Você está na página 1de 84

Direito Civil

Teoria Geral das Obrigações - Parte I

Livro Eletrônico
DICLER FORESTIERI

Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-


Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São
Paulo e atual Conselheiro Substituto do TCM-RJ
(aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado
nos concursos de Auditor-Fiscal do Estado do Rio
Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-
AM. Ministra aulas das disciplinas Direito Civil,
Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Obrigações – Parte I: Modalidades e Transmissão............................................4


1. Noções Gerais, Elementos e Fontes............................................................4
2. Modalidades das Obrigações......................................................................6
3. Transmissão das Obrigações.................................................................... 36
Questões de Concurso................................................................................ 44
Gabarito................................................................................................... 49
Gabarito Comentado.................................................................................. 50
Questões de Concurso................................................................................ 59
Gabarito................................................................................................... 67
Gabarito Comentado.................................................................................. 68

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 3 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

OBRIGAÇÕES – PARTE I: MODALIDADES E TRANSMISSÃO

1. Noções Gerais, Elementos e Fontes


O renomado autor Caio Mario definiu a obrigação como sendo um vínculo ju-

rídico em virtude do qual uma pessoa (sujeito ativo) pode exigir de outra (sujeito

passivo) uma prestação economicamente apreciável.

Deste conceito podemos listar dois tipos de elementos:

1) Elementos Subjetivos: são as pessoas, a quem pode exigir (credor) e a

que podem ser exigidas (devedor), caracterizando-se, respectivamente, o

sujeito ativo e o sujeito passivo; e

2) Elemento Objetivo: é a prestação, que deve ser de natureza patrimo-

nial, dessa forma, também se caracteriza a patrimonialidade (valoração

econômica).

Caracterizam o vínculo obrigacional a sujeição (elementos subjetivos) e a patrimo-

nialidade (elemento objetivo).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 4 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Em outras palavras, a obrigação pode ser entendida como a relação jurídica de


caráter transitório estabelecida entre um devedor e um credor cujo objeto é uma
prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segun-
do, que lhe garante o adimplemento por seu patrimônio.

O que gera uma obrigação?

A obrigação é oriunda de uma determinada fonte. Sua fonte pode ser a própria

lei, um ato jurídico (stricto sensu), um negócio jurídico ou, até mesmo, um ato ilícito.

Tais fontes se dividem em imediata ou primária e mediata ou secundária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 5 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

FONTES DAS OBRIGAÇÕES


1) IMEDIATA OU PRIMÁRIA
• Lei: o ordenamento jurídico brasileiro adotou como fonte primária, ou imediata a LEI, de
modo que perante o direito das obrigações teremos sempre a LEI como sua fonte primeira.
2) MEDIATA OU SECUNDÁRIA
• Atos jurídicos (stricto sensu): quando se fala em ato jurídico stricto sensu, está se falan-
do de comportamentos humanos não negociais, que repercutam perante a órbita do direito.
• Negócios jurídicos: podem ser unilaterais, como o testamento, ou a promessa de recom-
pensa, ou bilaterais como os contratos.
• Atos ilícitos: sempre que estes causam danos a outrem, faz nascer uma obrigação de re-
parar os prejuízos causados.

2. Modalidades das Obrigações


Em termos de questionamentos em concursos, a classificação e distinção das

obrigações em suas diferentes modalidades são alvo de muitas perguntas. Dessa

forma, tenha especial atenção ao estudar esse assunto.

Diversas são as formas de se classificar as obrigações. Sendo assim, tendo em

vista que esse curso tem a objetividade como principal característica, trataremos

apenas daquelas que mais costumam ser cobradas nas provas.

• Quanto ao conteúdo do objeto obrigacional, as obrigações podem ser:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 6 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Vamos abordar as características principais de cada uma das obrigações citadas

no gráfico acima.

Obrigação Positiva de Dar Coisa Certa

A obrigação de dar coisa certa consiste no vínculo jurídico pelo qual o devedor

fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente individualiza-

do, que tanto pode ser móvel como imóvel. A coisa certa há de constar de objeto

preciso, que se possa distinguir, por características próprias, de outros da mesma

espécie, a ser entregue pelo devedor ao credor, no tempo e pelos motivos devidos.

Essa obrigação só confere ao credor simples direito pessoal e não real.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 7 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não men-
cionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

No direito das obrigações também vale a máxima de que, em regra, o acessó-

rio segue o principal. Dessa forma, se alguém se comprometer a entregar uma

cadela prenha, os filhotes (frutos pendentes) estão inseridos na obrigação. A exce-

ção fica por conta das pertenças que não seguem o princípio da gravitação jurídica,

estudado na aula de bens.

1º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Em regra, o acessório segue o principal. A exceção fica por conta das pertenças.

Já sabemos que na obrigação de dar coisa certa o devedor deve entregar um

bem já individualizado (identificado) ao credor. Mas o que acontece se, antes da

entrega, o bem se perder ou se deteriorar?

A perda significa a total inutilização do bem, já a deterioração significa uma

inutilização parcial.

Exemplo de perda: bater com um carro acarretando perda total ou a morte de

um cavalo.

Exemplo de deterioração: bater com um carro acarretando apenas um arranhão

ou um cavalo que perde uma pata.

A resposta da pergunta anterior é dada pelos artigos seguintes, mas antes de

abordá-los, devemos saber se o devedor teve ou não culpa na perda do bem.


Se o devedor teve culpa na perda do bem, além do próprio bem, deverá inde-
nizar também perdas e danos. Por outro lado, se não houve culpa do devedor, não

há que se falar em perdas e danos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 8 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

2º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Se não houve culpa do devedor, não há que se falar em indenização por perdas e

danos (P/D).

Leia os artigos a seguir e preste atenção na tabela elaborada ao final.

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor,
antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para
ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equiva-
lente e mais perdas e danos.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver
a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a
coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, in-
denização das perdas e danos.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se
perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalva-
dos os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente,
mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o cre-
dor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á
o disposto no art. 239.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dis-
pêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realiza-
das pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o dis-
posto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.

Vamos imaginar que eu tenha que lhe entregar o cavalo Bravo por termos cele-

brado um contrato de compra e venda e que, após você me pagar o preço combi-

nado, ocorra a morte do animal antes dele ser entregue.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 9 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Neste caso o que acontece?

A resposta não é simples. Para sabermos a consequência é necessário verificar

se houve ou não culpa de minha parte na morte do cavalo.

Para exemplificar, se eu tiver esquecido de dar uma vacina ao cavalo, então

houve culpa da minha parte. Por outro lado, se o cavalo morreu por ataque no co-

ração, então não houve culpa da minha parte.

Obviamente que havendo culpa por parte do devedor a sanção imposta é mais

grave, pois haverá também uma indenização por perdas e danos.

Dessa forma, a tabela a seguir pode lhe ajudar a solucionar muitas questões,

pois mostra as consequências em cada caso:

Sem Culpa do Devedor Com Culpa do Devedor


Perda da coisa (art. 234) Resolve a obrigação (devolve o $) Equivalente + P/D
Duas possibilidades: Duas possibilidades:
Deterioração da coisa
Resolve a obrigação ou Equivalente + P/D ou acei-
(arts. 235 e 236)
abatimento no preço tar a coisa + P/D
Perda da coisa restituível
Resolve a obrigação Equivalente + P/D
(arts. 238 e 239)
Deterioração da coisa Recebe a coisa sem
Equivalente + P/D
restituível (art. 240) direito à indenização

Sobre a coisa restituível (arts. 238 a 240 do CC), imagine um empréstimo em

que antes da coisa ser restituída ocorre a perda ou deterioração (Ex.: joana em-

presta um vestido para Paula ir a uma festa e o vestido se rasga totalmente – perda

– ou fica manchado de vinho – deterioração).

Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá
o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 10 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

A tradição representa o ato de entrega do bem. Dessa forma, podemos fazer a


pergunta: “Até a entrega da coisa, a quem ela pertence?” Segundo o art. 237, ao
devedor pertence a coisa, com os seus melhoramentos e acréscimos, pelos quais
poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver
a obrigação. E se produzir frutos? Os frutos percebidos serão do devedor, cabendo
ao credor os frutos pendentes (ainda não colhidos).
Imagine que eu (devedor) deva lhe (credor) entregar uma cadela no próximo
dia 10. Se no dia 9 a cadela prenha vier a parir 5 filhotes, de quem são os filhotes?
Como os filhotes nasceram antes da tradição então eles são meus (devedor).
Caso você queira os filhotes, eu posso exigir um aumento no preço. Porém se no
dia 10 a cadela ainda não tivesse parido e os filhotes viessem a nascer no dia 12
(após a tradição), aí eles seriam seus.

Os frutos devem ser considerados percebidos ou pendentes no momento da


entrega da coisa, ou seja, no momento da tradição.
Vejamos uma questão que é antiga, mas o seu modelo usualmente se repete
ainda nos dias de hoje.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 11 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Questão 1    (FGV/OAB/EXAME DA ORDEM/2010.2) João prometeu transferir a pro-

priedade de uma coisa certa, mas antes disso, sem culpa sua, o bem foi deteriora-

do. Segundo o Código Civil, ao caso de João aplica-se o seguinte regime jurídico:

a) a obrigação fica resolvida, com a devolução de valores eventualmente pagos.

b) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra.

c) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e

abatimento no preço proporcional à deterioração.

d) a obrigação poderá ser resolvida, com a devolução de valores eventualmente

pagos, ou subsistir, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e abati-

mento no preço proporcional à deterioração, cabendo ao credor a escolha de uma

dentre as duas soluções.

Letra d.

Trata-se de um caso de deterioração da coisa sem culpa do devedor, previsto

no art. 235 do CC. Sendo assim, temos duas possibilidades para resolver o caso:

1) resolve a obrigação; ou

2) recebe um abatimento no preço.

Obrigação Positiva de Dar Coisa Incerta

Nessa modalidade de obrigação, o respectivo objeto ou o conteúdo da prestação,

indicado genericamente no começo da relação, vem a ser determinado por um ato de

escolha, no instante do pagamento. Então aqui o pagamento é precedido de um ato

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 12 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

preparatório de escolha, que individualizará ou determinará a coisa a ser entregue

ao credor. Feita a escolha, esta obrigação transforma-se em obrigação de dar coisa


certa, nos termos do art. 245 do CC. (Ex.: escolher 10 cavalos dentre 100 possíveis.)

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.

Percebe-se que a coisa incerta, inicialmente, tem que ser indicada pelo gê-

nero (ex.: cavalo) e quantidade (ex.: dez); entretanto, a qualidade (ex.: cavalo

melhor ou pior) será determinada no momento da escolha (posterior).

Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence
ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a
coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.

No exemplo dos cavalos, quem deve escolher os 10 cavalos a serem entregues?


Inicialmente deve prevalecer a vontade das partes, ou seja, observa-se o que
tiver sido estipulado no contrato. Entretanto, se nada tiver sido estipulado, a esco-
lha pertence ao devedor. Entretanto, deve ser observado o princípio do meio termo,
impedindo que ele entregue os piores cavalos.

3º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Havendo dúvida, deve-se resolver em favor do devedor. Ou seja, in dubio, pro devedor.

Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coi-
sa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

Sobre o art. 246 do CC, até o momento da concentração (escolha), todos os

riscos são suportados pelo devedor. Trata-se da aplicação do princípio do direito ro-

mano (genus nunquan perit), ou seja, o gênero nunca perece. Como a coisa

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 13 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

ainda não estava individualizada, a sua perda ou deterioração, ainda que por caso

fortuito ou força maior, não aproveita ao devedor. Isto significa que a obrigação

de entregar continua existindo. Assim, se um fazendeiro se obrigou a entregar

10 (dez) cavalos e, antes da entrega, todos os cavalos existentes em sua fazenda

venham a perecer (morrer), ainda estará ele obrigado a fazer a entrega, mesmo

porque poderá obter os cavalos em outras fazendas. A não ser que o gênero da

obrigação seja limitado. Digamos, voltando ao exemplo anterior, se o fazendeiro

tivesse se obrigado a entregar 10 (dez) cavalos de sua fazenda. Aí sim, perecendo

todos, a obrigação estaria resolvida.

4º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

O gênero nunca perece (genus nunquan perit). Na obrigação de cada coisa incerta

a perda/deterioração por caso fortuito ou força maior, antes da escolha, não exime

a obrigação do devedor.

A seguir temos um resumo sobre a obrigação de dar coisa incerta.

Obrigação de dar Coisa Incerta


Compete a quem foi determinado no contrato.
Escolha do objeto
Se omisso, compete ao devedor.
Regra para o devedor: não poderá dar a coisa pior, nem será
Princípio do meio termo
obrigado a prestar a melhor.
Cientificado da escolha o credor, valem as regras da obriga-
Responsabilidade pelo bem
ção de dar coisa certa.
Alegação de perda ou
Incabível, ainda que por força maior ou caso fortuito.
deterioração pelo devedor

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 14 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Obrigação Positiva de Fazer

Consiste em um ato do devedor ou em um serviço deste. Qualquer forma de

atividade humana lícita e possível pode constituir o objeto da obrigação. As obriga-

ções de dar são também, por vezes, de fazer; todavia, distinguem-se porque nas

de dar a prestação consiste na entrega de uma coisa certa ou incerta, enquanto

que nas obrigações de fazer, o objeto consiste em um ato ou serviço do devedor. A

diferença está exatamente em se verificar se o dar ou o entregar são ou não con-

sequência do fazer. Assim, se o devedor tem de dar ou entregar alguma coisa sem

que para o cumprimento da prestação tenha que fazê-la previamente, a obrigação

é de dar; todavia, se primeiramente ele tem de confeccionar a coisa para depois

entregá-la, se ele tem que realizar algum ato, do qual será mero corolário o de dar,

a obrigação é a de fazer.

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a
prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-
-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo exe-
cutar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização
cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autoriza-
ção judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

A regra geral é a de que a obrigação de fazer pode ser executada pelo próprio

devedor ou por terceiro à custa deste (obrigação de fazer fungível), salvo quando a

pessoa do devedor é eleita em atenção às qualidades que lhe são próprias, quando,

por exemplo, se contratam os serviços de um advogado renomado ou se encomen-

da determinado quadro a um pintor célebre (obrigação de fazer infungível).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 15 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Obrigação Negativa de Não Fazer

São aquelas obrigações por meio das quais o devedor se compromete a não

praticar certo ato, que poderia livremente praticar, se não houvesse se obrigado.

Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se
lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode
exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado
perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

As obrigações de não fazer são mais frequentes nos contratos em que o deve-

dor se compromete a não obstar o exercício de algum direito por parte do credor.

Exemplos:

a) obriga-se o devedor a não se estabelecer comercialmente em uma determi-

nada rua, em um determinado bairro, ou em uma determinada cidade;

b) compromete-se o negociante a não fazer concorrência a um outro sócio;

c) obriga-se o inquilino a não trazer animais domésticos para o cômodo alugado;

5º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Sempre que houver urgência na obrigação de fazer (art. 249) ou de não fazer

(art. 251) o credor pode mandar fazer ou desfazer independentemente de auto-

rização judicial.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 16 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Quando atua a parte que se comprometeu a não o fazer é inadimplente; segundo o

art. 390 do CC, “nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o

dia em que executou o ato de que se devia abster”. Em tal caso, o credor poderá exigir,

conforme o caso, o desfazimento do ato (se viável), sem prejuízo das perdas e danos.

• QUANTO AOS ELEMENTOS, as obrigações podem ser:

Simples COMPOSTAS

possuem apenas um
sujeito ativo, um sujeito PLURALIDADE PLURALIDADE
passivo e um objeto DE OBJETOS DE SUJEITOS

Cumulativa Alternativa Solidária Divisível Indivisível

Dar um carro e Dar um carro ou Dar 50.000 por


Dar um cavalo.
um apartamento. um apartamento. 2 pessoas.

Ativa Passiva Mista

Vários credores Vários deved. e


Vários devedores.
Ex.: c/c conjunta cred.
A/B/C alugam um
no banco (marido e A/B/C alugam um
imóvel de D.
esposa). imóvel de D/E/F.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 17 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Quanto aos seus elementos, as obrigações são divididas em simples e comple-

xas (ou compostas). As obrigações simples apresentam-se com um sujeito ativo,

um sujeito passivo e um único objeto. Estando um desses elementos no plural a

obrigação é considerada composta ou complexa (pode ser composta por pluralida-

de de sujeitos ou de objetos).

As obrigações compostas por pluralidade de objetos são divididas em cumulati-

vas (ou conjuntivas) e alternativas (ou disjuntivas). Nas cumulativas, os objetos se

apresentam ligados pela conjunção “e”, ou seja, deve-se entregar uma coisa e outra

concomitantemente. A obrigação só é cumprida se forem entregues as duas coisas.

Na obrigação alternativa, os objetos se apresentam ligados por “ou”; deve-se en-

tregar apenas uma ou outra coisa e não as duas para o cumprimento da obrigação.

As obrigações compostas por pluralidade de sujeitos podem ser: divisíveis, indi-

visíveis e solidárias. Divisíveis são aquelas em que o objeto da prestação pode ser

dividido entre os sujeitos, ao contrário das indivisíveis; sendo que ambas podem

ser ativas (vários credores) ou passivas (vários devedores).

O conhecimento se uma obrigação é divisível ou indivisível só se faz necessário

apenas se houver multiplicidade de credores ou devedores.

Vamos abordar as características principais de cada uma das obrigações citadas

no gráfico acima.

Obrigação Simples

A obrigação é simples quando a prestação abrange um único ato, ou uma coisa

só, singular ou coletiva. Aqui se libera o devedor entregando precisamente o objeto

devido. Não pode entregar outro ainda que mais valioso. A substituição da presta-

ção só é possível havendo expressa anuência do credor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 18 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Obrigação Cumulativa ou Conjuntiva

As obrigações cumulativas podem ser chamadas também de conjuntivas. São

necessariamente obrigações compostas ou objetivamente complexas. Dá-se, as-

sim, a obrigação cumulativa ou conjuntiva sempre que, havendo mais de um objeto

a que o devedor se obriga, todos devem ser cumpridos, sob pena de inadimple-

mento absoluto da obrigação.

A obrigação cumulativa poderá ser uma obrigação de dar, de fazer ou de não fa-

zer. É o caso, por exemplo, em que Ana se obrigue a entregar a Pedro uma bicicleta

e um animal de carga. A obrigação somente estará cumprida com o cumprimento

cumulado dos objetos. Perceba-se que os objetos são ligados pela conjuntiva “E”,

motivo pelo qual se trata de uma obrigação conjuntiva ou cumulativa.

Obrigação Alternativa ou Disjuntiva

Neste tipo de obrigação, embora haja pluralidade de prestações, o devedor só

está obrigado ao cumprimento de uma delas. Aqui, apesar de haver várias pres-

tações contempladas na relação jurídica, o devedor se libera da obrigação com

a satisfação de apenas uma. As obrigações alternativas se caracterizam por dois

traços fundamentais: pluralidade de prestações e exoneração do devedor mediante

realização de uma única prestação.

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa
não se estipulou.

Dentre as prestações a serem escolhidas, em regra a escolha cabe ao deve-

dor. Dessa forma, se eu tenho que lhe entregar o objeto X ou o objeto Y, em regra,

eu (devedor) escolherei o objeto que será entregue.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 19 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Ou seja, novamente devemos utilizar o 3º MANDAMENTO DO DIREITO DAS

OBRIGAÇÕES: havendo dúvida, deve-se resolver em favor do devedor. Ou


seja, in dubio, pro devedor.

§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte
em outra.

Como exemplo, se a obrigação for dar 2 cavalos ou 4 bois, o devedor não pode

obrigar o credor a receber 1 cavalo e 2 bois.

§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser


exercida em cada período.

Caso a obrigação seja entregar um boi ou um cavalo durante 6 meses, ao final

de cada mês poderá ser escolhido o objeto, independentemente da escolha feita no

período anterior.

§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, deci-
dirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.

É possível que a escolha do bem a ser entregue fique a cargo de várias pessoas

juntas e, se não houver unanimidade na escolha do objeto a ser entregue, então

caberá a decisão ao juiz.

§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la,
caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.

Também é possível que a decisão sobre a prestação devida fique a cargo de uma

terceira pessoa diferente do credor e do devedor e, caso essa pessoa não queira ou

não possa fazer a escolha, então a decisão caberá ao juiz.

Da mesma forma que na obrigação de dar coisa certa, a prestação pode se per-

der ou se deteriorar, na obrigação alternativa é importante saber o que acontece se

o objeto X ou o objeto Y for deteriorado ou destruído antes de ser feita a escolha.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 20 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Os arts. 253 a 256 do CC tratam deste assunto e estão resumidos no quadro a

seguir:

Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações,
não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por
último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impos-
sível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o
valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se
tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da
indenização por perdas e danos.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, ex-
tinguir-se-á a obrigação.

Pelo fato de existir mais de um objeto possível na obrigação alternativa, algu-

mas perguntas costumam aparecer em provas de concursos, tais como:

I – Se uma das prestações perecer ou se deteriorar, o que acontece?

A tabela a seguir apresenta as respostas.

OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA
Escolha do devedor Escolha do credor
Com culpa do Sem culpa do Com culpa do Sem culpa do
devedor devedor devedor devedor
2 possibilidades:
Prestação subsis- Subsiste o débito
Perecimento de Subsiste o débito quanto
tente; ou quanto à outra
1 prestação à outra prestação
Valor da que pere- prestação
ceu + P/D
Valor da que se
Perecimento Resolve a Valor de qualquer Resolve a
impossibilitou
das 2 obrigação uma das presta- obrigação
por último +
prestações (devolução do $) ções + P/D (devolução do $)
P/D

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 21 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Perceba que, em se tratando de obrigação alternativa com escolha pelo

credor, nem sempre a culpa do devedor está associada à indenização por

perdas e danos (P/D).

Imagine que João (devedor) deva entregar um boi ou um cavalo para Pedro

(credor) e a escolha caiba a Pedro. Diante disso, se o boi morrer por culpa de João

(perecimento de 1 prestação), então Pedro poderá escolher o cavalo sem indeniza-

ção por P/D ou escolher o valor do boi com indenização por P/D (Perdas e Danos).

Ou seja, se a escolha for pelo cavalo, a morte do boi em nada altera.

II – Quem deve escolher a obrigação a ser entregue (devedor ou credor)?

Novamente devemos utilizar o 3º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRI-

GAÇÕES: havendo dúvida, deve-se resolver em favor do devedor. Ou seja,

in dubio, pro devedor.

