no mesmo valor do subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal Justiça.
Agora, cuidado! O limite único não abarca os Deputados Estaduais, Distritais e
Vereadores.
Novamente, para facilitar a memorização do dispositivo, sintetizaremos as principais
regras referentes ao teto constitucional:

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Subsídio dos Ministros do


Todos, em qualquer esfera da Federação
STF

Subsídio do Prefeito Todos os cargos Municipais

Subsídio do Governador Todos os cargos do Executivo Estadual

Subsídio dos Deputados


Todos os cargos do Legislativo Estadual
Estaduais e Distritais

Teto obrigatório para os servidores do Judiciário


Subsídio dos
estadual (exceto juízes, por determinação do
Desembargadores do TJ
STF*)

Subsídio dos
Teto facultativo para os Estados e Distrito
desembargadores do TJ
Federal (não se aplica a deputados estaduais e a
(até 90,25% do subsídio
distritais, nem a vereadores)
dos Ministros do STF)

(...)
Uma pergunta capciosa (rs). Será que o teto remuneratório engloba as parcelas
indenizatórias fixadas em lei? NÃOOO!!! Quando falamos em teto, não
consideramos as parcelas indenizatórias. Ex: ajuda de custo de viagem;
alimentação....
Em relação ao salário dos empregados públicos, o entendimento firmado é de que
as empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias que
recebem recursos da U, E, DF ou M para pagamento de despesas de pessoal ou de
custeio em geral devem respeitar o teto remuneratório (CRFB/88, art. 37, §9º).
O inciso XII do art. 37 também trata de regras sobre a remuneração dos servidores
públicos, instituindo que:

os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não


poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

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Esse dispositivo apenas se aplica quando estamos diante de cargos iguais ou com
atribuições semelhantes nos três Poderes. Por exemplo, um contador que exerce
cargo no executivo federal com um contador que exerce cargo no judiciário. J
Dessa forma, os vencimentos pagos pelo Poder Executivo são os limites máximos
para a remuneração dos servidores que exercem funções iguais ou assemelhadas no
Legislativo e no Judiciário.

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies


remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço
público;

O constituinte tentou evitar que fosse previsto por lei reajustes automáticos de
remuneração ou aumentos “em cascata”. O STF inclusive já editou a Súmula
Vinculante nº 42, pacificando a matéria: “É inconstitucional a vinculação do reajuste
de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção
monetária.”
Além disso, em sede de controle de constitucionalidade, o Supremo decidiu que é
inconstitucional lei estadual que venha a estabelecer a vinculação entre o reajuste
dos subsídios do Governador e o reajuste concedido aos servidores públicos
estaduais. 9
Por fim, sobre o sistema remuneratório, o inciso XV do art. 37 da CRFB/88 garante
a irredutibilidade dos vencimentos e subsídio.
“O que é isso professor?”. Façamos a leitura juntos:

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos


públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

Essa é a regra constitucional: a irredutibilidade dos subsídios e vencimentos. Mas, o


mesmo dispositivo prever exceções. Com base nisso, o STF firmou posicionamento
de que não há impedimento para a criação ou majoração de tributos incidentes
sobre os subsídios, os vencimentos, a aposentadoria e a pensão.
Também se entende que a garantia de irredutibilidade não impede a modificação
da forma de cálculo dos vencimentos, somente o valor desses que não pode sofrer
alteração.

9
ADI. 3.491/RS, Rel. Min Carlos Ayres Britto. Julgamento em 27.09.2006.

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16.2.6 – Acumulação remunerada de cargos, empregos e funções

A acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas é em regra


proibida pelo texto constitucional. O art. 37, inciso XVII traz expressamente que
também devem respeitar essa regra os agentes das autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo poder público.
Importante destacar que, como a Constituição não trouxe restrições, a proibição de
acumular é aplicada no âmbito da:
Ä União, dos Estados, Distrito Federal e Município;
Ä Poder Legislativo, Executivo e Judiciário;
Ä Administração Pública Direta e Indireta.
Nesse sentido, como regra, o servidor público federal (qualquer que seja o Poder)
não pode ocupar simultaneamente um cargo público em outra esfera de governo.
Contudo, nós temos exceções previstas no próprio texto Constitucional.
É que passaremos a estudar a partir de agora. :)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,


quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso
o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,
suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
poder público;

Então, percebam que temos um pequeno detalhe. Para que haja a possibilidade de
acumulação de cargos públicos, deve haver a compatibilidade de horários. Trata-
se de um elemento essencial.

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2 cargos de 1 cargo de professor 2 cargos ou


professor com outro técnico empregos privativos
ou científico de prof. de saúde.

•É possível, por •É possível que um •É possível, por


exemplo, que uma servidor ocupante exemplo, que um
pessoa atue como de “cargo técnico indivíduo tenha 2
professor em duas ou científico” seja, cargos públicos de
universidades simultaneamente, médico, em órgãos
públicas. professor em uma diferentes.
universidade
pública.

