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- Corrente mista: popular entre vários dos atuais doutrinadores, considera que são
bens públicos aqueles que pertencerem às pessoas jurídicas de Direito público, assim
como aqueles bens que estão afetados à prestação de serviço público.
O Código Civil, adotando a teoria exclusivista, define, em seu art. 98, bens públicos
como aqueles que são do domínio nacional, pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencerem.
Desse modo, podemos dizer que o termo “bens públicos” designa o grupo de bens
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público. O termo também engloba os bens
pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado que estão afetados a prestação de
serviço público (bens públicos por equiparação), que se regem pelo regime jurídico
próprio dos bens públicos.
Pessoas jurídicas de direito público interno são aquelas que são criadas por lei, capazes
de direitos e obrigações, e que têm o poder de personificarem a representação jurídica
de países, estados e municípios, além de outros entes que formam a chamada
Administração Pública. Classificam-se em entes de administração direta (União,
Estados, Distrito Federal e Territórios e Municípios) e entes de administração indireta
(como vimos acima, estes abrangem as autarquias, fundações públicas, sociedades de
economia mista e empresas públicas). Nos termos do art. 41 do Código Civil:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº
11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que
couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Na lição de ALEXANDRINO E PAULO (pág.1032), acerca dos bens das pessoas jurídicas
de Direito Público:
Os bens dominicais abrangem as terras devolutas (terras públicas que não têm
destinação certa pelo Poder Público, e que em nenhum momento integraram o
patrimônio de um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse),
terrenos de marinha (terrenos situados próximos à faixa costeira, bem como às
margens de rios, ilhas e manguezais), prédios públicos desativados, a dívida ativa
(conjunto de débitos de pessoas jurídicas e físicas com órgãos públicos), os bens
móveis inservíveis (serão móveis os bens que podem ser transportados sem perda
de substância; serão inservíveis quando não possuírem mais aplicação dentro da
unidade administrativa que o detém).
Ainda sobre o tema, é importante considerar o art. 100 e seguintes do Código Civil,
a saber (destaques nossos):
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei
determinar (definição da inalienabilidade dos bens de uso comum e de uso
especial).
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as
exigências da lei (admissão da alienabilidade dos bens dominicais).
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião (imprescritibilidade
dos bens públicos).
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,
conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem (admissão do uso gratuito ou remunerado dos bens públicos).
c) Bens públicos quanto à disponibilidade do bem: essa classificação utiliza-se da
ideia de impedimento e desimpedimento do bem, e os considera como
indisponíveis por natureza, bens patrimoniais indisponíveise bens patrimoniais
disponíveis.
São bens indisponíveis por natureza aqueles que, em virtude de seu caráter não-
patrimonial, não poderão ser alienados (vendidos) ou onerados. De forma geral,
serão indisponíveis por natureza os bens de uso comum do povo, tais como mares,
praias, rios, estradas etc.
Por fim, os bens patrimoniais disponíveis são aqueles que estão aptos a serem
avaliados patrimonialmente e alienados, nas formas e condições estabelecidas
pela lei. São bens que não estão afetados a nenhuma finalidade específica, que
não se destinam ao uso geral pela população ou não são utilizados para prestação
de serviço público – englobando, portanto, os chamados bens dominicais.
É importante lembrarmos que os bens públicos afetados a uma finalidade pública são
inalienáveis, enquanto esta qualificação for conservada, na forma da lei. Portanto, os
bens públicos de uso comum do povo e os bens de uso especial serão inalienáveis,
enquanto forem assim qualificados; quando passam a ser bens dominicais, a alienação
se torna possível, em virtude da desafetação (perda da finalidade específica). Para que
a desafetação seja válida, ela deverá ser feita por lei ou ato administrativo competente
e expresso, não se admitindo a desafetação por mera falta de uso do bem.
Alguns autores consideram que os bens de uso especial poderão ser desafetados pelos
chamados atos da natureza, situações de força maior, imprevisíveis e independentes
da intervenção humana, que repercutem no âmbito jurídico.
O domínio público em sentido amplo refere-se ao poder que o Estado detém sobre os
bens públicos, bem como a aptidão estatal para regulamentar o uso e posse dos bens
privados. É uma ideia derivada do domínio público eminente. Já em sentido estrito, a
expressão domínio público aplica-se ao conjunto de bens pertencentes ao Estado, que
goza das vantagens referentes ao direito de propriedade– ou seja, ao patrimônio
público.
A Lei da Ação Popular (Lei 4.717/65) define patrimônio público, em seu artigo 1º,
parágrafo 1º, como o conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico,
estético, histórico ou turístico, pertencentes aos entes da administração pública direta
e indireta. O patrimônio público é, portanto, o conjunto de bens, direitos e valores,
pertencentes a todos. Como vimos acima, dentro da seara do Direito Administrativo, o
termo patrimônio público refere-se aos bens que pertencem ao Estado, e poderá
incluir também bens pertencentes aos particulares, desde que este estejam afetados,
por algum motivo, a uma finalidade pública e submetidos ao regime jurídico dos bens
públicos. É o caso dos bens tombados, da requisição administrativa e da
desapropriação, por exemplo.
Por fim, o domínio público eminente é o poder político, exercido pelo Estado, através
do qual este submete à sua vontade as coisas existentes em seu território. Está situado
dentro do aspecto da soberania estatal, exercitada dentro do território do país, e que
possibilita a criação de restrições e regulamentações aos bens existentes, sendo estas
elaboradas pelo Estado e voltadas para o interesse público, mesmo que os bens
regulados pertençam aos particulares (CARVALHO, pág.1079).
Questões
Gabarito
01- E
02- A
03- A
04- C
05- E
Bibliografia
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91577/codigo-civil-lei-10406-02
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4717.htm
http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/27510-o-que-sao-terras-devolutas/