Obrigação Divisível ou Indivisível

Ao estudarmos essas modalidades de obrigação, observaremos que a classifica-

ção em divisíveis e indivisíveis não tem em mira o objeto, pois seu interesse reside

e se manifestar quando ocorrer pluralidade de sujeitos. Ou seja, a divisibilidade

aqui depende, primeiramente, da existência de vários sujeitos e, secundariamente,

da natureza do objeto.

Podemos afirmar, portanto, que divisíveis são as obrigações possíveis de cumpri-

mento fracionado e indivisíveis são aquelas que só podem ser cumpridas em sua inte-

gralidade. Algo é indivisível quando as partes divididas têm as mesmas propriedades

do todo. Existe indivisibilidade quando decorre da própria natureza da coisa (indivisi-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 22 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

bilidade natural); a indivisibilidade pode ser por força da lei (indivisibilidade conven-

cional); ou pode ser objeto absolutamente divisível. No entanto, por convenção con-

tratual, a obrigação só poderá ser cumprida por inteiro (indivisibilidade convencional).

O art. 257 do CC trata dos casos em que existe mais de um credor ou mais de

um devedor mencionando que a obrigação “divide-se” em tantas quantos sejam os

sujeitos ativos e passivos. Na pluralidade de sujeitos, a obrigação divide-se; haverá

obrigações distintas, recebendo cada credor de devedor comum ou pagando cada

devedor ao credor comum sua quota na prestação.

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível,


esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores
ou devedores.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um
fato não suscetível de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou
dada a razão determinante do negócio jurídico.

Há, contudo, alguma dificuldade e necessidade de conceituação quando o ob-

jeto da prestação for indivisível diante da pluralidade de sujeitos, mas o legislador

ajudou o operador do Direito dispondo os arts. 259 e 260 do CC. O devedor, nesta

hipótese, estará obrigado pela dívida toda, ficando este com direito de cobrar o que

for devido do outro devedor, nos termos do parágrafo único do art. 259 CC. Pela

pluralidade de credores de prestação indivisível, estes devem ser considerados cre-

dores solidários, enquanto persistir a indivisibilidade (art. 261 CC), além disso, “o

credor que remitir a dívida abre mão de seu cumprimento. Em se tratando de pres-

tação indivisível, porém, os demais credores não podem ser prejudicados, sendo

assim a dívida deve ser paga aos credores não remitentes, mas estes, ao exigi-la,

devem descontar a quota remitida (perdoada).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 23 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um
será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em re-
lação aos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida in-
teira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros
assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com
os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, com-
pensação ou confusão.

Em situações em que a obrigação se resumir a perdas e danos, perde o caráter

de indivisível (art. 263 do CC), pois a indenização é feita em dinheiro que é divisí-

vel por excelência. Se a culpa que motivou a indenização é de todos os devedores,

responderão todos por partes iguais (art. 263, §1º do CC); se a culpa for de um

só, apenas este responderá por perdas e danos (§2º), mas pelo valor da prestação,

responderão todos.

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, res-
ponderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas
perdas e danos.

A nulidade da obrigação declarada com relação a um dos devedores estende-se a

todos. Um ato defeituoso danifica toda a relação jurídica. Na insolvência de um dos

devedores, não prejudicará o credor, que poderá exigir o cumprimento da obrigação

pelos demais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 24 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Obrigação Solidária

Diz-se solidária a obrigação quando a totalidade da prestação puder ser exigi-

da indiferentemente por qualquer dos credores de quaisquer dos devedores (art.

264 do CC). Cada devedor deve o todo e não apenas sua fração ideal, como ocor-

re nas obrigações indivisíveis. Diferencia-se da indivisibilidade, visto que esta se

relaciona ao objeto da prestação, enquanto a solidariedade se funda em relação

jurídica subjetiva.

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor,


ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.

Dessa forma, se um casal está devendo o pagamento do aluguel da casa onde

moram, o locador pode cobrar todo o aluguel tanto do marido como da esposa.

Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

6º MANDAMENTO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Não existe solidariedade presumida. Uma obrigação pode ser considerada solidária

se a lei assim indicar ou se as partes assim acordarem.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou
codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

É possível, em uma obrigação solidária, que um determinado devedor tenha que

pagar a dívida no dia 10, mas o outro seja obrigado, apenas, a partir do dia 20. Ou

então que um determinado devedor fique sujeito a uma condição e outro devedor não.

Vamos tratar das diversas formas de solidariedade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 25 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Solidariedade Ativa

Configura-se pela presença de vários credores, chamados cocredores, todos

com o mesmo direito de exigir integralmente a dívida ao devedor comum

(art. 267 do CC). Entretanto, enquanto a dívida não for exigida, o devedor pode

pagar a dívida inteira a qualquer um dos credores (art. 268 do CC)

Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumpri-
mento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum,
a qualquer daqueles poderá este pagar.

A solidariedade ativa é rara porque na sua principal característica está sua prin-

cipal inconveniência (art. 269 do CC). Assim, o devedor não precisa pagar a todos

os cocredores juntos, como na obrigação indivisível (art. 260, I do CC). Pagando

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 26 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

apenas a um dos credores solidários, mesmo sem autorização dos demais, o deve-

dor se desobriga, e se este credor for desonesto ou incompetente, e reter ou perder

a quota dos demais, os cocredores nada poderão reclamar do devedor, terão sim

que reclamar daquele que embolsou o pagamento.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o mon-
tante do que foi pago.

Mas caso algum dos cocredores já esteja executando judicialmente o devedor, o

pagamento deverá ser feito àquele (art. 268 do CC), o que se chama de prevenção,

ficando tal credor prevento para receber o pagamento com prioridade em nome de

todos os cocredores.

Outro inconveniente é que se um dos credores perdoar a dívida, o devedor fica

liberado, e os demais cocredores terão que exigir sua parte daquele que perdoou

(art. 272 do CC).

Como se vê, na solidariedade ativa, cada credor fica sujeito à honestidade dos

outros cocredores. Por estes inconvenientes a solidariedade ativa é rara, afinal não

interessa ao credor.

Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes
só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.

Ao comentar o art. 276 do CC, abordaremos o caso de sucessão na obrigação

solidária. A abordagem serve tanto para a solidariedade passiva, como para a ativa.

Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efei-
tos, a solidariedade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 27 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Na solidariedade ativa há um vínculo pessoal entre os credores. Sendo assim,

ainda que o objeto da prestação se converta em perdas e danos, permanecerá a

solidariedade. Ou seja, não interessa a natureza do objeto.

De forma diferente ocorre com a indivisibilidade (art. 263 do CC), pois não há

um vínculo pessoal. Sendo assim, na indivisibilidade, havendo pluralidade de cre-

dores, a natureza do objeto é relevante.

CONVERSÃO DO OBJETO EM PERDAS E DANOS

SOLIDARIEDADE PERMANECE

INDIVISIBILIDADE DESAPARECE

Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos
outros pela parte que lhes caiba.

Se uma obrigação solidária de R$ 30.000,00 tem três credores e um deles per-

doar toda a dívida. Aquele que perdoar deverá responder com R$ 20.000,00 pe-

rante os outros dois.

Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais
oponíveis aos outros.

Exceção pessoal é aquela que diz respeito a um ou alguns dos credores solidá-

rios, ou seja, aquela que só pode ser oponível a determinado credor. Essas exce-

ções dizem respeito a fatos inerentes à pessoa de determinado credor e não aos

demais credores solidários. Exemplos: a arguição de anulabilidade (nulidade rela-

tiva), como os vícios do consentimento; a remissão parcial por um dos credores; o

benefício de termo concedido por um dos credores solidários etc.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 28 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Assim, imagine que alguém deve a Tício e a Frederico, contratualmente cocre-

dores solidários. Se o devedor tiver defesa contra Frederico alegando, por exemplo,

que a obrigação perante este foi obtida por meio de coação, não poderá, ao argu-

mento de solidária a obrigação, estender a tese para alcançar Tício, contra quem

nenhum defeito pesa.

Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais;
o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao
credor que o obteve.

Por fim, um gráfico para sintetizar o art. 274 do CC.

JULGAMENTO NA SOLIDARIEDADE ATIVA

CONTRÁRIO A UM DOS CREDORES NÃO ATINGE OS DEMAIS CREDORES

FAVORÁVEL A UM DOS CREDORES FAVORECE OS DEMAIS CREDORES

Solidariedade Passiva

Ocorre a solidariedade passiva quando mais de um devedor, chamado coobriga-

do, com seu patrimônio, se obriga ao pagamento da dívida toda (art. 275 do CC).

Assim, havendo três devedores solidários, o credor terá três pessoas para pro-

cessar e exigir pagamento integral, mesmo que a obrigação seja divisível. O credor

escolhe se quer processar um ou todos os devedores (art. 275, § único do CC).

Aquele devedor que pagar integralmente a dívida terá direito de regresso contra os

demais coobrigados (art. 283 do CC).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 29 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os de-
mais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo
credor contra um ou alguns dos devedores.

O Art. 276 do CC é muito cobrado em provas de concursos.

Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes
será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo
se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor
solidário em relação aos demais devedores.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 30 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Imagine que A, B e C sejam devedores solidários de D. Imagine ainda que A

faleça (vá para o céu) e deixe seus dois filhos como herdeiros. Os dois filhos conti-

nuam sendo devedores solidários na obrigação?

A resposta é: depende do objeto da obrigação. Se o objeto for divisível, eles não

continuam solidários, mas se o objeto for indivisível a solidariedade continua.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 31 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Exemplificando, se o objeto for um cavalo, a solidariedade abrange os filhos 1

e 2, que poderão ser cobrados pela entrega do cavalo. Mas, se o objeto for uma

prestação em dinheiro de R$ 15.000,00, cada um só será obrigado ao seu quinhão

(a parte do pai dividida por 2) que é (15.000/3)/2 = 2.500.

Agora vá até o artigo 270 do CC e veja que o pensamento inverso (herdeiros

de um credor solidário) ocorre da mesma forma. Ou seja, depende da natureza

do objeto.

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida
não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou
relevada.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consen-
timento destes.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários,
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só
responde o culpado.

O art. 279 do CC que trata das perdas e danos também costuma ser alvo de

provas de concursos. No exemplo da página anterior, imagine que A, B e C sejam

devedores solidários de D e a obrigação seja um cavalo. Se o cavalo morrer por

culpa de A, apenas ele será obrigado a indenizar perdas e danos, mas todos os de-

vedores (A, B e C) continuam solidários pelo equivalente (valor do cavalo).

Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha
sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação
acrescida.

A regra para os juros de mora é diferente da regra para as perdas e danos. Se

houver mora por culpa de um dos devedores solidários, todos os devedores respon-

derão pelos juros de mora. Dessa forma, se houver atraso no pagamento por culpa

de A, tanto A, como B e C ficarão responsáveis pelos juros de mora.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 32 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pesso-
ais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de
todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsis-
tirá a dos demais.

A renúncia à solidariedade em favor de um dos devedores solidários faz com

que ele se exonere da obrigação pagando apenas a sua parte. Se A, B e C forem

devedores solidários de D na obrigação de R$ 15.000,00 e D renunciar à solidarie-

dade de A, este deverá pagar só a sua parte (15.000/3 = 5.000) para ficar livre da

obrigação, mas B e C continuam solidários pelos 10.000 restantes.

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um
dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o
houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados
da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, respon-
derá este por toda ela para com aquele que pagar.

A seguir temos outras classificações que, de vez em quando, aparecem nas provas.