Uma observação! A partir da leitura dos incisos XVI e XVII, fica claro que a vedação
refere-se apenas às atribuições públicas. Assim, o servidor público também pode
exercer atividades privadas, caso a atividade não viole o estabelecido no regime
jurídico próprio do cargo que exerce.
Quer um exemplo? O art. 6º da Lei nº 8.112/90 (regime jurídico dos servidores
públicos federais) determina que os servidores públicos não podem participar da
gerência ou administração de sociedade privada.
Ao longo da nossa Carta Magna há outros dispositivos constitucionais que
enumeram situações cuja acumulação é permitida. Mas, um ponto deve ser
ressaltado. A compatibilidade de horários deve ser respeitada em todo e qualquer
caso de acumulação. Vejamos:
Ä Art. 128, § 5º, II, “d” - Os membros do Ministério Público podem
acumular o cargo de magistério (professor);
Ä Art. 95, parágrafo único, I - O cargo de juiz pode ser acumulado com o
cargo de magistério (professor);
Ä Art. 38, III - O cargo de vereador pode ser acumulado com outro cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo
Um aspecto importante a ser mencionado é que na acumulação lícita de cargos é
preciso obedecer ao teto remuneratório constitucional. Afinal, o art. 37, XVI,
determina que deve ser “observado em qualquer caso o disposto no inciso XI”.
No âmbito doutrinário existe um grande debate sobre esse tema. Há corrente
defendendo que o teto constitucional deve ser observado por cada cargo
isoladamente; mas para alguns autores a regra do teto remuneratório na acumulação
lícita será analisada pelo somatório das respectivas remunerações percebidas pelo
agente.

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Independentemente da discussão, temos que ter em mente o entendimento já


pacificado pela jurisprudência. Em 2017, no Informativo 862, o plenário do STF
determinou que nas acumulações lícitas a remuneração de cada um dos vínculos
deve respeitar o teto constitucional. Ou seja, os cargos devem ser considerados
isoladamente, ou seja, a remuneração de cada cargo é que não pode ultrapassar o
teto.10
(...)
Avançando no tema da acumulação, também temos a incidência do art. 37, §10º da
CRFB/88. Tal dispositivo, refere-se à acumulação da remuneração de cargo público
com os proventos de aposentadoria.
Via de regra, os proventos de aposentadoria regidos pelo regime próprio de
previdência social (RPPS) não podem ser acumulados com a remuneração do cargo,
emprego ou função pública em atividade.
Imagine que Diego se aposente como Auditor da Receita Federal do Brasil. Depois
de aposentado, ele é aprovado e toma posse no cargo de Procurador da Fazenda
Nacional. Será que agora ele acumular a aposentadoria com a remuneração do
cargo na PGFN?
A resposta é simples e direta... NÃOOOO. Mas, por qual razão?
Temos a incidência do art. 37, §10, da CRFB/88. Olha só:

§ 10 - É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria


decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados
em lei de livre nomeação e exoneração.

Agora, percebam que esse mesmo parágrafo também instituiu 3 (três) exceções.
São elas:
Ä Cargos acumuláveis: Um Auditor da Receita Federal aposentado não
pode receber os proventos de sua aposentadoria com a remuneração do
cargo de Procurador da PGFN. Mas, é possível que um Auditor receba os
proventos de sua aposentadoria e uma eventual remuneração de cargo

10
Segundo o STF, “Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da
Constituição Federal, pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório
dos ganhos do agente público”.

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público na qualidade de professor. Isso será possível porque os dois


cargos são acumuláveis.
Ä Cargos eletivos: é possível que um Analista do Banco Central
aposentado seja eleito como Deputado Federal e passe a receber os
proventos de sua aposentadoria juntamente com a remuneração do cargo
de parlamentar.
Ä Cargos em comissão: é possível que um servidor público aposentado
venha a ser nomeado para um cargo em comissão no âmbito da
Administração Pública. Nesse caso, ele pode acumular o recebimento da
remuneração com o provento de aposentadoria que já percebia.

16.2.7 – Servidores Públicos e Mandato Eletivo

Vamos pensar o seguinte. Imagine que um servidor público deseje alçar um mandato
de Deputado Federal ou Senador. Será que ele na qualidade de servidor público
pode concorrer ao cargo? E se for Governador, Prefeito, Vereador...? Como fica essa
questão?
É o que vamos estudar a partir de agora. ;)
Nossa Constituição previu a possibilidade de um servidor público vir a exercer um
mandato eletivo. E a previsão consta no art. 38. Vejamos:

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e


fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes
disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará
afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou
função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de
horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato
eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,
exceto para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem.

