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DIREITO ADMINISTRATIVO – POLÍCIA PENAL RR

PROFº CATALANO

SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Estado Democrático de Direito, divisão do direito; Direito Público e Direito Privado......02

CAPÍTULO 2
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
Conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios......................10

CAPÍTULO 3
DIREITO ADMINISTRATIVO:
Conceito, fontes e princípios..............................................................................................19

CAPÍTULO 4
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:
Centralização, descentralização, concentração e desconcentração; organização
administrativa.............................................................................................................................31

CAPÍTULO 5
AGENTES PÚBLICOS:
Espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função
públicos ; regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição;
direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa..........61

CAPÍTULO 6
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N° 053, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2001:
(Regime Jurídicos dos Servidores Públicos Civis do Estado de Roraima).......................152

CAPÍTULO 7
PODERES ADMINISTRATIVOS:
Poder vinculado; poder discricionário; poder hierárquico; poder disciplinar; poder
regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder.......................................................152

CAPÍTULO 8
ATO ADMINISTRATIVO:
Conceito; requisitos, perfeição, validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e
sanatória; classificação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade.................170

CAPÍTULO 9
CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO:
controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do
Estado...........................................................................................................................197

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

Estado Democrático de Direito, divisão do direito; Direito Público e Direito Privado.


O Estado democrático de direito é um conceito que se refere a um Estado em que existe
o respeito pelos direitos humanos e pelas e garantias fundamentais. Deve existir a garantia dos
direitos individuais e coletivos, dos direitos sociais e dos direitos políticos.
Isto quer dizer que, para que um Estado atinja o objetivo de ser considerado um Estado
democrático de direito, todos os direitos dos cidadãos devem ter proteção jurídica e ser
garantidos pelo Estado, através dos seus governos.
No Estado democrático de direito os governantes devem respeito ao que é previsto nas
leis, ou seja, deve ser respeitado e cumprido o que é definido pela lei. Isso significa que as
decisões não podem ser contrárias ao que diz a lei e, dessa maneira, os direitos fundamentais
dos cidadãos são protegidos.

Características do Estado democrático de direito


São algumas características do Estado democrático de direito:

• soberania popular: o controle sobre o poder político é exercido pelo povo, que elege os
governantes que vão lhes representar: o povo também é o destinatário dos direitos,
• importância da Constituição Federal: a Constituição é chamada de "Lei Maior" porque é
a lei que estabelece quais são os princípios fundamentais que devem orientar as decisões no
país,
• a ação e as decisões dos governantes devem sempre levar em consideração o que a lei
estabelece, a lei coloca limites ao poder de decisão dos governantes,
• as ações dos governos devem ser voltadas ao respeito e à satisfação dos direitos dos
cidadãos, isto é, faz parte das funções do Estado trabalhar para garantir a justiça social no país,
• divisão entre os três Poderes que fazem parte do Estado: o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário são poderes independentes e cada um tem sua função. O Legislativo é o responsável
por fazer as leis que permitem que o Executivo tome decisões. Já o Judiciário é independente
para julgar e deve ser imparcial nas suas decisões.

Estado democrático de direito na Constituição Federal de 1988


O Brasil é um Estado democrático de direito, de acordo com o que é expresso no 1º artigo da
Constituição Federal de 1988:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito (...).
Diferença entre Estado democrático de direito e Estado de direito
Embora existam semelhanças entre as duas definições é importante saber que Estado
democrático de direito e Estado de direito não se tratam exatamente do mesmo conceito.
De maneira simplificada a ideia de Estado de direito é relacionada com o fato de que o
funcionamento do Estado deve ser baseado no que é determinado pela lei, ou seja, o poder de
decisão estatal é limitado pelo que a lei permite. Essa ideia também é presente no Estado
democrático de direito.
O Estado de direito surgiu depois do período absolutista, em que os governantes
tinham um poder ilimitado de decisão, não devendo obediência às leis. Depois do surgimento
do Estado de direito o governante continuou a ter poder de decisão, mas ele ficou limitado ao
que a lei permitia.

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A principal diferença entre os conceitos é que no Estado de direito não existe a


preocupação com a garantia dos direitos fundamentais e sociais dos cidadãos por parte do
Estado.
Já no Estado democrático de direito, além do poder de decisão continuar a ser limitado
pela lei, ele também deve levar em consideração os valores sociais e os princípios
fundamentais da Constituição.

A necessidade do homem travar relações sociais fez com que houvesse a necessidade
do surgimento do Direito, criadas através de um Estado organizado, que vise a justiça e a paz
social.

O Direito divide-se em Direito Público e Privado. O primeiro tem por finalidade a


regulação dos interesses da sociedade como um todo, composto por normas que visam
disciplinar as relações jurídicas. Tutela-se o interesse público, que apenas atingirá as condutas
individuais de forma indireta ou reflexa.

São partes integrantes do direito público o Direito Constitucional, o Direito


Tributário, o Direito Penal, o Direito Processual Civil e o Direito Administrativo, entre outros.

O direito privado irá regular o interesse dos particulares, protegendo as relações


existentes entre os particulares, possibilitando o convívio das pessoas em sociedade, com
fruição harmoniosa e utilização de seus bens. Ele se baseava na igualdade jurídica entre as
pessoas tratadas nas relações regidas.

O ramo do Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público, já que rege


a organização e o exercício de atividades do Estado, visando os interesses da coletividade.

O direito administrativo teve origem na França. Foi construído entre a


Administração e os administrados, devido à jurisprudência de um órgão conhecido como
Conselho de Estado. Este órgão é alheio ao Poder Judiciário.

Sobrevindo a Revolução Francesa, como o período histórico era o da Monarquia


Absoluta, não existiam disposições legais que pudessem sancionar o comportamento do
Estado com relação aos administrados. Devido a isso, foi extremamente necessário a existência
de um novo direito, pois as normas do direito eram precárias.

Em suma, o conteúdo do Direito Administrativo possui variação no tempo e no


espaço, de acordo com o Estado adotado.

O Estado de Polícia visa assegurar a ordem pública. Fala-se em bem-estar social,


em que o Estado não se limita com a manutenção da ordem pública, mas com o
desenvolvimento de inúmeras atividades na área da saúde, assistência, previdência social,
saúde e cultura, de maneira a desenvolver o bem-estar coletivo.

Além disso, a substituição do Estado liberal, baseado na liberdade de iniciativa, pelo


Estado-Providência aumentou, em muito, a atuação estatal no domínio econômico, criando
novo aparelhamento de ação do poder público, tanto para disciplinar e fiscalizar a iniciativa
privada, com embasamento no poder de polícia do Estado, quer para exercer atividade
econômica, diretamente, na qualidade de empresário.

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CONCEITO

Pode-se dizer que direito administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que
tratam da Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que
diz respeito à maneira de se atingir as finalidades do Estado.

Assim, tudo que se refere à Administração Pública e a relação entre ela e os


administrados e seus servidores, é regrado e estudado pelo Direito Administrativo.
Dessa forma, podemos afirmar que a Administração Pública se encontra num patamar superior
ao particular, diferentemente do Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de
condições.
Celso Antônio Bandeira de Mello1 enfatiza a ideia de função administrativa: “o
direito administrativo é o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem
como pessoas e órgãos que a exercem”

Hely Lopes Meirelles2, por sua vez, destaca o elemento finalístico na conceituação:
os órgãos, agentes e atividades administrativas como instrumentos para realização dos fins
desejados pelo Estado. Vejamos: “o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós,
sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo
Estado”.
Objeto mediato e imediato do direito administrativo3

O Direito Administrativo é um ramo científico que estuda uma parcela das


normas componentes do ordenamento jurídico, a saber: as normas que disciplinam o exercício
da função administrativa.
Assim, o objeto imediato (direto) do Direito Administrativo são os princípios e
normas que regulam a função administrativa.
Por sua vez, as normas e os princípios administrativos têm por objeto a disciplina
das atividades, agentes, pessoas e órgãos da Administração Pública, constituindo o objeto
mediato (indireto) do Direito Administrativo.

QUESTÕES

01. (TRE/PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2017). O direito administrativo


é
(A) um ramo estanque do direito, formado e consolidado cientificamente.
(B) um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui
interfaces com os direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial.
(C) um sub-ramo do direito público, ao qual está subordinado.
(D) um conjunto esparso de normas que, por possuir características próprias, deve ser
considerado de maneira dissociada das demais regras e princípios.
(E) um sistema de regras e princípios restritos à regulação interna das relações jurídicas
entre agentes públicos e órgãos do Estado.

1
MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014.
2
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002.
3
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014.

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02. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Assinale a opção correta a respeito de direito
administrativo.
(A) A administração exerce atividade política e discricionária.
(B) A administração pública é o objeto precípuo do direito administrativo.
(C) O âmbito espacial de validade da lei administrativa não está submetido ao princípio da
territorialidade.
(D) As instruções normativas podem ser expedidas apenas por ministros de Estado para a
execução de leis, decretos e regulamentos.
(E) O regimento administrativo obriga os particulares em geral.

03. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Acerca de conceitos inerentes ao direito


administrativo e à administração pública, assinale a opção correta.
(A) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada.
(B) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada
pelo ordenamento jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções.
(C) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e
harmônicos entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis.
(D) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo.
(E) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as
obrigações mútuas da administração e dos administrados.

04. (STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE). Julgue o item seguinte, acerca do direito
administrativo e da prática dos atos administrativos.
Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de
normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à
realização dos direitos fundamentais da coletividade.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito
01.B/ 02.B/ 03.C/ 04. Certo
Comentários

01. Resposta: B
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho
"O estudo moderno do Direito não mais comporta a análise isolada e estanque de um ramo
jurídico. Na verdade, o Direito é um só; são as relações jurídicas que podem ter diferente
natureza. Assim, embora de forma sucinta, é cabível indicar algumas linhas em que o Direito
Administrativo se tangencia com outras disciplinas jurídicas"

02. Resposta: B
MEDAUAR indica que a Administração Pública é o objeto precípuo do direito administrativo e
se encontra inserida no Poder Executivo. Dois são os ângulos em que a mesma pode ser
considerada, funcional ou organizacional

03. Resposta: C
Os poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, são: o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente
indelegáveis (CF, art. 2º).

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04. Resposta: Certo


Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o "conjunto harmônico
de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a
realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.
FONTES

Segundo Alexandre Mazza4, “fonte é o local de onde algo provém. No Direito, as


fontes são fatos jurídicos de onde as normas emanam.”

Pode-se traduzir fonte como a origem de algo, nesse caso a origem das normas
de Direito Administrativo. Elas dividem-se em primárias e secundárias.
A fonte primária é a lei.
De acordo com o princípio da legalidade, somente a lei pode impor obrigações,
ou seja, somente a lei pode obrigar o sujeito a fazer ou deixar de fazer algo, mas o que é lei?
Maria Helena Diniz5 ensina que a lei, em sentido jurídico, é um texto oficial que
engloba um conjunto de normas, ditadas pelo Poder Legislativo e que integra a organização do
Estado. A elaboração da lei é disciplinada por comando constitucional e tem sua executoriedade
compulsória garantida pelo Estado.
Assim, pode-se afirmar que a lei, em sentido jurídico ou formal, é um ato
primário, pois encontra seu fundamento na Constituição Federal, bem como possui por
características a generalidade (a lei é válida para todos) e a abstração (a lei não regula situação
concreta).
Existem diversas espécies normativas: lei ordinária, lei complementar, lei
delegada, medida provisória, decretos legislativos, resoluções, etc. Todas são leis e, portanto,
constituem fonte primária do Direito Administrativo. Não se deve esquecer das normas
constitucionais que estão no ápice do ordenamento jurídico brasileiro.

4
Idem
5
DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretado. São Paulo: Saraiva.

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Tratados Internacionais para ingressarem no ordenamento jurídico pátrio devem


seguir um procedimento.
A Constituição Federal, em seu art. 84 atribuiu competência privativa para o
Presidente da República celebrar Tratados. Após a celebração, é preciso que o Congresso
Nacional, utilizando de sua competência exclusiva, aprove-o (art. 49, CF). A aprovação se dá por
meio de Decreto Legislativo.
Superada essa etapa, o tratado deve ser ratificado pelo Presidente da República e,
após, promulgado por meio de Decreto Presidencial.

Cumprido esse procedimento, o tratado está recepcionado pelo ordenamento


pátrio e, em regra, terá força de lei infraconstitucional. Contudo, em se tratando de tratados
que versem sobre direitos humanos, o procedimento é diferente e vem descrito no art. 5º, § 3º
da Constituição:

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,


em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Vê-se que, quando o tratado tem por matéria direitos humanos é preciso que seja
votado em dois turnos na Câmara e no Senado Federal e que seja aprovado por quórum
qualificado de três quintos. Nesse caso o Tratado terão força de norma constitucional.
Em tendo força de lei infraconstitucional ou constitucional, os tratados passam a ser fontes do
Direito Administrativo.
O Direito Administrativo possui ainda as fontes secundárias que são: a doutrina, a
jurisprudência e os costumes.
Doutrina é o fruto do trabalho dos estudiosos do Direito, ou seja, é a interpretação que os
doutrinadores dão à lei. Vê-se que a doutrina não cria normas, interpreta-as de forma que
determinam o sentido e alcance dessa e norteiam o caminho do seu aplicador.

Jurisprudência é o resultado do trabalho dos aplicadores da lei, especificamente, são decisões


reiteradas dos Tribunais. Também não cria normas, ao contrário, assemelhar-se à doutrina
porque se trata de uma interpretação da legislação.

Costumes, de modo geral, são conceituados como os comportamentos reiterados que tem
aceitação social. Ex: fila. Não há nenhuma regra jurídica que obrigue alguém a respeitar a fila,
porém as pessoas respeitam porque esse é um costume, ou seja, um comportamento que está
intrínseco no seio social.

Especificamente em Direito Administrativo, os costumes são as práticas


administrativas reiteradas. Alexandre Mazza6 define: “os costumes são práticas reiteradas da
autoridade administrativa capazes de estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao
serem repetidos constantemente, criam o hábito de os administrados esperarem aquele modo
de agir, causando incerteza e instabilidade social sua repentina alteração. É nesse sentido que
os costumes constituem fontes secundárias do Direito Administrativo. Importante relembrar
que os costumes não têm força jurídica igual à da lei, razão pela qual só podem ser considerados
vigentes e exigíveis quando não contrariarem nenhuma regra ou princípio estabelecido na
legislação. Costumes contra legem não se revestem de obrigatoriedade.”.

6
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014.

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Regulamentos São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as
disposições de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis,
dependem de regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis
independem de regulamentos para produzir efeitos.

Instruções normativas Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87,
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os
superiores expedem normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de atuação de seus
subordinados com relação a determinado serviço, assemelhando-se às circulares e às ordens
de serviço.
Na maioria das vezes apresenta-se como Instruções Normativas.

Regimentos São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo
ou da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta
maneira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.

Estatutos É o conjunto de normas jurídicas, através de acordo entre os sócios e os fundadores,


regulamentando o funcionamento de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em
especial os colegiados.

Lei formal Relaciona-se diretamente com a forma e não precisamente com o conteúdo,
devendo seguir o que é proposto pelas Casas Legislativas. São exemplos: as Leis
Complementares, Leis Ordinárias ou Leis Delegadas.
Vale frisar que a lei apresenta o mais alto nível de produção, ficando abaixo, apenas da
Constituição Federal.

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CAPÍTULO II. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:


Conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A expressão “Administração Pública” abrange diversas concepções. Inicialmente, temos


Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos de governo
(com função política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com
função administrativa, executando os planos governamentais).
E no sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública, como o conjunto
de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a função administrativa do Estado.
Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada, apenas, pelos órgãos
administrativos.

Sentido Formal, Subjetivo ou Orgânico

Sob esse aspecto, a expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram
a estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa.
Assim, num sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes
e entidades que desempenham a função administrativa.
O conceito subjetivo representa os meios de atuação da Administração Pública. Vejamos:
Entes, entidades ou pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da
Administração Direta e Indireta. Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios (todas com personalidade jurídica de Direito Público). Os entes administrativos
são as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia
mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado). Nesse caso, temos
entidades integrantes da Administração Pública que não desempenham função administrativa,
e sim atividade econômica, como ocorre com a maioria das empresas públicas e sociedades de
economia mista (Constituição Federal - CF, art. 173).
Órgãos públicos: são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de
uma pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei nº 9.784/99
os conceitua como unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou
Indireta.
Agentes públicos: segundo o art. 2º, da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública, ou seja,
são pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função
estatal.

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Há ainda as entidades privadas, não integrantes da Administração Pública formal, que exercem
atividades identificadas como próprias da função administrativa, a exemplo das concessionárias
de serviços públicos (delegação) e das organizações sociais (atividades de utilidade pública). As
atividades exercidas dessas entidades privadas não integram a Administração Pública, uma vez
que o Brasil se baseia no critério formal.
Embora seja certo que a acepção formal ou subjetiva não deva levar em conta a atividade
realizada, é frequente os autores a esta se referirem, identificando a Administração Pública, em
sentido subjetivo, com a totalidade do aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução
das atividades compreendidas na função administrativa, como exemplo temos a definição de
Di Pietro7: “O conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da
função administrativa do Estado”.
Pela acepção formal/subjetiva/orgânica, deve-se perquirir tão somente “quem” o
ordenamento jurídico
considera Administração Pública, e não “o que” (critério objetivo, material, funcional).

Sentido Material, Objetivo ou Funcional

Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade)


administrativa desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está
relacionado com o objeto da Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a
Administração, mas sim com o que faz a Administração Pública.
Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo,
porém, os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária entende
que as atividades administrativas englobam:
Prestação de serviço público: é toda atividade que a administração pública executa, direta ou
indiretamente, sob regime predominantemente público, para satisfação imediata de uma
necessidade pública, ou que tenha utilidade pública.
Polícia administrativa: são restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades
privadas em benefício do interesse público, exemplo as atividades de fiscalização.
Fomento: incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, exemplo: concessão de benefícios
ou incentivos fiscais.
Intervenção administrativa: abrange toda intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua
atuação direta como agente econômico. Inclui-se a intervenção na propriedade privada
(desapropriação, tombamento) e a intervenção no domínio econômico como agente normativo
e regulador (agências reguladoras, medidas de repressão a práticas tendentes à eliminação da
concorrência, formação de estoques reguladores etc.).
Alguns autores consideram a atuação do Estado como agente econômico inclusa no grupo de
atividades de administração em sentido material descrito como “intervenção”, nos termos do
art. 173 da CF. Todavia, quando o Estado atua dessa maneira, isto é, como agente econômico,
está sujeito predominantemente ao regime de direito privado, exercendo atividade econômica
em sentido estrito.
Segundo ensina Di Pietro8 o conceito de administração pública divide-se em dois sentidos:
Subjetivo: em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a
atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos
de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa;

7
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018
8
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito
Administrativo, 31ª edição, 2018 11 MEDAUAR,
Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª
edição,2018.

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Objetivo: em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade


exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a administração pública é a própria função
administrativa que incumbe, predominantemente, ao poder executivo.
Já para Odete Medauar11 o conceito de administração pública se divide em:
Aspecto funcional: a Administração Pública significa um conjunto de atividades do Estado que
auxiliam as instituições políticas de cúpula no exercício de funções de governo, que organizam
a realização das finalidades públicas postas por tais instituições e que produzem serviços, bens
e utilidades para a população, como exemplo, ensino público, calçamento de ruas, coleta de
lixo. Na verdade, apresenta-se difícil a caracterização objetiva da Administração Pública, daí por
vezes se buscar o modo residual de identificá-la (conjunto de atividades que não se enquadram
na legislação, nem na jurisdição); assim, nem o Legislativo, nem o Judiciário cuidam do
calçamento de ruas, da coleta do lixo, da rede de escolas públicas, por exemplo.
Ângulo organizacional: a Administração Pública representa o conjunto de órgãos e entes
estatais que produzem serviços, bens e utilidades para a população, coadjuvando as instituições
políticas de cúpula no exercício das funções de governo. Nesse enfoque, predomina a visão de
uma estrutura ou aparelhamento articulado, destinado à realização de tais atividades – pensa-
se, por exemplo, em ministérios, secretarias, departamentos, coordenadorias etc.
Classificação da Administração Pública

A administração pode se apresentar das seguintes classificações:


- a prática de atos de execução realizados por seus órgãos e agentes, que não devem ser
necessariamente públicos. Os atos de execução são conhecidos como atos administrativos.
- exercer atividade voltada ao cumprimento da lei e não à política.
- a área da Administração Pública é limitada, pois cada órgão só poderá agir dentro do
seu limite.
- apresenta caráter instrumental, já que o Estado utiliza-se da Administração Pública
para atingir seus objetivos.
- manter conduta hierarquizada, mantendo obediência entre os diversos poderes
administrativos. - buscar a perfeição técnica de seus atos.
-
Administração Pública como Função do Estado

A Administração Pública exerce suas funções por meio de seus agentes, órgãos e
atividades públicas, garantindo com isso a finalidade do Estado. A Constituição disciplinou que
a instituição, alteração, estruturação e atribuição de competência dos órgãos da Administração
Pública devem ser norteados por lei ou normas regulamentadoras
O exercício prestado pelos órgãos da Administração deverão ser harmônicos com os princípios
do
Direito Administrativo, e as ações que forem em sentido oposto serão inválidas. Devemos
entender a Administração Pública no seu aspecto de prestação de serviços e execução e
também como direção ou gestão, ambas preveem uma relação de subordinação hierárquica.
Formas da Administração Pública

Com a evolução do Estado moderno, a Administração Pública passou por significativas


mudanças, e portanto, a doutrina passou a usar três formas diversas para a Administração.
Vamos a elas:
Administração pública patrimonialista: no patrimonialismo, o estado é a extensão do poder
soberano, de tal maneira que os auxiliares e servidores possuíam status de nobreza real.