• QUANTO AO MOMENTO DE CUMPRIMENTO, as obrigações subdividem-se em:

d) instantâneas: é aquela cumprida imediatamente após a sua constituição.

e) de execução diferida: é aquela cujo cumprimento deverá ocorrer de uma

só vez no futuro.

Ex.: pagamento com cheque pós-datado ou pré-datado.

f) de execução continuada ou de trato sucessivo: é aquela cujo cumpri-

mento se dá por meio de subvenções periódicas.

Ex.: a locação de um imóvel com pagamento mensal do aluguel.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 33 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

• QUANTO AO ÔNUS DA PROVA DA CULPA, as obrigações dividem-se em:


a) obrigações de meio: o devedor obriga-se a empregar diligências para atin-
gir a meta colimada pelo ato. Neste caso, o credor deve provar que o objetivo
visado não foi atingido por culpa do devedor. É o caso do advogado.
b) obrigações de resultado: são aquelas em que se obriga o devedor a rea-
lizar um fato determinado, como por exemplo no contrato de transporte, em
que o transportador tem que conduzir o passageiro do ponto de embarque, a
salvo, até o ponto de destino. Neste caso o credor deve apenas provar que o
resultado não foi atingido; já o devedor, só se libera da responsabilidade se
comprovar que o resultado não foi atingido por caso fortuito ou força maior.
Também é o caso da cirurgia plástica estética, pois a cirurgia reparadora é
considerada uma obrigação de meio.

• QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS, podem ser:


a) puras e simples: são aquelas que ocorrem quando sua eficácia não fica su-
bordinada a qualquer termo, condição ou encargo. Por exemplo: a obrigação
de o vendedor entregar a coisa após sua venda; a obrigação do comodatário
restituir a coisa findo o prazo para tal.
b) condicionais: quando dependem de um acontecimento futuro e incerto, que
pode se verificar ou não. Por exemplo, a venda a prazo com reserva de do-
mínio, a venda com pacto de melhor comprador etc.
c) modais ou gravadas ou com encargo: quando se impõe um ônus ao devedor
beneficiado com determinada liberdade. Por exemplo: a doação com encargo.
d) a termo: quando a eficácia do ato é submetida a prazo, certo ou incerto,
inicial ou final, como por exemplo, a obrigação de satisfazer uma dívida em

determinado dia do calendário.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 34 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

• QUANTO À AUTONOMIA DA EXISTÊNCIA, as obrigações dividem-se em:

a) principais: são aquelas dotadas de vida própria e autônoma;

Ex.: a obrigação oriunda de um contrato de locação.

b) acessórias: são aquelas que se acham subordinadas às primeiras.

Ex.: a obrigação oriunda de um contrato de fiança que visa ser garantia da locação.

• QUANTO À EXIGIBILIDADE, as obrigações podem ser:

a) obrigação civil: é a que permite que seu cumprimento seja exigido pelo

próprio credor, mediante ação judicial.

Ex.: a obrigação da pessoa que vendeu um carro antes de entregar a docu-

mentação referente ao veículo.

b) obrigação natural: permite que o devedor não a cumpra e não dá o direito

ao credor de exigir sua prestação. Entretanto, se o devedor realizar o paga-

mento da obrigação, não terá o direito de requerê-la novamente, pois não

cabe o pedido de restituição.

Ex.: art. 814 do Código Civil.

Art. 814 do CC – As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não
se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo,
ou se o perdente é menor ou interdito.

Destaca-se ainda a OBRIGAÇÃO PROPTER REM, também denominada REI-

PERSECUTÓRIA ou AMBULATÓRIA ou HÍBRIDA. Tal obrigação se origina do

fato de a pessoa ser titular de um direito real. Possui as seguintes características:

• o devedor não se obriga por sua vontade, e sim pelo fato de ser proprietário

do bem;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 35 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

• o devedor se exonera da obrigação se renunciar ao direito de propriedade ou

abandonar a coisa;

• o sucessor a título singular assume automaticamente a dívida, ainda que não

saiba da sua existência.

Exemplos: obrigação de pagar o IPTU; obrigação de pagar o condomínio etc.

3. Transmissão das Obrigações


Existem dois tipos de transmissão das obrigações: a que se opera causa mortis
(regulada pelo direito das sucessões) e a que se opera inter vivos (regulada pelo
direito das obrigações). Dessa forma, a transmissão de obrigações inter vivos pode
ocorrer no polo ativo da obrigação (cessão de crédito) ou no polo passivo da relação
obrigacional (assunção de dívida).

Cessão de Crédito

A cessão de crédito (arts. 286 a 298 do CC) é o negócio jurídico pelo qual o
credor de uma obrigação transfere os seus direitos a outra pessoa, independen-
temente da anuência do devedor. É um instituto similar à compra e venda, porém
esta trata de bens corpóreos, ao passo que a cessão tem por objeto o crédito, que
é um bem incorpóreo (imaterial).
O credor que realiza a cessão é chamado de cedente, o terceiro que adquire
o crédito é chamado de cessionário; e o devedor, cuja anuência é dispensável, é
chamado de cedido.
Como exemplo de cessão de crédito temos a venda de um cheque. Imagine que
A passe um cheque para B no valor de R$ 1.000,00 para daqui a 2 meses e B venda
o cheque para C no valor de R$ 900,00 para poder ter o dinheiro imediatamente e

não esperar os 2 meses.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 36 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obri-
gação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá
ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.

Qualquer crédito pode ser cedido, conste ou não de um título, esteja vencido ou

por vencer, se a isto não se opuser a:

• a natureza da obrigação: créditos oriundos de direitos personalíssimos não

podem ser cedidos (ex.: crédito resultante de pensão alimentícia);

• a lei: não pode haver cessão do direito de preferência (art. 520 do CC), do

direito à herança de pessoa viva (art. 426 do CC) etc.

• a convenção das partes: quando as partes ajustarem a intransmissibilida-

de do crédito.

Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos


os seus acessórios.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 37 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Se não há estipulação contrária à cessão de um crédito, abrange os direitos de

garantia estipulados, os direitos de preferência etc. Lembre-se do 1º MANDAMEN-

TO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: em regra, o acessório segue o principal.

Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não cele-


brar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das soleni-
dades do § 1o do art. 654.

Para que a cessão de um crédito possa ter eficácia erga omnes, deverá ser ce-

lebrada mediante instrumento público ou particular. Ou seja, a cessão verbal não

tem eficácia perante terceiros.

Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão
no registro do imóvel.

Tendo em vista que o crédito hipotecário está vinculado a um imóvel, havendo a

cessão desse crédito, poderá ser requerido que tal crédito seja averbado no Regis-

tro de Imóveis. Com isso, qualquer pessoa poderá verificar que este imóvel possui

um ônus (hipoteca) e quem é o credor desta.

Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a
este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou parti-
cular, se declarou ciente da cessão feita.

Quando um crédito é cedido, o devedor precisa ser informado para saber quem

deve pagar. Se ele for notificado e mesmo assim pagar o credor antigo, poderá ser

obrigado a pagar duas vezes.

Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar
com a tradição do título do crédito cedido.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 38 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Havendo uma pluralidade de cessões do mesmo crédito, ou seja, se o cedente,

maliciosamente, ceder o mesmo crédito a vários cessionários, vai prevalecer a ces-

são que tiver sido completada com a entrega do título referente ao crédito.

Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga
ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessio-
nário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito
constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.

Se o devedor pagar o débito antes de ser notificado, não precisará pagar nova-

mente, pois com o pagamento ele ficou desobrigado. Assim sendo, o novo credor

não poderá cobrar dele o crédito, tendo em vista que a cessão não teve eficácia.

Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessio-


nário exercer os atos conservatórios do direito cedido.

Mesmo sem o devedor ter conhecimento da cessão do crédito, o novo credor

poderá praticar todos os atos destinados a conservar o direito cedido, tal como,

notificação, averbação do crédito hipotecário etc.

Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem
como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra
o cedente.

Se o devedor, ao ser notificado da cessão, não opõe neste momento as exce-

ções (defesas) pessoais que tiver contra o cedente, não poderá mais arguir contra

o novo credor as defesas que eram cabíveis apenas contra o primeiro.

Entretanto, as exceções que não sejam pessoais, tais como vícios de con-

sentimento, incapacidade do agente etc., podem ser alegadas depois da ces-

são do crédito.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 39 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize,
fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu;
a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido
de má-fé.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
devedor.

O cedente responde apenas pela existência do crédito cedido. Desta forma, a

responsabilidade imposta pela lei ao cedente não se refere à solvência do devedor,

pois o cedente não responde por esta. Em regra, os riscos de que o devedor tem

capacidade econômica para pagar a dívida cedida correm por conta do novo credor.

Ou seja, temos dois tipos de cessão de crédito:

• cessão pro solvendo: é a exceção, devendo haver estipulação pelas partes,

pois o cedente garante que, além da existência da dívida, o terceiro devedor

também está em condições de pagá-la.

• cessão pro soluto: é a regra no CC, pois nela o cedente responde apenas

pela existência e legalidade do crédito, ou seja, que realmente há uma dívida

entre ele e o terceiro devedor.

Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não respon-
de por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe
as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.

Se ficar convencionado de maneira expressa que o cedente é responsável pela

solvência do devedor, sua responsabilidade ficará limitada ao que recebeu do ces-

sionário com os respectivos juros.

Dessa forma, se o crédito era de R$ 50.000,00 e foi cedido, onerosamente, por

R$ 42.000,00, o cedente só responderá pelos R$ 42.000,00.

Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que
tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela,
fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 40 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

A partir do momento em que o crédito penhorado for executado, ele deixa de

fazer parte do patrimônio do devedor e, por isso, não mais poderá ser cedido.

Assunção de Dívida

A assunção de dívida (arts. 299 a 303 do CC), também denominada cessão

de débito, é um negócio jurídico em que um terceiro assume a responsabilidade

pela dívida do devedor, com ou sem o consentimento deste, mas sempre com a

anuência expressa do credor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 41 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Cessão de crédito: independe da anuência do devedor.

Assunção de dívida: depende da anuência do credor.

Percebe-se que, quando alguém quer transferir uma dívida para outra pessoa,

o credor pode não concordar com essa transferência, ainda que o novo devedor

tenha capacidade econômica superior ao devedor antigo.

Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento


expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo
da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na
assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.

Havendo a transferência da dívida e, obviamente, o consentimento do credor, o

devedor antigo fica livre, ou seja, em regra a obrigação não poderá mais ser cobra-

da dele. Entretanto, se o novo devedor for insolvente (sem capacidade para

cumprir com as suas obrigações) no momento da transferência da dívida,

então o devedor antigo continua coobrigado pelo pagamento da dívida.

Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas,


a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao
credor.

Em regra, as garantias dadas pelo devedor primitivo (Ex.: hipoteca, fiança etc.)

desaparecem no momento da transferência da dívida.

Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com
todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este co-
nhecia o vício que inquinava a obrigação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 42 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Se a transferência da dívida se tornar inválida, então a obrigação deverá retor-

nar ao seu status quo ante (situação original), restaurando-se todas as garantias,

salvo as fornecidas por terceiro, exceto se esse tinha conhecimento do vício, caso

em que também responderá pela obrigação.

Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que compe-
tiam ao devedor primitivo.