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Percebam que CRFB/88 não veda a participação do servidor público. Ele pode vir a
exercer qualquer mandato eletivo. O que ela traz são regras impeditivas ou
permissivas de acumulação de cargos, empregos ou funções públicas. Ex: o
servidor eleito para mandato federal, estadual ou distrital deve ser afastado do seu
cargo, emprego ou função, seja ele ocupante de cargo efetivo ou de cargo
comissionado.
Um pequeno detalhe. ;) O dispositivo constitucional não fez distinção quanto ao
mandato ser no âmbito do Poder Executivo ou do Poder Legislativo. A regra de
afastamento se aplica para o exercício do mandato como Presidente, Governador,
Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual ou até mesmo Deputado Distrital.
(...)
“Professor, mas esse servidor receberá qual remuneração? As duas?” NÃOOO!!!
O entendimento é de que o servidor deverá receber apenas a remuneração do
mandato eletivo.
“E se servidor for investido em mandato eletivo municipal?”
Temos a incidência dos incisos II e III. Ao ser eleito para o cargo de Prefeito, o
servidor também será afastado do cargo, mas é permitida a escolha da
remuneração que melhor lhe convier (do seu cargo ou a remuneração do mandato
eletivo).
Em relação ao mandato de Vereador, a CRFB/88 permite a acumulação com o
cargo público, quando há compatibilidade de horários. Nessa situação, haverá a
percepção das perceberá as vantagens do cargo juntamente com a remuneração de
vereador.
Agora, se não houver compatibilidade de horários, ao ser investido no mandato de
Vereador o servidor será afastado do cargo, devendo escolher qual remuneração
deseja receber. Tecnicamente, acaba incidindo a regra do inciso II.
Vamos consolidar esse assunto?

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•Afastamento do cargo efetivo ou •Afastamento do cargo e a •Caso haja compatibilidade de


em comissão, função ou emprego remuneração poderá ser a do horários, acumular o cargo político
público. A remuneração percebida cargo eletivo ou a do cargo efetivo com o cargo efetivo ou em
será a do cargo eletivo. ou em comissão, função ou comissão, função ou emprego
emprego público, de acordo com a público. Nesse caso, receberá as
opção do servidor. duas remunerações. Caso não haja
compatibilidade, será afastado do
cargo, podendo optar pela
remuneração de qualquer um
deles.

Cargos do Executivo ou
do Legislativo Federal, Prefeito Vereador
Estadual ou Distrital

Por último, o inciso IV ainda nos diz que, nos casos de afastamento do servidor, seu
tempo de exercício no mandato eletivo será contado como tempo de serviço para
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.

16.2.8 – Obrigatoriedade de Licitação

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu um importante instrumento de controle


nos contratos celebrados pela Administração Pública: a obrigatoriedade de prévia
licitação.
A licitação é um procedimento formal, pois está vinculado as prescrições legais, ou
seja, é disciplinado em lei. Essa foi uma maneira que o legislador encontrou de
proteger os princípios que norteiam a atuação do Estado, tais como: a legalidade,
impessoalidade, moralidade e probidade e indisponibilidade do interesse público.
Dessa forma, determina o art. 37, XXI, da Constituição Federal que:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações.

O entendimento firmado é que a obrigatoriedade da licitação decorre do princípio


da indisponibilidade do interesse público. Justamente por não dispor da coisa
pública, deve a Administração dar oportunidade a todos que desejem contratar com

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o Poder Público de oferecer uma proposta vantajosa, através de critérios objetivos


e transparentes.
O procedimento licitatório busca impedir a violação ao princípio da igualdade e
do interesse público, que pode ocorrer quando o poder Público contrata com base
em “favoritismo ou perseguição”, por exemplo.
Importante ressaltar que existe a permissão constitucional para que a lei disponha
situações em que a licitação não seja obrigatória. Contudo, é uma ressalva prevista
no texto da CRFB/88 e assim deve ser tratado como algo excepcional. Por conta
disso, os casos em que o procedimento é afastado são especificados em lei.
Hoje, temos a Lei. 8.666/93 que traz normais gerais em matéria de licitação. Mas,
para fins de prova, não adentramos muito nesse mérito. Nosso estudo recai sob os
aspectos teóricos da Constituição. Podem ficar tranquilos. ;)

16.2.9 – Responsabilidade Civil do Estado

Classificada como extracontratual, a responsabilidade do Estado possui natureza


civil. Diz-se extracontratual, pois ela não decorre de um contrato. Vamos entender
um pouco mais fazendo a leitura do §6º do art. 37:

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

A doutrina afirma que estamos diante de uma responsabilidade do tipo objetiva.


Ou seja, a obrigação de indenizar simplesmente resulta de um nexo causal entre o
dano causado e a conduta praticada pelo agente público, independente da
existência de dolo ou culpa.
A regra da responsabilidade civil objetiva atinge:

Ä Todas as pessoas jurídicas de direito público, sem restrições,


compreendendo a administração direta, autarquias e fundações de direito
público;

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Ä As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público,


que fazem parte da Administração Pública Indireta. Cuidado, o §6º não
alcança as empresas públicas e sociedades de economia mista
exploradoras de atividade econômica.

Ä As pessoas jurídicas não integrantes da Administração Pública, mas que


através da delegação prestam serviços públicos. (permissionárias e
concessionárias).