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Infelizmente, a corrupção e o nepotismo acabaram por invadir esse tipo de administração, com
o predomínio do capitalismo e democracia burguesa. Com a força que existia entre o
capitalismo e a democracia, o Estado começa a se distinguir, tornando-se inaceitável. Devido a
isto separou-se as esferas de interesses privados dos interesses coletivos.
Administração pública burocrática: surgiu na metade do século XIX, no período da época do
estado liberal, visando combater a corrupção e nepotismo que assolavam o país. Apresentava
meios que permitiam o desenvolvimento das profissões, com proteção aos seus direitos.
Devido a desconfiança dos administradores públicos foram necessários controles rígidos dos
processos, com relação a contratação pessoal, para as compras e demais demandas existentes
na Administração Pública.
Administração pública gerencial: surgiu na metade do século XX, visando atender as
economias do Estado e por outro lado o desenvolvimento tecnológico que estava ganhando
forças. Para este momento, o fulcro pairava sobre ter o cidadão como beneficiário, reduzindo
gastos e aumentando a qualidade de serviços.
A palavra chave para esta forma de Administração é a eficiência, seja na qualidade da prestação
de serviços públicos, seja pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações.
O Estado encara este momento como o melhor que já existiu, pois presumem que todos os
cidadãos estão satisfeitos, já que na condição de clientes todas as suas necessidades estão
sendo atendidas.
QUESTÕES

01. (SEGEP/MA - Agente Penitenciário - FUNCAB/2016) Considerando que a Administração


Pública pode ser, em sentido estrito, analisada sob dois aspectos: objetivo ou material; e
subjetivo ou orgânico ou formal, é correto afirmar que:
(A) a Administração Pública é uma "máquina" composta por órgãos e entidades
organizados sem hierarquia sob a direção de um chefe de Estado.
(B) no aspecto objetivo a Administração Pública pode ser considerada o conjunto de órgãos
e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função econômica.
(C) a Administração Pública é uma atividade subjetiva do governo, objetivando a realização
das necessidades individuais.
(D) a Administração Pública é uma atividade concreta do Estado, objetivando a realização
das necessidades individuais.
(E) o objeto da Administração Pública é a função pública, que abrange o fomento, a polícia
administrativa e o serviço público.

02. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB) O oferecimento de saneamento básico, transporte


coletivo e educação caracterizam atividades da denominada “administração pública". A
expressão, quando reveste esse caráter, é escrita com letras minúsculas e revela sentido:
(A) material.
(B) subjetivo.
(C) personalista.
(D) formal.
(E) orgânico.

03. (Assembleia Legislativa/GO - Assistente Legislativo - CS/UFG) Em sentido estrito, a


Administração Pública compreende,
(A) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto subjetivo,
apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no
segundo, a função política.

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(B) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo,
apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no
segundo, a função política.
(C) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto formal,
apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no
segundo, a função política.
(D) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto hierárquico,
apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no
segundo, a função política.

04. (TJ/CE - Técnico Judiciário - CESPE) Assinale a opção correta no que se refere aos poderes
e deveres dos administradores públicos.
(A) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos limites de sua
competência, buscando alcançar fins diversos daqueles que a lei permite.
(B) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de sua competência,
exerce atividades que a lei não lhe conferiu.
(C) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via
administrativa ou judicial, a prática do ato imposto pela lei.
(D) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, em relação
aos agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar
atribuições e ainda aplicar sanções.
(E) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a prática de
determinado ato de interesse público.

05. (TRE/AL - Analista Judiciário - FCC) Sobre os deveres do administrador público é correto
afirmar que
(A) o ato do Presidente da República que atentar contra a probidade na administração
constitui crime de responsabilidade.
(B) o dever de prestar contas abrange a prestação de contas aos munícipes das atividades
particulares do administrador público.
(C) a obrigação do administrador público de agir com retidão, lealdade, justiça e
honestidade, diz respeito ao dever de eficiência.
(D) o dever da eficiência abrange a produtividade do ocupante do cargo ou função, mas
não tem relação com a qualidade do trabalho desenvolvido.
(E) pela inobservância do dever de probidade que caracterize improbidade administrativa,
o administrador público está sujeito, dentre outras sanções, à perda da função pública, porém
não à suspensão dos direitos políticos.

06. (SUSEP - Analista Técnico - ESAF) No exercício de seus poderes e deveres, ao administrador
público cumpre saber que:
(A) o uso do poder discricionário possui como limite o juízo valorativo, e não a lei.
(B) exceto quando delegado a entidades privadas, o poder de polícia é ilimitado.
(C) é imprescritível a ação civil pública cujo objeto seja o ressarcimento de danos
ao erário.
(D) o ato administrativo não pode ser revisto pelo Poder Judiciário.
(E) o dever de prestar contas se restringe aos gestores de bens ou recursos
públicos.

07. (TJ/CE - Técnico Judiciário - CESPE) Assinale a opção correta no que se refere aos poderes
e deveres dos administradores públicos.

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(A) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via


administrativa ou judicial, a prática do ato imposto pela lei.
(B) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, em relação
aos agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar
atribuições e ainda aplicar sanções.
(C) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a prática de
determinado ato de interesse público.
(D) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos limites de sua
competência, buscando alcançar fins diversos daqueles que a lei permite.
(E) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de sua competência,
exerce atividades que a lei não lhe conferiu.

08. (TCE/CE- Analista de Controle Externo-Auditoria Governamental - FCC) A Administração


pública burocrática
(A) caracteriza-se pelo controle rígido, exercido prioritariamente por indicadores de
gestão.
(B) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a definição de metas para a
atuação dos servidores públicos e, consequentemente, a sua progressão na carreira.
(C) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a importância do cumprimento
de regras e procedimentos rígidos.
(D) baseia-se no princípio do mérito profissional e atribui grau limitado de confiança aos
servidores e políticos, recomendando, para isso, o contrato de gestão.
(E) foi adotada em substituição à Administração patrimonial, que distinguia o patrimônio
público do patrimônio privado.

09. (DETRAN/MT - Auxiliar do Serviço de Trânsito - UFMT) Poder centralizado, apego às


normas e regulamentos, comunicação formal, concentração no processo e na documentação,
atendimento às demandas do cidadão são características da Administração Pública
(A) Patrimonialista.
(B) Gerencial.
(C) Moderna.
(D) Burocrática.

10. (SUDENE/PE - Agente Administrativo - FGV) Na Administração Pública, a gestão por


resultados está relacionada à
(A) Administração Gerencial.
(B) Administração Patrimonialista.
(C) Administração Centralizada.
(D) Administração Burocrática.
(E) Administração Descentralizada.

Gabarito

01.E / 02.A / 03.B / 04.C / 05.A / 06.C / 07.A / 08.C / 09.D / 10.A

Comentários

01. Resposta: E

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Em sentido objetivo, a Administração Pública corresponde às diversas atividades exercidas pelo


Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no desempenho da função
administrativa. Nessa acepção material, a Administração Pública engloba as atividades de
fomento, polícia administrativa, serviço público e intervenção administrativa.
Fomento = atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público, mediante incentivos
fiscais, dentre outros.
Polícia administrativa= compreende as atividades relacionadas ao controle, fiscalização e
execução das denominadas limitações administrativas
Serviço público= é toda atividade concreta que a Administração exerce, por si ou por meio de
terceiros.

02. Resposta: A
Ao tratar da Administração Pública em sentido material, busca-se o objeto da Administração,
as atividades administrativas exercidas, a própria função administrativa, predominantemente
exercida pelo Poder Executivo. Conforme a doutrina, abrange as atividades de serviço público,
polícia administrativa, fomento e intervenção

03. Resposta: B
Administração pública Objetiva/material/funcional: equivale à função administrativa. É a
atividade administrativa
Administração pública Subjetiva/Formal/Orgânica: equivale às pessoas, aos órgãos e aos
agentes públicos.

04. Resposta: C
Segundo José dos Santos Carvalho Filho assim nos ensina:
"Corolário importante do poder-dever de agir é a situação de ilegitimidade de que se reveste a
inércia do administrador: na medida em que lhe incumbe conduta comissiva, a omissão
(conduta omissiva) haverá de configurar-se como ilegal. Desse modo, o administrado tem o
direito subjetivo de exigir do administrador omisso a conduta comissiva imposta na lei, quer na
via administrativa, o que poderá fazer pelo exercício do direito de petição (art. 5º, XXXIV, "a",
da CF), quer na via judicial, formulando na ação pedido de natureza condenatória de obrigação
de fazer (ou, para outros, pedido mandamental )."

05. Resposta: A
A probidade está ligada a ideia de honestidade na Administração Pública. Não basta a legalidade
formal, restrita, da atuação administrativa, é preciso também a observância de princípios
éticos, de lealdade, de boa-fé, de regras que assegurem a boa administração e a disciplina
interna na Administração Pública. A Carta Magna prevê como crime de responsabilidade os atos
do Presidente da República que atentem contra a probidade na Administração, fato que enseja
sua destituição do cargo (CF/1988, art. 85, V)

06. Resposta: C
Art. 37, CF A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
5º. A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

07. Resposta: A

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O mandado de segurança, remédio constitucional que serve para amparar lesão ou ameaça de
lesão a direito líquido e certo, é o meio comumente utilizado para combater os casos em que
se verifica omissão administrativa.

08. Resposta: C
Segundo (Pdrae, 1995).
“A Administração Pública burocrática surge na segunda metade do século XIX, na época do
Estado liberal, como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Constituem
princípios orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a
hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese: o poder racional-legal. Os
controles administrativos visando evitar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori.

09. Resposta: D
São caraterísticas da Administração Burocrática:
Formalidade – a autoridade deriva de um conjunto de normas e leis, expressamente escritas e
detalhadas.
Impessoalidade – Os direitos e deveres são estabelecidos em normas. As regras são aplicadas
de forma igual a todos, conforme seu cargo em função na organização.
Profissionalização – As organizações são comandadas por especialistas, remunerados em
dinheiro (e não em honrarias, títulos de nobreza, sinecuras, prebendas, etc.), contratados pelo
seu mérito e seu conhecimento (e não por alguma relação afetiva ou emocional).

10. Resposta: A
A Administração pública gerencial é aquela construída sobre bases que consideram o Estado
uma grande empresa cujos serviços são destinados aos seus clientes, outrora cidadãos; na
eficiência dos serviços, na avaliação de desempenho e no controle de resultados, suas principais
características.

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CAPÍTULO 3 - DIREITO ADMINISTRATIVO:


Conceito, fontes e princípios.
CONCEITO

Pode-se dizer que direito administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que
tratam da Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que
diz respeito à maneira de se atingir as finalidades do Estado.
Assim, tudo que se refere à Administração Pública e a relação entre ela e os
administrados e seus servidores, é regrado e estudado pelo Direito Administrativo.
Dessa forma, podemos afirmar que a Administração Pública se encontra num patamar superior
ao particular, diferentemente do Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de
condições.
Celso Antônio Bandeira de Mello9 enfatiza a ideia de função administrativa: “o
direito administrativo é o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem
como pessoas e órgãos que a exercem”

Hely Lopes Meirelles10, por sua vez, destaca o elemento finalístico na


conceituação: os órgãos, agentes e atividades administrativas como instrumentos para
realização dos fins desejados pelo Estado. Vejamos: “o conceito de Direito Administrativo
Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os
órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado”.

Objeto mediato e imediato do direito administrativo11

O Direito Administrativo é um ramo científico que estuda uma parcela das


normas componentes do ordenamento jurídico, a saber: as normas que disciplinam o exercício
da função administrativa.

Assim, o objeto imediato (direto) do Direito Administrativo são os princípios e


normas que regulam a função administrativa.

Por sua vez, as normas e os princípios administrativos têm por objeto a disciplina
das atividades, agentes, pessoas e órgãos da Administração Pública, constituindo o objeto
mediato (indireto) do Direito Administrativo.
QUESTÕES

01. (TRE/PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2017). O direito administrativo


é
(A) um ramo estanque do direito, formado e consolidado cientificamente.
(F) um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui
interfaces com os direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial.
(G) um sub-ramo do direito público, ao qual está subordinado.

9
MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014.
10
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002.
11
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014.

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(H) um conjunto esparso de normas que, por possuir características próprias, deve ser
considerado de maneira dissociada das demais regras e princípios.
(I) um sistema de regras e princípios restritos à regulação interna das relações jurídicas
entre agentes públicos e órgãos do Estado.

02. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Assinale a opção correta a respeito de direito
administrativo.
(F) A administração exerce atividade política e discricionária.
(G) A administração pública é o objeto precípuo do direito administrativo.
(H) O âmbito espacial de validade da lei administrativa não está submetido ao princípio da
territorialidade.
(I) As instruções normativas podem ser expedidas apenas por ministros de Estado para a
execução de leis, decretos e regulamentos.
(J) O regimento administrativo obriga os particulares em geral.

03. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Acerca de conceitos inerentes ao direito


administrativo e à administração pública, assinale a opção correta.
(F) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada.
(G) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada
pelo ordenamento jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções.
(H) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e
harmônicos entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis.
(I) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo.
(J) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as
obrigações mútuas da administração e dos administrados.

04. (STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE). Julgue o item seguinte, acerca do direito
administrativo e da prática dos atos administrativos.
Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de
normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à
realização dos direitos fundamentais da coletividade.
( ) Certo ( ) Errado

GABARITO

01.B/ 02.B/ 03.C/ 04. Certo


Comentários

05. Resposta: B
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho
"O estudo moderno do Direito não mais comporta a análise isolada e estanque de um ramo
jurídico. Na verdade, o Direito é um só; são as relações jurídicas que podem ter diferente
natureza. Assim, embora de forma sucinta, é cabível indicar algumas linhas em que o Direito
Administrativo se tangencia com outras disciplinas jurídicas"

06. Resposta: B

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MEDAUAR indica que a Administração Pública é o objeto precípuo do direito administrativo e


se encontra inserida no Poder Executivo. Dois são os ângulos em que a mesma pode ser
considerada, funcional ou organizacional

07. Resposta: C
Os poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, são: o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente
indelegáveis (CF, art. 2º).

08. Resposta: Certo


Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o "conjunto harmônico
de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a
realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

Fontes

Segundo Alexandre Mazza12, “fonte é o local de onde algo provém. No Direito, as


fontes são fatos jurídicos de onde as normas emanam.”

Pode-se traduzir fonte como a origem de algo, nesse caso a origem das normas
de Direito Administrativo. Elas dividem-se em primárias e secundárias.

A fonte primária é a lei.

De acordo com o princípio da legalidade, somente a lei pode impor obrigações,


ou seja, somente a lei pode obrigar o sujeito a fazer ou deixar de fazer algo, mas o que é lei?

Maria Helena Diniz13 ensina que a lei, em sentido jurídico, é um texto oficial que
engloba um conjunto de normas, ditadas pelo Poder Legislativo e que integra a organização do
Estado. A elaboração da lei é disciplinada por comando constitucional e tem sua executoriedade
compulsória garantida pelo Estado.

Assim, pode-se afirmar que a lei, em sentido jurídico ou formal, é um ato


primário, pois encontra seu fundamento na Constituição Federal, bem como possui por
características a generalidade (a lei é válida para todos) e a abstração (a lei não regula situação
concreta).

Existem diversas espécies normativas: lei ordinária, lei complementar, lei


delegada, medida provisória, decretos legislativos, resoluções, etc. Todas são leis e, portanto,
constituem fonte primária do Direito Administrativo. Não se deve esquecer das normas
constitucionais que estão no ápice do ordenamento jurídico brasileiro.

12
Idem
13
DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretado. São Paulo: Saraiva.

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Tratados Internacionais para ingressarem no ordenamento jurídico pátrio devem


seguir um procedimento.
A Constituição Federal, em seu art. 84 atribuiu competência privativa para o
Presidente da República celebrar Tratados. Após a celebração, é preciso que o Congresso
Nacional, utilizando de sua competência exclusiva, aprove-o (art. 49, CF). A aprovação se dá por
meio de Decreto Legislativo.
Superada essa etapa, o tratado deve ser ratificado pelo Presidente da República e,
após, promulgado por meio de Decreto Presidencial.
Cumprido esse procedimento, o tratado está recepcionado pelo ordenamento
pátrio e, em regra, terá força de lei infraconstitucional. Contudo, em se tratando de tratados
que versem sobre direitos humanos, o procedimento é diferente e vem descrito no art. 5º, § 3º
da Constituição:

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados,


em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Vê-se que, quando o tratado tem por matéria direitos humanos é preciso que seja
votado em dois turnos na Câmara e no Senado Federal e que seja aprovado por quórum
qualificado de três quintos. Nesse caso o Tratado terão força de norma constitucional.
Em tendo força de lei infraconstitucional ou constitucional, os tratados passam a ser fontes do
Direito Administrativo.
O Direito Administrativo possui ainda as fontes secundárias que são: a doutrina, a
jurisprudência e os costumes.
Doutrina é o fruto do trabalho dos estudiosos do Direito, ou seja, é a interpretação que os
doutrinadores dão à lei. Vê-se que a doutrina não cria normas, interpreta-as de forma que
determinam o sentido e alcance dessa e norteiam o caminho do seu aplicador.
Jurisprudência é o resultado do trabalho dos aplicadores da lei, especificamente, são decisões
reiteradas dos Tribunais. Também não cria normas, ao contrário, assemelhar-se à doutrina
porque se trata de uma interpretação da legislação.
Costumes, de modo geral, são conceituados como os comportamentos reiterados que tem
aceitação social. Ex: fila. Não há nenhuma regra jurídica que obrigue alguém a respeitar a fila,

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porém as pessoas respeitam porque esse é um costume, ou seja, um comportamento que está
intrínseco no seio social.
Especificamente em Direito Administrativo, os costumes são as práticas
administrativas reiteradas. Alexandre Mazza14 define: “os costumes são práticas reiteradas da
autoridade administrativa capazes de estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao
serem repetidos constantemente, criam o hábito de os administrados esperarem aquele modo
de agir, causando incerteza e instabilidade social sua repentina alteração. É nesse sentido que
os costumes constituem fontes secundárias do Direito Administrativo. Importante relembrar
que os costumes não têm força jurídica igual à da lei, razão pela qual só podem ser considerados
vigentes e exigíveis quando não contrariarem nenhuma regra ou princípio estabelecido na
legislação. Costumes contra legem não se revestem de obrigatoriedade.”.
Regulamentos São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as
disposições de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis,
dependem de regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis
independem de regulamentos para produzir efeitos.

Instruções normativas Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87,
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os
superiores expedem normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de atuação de seus
subordinados com relação a determinado serviço, assemelhando-se às circulares e às ordens
de serviço.
Na maioria das vezes apresenta-se como Instruções Normativas.
Regimentos São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo
ou da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta
maneira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
Estatutos É o conjunto de normas jurídicas, através de acordo entre os sócios e os fundadores,
regulamentando o funcionamento de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em
especial os colegiados.
Lei formal Relaciona-se diretamente com a forma e não precisamente com o conteúdo,
devendo seguir o que é proposto pelas Casas Legislativas. São exemplos: as Leis
Complementares, Leis Ordinárias ou Leis Delegadas.
Vale frisar que a lei apresenta o mais alto nível de produção, ficando abaixo, apenas da
Constituição Federal.

PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Os princípios constituem fundamento do Direito Administrativo. São diversas as suas


classificações, por isso adotar-se-á no presente a classificação de Diogo de Figueiredo Neto15.
Para esse autor existem os princípios fundamentais que são os previstos de forma explícita ou
implícita no Título I da Constituição, dos quais destaca-se os mais relevantes para o Direito
Administrativo que são o princípio republicano, o princípio democrático, o princípio da
dignidade da pessoa humana, o princípio da cidadania e o princípio da segurança jurídica.
Alguns princípios são classificados como gerais posto que aplicados para todos os ramos do
direito, como o princípio da legalidade, da igualdade, da publicidade, da sindicalidade, da
legitimidade, entre outros.
Especificamente em Direito Administrativo, os princípios são divididos em princípios gerais de
Direito Administrativo e princípios setoriais de Direito Administrativo.

14
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014.
15
FIGUEIREDO NETO, Diogo de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2006.

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Os primeiros trazem as normas e os valores que regem a Administração Pública de maneira


geral como os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, entre outros.
Por sua vez, os princípios informativos do Direito Administrativo, dizem respeito a um conjunto
de proposições monovalentes setoriais, que serve como base do Direito Administrativo,
comunicando o campo de jurisprudência, garantindo autonomia e elaboração de institutos
específicos.
Princípio da Supremacia Do Interesse Público Este princípio consiste na sobreposição do
interesse público em face do interesse particular. Havendo conflito entre o interesse público e
o interesse particular, aquele prevalecerá.
Podemos conceituar INTERESSE PÚBLICO como o somatório dos interesses individuais desde
que represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade.
O interesse público PRIMÁRIO é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como
um todo. Já o interesse público SECUNDÁRIO é o interesse direto do Estado como pessoa
jurídica, titular de direitos e obrigações, em suma, é vontade do Estado. Assim, a vontade do
povo (interesse público PRIMÁRIO) e a vontade do Estado (interesse público SECUNDÁRIO) não
se confundem.
O interesse público SECUNDÁRIO só será legítimo se não contrariar nenhum interesse público
PRIMÁRIO. E, ao menos indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse
público PRIMÁRIO. Daremos um exemplo para que você compreenda perfeitamente esta
distinção.
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo,
fundamentando a existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à
Administração Pública para que esta esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela
Constituição e pelas leis.
O ordenamento jurídico determina que o Estado-Administração atinja uma gama de objetivos
e fins e lhe confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se encaixa o princípio
da Supremacia do Interesse Público, fornecendo à Administração as prerrogativas e os poderes
especiais para obtenção dos fins estabelecidos na lei.
O princípio comentado não está expresso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de
lei fala, dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do Direito Administrativo.
Vejamos alguns exemplos práticos:
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, XXII), mas com base no
princípio da Supremacia do Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, desapropriar
uma propriedade, requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou restringindo o
direito à propriedade.
- a Administração e o particular podem celebrar contratos administrativos, mas esses
contratos preveem uma série de cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por
exemplo, modificar ou rescindir unilateralmente tal contrato.
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração Pública a possibilidade,
por exemplo, de determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de determinada
hora da noite com o objetivo de diminuir a violência.
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades cometidas em nome do aludido
princípio, já existem vozes na doutrina proclamando a necessidade de se pôr fim a este, através
da Teoria da Desconstrução do Princípio da Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não
resolverá o problema da falta de probidade de nossos homens públicos. Como afirma a maioria
da doutrina, o princípio da Supremacia do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares
da Administração, devendo ser aplicado de forma correta e efetiva. Se há desvio na sua
aplicação, o Poder Judiciário deve ser provocado para corrigi-lo.