A assunção de dívida pressupõe a existência de uma dívida, uma relação obri-

gacional já existente. Na falta de estipulação expressa, as exceções oponíveis pelo

primitivo devedor transferem-se ao assuntor, salvo as exceções pessoais. Não pode,

por exemplo, o credor querer uma compensação com o devedor antigo.

Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do
crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência
do débito, entender-se-á dado o assentimento.

Como regra quase geral, quem adquire um imóvel hipotecado absorve no preço

o valor da hipoteca e se compromete a liquidar o débito junto ao credor. Se este é

notificado da aquisição e da assunção da dívida e não impugnar em 30 dias, seu

silêncio, nesse caso particular, o ato implicará concordância com a modificação com

a modificação subjetiva.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 43 de 43
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

QUESTÕES DE CONCURSO
Questões OAB

Questão 1    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2018) Paula é credora de

uma dívida de R$ 900.000,00 assumida solidariamente por Marcos, Vera, Teresa,

Mirna, Júlio, Simone, Úrsula, Nestor e Pedro, em razão de mútuo que a todos apro-

veita. Antes do vencimento da dívida, Paula exonera Vera e Mirna da solidariedade,

por serem amigas de longa data. Dois meses antes da data de vencimento, Júlio,

em razão da perda de seu emprego, de onde provinha todo o sustento de sua fa-

mília, cai em insolvência. Ultrapassada a data de vencimento, Paula decide cobrar

a dívida.

Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

a) Vera e Mirna não podem ser exoneradas da solidariedade, eis que o nosso or-

denamento jurídico não permite renunciar a solidariedade de somente alguns dos

devedores.

b) Se Marcos for cobrado por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da dívida

e, posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes. A parte de

Júlio será rateada entre todos os devedores solidários, inclusive Vera e Mirna.

c) Se Simone for cobrada por Paula deverá efetuar o pagamento integral da dívida

e, posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes, inclusive Júlio.

d) Se Mirna for cobrada por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da dívida e,

posteriormente, poderá cobrar as quotas-partes dos demais. A parte de Júlio será

rateada entre todos os devedores solidários, com exceção de Vera.

Questão 2    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) Paulo, João e Pedro,

mutuários, contraíram empréstimo com Fernando, mutuante, tornando-se, assim,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 44 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

devedores solidários do valor total de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Fernando, muito

amigo de Paulo, exonerou-o da solidariedade. João, por sua vez, tornou-se insol-

vente. No dia do vencimento da dívida, Pedro pagou integralmente o empréstimo.

Considerando a hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.

a) Pedro não poderá regredir contra Paulo para que participe do rateio do quinhão

de João, pois Fernando o exonerou da solidariedade.

b) Apesar da exoneração da solidariedade, Pedro pode cobrar de Paulo o valor de

R$ 3.000,00 (três mil reais).

c) Ao pagar integralmente a dívida, Pedro se sub-roga nos direitos de Fernando,

permitindo-se que cobre a integralidade da dívida dos demais devedores.

d) Pedro deveria ter pago a Fernando apenas R$ 2.000,00 (dois mil reais), pois a

exoneração da solidariedade em relação a Paulo importa, necessariamente, a exo-

neração da solidariedade em relação a todos os codevedores.

Questão 3    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) No dia 2 de agosto

de 2014, Teresa celebrou contrato de compra e venda com Carla, com quem se

obrigou a entregar 50 computadores ou 50 impressoras, no dia 20 de setembro de

2015. O contrato foi silente sobre quem deveria realizar a escolha do bem a ser

entregue.

Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.

a) Trata-se de obrigação facultativa, uma vez que Carla tem a faculdade de esco-

lher qual das prestações entregará a Teresa.

b) Como se trata de obrigação alternativa, Teresa pode se liberar da obrigação

entregando 50 computadores ou 50 impressoras, à sua escolha, uma vez que o

contrato não atribuiu a escolha ao credor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 45 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

c) Se a escolha da prestação a ser entregue cabe a Teresa, ela poderá optar por

entregar a Carla 25 computadores e 25 impressoras.

d) Se, por culpa de Teresa, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não

competindo a Carla a escolha, ficará aquela obrigada a pagar somente os lucros

cessantes.

Questão 4    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2015) Gilvan (devedor) con-

trai empréstimo com Haroldo (credor) para o pagamento com juros do valor do

mútuo no montante de R$ 10.000,00. Para facilitar a percepção do crédito, a parte

do polo ativo obrigacional ainda facultou, no instrumento contratual firmado, o pa-

gamento do montante no termo avençado ou a entrega do único cavalo da raça

manga larga marchador da fazenda, conforme escolha a ser feita pelo devedor.

Ante os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.

a) Trata-se de obrigação alternativa.

b) Cuida-se de obrigação de solidariedade em que ambas as prestações são infun-

gíveis.

c) Acaso o animal morra antes da concentração, extingue-se a obrigação.

d) O contrato é eivado de nulidade, eis que a escolha da prestação cabe ao credor.

Questão 5    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2014) Donato, psiquiatra de

renome, era dono de uma extensa e variada biblioteca, com obras de sua área pro-

fissional, importadas e raras. Com sua morte, seus três filhos, Hugo, José e Luiz

resolvem alienar a biblioteca à Universidade do Estado, localizada na mesma cidade

em que o falecido residia. Como Hugo vivia no exterior e José em outro estado,

ambos incumbiram Luiz de fazer a entrega no prazo avençado. Luiz, porém, mais

preocupado com seus próprios negócios, esqueceu-se de entregar a biblioteca à

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 46 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Universidade, que, diante da mora, notificou José para exigir-lhe o cumprimento

integral em 48 horas, sob pena de resolução do contrato em perdas e danos.

Nesse contexto, assinale a afirmativa correta

a) José deve entregar a biblioteca no prazo designado pela Universidade, se quiser

evitar a resolução do contrato em perdas e danos.

b) Não tendo sido ajustada solidariedade, José não está obrigado a entregar todos

os livros, respondendo, apenas, pela sua cota parte.

c) Como Luiz foi incumbido da entrega, a Universidade não poderia ter notificado

José, mas deveria ter interpelado Luiz.

d) Tratando-se de três devedores, a Universidade não poderia exigir de um só o

pagamento; logo, deveria ter notificado simultaneamente os três irmãos.

Questão 6    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2014) A transmissibilidade

de obrigações pode ser realizada por meio do ato denominado cessão, por meio da

qual o credor transfere seus direitos na relação obrigacional a outrem, fazendo sur-

gir as figuras jurídicas do cedente e do cessionário. Constituída essa nova relação

obrigacional, é correto afirmar que:

a) os acessórios da obrigação principal são abrangidos na cessão de crédito, salvo

disposição em contrário.

b) o cedente responde pela solvência do devedor, não se admitindo disposição em

contrário.

c) a transmissão de um crédito que não tenha sido celebrada única e exclusiva-

mente por instrumento público é ineficaz em relação a terceiros.

d) o devedor não pode opor ao cessionário as exceções que tinha contra o cedente

no momento em que veio a ter conhecimento da cessão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 47 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Questão 7    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2013) Bruno cedeu a Fábio

um crédito representado em título, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), que

possuía com Caio.

Considerando a hipótese acima e as regras sobre cessão de crédito, assinale a afir-

mativa correta.

a) Caio não poderá opor a Fábio a exceção de dívida prescrita que, no momento

em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra Bruno, em virtude da pre-

clusão.

b) Caso Fábio tenha cedido o crédito recebido de Bruno a Mário e este, posterior-

mente, ceda o crédito a Júlio, prevalecerá a cessão de crédito que se completar

com a tradição do título cedido.

c) Bruno, ao  ceder a Fábio crédito a título oneroso, não ficará responsável pela

existência do crédito ao tempo em que cedeu, salvo por expressa garantia.

d) Conforme regra geral disposta no Código Civil, Bruno será obrigado a pagar a

Fábio o valor correspondente ao crédito, caso Caio torne-se insolvente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

GABARITO
1. b

2. b

3. b

4. a

5. a

6. a

7. b

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 49 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

GABARITO COMENTADO
Questões OAB

Questão 1    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2018) Paula é credora de


uma dívida de R$ 900.000,00 assumida solidariamente por Marcos, Vera, Teresa,
Mirna, Júlio, Simone, Úrsula, Nestor e Pedro, em razão de mútuo que a todos apro-
veita. Antes do vencimento da dívida, Paula exonera Vera e Mirna da solidariedade,
por serem amigas de longa data. Dois meses antes da data de vencimento, Júlio,
em razão da perda de seu emprego, de onde provinha todo o sustento de sua fa-
mília, cai em insolvência. Ultrapassada a data de vencimento, Paula decide cobrar
a dívida.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) Vera e Mirna não podem ser exoneradas da solidariedade, eis que o nosso or-
denamento jurídico não permite renunciar a solidariedade de somente alguns dos
devedores.
b) Se Marcos for cobrado por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da dívida
e, posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes. A parte de
Júlio será rateada entre todos os devedores solidários, inclusive Vera e Mirna.
c) Se Simone for cobrada por Paula deverá efetuar o pagamento integral da dívida
e, posteriormente, poderá cobrar dos demais as suas quotas-partes, inclusive Júlio.
d) Se Mirna for cobrada por Paula, deverá efetuar o pagamento integral da dívida e,
posteriormente, poderá cobrar as quotas-partes dos demais. A parte de Júlio será
rateada entre todos os devedores solidários, com exceção de Vera.

Letra b.
a) Errada. Em desacordo com o art. 282, parágrafo único, do CC:

Art. 282. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedo-


res, subsistirá a dos demais.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 50 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

b) Certa. Vide arts. 283 e 284 do CC:

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um
dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o
houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados
da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.

c) Errada. Se Júlio é insolvente, sua quota será dividida entre os demais codeve-

dores.

d) Errada. Mirna foi exonerada da solidariedade, não poderá, portanto, ser cobra-

da pela dívida toda, mas pela sua quota-parte.

Questão 2    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) Paulo, João e Pedro,

mutuários, contraíram empréstimo com Fernando, mutuante, tornando-se, assim,

devedores solidários do valor total de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Fernando, muito

amigo de Paulo, exonerou-o da solidariedade. João, por sua vez, tornou-se insol-

vente. No dia do vencimento da dívida, Pedro pagou integralmente o empréstimo.

Considerando a hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.

a) Pedro não poderá regredir contra Paulo para que participe do rateio do quinhão

de João, pois Fernando o exonerou da solidariedade.

b) Apesar da exoneração da solidariedade, Pedro pode cobrar de Paulo o valor de

R$ 3.000,00 (três mil reais).

c) Ao pagar integralmente a dívida, Pedro se sub-roga nos direitos de Fernando,

permitindo-se que cobre a integralidade da dívida dos demais devedores.

d) Pedro deveria ter pago a Fernando apenas R$ 2.000,00 (dois mil reais), pois a

exoneração da solidariedade em relação a Paulo importa, necessariamente, a exo-

neração da solidariedade em relação a todos os codevedores.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 51 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Letra b.

Questão baseada nos arts. 275, 282, parágrafo único, e 284, do CC:

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,


parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os de-
mais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Art. 282. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedo-
res, subsistirá a dos demais.
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados
da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.

Questão 3    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2016) No dia 2 de agosto

de 2014, Teresa celebrou contrato de compra e venda com Carla, com quem se

obrigou a entregar 50 computadores ou 50 impressoras, no dia 20 de setembro de

2015. O contrato foi silente sobre quem deveria realizar a escolha do bem a ser

entregue.

Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.

a) Trata-se de obrigação facultativa, uma vez que Carla tem a faculdade de esco-

lher qual das prestações entregará a Teresa.

b) Como se trata de obrigação alternativa, Teresa pode se liberar da obrigação

entregando 50 computadores ou 50 impressoras, à sua escolha, uma vez que o

contrato não atribuiu a escolha ao credor.

c) Se a escolha da prestação a ser entregue cabe a Teresa, ela poderá optar por

entregar a Carla 25 computadores e 25 impressoras.

d) Se, por culpa de Teresa, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não

competindo a Carla a escolha, ficará aquela obrigada a pagar somente os lucros

cessantes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 52 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Letra b.

a) Errada. A alternativa trata de obrigação alternativa.

b) Certa. De acordo com o art. 252 do CC:

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não
se estipulou.

c) Errada. Em desacordo com o art. 252, § 1º, do CC:

Art. 252, § 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação
e parte em outra.

d) Errada. Em desacordo com o art. 254 do CC.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por
último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

Questão 4    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2015) Gilvan (devedor) con-

trai empréstimo com Haroldo (credor) para o pagamento com juros do valor do

mútuo no montante de R$ 10.000,00. Para facilitar a percepção do crédito, a parte

do polo ativo obrigacional ainda facultou, no instrumento contratual firmado, o pa-

gamento do montante no termo avençado ou a entrega do único cavalo da raça

manga larga marchador da fazenda, conforme escolha a ser feita pelo devedor.

Ante os fatos narrados, assinale a afirmativa correta.

a) Trata-se de obrigação alternativa.

b) Cuida-se de obrigação de solidariedade em que ambas as prestações são infun-

gíveis.

c) Acaso o animal morra antes da concentração, extingue-se a obrigação.

d) O contrato é eivado de nulidade, eis que a escolha da prestação cabe ao credor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 53 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Letra a.

Segundo o enunciado, o contrato firmado permite ao devedor cumprir a prestação

pagando o empréstimo em dinheiro ou entregando cavalo manga larga, o que se

caracteriza como uma obrigação alternativa, as quais estão previstas nos arts. 252

a 256 do CC, vejamos.

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não
se estipulou.
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte
em outra.
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser
exercida em cada período.
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, de-
cidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la,
caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações,
não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por
último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impos-
sível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o
valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se
tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da
indenização por perdas e danos.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extin-
guir-se-á a obrigação.

Obrigação alternativa é aquela que compreende dois ou mais objetos e extingue-se

com a prestação de apenas um, isto é, existe obrigação alternativa quando se dão

várias prestações, entretanto, por convenção das partes, somente uma delas será

cumprida, à escolha do devedor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 54 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Questão 5    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2014) Donato, psiquiatra de

renome, era dono de uma extensa e variada biblioteca, com obras de sua área pro-

fissional, importadas e raras. Com sua morte, seus três filhos, Hugo, José e Luiz

resolvem alienar a biblioteca à Universidade do Estado, localizada na mesma cidade

em que o falecido residia. Como Hugo vivia no exterior e José em outro estado,

ambos incumbiram Luiz de fazer a entrega no prazo avençado. Luiz, porém, mais

preocupado com seus próprios negócios, esqueceu-se de entregar a biblioteca à

Universidade, que, diante da mora, notificou José para exigir-lhe o cumprimento

integral em 48 horas, sob pena de resolução do contrato em perdas e danos.

Nesse contexto, assinale a afirmativa correta

a) José deve entregar a biblioteca no prazo designado pela Universidade, se quiser

evitar a resolução do contrato em perdas e danos.

b) Não tendo sido ajustada solidariedade, José não está obrigado a entregar todos

os livros, respondendo, apenas, pela sua cota parte.

c) Como Luiz foi incumbido da entrega, a Universidade não poderia ter notificado

José, mas deveria ter interpelado Luiz.

d) Tratando-se de três devedores, a Universidade não poderia exigir de um só o

pagamento; logo, deveria ter notificado simultaneamente os três irmãos.

Letra a.

Como o objeto da alienação era a biblioteca (dar coisa certa), com a não entrega do

bem, fica caracterizado o inadimplemento, podendo a outra parte pedir a resolução

do contrato.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 55 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Questão 6    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2014) A transmissibilidade

de obrigações pode ser realizada por meio do ato denominado cessão, por meio da

qual o credor transfere seus direitos na relação obrigacional a outrem, fazendo sur-

gir as figuras jurídicas do cedente e do cessionário. Constituída essa nova relação

obrigacional, é correto afirmar que:

a) os acessórios da obrigação principal são abrangidos na cessão de crédito, salvo

disposição em contrário.

b) o cedente responde pela solvência do devedor, não se admitindo disposição em

contrário.

c) a transmissão de um crédito que não tenha sido celebrada única e exclusiva-

mente por instrumento público é ineficaz em relação a terceiros.

d) o devedor não pode opor ao cessionário as exceções que tinha contra o cedente

no momento em que veio a ter conhecimento da cessão.

Letra a.

a) Certa. Vide art. 287 do CC:

Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos


os seus acessórios.

b) Errada. Em desacordo com o art. 296, parágrafo único, do CC:

Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do


devedor.

c) Errada. Em desacordo com o art. 288 do CC:

Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não ce-


lebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das
solenidades do § 1º do art. 654.

d) Errada. Em desacordo com o art. 294, parágrafo único, do CC:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 56 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem
como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o
cedente.

Questão 7    (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2013) Bruno cedeu a Fábio

um crédito representado em título, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), que

possuía com Caio.

Considerando a hipótese acima e as regras sobre cessão de crédito, assinale a afir-

mativa correta.

a) Caio não poderá opor a Fábio a exceção de dívida prescrita que, no momento

em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra Bruno, em virtude da pre-

clusão.

b) Caso Fábio tenha cedido o crédito recebido de Bruno a Mário e este, posterior-

mente, ceda o crédito a Júlio, prevalecerá a cessão de crédito que se completar

com a tradição do título cedido.

c) Bruno, ao  ceder a Fábio crédito a título oneroso, não ficará responsável pela

existência do crédito ao tempo em que cedeu, salvo por expressa garantia.

d) Conforme regra geral disposta no Código Civil, Bruno será obrigado a pagar a

Fábio o valor correspondente ao crédito, caso Caio torne-se insolvente.

Letra b.

a) Errada. Em desacordo com o art. 294 do CC.

Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem,


bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra
o cedente.

b) Certa. Conforme art. 291 do CC:

Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar


com a tradição do título do crédito cedido.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 57 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

c) Errada. Em desacordo com o art. 295 do CC.

Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize,
fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe
cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver pro-
cedido de má-fé.

d) Errada. Em desacordo com o art. 296 do CC.

Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do


devedor.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 58 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

QUESTÕES DE CONCURSO
Questões FGV

Questão 1    (FGV/CÂMARA SALVADOR-BA/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A Incor-

poradora Bens Imóveis Ltda. (IBI) juntamente com a Construtora Cimento Forte

Ltda. (CCF) contrataram a entrega de um elevador por Elevadores Ágeis Ltda. (EA),

que poderia ser um elevador do modelo ‘A’ ou ‘B’. No dia convencionado para a en-

trega do bem, EA transportou o elevador ‘A’ para o local de pagamento da obriga-

ção. Lá chegando, encontrou o preposto de IBI, mas não viu presente a CCF.

Nessa hipótese, para bem haver a quitação da dívida, o administrador da EA deve:

a) entregar o bem à IBI, visto que as contratantes são solidárias;

b) exigir, para entrega do bem, uma caução de ratificação pelo preposto de IBI;

c) disponibilizar ambos os elevadores para a entrega, sob pena de incorrer em mora;

d) consignar em pagamento qualquer um dos elevadores para haver a quitação

judicial;

e) entregar o bem à IBI, pois, ainda que não sejam solidárias, as sociedades con-

trataram conjuntamente.

Questão 2    (FGV/TJ-SC/ANALISTA JURÍDICO/2018) Ricardo, artista plástico, rece-

be em sua galeria Jaqueline, colecionadora de artes plásticas. Encantada com duas

peças de Ricardo, denominadas Dida e Jute, Jaqueline as reserva, obrigando-se a

retornar no dia seguinte para escolher uma delas e realizar o pagamento da eleita.

Na data marcada, Jaqueline informa que gostaria de adquirir Dida. Contudo, Ricar-

do responde que apenas restou Jute, visto que Dida foi por ele vendida na noite

anterior.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 59 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Diante dessa situação, Jaqueline:

a) deverá adquirir Jute, visto que já a havia reservado;

b) poderá exigir perdas e danos em relação a Dida;

c) deverá pagar Jute, pois Dida se perdeu sem culpa de Ricardo;

d) resolverá o pacto estabelecido com Ricardo, sem perdas e danos;

e) deverá escolher outra peça, ainda que não seja Jute.

Questão 3    (FGV/ISS-CUIABÁ/AUDITOR-FISCAL/2016) Joana firmou contrato com

Virginia obrigando-se a entregar-lhe um vestido. Antes da tradição, porém, Joana

utilizou o vestido em uma festa e derrubou vinho sobre ele, manchando o vestido.

Diante dessa situação, Virginia poderá:

a) aceitar o vestido, ou o equivalente em dinheiro, desde que renuncie às perdas

e danos.

b) postular somente o equivalente em dinheiro, desde que renuncie ao recebimen-

to do vestido.

c) aceitar o vestido, ou o equivalente em dinheiro, além de postular perdas e da-

nos.

d) apenas postular perdas e danos.

e) aceitar o vestido, apenas, desde que renuncie às perdas e danos.

Questão 4    (FGV/TJ-PI/AJAJ/2015) Jurema comprou uma casa de Mariana. Quan-

do ingressou no imóvel e iniciou a arrumação de sua mudança, Jurema encontrou

uma tela pintada por um artista de renome mundial, inadvertidamente deixada por

quem executou a mudança de Mariana. Procurada por Mariana, Jurema recusa-se a

devolver a obra de arte em questão. Sobre os fatos narrados, é correto afirmar que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 60 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

a) assiste razão a Jurema, pois o quadro é uma benfeitoria que segue a sorte do

bem principal;

b) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um produto da casa e, como tal, deve

acompanhá-la;

c) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, por ser uma acessão, não acompanha

o bem principal;

d) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, considerado pertença, não segue a

sorte do bem principal;

e) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um fruto do imóvel e dele pode ser des-

tacado.

Questão 5    (FGV/PGM-NITERÓI/PROCURADOR/2014) Caio, Tício e Mérvio são de-

vedores solidários de Glauco, em quinhões iguais, do valor total de R$ 3.000,00

(três mil reais). Glauco, sensibilizado com a precária situação financeira de Caio,

exonerou-o da solidariedade. Logo depois, Tício tornou-se insolvente. No dia do

vencimento, Mérvio pagou integralmente a dívida.

A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

a) Mérvio não poderá regredir contra Caio para que participe do rateio do quinhão

de Tício, pois ele fora exonerado da solidariedade por Glauco.

b) Se, em vez de insolvente, Tício tivesse falecido, seu herdeiro seria obrigado a

pagar a totalidade de sua parte na dívida, ainda que tal montante fosse superior ao

valor da quota correspondente ao seu quinhão hereditário.

c) A exoneração da solidariedade em relação a Caio importa em remissão da sua

parte da dívida.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 61 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

d) Glauco não poderia ter exonerado Caio da solidariedade sem exonerar também

Tício e Mérvio, uma vez que a renúncia só é válida se relativa a todos os devedores

simultaneamente.

e) Apesar da exoneração da solidariedade, Mérvio pode cobrar de Caio o corres-

pondente ao seu quinhão, bem como a metade do que pagou pelo quinhão de Tício.