Um ponto de destaque. O entendimento doutrinário e jurisprudencial é de que a


nossa ordem jurídica Constitucional adotou a modalidade de responsabilidade civil
objetiva denominada Teoria do Risco Administrativo.
(...)
“O que seria isso, professor?”
A Teoria do Risco Administrativo permite a exclusão ou atenuação da
responsabilidade quando há culpa concorrente ou exclusiva da vítima, fato exclusivo
de terceiro e caso fortuito ou força maior.
Entende-se que, quando há a culpa concorrente da vítima, acontece uma atenuação
da responsabilidade do Estado, ocasionando a repartição do “quantum”
indenizatório, ou seja, o valor da indenização sofrerá uma redução de forma
proporcional.
Além de tudo o que foi exposto acima, o art. 37, § 6º, traz expressamente a
existência do chamado “direito de regresso”.
Após ter respondido pelo dano causado, é permitido ao Estado ingressar com uma
ação judicial contra o agente público causador do dano. Somente nessa ação
(chamada de Ação Regressiva) é que o Estado analisará a culpa ou dolo do agente
que deu causa ao dano.
Vamos fechar nosso estudo de hoje com um exemplo para que possamos
compreender um pouco melhor. ;)
Imagine que José seja um experiente motorista de ônibus em Salvador. O sistema
de transporte público municipal é realizado por meio de uma concessionária Alfa.
Um certo dia, preocupado com o horário de encerramento da linha, José acaba
trafegando em velocidade superior à máxima permitida para a via principal. Já no
final do trecho, acaba se envolvendo em um acidente e o ônibus colide com um
automóvel.

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No caso prático, a empresa de transporte terá que indenizar o particular em virtude


da responsabilidade civil objetiva do Estado. Todavia, caberá ação regressiva contra
o motorista, em razão de este ter agido com imprudência na condução do veículo
automotor.

5. (FGV / III Exame de Ordem Unificado – 2011) A respeito da disciplina


constitucional da Administração Pública, é correto afirmar que:
a) as funções de confiança e os cargos em comissão se destinam apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento.
b) os atos de improbidade administrativa importarão a cassação de direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade de bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.
c) a vinculação de espécies remuneratórias no serviço público é vedada, mas
admite-se a equiparação salarial entre carreiras públicas.
d) o direito de greve é assegurado ao servidor público civil, devendo ser
exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar.

Comentários:
Letra A: correta. As funções de confiança e os cargos em comissão são
destinados apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Ressalte-se que as funções de confiança são exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo.
Letra B: errada. Os atos de improbidade administrativa terão como
consequência a suspensão dos direitos políticos.
Letra C: errada. Segundo o art. 37, XIII, é vedada a vinculação ou equiparação
de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal
do serviço público.
Letra D: errada. Não se trata de matéria reservada à lei complementar, mas sim
à lei ordinária.

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6. (FGV / XXII – Exame de Ordem – 2017) Carlos, contando com 59 (cinquenta


e nove) anos de idade, resolve se inscrever em concurso público para o cargo
de Agente de Polícia, dos quadros da Polícia Civil do Estado Beta. Todavia, sua
inscrição é negada com base no edital, que reproduz a Lei Estadual X, segundo
a qual o candidato, no momento da inscrição, deve ter entre 18 (dezoito) e 32
(trinta e dois) anos de idade. Inconformado, Carlos consulta um advogado a
respeito de possível violação do direito fundamental à igualdade. Diante do
caso concreto, assinale a opção que se harmoniza com a ordem jurídico-
constitucional brasileira.
a) Houve violação ao princípio da igualdade, pois o sistema jurídico-
constitucional brasileiro veda, em caráter absoluto, que a lei estabeleça
requisitos de ordem etária para o provimento de cargos públicos.
b) Não houve violação ao princípio da igualdade, pois o sistema jurídico-
constitucional brasileiro permite que a lei estabeleça limite de idade para
inscrição em concurso público quando tal medida se justificar pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido.
c) Houve violação ao princípio da razoabilidade, pois as atividades inerentes ao
cargo a ser ocupado não justificam a previsão do critério etário como requisito
para inscrição no concurso público que visa ao seu provimento.
d) Não houve violação ao princípio da igualdade, pois o sistema jurídico-
constitucional brasileiro concede aos administradores públicos poder
discricionário para definir, por via editalícia, independentemente da lei, os
limites etários para a participação em concursos.

Comentários:
Olha só. A banca acabou cobrando o entendimento de súmula do Supremo.
Vimos que o STF reconhece a possibilidade de que lei estabeleça limite de
idade para inscrição em concurso público, desde que isso possa ser justificado
pela natureza das atribuições do cargo.
Súmula nº. 683/STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público
só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”. Gabarito
é a letra B.

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7. (FGV / XXV – Exame de Ordem – 2018) Policiais Militares do Estado Y


decidiram entrar em greve em razão dos atrasos salariais e por considerarem
inadequadas as condições de trabalho. Em razão desse quadro, a Associação
de Esposas e Viúvas dos Policiais Militares procura um advogado para saber a
constitucionalidade dessa decisão dos policiais militares. Sobre a hipótese
apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) Compete aos referidos policiais militares decidir sobre a oportunidade de
exercer o direito de greve, que lhes é assegurado pela CRFB/88.
B) O direito de greve pode ser livremente exercido pelos policiais militares
estáveis, mas aqueles que estiverem em estágio probatório podem ser
demitidos por falta injustificada ao serviço.
C) O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é-lhes
vedado, pois sua atividade é essencial à segurança da sociedade, tal qual ocorre
com os militares das Forças Armadas.
D) O direito de greve dos servidores públicos ainda não foi regulamentado por
lei específica, o que torna a decisão constitucionalmente incorreta.