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Princípio Democrático O caput do artigo 1º da Constituição Federal de 1988, adotou em seu


parágrafo único, o denominado princípio democrático, ao afirmar que “todo poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição”.
O Estado Democrático de Direito, que significa a exigência de reger-se pelo Direito e por normas
democráticas, com eleições livres, periódicas e pelo povo bem como o respeito das autoridades
públicas aos direitos e garantias fundamentais, proclamado
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana A dignidade da pessoa humana é o princípio
permeante do ordenamento jurídico, sendo, assim, indissociável dos direitos fundamentais. É
o que se pode denominar aspecto pragmático-constitucional – relação entre os direitos
fundamentais e a dignidade da pessoa humana na ordem constitucional.
A tríade Dignidade, Direitos Fundamentais e Constituição é a diretriz da conduta estatal e
particular, porquanto se trata do conjunto fundante da ordem jurídica como um todo. Conclui-
se que os direitos fundamentais são a concretização da dignidade humana dentro da ordem
constitucional; concretização esta que é evidenciada sob o aspecto de informadora de todo o
ordenamento jurídico.
O direitos fundamentais foram alçados à condição de princípios constitucionais devido ao
reconhecimento da importância dos valores que encerram. A compreensão dessa posição
principiológica é relevante para o estabelecimento oportuno da conexão entre os direitos
fundamentais e a missão a eles delegada de transmutar-se em sustento da condição digna.
A relação entre direitos fundamentais e dignidade da pessoa humana é das mais íntimas. É certo
que a vida digna se consagra com tais garantias provedoras. A vivência digna vai além da simples
relação com os direitos humanos relativos às liberdades individuais ou aos direitos sociais. É
óbvio que a ausência de direitos dessa natureza importa em constatação mais perceptível de
violação e usurpação da condição intrínseca de ser humano. Contudo, não se pode olvidar que
todos e não apenas alguns dos direitos fundamentais configuram-se em instrumentos
assecuratórios da dignidade do ser humano.
Princípio da Cidadania Segundo Dalmo Dallari:
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar
ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou
excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro
do grupo social”.
Ao contrário dos direitos humanos – que tendem à universalidade dos direitos do ser humano
na sua dignidade –, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais
antigas, possui um caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva.
Princípio da Igualdade Também conhecido como Princípio da Isonomia, considera que a
Administração Pública deve se preocupar em tratar igualmente as partes no processo
administrativo, sem que haja discriminações não permitidas.
O objetivo é tratar o administrado com urbanidade, com equidade, com congruência.
No processo administrativo, busca-se uma decisão legal e justa, pois se deve tratar igualmente
os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades.
Princípio da Executoriedade Trata-se de atributo do ato administrativo que permite ao Poder
Público sua imediata aplicação, sem ter que recorrer ao Poder Judiciário.
Princípio da Consensualidade Muito usado nos casos de mediação, em que não se pode impor
uma decisão às partes, porém o resultado do que for debatido entre elas deve ser levado em
consideração. Para que a mediação tenha bons resultados, é necessário que exista um consenso
entre as partes.
Princípio Republicano É a forma de relacionamento das autoridades públicas com os seus
cidadãos e traz como características a eletividade, temporariedade e necessidade de prestação
de contas pela administração pública.

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Princípio da Sindicabilidade Diz respeito ao controle dos atos administrativos, seja pela própria
Administração, seja pelo Poder Judiciário. Desde a segunda metade do século XX, como
consequência dos conflitos mundiais, dos atentados aos direitos fundamentais, vem se
defendendo a ampliação do controle (sindicabilidade) da Administração Pública pelo poder
Judiciário. Seria esta a forma de se conterem abusos que geralmente isentam-se de controle
sob a alegação da “intangibilidade jurisdicional” dos atos discricionários".
Princípio da Legitimidade Está voltado aos atos administrativos, mais conhecido como
presunção de legitimidade.
É a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até que se
demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. Isso não
significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova
é de quem alega.
Princípio da Especialidade Este princípio está presente em algumas atividades das pessoas
jurídicas não territoriais, limitando, assim, a capacidade e a atividade, sendo-lhes interdito
praticar atos que não tenham relação com o objeto particular que é inerente.
Com isso, fica proibido às pessoas, aceitarem doações e legados, que impunham a elas,
aceitarem atividades diversas à sua especialidade. Ex: uma escola, que aceitaria doação para
que ali funcionasse um hospital.
A partir do momento em que se confere personalidade jurídica a um agrupamento, já se
concede o fim para o qual se tornou personalidade jurídica, não devendo atuar em sentido
diverso do que fora incumbido.
Princípio da hierarquia. Compreende-se como hierarquia, a relação de coordenação e
subordinação dos órgãos do poder executivo.
Na organização por instâncias, cada uma vai funcionar em esfera diferente da outra, não
havendo comunicação entre essas. Há atos que só podem ser feitos pelo juiz de primeira
instância, não sendo de competência do Tribunal.
Basta pensar no caso do legislador, que quando entende que é caso de reexame, manda que
haja recurso por parte do juiz.
No legislativo, também não existe hierarquia, ainda que se tenha um sistema bicameral. O que
pode haver no judiciário e no legislativo é a hierarquia, naquilo que tais poderes têm de
administrativo.
Pelo princípio da hierarquia, no que diz respeito especificamente ao direito administrativo,
temos consequências, como a unidade de direção, revisão dos atos dos subordinados. Tais
institutos são informados pelo princípio da hierarquia, pois há um respeito nas suas áreas de
atribuição e competências.
Princípio da continuidade. O serviço público diz respeito as atividades do Estado, de modo que
não pode haver interrupção desses serviços, por isso que é vedada a greve do funcionário
público, já que pode ocasionar a quebra da continuidade dos serviços, que causarão inúmeros
transtornos para o Estado, além da coletividade.
Interpretação das normas de direito administrativo
A interpretação do Direito Administrativo serve-se de alguns princípios próprios e apresenta
especificidades e complexidades que lhe são peculiares. Todavia isso não exclui a técnica da
interpretação geral do direito, conforme passamos à expor:
Gramatical: De acordo com a técnica gramatical (literal, semântica ou filológica) o hermeneuta
procurará o sentido literal do texto normativo, buscando as regras da gramática e da linguística,
examinará o aplicador ou intérprete cada termo do texto normativo, isolada ou
sistematicamente, atendendo à pontuação, colocação dos vocábulos, origem etimológica etc.,
para, ao final, formular os significados que possa ter o preceito analisado.

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Lógico: No que pertine ao processo lógico, o que se pretende é desvendar o sentido e o alcance
da norma, estudando-a por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e
combinando-os entre si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade.
Histórica: A técnica interpretativa histórica funda-se na análise dos antecedentes da norma,
pesquisando todo o seu itinerário legislativo, às circunstâncias fáticas que a precederam e lhe
deram origem, as causas ou necessidades que induziram o órgão a elaborá-la. Essa investigação
é bastante útil a fim de captar o exato significado das normas e os resultados que tencionam
alcançar.
Sistemático: O intérprete, partindo do pressuposto que o sistema jurídico não se compõe de
um único sistema normativo, mas de vários, que constituem um conjunto harmônico e
interdependente, considerará o sistema em que se insere a norma, relacionando-a com outras
normas concernentes ao mesmo objeto. Deve-se, por conseguinte, cotejar o texto normativo,
em análise, com outros do mesmo diploma legal ou de leis diversas, mas referentes ao mesmo
objeto, pois por umas normas pode-se desvendar o sentido de outras. Examinando o conjunto
das normas é possível desvendar o sentido de cada uma delas.
Teleológico: Por fim, o processo teleológico objetiva adaptar a finalidade da norma às novas
exigências sociais. A técnica teleológica conduz à compreensão de que o fim prático da norma
coincide com o fim apontado pelas exigências sociais (fim social, tendo em vista o bem comum).

Questões

01. (CESPE - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário - Área Judiciária – CESPE).
Julgue os itens a seguir, acerca dos princípios e das fontes do direito administrativo.
Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do
direito administrativo.
(...) Certo ( ) Errado
02. (Prefeitura de Piraúba/MG - Assistente Social - MS CONCURSOS/2017). Com relação
às fontes do Direito Administrativo, assinale a alternativa correta.
(A) Costumes são decisões judiciais reiteradas no mesmo sentido e têm efeito secundário.
(B) A lei é fonte primária e principal do Direito Administrativo.
(C) A doutrina é conduta reiterada praticada pelos agentes públicos com consciência de
obrigatoriedade.
(D) A jurisprudência é a opinião expressa por juristas, cientistas e teóricos do direito.

03. (PC/PE - Agente de Polícia – CESPE/2016). Considerando as fontes do direito administrativo


como sendo aquelas regras ou aqueles comportamentos que provocam o surgimento de uma
norma posta, assinale a opção correta.
(A) A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger
inclusive os regulamentos administrativos.
(B) O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de
regulamentar a convivência mediante a harmonização de pensamentos.
(C) Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do
direito administrativo.
(D) A jurisprudência é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao
publicarem suas pesquisas acerca de determinada questão jurídica.
(E) Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema.

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04. (Prefeitura de Sobral/CE - Técnico Legislativo – Área Legislativa – CIDADES). O Direito


Administrativo tem como fontes norteadoras quatro principais objetos. Nesse sentido, assinale
a alternativa que não representa um desses objetos:
(A) A lei.
(B) A jurisprudência.
(C) A doutrina.
(D) Os poderes constituídos

05. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE). Com relação ao conceito, ao
objeto e às fontes do direito administrativo, assinale a opção correta.
(A) Consoante o critério negativo, o direito administrativo compreende as atividades
desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, incluindo as atividades jurisdicionais, porém
excluindo as atividades legislativas.
(B) Pelo critério teleológico, o direito administrativo é o conjunto de princípios que regem
a administração pública.
(C) Para a escola exegética, o direito administrativo tinha por objeto a compilação das leis
existentes e a sua interpretação com base principalmente na jurisprudência dos tribunais
administrativos.
(D) São considerados fontes primárias do direito administrativo os atos legislativos, os atos
infra legais e os costumes.
(E) De acordo com o critério do Poder Executivo, o direito administrativo é conceituado
como o conjunto de normas que regem as relações entre a administração e os administrados.

06. (Prefeitura de São Paulo – SP - Auditor Fiscal Municipal - Tecnologia da Informação –


CETRO). Entre as fontes principais do Direito Administrativo estão a lei, a doutrina, a
jurisprudência e os costumes. Acerca dessas fontes, assinale a alternativa correta.
(A) A doutrina, em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo. Ela influi
na elaboração da lei e nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o
próprio Direito Administrativo.
(B) A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a
universalizarse, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos
princípios teóricos ao caso concreto.
(C) Os costumes distinguem as regras que convêm ao Direito Público e ao Direito Privado.
Assim como a doutrina, influi na elaboração da lei.
(D) A lei possui um caráter mais prático, mais objetivo, que a doutrina e os costumes, mas
nem por isso se aparta de princípios teóricos.
(E) A doutrina, no Direito Administrativo Brasileiro, exerce ainda influência em razão da
deficiência da legislação.
Gabarito

01.Certo/ 02.B/ 03.A/ 04.D/ 05.C/ 06.B.

Comentários

01. Resposta: Certo


Como fonte do Direito Administrativo, a lei é a mais importante. Porém, entre os princípios,
não há hierarquia. Quer dizer, o Princípio da Legalidade não é superior, nem mais importante
que os demais princípios.

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02. Resposta: B
No Brasil, o que predomina é a lei como fonte primária, outros países adotam a jurisprudência.
Como se sabe o Princípio da Legalidade é um dos pilares que fundamentam a Administração
Pública.

03. Resposta: A
A lei é fonte primária do Direito administrativo. Em decorrência do princípio da legalidade, a lei
é a mais importante de todas as fontes. Abrange, em seu sentido amplo, as medidas provisórias;
os regulamentos, os tratados internacionais, etc.

04. Resposta: D
Para Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino são 4 as principais Fontes do Direito
Administrativo:
a Lei, a Doutrina, a Jurisprudência e o Costume.

05. Resposta: C
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em suas origens, na França, o Direito
Administrativo tinha por objeto apenas a interpretação das leis administrativas. Os
doutrinadores limitavam-se a compilar as leis existentes e a interpretá-las com base
principalmente na jurisprudência dos Tribunais Administrativos, formando a chamada Escola
Exegética, Legalista, Empírica ou Caótica, "para a qual o Direito Administrativo era
compreendido como sinônimo de Direito Positivo".

06. Resposta: B
A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a
universalizarse, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos
princípios teóricos ao caso concreto. Realmente, pois, pela lógica, a jurisprudência é produzida
a partir da utilização de leis nacionais, e, ao contrário, a doutrina pode espelhar-se em
interpretações de várias legislações, seguir outros pensadores, não vejo limitação para a
doutrina.

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CAPÍTULO 4 - ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:


Centralização, descentralização, concentração e desconcentração; organização
administrativa.

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

A Organização Administrativa compõe a parte do Direito Administrativo que estuda os órgãos


e pessoas jurídicas que a compõem, além da estrutura interna da Administração Pública.
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. 200/67 que “dispõe sobre a
organização da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma
Administrativa”.
Para que as suas competências constitucionais sejam cumpridas, a Administração utiliza-se de
duas formas distintas: a descentralização e a desconcentração.
A análise desses dois institutos é basilar para analisar a organização interna da Administração
Pública.
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram
satisfazer as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc.
Em outras palavras, administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da
prestação de serviços públicos, sendo dividida em administração direta e indireta.
Administração pública direta

A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao


chefe da esfera governamental que integram. Não possuem personalidade jurídica própria,
patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente através do
orçamento da referida esfera.
Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos executados pelas pessoas políticas
via de um conjunto de órgãos que estão integrados na sua estrutura.
Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a entidade pública por eles
responsáveis. Exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos e outros que, como
característica inerente da Administração Pública Direta, não possuem personalidade jurídica,
pois não podem contrair direitos e assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa
política (União, Estado, Distrito Federal e Municípios).
A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ingressar como
autor ou réu em relação processual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da
Fazenda que pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de alguma vantagem
pecuniária. Ele não irá propor a demanda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado
que é a pessoa política dotada de personalidade jurídica para estar no outro polo da lide.
Administração pública indireta

São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e


as sociedades de economia mista.
Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de
atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da
prestação do serviço público.
O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a título de exceção em duas situações
previstas na CF/88, no seu art. 173:

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- para fazer frente à uma situação de relevante interesse


coletivo; - para fazer frente à uma situação de segurança
nacional.
O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando explora atividade econômica.
Quando estiver atuando na atividade econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de
igualdade com os particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, inclusive quanto à
livre concorrência.
Questões

01. (Prefeitura de São Paulo/SP - Assistente de Gestão de Políticas Públicas I – CESPE/2016).


No que se refere à administração pública direta e indireta, assinale a opção correta.
(A) As pessoas administrativas que formam a administração pública indireta são aquelas
dotadas de personalidade jurídica de direito público (como as autarquias e as fundações
públicas).
(B) Na esfera municipal, a administração direta é formada pelos órgãos que compõem a
prefeitura e a câmara municipal, além das fundações e das empresas públicas de âmbito local.
(C) A administração indireta compreende as pessoas administrativas que, vinculadas à
respectiva administração direta, desempenham atividades administrativas de forma
descentralizada.
(D) Tanto a administração direta quanto a indireta são compostas por órgãos e por pessoas
jurídicas administrativas, com a diferença de que todas as que integram a administração
indireta estão submetidas a regime de direito privado.
(E) O aspecto mais relevante que caracteriza a administração indireta é o fato de ela ser,
ao mesmo tempo, titular e executora de serviço público.

02. (CASAN - Advogado - INSTITUTO AOCP/2016). Quanto à Administração Pública Indireta,


assinale a alternativa correta.
(A) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista e fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas
de sua atuação.
(B) A criação de subsidiárias pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, bem
como sua participação em empresas privadas, depende de autorização legislativa, exceto se já
houver previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz,
tendo em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora.
(C) A fundação pública não pode ser extinta por ato do Poder Público.
(D) O chefe do Poder Executivo poderá, por decreto, extinguir empresa pública ou
sociedade de economia mista.
(E) A sociedade de economia mista poderá ser estruturada sob qualquer das formas
admitidas em direito.

03. (TJ/RS - Contador – FAURGS/2016). A Administração Direta


compreende (A) as autarquias.
(B) as empresas públicas.
(C) as sociedades de economia mista.
(D) as fundações públicas.
(E) a presidência da república e os ministérios.

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04. (Prefeitura de Cláudio/MG - Guarda Municipal – FUNDEP/2016). Assinale a alternativa em


que, segundo o direito positivo brasileiro, todas as pessoas indicadas são componentes da
Administração Pública Indireta.
(A) Autarquia, fundação e organização social.
(B) Fundação, agência executiva e sociedade de propósitos específicos.
(C) Organização da sociedade civil de interesse público, conselho popular e consórcio
público.
(D) Autarquia, sociedade de economia mista e empresa pública.

Gabarito
01.C/ 02.B/ 03.E/ 04.D
Comentários

01. Resposta: C
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a Administração Pública Indireta é o conjunto de
pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva Administração direta, têm o objetivo de
desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. (José dos Santos
Carvalho Filho).
02. Resposta: B
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada;
Na ADIN 1.649-1 o STF firmou o seguinte entendimento: "é dispensável a autorização legislativa
para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei
que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria
medida autorizadora".
03. Resposta: E
DL 200/67
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa
da Presidência da República e dos Ministérios.
04. Resposta: D
DL 200/67
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura
administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades,
dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas.

Centralização e descentralização
A execução do serviço público poderá ser por:

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Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela Administração direta do
Estado (ex.: Secretarias, Ministérios etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular do
serviço público, como o prestador do mesmo, o próprio estado é quem centraliza a atividade.
Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que não se confundem com a
Administração direta do Estado. Esses terceiros poderão estar dentro ou fora da Administração
Pública. Se estiverem dentro da Administração Pública, poderão ser autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista (Administração indireta do Estado). Se
estiverem fora da Administração, serão particulares e poderão ser concessionários,
permissionários ou autorizados.
Assim, descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa
para outra, não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a titularidade dos
serviços relativos à seguridade social à autarquia INSS.
Na esfera federal, a Administração Direta ou Centralizada é composta por órgãos subordinados
à Presidência da República e aos Ministérios, como o Departamento da Polícia Federal,
Secretaria do Tesouro Nacional ou a Corregedoria-Geral da União.

Concentração e desconcentração

Desconcentração (Criar órgãos): Mera técnica administrativa de distribuição interna de


competências mediante criação de órgãos públicos. Pressupõe a existência de apenas uma
pessoa, pois os órgãos não possuem personalidade jurídica própria.
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da
administração indireta distribui competências no âmbito de sua própria estrutura afim de
tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços. Desconcentração envolve,
obrigatoriamente, uma só pessoa jurídica.
Porque a desconcentração ocorre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, surge relação de
hierarquia, de subordinação, entre os órgãos dela resultantes. No âmbito das entidades
desconcentradas temos controle hierárquico, o qual compreende os poderes de comando,
fiscalização, revisão, punição, solução de conflitos de competência, delegação e avocação.
Concentração (extinguir órgãos): Trata-se da técnica administrativa que promove a extinção
de órgãos públicos. Pessoa jurídica integrante da administração pública extingue órgãos antes
existentes em sua estrutura, reunindo em um número menor de unidade as respectivas
competências. Imagine-se, como exemplo, que a secretaria da fazenda de um município tivesse
em sua estrutura superintendências, delegacias, agências e postos de atendimento, cada um
desses órgãos incumbidos de desempenhar específicas competências da referida secretaria.
Caso a administração pública municipal decidisse, em face de restrições orçamentárias,
extinguir os postos de atendimento, atribuindo às agências as competências que aqueles
exerciam, teria ocorrido concentração administrativa.
Diferença entre Descentralização e Desconcentração: As duas figuras dizem respeito à forma
de prestação do serviço público. Descentralização, entretanto, significa transferir a execução
de um serviço público para terceiros que não se confundem com a Administração Direta, e a
desconcentração significa transferir a execução de um serviço público de um órgão para o outro
dentro da Administração Direta, permanecendo está no centro.

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Questões
01. (ANAC - Especialista em Regulação de Aviação Civil – ESAF/2016). Complete as lacunas em
branco com os termos descentralização ou desconcentração.

Ao final, assinale a opção que contenha a sequência correta.

1. Em nenhuma forma de _____________ há hierarquia.


2. Ocorre a chamada ______________ quando o Estado desempenha algumas de suas
atribuições por meio de outras pessoas e não pela sua administração direta.
3. Trata-se, a ____________________, de mera técnica administrativa de distribuição
interna de competências.
4. Porque a ______________ ocorre no âmbito de uma pessoa jurídica, surge relação de
hierarquia, de subordinação, entre os órgãos dela resultantes.
(A) descentralização/desconcentração/desconcentração/ descentralização
(B) descentralização/descentralização/desconcentração/ desconcentração
(C) desconcentração/desconcentração/descentralização/ descentralização
(D) (D) desconcentração/descentralização/desconcentração/ descentralização
(E) (E) desconcentração/descentralização/descentralização/ desconcentração

02. (DER/CE - Procurador Autárquico – UECE-CE/2016). A criação de uma autarquia na


estrutura da Administração Pública consiste no instituto jurídico da

(A) descentralização.

(B) desconcentração.
(C) concentração.
(D) centralização.
(E)
03. (Prefeitura de Resende/RJ - Assistente Administrativo – IBEG/2016). "Ocorre quando a
entidade da Administração, encarregada de executar um ou mais serviços, distribui
competências, no âmbito de sua própria estrutura, no intuito de tornar mais eficiente e ágil a
prestação dos serviços”. O presente conceito refere-se à:

(A) Descentralização administrativa.


