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Titulo I – Introdução
Direito Público
Património comum
do Direito Privado Direito Privado Especial:
-D.to do consumo
-D.to do Trabalho
Parte Geral
Critérios distintivos
1. Critério ou teoria dos interesses
Serão normas de Direito Público as Serão normas de Direito Privado
normas que tutelam ou prosseguem um aquelas que visam tutelar ou satisfazer
interesse público. interesses individuais.
Crítica:
Todo o direito, público e privado, visa proteger simultaneamente interesses públicos e interesses
particulares. E para alem disso, não podemos adotar este critério como nota tendencial, ou seja, que o
direito publico prossegue maioritariamente interesses públicos, e o direito privado predominantemente
interesses privados, porquanto, existem normas que, de acordo com a sua sistematização, são normas de
direito privado e, no entanto, prosseguem sobretudo interesses públicos, e o inverso também se verifica.
Ex.s de normas de Direito Publico que regulam relações de igualdade: relação entre municípios.
Mas qual o interesse prático da distinção entre Direito Público e Direito Privado?
➢ Interesse de ordem científica na sistematização e no lógico agrupamento de normas jurídicas
➢ Interesse no próprio plano da aplicação do direito; por exemplo:
Em determinadas situações, determina as vias judiciais a que o particular lesado pelo Estado deve
recorrer ou vice-versa, isto é, determina o tribunal competente, em razão da matéria, para apreciar
a lide (tribunais judiciais/tribunais administrativos).
Por outro lado, a responsabilidade civil decorrente de uma atividade de órgãos, agentes ou
representantes do Estado está sujeita a um regime diverso, consoante os danos sejam causados
no exercício de uma atividade de gestão pública ou de uma atividade de gestão privada. Se os
danos resultam de uma atividade de gestão pública, os pedidos de indemnização são apreciados
por um tribunal administrativo e o regime de responsabilidade está previsto em lei especial (Lei
n.º 67/2007, de 31 de Dezembro, alterada). Se os danos resultarem de uma atividade de gestão
privada, será o pedido apresentado nos tribunais judiciais e o regime está previsto nos arts. 501.º
e 500.º do CC.
NOTA
De acordo com Mota Pinto apenas a lei constitui fonte de normas jurídico-civis, muito embora
reconheça a importância do caracter dimensificador da atividade jurisprudencial, sobretudo
quando o juiz aplica normas com clausulas gerais (p.ex.: boa fé) ou conceitos indeterminados (p.ex:
bom pai de família).
2. Diplomas Fundamentais do Direito Civil Português
a) CRP (cfr., v. g., arts. 18º, 24.º e ss., 36.º, 61.º, 62.º, 13.º)
b) Direito Europeu – Legislação avulsa equivale às fontes que, versando sobre a matéria tratada no
código civil, não se incluem no seu texto. Exs. lei das clausulas gerais, código dos direitos de autor,
lei tutelar cível.
c) Código Civil Português
d) Legislação extravagante ou avulsa
e) Diplomas complementares
3. As normas aplicáveis às relações de Direito Civil. Direito Civil e Direito Constitucional. Aplicação
de normas constitucionais às relações entre particulares.
d) Reconhecimento da constituição e garantia da proteção da família atual (cfr. art. 67.º CRP).
Por vezes normas constitucionais colidem com normas do código civil. Por exemplo:
colisão
Principio da igualdade contratual – art.º 13º CRP Principio da liberdade contratual – art.º405 CC
O alcance dos princípios constitucionais deve ser conciliado com certos princípios fundamentais de
direito privado. Para determinar a extensão com que os princípios constitucionais vigoram na esfera
do direito privado, é necessário considera-los à luz da função e do sentido de certos princípios de
certos princípios direito privado que entrariam em conflito com aqueles princípios constitucionais.
Se eles se quisessem impor no tráfico entre particulares. Assim, por exemplo, o principio da
igualdade (art.º13º CRP) não pode sobrepor-se ao principio da liberdade contratual (art.º 405º CC),
salvo se o tratamento desigual implicar a violação do direito de liberdade de outrem.
Também a liberdade de expressão (art.º37º, CRP) não pode prevalecer sobre o dever de segredo
ou de fidelidade que corresponde a uma exigência de boa fé na execução dos contratos (art.º 762º,
n2, CC).