Comentários:
Questão fresquinha saindo do forno (rs). A banca acabou trazendo um tema
que inclusive ressaltei em aula: a greve dos servidores militares. (lembram do
“tome nota”?)
Pois bem. No caso desses servidores, nossa Constituição traz condição
especial. Ela veda expressamente o direito de greve. É a previsão do art. Art.
142, inciso IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve. Dessa forma,
não há possibilidade dos policiais militares do Estado Y exercerem o direito de
greve. Portanto, temos o gabarito Letra C.

8. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) Priscila é servidora pública do Estado da


Bahia, mas em 20XY acabou sendo eleita vereadora no Município de Salvador
em razão do seu trabalho com crianças carentes no bairro da paz. O horário de
trabalho na repartição estadual em que exerce as suas funções se estende,
diariamente, das 8h00 às 18h00. Por outro lado, a câmara Municipal informou
que as sessões também diariamente das 8h00 às 12h00. Preocupada com o
“choque” de horários, Priscila procura seu amigo Igor, advogado experiente no

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âmbito eleitoral e administrativo, para que o mesmo possa lhe passar algumas
orientações. À luz da sistemática constitucional, o advogado a orienta que a
partir da posse:
a) optando pelo mandato eletivo, ela poderá continuar no cargo que ocupa no
Estado, mas receberá exclusivamente o subsídio correspondente ao exercício
das funções de vereadora;
b) se assumir o mandato eletivo será́ afastada do cargo que ocupa no Estado,
no entanto receberá a respectiva remuneração juntamente com o subsídio
correspondente ao exercício das funções de vereadora;
c) optando pelo mandato eletivo, ela será exonerada do cargo estadual, pois é
vedada a acumulação de cargos públicos;
d) se assumir o mandato eletivo será́ afastada do cargo que ocupa no Estado,
mas poderá́ optar entre esta remuneração e o subsídio correspondente ao
exercício das funções de vereadora.

Comentários:
Pessoal, a Constituição estabelece regras próprias para acumulação de cargos
daqueles irão exercer mandato eletivo. No caso do servidor público da
administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, o art. 38, CRFB/88 diz:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado
de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou
função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada
a norma do inciso anterior;
Então, fechamos a questão. ;) Priscila foi investida no mandato de vereadora?
Sim. Mas não há compatibilidade de horários. Portanto, não poderá exercer as
duas funções e perceber as duas vantagens dos cargos. Nesse caso, incide as
mesmas regras para prefeito. Ela será afastada (e não exonerada, cuidado), mas
poderá optar por uma das duas remunerações. Gabarito letra D.

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9. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) Em 2018, Renan é nomeado pelo Tribunal de


Justiça do Estado da Bahia para exercer a função de confiança de chefe do
setor onde estão lotados os Oficiais de Justiça do Tribunal. O objetivo é
organizar os trabalhos desempenhados e permitir maior celeridade no
cumprimento dos mandados, tendo em vista os problemas ocorridos em 2017
com o setor. Nesse sentido, diante da Constituição Federal de 1988 sobre o
tema, pode-se afirmar que Renan:
a) pode ser particular, pois seu cargo é de livre nomeação; ou também servidor
público ocupante de cargo efetivo;
b) é necessariamente servidor público ocupante de cargo em comissão;
c) pode ser particular, pois seu cargo é de livre nomeação; ou também
ocupante de cargo em comissão;
d) é necessariamente servidor público ocupante de cargo efetivo.

Comentários:
Pessoal, essa é uma questão que aborda o tema da administração pública, em
especial o art. 37, inciso V da CRFB/88, que trata das funções de confiança e
dos cargos em comissão: “as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia
e assessoramento”;
Muito cuidado, para não confundir cargos em comissão com funções de
confiança. São coisas diferentes. As funções de confiança são exercidas
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo (EC nº 19/98). Já os
cargos em comissão, por sua vez, são de livre nomeação e exoneração. Todavia,
existe previsão em lei de um percentual mínimo dos cargos em comissão que
devem ser ocupados por servidores de carreira. Para concluir, tanto os cargos
em comissão quanto as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições
de direção, chefia e assessoramento. Gabarito letra D.

10. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) Diego, recém-formado no curso de Direito


em 2019, deseja submeter-se a concurso público para ingressar nos cargos do
serviço público federal. Buscando obter mais informações acerca da matéria,

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procura o Prof. Igor para que pudesse lhe dar orientações no tema da
administração pública. O Professor, muito preocupado em ajudar o jovem
aluno, afirma que nossa CRFB/88 estabelece que:
a) a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.
b) o exercício de função pública sem prévio concurso público é possível, como
nas hipóteses de nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
c) o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
improrrogável.
d) as funções de confiança destinam-se às atribuições de direção, chefia e
assessoramento, sendo tais cargos declarados em lei de livre nomeação e
exoneração, podendo recair sobre pessoa não concursada.