(B) Centralização administrativa.
(C) Concentração administrativa.
(D) Desconcentração administrativa.
(E) Nenhuma das alternativas.

Gabarito

01.B/ 02.A/ 03.D.

Comentários

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01. Resposta: B
A descentralização administrativa ocorre quando o estado desempenha algumas de suas
atribuições por meio de outras pessoas e não pela sua administração direta. Ex: as autarquias.
A desconcentração trata-se de mera técnica administrativa de distribuição interna de funções,
ocorre, tanto na prestação de serviços pela Administração Direta, quanto pela Indireta.
02. Resposta: A
Na descentralização administrativa, o Estado transfere a execução dessas atividades a
particulares ou a outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado. Dito de outro modo, a
descentralização administrativa consiste na distribuição ou transferência de atividades ou
serviços da Administração Direta para a Administração Indireta ou para particulares, o que
pressupõe a existência de pelo menos duas pessoas, a pessoa política que transfere as
atribuições e a pessoa física ou jurídica (de direito público ou de direito privado) que recebe as
atribuições.
03. Resposta: D
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa política ou uma entidade da
administração indireta distribui competências no âmbito de sua própria estrutura afim de
tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços. Desconcentração envolve,
obrigatoriamente, uma só pessoa jurídica.
Feitas essas considerações iniciais, passamos à análise das pessoas jurídicas que compõem a
Administração Pública Indireta:
Autarquias
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para a prestação de serviços
públicos, contando com capital exclusivamente público, ou seja, as autarquias são regidas
integralmente por regras de direito público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de
serviços e contando com capital oriundo da Administração Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco
Central etc.).
Características: Temos como principais características das autarquias:
- Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6 016/43, repetindo-se no
Decreto-lei nº 200/67 e constando agora do artigo 37, XIX, da Constituição;
- Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obrigações próprios, distintos
daqueles pertencentes ao ente que a instituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de
direito público, quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios, sujeições;
- Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o próprio direito, mas
apenas a capacidade de se auto administrar a respeito das matérias especificas que lhes foram
destinadas pela pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio próprio é
necessária, sem a qual a capacidade de autoadministração não existiria.
Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio próprios.
- Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre as formas de
descentralização administrativa por serviços ou funcional, distinguindo-a da descentralização
territorial; o princípio da especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para
as quais foram instituídas; e
- Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a autarquia não se desvie de
seus fins institucionais.
- Liberdade Financeira: As autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado
dos serviços que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento).
Terão liberdade para manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos
limites da lei que as criou.

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- Liberdade Administrativa: As autarquias têm liberdade para desenvolver os seus


serviços como acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro
dos limites da lei que as criou.
Classificação: Para Carvalho Filho, pode-se apontar três fatores que de fato demarcam
diferenças entre as autarquias. São eles:
- o nível federativo: as autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais,
conforme instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios;
- quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas;
e
- as autarquias podem ter diferentes objetivos: as autarquias assistenciais são aquelas
que visam a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, ou à categorias sociais
específicas, para o fim de minorar as desigualdades regionais e sociais, conforme artigo 3º,
inciso III, da Constituição (ex.:
SUDENE).
Segundo di Pietro, a classificação pode ser de acordo com vários critérios:
- tipo de atividade: Econômicas, de crédito e industriais, de previdência e assistência,
profissionais ou corporativas;
- capacidade administrativa: geográfica ou territorial e a de serviço ou institucional;
- estrutura: fundações e corporativas; e
- âmbito de atuação: federais, estaduais e municipais.
Quanto ao tipo de atividade elas ainda podem ser distribuídas em 5 grupos de classificação:
- Econômicas: São destinadas para incentivar a produção e controle de produtos. Como
é o exemplo do Instituto do Açúcar e do Álcool;
- De crédito e industriais: Para gestão de recursos financeiros, bem como sua
distribuição mediante empréstimo. Atualmente foram substituídas por empresas públicas,
como é o caso da Caixa Econômica Federal;
- De previdência e assistência: Para atividades de seguridade social. Como é o caso do
INSS e o
IPESP;
- As profissionais ou corporativas: Para fiscalizar as profissões; - As culturais ou de
ensino: Universidades federais.
Patrimônio: A questão patrimonial diz respeito à caracterização dos bens em públicos e
privados. Em 1916, o sistema jurídico administrativo sofreu várias mudanças com a criação
desse tipo especial de pessoas jurídicas - as autarquias - que, mesmo sem integrar a organização
política do Estado, a ela está vinculada, ostentando personalidade jurídica de direito público.
Vários doutrinadores, com intuito de adaptarem-se à norma do Código Civil e mais ainda de
proteger os bens das pessoas federativas, qualificaram os bens públicos como aqueles que
integram o patrimônio das pessoas administrativas de direito público. Dessa forma, pacificou-
se o entendimento de que os bens das autarquias são considerados como bens públicos.
Pessoal: Com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas
(União, Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua
organização, regime jurídico único para todos os servidores da administração direta, das
autarquias e das fundações públicas. Segundo Carvalho Filho, o art. 39 da CF, foi a maneira que
o legislador encontrou de manter planos de carreira idênticos para esses setores
administrativos, acabando com as antigas diferenças que, como é sabido, por anos e anos,
provocaram inconformismos e litígios entre os servidores.
Controle Judicial: As autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito
público, podem praticar atos administrativos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo
este último, controlados pelo judiciário, por vias comuns adotadas na legislação processual, tal
como ocorre com os atos jurídicos normais praticados por particulares. Já os atos

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administrativos, possuem algumas características especiais, pois eles são controlados pelo
judiciário tanto por vias comuns, quanto pelas especiais, como é o caso do mandado e da ação
popular.
Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração sobre
a conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim como os
atos administrativos em geral que trazem o regular exercício da função administrativa e são
privativos dos seus agentes administrativos.
Foro dos litígios judiciais: Os litígios comuns, onde as autarquias federais figuram como
autoras, rés, assistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na Justiça
Federal, o mesmo foro apropriado para processar e julgar mandados de segurança contra
agentes autárquicos.
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em que encontramos como partes
ou intervenientes terão seu curso na Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas
disposições da lei estadual de divisão e organização judiciárias.
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime poderá ser estatutário ou trabalhista.
Sendo estatutário, o litígio será de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser
processadas e julgadas nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de contrato de
trabalho firmado entre a autarquia e o servidor, a natureza será de litígio trabalhista (sentido
estrito), devendo ser resolvido na Justiça do Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou
municipal.
Responsabilidade civil: Prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público
respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do
Estado, aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente.
Prerrogativas autárquicas: As autarquias possuem algumas prerrogativas de direito público,
sendo elas:
- imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostos
sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas
finalidades essenciais ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade para
as autarquias tem natureza condicionada.
- impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento
coercitivo da penhora como garantia do credor.
- imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem
ser eles adquiridos por terceiros através de usucapião.
- prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias
prescrevem em 5 anos.
- créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como dívida
ativa e podem ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais.
- presunção de legitimidade de seus atos administrativos:
- principais situações processuais específicas:
As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em que
é parte, tem prazo em dobro para recorrer (art. 183 do NCPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau
de jurisdição. A defesa de autarquia em execução por quantia certa, fundada em título judicial,
se formaliza em outros apensos ao processo principal e por meio de embargos do devedor.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e
fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para o ente público.

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Chamamos a atenção com relação aos prazos:


A redação do Código de Processo Civil de 1973, previa prazo em dobro para a Fazenda
Pública e o Ministério Público se manifestarem e prazo em quádruplo para recorrer.
Com o novo Código de Processo de 2015, esse prazo sofreu modificações, de forma que o
Ministério Público, à Fazenda Pública e à Defensoria Pública gozam de prazo em dobro para
manifestação nos autos, exceto nos casos em que a lei estabelecer, de maneira expressa,
outro prazo específico para esses entes.
Entretanto, esse benefício da contagem do prazo em dobro, não se aplica ao ente público,
Ministério Público ou Defensoria Pública, quando a lei estabelecer, de forma expressa,
prazo próprio para o ente público. (art. 183, §2º, NCPC)

Contratos; Os contratos celebrados pelas autarquias são de caráter administrativo e possuem


as cláusulas exorbitantes, que garantem à administração prerrogativas que o contratado não
tem, assim, dependem de prévia licitação, exceto nos casos de dispensa ou inexigibilidade e
precisam respeitar os trâmites da lei 8.666/1993, além da lei 10.520/2002, que institui a
modalidade licitatória do pregão para os entes públicos.
Isto acontece pelo fato de que por terem qualidade de pessoas jurídicas de direito público, as
entidades autárquicas relacionam-se com os particulares com grau de supremacia, gozando de
todas as prerrogativas estatais.
Autarquia de regime especial: É toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios
específicos e aumentar sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns, sem
infringir os preceitos constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública. O
que posiciona a autarquia de regime especial são as regalias que a lei criadora lhe confere para
o pleno desempenho de suas finalidades específicas. 16
Assim, são consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades
encarregadas, por lei, dos serviços de fiscalização de profissões. Com a política governamental
de transferir para o setor privado a execução de serviços públicos, reservando ao Estado a
regulamentação, o controle e fiscalização desses serviços, houve a necessidade de criar na
administração agências especiais destinadas a esse fim.
OBS: Havia discussão no mundo jurídico acerca do regime jurídico da OAB, se seria autarquia
de regime especial ou não. No julgamento da ADIn 3026/DF o STF decidiu que “a OAB não é
uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público
independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito
brasileiro”. Veja a íntegra do julgado:

“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE.


"SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO
PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO
MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS
CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB.
ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO
DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E
INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT,
DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou
aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista.

16
http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/27676/autarquias-de-regime-especial

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Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede
a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e
Indireta. 3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um
serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes
no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se
tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência
das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração
Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes
está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de
atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na
medida em que são indispensáveis à administração da Justiça
[artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de
advogados.
Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem
dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser
tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada
exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de
determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível
com a entidade, que é autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no
sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao
caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos
servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados
sob o regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e
moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que
não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de
finalidade. 12. Julgo improcedente o pedido”. (STF - ADI: 3026 DF, Relator: EROS GRAU, Data de
Julgamento: 08/06/2006, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT
VOL-02249-03 PP00478)

Agências executivas: A qualificação de agências executivas se dá por meio de requerimento


dos órgãos e das entidades que prestam atividades exclusivas do Estado e se candidatam à
qualificação. Aqui estão envolvidas a instituição e o Ministério responsável pela sua
supervisão.17
Segundo determina a lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998, artigos. 51 e 52 e parágrafos, o Poder
Executivo poderá qualificar como Agência Executiva autarquias ou fundações que tenham
cumprido os requisitos de possuir plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento
institucional em andamento além da celebração de Contrato de Gestão com o respectivo
Ministério supervisor.
Os planos devem definir diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de
estruturas e do quadro de servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento
dos recursos humanos e o fortalecimento da identidade institucional da Agência Executiva.
O Poder Executivo definirá também os critérios e procedimentos para a elaboração e o
acompanhamento dos Contratos de Gestão e dos programas de reestruturação e de
desenvolvimento institucional das Agências.
A qualificação como Agência Executiva deve ser dada por meio de decreto do Presidente da
República.

17
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=661

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O Poder Executivo também estabelecerá medidas de organização administrativa específicas


para as Agências Executivas, com o objetivo de assegurar a sua autonomia de gestão, bem como
as condições orçamentárias e financeiras para o cumprimento dos contratos de gestão.
O plano estratégico de reestruturação deve produzir melhorias na gestão da instituição, com
vistas à melhoria dos resultados, do atendimento aos seus clientes e usuários e da utilização
dos recursos públicos.
O contrato de gestão estabelecerá os objetivos estratégicos e as metas a serem alcançadas pela
instituição em determinado período de tempo, além dos indicadores que medirão seu
desempenho na realização de suas metas contratuais, condições de execução, gestão de
recursos humanos, de orçamento e de compras e contratos.
A autonomia concedida estará subordinada à assinatura do Contrato de Gestão com o
Ministério supervisor, no qual serão firmados, de comum acordo, compromissos de resultados.
Organização administrativa das Agências Executivas. As Agências Executivas serão objeto de
medidas específicas de organização administrativa. Os objetivos são, basicamente, aumento de
eficiência na utilização dos recursos públicos, melhoria do desempenho e da qualidade dos
serviços prestados, maior autonomia de administração orçamentária, financeira, operacional e
de recursos humanos além de eliminar fatores restritivos à sua atuação como instituição.
A não existência de certos limites de atuação das Agências é condicionada à existência prévia
de recursos orçamentários disponíveis e a necessidade dos serviços para o cumprimento dos
objetivos e metas do contrato de gestão.
Sem aumentar despesas e o numeral de cargos da entidade, os Ministros supervisores tem
competência para aprovação ou readequação das estruturas regimentais ou estatutos das
Agências Executivas. Esta competência poderá ser delegada pelo Ministro supervisor ao
dirigente máximo da Agência Executiva.
Os dirigentes máximos das Agências Executivas também poderão autorizar os afastamentos do
País de servidores civis das respectivas entidades.
As Agências Executivas também poderão editar regulamentos próprios de avaliação de
desempenho dos seus servidores. Estes serão previamente aprovados pelo seu Ministério
supervisor e, provavelmente, pelo substituto Ministério da Administração Federal e Reforma
do Estado nos governos posteriores à sua extinção.
De acordo com o que se viu a partir da Emenda Constitucional nº 19 de 1998, os resultados da
avaliação poderão ser levados em conta para efeito de progressão funcional dos servidores das
Agências Executivas.
O art 7º do Decreto subordina a execução orçamentária e financeira das Agências Executivas
aos termos do contrato de gestão e isenta a mesma dos limites nos seus valores para
movimentação, empenho e pagamento. Esta determinação não se coaduna, entretanto, com o
pensamento reinante de administração fiscal responsável a partir do que se encontra
positivado pela Lei Complementar 101 de 2000.
Algo semelhante é o que se deu também com o art. 8º e parágrafo que delega competência
para os
Ministros supervisores e dirigentes máximos das Agências para a fixação de limites específicos,
aplicáveis às Agências Executivas, para a concessão de suprimento de fundos para atender a
despesas de pequeno vulto.
As Agências Executivas poderão editar regulamento próprio de valores de diárias no País e
condições especiais para sua concessão. O que se busca é adequá-las às necessidades
específicas de todos os tipos de deslocamentos. Todos os dados relativos a número, valor,
classificação funcional programática e de natureza da despesa, correspondentes à nota de
empenho ou de movimentação de créditos devem ser publicados no Diário Oficial da União em
atendimento ao princípio constitucional da publicidade.

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Agências Reguladoras: As agências reguladoras foram criadas pelo Estado com a finalidade de
tentar fiscalizar as atividades das iniciativas privadas. Tratam-se de espécies do gênero
autarquias, possuem as mesmas características, exceto pelo fato de se submeterem a um
regime especial. Seu escopo principal é a regulamentação, controle e fiscalização da execução
dos serviços públicos transferidos ao setor privado.
São criadas por meio de leis e tem natureza de autarquia com regime jurídico especial, ou seja,
é aquela que a lei instituidora confere privilégios específicos e maior autonomia em
comparação com autarquias comuns, sem de forma alguma infringir preceitos constitucionais.
Uma das principais características das Agências Reguladoras é a sua relativa autonomia e
independência. As agências sujeitam-se ao processo administrativo (Lei 9.784/99, na esfera
federal, além dos próprios dispositivos das leis especificas).
Caso ocorra lesão ou ameaça de lesão de direito, a empresa concessionária poderá ir ao
Judiciário. Sua função é regular a prestação de serviços públicos, organizar e fiscalizar esses
serviços a serem prestados por concessionárias ou permissionárias.

Questões
01. (TRE/SP - Analista Judiciário - Área Administrativa – FCC/2017). A Administração pública,
quando se organiza de forma descentralizada, contempla a criação de pessoas jurídicas, com
competências próprias, que desempenham funções originariamente de atribuição da
Administração direta. Essas pessoas jurídicas,
(A) quando constituídas sob a forma de autarquias, podem ter natureza jurídica de direito
público ou privado, podendo prestar serviços públicos com os mesmos poderes e prerrogativas
que a Administração direta.
(B) podem ter natureza jurídica de direito privado ou público, mas não estão habilitadas a
desempenhar os poderes típicos da Administração direta.
(C) desempenham todos os poderes atribuídos à Administração direta, à exceção do poder
de polícia, em qualquer de suas vertentes, privativo da Administração direta, por envolver
limitação de direitos individuais.
(D) quando constituídas sob a forma de autarquias, possuem natureza jurídica de direito
público, podendo exercer poder de polícia na forma e limites que lhe tiverem sido atribuídos
pela lei de criação.
(E) terão natureza jurídica de direito privado quando se tratar de empresas estatais, mas
seus bens estão sujeitos a regime jurídico de direito público, o que também se aplica no que
concerne aos poderes da Administração, que desempenham integralmente, especialmente
poder de polícia.

02. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Com referência à administração pública direta
e indireta, assinale a opção correta.
(A) Os serviços sociais autônomos, por possuírem personalidade jurídica de direito público,
são mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais.
(B) A fundação pública não tem capacidade de autoadministração.
(C) Como pessoa jurídica de direito público, a autarquia realiza atividades típicas da
administração pública.
(D) A sociedade de economia mista tem personalidade jurídica de direito público e destina-
se à exploração de atividade econômica.
(E) A empresa pública tem personalidade jurídica de direito privado e controle acionário
majoritário da União ou outra entidade da administração indireta.

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03. (TCE/PR - Auditor – CESPE/2016). Na organização administrativa do poder público, as


autarquias públicas são
(A) entidades da administração indireta com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios.
(B) sociedades de economia mista criadas por lei para a exploração de atividade econômica.
(C) organizações da sociedade civil constituídas com fins filantrópicos e sociais.
(D) órgãos da administração direta e estão vinculadas a algum ministério.
(E) organizações sociais sem fins lucrativos com atividades dirigidas ao ensino e à pesquisa
científica

04. (EPT – Maricá -Assistente Administrativo –IESAP). Sobre as autarquias não é correto
afirmar: (A) Deve ser criada mediante lei específica.
(B) Executa atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
(C) É uma entidade com personalidade jurídica de direito privado, criada por lei.
(D) São entes de direito público com personalidade jurídica e patrimônios próprios.

05. (ESAF - Analista de Planejamento e Orçamento - Conhecimentos Gerais – ESAF). São


características das autarquias, exceto:
(A) criação por lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo.
(B) personalidade de direito público, submetendo-se a regime jurídico administrativo
quanto à criação, extinção e poderes.
(C) capacidade de autoadministração, o que implica autonomia referente às suas
atividades de administração ordinária (atividade meio), bem como às suas atividades
normativas e regulamentares.
(D) especialização dos fins ou atividades, sendo-lhes vedado exercer atividades diversas
daquelas para as quais foram instituídas.
(E) sujeição a controle ou tutela, o que não exclui o controle interno.

Gabarito

01.D/ 02.C/ 03.A/ 04.C/ 05.C.

Comentários

01. Resposta: D
De acordo com Maria Silvia de Pietro a autarquia é conceituada como "pessoa jurídica de direito
público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço
público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei".

02. Resposta: C
Decreto 200/67
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

03. Resposta: A

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Autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à Administração


Pública Indireta, criadas por lei específica para o exercício de atividades típicas da
Administração Pública. Algumas das autarquias mais importantes do Brasil são: Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS, Banco Central – Bacen, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama.
São dotadas de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial: autonomia é capacidade de
autogoverno representando um nível de liberdade na gestão de seus próprios assuntos,
intermediário entre a subordinação hierárquica e a independência.

04. Resposta: C
Criação: ocorre por lei ordinária e específica
Personificação: serviço público.
Pessoa Jurídica: de direito público.
Funções: exerce função típica do Estado.
Natureza: administrativa

05. Resposta: C
Embora possua capacidade de autoadministração e autonomia para o desenvolvimento de suas
atividades, as autarquias não possuem autonomia nas suas atividades normativas e
regulamentares, pois só podem editar normas e regulamentos nos limites definidos na lei.
Nesse sentido, o STJ já decidiu que não caberia a determinada autarquia expedir atos de caráter
normativo por inexistir norma expressa que lhe conferisse tal competência (Resp.
1.103.913/PR).

Fundações públicas

Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destacado pelo
seu instituidor para atingir uma finalidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito
público quanto de direito privado.
As fundações que integram a Administração indireta, quando forem dotadas de personalidade
de direito público, serão regidas integralmente por regras de Direito Público. Quando forem
dotadas de personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e
direito privado.
O patrimônio da fundação pública é destacado pela Administração direta, que é o instituidor
para definir a finalidade pública. Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro
Geográfico Estatístico); Universidade de Brasília; Fundação CASA; FUNAI; Fundação Memorial
da América Latina; Fundação Padre Anchieta (TV Cultura).
Características:
- Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa;
- Dirigentes próprios;
- Patrimônio próprio: Patrimônio personalizado significa dizer que sobre ele recai
normas jurídicas que o tornam sujeito de direitos e obrigações e que ele está voltado a
garantir que seja atingido a finalidade para qual foi criado.
Não existe hierarquia ou subordinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe
é um controle de legalidade, um controle finalístico.
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam de direito
privado, integram a Administração Pública. A lei cria e dá personalidade para as fundações

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governamentais de direito público. As fundações governamentais de direito privado são


autorizadas por lei e sua personalidade jurídica se inicia com o registro de seus estatutos.
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Administração direta, tanto na área
tributária (ex.: imunidade prevista no art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo
em dobro).
As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a terceiros. A responsabilidade da
Administração é de caráter subsidiário, independente de sua personalidade.
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se extinta, o patrimônio vai para a
Administração indireta, submetendo-se as fundações à ação popular e mandado de segurança.
As particulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem à ação popular e
mandado de segurança, sendo estas fundações fiscalizadas pelo Ministério Público.