Questão 6    (FGV/ISS-RECIFE/AUDITOR-FISCAL/2014) Assinale a opção que indica

duas espécies de Transmissão das Obrigações previstas no Código Civil.

a) Cessão de crédito e sub-rogação

b) Assunção de dívida e imputação

c) Sub-rogação e imputação

d) Dação e remissão

e) Assunção de dívida e cessão de crédito

Questão 7    (FGV/PROCEMPA/ADVOGADO/2014) As obrigações nascem para ser

satisfeitas, implementadas, cumpridas. O adimplemento de uma obrigação é de-

nominado pagamento e acarreta a liquidação, a extinção de uma obrigação. Dessa

forma, o pagamento pode ser direto ou indireto, sendo tais formas disciplinadas

pelo Código Civil. Por outro lado, o Código Civil também elenca duas formas de

transmissão de obrigações, que não se confundem com o pagamento.

Dentre os institutos listados a seguir, assinale o que não é previsto pelo Código Civil

como pagamento e sim como forma de transmissão de obrigação.

a) Cessão de crédito.

b) Remissão de dívida.

c) Novação.

d) Sub-rogação.

e) Dação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 62 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Questão 8    (FGV/TJ-AM/JUIZ/2013) Maria emprestou R$ 5.000,00 para Cláudia.

Uma semana antes do vencimento da obrigação, Cláudia procura Maria propondo

que o pagamento seja feito por meio de uma cessão do crédito a alimentos que ela

possui com José (pai de Cláudia), avaliado em R$ 20.000,00.

A partir da situação hipotética, assinale a afirmativa correta.

a) Não é possível a cessão de créditos, pois o direito a alimentos é incessível por

expressa vedação legal.

b) Não é possível a cessão de créditos, pois o valor devido por Maria é menor do

que o crédito que ela tem com José.

c) Somente será possível a cessão de créditos, caso José concorde com a substi-

tuição da credora.

d) Somente será possível a cessão de créditos após o vencimento da dívida, por

expressa determinação legal.

e) Somente será possível a cessão de créditos, caso Maria tenha alguma relação

de parentesco com José.

Questão 9    (FGV/FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE/ADVOGADO/2013) Em relação às obri-

gações de dar coisa certa, assinale a afirmativa incorreta.

a) Em caso de deterioração da coisa e não havendo culpa do devedor, o credor

poderá resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que

perdeu.

b) A coisa pertence ao devedor até a tradição e este poderá exigir aumento do

preço em caso de melhoramentos e acrescidos.

c) Nos casos de obrigação de restituição de coisa certa, ocorrendo a perda da coisa

antes da tradição, sem culpa do devedor, sofrerá o credor a perda e a obrigação se

resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 63 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

d) Em caso de perda da coisa por culpa do devedor, este responderá pelo equiva-

lente, mais perdas e danos.

e) A obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios dela, salvo se o con-

trário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

Questão 10    (FGV/FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE/ADVOGADO/2013) Em relação à ces-

são de créditos, assinale a afirmativa incorreta.

a) A cessão do crédito tem eficácia em relação ao devedor, mesmo quando a este

não notificada.

b) O devedor fica desobrigado se, antes de ter conhecimento da cessão, pagou ao

credor primitivo.

c) A cessão pro solvendo não é a regra e só ocorre quando houver prévia estipula-

ção contratual.

d) Havendo cessão do crédito, abrangem-se os acessórios e as garantias da dívida,

salvo disposição em contrário.

e) O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obri-

gação, a lei, ou a convenção com o devedor.

Questão 11    (FGV/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Carlos e Andréa estão obri-

gados a entregar um cavalo da espécie Manga Larga Marchador a Manoel. Porém,

na véspera da entrega, Carlos, por descuido, deixa o portão aberto, o cavalo foge

e tenta atravessar um rio próximo à propriedade, morrendo afogado.

Considerando o contexto fático narrado, analise as afirmativas a seguir.

I – A obrigação deixa de ser indivisível, pois houve conversão da prestação ori-

ginária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 64 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

II – Andréa e Carlos estão obrigados ao pagamento de suas cotas e das perdas

e danos.

III – Manoel pode escolher o devedor a ser acionado para requerer o ressarcimen-

to em perdas e danos, pois há pluralidade de credores.

Assinale:

a) se somente a afirmativa III estiver correta.

b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas

c) se somente a afirmativa II estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se somente a afirmativa I estiver correta.

Questão 12    (FGV/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Pedro está obrigado a dar

uma vaca leiteira, avaliada em R$ 50.000,00, a dois credores, Maria e João. Maria

remite a dívida e João exige a entrega do animal.

Considerando o contexto fático narrado, analise as afirmativas a seguir.

I – Por se tratar de obrigação indivisível, Maria não poderia remitir a dívida sem

a anuência de João.

II – João somente poderá exigir a entrega da vaca se pagar R$ 25.000,00 a Pe-

dro.

III – A remissão de parte da dívida realizada por Maria tem o condão de acarretar

a extinção da obrigação da entrega da vaca a João.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 65 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Questão 13    (FGV/CONDER/ADVOGADO/2013) A respeito das obrigações divisíveis

e indivisíveis, analise as afirmativas a seguir.

I – Em caso de obrigação indivisível, havendo pluralidade de credores, o deve-

dor se desobrigará, pagando a todos conjuntamente ou a um, dando este

caução de ratificação dos outros credores.

II – A obrigação que se resolver em perdas e danos não perde a qualidade de

indivisível.

III – Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com

os outros, mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor re-

mitente. Tal critério não se aplicará aos casos de transação ou compensação.

Assinale:

a) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

c) se somente a afirmativa II estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

e) se somente a afirmativa I estiver correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 66 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

GABARITO
1. b

2. b

3. c

4. d

5. e

6. e

7. a

8. a

9. e

10. a

11. e

12. b

13. e

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 67 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

GABARITO COMENTADO
Questões FGV

Questão 1    (FGV/CÂMARA SALVADOR-BA/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A Incor-

poradora Bens Imóveis Ltda. (IBI) juntamente com a Construtora Cimento Forte

Ltda. (CCF) contrataram a entrega de um elevador por Elevadores Ágeis Ltda. (EA),

que poderia ser um elevador do modelo ‘A’ ou ‘B’. No dia convencionado para a en-

trega do bem, EA transportou o elevador ‘A’ para o local de pagamento da obriga-

ção. Lá chegando, encontrou o preposto de IBI, mas não viu presente a CCF.

Nessa hipótese, para bem haver a quitação da dívida, o administrador da EA deve:

a) entregar o bem à IBI, visto que as contratantes são solidárias;

b) exigir, para entrega do bem, uma caução de ratificação pelo preposto de IBI;

c) disponibilizar ambos os elevadores para a entrega, sob pena de incorrer em mora;

d) consignar em pagamento qualquer um dos elevadores para haver a quitação

judicial;

e) entregar o bem à IBI, pois, ainda que não sejam solidárias, as sociedades con-

trataram conjuntamente.

Letra b.

Questão fundamentada no art. 260, II, do CC:

Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida in-
teira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 68 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Questão 2    (FGV/TJ-SC/ANALISTA JURÍDICO/2018) Ricardo, artista plástico, rece-

be em sua galeria Jaqueline, colecionadora de artes plásticas. Encantada com duas

peças de Ricardo, denominadas Dida e Jute, Jaqueline as reserva, obrigando-se a

retornar no dia seguinte para escolher uma delas e realizar o pagamento da eleita.

Na data marcada, Jaqueline informa que gostaria de adquirir Dida. Contudo, Ricar-

do responde que apenas restou Jute, visto que Dida foi por ele vendida na noite

anterior.

Diante dessa situação, Jaqueline:

a) deverá adquirir Jute, visto que já a havia reservado;

b) poderá exigir perdas e danos em relação a Dida;

c) deverá pagar Jute, pois Dida se perdeu sem culpa de Ricardo;

d) resolverá o pacto estabelecido com Ricardo, sem perdas e danos;

e) deverá escolher outra peça, ainda que não seja Jute.

Letra b.

Na situação enunciada, firmou-se obrigação alternativa, cuja escolha entre as peças

(Dida e Jute) caberia à credora Jaqueline. Entretanto, por culpa do devedor Ricardo

(que vendeu Dida para outra pessoa), a obrigação alternativa ficou prejudicada.

O art. 255 do CC serve de fundamento para elucidar o fato concreto, vejamos:

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se


impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação
subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor,
ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de
qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 69 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Questão 3    (FGV/ISS-CUIABÁ/AUDITOR-FISCAL/2016) Joana firmou contrato com

Virginia obrigando-se a entregar-lhe um vestido. Antes da tradição, porém, Joana

utilizou o vestido em uma festa e derrubou vinho sobre ele, manchando o vestido.

Diante dessa situação, Virginia poderá:

a) aceitar o vestido, ou o equivalente em dinheiro, desde que renuncie às perdas

e danos.

b) postular somente o equivalente em dinheiro, desde que renuncie ao recebimen-

to do vestido.

c) aceitar o vestido, ou o equivalente em dinheiro, além de postular perdas e da-

nos.

d) apenas postular perdas e danos.

e) aceitar o vestido, apenas, desde que renuncie às perdas e danos.

Letra c.

Perceba que, apesar de essa questão ser da banca FGV, é muito semelhante à

questão anterior da banca FCC.

Trata-se de um caso de deterioração da coisa com culpa do devedor, previsto

no art. 236 do CC. Sendo assim, há duas possibilidades para resolver o caso:

• exigir o equivalente + P/D; ou

• aceitar a coisa no estado que se encontra + P/D.

Questão 4    (FGV/TJ-PI/AJAJ/2015) Jurema comprou uma casa de Mariana. Quan-

do ingressou no imóvel e iniciou a arrumação de sua mudança, Jurema encontrou

uma tela pintada por um artista de renome mundial, inadvertidamente deixada por

quem executou a mudança de Mariana. Procurada por Mariana, Jurema recusa-se a

devolver a obra de arte em questão. Sobre os fatos narrados, é correto afirmar que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 70 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

a) assiste razão a Jurema, pois o quadro é uma benfeitoria que segue a sorte do

bem principal;

b) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um produto da casa e, como tal, deve

acompanhá-la;

c) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, por ser uma acessão, não acompanha

o bem principal;

d) não assiste razão a Jurema, pois o quadro, considerado pertença, não segue a

sorte do bem principal;

e) assiste razão a Jurema, pois o quadro é um fruto do imóvel e dele pode ser des-

tacado.

Letra d.

Lembre-se do 1º mandamento do direito das obrigações: em regra, o acessório

segue o principal. A exceção fica por conta das pertenças.

Como o quadro é uma pertença, não segue o bem principal, por se enquadrar na

exceção.

Questão 5    (FGV/PGM-NITERÓI/PROCURADOR/2014) Caio, Tício e Mérvio são de-

vedores solidários de Glauco, em quinhões iguais, do valor total de R$ 3.000,00

(três mil reais). Glauco, sensibilizado com a precária situação financeira de Caio,

exonerou-o da solidariedade. Logo depois, Tício tornou-se insolvente. No dia do

vencimento, Mérvio pagou integralmente a dívida.