Comentários:
A letra A está incorreta. A Constituição faz uma ressalva quanto às nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Nesse caso, a investidura em cargo ou emprego público independe de
aprovação prévia em concurso público (art. 37, II, CF).
A letra B está correta. As funções públicas podem ser exercidas tanto por
servidores comissionados quanto por efetivos.
A letra C está incorreta. O prazo de validade do concurso público será de até
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período (art. 37, III, CF).
A letra D está incorreta. As funções de confiança são exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo (art. 37, V, CF).

Pessoal, esse não é um assunto tão cobrado pela FGV em provas de


Constitucional, até porque o tema é melhor explorado na parte de Dir.
Administrativo. Mas, vamos a seguir fazer mais algumas questões da banca para
que possamos consolidar o assunto. ;)

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11. (FGV/2019) De acordo com o que dispõe a Constituição da República


Federativa de 1988, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) É vedada a vinculação de remunerações entre cargos diversos da
Administração Pública.
( ) O direito de greve do servidor público não pode ser exercido enquanto não
for regulamentado.
( ) Não é admitida a acumulação remunerada de cargos públicos.
a) V, F e F.
b) F, V e F.
c) V, V e F.
d) F, V e V.
e) F, F e F.

Comentários:
O primeiro item está correto. Versa o inciso XIII do art. 37 da Constituição que
é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias
para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
O segundo item está incorreto. O direito de greve dos servidores públicos é
norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, depende de regulamentação
para que possa ser exercido. Entretanto, o STF determinou a aplicação, ao setor
público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei no
7.783/1989) até a edição da lei regulamentadora.
O inciso XVI do art. 37 da Constituição permite, excepcionalmente, que se
acumulem os seguintes cargos, quando houver compatibilidade de horários:
- dois cargos de professor;
- um cargo de professor com outro técnico ou científico;
- dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
Gabarito é a letra A.

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12. (FGV/ISS-RECIFE/2014) Em regra, a Constituição Brasileira de 1988 veda


a acumulação remunerada de cargos públicos. Todavia, existem exceções
constitucionalmente expressas. Assinale a alternativa que apresenta uma
exceção à vedação de acumulação.
a) É possível acumular os cargos de juiz estadual e deputado federal.
b) É possível acumular os cargos de professor universitário em Universidade
Federal e o de pesquisador em Universidade Estadual, não conflitando os
horários.
c) É possível acumular os cargos de professor universitário em regime de
dedicação exclusiva em Universidade Federal e de professor universitário em
regime de dedicação exclusiva em Universidade Estadual.
d) É possível acumular os cargos de analista judiciário e de técnico judiciário.
e) É possível acumular os cargos de prefeito e procurador autárquico municipal.

Comentários:
Letra A: errada. Não é possível a acumulação do cargo de juiz e deputado
federal. Explico. Segundo o art. 95, parágrafo único, III, é vedado aos juízes
dedicar-se à atividade político-partidária.
Letra B: correta. É plenamente possível que sejam acumulados um cargo de
professor com outro cargo técnico ou científico, desde que haja
compatibilidade de horários (art. 37, XVI, “b”).
Letra C: errada. É possível a acumulação de 2 cargos públicos de professor, mas
há que existir compatibilidade de horários. Como a assertiva menciona que os
cargos exigem “dedicação exclusiva”, não será possível a acumulação destes.
Letra D: errada. Não é possível a acumulação remunerada de 2 (dois) cargos
técnicos ou científicos.
Letra E: errada. O servidor público investido no mandato de Prefeito será
afastado do cargo, emprego ou função. Assim, não é possível que o Prefeito
acumule seu cargo com qualquer outro.

13. (FGV/MRE/2016) Em tema de disposições gerais da Administração Pública,


a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 estabelece que é
vedado:

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a) em qualquer hipótese, acumulação remunerada de quaisquer cargos


públicos, independentemente da existência de compatibilidade de horários;
b) contratação de pessoal por tempo determinado sem concurso público, ainda
que para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
c) direito à livre associação sindical ao servidor público civil, eis que já está
protegido legalmente pelo regime estatutário;
d) exercício de greve para o pessoal do serviço público, sendo inaplicáveis as
regras vigentes da iniciativa privada;
e) vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público.

Comentários:
A letra A está incorreta. Como trabalhamos em aula, nos termos do art. 37, XVI,
a regra é a vedação da acumulação remunerada de cargos públicos. Mas, isto
pode ser excepcionado quando houver compatibilidade de horário, e desde
que seja a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com
outro técnico ou científico; ou c) a de dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
A letra B está incorreta. Há sim possibilidade de contratação por tempo
determinado. E a lei estabelecerá esses casos para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX, CF).
A letra C está incorreta. O servidor público tem sim direito à livre associação
sindical. Esta é a regra constitucional do art. 37, VI.
A letra D está incorreta. O direito de greve para o servidor público está
garantido em CF/88, sendo exercício nos termos e limites definidos em lei
específica. Trata-se de norma constitucional de eficácia limitada. Em tese, é
necessária uma lei para que os servidores públicos possam usufruir do direito
de greve.
Como tal lei ainda não foi editada, o STF, no julgamento de três mandados de
injunção, adotando a posição concretista geral, determinou a aplicação ao setor
público, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado (Lei no
7.783/1989) até a edição da lei regulamentadora.