Questões

01. (ANS - Técnico Administrativo – FUNCAB/2016). Em relação à organização administrativa,


marque a alternativa correta.
(A) As entidades paraestatais, como as fundações ou entidades de apoio, e os serviços
sociais autônomos compõem a estrutura da Administração Pública e se submetem ao regime
jurídico administrativo previsto na Constituição da República.
(B) As autarquias, assim como as fundações públicas, podem assumir a personalidade de
direito privado ou público. No entanto, quando criadas com natureza privada, não se
submetem ao regime próprio das entidades públicas.
(C) As sociedades de economia mista federais são dotadas de personalidade jurídica de
direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, e só podem assumir a
forma jurídica de sociedades anônimas.
(D) Os servidores das empresas públicas federais são admitidos obrigatoriamente por
concurso público para ocupar cargos públicos sem estabilidade e sujeitos às normas
estabelecidas na CLT.
(E) As fundações públicas de direito privado somente adquirem personalidade jurídica com
a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não
se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações.

02. (JUCEPAR/PR - Administrador – FAU/2016). A Administração Pública pode ser exercida por
meio de órgãos ou instituições diretas e indiretas, de várias formas e com conceitos e
caracterizações bem definidos. Neste sentido questiona-se: a que tipo de órgão ou instituição
pertence a seguinte caracterização?
“(...) o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito
público ou privado, e destinado por lei, ao desempenho de atividades do Estado na ordem

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social, com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração Pública,


nos limites da lei.”
(A) Autarquia.
(B) Sociedade de Economia Mista.
(C) Fundação.
(D) Agência Reguladora.
(E) Administração Direta.

Gabarito
01.E/ 02.C
Comentários

01. Resposta: E
Decreto 200/1967
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
[...]
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades
que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
[...]
§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a
inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se
lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações.

02. Resposta: C
Fundação pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito público ou privado,
sem fins lucrativos, criada por lei (Fundação de Direito Público) ou criada em virtude de
autorização legislativa (Fundação de Direito Privado), para o desenvolvimento de atividades
que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
Empresas públicas
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas para a prestação de serviços
públicos ou para a exploração de atividades econômicas que contam com capital exclusivamente
público e são constituídas por qualquer modalidade empresarial. Se a empresa pública é
prestadora de serviços públicos, por consequência está submetida a regime jurídico público. Se
a empresa pública é exploradora de atividade econômica, estará submetida a regime jurídico
igual ao da iniciativa privada.
Alguns exemplos de empresas públicas:
- BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social): Embora receba o
nome de banco, não trabalha como tal. A única função do BNDS é financiar projetos de natureza
social. É uma empresa pública prestadora de serviços públicos.
- EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos): É prestadora de serviço público (art.
21, X, da CF/88).
- Caixa Econômica Federal: Atua no mesmo segmento das empresas privadas,
concorrendo com os outros bancos. É empresa pública exploradora de atividade econômica.

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- RadioBrás: Empresa pública responsável pela “Voz do Brasil”. É prestadora de serviço


público.
As empresas públicas, independentemente da personalidade jurídica, têm as seguintes
características:
- Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são contempladas com verbas
orçamentárias;
- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e demitir pessoas, devendo
seguir as regras da CF/88. Para contratar, deverão abrir concurso público; para demitir, deverá
haver motivação.
Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas públicas e a Administração Direta,
independentemente de sua função. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade
e finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão vinculadas àquela. Só é
possível, portanto, controle de legalidade finalístico.
A lei não cria, somente autoriza a criação das empresas públicas, ou seja, independentemente
das atividades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das empresas públicas.
A empresa pública será prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica.
A CF/88 somente admite a empresa pública para exploração de atividade econômica em duas
situações (art. 173 da CF/88):
- Fazer frente a uma situação de segurança nacional;
- Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo: A empresa pública deve
obedecer aos princípios da ordem econômica, visto que concorre com a iniciativa privada.
Quando o Estado explora, portanto, atividade econômica por intermédio de uma empresa
pública, não poderão ser conferidas a ela vantagens e prerrogativas diversas das da iniciativa
privada (princípio da livre concorrência).

Quanto à responsabilidade das empresas públicas, temos que:

Empresas públicas Empresas públicas


exploradoras de atividade prestadoras de
econômica serviço público
A responsabilidade do Estado não existe,
pois, se essas empresas públicas
contassem com Como o regime não é o da livre
alguém que respondesse por suas concorrência, elas respondem pelas suas
obrigações, obrigações e a
elas estariam em vantagem sobre as Administração Direta responde de forma
empresas subsidiária. A responsabilidade será objetiva,
privadas. Só respondem na forma do § 6.º do nos termos do art. 37, § 6.º, da CF/88.
art.

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37 da CF/88 as empresas privadas


prestadoras de serviço público, logo, se a
empresa pública exerce atividade
econômica, será ela a
responsável pelos prejuízos causados a
terceiros
(art. 15 do CC);

Submetem-se a regime falimentar, Não se submetem a regime falimentar,


fundamentando-se no princípio da livre visto não estão em regime de
concorrência. concorrência.

Vale fazer uma ressalva quanto às empresas públicas prestadoras de serviço público, muitos
doutrinadores divergem se eles podem ou não falir. Trouxemos os entendimentos apontados
por alguns doutrinadores no sentido que essas empresas não se submetem ao regime
falimentar. Vejamos:
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro18, “As empresas públicas e sociedades de economia
mista não estão sujeitas à falência, conforme está expresso no artigo 2º da Lei nº 11.101 de 9-
2- 2005 (Lei de Falências). Essa lei deu tratamento diferente às empresas concessionárias e às
empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas). Estas últimas foram
excluídas da abrangência da lei (art. 2º, I) . A diferença de tratamento tem sua razão de ser: é
que as empresas estatais fazem parte da Administração Pública indireta, administram
patrimônio público, total ou parcialmente, dependem de receitas orçamentárias ou têm receita
própria, conforme definido em lei, e correspondem a forma diversa de descentralização:
enquanto as concessionárias exercem serviço público delegado por meio de contrato, as
empresas estatais são criadas por lei e só podem ser extintas também por lei. Sendo criadas por
lei, o Estado provê os recursos orçamentários necessários à execução de suas atividades, além
de responder subsidiariamente por suas obrigações.
Só cabe fazer uma observação: a lei falhou ao dar tratamento igual a todas as empresas
estatais, sem distinguir as que prestam serviço público (com fundamento no artigo 1 75 da
Constituição) e as que exercem Administração Indireta atividade econômica a título de
intervenção (com base no artigo 1 73 da Constituição). Estas últimas não podem ter tratamento
privilegiado em relação às empresas do setor privado, porque o referido dispositivo
constitucional, no § 1 º, II, determina que elas se sujeitem ao mesmo regime das empresas
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações.”
Também ensina Celso Antônio Bandeira de Mello:
“Quando se tratar de exploradoras de atividade econômica, então, a falência terá curso
absolutamente normal, como se de outra entidade mercantil qualquer se tratara. É que a
Constituição, no art. 173, §1º, II, atribui-lhes sujeição "ao regime jurídico próprio das empresas
privadas inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais (...).”
Para Jose dos Santos Carvalho Filho
“De plano, o dispositivo da Lei de Falências não parece mesmo consentâneo com a ratio
inspiradora do art. 173, § 1º, da Constituição Federal. De fato, se esse último mandamento
equiparou sociedades de economia mista e empresas públicas de natureza empresarial às
demais empresas privadas, aludindo expressamente ao direito comercial, dentro do qual se
situa obviamente a nova Lei de Falências, parece incongruente admitir a falência para estas

18
DIREITO ADMINISTRATIVO, 27ª edição, editora ATLAS, 2014.

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últimas e não admitir para aquelas. Seria uma discriminação não autorizada pelo dispositivo
constitucional. Na verdade, ficaram as entidades paraestatais com evidente vantagem em
relação às demais sociedades empresárias, apesar de ser idêntico o objeto de sua atividade.
Além disso, se o Estado se despiu de sua potestade para atuar no campo econômico, não deveria
ser merecedor da benesse de estarem as pessoas que criou para esse fim excluídas do processo
falimentar.”
Para Hely Lopes Meirelles, o entendimento é o mesmo:
“A nova Lei de Falências (Lei 11.101, de 9.2.2005, que `regula a recuperação judicial,
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária’) dispõe expressamente, no
art. 2º, I, que ela não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista. Não
obstante, a situação continuará a mesma. Tal dispositivo só incidirá sobre as empresas
governamentais que prestem serviço público; as que exploram atividade econômica ficam
sujeitas às mesmas regras do setor privado, nos termos do art.
173, §1º, II, da CF [...].”
Empresas privadas Primeiramente devemos enfatizar que a empresa privada não depende do
poder do Estado para sua subsistência, o particular, conhecido como empresário é que terá
comando sobre esta. Contudo, vale lembrar que o fato de não depender do Estado não
desobriga a pessoa jurídica criadora da empresa a pagar impostos ao Estado. Entretanto, o
Estado funciona como sócio desta, veja o que a Constituição Federal traz a respeito:

Art. 37, CF A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte
(...)
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em
empresa privada;

As empresas privadas funcionam em um sistema de mercado. O empresário possui liberdade


para agir, ainda que se submeta a algumas limitações relacionadas `a natureza do produto,
condições de trabalho, entre outros.
Nela encontramos a concorrência, pois é formada por particulares, ensejando na perda e
ganhos de seus produtos. Desta forma apresenta vantagens, já que precisa ter um diferencial
em relação às demais, oferecendo os melhores produtos e um preço mais atrativo para o
consumidor.
Os bens e serviços que produz estão destinados a um mercado, a reação do qual é um elemento
de risco do gerenciamento da empresa.
Infelizmente, devido ao insucesso de algumas, acaba ocorrendo a falência por não se
adequarem ao competitivo mercado de trabalho. Para que isso não ocorra com a maioria das
nossas empresas privadas, o Estado mantendo-se indiretamente como sócio.
Subsidiárias são empresas que são controladas ou pertencem a outra empresa. A empresa que
controla a subsidiária é conhecida como empresa mãe (holding).
Uma holding tem a função de controlar a outra empresa e não de controlar seu próprio negócio.
Caso a holding detenha todo o estoque, a subsidiária que é controladas passa a se chamar de
subsidiária integral.
Vários são os motivos para a criação das subsidiárias, como por exemplo:
- constituir nova empresa fora do país de origem, pois a lei do seu país pode restringir
algumas atividades que o empresário sonha em construir;

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- conseguir benefícios fiscais ou outras vantagens legais que poderia conseguir com a
constituição de uma subsidiária e a posterior exigência de alguns impostos; - aplicações
financeiras diversificadas.
QUESTÕES

01. (Prefeitura de Rio de Janeiro – RJP- Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro
– RJ). De acordo com o entendimento doutrinário, as empresas públicas podem ser
conceituadas como:
(A) pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por
lei sob a forma de sociedades anônimas para desempenhar funções que, despidas de caráter
econômico, sejam próprias e típicas de estado
(B) pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Indireta, criadas por
autorização legal sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o governo
exerça atividades gerais de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de
serviços públicos
(C) pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, criadas por
autorização legal sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o governo
exerça atividades gerais de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de
serviços públicos
(D) pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração Indireta, criadas por
autorização legal sob a forma de sociedades anônimas, cujo controle acionário pertença ao
Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter
econômico e a prestação de serviços públicos

Gabarito

01. Resposta: C
MAZZA (2014) — Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por
autorização legislativa, com totalidade de capital público e regime organizacional livre.
Exemplos: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Empresa Brasileira
de Correios e Telégrafos – ECT, Caixa Econômica Federal – CEF, Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Embrapa e Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero.
Sociedade de economia mista

As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado criadas para a
prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com
capital misto e constituídas somente sob a forma empresarial de S/A. As sociedades de
economia mista são:
- Pessoas jurídicas de Direito Privado.
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de serviços públicos.
- Empresas de capital misto.
- Constituídas sob forma empresarial de S/A.
Veja alguns exemplos de sociedade mista:
a. Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil.
b. Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô, CDHU (Companhia de
Desenvolvimento Habitacional Urbano) e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços,
empresa responsável pelo gerenciamento da execução de contratos que envolvem obras e
serviços públicos no Estado de São Paulo).
As sociedades de economia mista têm as seguintes características:

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- Liberdade financeira;
- Liberdade administrativa; - Dirigentes
próprios; - Patrimônio próprio.
Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de economia mista e a
Administração Direta, independentemente da função dessas sociedades. No entanto, é possível
o controle de legalidade. Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades não estão
subordinadas à Administração Direta, mas sim à lei que as autorizou.
As sociedades de economia mista integram a Administração Indireta e todas as pessoas que a
integram precisam de lei para autorizar sua criação, sendo que elas serão legalizadas por meio
do registro de seus estatutos.
A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das sociedades de economia mista, ou seja,
independentemente das atividades que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das
sociedades de economia mista.
A Sociedade de economia mista, quando explora atividade econômica, submete-se ao mesmo
regime jurídico das empresas privadas, inclusive as comerciais. Logo, a sociedade mista que
explora atividade econômica submete-se ao regime falimentar. Sociedade de economia mista
prestadora de serviço público não se submete ao regime falimentar, visto que não está sob
regime de livre concorrência.

Para maior complemento de seus estudos, trouxemos as diferenças entre a empresa pública
e a sociedade de economia mista

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista


Forma Jurídica: As sociedades de
Forma jurídica: As empresas públicas podem economia mista utilizam-se da forma
revestir-se de qualquer das formas previstas em de
direito Sociedade Anônima (S/A), sendo
(sociedades civis, sociedades comerciais, Ltda, S/A, regidas, basicamente, pela Lei das
etc). Sociedades por Ações (Lei n°
6.404/1976).
Composição do capital: o capital é composto por Composição do Capital: o capital é
integrantes da Administração Pública, portanto é composto por recursos públicos e
integralmente público. Dessa forma, não se permite a privados, sendo, portanto as ações
participação de recursos particulares na formação de divididas entre a entidade
capital das empresas públicas. governamental e a iniciativa privada.
Foro processual: Será competente para
julgamento das empresas públicas federais,
Foro processual: Será competentes
quando estas se
para julgamento das sociedades de
encontrarem nas condições de autoras, rés,
economia federal a Justiça Estadual,
assistentes ou opoentes, exceto as de falência, as de
não usufrui de privilégios da Justiça
acidente do
Federal.
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho, à Justiça Federal.

Diferença entre Autarquia e Fundações Públicas


Autarquia Fundação

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Criação: ocorre por Criação: ocorre por autorização legislativa e lei


lei ordinária e complementar, o que permite definir a área de
específica atuação.
Personificação: serviço público. Personificação: patrimônio.
Pessoa Jurídica: de direito Pessoa Jurídica: de direito público ou
público. privado.
Funções: exerce
função típica do Funções: exerce funções atípicas do Estado.
Estado.
Natureza: administrativa Natureza: social

Questões

01. (TJ/SC - Técnico Judiciário Auxiliar – FGV). São pessoas jurídicas de direito privado,
integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob qualquer
forma jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter
econômico ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos, as:
(A) autarquias;
(B) fundações públicas;
(C) fundações privadas; (D) empresas públicas;
(E) agências reguladoras.

02. (Prefeitura de São Lourenço/MG - Advogado – FUNDEP/2016). Entre os requisitos legais


da alienação de um bem imóvel pertencente a uma sociedade de economia mista, não se inclui:
(A) autorização legislativa.
(B) motivação.
(C) licitação.
(D) avaliação prévia.
Gabarito

01.D/ 02.A.

Comentário

01. Resposta: D
Art. 5º, Decreto 200/1967.Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade
econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito
privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade

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anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da
Administração Indireta.
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de
atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

02. Resposta: A
Lei nº 8666/1993
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse
público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e
entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais,
dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta
nos seguintes casos:( )

ENTIDADES DE COOPERAÇÃO

Entidades paraestatais e o terceiro setor

As Entidades Paraestatais possuem conceituação bastante confusa, os doutrinadores entram,


em diversas matérias, em contradição uns com os outros.
Celso Antônio Bandeira de Mello acredita que as sociedades de economia mista e as empresas
públicas não são paraestatais; sendo acompanhado por Marçal Justen Filho que acredita serem
apenas entidades paraestatais os serviços sociais autônomos.
Diferentemente do que eles acreditam, Hely Lopes Meirelles defende que as empresas públicas
e as sociedades de economia mista são paraestatais, juntamente com os serviços sociais
autônomos. Hely Lopes Meirelles diz que as entidades paraestatais podem ser lucrativas por
serem empresariais. Já Ana Patrícia Aguiar, Celso Antônio Bandeira de Mello e Marçal Justen
Filho discordam dizendo que elas não devem ser lucrativas.
As entidades paraestatais são fomentadas pelo Estado através de contrato social, quando são
de interesse coletivo. Não se submetem ao Estado porque são autônomas financeiramente e
administrativamente, porém, por terem relevância social e se tratar de capital público, integral
ou misto, sofrem fiscalização, para não fugirem dos seus fins.
Tem como objetivo a formação de instituições que contribuam com os interesses sociais através
da realização de atividades, obras ou serviços.
Quanto às espécies de entidades paraestatais, elas variam de doutrinador para doutrinador.
Hely Lopes Meirelles acredita que elas se dividem em empresas públicas, sociedades de
economia mista e os serviços sociais autônomos, diferente de Celso Antônio Bandeira de Mello,
pois esse diz que as pessoas privadas exercem função típica (não exclusiva do Estado), como as
de amparo aos hipossuficientes, de assistência social, de formação profissional.
Para Marçal Justen Filho elas são sinônimos de serviço social autônomo, voltadas à satisfação
de necessidades coletivas e supra individuais, relacionadas com questões assistenciais e
educacionais.
Ana Patrícia Aguilar insere as organizações sociais na categoria de entidades paraestatais, por
serem pessoas privadas que atuam em colaboração com o Estado, "desempenhando atividade
não lucrativa e às quais o Poder Público dispensa especial proteção", recebendo, para isso,
dotação orçamentária por parte do Estado.

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As Entidades Paraestatais prescinde de licitação, esse é o entendimento atual do STF. Como se


tratam de entidades sem fins lucrativos, que recebem recursos da União, não são obrigadas a
licitarem, de acordo com a Lei 8.666/1993, por não serem integrantes da Administração Pública,
mas sim do terceiro setor.
Essas entidades são muito parecidas com as organizações sociais e as OCISP (não precisam
licitar), esse é o entendimento do STF e TCU.
O fato de não precisarem licitarem não quer dizer que não serão fiscalizadas e
responsabilizadas. A fiscalização competirá ao TCU, respeitando os princípios da
impessoalidade, moralidade e economicidade. Contudo, não há impedimentos jurídicos para
que o convênio ou contrato de repasse observe a Lei 8.666/1993.
Seus empregados estão sujeitos ao regime Celetista, CLT. Têm que ser contratados através de
concurso público de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão.
A administração varia segundo a modalidade, civil ou comercial, que a lei determinar. Seus
dirigentes são estabelecidos na forma da lei ou do estatuto. Podendo ser unipessoal ou
colegiada. Eles estão sujeitos a mandado de segurança e ação popular.

Terceiro setor

O primeiro setor é o governo, que é responsável pelas questões sociais. O segundo setor é o
privado, responsável pelas questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado
começou a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o
chamado terceiro setor. Ou seja, o terceiro setor é constituído por organizações sem fins
lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público. Os
principais personagens do terceiro setor são:
A) Fundações: São as instituições que financiam o terceiro setor, fazendo doações às
entidades beneficentes. No Brasil, temos também as fundações mistas que doam para terceiros
e ao mesmo tempo executam projetos próprios.
B) Entidades Beneficentes: São as operadoras de fato, cuidam dos carentes, idosos,
meninos de rua, drogados e alcoólatras, órfãos e mães solteiras; protegem testemunhas;
ajudam a preservar o meio ambiente; educam jovens, velhos e adultos; profissionalizam; doam
sangue, merenda, livros, sopão; dão suporte aos desamparados; cuidam de filhos de mães que
trabalham; ensinam esportes; combatem a violência; promovem os direitos humanos e a
cidadania; cuidam de cegos, surdos-mudos; enfim, fazem tudo.
C) Fundos Comunitários: As empresas doam para o Fundo Comunitário, sendo que os
empresários avaliam, estabelecem prioridades, e administram efetivamente a distribuição do
dinheiro. Um dos poucos fundos existente no Brasil, com resultados comprovados, é a FEAC,
de Campinas.
D) Entidades Sem Fins Lucrativos: Infelizmente, muitas entidades sem fins lucrativos são,
na realidade, lucrativas ou atendem aos interesses dos próprios usuários. Um clube esportivo,
por exemplo, é sem fins lucrativos, mas beneficia somente os seus respectivos sócios.
E) ONGs Organizações Não Governamentais: Nem toda entidade beneficente ajuda
prestando serviços a pessoas diretamente. Uma ONG que defenda os direitos da mulher,
fazendo pressão sobre nossos deputados, está ajudando indiretamente todas as mulheres.

Serviços sociais autônomos

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São pessoas jurídicas de direito privado, criados por intermédio de autorização legislativa.
Tratam-se de entes paraestatais de cooperação com o Poder Público, possuindo administração
e patrimônio próprios.
Para ficar mais fácil de compreender, basta pensar no sistema “S”, cujo o qual resulta do fato
destas entidades ligarem-se à estrutura sindical e terem sua denominação iniciada com a letra
“S” – SERVIÇO.
Integram o Sistema “S:” SESI, SESC, SENAC, SEST, SENAI, SENAR e SEBRAE.
Estas entidades visam ministrar assistência ou ensino a algumas categorias sociais ou grupos
profissionais, sem fins lucrativos. São mantidas por dotações orçamentárias e até mesmo por
contribuições parafiscais.
Ainda que sejam oficializadas pelo Estado, não são partes integrantes da Administração direta
ou indireta, porém trabalham ao lado do Estado, seja cooperando com os diversos setores as
atividades e serviços que lhes são repassados.