A tutela destes valores no domínio do direito privado opera mediante meios de proteção próprios
deste ramo do direito, a saber:
a) Nulidade da cláusula que viole tais direitos, por contrariedade à ordem pública (cfr. art.280.º do CC);
b) Direito de indemnização por violação de um direito de personalidade (cfr. arts. 70.º e ss. do CC);
a) Através de normas de direito privado que reproduzem o seu conteúdo; tal é o caso do direito ao
nome, previsto no art. 72.º do CC e no art. 26.º da CRP;
b) Através de cláusulas gerais e conceitos indeterminados, cujo conteúdo é integrado por valores
constitucionalmente consagrados; tal é o caso do conceito de ordem pública previsto no art. 280.º,
n.º2, do CC;
c) Quando não exista cláusula geral ou conceito indeterminado, pode excecionalmente aplicar-se
diretamente uma norma constitucional reconhecedora de um direito fundamental,
independentemente, portanto, da mediação de uma regra de direito privado;
Não pode olvidar-se que certos princípios constitucionais têm, por vezes, que ceder perante
determinados princípios fundamentais de direito civil, desde que conformes com a Constituição.
O nosso CC adota o tipo de formulação dos conceitos gerais-abstratos, temperado com cláusulas
gerais e com conceitos indeterminados.
Personalidade Jurídica
As partes podem :
i) Realizar contratos com as características dos contratos previstos e regulados na lei: contratos
típicos ou nominados. Ex.: cont. compra e venda (art.º 874º e ss. CC). Basta indicar “nomen iuris”
para ser aplicada automaticamente o regime legal.
ii) Celebrar contratos típicos, incluindo-lhes as clausulas que lhes aprouver (p. ex. aditando um termo
inicial e um termo final – cont. de trabalho tem inicio no dia 1/01/23 e cerro a 30/06/23, ou
conjugando dois ou mais contratos designados contratos mistos (p. ex. locação de casa mobilada e
um arrendamento e aluguer; porteira de prédio que presta serviços e em contra partida usa e frui de
uma das frações).
iii) Concluir contratos diferentes dos previstos na lei, designados contratos atípicos ou inominados
(p. ex. contratos de “franchising” ou de “merchandising”.
Clausulas Contratuais Gerais
Surgem no contexto das modernas sociedades técnicas caracterizadas por um tráfego negocial de
massas. Uma figura de algum poder económico que, por razões de racionalização, maior eficácia,
celeridade e planificação, formula unilateralmente as cláusulas negociais, incluindo-as num impresso
ou formulário, e apresentando-as à outra parte contratual, que se limitará a aderir às mesmas, sem
a possibilidade de alterar o seu conteúdo, ou a rejeitá-las. Contratos de adesão
• Liberdade de estipulação é posta em causa, dado que o consumidor do bem ou serviço se limita a
aceitar ou recusar os esquemas que lhe são propostos, não podendo apresentar contrapropostas;
• Liberdade de celebração é puramente teórica, pois os contraentes são livres de rejeitar a proposta
pré-elaborada, mas isso significa que não vão satisfazer as suas necessidades.
Clausulas Clausulas
Podem ser permitidos ou proibidos
absolutamente relativamente
consoante o quadro negocial
proibidas proibidas
a) Plano substantivo
1. Controlo da inclusão
1.1. Aceitação das CCG – artigo 4.o
1.2. Comunicação: feita de forma adequada, na íntegra e com a antecedência necessária. Critério de
aferição destes conceitos indeterminados: o critério do “homem médio”. O ónus da prova cabe ao
proponente das cláusulas.
1.3. Dever de informação – artigo 6.o
1.4. Proibição de cláusulas surpresa (artigo 8.o, al. c))
Sanção para a inobservância destes requisitos: exclusão da cláusula (artigo 8.o)
2. Ao nível da interpretação
- Interpretação individual – artigo 10.o
- Cláusulas ambíguas – a regra do contra proferentem (artigo 11.o)
3. Ao nível do conteúdo
- Princípio da boa fé (artigo 15.o) em articulação com o catálogo de proibições (artigos 18.o, 19.o,
21.o e 22.o)
- As cláusulas proibidas são nulas (artigo 12.o).
b) Plano processual
1. controlo incidental (artigo 24.o) = Controlo realizado a 1 clausula que, inserida num contrato de
adesão, pretendendo o aderente invocar a nulidade de uma ou várias clausulas.