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A letra E está correta. É o gabarito da questão. Trata-se da literalidade do art.


37, XIII, CF. “é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies
remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público”

14. (FGV/MPE-RJ/2016) João, ocupante estável do cargo efetivo de Técnico


da área administrativa do Ministério Público do Rio de Janeiro, elegeu-se
Vereador em Município do interior do Estado. De acordo com a disciplina
constitucional da matéria, João:
a) independentemente de compatibilidade de horários para acumulação,
deverá se afastar do cargo efetivo para o exercício do mandato eletivo,
auferindo o subsídio de Vereador;
b) independentemente de compatibilidade de horários para acumulação,
deverá se afastar do cargo efetivo para o exercício do mandato eletivo,
podendo optar pela remuneração de um dos cargos;
c) caso haja compatibilidade de horários, poderá acumular o cargo efetivo
com o mandato eletivo, facultando-lhe optar pela remuneração de um dos
cargos;
d) caso se afaste do cargo efetivo para o exercício do mandato eletivo, terá
seu tempo de serviço contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento;
e) caso se afaste do cargo efetivo para o exercício do mandato eletivo, para
efeito de benefício previdenciário, os valores serão determinados levando em
conta sua situação até a data do afastamento.

Comentários:
Questão tranquila. João era detentor de cargo efetivo. Como se elegeu a
Vereador, a Constituição em seu art. 38, III, diz que investido no mandato de
Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo efetivo, e,
não havendo compatibilidade, será afasto facultando-lhe optar pela sua
remuneração.
Agora, o mais importante, no caso que exija o afastamento para o exercício de
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos

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legais, exceto para promoção por merecimento; (art. 38, IV, CF). Gabarito letra
D.

15. (FGV/IBGE/2016) No que tange ao regime constitucional atinente a


concurso público para investidura em cargo ou emprego público, a Carta
Magna prevê que:
a) os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, vedado o ingresso de
estrangeiros no serviço público;
b) a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego;
c) o prazo de validade do concurso público será de dois anos, prorrogável uma
vez, por igual período, a critério da autoridade máxima da instituição;
d) as regras constitucionais referentes ao ingresso de pessoal no serviço público
são aplicáveis apenas aos órgãos e entidades da Administração Direta que
ostentem personalidade jurídica de direito público;
e) durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o candidato
aprovado em concurso público será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

Comentários:
Letra A incorreta. Vimos que, de acordo com art. 37, inciso I, “os cargos,
empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”
Letra B incorreta. Muito cuidado. Pegadinha clássica de prova. Na verdade, a
investidura depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou
provas e títulos (art. 37, II, CF)
Letra C incorreta. Outro item maldoso. Nos termos do inciso III, o “prazo de
validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período”.
Letra D incorreta. As regras Constitucionais referentes ao ingresso de pessoal
no serviço público também se aplicam às entidades de Direito Privado.

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Letra E correta. Este é o gabarito. Trata-se da disposição do art. 37, IV “durante


o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira”.

16. (FGV/2019) De acordo com o previsto na Constituição Federal de 1988 no


tema Administração Pública e dos servidores públicos ,analise as afirmativas a
seguir.
I. Somente por lei específica poderá ser criada empresa pública.
II. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
firmado entre seus administradores e o Poder Público.
III. O servidor estável será reintegrado se sua demissão for invalidada por
sentença judicial, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao
cargo de origem, sem direito a indenização.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentários:
A afirmativa I está incorreta. Somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação (art. 37, XIX, CF).
A afirmativa II está correta. É o contrato de gestão, instrumento destinado a
conferir maior autonomia aos órgãos e entidades da administração direta e
indireta (art. 37, § 8o, CF).

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A afirmativa III está correta. Invalidada por sentença judicial a demissão do


servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço (art. 41, § 2o, CF). O gabarito é a letra E.

17. (FGV/MRE/OFICIAL DE CHANCELARIA/2013) Determinada lei editada


pela União criou certo quantitativo de cargos públicos e ainda dispôs sobre o
critério de acesso e as respectivas competências. Em seu art. 1º, criou 10 cargos
em comissão e dispôs que teriam competência para exercer atividades típicas
de engenheiro no âmbito da Administração Pública. O art. 2º criou 10 funções
de confiança, destinadas aos titulares de cargos de provimento efetivo que
exercem a chefia de repartições públicas. Por fim, o art. 3º dispôs que os
servidores titulares de cargos de provimento efetivo não poderiam ser
nomeados para ocupar cargos em comissão. À luz da sistemática constitucional,
é correto afirmar que:
a) Todos os artigos são constitucionais.
b) somente o art. 2º é constitucional.
c) somente os arts. 1º e 2º são constitucionais.
d) somente os arts. 1º e 3º são constitucionais.
e) somente o art. 3º é constitucional.