Organizações Sociais

Criada pela Lei n. 9.637/98, organização social é uma qualificação especial outorgada pelo
governo federal a entidades da iniciativa privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a
fruição de vantagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos orçamentários,
repasse de bens públicos, bem como empréstimo temporário de servidores governamentais. 19
As áreas de atuação das organizações sociais são ensino, pesquisa científica, desenvolvimento
tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Desempenham,
portanto, atividades de interesse público, mas que não se caracterizam como serviços públicos
stricto sensu, razão pela qual é incorreto afirmar que as organizações sociais são
concessionárias ou permissionárias.
Nos termos do art. 2º da Lei n. 9.637/98, a outorga da qualificação constitui decisão
discricionária, pois, além da entidade preencher os requisitos exigidos na lei, o inciso II do
referido dispositivo condiciona a atribuição do título a “haver aprovação, quanto à conveniência
e oportunidade de sua qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão
supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro
de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado”. Assim, as entidades que
preencherem os requisitos legais possuem simples expectativa de direito à obtenção da
qualificação, nunca direito adquirido.
Evidentemente, o caráter discricionário dessa decisão, permitindo outorgar a qualificação a
uma entidade e negar a outro que igualmente atendeu aos requisitos legais, viola o princípio
da isonomia, devendo-se considerar inconstitucional o art. 2º, II, da Lei n. 9.637/98.
Na verdade, as organizações sociais representam uma espécie de parceria entre a
Administração e a iniciativa privada, exercendo atividades que, antes da Emenda 19/98, eram
desempenhadas por entidades públicas. Por isso, seu surgimento no Direito Brasileiro está
relacionado com um processo de privatização lato sensu realizado por meio da abertura de
atividades públicas à iniciativa privada.
O instrumento de formalização da parceria entre a Administração e a organização social é o
contrato de gestão, cuja aprovação deve ser submetida ao Ministro de Estado ou outra
autoridade supervisora da área de atuação da entidade.
O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder
Público e da organização social, devendo obrigatoriamente observar os seguintes preceitos:
I – especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a
estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como

19
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. Ed. Saraiva. 2014.

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previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados,


mediante indicadores de qualidade e produtividade;
II – a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de
qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais,
no exercício de suas funções;
III – os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de atuação da entidade
devem definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de que sejam signatários.
A fiscalização do contrato de gestão será exercida pelo órgão ou entidade supervisora da área
de atuação correspondente à atividade fomentada, devendo a organização social apresentar,
ao término de cada exercício, relatório de cumprimento das metas fixadas no contrato de
gestão.
Se descumpridas as metas previstas no contrato de gestão, o Poder Executivo poderá proceder
à desqualificação da entidade como organização social, desde que precedida de processo
administrativo com garantia de contraditório e ampla defesa.
Por fim, convém relembrar que o art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93 prevê hipótese de dispensa
de licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com a s organizações
sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades
contempladas no contrato de gestão. Excessivamente abrangente, o art. 24, XXIV, da Lei n.
8.666/93, tem a sua constitucionalidade questionada perante o Supremo Tribunal Federal na
ADIn 1.923/98. Recentemente, foi indeferida a medida cautelar que suspendia a eficácia da
norma, de modo que o dispositivo voltou a ser aplicável.
Entidades de Apoio

As entidades de apoio fazem parte do Terceiro Setor e são pessoas jurídicas de direito privado,
criados por servidores públicos para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado,
possuindo vínculo jurídico com a Administração direta e indireta.
Atualmente são prestadas no Brasil através dos serviços de limpeza, conservação, concursos
vestibulares, assistência técnica de equipamentos, administração em restaurantes e hospitais
universitários.
O bom motivo da criação das entidades de apoio é a eficiência na utilização desses entes.
Através delas, convênios são firmados com a Administração Pública, de modo muito
semelhante com a celebração de um contrato

Organização da sociedade civil de interesse público

OSCIP é um título fornecido pelo Ministério da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar o
aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos
(federal, estadual e municipal) e permite que doações realizadas por empresas possam ser
descontadas no imposto de renda. OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm
um certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cumprimento de certos
requisitos, especialmente aqueles derivados de normas de transparência administrativas. Em
contrapartida, podem celebrar com o poder público os chamados termos de parceria, que são
uma alternativa interessante aos convênios para ter maior agilidade e razoabilidade em prestar
contas.
Uma ONG (Organização Não-Governamental), essencialmente é uma OSCIP, no sentido
representativo da sociedade, OSCIP é uma qualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil.
A lei que regula as OSCIPs é a nº 9.790, de 23 março de 1999. Esta lei traz a possibilidade das
pessoas jurídicas (grupos de pessoas ou profissionais) de direito privado sem fins lucrativos
serem qualificadas, pelo Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse

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Público - OSCIPs e poderem com ele relacionar-se por meio de parceria, desde que os seus
objetivos sociais e as normas estatutárias atendam os requisitos da lei.
Um grupo recebe a qualificação de OSCIP depois que o estatuto da instituição, que se pretende
formar, tenha sido analisado e aprovado pelo Ministério da Justiça. Para tanto, é necessário
que o estatuto atenda a certos pré-requisitos que estão descritos nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da
Lei nº 9.790/1999. Vejamos:
Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as
pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se
encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos
objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado
que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou
doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações,
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades,
e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos
requisitos instituídos por esta Lei.
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei: I
- as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,
práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V- as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um
círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
mantenedoras; IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão
público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o
sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da
universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será
conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais
tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de
participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação
das organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
VII - promoção do voluntariado;

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VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;


IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica
gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de
outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às
atividades mencionadas neste artigo.
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de
tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se
mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da
doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços
intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público
que atuem em áreas afins.
Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por
estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:
I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
economicidade e da eficiência;
II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a
obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência
da participação no respectivo processo decisório;
III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para
opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações
patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;
IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido
será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que
tenha o mesmo objeto social da extinta;
V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por
esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o
período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica
qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;
VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem
efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos,
respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente
a sua área de atuação;
VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que
determinarão, no mínimo:
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras
de
Contabilidade;
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao
relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões
negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de
qualquer cidadão;
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso,
da aplicação

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dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;


d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o
parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de conselho
ou diretoria de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e legal mais próximo do que
modernamente se entende por ONG, especialmente porque são marcadas por uma extrema
transparência administrativa. Contudo ser uma OSCIP é uma opção institucional, não uma
obrigação.
Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se relacionar com esse tipo de
instituição, porque divide com a sociedade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos
públicos em parcerias. A OSCIP é uma organização da sociedade civil que, em parceria com o
poder público, utilizará também recursos públicos para suas finalidades, dividindo dessa forma
o encargo administrativo e de prestação de contas.

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CAPÍTULO 5 - AGENTES PÚBLICOS:


Espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos;
regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição;
direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa

AGENTES PÚBLICOS

Agente público refere-se àquela pessoa física a qual exerce uma função pública, seja qual for
esta modalidade de função (mesário, jurado, funcionário público aprovado em concurso
público, etc.).
Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da
Administração Indireta.20
Antes da Constituição Federal de 1988 (CF/88), ficavam afastados os que prestavam serviços às
pessoas jurídicas de direito privado instituídas pelo Poder Público (empresas públicas,
fundações e sociedades de economia mista). Importante ser mencionado que hoje o artigo 37
exige a inclusão de todos eles.
A denominação “agente público” é tratada como gênero do qual são espécies os agentes
políticos, servidores públicos, agentes militares e particulares em colaboração.

Espécies

Agentes políticos: a primeira espécie dentro do gênero agentes públicos é a dos agentes
políticos. Os agentes políticos exercem uma função pública (munus publico) de alta direção do
Estado. Ingressam, em regra, por meio de eleições, desempenhando mandatos fixos ao término
dos quais sua relação com o Estado desaparece automaticamente. A vinculação dos agentes
políticos com o aparelho governamental não é profissional, mas institucional e estatutária.
Os agentes políticos são, definidos por Celso Antônio Bandeira de Melo como os titulares dos
cargos estruturais à organização política do País. Exemplos: Presidente da República,
Governadores, Prefeitos e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos chefes de Executivo,
isto é, Ministros e Secretários das diversas pastas, bem como os Senadores, Deputados Federais
e Estaduais e os Vereadores.
Exercem funções e mandatos temporários. Não são funcionários nem servidores públicos,
exceto para fins penais, caso cometam crimes contra a Administração Pública.

Agentes de fato: para que um ato administrativo seja praticado é necessário que o agente
esteja legitimamente investido no cargo para que possa exercer a competência prevista em lei.
Exemplo: “falta de requisito legal para investidura, como certificado de sanidade vencido;
inexistência de formação universitária para função que a exige, idade inferior ao mínimo legal;
o mesmo ocorre quando o servidor está suspenso do cargo, ou exerce funções depois de vencido
o prazo de sua contratação, ou continua em exercício após a idade-limite para aposentadoria
compulsória”.21
Os atos praticados pelo agente de fato presumem-se válidos, com base na conformidade da lei,
visando tutelar a boa-fé dos administrados. A validade dos atos decorre de exame caso a caso,
visando assegurar a segurança jurídica e da boa-fé da população. Caso os atos praticados por

20
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018
21
Idem

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agente público não sejam de sua competência, os mesmos serão considerados nulos, como no
caso do usurpador de função22.

Agentes militares: os agentes militares formam uma categoria à parte entre os agentes
políticos na medida em que as instituições militares são organizadas com base na hierarquia e
na disciplina. Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças militares possuem
vinculação estatutária, e não contratual, mas o regime jurídico é disciplinado por legislação
específica diversa da aplicável aos servidores civis.
Assim, os militares abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas -
Marinha, Exército e Aeronáutica (art. 142, caput, e § 3.º, da Constituição) - e às Polícias Militares
e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios (art. 42), com
vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelos cofres
públicos.

Particulares em colaboração: os particulares em colaboração com a Administração constituem


uma classe de agentes públicos, em regra, sem vinculação permanente e remunerada com o
Estado. São agentes públicos, mas não integram a Administração e não perdem a característica
de particulares. Exemplos: jurados, recrutados para o serviço militar, mesário de eleição.
De acordo com Hely Lopes Meirelles, são chamados também de “agentes honoríficos”,
exercendo função pública sem serem servidores públicos. Essa categoria de agentes públicos é
composta, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, por:
a) requisitados de serviço: como mesários e convocados para o serviço militar
(conscritos);
b) gestores de negócios públicos: são particulares que assumem espontaneamente uma
tarefa pública, em situações emergenciais, quando o Estado não está presente para
proteger o interesse público.
Exemplo: socorrista de parturiente;
c) contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exemplo, de jurista famoso
contratado para
emitir um parecer;
d) concessionários e permissionários: exercem função pública por delegação estatal;
e) delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares de cartórios.
Importante destacar que os particulares em colaboração com a Administração, mesmo atuando
temporariamente e sem remuneração, podem praticar ato de improbidade administrativa (art.
2.º da Lei n. 8.429/92) e, enquanto exercerem a função, são considerados funcionários públicos
para fins penais, respondendo, assim, pelos crimes que cometerem. A Administração Pública
responde pelos danos causados a terceiros por este agente, voltando-se, depois, contra o
agente público delegado.

Servidores públicos: são


e se submetam a regime jurídico de direito público.
Os servidores públicos, por sua vez, são classificados em:
1. Funcionário público: titularizam cargo e, portanto, estão submetidos ao regime
estatutário.
2. Empregado público: titularizam emprego, sujeitos ao regime celetista. Ambos exigem
concurso. É o agente público que tem vínculo contratual, ou seja, sua relação com a
Administração Pública decorre de contrato de trabalho. Possui, então, vínculo de natureza

22
Usurpar a função pública é, portanto, exercer ou praticar ato de uma função que não lhe é devida.

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contratual celetista (CLT). Assim, o Empregado Público é regido pela CLT e o Servidor Público é
regido por lei específica - no caso do servidor público federal, será regido pela Lei 8.112/90.
3. Contratados em caráter temporário: são servidores contratados por um período certo
e determinado, por força de uma situação de excepcional interesse público. Não são nomeados
em caráter efetivo, que tem como qualidade a definitividade – art. 37, inc. IX, da Constituição
Federal.
O trabalho temporário é regulado pela Lei nº 6.019/74 - é aquele prestado por pessoa física a
uma empresa para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e
permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços. O vínculo empregatício do trabalhador
temporário não se dá com a empresa tomadora de serviços, mas sim com a empresa de
trabalho temporário.
Essa modalidade de contratação tem como objetivo atender a serviços extraordinários de
serviços (época de Páscoa e Natal), além de atender à necessidade transitória de substituição
de pessoal regular e permanente.
O contrato do trabalhador temporário deve ser feito de forma escrita, além de constar
expressamente a causa que enseja sua contratação.
Quanto ao prazo, este não poderá exceder 3 meses, caso seja a mesma empresa tomadora e o
mesmo empregado, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e
Previdência Social. No aludido instrumento deve constar expressamente o prazo que vigerá o
contrato, data de início e término da prestação de serviço.
Classificação

Agentes políticos: pessoas físicas que exercem determinada função (legislativa, executiva ou
administrativa) descrita na Constituição Federal. São exemplos: deputado federal, senador,
governador de estado, procurador do trabalho, entre outros.
Agentes administrativos: são servidores sujeitos a uma relação hierárquica com os agentes
políticos, isto é, são os servidores públicos propriamente ditos (ocupam cargo efetivo ou em
comissão e respeitam o estatuto da respectiva instituição na qual trabalham), os empregados
públicos (trabalham em empresas públicas e respeitam a legislação trabalhista) e os servidores
temporários (contratados temporariamente para suprirem necessidade temporária de
excepcional interesse público).
Agentes honoríficos: pessoas que desempenham atividade administrativa em razão de sua
honorabilidade (honra). Exemplos: mesário da eleição ou jurado convocado para júri de algum
crime doloso contra a vida.
Agentes delegados: pessoas que recebem a incumbência de executarem, por sua conta e risco,
um serviço público ou uma atividade de interesse público. Podem ser os notários, os
registradores de imóveis, os tradutores públicos, os concessionários ou permissionários de
serviço público, entre outros.
Agentes credenciados: pessoas que representam a Administração Pública em um determinado
evento ou atividade.

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NORMAS CONSTITUCIONAIS CONCERNENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AOS


SERVIDORES PÚBLICOS

CF/88
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em
cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos
demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
aos Defensores Públicos;

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XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em
empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na
forma da lei ou convênio.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição
da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e
indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a
manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna,
da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

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III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,


emprego ou função na administração pública.
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para
o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e
suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado
optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;

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V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão


determinados como se no exercício estivesse.

SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório
observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada
carreira; II - os requisitos para a investidura; III - as peculiaridades dos cargos.
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou
contratos entre os entes federados.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII,
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
admissão quando a natureza do cargo o exigir.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação
ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, XI.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio
e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão,
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos
termos do § 4º.
Regime de Previdência
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo.
Para o regime previdenciário ter equilíbrio financeiro, basta ter no exercício atual um fluxo de
caixa de entrada superior ao fluxo de caixa de saída, gerado basicamente quando as receitas
previdenciárias superam as despesas com pagamento de benefícios.
Já para se ter equilibro atuarial, deve estar assegurado que o plano de custeio gera receitas não
só atuais, como também futuras e contínuas por tempo indeterminado, em um montante
suficiente para cobrir as respectivas despesas previdenciárias.

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Para se manter o equilíbrio financeiro e atuarial é imprescindível que o regime mantenha um


fundo previdenciário que capitalize as sobras de caixa atuais que garantirão o pagamento de
benefícios futuros. § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este
artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos
§§ 3º e 17:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa
ou incurável, na forma da lei;
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
Com relação a aposentadoria por idade cabe ainda destacar recente alteração no texto
Constitucional pela Emenda nº 88/2015, onde os servidores titulares de cargos efetivos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações,
serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar (art.40, § 1°, II, da CF).
A Lei Complementar nº 152/2015 foi instituída para regulamentar o novo dispositivo
constitucional, vejamos:

Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de


contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;
II - os membros do Poder Judiciário;
III - os membros do Ministério Público;
IV - os membros das Defensorias Públicas;
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco
anos de
idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com
proventos
proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria
ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria
aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis
complementares, os casos de servidores:
I - portadores de deficiência;
II - que exerçam atividades de risco;

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III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou
a integridade física.
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em
relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio.
A redução só é permitida nos casos em que o tempo de contribuição é exclusivamente no
magistério. Ou seja, não é possível somar o tempo de magistério com o tempo em outra
atividade e ainda reduzir 5 (cinco) anos. A soma é possível, no entanto, sem a redução de 5
(cinco) anos.

§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta


Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo.
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido
para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou
ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento,
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em
atividade na data do óbito.
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,
o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição
fictício.
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante
resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na
forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
e de cargo eletivo.
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de
cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de
previdência social.
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se
o regime geral de previdência social.
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de
previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo,
poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que
trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no
que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza
pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na
modalidade de contribuição definida.

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§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
instituição do correspondente regime de previdência complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3°
serão devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
para os servidores titulares de cargos efetivos.
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um
abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os
servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime
em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos
de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição,
quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Cargo, Emprego e Função Pública

A Constituição Federal, em vários dispositivos, emprega os vocábulos cargo, emprego e função


para designar realidades diversas, porém que existem paralelamente na Administração.
Cumpre, pois, distingui-las.
Para bem compreender o sentido dessas expressões, é preciso partir da ideia de que na
Administração Pública todas as competências são definidas na lei e distribuídas em três níveis
diversos: pessoas jurídicas (União, Estados e Municípios), órgãos (Ministérios, Secretarias e suas
subdivisões) e servidores públicos; estes ocupam cargos, empregos ou exercem funções.

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Cargo público: é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta de suas


autarquias e fundações públicas que, ocupado por servidor público, submetidos ao regime
estatuário, tem funções específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente.
Para Melo23 são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem titularizadas por
um agente. São criados por lei, previstos em número certo e com denominação própria.
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição para a União, Estados e Municípios
são distribuídas entre seus respectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de
cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, define suas atribuições e fixa o
padrão de vencimento ou remuneração.
Criar um cargo é oficializa-lo, atribuindo a ele denominação própria, número certo, funções
determinadas, etc. Somente se cria um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de
suas competências pode criar um cargo através da lei.
A transformação ocorre quando há modificação ou alteração na natureza do cargo de forma
que, ao mesmo tempo que o cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há
o aproveitamento de todos os servidores quando o novo cargo tiver o mesmo nível e atribuições
compatíveis com o anterior. A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser
efetuada por meio de lei. O art. 84, VI, “b” da CF traz exceção ao atribuir competência para o
Presidente da República para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos
públicos quando vagos.

Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por
pessoas contratadas para desempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista e somente podem
ser criados por lei.

Função pública: é a atividade em si mesma, é a atribuição, as tarefas desenvolvidas pelos


servidores. São espécies:
a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e
destinadas ás atribuições de chefia, direção e assessoramento;
b) Funções exercidas por contratados por tempo determinado para atender a necessidade
temporária
de excepcional interesse público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada ente
federado.

Acumulação: em regra, o ordenamento jurídico brasileiro proíbe a acumulação remunerada de


cargos ou empregos públicos. Porém, a CF prevê um rol taxativo de casos excepcionais em que
a acumulação é permitida. Importantíssimo destacar que, em qualquer hipótese, a acumulação
só será permitida se houver compatibilidade de horários e observado o limite máximo de dois
cargos.
As hipóteses de acumulação constitucionalmente
autorizadas são: a) a de dois cargos de professor (art. 37,
XVI, a);
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico (art. 37, XVI, b);
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas
(art. 37, XVI, c);
d) de um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou função pública (art. 38, III);
e) a de um cargo de magistrado com outro no magistério (art. 95, parágrafo único, I);

23
MELLO. Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. Edição 29ª. 2012.

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f) a de um cargo de membro do Ministério Público com outro no magistério (art. 128, § 5º,
II, d).

Posse: é o ato pelo qual uma pessoa assume, de maneira efetiva, o exercício das funções para
que foi nomeada, designada ou eleita. O ato da posse determina a concordância e a vontade
do sujeito em entrar no exercício, além de cumprir a exigência regulamentar.

Exercício: é o momento em que o servidor dá início ao desempenho de suas atribuições de


trabalho. A data do efetivo exercício é considerada como o marco inicial para a produção de
todos os efeitos jurídicos da vida funcional do servidor público e ainda para o início do período
do estágio probatório, da contagem do tempo de contribuição para aposentadoria, período
aquisitivo para a percepção de férias e outras vantagens remuneratórias.

Cessão Funcional de Servidores: trata-se de ato autorizativo para o exercício de cargo em


comissão ou função de confiança, ou para atender situações previstas em leis específicas, em
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, sem alteração da lotação no órgão de origem.24
O servidor da Administração Pública Federal Direta, suas autarquias e fundações poderá ser
cedido a outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, abarcando as empresas públicas e sociedades de economia mista, seja para o
exercício de cargo em comissão ou função de confiança, podendo atender as situações que
tenham previsão em leis específicas (art. 93 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990).
Via de regra, a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios suscitará o ônus da remuneração ao órgão ou entidade cessionária. Já para os
outros casos, ou seja, para a cessão entre os órgãos ou entidades da Administração Pública
Federal será conservado o ônus do cedente.
Para se viabilizar a cessão deve-se notar a disponibilidade orçamentária da Administração
Pública.
Em nenhuma hipótese a cessão poderá ser considerada efetivação do servidor em órgão para
o qual está cedido, independente do tempo em que ele permanece no órgão. Ainda que o
servidor passe um grande tempo de sua vida funcional cedido, seu vínculo será sempre com
órgão de origem, de acordo com o Decreto 4.050/2001.

Investidura: é um ato complexo, exigindo, segundo Meirelles25, a manifestação de vontade de


mais de um órgão administrativo – a nomeação é feita pelo Chefe do Executivo; a posse e o
exercício são dados pelo Chefe da Repartição.
O art. 37, I, da CF dispõe que os brasileiros e estrangeiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei terão acesso aos cargos, aos empregos e às funções públicas.
Essa norma é de eficácia contida. Enquanto não há lei regulamentando, não é possível sua
aplicação. A Constituição Federal permitiu o amplo acesso aos cargos, aos empregos e às
funções públicas, porém, excepciona-se a relação trazida pelo § 3.º do art. 12 da CF, que define
os cargos privativos de brasileiros natos:

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:


I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
24
https://jus.com.br/artigos/21640/cessao-e-requisicao-de-servidor-publico-federal.
25
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005.