2. controlo abstrato – a ação inibitória (artigo 25.o) = Neste caso, clausulas que contrariem o disposto
nesta lei, mesmo que ainda não inseridas num contrato já firmado podem ser objeto de um contrato
abstrato retirando-se essas clausulas do mercado.
b) Contratos com eficácia real – contratos constitutivos, modificativos ou extintivos de direitos reais.
Existe liberdade de celebração dos contratos; Forte restrição da liberdade de fixação do conteúdo
contratual, pois os contraentes apenas podem constituir os direitos reais legalmente previstos, dado
esta matéria se reger pelo princípio da tipicidade ou numerus clausus dos direitos reais, previsto no
art. 1306º, nº1.
d) Contratos sucessórios destinam-se a regular a sucessão por morte de uma pessoa. Estes contratos
são admitidos muito restritamente, proibindo-se em regra os pactos sucessórios (cfr. art. 2028.o, n.o
2); apenas são admitidos nos casos legalmente previstos, nomeadamente quando estatuída em
convenções antenupciais (cfr. art. 1700o, n.o1, als. a) e b).
3. O princípio da boa fé
Noção: é um princípio de Direito Natural e pode exprimir-se pelo mandamento de que cada um
fique vinculado em fé da palavra dada, que a confiança não deve ser frustrada nem abusada e que
cada um se deve comportar como é de esperar de uma pessoa honrada.
Boa fé subjetiva
Boa fé objetiva - Estado de ignorância do sujeito
→ Mero desconhecimento ou ignorância de
- Remete para princípios, regras ou
certos factos (arts. 119º, nº 3, 243º, nº 2,
ditames ou simplesmente para um
1260.º, nº 1)
modo de atuação dito de “boa fé”
→ Desconhecimento sem culpa ou ignorância
desculpável (arts. 291.º, n.º 3, e 1648.º, n.º1)
→ Consciência de determinados factos (art.
612.º, n.º2)
4. O princípio da confiança
Noção: princípio segundo o qual deve relevar juridicamente o comportamento de alguém que, por
ação ou omissão, criar noutra pessoa fundadas e legítimas expectativas
pode levar a atribuir, nuns casos, efeitos pode traduzir-se no dever de indemnizar as
jurídicos correspondentes a efeitos que não expectativas criadas
existem
Se assim não fosse, haveria uma tal insegurança na vida jurídica que necessariamente a viria a
paralisar ou a dificultar extremamente.
- Através de institutos gerais que surgem associados a uma regra objetiva de boa fé.
5. A responsabilidade civil
A responsabilidade civil é o princípio que obriga à reparação dos danos causados (obrigação de
indemnização)
- Danos patrimoniais (art.º 563º) = São os danos suscetíveis de avaliação pecuniária que o sujeito não
teria sofrido se não fosse a lesão.
• Lucro cessante (art.º 564º) = Vantagens que o lesado deixou de ter em virtude da lesão
É, grosso modo, a que resulta da violação de um contrato ou negócio unilateral, por não
cumprimento, cumprimento defeituoso ou cumprimento fora do tempo de um negócio jurídico.
Neste âmbito, existe a presunção de culpa do devedor (cfr. art. 798.o do CC)
Vide arts. 798.o e ss. do CC
subjetiva objetiva
Contratos
Violação deste dever
Responsabilidade contratual
I - Responsabilidade por factos ilícitos ou subjetiva
Pressupostos:
b) Facto ilícito = violação de direitos subjetivos ou interesses alheios tutelados por uma norma legal.
V. Causas de exclusão de ilicitude (arts. 336.o e ss. do CC)
c) Facto culposo = isto é, passível de censura ético-jurídica que pode assumir a forma de: dolo, que
consiste na intenção de causar o dano; ou na forma de negligencia ou mera culpa, ou seja, omitem-
se os deveres de diligência ou cuidado exigíveis para evitar o dano. Art.º 494º.
d) Dano
e) Nexo de causalidade = nem todos os danos sobrevindos ao facto ilícito são incluídos na
responsabilidade, mas apenas nos resultantes do facto.
Remissões:
III - Responsabilidade por factos lícitos – Embora aparentemente seja contraditório considerar um
ato lícito e, ao mesmo tempo, gerar esse ato obrigação de indemnização, assim não sucede, pois
pretende-se compensar o sacrifício de um interesse, cuja prevalência absoluta seria injusta.