Comentários:
Meus amigos, a questão trabalhou com as disposições do art. 37, V, CRFB/88.
Como vimos em aula, “os cargos em comissão destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento”. O Serviço de engenharia não
se enquadra em nenhuma das hipóteses. Nesse caso, o art. 1º é
inconstitucional.
No caso do art. 2º, que criou “10 funções de confiança, destinadas aos titulares
de cargos de provimento efetivo que exercem a chefia de repartições públicas”
ele tem amparo no texto constitucional. (art. 37, V, CF).
E, por fim, o art. 3º está equivocado. Os titulares de cargo efetivo podem
ocupar cargos em comissão. O gabarito é a letra B.

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18. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) O Estado Beta emendou artigo de sua


Constituição que tratava dos subsídios dos agentes públicos do estado e dos
respectivos municípios, estabelecendo como limite único desses subsídios o
subsídio mensal dos desembargadores do tribunal de justiça estadual. Alguns
juristas questionaram a constitucionalidade do referido artigo da Constituição
estadual. À luz das disposições da Constituição, assinale a alternativa correta.
a) O artigo é parcialmente inconstitucional, pois a Constituição estadual não
poderia estabelecer o referido limite único para os subsídios dos agentes
públicos dos municípios daquele estado;
b) O artigo é inconstitucional, pois a Constituição do estado não poderia
estabelecer o subsídio mensal dos desembargadores como limite único a ser
observado para os subsídios dos agentes públicos estaduais e municipais;
c) O referido artigo é parcialmente inconstitucional, pois a Constituição do
estado não poderia estender o referido limite único aos deputados estaduais e
àqueles que possuem vínculo com os municípios;
d) O artigo é constitucional, desde que o referido subsídio único tenha sido
estabelecido a partir de proposta de iniciativa legislativa do Poder Judiciário.

Comentários:
Atenção! O art. 37, §12 da Constituição Federal permite que a providência
relatada no enunciado seja adotada para a esfera estadual, mas não para os
municípios. Ademais, o limite único não pode ser estendido aos deputados
estaduais.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado
aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal
dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
Gabarito letra C.

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19. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) Isabela e Pedro são funcionários públicos


efetivos do Município Y. A primeira exerceu, anteriormente, outro cargo
público na Administração Pública federal. O segundo afastou-se do cargo para
o exercício de mandato eletivo. Ambos com dúvidas sobre as regras aplicáveis
aos servidores públicos resolveram consultar um advogado. Com base na
situação apresentada, assinale a alternativa correta.
a) Para Isabela, o seu tempo de contribuição federal será contado para efeito
de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de
disponibilidade, enquanto que, em relação a Pedro, o valor de seu benefício
previdenciário não será afetado pelo seu afastamento.
b) Isabela terá direito a contar seu tempo de contribuição e de serviço para
efeitos de aposentadoria e disponibilidade, enquanto que o valor do benefício
previdenciário de Pedro, mesmo durante seu afastamento, será determinado
como se no exercício estivesse.
c) Isabela poderá contar seu tempo de contribuição para todos os efeitos, mas
o seu tempo de serviço não pode ser contado para qualquer efeito, enquanto
que, no tocante a Pedro, o valor de seu benefício previdenciário não será
afetado pelo seu afastamento.
d) Isabela terá o direito de contar seu tempo de contribuição para efeitos de
aposentadoria e disponibilidade e o tempo de serviço para promoção,
enquanto que Pedro terá suspenso o seu tempo de serviço para todos os
efeitos, inclusive para fins previdenciários.

Comentários:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional,
no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato
eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto
para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem.
Art. 40. § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal
será contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-

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A do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de


disponibilidade.
Gabarito letra A.

20. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) Rodrigo, ocupante de cargo de provimento


efetivo de natureza técnica na Administração Pública do Município Beta, foi
aprovado em concurso público de provas e títulos, organizado pelo Estado,
para o provimento de um cargo igualmente de natureza técnica. Ao dirigir-se
ao departamento de recursos humanos do Estado para apresentar os
documentos necessários à posse, foi informado que a ordem constitucional
vedava a acumulação de cargos públicos nas circunstâncias em que se
encontrava. À luz da sistemática constitucional, assinale a alternativa correta.
a) a informação prestada a Rodrigo está errada, pois é possível a acumulação
dos referidos cargos desde que ele opte pela remuneração de um deles.
b) a informação prestada a Rodrigo está certa, pois a Constituição da República
veda a acumulação de cargos públicos de natureza técnica.
c) a informação prestada a Rodrigo está errada, pois é possível a acumulação
dos referidos cargos, desde que haja compatibilidade de horários.
d) a informação prestada a Rodrigo está certa, pois a Constituição da República
veda a acumulação de quaisquer cargos públicos.

Comentários:
A resposta está no art. 37 da CF/88: A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XVI - é vedada a
acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso
XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro
técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
Gabarito Letra B.

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(...)
Pessoal, por hoje é só. (Ufa rs)
Encerramos os trabalhos por hoje. ;)
Abraço a todos,
Prof. Diego Cerqueira

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