A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

a) Mérvio não poderá regredir contra Caio para que participe do rateio do quinhão

de Tício, pois ele fora exonerado da solidariedade por Glauco.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 71 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

b) Se, em vez de insolvente, Tício tivesse falecido, seu herdeiro seria obrigado a

pagar a totalidade de sua parte na dívida, ainda que tal montante fosse superior ao

valor da quota correspondente ao seu quinhão hereditário.

c) A exoneração da solidariedade em relação a Caio importa em remissão da sua

parte da dívida.

d) Glauco não poderia ter exonerado Caio da solidariedade sem exonerar também

Tício e Mérvio, uma vez que a renúncia só é válida se relativa a todos os devedores

simultaneamente.

e) Apesar da exoneração da solidariedade, Mérvio pode cobrar de Caio o corres-

pondente ao seu quinhão, bem como a metade do que pagou pelo quinhão de Tício.

Letra e.

Vamos ilustrar o caso narrado no enunciado da questão.

Diante da situação apresentada, surge a seguinte pergunta: Mérvio, após pagar a

dívida toda, poderá cobrar de Caio e Tício a parte que cabia a eles?

Sim. Como a dívida era de R$ 3.000,00, na teoria, Mérvio deveria receber R$

1.000,00 de Tício e R$ 1.000,00 de Caio. Vide art. 283 do CC.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 72 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um
dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o
houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores.

O fato de Caio ser exonerado da solidariedade não lhe retira a obrigação de pagar

os R$ 1.000,00 para Mérvio. Sendo assim, o pagamento é devido.

Por outro lado, o fato de Tício ser insolvente faz com que a sua quota seja dividida

pelos demais devedores, inclusive Caio que havia sido exonerado da solidariedade.

Vide art. 284 do CC.

Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados


da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.

Dessa forma:

• Caio: pagará a sua parte (R$ 1.000,00) para Mérvio e, também, ½ da parte

que caberia a Tício (R$ 500,00);

• Tício: a sua parte será rateada pelo Caio e pelo Mérvio, ou seja, nada pagará

por estar insolvente; e

• Mérvio: após pagar a dívida toda, deverá receber R$ 1.500,00 de Caio.

Questão 6    (FGV/ISS-RECIFE/AUDITOR-FISCAL/2014) Assinale a opção que indica

duas espécies de Transmissão das Obrigações previstas no Código Civil.

a) Cessão de crédito e sub-rogação

b) Assunção de dívida e imputação

c) Sub-rogação e imputação

d) Dação e remissão

e) Assunção de dívida e cessão de crédito

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 73 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Letra e.

As duas espécies de transmissão das obrigações previstas no CC são: a cessão de

crédito e a assunção de dívida.

Questão 7    (FGV/PROCEMPA/ADVOGADO/2014) As obrigações nascem para ser

satisfeitas, implementadas, cumpridas. O adimplemento de uma obrigação é de-

nominado pagamento e acarreta a liquidação, a extinção de uma obrigação. Dessa

forma, o pagamento pode ser direto ou indireto, sendo tais formas disciplinadas

pelo Código Civil. Por outro lado, o Código Civil também elenca duas formas de

transmissão de obrigações, que não se confundem com o pagamento.

Dentre os institutos listados a seguir, assinale o que não é previsto pelo Código Civil

como pagamento e sim como forma de transmissão de obrigação.

a) Cessão de crédito.

b) Remissão de dívida.

c) Novação.

d) Sub-rogação.

e) Dação.

Letra a.

Novamente, as duas espécies de transmissão das obrigações previstas no CC são:

a cessão de crédito e a assunção de dívida.

Questão 8    (FGV/TJ-AM/JUIZ/2013) Maria emprestou R$ 5.000,00 para Cláudia.

Uma semana antes do vencimento da obrigação, Cláudia procura Maria propondo

que o pagamento seja feito por meio de uma cessão do crédito a alimentos que ela

possui com José (pai de Cláudia), avaliado em R$ 20.000,00.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 74 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

A partir da situação hipotética, assinale a afirmativa correta.

a) Não é possível a cessão de créditos, pois o direito a alimentos é incessível por

expressa vedação legal.

b) Não é possível a cessão de créditos, pois o valor devido por Maria é menor do

que o crédito que ela tem com José.

c) Somente será possível a cessão de créditos, caso José concorde com a substi-

tuição da credora.

d) Somente será possível a cessão de créditos após o vencimento da dívida, por

expressa determinação legal.

e) Somente será possível a cessão de créditos, caso Maria tenha alguma relação

de parentesco com José.

Letra a.

Qualquer crédito pode ser cedido, conste ou não de um título, esteja vencido ou por

vencer, se a isto não se opuser a:

• A natureza da obrigação: créditos oriundos de direitos personalíssimos não

podem ser cedidos (ex.: crédito resultante de pensão alimentícia);

• A lei: não pode haver cessão do direito de preferência (art. 520 do CC), do

direito à herança de pessoa viva (art. 426 do CC) etc.

• A convenção das partes: quando as partes ajustarem a intransmissibilida-

de do crédito.

Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obri-
gação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá
ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 75 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Questão 9    (FGV/FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE/ADVOGADO/2013) Em relação às obri-

gações de dar coisa certa, assinale a afirmativa incorreta.

a) Em caso de deterioração da coisa e não havendo culpa do devedor, o credor

poderá resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que

perdeu.

b) A coisa pertence ao devedor até a tradição e este poderá exigir aumento do

preço em caso de melhoramentos e acrescidos.

c) Nos casos de obrigação de restituição de coisa certa, ocorrendo a perda da coisa

antes da tradição, sem culpa do devedor, sofrerá o credor a perda e a obrigação se

resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.

d) Em caso de perda da coisa por culpa do devedor, este responderá pelo equiva-

lente, mais perdas e danos.

e) A obrigação de dar coisa certa não abrange os acessórios dela, salvo se o con-

trário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

Letra e.

a) Certa. De acordo o art. 235 do CC:

Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver
a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.

b) Certa. De acordo com o art. 237 do CC:

Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e


acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá
o devedor resolver a obrigação.

c) Certa. De acordo com o art. 238 do CC:

Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se
perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalva-
dos os seus direitos até o dia da perda.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 76 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

d) Certa. De acordo com o art. 239 do CC:

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente,
mais perdas e danos.

e) Errada. Em desacordo com o art. 233 do CC.

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

Questão 10    (FGV/FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE/ADVOGADO/2013) Em relação à ces-

são de créditos, assinale a afirmativa incorreta.

a) A cessão do crédito tem eficácia em relação ao devedor, mesmo quando a este

não notificada.

b) O devedor fica desobrigado se, antes de ter conhecimento da cessão, pagou ao

credor primitivo.

c) A cessão pro solvendo não é a regra e só ocorre quando houver prévia estipula-

ção contratual.

d) Havendo cessão do crédito, abrangem-se os acessórios e as garantias da dívida,

salvo disposição em contrário.

e) O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obri-

gação, a lei, ou a convenção com o devedor.

Letra a.

a) Errada. Em desacordo com o art. 290 do CC.

Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão


quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito públi-
co ou particular, se declarou ciente da cessão feita.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 77 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

b) Certa. De acordo com o art. 292 do CC:

Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga
ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessio-
nário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito
constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.

c) Certa. De acordo com o art. 296 do CC.

Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do


devedor.

d) Certa. De acordo com o art. 287 do CC.

Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos


os seus acessórios.

e) Certa. De acordo com o art. 286 do CC.

Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obri-
gação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá
ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.

Questão 11    (FGV/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Carlos e Andréa estão obri-

gados a entregar um cavalo da espécie Manga Larga Marchador a Manoel. Porém,

na véspera da entrega, Carlos, por descuido, deixa o portão aberto, o cavalo foge

e tenta atravessar um rio próximo à propriedade, morrendo afogado.

Considerando o contexto fático narrado, analise as afirmativas a seguir.

I – A obrigação deixa de ser indivisível, pois houve conversão da prestação ori-

ginária.

II – Andréa e Carlos estão obrigados ao pagamento de suas cotas e das perdas

e danos.

III – Manoel pode escolher o devedor a ser acionado para requerer o ressarcimen-

to em perdas e danos, pois há pluralidade de credores.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 78 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Assinale:

a) se somente a afirmativa III estiver correta.

b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas

c) se somente a afirmativa II estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se somente a afirmativa I estiver correta.

Letra e.

I – Certo. Segundo o texto da assertiva, o cavalo morreu por culpa de um dos de-

vedores, tornando-se sem efeito a qualidade da indivisibilidade. Intentar-se-á ação

de perdas e danos, com indenização em dinheiro (divisível), conforme estabelecido

no art. 263, caput, do CC.

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e da-


nos.

II – Errado. Em desacordo com o art. 263, § 2º, do CC:

Art. 263, § 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só


esse pelas perdas e danos.

III – Errado. Em desacordo com o art. 263, § 1º, do CC.

Art. 263, § 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os deve-
dores, responderão todos por partes iguais.

Questão 12    (FGV/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Pedro está obrigado a dar

uma vaca leiteira, avaliada em R$ 50.000,00, a dois credores, Maria e João. Maria

remite a dívida e João exige a entrega do animal.

Considerando o contexto fático narrado, analise as afirmativas a seguir.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 79 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

I – Por se tratar de obrigação indivisível, Maria não poderia remitir a dívida sem

a anuência de João.

II – João somente poderá exigir a entrega da vaca se pagar R$ 25.000,00 a Pe-

dro.

III – A remissão de parte da dívida realizada por Maria tem o condão de acarretar

a extinção da obrigação da entrega da vaca a João.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Letra b.

I – Errado. Ocorreu a remissão da dívida, isto é, Maria perdoou a dívida de Pe-

dro, situação permitida segundo o Código Civil, ainda que não haja consentimento

de João.

II – Certo. Como a obrigação é indivisível, Pedro mantém-se obrigado a entregar

a vaca para João, que deverá reembolsar Pedro em dinheiro na parte que Maria

perdoou.

III – Errado. O perdão (remissão) de Maria não extingue a obrigação.

Por fim, vejamos o art. 262 do CC, que serve de base para elucidar as assertivas:

Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com
os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, com-
pensação ou confusão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 80 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

Questão 13    (FGV/CONDER/ADVOGADO/2013) A respeito das obrigações divisíveis

e indivisíveis, analise as afirmativas a seguir.

I – Em caso de obrigação indivisível, havendo pluralidade de credores, o deve-

dor se desobrigará, pagando a todos conjuntamente ou a um, dando este

caução de ratificação dos outros credores.

II – A obrigação que se resolver em perdas e danos não perde a qualidade de

indivisível.

III – Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com

os outros, mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor re-

mitente. Tal critério não se aplicará aos casos de transação ou compensação.

Assinale:

a) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

c) se somente a afirmativa II estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

e) se somente a afirmativa I estiver correta.

Letra e.

I – Certo. Conforme estabelecido no art. 260 do CC.

Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida in-
teira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.

II – Errado. Em desacordo com o art. 263 do CC:

Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e


danos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 81 de 84
DIREITO CIVIL
Teoria Geral das Obrigações – Parte I
Prof. Dicler Forestieri

III – Errado. Em desacordo com o art. 262, parágrafo único, do CC.

Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com
os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação,
compensação ou confusão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 82 de 84
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 83 de 84
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para LUIZ FLAVIO LOPES DA ROCHA - 94025517604, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
www.grancursosonline.com.br 84 de 84

Você também pode gostar