A responsabilidade por factos lícitos está prevista, por exemplo, nas seguintes situações:
• Estado de necessidade (cfr. art. 339.o)
• Art. 1322.o
• Instalações prejudiciais (cfr. art. 1347.o, n.o2 e n.o3)
• Escavações (cfr. art. 1348.o, n.o2)
• Passagem forçada momentânea (cfr. art. 1349.o, n.o3)
• Art. 1367.o
Regime das obrigações Regime regra, salvo estipulação Vigora a regra da solidariedade (art.
497º)
Nota: No que tange à circulação terrestre de veículos e aos acidentes daí decorrentes, aplica-se o
regime da responsabilidade por factos lícitos no caso de ser passível apurar a culpa do agente; no
caso de não ser possível apurar a culpa e como esta atividade trás vantagens a quem dela usufrui:
mas que implica riscos de danos para terceiros aplica-se de modo residual o regime da
responsabilidade pelo risco.
Associações
Modalidades Sociedades
Fundações
A concessão de personalidade jurídica às pessoas coletivas traduz-se num mecanismo jurídico que
permite maior facilidade e eficiência na realização dos interesses coletivos e duradouros que as
mesmas prosseguem.
7. A propriedade privada
O domínio e uso das coisas permite ao homem talhar para si um espaço, maior ou menor, de
liberdade. Impõe-se ao Direito regular, segundo certos valores, os poderes dos homens sobre as
coisas e o conteúdo das suas relações com essas coisas, ou seja, quais os poderes que integram cada
direito.
Características do direito de propriedade no nosso sistema jurídico:
• O direito de propriedade privada está consagrado constitucionalmente no art.º 62º, nº 1, e no art.
61º, ambos da CRP – reconhecimento da iniciativa privada (direito de propriedade em sentido
amplo)
• Pode haver lugar à expropriação por utilidade pública, mediante o pagamento de uma justa
indemnização (cfr. art. 62º, nº 2 e Código das Expropriações).
• Embora não definido, dispõe o Código Civil, no seu art. 1305º, que “o proprietário goza de modo
pleno e exclusivo dos direitos de uso, fruição e disposição das coisas que lhe pertencem, dentro
dos limites da lei e com a observância das restrições por ela impostas” (direito da propriedade em
sentido estrito).
•Propriedade (direito real ilimitado) - arts. 1302o •Penhor – arts. 666o e ss. •Direito real de preferência (arts. 1091º 1380º e
e ss. •Hipoteca – arts. 686o e ss. 1381º, 1409º e 1410º, 1423º, 1535º, 1555º,
•Usufruto, uso e habitação – arts. 1439o e ss. •Privilégios creditórios – arts. 733o e ss. 2130º do CC)
•Superfície – arts. 1524o e ss. •Direito de retenção – arts. 754o e ss.
•Servidões – arts. 1543o e ss. •Consignação de rendimentos – arts. 656o e ss.
8. A família
Características do Direito da Família:
9. O fenómeno sucessório
• Deveres principais
• Deveres acessórios ou de conduta
• Deveres laterais (deveres a que as partes estão adstritas, para além do texto escrito do contrato,
deveres esses que decorrem do princípio da boa fé)
• Direitos potestativos
• Ónus (necessidade de adotar determinado comportamento para realizar um interesse próprio)
• Expectativas (traduzem a situação ativa em que existe a possibilidade, juridicamente tutelada, de
aquisição futura de um direito, tendo ocorrido já parte da factualidade constitutiva desse direito).
Exemplos de ónus
• Ónus da prova (342º do CC)
• Ónus de denúncia da desconformidade do bem dentro de certo prazo, sob pena de caducidade.
Ver arts. 916º, 917º do CC e arts. 5º e 5º-A do DL nº 67/2003, de 8 de abril (Lei das garantias)
• Ónus de impugnação dos factos que constituem a causa de pedir, sob pena de se considerarem
provados (art. 574º do CPC)
2ª questão: deve continuar a negar-se a personalidade jurídica aos nascituros stricto sensu?