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V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa

O art. 37, inc. II, da CF estabelece que para a investidura em cargo ou emprego público é
necessário a aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego.
A exigência de concurso é válida apenas para os cargos de provimento efetivo – aqueles
preenchidos em caráter permanente.
Os cargos preenchidos em caráter temporário não precisam ser precedidos de concurso, pois a
situação excepcional e de temporariedade, que fundamenta sua necessidade, é incompatível
com a criação de um concurso público.
Para os cargos em comissão também não se exige concurso público (art.37, inc. V), desde que
as atribuições sejam de direção, chefia e assessoramento. Esses devem ser preenchidos nas
condições e nos percentuais mínimos previstos em lei.
Para as funções de confiança não se impõe o concurso público, no entanto a mesma norma
acima mencionada estabelece que tal função será exercida exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo.
Durante o prazo do concurso, o aprovado não tem direito adquirido à contratação. Há apenas
uma expectativa de direito em relação a esta.
O art. 37, inc. IV, apenas assegura ao aprovado o direito adquirido de não ser preterido por
novos concursados.

Efetividade, Estabilidade e Vitaliciedade

Efetividade: cargos efetivos são aqueles que se revestem de caráter de permanência,


constituindo a maioria absoluta dos cargos integrantes dos diversos quadros funcionais. Com
efeito, se o cargo não é vitalício ou em comissão, terá que ser necessariamente efetivo. Embora
em menor grau que nos cargos vitalícios, os cargos efetivos também proporcionam segurança
a seus titulares; a perda do cargo, segundo art. 41, §1º, da CF, só poderá ocorrer, depois que
adquirirem a estabilidade, se houver sentença judicial ou processo administrativo em que se
lhes faculte ampla defesa, e agora também em virtude de avaliação negativa de desempenho,
como introduzido pela EC nº 19/1998.26

Estabilidade: confere ao servidor público a efetiva permanência no serviço após TRÊS anos de
estágio probatório, após os quais só perderá o cargo se caracterizada uma das hipóteses
previstas no artigo 41, § 1º, ou artigo 169, ambos da CF.
Hipóteses:
a) em razão de sentença judicial com trânsito em julgado (art. 41, §1º, I, da CF);
b) por meio de processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla defesa (art. 41,
§ 1º, II,
da CF);
c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei
complementar,
assegurada ampla defesa (art. 41, § 1º, III, da CF);
d) em virtude de excesso de despesas com o pessoal ativo e inativo, desde que as medidas
previstas
no art. 169, § 3º, da CF, não surtam os efeitos esperados (art. 169, § 4º, da CF).

26
FILHO, José dos Santos de Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Editora Atlas. 27ª edição. 2014.

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- Estabilidade e estágio probatório


A estabilidade é a prerrogativa atribuída ao servidor que preencher os requisitos estabelecidos
na CF, que lhe garante a permanência no serviço.
O servidor estabilizado, que tiver seu cargo extinto, não estará fora da Administração Pública,
porque a CF lhe garante estabilidade no serviço e não no cargo. O servidor é colocado em
disponibilidade remunerada, seguindo o disposto no art. 41, § 3.º, da Constituição, com redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19 – a remuneração é proporcional ao tempo de serviço.
Antes da emenda, a remuneração era integral.
O servidor aprovado em concurso público de cargo regido pela lei 8112/90 e
consequentemente nomeado passará por um período de avaliação, terá o novo servidor que
comprovar no estágio probatório que tem aptidão para exercer as atividades daquele cargo
para o qual foi nomeado em tais fatores: a) Assiduidade;
b) Disciplina;
c) Capacidade de iniciativa;
d) Produtividade;
e) Responsabilidade.

ATENÇÃO: atualmente o prazo mencionado de 3 anos de efetivo exercício para o servidor


público (de forma geral), adquirir estabilidade é o que está previsto na Constituição, que foi
alterado após a Emenda nº 19/98. Embora, a Lei nº 8.112/90, no artigo 20 cite o prazo de 2
anos, para que o servidor adquira estabilidade devemos considerar que o correto é o texto
inserido na Constituição Federal.
Como não houve uma revogação expressa de tais normas elas permanecem nos textos legais,
mesmo que na prática não são aplicadas, pois ferem a CF (existe uma revogação tácita dessas
normas).
As cortes superiores consideraram os institutos do estágio probatório e da estabilidade
indissociáveis, não havendo sentido na existência de prazo distinto para os dois institutos,
concluindo que o art. 41 da CF é imediatamente aplicável, reafirmando que o prazo para
aquisição da estabilidade é de três anos, durante os quais o servidor encontra-se em estágio
probatório, mesmo diante da previsão do prazo de dois anos constante do art. 20 da Lei nº
8.112/90 (MS 12.523-DF, Rei. Min. Felix Fischer, j. em 22-4-09). No mesmo sentido, acórdão
do STF, n° AI 754802 ED-AgR/DF, rei. Min. Gilmar Mendes, j. 7-6-11.
Assim, a jurisprudência tem aplicado interpretação harmônica ao direito infraconstitucional
considerando o prazo comum de 3 (três) anos para a garantia da estabilidade nos termos
constitucionais, repercutindo no período de estágio probatório.
"EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PÚBLICO. ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO.
PRAZO COMUM DE TRÊS ANOS. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal assentou
entendimento no sentido de que “a Emenda Constitucional 19/1998, que alterou o art. 41 da
Constituição Federal, elevou para três anos o prazo para a aquisição da estabilidade no
serviço público e, por interpretação lógica, o prazo do estágio probatório” (STA 269, Rel. Min.
Gilmar Mendes). Precedentes. 2. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão
agravada. 3. Agravo regimental a que se nega provimento."

- Requisitos para adquirir


estabilidade: a) estágio
probatório de três anos;
b) nomeação em caráter efetivo;
c) aprovação em avaliação especial de desempenho.

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Vitaliciedade: Cargos vitalícios são aqueles que oferecem a maior garantia de permanência a
seus ocupantes. Somente através de processo judicial, como regra, podem os titulares perder
seus cargos (art. 95, I, CF). Desse modo, torna-se inviável a extinção do vínculo por exclusivo
processo administrativo (salvo no período inicial de dois anos até a aquisição da prerrogativa).
A vitaliciedade configura-se como verdadeira prerrogativa para os titulares dos cargos dessa
natureza e se justifica pela circunstância de que é necessária para tornar independente a
atuação desses agentes, sem que sejam sujeitos a pressões eventuais impostas por
determinados grupos de pessoas.27 Existem três cargos públicos vitalícios no Brasil:
- Magistrados (Art. 95, I, CF);
- Membros do Ministério Público (Art. 128, § 5º, I, “a”, CF); -
Membros dos Tribunais de Contas (Art. 73, §3º).

Por se tratar de prerrogativa de sede constitucional, em função da qual cabe ao Constituinte


aferir a natureza do cargo e da função para atribuí-la, não podem Constituições Estaduais e Leis
Orgânicas municipais, nem mesmo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com a garantia da
vitaliciedade. Consequentemente, apenas Emenda à Constituição Federal poderá fazê-lo.28

Questões

01. (TRT 8ª Região - Técnico Judiciário - CESPE/2016) No que diz respeito aos agentes públicos,
assinale a opção correta
(A) Permite-se que os gestores locais do Sistema Único de Saúde admitam agentes
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de contratação direta.
(B) Não se permite o acesso de estrangeiros não naturalizados a cargos, empregos e
funções públicas.
(C) O prazo de validade de qualquer concurso público é de dois anos, prorrogável por igual
período.
(D) As funções de confiança somente podem ser exercidas pelos servidores ocupantes de
cargo efetivo.
(E) Como os cargos em comissão destinam-se à atribuição de confiança, não há previsão
de percentual mínimo de preenchimento desses cargos por servidores efetivos.

02. (SUPEL/RO - Engenharia Civil - FUNCAB/2016) Os agentes públicos cujos cargos são
providos por nomeação política, sem concurso público, com atribuições de direção, chefia e
assessoramento e que são passíveis de exoneração imotivada são os:
(A) ocupantes de cargo comissionado.
(B) contratados temporários.
(C) empregados públicos.
(D) agentes honoríficos.
(E) agentes políticos.

03. (IBGE - Analista de Processos Administrativos - FGV/2016) Em matéria de regime jurídico


dos agentes públicos, especificamente quanto aos cargos em comissão e às funções de
confiança, a Constituição da República dispõe que:
(A) ambos são exercidos por cinquenta por cento de servidores de carreira e cinquenta por
cento de pessoas não concursadas com livre nomeação e exoneração;

27
FILHO, José dos Santos de Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Editora Atlas. 27ª edição. 2014.
28
FILHO, José dos Santos de Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Editora Atlas. 27ª edição. 2014.

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(B) ambos são exercidos exclusivamente por servidores de carreira e destinam-se apenas
às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
(C) os cargos em comissão são providos exclusivamente por pessoas não concursadas, com
livre nomeação e exoneração e para atribuições de direção, chefia e assessoramento;
(D) as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de
cargo efetivo; (E) os cargos em comissão são providos exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo.

04. (PGFN - Procurador da Fazenda Nacional - ESAF) Sobre os servidores públicos, assinale a
opção incorreta.
(A) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo.
(B) O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
complementar.
(C) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
(D) A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da
lei.
(E) A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público.

05. (Pref. de Cuiabá/MT - Agente da Saúde - FGV) Após aprovação em concurso público, o
servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo só adquire estabilidade depois do estágio
probatório, que corresponde a um período de:
(A) 24 meses.
(B) 30 meses.
(C) 36 meses.
(D) 42 meses.
(E) 48 meses.

06. (TRT/PR - Analista Judiciário - FCC) No que se refere às regras constitucionais aplicáveis à
Administração pública, é VEDADO
(A) promover a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos sempre na mesma
data. (B) contratar servidor ou pessoal por tempo determinado.
(C) exigir qualificação técnica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações, para contratar com o Poder Público.
(D) acumular dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde, caso haja
compatibilidade de horário.
(E) vincular ou equiparar espécie remuneratória para efeito de remuneração pessoal do
serviço público.

07. (Pref. de Caieiras/SP - Assistente Legislativo - VUNESP) A contratação por tempo


determinado (A) é admitida durante todo o período eleitoral.
(B) é admitida em todas as circunstâncias em que haja interesse público.
(C) depende da discricionariedade e vontade do administrador público.
(D) é admitida para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.
(E) não é admitida pela Constituição Federal.
08. (TC/DF - Técnico de Administração - CESPE) No que se refere aos agentes públicos e
aos dispositivos da Lei Complementar n.º 840/2011, julgue os seguintes itens.

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Em obediência ao princípio da soberania nacional, os estrangeiros somente poderão ocupar


funções públicas de caráter transitório e sem vínculo estatutário.
( ) Certo ( ) Errado

09. (SEPLAG/MG - Gestor de Transportes e Obras - IBFC) Caio, servidor público, foi eleito
para exercer o mandato eletivo de Vereador. Nessa hipótese, a Constituição da República
dispõe que Caio:
(A) Deverá ficar afastado de seu cargo, percebendo cumulativamente as vantagens de seu
cargo de servidor com a remuneração do cargo eletivo.
(B) Deverá perceber somente a remuneração do cargo de Vereador, pois não lhe é
permitido optar a remuneração que pretende receber, se houver incompatibilidade de
horários.
(C) Perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo,
desde que haja compatibilidade de horários.
(D) Será imediatamente afastado de seu cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração, independentemente da possibilidade de cumular o exercício das duas funções.

10. (DPE/MS - Defensor Público - VUNESP) Os cargos, empregos e funções públicas são
acessíveis
(A) aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei.
(B) aos brasileiros e aos estrangeiros, igualmente, nos termos específicos previstos nas leis
de cada ente federativo.
(C) aos brasileiros que preencham os requisitos previstos em lei, excluindo-se qualquer
forma de acesso por estrangeiros.
(D) aos brasileiros que preencham os requisitos legais e aos estrangeiros, se houver
reciprocidade em favor dos brasileiros no exterior.

11 (CEASA/CAMPINAS - Advogado - SHDIAS) Entre os princípios e regras constitucionais


aplicáveis aos servidores públicos, é CORRETO afirmar:
(A) Pela Constituição Federal, não há impedimento à Administração que, durante o prazo
de validade de um concurso de ingresso no serviço público, outro seja aberto, levado a efeito
e classificados os aprovados.
(B) Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos em lei e aos estrangeiros naturalizados, na forma da lei.
(C) O concurso restrito ou interno somente tem respaldo constitucional quando utilizado
para elevação de servidores na carreira ou para ascensão funcional, na forma da lei.
(D) A Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional 19/98 estipulou como
prazo de validade do concurso o prazo de dois anos, não podendo ser inferior a tal período.

12. (Câmara Municipal/RJ - Analista Legislativo – Pref. do Rio de Janeiro) O regime jurídico
funcional que visa disciplinar a categoria dos servidores temporários denomina- se:
(A) regime especial
(B) regime jurídico único
(C) regime jurídico híbrido
(D) regime trabalhista

13. (SC/CE - Analista de Desenvolvimento Urbano - FUNCAB) A respeito do regime jurídico dos
servidores públicos, é correto afirmar:

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(A) Os cargos em comissão, de ocupação transitória, são de livre nomeação e


exoneração.
(B) Somente podem ser contratados sob o regime estatutário.
(C) Seus litígios com a Administração Pública serão dirimidos pela Justiça do
Trabalho, tanto no caso de emprego, quanto no de cargo público.
(D) Os servidores temporários possuem vínculo trabalhista obrigatoriamente
disciplinado pela CLT. (E) Inexiste vedação ao chamado nepotismo cruzado.

14. (HEMOBRÁS - Analista de Gestão Administrativa - CESPE) Julgue os itens a seguir acerca
dos servidores públicos.

A criação, transformação ou extinção de cargos, empregos ou funções públicas é competência


do presidente da República, realizada por intermédio de decretos. ( ) Certo ( ) Errado

15. (FNDE - Técnico em Financiamento - CESPE) Com relação a agente público, cargo e emprego
público, julgue os itens subsequentes.

Como regra, a criação, a transformação e a extinção de cargos, empregos e funções públicas


somente podem ocorrer por lei.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.D / 02.A / 03.D / 04.B / 05.C / 06.E / 07.D / 08.Errado / 09.C / 10.A / 11.A / 12.A /
13.A /
14.Errado / 15.Certo
Comentários

01. Resposta: D
Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento.

02.
Resp
osta:
A
CF/88
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo

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ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão


declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento.

03. Resposta: D
Conhecidos popularmente como “cargos de confiança”, os cargos em comissão ou
comissionados estão reservados a atribuições de direção, chefia e assessoramento (art. 37, V,
da CF). Qualquer outra atribuição de função a comissionados – e que não envolva direção,
chefia ou assessoramento – deve ser considerada como inconstitucional.
Tais cargos são acessíveis sem concurso público, mas providos por nomeação política. De igual
modo, a exoneração é ad nutum, podendo os comissionados ser desligados do cargo
imotivadamente, sem necessidade de garantir contraditório, ampla defesa e direito ao devido
processo legal.

04. Resposta: B
Art. 37, CF. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

05. Resposta: C
Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público.
Muita atenção: Embora, a Lei nº 8.112/90, no artigo 20 cite o prazo de 24 meses para que o
servidor adquira estabilidade devemos considerar que o correto é o texto inserido na
Constituição Federal. Como não houve uma revogação expressa de tais normas elas
permanecem nos textos legais, mesmo que na prática não são aplicadas, pois ferem a CF (existe
uma revogação tácita dessas normas). A justificativa? Eis um prazo previsto na Constituição
Federal, nossa Lei Maior.

06. Resposta: E CF/88


Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito
de remuneração de pessoal do serviço público.

07. Resposta: D
Art. 37 da CF: IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

08. Resposta: Errado


Valendo-se do que está disciplinado no artigo 37, inciso I, da Constituição Federal, a questão de
fato está errada, Vejamos:
Art. 37, I, CF – Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

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I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;

09. Resposta: C
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de
mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu
cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-
lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá
as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo,
e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

10. Resposta: A
Art. 37 I, CF os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

11. Resposta: A
a) CORRETO. A CF não veda a realização de novo concurso, porém deve ser observado o
disposto no art. 37, IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
b) ERRADO. Art. 37, I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros,
na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) ERRADO.
d) ERRADO. Art. 37, III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
prorrogável
uma vez, por igual período.

12. Resposta: A
Hely Lopes Meirelles ensina que “os contratados por prazo determinado são os servidores
públicos submetidos ao regime jurídico administrativo especial da lei prevista no art. 37, IX, da
Carta Magna, bem como ao regime geral de previdência social.”

13. Resposta: A
Artigo 37, II CF - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

14. Resposta: Errado Constituição Federal


Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão
da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da
República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:

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a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou


aumento
de sua remuneração.

15. Resposta: Certo


Constituição Federal
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da
União, especialmente sobre:
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que
estabelece o art. 84, VI, b;

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CAPÍTULO VI - LEI COMPLEMENTAR N.º 053, DE 31 DE DEZEMBRO DE


2001

Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado de


Roraima e suas alterações

Dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Estado de Roraima e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE RORAIMA, no uso de suas atribuições legais, faço saber que a
Assembleia Legislativa aprovou e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei Complementar institui o regime jurídico dos servidores públicos civis do Estado
de Roraima, excetuadas as categorias que, por disposição constitucional, são regidas por regime
próprio.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, servidor é a pessoa legalmente investida em
cargo público.

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura


organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos e funções públicas são acessíveis a todos os brasileiros e aos
estrangeiros, na forma da lei, que preencham os requisitos estabelecidos na legislação
pertinente, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres
públicos, para provimento efetivo ou em comissão.
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

TÍTULO II
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 5º A investidura em cargo público depende de aprovação prévia em concurso público de


provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.

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§ 1º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


- a nacionalidade brasileira ou estrangeira, na forma da lei;
- o gozo dos direitos políticos;
- a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
- o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito
anos; VI - aptidão física e mental.
§ 2º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos
em lei.
§ 3º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
público para provimento de cargos cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de
que são portadoras; assegurando-lhes 10% (dez por cento) das vagas oferecidas no concurso.

Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de
cada Poder.

Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:


- nomeação;
- promoção;
- readaptação;
- reversão;
- aproveitamento; VI - reintegração; e VII - recondução.

SEÇÃO II
Da Nomeação

Art. 9º A nomeação far-se-á:


I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou
de carreira; II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de
confiança vagos.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser
nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um
deles durante o período da interinidade.

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem
de classificação e o prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para ingresso e o desenvolvimento do servidor na
carreira, mediante promoção, serão estabelecidos em lei específica e seus regulamentos.

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SEÇÃO III
Do Concurso Público

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas
etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira,
condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando
indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente
previstas.

Art. 12. O concurso público terá validade de até dois anos, podendo ser prorrogado, dentro
deste prazo, uma única vez, por igual período, a critério da administração.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital,
que será publicado no Diário Oficial do Estado e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir o cargo na carreira.

SEÇÃO IV
Da Posse e do Exercício

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não
poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício
previstos em lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.
§ 2º Quando se tratar de servidor em gozo de licença ou afastado legalmente, o prazo será
contado a partir do término do impedimento.
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função
pública.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no
§ 1º deste artigo.

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto, física e mentalmente,
para o exercício do cargo.

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Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de
confiança.
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício,
contados da data da posse.
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação
para função de confiança, se não entrar em exercício no prazo previsto neste art., observado o
disposto no art. 18 desta Lei.
§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou designado o
servidor compete dar-lhe exercício.
§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de
designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo
legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não
poderá exceder a trinta dias da publicação.

Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no


assentamento individual do servidor.
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os
elementos necessários ao seu assentamento individual.

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo
posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido,
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá dez dias de prazo, contados da
publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído
nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o
prazo a que se refere este art. será contado a partir do término do impedimento.

Art. 19. O servidor cumprirá jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes
ao respectivo cargo, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e
observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente.
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral
dedicação ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração.
§ 2º O disposto neste art. não se aplica à duração de trabalho estabelecida em leis especiais.

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará
sujeito a estágio probatório por período de três anos, durante o qual a sua aptidão e capacidade
serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores: I -
assiduidade;

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- disciplina;
- capacidade de iniciativa; IV - produtividade;
V - responsabilidade.
§ 1º Quatro meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetido à
homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada de
acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento do sistema de carreira, sem prejuízo da
continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V deste artigo.
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido
ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 26.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em
comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação,
mas somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de natureza
especial e cargos de provimento em comissão.
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os
afastamentos previstos nos arts. 78, incisos I a IV, 88 e 89, bem assim afastamento para
participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na
administração pública estadual.
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos
nos arts.
80; 81, § 1º; e 83, e será retomado a partir do término do impedimento.

SEÇÃO V
Da Estabilidade

Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento


efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar três anos de efetivo exercício e
aprovação em avaliação de desempenho.

Art. 22. O servidor público estável só perderá o cargo:


- em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
- mediante processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa;
- mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei
complementar federal, assegurada ampla defesa.

SEÇÃO VI
Da Readaptação

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Art. 23. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades


compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada
em inspeção médica oficial.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação
exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de
cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

SEÇÃO VII
Da Reversão

Art. 24. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da
aposentadoria; ou II - no interesse da administração, desde que: a) tenha solicitado a
reversão;
a aposentadoria tenha sido voluntária;
estável quando na atividade;
a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; e) haja cargo vago.
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da
aposentadoria.
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições
como excedente, até a ocorrência de vaga.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em
substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltou a exercer,
inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.
§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base nas
regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.

SEÇÃO VIII
Da Reintegração

Art. 25. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado,


ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o
disposto nos arts. 27 e 28.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito a indenização ou aproveitamento em outro cargo, ou, ainda, posto em
disponibilidade.