A questão do reconhecimento da personalidade jurídica a nascituros é atualmente muito discutida
na doutrina. A questão coloca-se devido a vários fatores:
O artigo 24.o da CRP reconhece a todos os seres humanos o direito à vida; As modernas técnicas de
ecografia permitem afirmar a existência de vida intra-uterina; Criminalização do aborto (em
determinadas circunstâncias); A permissão de perfilhação antes do nascimento; O artigo 1878.o CC
diz que compete aos pais representar os filhos, ainda que nascituros; Razões éticas e morais.
Presunção de comoriência
Quando certo efeito jurídico depender da sobrevivência de uma a outra pessoa, presume-se, em
caso de dúvida, que uma e outra faleceram ao mesmo tempo (morte simultânea). V. art. 68º, nº 2,
do CC.
Desaparecimento de pessoa
Se o cadáver da pessoa não for encontrado ou reconhecido, a lei considera a pessoa falecida
quando o desaparecimento se deu em circunstâncias que não permitam duvidar dela. (art. 68º,
nº3, do CC).
Morte presumida, que traduz uma mera ausência, um desaparecimento prolongado sem
notícias e sem certeza de morte (arts. 89º e ss, mormente arts. 114º e ss.).
Situação jurídica do cadáver
Cessando a personalidade jurídica das pessoas singulares com a morte, o cadáver passa a ser uma
coisa, ainda que se trate de uma coisa extra comercium (cfr. art. 202º, nº2).
V. Decreto-Lei n.o274/99, de 22 de Julho
Direitos de personalidade
Noção: os direitos de personalidade correspondem a um conjunto de direitos subjetivos que incidem
sobre a própria pessoa ou sobre alguns fundamentais modos de ser, físicos ou morais, dessa
personalidade, e de que são titulares todas as pessoas humanas desde o momento do nascimento.
Características dos direitos de personalidade:
• Absolutos
• Gerais
• Extrapatrimoniais ou pessoais
• Irrenunciáveis ou indisponíveis
• Inalienáveis ou intransmissíveis
• Da sua lesão podem resultar danos patrimoniais e danos não patrimoniais
Noção: se falta a aptidão para ser titular de direitos e de estar adstrito a vinculações, estamos
perante uma incapacidade de gozo de direitos.
Regra: por inerência ao conceito de personalidade, todas as pessoas podem ser sujeitos de quaisquer
relações jurídicas (art. 67º)
Exceções:
1. Incapacidades nupciais (arts. 1601º e 1602º)
2. Incapacidades de testar (art. 2189º)
3. Incapacidade para perfilhar (art. 1850º)
4. Incapacidade dos menores, quando não emancipados, e dos interditos e inabilitados, que não o
sejam por anomalia psíquica, para representar os seus filhos e administrar os seus bens no âmbito
do exercício das responsabilidades parentais (art. 1913º, nº 2)
Quando um dos sujeitos intervenientes no negócio sofre de uma incapacidade negocial de gozo,
esse negócio é nulo, sendo que essa nulidade é insuprível. Mas v. arts. 1631º, al. a), e 1861º.
Regra: todas as pessoas têm capacidade de exercício de direitos, tal decorre do facto de, em
princípio, quando se atinge os 18 anos de idade ou se verifica a emancipação se adquirir plena
capacidade de exercício de direitos (arts. 130º e 133º)
Exceções:
1. Menoridade (arts. 123º e ss.)
2. Maior Acompanhado (arts. 138º e ss.)
3. Casamento (arts. 1678º e 1682º e ss.)
4. Situação do insolvente (CIRE);
5. Incapacidade natural acidental (art. 257º) – Mota Pinto entende que é vício da vontade
Quando um dos sujeitos intervenientes no negócio sofre de uma incapacidade negocial de exercício,
esse negócio que celebrou é anulável, e a anulabilidade é suprível, por meio de:
a) Representação legal
b) Assistência
Regra geral: o menor carece de incapacidade de exercício de direitos (art. 123º). V também art. 131º
Exceções:
1. Praticar os atos previstos no art. 127º;
2. Contrair validamente casamento (arts. 1601º e 1604º)
3. Fazer testamentos, quando emancipados (art. 2189º)
4. Perfilhar, quando tiverem mais de 16 anos (art. 1850º)
Efeitos da incapacidade
• Anulabilidade (arts. 125º, nº 1; 287º)
• Legitimidade e prazos (art. 125º, nº 1)
• Sanação (art. 125º, nº 2) e seus efeitos (art. 288º)