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SEÇÃO IX
Da Recondução

Art. 26. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e


decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração
do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em
outro, observado o disposto no art. 27.

SEÇÃO X
Da Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 27. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade, far-se-á mediante


aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
anteriormente ocupado.

Art. 28. A Secretaria de Estado da Administração, através do Departamento de Pessoal,


determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a
ocorrer nos órgãos ou entidades da administração pública estadual.

Art. 29. O servidor estável colocado em disponibilidade terá sua remuneração proporcional ao
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Art. 30. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor
não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

CAPÍTULO II
DA VACÂNCIA

Art. 31. A vacância do cargo público decorrerá de:


- exoneração;
- demissão;
- promoção;
- readaptação;
- aposentadoria;
- posse em outro cargo inacumulável; VII - falecimento.

Art. 32. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.


Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
- quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
- quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.

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Art. 33. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confiança


dar-se-á: I - a juízo da autoridade competente; II - a pedido do próprio servidor.

CAPÍTULO III
DA REMOÇÃO

Art. 34. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo


quadro, com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste art., entende-se por modalidades de remoção:
- de ofício, no interesse da Administração;
- a pedido, a critério da Administração;
- a pedido, para outra localidade, independente do interesse da Administração:
para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, que foi
deslocado no interesse da Administração;
por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas
expensas
e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados
for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou
entidade em que aqueles estejam lotados.

CAPÍTULO IV
DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 35. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de


cargo de natureza especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de
omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o
exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de natureza especial, nos afastamentos,
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que
deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia
ou de cargo de natureza especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular
superiores a quinze dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição.

Art. 36. O disposto no art. anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas
organizadas em nível de assessoria.

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TÍTULO III
DOS DIREITOS E VANTAGENS
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO

Art. 37. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor
fixado em lei.
Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de vencimento, importância inferior ao
salário mínimo.

Art. 38. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
permanentes estabelecidas em lei.
§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comissão será paga na forma
prevista no art. 58.
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa de sua lotação
receberá a remuneração de acordo com o estabelecido em lei específica.
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é
irredutível.

Art. 39. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração,


importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a
qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Deputados Estaduais, Governador do
Estado e Desembargadores.
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as seguintes gratificações e adicionais:
- gratificação natalina;
- adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
- adicional pela prestação de serviços extraordinários; IV - adicional noturno;
V - adicional de férias.

Art. 40. O servidor perderá:


- a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;
- a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas,
ressalvadas as concessões de que trata o art. 90, e saídas antecipadas, salvo na hipótese da
compensação de horário, até o mês subsequente as de ocorrência, a ser estabelecida pela
chefia imediata.
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão
ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo
exercício.

Art. 41. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a
remuneração ou provento.

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Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de


pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na
forma definida em regulamento.

Art. 42. As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor e


descontadas em parcelas mensais em valores atualizados.
§ 1º A indenização será feita em parcelas cujo valor não exceda dez por cento da remuneração
ou provento.
§ 2º A reposição será feita em parcelas cujo valor não exceda vinte e cinco por cento da
remuneração ou provento.
§ 3º A reposição será feita em uma única parcela quando constatado pagamento indevido no
mês anterior ao do processamento da folha.

Art. 43. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua
aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida
ativa estadual.

Art. 44. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou
penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultantes de decisão judicial.

CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS

Art. 45. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes


vantagens: I - indenizações; II - gratificações; III - adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento nos casos e
condições indicados em lei.

Art. 46. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de
concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou
idêntico fundamento.

SEÇÃO I
Das Indenizações

Art. 47. Constituem indenizações ao servidor:


- ajuda de custo;
- diárias; III - transporte.

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IV – Indenização por plantão extra. (Incluído pela Lei Complementar Estadual n.º 100, de 28 de
março de 2006).

Art. 48. Os valores das indenizações, assim como as condições para a sua concessão serão
estabelecidos em regulamento.

SUBSEÇÃO I
Da Ajuda de Custo

Art. 49. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no
interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter
permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o
cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na
mesma sede.
§ 1º Correm por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de sua família,
compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados ajuda de custo e transporte
para a localidade de origem, dentro do prazo de seis meses, contado do óbito.

Art. 50. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser
em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a três meses.

Art. 51. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo,
em virtude de mandato eletivo.

Art. 52. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor do Estado, for nomeado
para cargo em comissão, com mudança de domicílio.
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 87, ajuda de custo será paga pelo
órgão cessionário, quando cabível.

Art. 53. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não
se apresentar na nova sede no prazo de dez dias.

SUBSEÇÃO II
Das Diárias

Art. 54. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para
outro ponto do território nacional ou para o exterior fará jus a passagens e diárias destinadas a
indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção
urbana, conforme dispuser em regulamento.

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§ 1º As diárias serão concedidas por dia de afastamento, sendo devidas pela metade quando o
deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando o Estado custear, por meio diverso,
as despesas extraordinárias cobertas por diárias.
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o
servidor não fará jus a diárias.
§ 3º As diárias deverão ser pagas antes do deslocamento do servidor que fizer jus, na forma do
regulamento;
§ 4º Os valores das diárias poderão ser revisados anualmente.

Art. 55. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica
obrigado restituí-las integralmente, no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto
para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.

SUBSEÇÃO III
Indenização de Transporte

Art. 56. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a
utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das
atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

SUBSEÇÃO IV
Indenização por plantão extra.
(Incluído pela Lei Complementar Estadual n.º 100, de 28 de março de 2006)

Art. 56-A. Conceder-se-á indenização por plantão extra ao servidor que laborar em regime de
plantão, sempre que por força da necessidade do serviço, devidamente justificada, o excesso
de jornada não possa ser compensado com a concessão de folga compensatória, conforme se
dispuser em regulamento. (Incluído pela Lei Complementar Estadual n.º 100, de 28 de março
de 2006).

SEÇÃO II
Das Gratificações e Adicionais

Art. 57. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores
as seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e
assessoramento; II - gratificação natalina;
- adicional de férias;
- adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas; V -
adicional pela prestação de serviço extraordinário; VI - adicional noturno.

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SUBSEÇÃO I
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia ou
Assessoramento

Art. 58. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de natureza especial é devida
retribuição pelo seu exercício.
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em comissão de que
trata o inciso II do art. 9º.

SUBSEÇÃO II
Gratificação Natalina

Art. 59. A gratificação natalina corresponde a um doze avos da remuneração a que o servidor
fizer jus no mês de dezembro, por mês de efetivo exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a quinze dias será considerada como mês
integral.

Art. 60. O Poder Público Estadual poderá antecipar o pagamento de cinquenta por cento da
gratificação natalina ao servidor, sendo o percentual restante pago até a data fixada no art. 61.

Art. 61. A gratificação natalina será paga até o dia vinte do mês de dezembro de cada ano.

Art. 62. O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá sua gratificação
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da
exoneração.

Art. 63. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem
pecuniária.

SUBSEÇÃO III
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas

Art. 64. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato
permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional
sobre o vencimento do cargo efetivo.

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§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar
por um deles.
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das
condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 65. O adicional de insalubridade corresponde aos percentuais de cinco por cento, dez por
cento e vinte por cento, de acordo com os graus mínimo, médio e máximo estabelecidos no
laudo médico- pericial, expedido por profissionais habilitados no Ministério do Trabalho e
Emprego.

Art. 66. O adicional de periculosidade corresponde ao percentual de dez por cento, calculado
sobre o vencimento do cargo efetivo.

Art. 67. Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais


considerados penosos, insalubres ou perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a
lactação, das operações e locais previstos neste art., exercendo suas atividades em local salubre
e em serviço não penoso e não perigoso.

Art. 68. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e de


periculosidade, serão observadas as situações estabelecidas em legislação específica.

Art. 69. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substâncias radioativas
serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não
ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este art. serão submetidos a exames médicos a
cada seis meses.

SUBSEÇÃO IV
Do Adicional por Serviço Extraordinário

Art. 70. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de cinquenta por cento em
relação à hora normal de trabalho.

Art. 71. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e
temporárias, respeitando o limite máximo de duas horas por jornada.

SUBSEÇÃO V
Do Adicional Noturno

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Art. 72. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre vinte e duas horas de um
dia e cinco horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de vinte e cinco por cento,
computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este art.
incidirá sobre a remuneração prevista no art. 70.

SUBSEÇÃO VI
Do Adicional de Férias

Art. 73. Independente de solicitação será pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional
correspondente a um terço da remuneração do período das férias.
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento,
ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional
de que trata este artigo.

CAPÍTULO III
DAS FÉRIAS

Art. 74. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de
dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja
legislação específica.
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos doze meses de efetivo
exercício.
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo
servidor, e no interesse da administração pública.

Art. 75. O pagamento da remuneração das férias será efetuada até dois dias antes do início do
respectivo período, observando-se o disposto no § 1º deste artigo.
§ 1º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização relativa ao
período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês
de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias.
§ 2º A indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for publicado o
ato exoneratório.
§ 3º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional previsto no inciso XVII do
art. 7º da Constituição Federal quando da utilização do primeiro período.

Art. 76. O servidor que opera de forma direta e permanente com Raios X ou substâncias
radioativas gozará vinte dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional,
proibida, em qualquer hipótese, a acumulação.

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Art. 77. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública,
comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do
serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.
Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez, tão logo cesse
o impedimento.

CAPÍTULO IV
DAS LICENÇAS
SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 78. Conceder-se-á licença ao servidor:


- por motivo de doença em pessoa da família;
- por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
- para o serviço militar;
- para a atividade política;
- para capacitação;
- para tratar de interesses particulares;
- para desempenho de mandato classista.
§ 1º A licença prevista no inciso I será precedida de exame por médico ou junta médica
oficial.
§ 2º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período de licença prevista no
inciso I deste artigo.

Art. 79. A licença concedida dentro de sessenta dias do término de outra da mesma espécie
será considerada como prorrogação.

SEÇÃO II
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 80. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou
companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva
às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por junta
médica oficial.
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não
puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de
horário, na forma do disposto no inciso II do art. 40.
§2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada
período de doze meses nas seguintes condições: (Redação dada pela Lei Complementar
Estadual n.º 212, de 24 de julho de 2013).
– por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor;
(Redação dada pela Lei Complementar Estadual n.º 212, de 24 de julho de 2013).

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– por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. (Redação dada pela Lei
Complementar Estadual n.º 212, de 24 de julho de 2013).
§3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da
primeira licença concedida. (Redação dada pela Lei Complementar Estadual n.º 212, de 24 de
julho de 2013).
§4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas
prorrogações concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no
§3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do §2°. (Incluído pela Lei
Complementar Estadual n.º 212, de 24 de julho de 2013).

SEÇÃO III
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 81. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro
que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício
de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
§ 1º A licença será sem remuneração e terá a duração do afastamento do cônjuge ou
companheiro.
§ 2º A licença será concedida mediante requerimento do servidor, devidamente instruído,
devendo ser renovado a cada dois anos.
§ 3º O período de licença de que trata este artigo não será computável como tempo de serviço
para qualquer efeito.

SEÇÃO IV
Da Licença para Serviço Militar

Art. 82. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença na forma e
condições previstas na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até quinze dias, sem remuneração,
para reassumir o exercício do cargo.

SEÇÃO V
Da Licença para Atividade Política

Art. 83. O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da
legislação eleitoral vigente.

SEÇÃO VI
Da Licença para Capacitação

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Art. 84. Após cada quinquênio de exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração,
afastarse do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para
participar de curso de capacitação profissional.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.

SEÇÃO VII
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 85. A critério da Administração, poderá ser concedida ao servidor ocupante de cargo
efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licença para o trato de assuntos
particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou
no interesse do serviço.

SEÇÃO VIII
Da Licença para Desempenho de Mandato Classista

Art. 86. É assegurado ao servidor o direito à licença, com remuneração, para o desempenho de
mandato em confederação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo
de categoria ou entidade fiscalizadora de profissão, observado o disposto na alínea “c” do inciso
VII do art. 95 desta Lei, conforme disposto em regulamento. (Redação dada pela Lei
Complementar Estadual n.º 246, de 30 de junho de 2016).
Parágrafo Único: o afastamento para exercício de mandato sindical obedecerá ao limite de:
(Redação dada pela Lei Complementar Estadual n.º 246, de 30 de junho de 2016).
– 01 (um) dirigente em entidades com até duzentos associados; (Redação dada pela Lei
Complementar Estadual n.º 246, de 30 de junho de 2016).
– 02 (dois) dirigentes para entidades com mais de duzentos e até quatrocentos associados;
(Redação dada pela Lei Complementar Estadual n.º 246, de 30 de junho de 2016).
– 03 (três) dirigentes para entidades com mais de quatrocentos e até seiscentos associados;
(Redação dada pela Lei Complementar Estadual n.º 246, de 30 de junho de 2016).
– 04 (quatro) dirigentes para entidades com mais de seiscentos e até oitocentos associados;
e (Redação dada pela Lei Complementar Estadual n.º 246, de 30 de junho de 2016).
– 05 (cinco) dirigentes, caso a entidade exceda 800 associados. (Redação dada pela Lei
Complementar Estadual n.º 246, de 30 de junho de 2016).

CAPÍTULO V
DOS AFASTAMENTOS
SEÇÃO I
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade

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Art. 87. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade, nas
seguintes hipóteses:
I - para exercício de cargo em comissão ou função de
confiança; II - em casos previstos em leis específicas.
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades, o ônus da remuneração
será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos.
§ 2º A cessão far-se-á mediante portaria publicada no Diário Oficial do Estado.
§ 3º Aplica-se ao Estado, em se tratando de servidor por ele requisitado, as regras previstas no
§ 1º deste art., conforme dispuser o regulamento, exceto quando se tratar de empresas
públicas ou sociedade de economia mista, que recebem recursos financeiros do Tesouro
Estadual, para custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal.
SEÇÃO II
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 88. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
- tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
- investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
- investido no mandato de Vereador:
havendo compatibilidade de horário perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou
função, sem
prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela sua
remuneração.
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se
em exercício estivesse.
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou
redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

SEÇÃO III
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 89. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem
autorização do Governador do Estado, Presidente dos órgãos do Poder Legislativo, Judiciário e
Tribunal de Contas do Estado.
§ 1º A ausência não excederá a quatro anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido
igual período, será permitida nova ausência.

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§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste art. não será concedida exoneração ou licença
para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento,
ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.
§ 3º As hipóteses, condições e formas para autorização de que trata este art., inclusive no que
se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento.

CAPÍTULO VI
DAS CONCESSÕES

Art. 90. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:


I - por um dia, para doação de
sangue; II - por dois dias, para
se alistar como eleitor; III -
por oito dias consecutivos
em razão de: a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados,
menor sob
guarda ou tutela e irmãos.

Art. 91. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a
incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
§ 1º Para efeito do disposto neste art., será exigida a compensação de horário no órgão ou
entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.
§ 2º Também será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando
comprovada a necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de
horário.
§ 3º As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho
ou dependente portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de
horário na forma do inciso II do art. 40.
§ 4º para ter horário compatível com o trabalho necessita o servidor estar regularmente
matriculado e, após a definição do calendário de aulas, apresentá-lo à chefia para que a mesma
possibilite seu remanejamento para turno de trabalho diverso daquele das aulas;
§ 5º O disposto no “caput” deste artigo aplica-se aos Servidores que estejam cursando estágio
prático obrigatório no curso de graduação ou residência médica.
§ 6º O Poder Público concederá dispensa do trabalho para o servidor que esteja regularmente
frequentando residência médica ou curso de pós graduação, por período não superior a dois
anos podendo ser prorrogado conforme o tempo exigido pela especialização;

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§ 7º Caso o servidor tenha completado os estudos e venha a se desligar do quadro de pessoal


do Estado, antes do período fixado no parágrafo anterior, ressarcirá os cofres públicos com
valores atualizados e em quantidades de parcelas iguais ao período restante.

Art. 92. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administração é assegurada,
na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino
congênere, em qualquer época, independentemente de vaga, observado o disposto no § 2º
deste artigo.
§ 1º O disposto neste art. estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos ou enteados do
servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização
judicial.
§ 2º Os Servidores Públicos regularmente matriculados em curso superior na capital não
poderão ser transferidos ou lotados em unidades administrativas localizadas no interior do
Estado enquanto permanecerem cursando, salvo se a transferência ocorrer a pedido.

CAPÍTULO VII
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 93. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o prestado
às Forças Armadas.

Art. 94. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos,
considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

Art. 95. Além das ausências ao serviço previstas no art. 90, são considerados como de efetivo
exercício os afastamentos em virtude de:
- férias;
- exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade da União, dos
Estados, Municípios e Distrito Federal;
- participação em programa de treinamento regulamente instituído, conforme dispuser o
regulamento;
- desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal,
exceto para promoção por merecimento;
- júri e outros serviços obrigatórios por lei;
- missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o
regulamento; VII - licença:
à gestante, à adotante e à paternidade;
para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses cumulativos ao longo
do
tempo de serviço público prestado ao Estado, em cargo de provimento efetivo;
para o desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por
merecimento;
por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;

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para capacitação, conforme dispuser em regulamento;


por convocação para o serviço militar;
- deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
- participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no país ou no exterior, conforme disposto em lei
específica.

Art. 96. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:


- o tempo de serviço público prestado à União, aos Estados, Municípios e Distrito Federal;
- a licença para tratamento de saúde de pessoas da família do servidor, com
remuneração;
- a licença para atividades política, no caso do art. 83;
- o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público estadual;
- o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;
- o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
- o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que se
refere à alínea
“b” do inciso VII do art. 95.

§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova
aposentadoria.
§ 2º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em
mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito
Federal e Municípios, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa
pública.

CAPÍTULO VIII
DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 97. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de
direito ou interesse legítimo.

Art. 98. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado
por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 99. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido
a primeira decisão, não podendo ser renovado.
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos
anteriores deverão ser despachados no prazo de cinco dias e decididos dentro de trinta dias.

Art. 100. Caberão recursos:


- do indeferimento do pedido de reconsideração;

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- das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos


§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou
proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente
subordinado o requerente.

Art. 101. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de trinta dias,
a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

Art. 102. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a pedido da autoridade
competente.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou de recurso, os efeitos
da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 103. O direito de requerer prescreve:


- em cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de
trabalho;
- em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data de publicação do ato impugnado
ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

Art. 104. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a


prescrição.

Art. 105. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.

Art. 106. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento,
na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 107. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivado de
ilegalidade.

Art. 108. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de
força maior.

TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DOS DEVERES

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Art. 109. São deveres fundamentais do servidor:


- ser assíduo e pontual ao serviço;
- tratar com urbanidade as pessoas;
- exercer com zelo e dedicação as atribuições legais e regulamentares inerentes ao cargo ou
função; IV - ser leal às instituições a que servir;
- observar as normas legais e regulamentares;
- cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; VII -
manter conduta compatível com a moralidade administrativa; VIII - atender
com presteza:
ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por
sigilo;
à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações
de
interesse pessoal;
às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
- levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver
conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo;
- zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimônio
público; XI - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder; XII - guardar sigilo
sobre assunto da repartição.
§ 1º A representação de que trata o inciso XI será encaminhada pela via hierárquica e apreciada
pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando
ampla defesa.
§ 2º Será considerado como co-autor o superior hierárquico que, recebendo denúncia ou
representação a respeito de irregularidade no serviço ou de falta cometida por servidor seu
subordinado, deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração.

CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES

Art. 110. Ao servidor é proibido:


- ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
- retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento ou objeto
da repartição;
- recusar fé a documentos públicos;
- opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de
serviço;
- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
- coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional, sindical
ou a partido político;
- recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado;

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- exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das definidas em lei
ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encargos de chefia e as
comissões legais;
- celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o
Estado, por si ou como representante de outrem;
- manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro
ou parente até o segundo grau civil;
- valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública;
- participar da gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, salvo a
participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que o
Estado detenha, direta ou indiretamente, participação do capital social, sendo-lhe vedado
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
- atuar como procurador ou intermediário, junto à repartições públicas, salvo quando se
trata de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de
cônjuge ou companheiro;
- receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições;
- aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
- praticar usura sob qualquer de suas formas;
- proceder de forma desidiosa;
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares
ou políticas;
- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações
de emergência e transitórias;
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função
e com o horário de trabalho.

CAPÍTULO III
DA ACUMULAÇÃO

Art. 111. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, excetuadas as hipóteses


previstas em dispositivos constitucionais.
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias,
empresas e fundações públicas, sociedades de economia mista mantidas pelo Poder Público
Estadual.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da
compatibilidade de horários.
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento do cargo efetivo com
proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem
acumuláveis na atividade.

Art. 112. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto
no parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação
coletiva.

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Parágrafo único. O disposto neste art. não se aplica à remuneração devida pela participação em
conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista,
suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que o Estado
direta ou indiretamente detenha participação no capital social, observado o que, a respeito,
dispuser legislação específica.

Art. 113. O servidor vinculado ao regime desta lei, que acumular licitamente dois cargos
efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os
cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o
exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades
envolvidas.

CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 114. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições.

Art. 115. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma
prevista no art. 42, na falta de outros bens que assegurem a execução do debito pela via judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda
Estadual, em ação regressiva.
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até
o limite do valor da herança recebida.

Art. 116. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor,


nessa qualidade.

Art. 117. A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no


desempenho do cargo ou função.

Art. 118. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes
entre si.

Art. 119. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição


criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

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CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES

Art. 120. São penalidades disciplinares:


- advertência;
- suspensão;
- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
- destituição de cargo em comissão; V - destituição de função comissionada; VI - demissão.

Art. 121. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes funcionais.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e
a causa da sanção disciplinar.

Art. 122. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante
do art. 110, incisos I a VIII e XI, e de inobservância de dever funcional previsto em lei,
regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.

Art. 123. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência
e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita à penalidade de
demissão, não podendo exceder de noventa dias.
§ 1º Será punido com suspensão de até quinze dias o servidor que, injustificadamente, recusar-
se a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os
efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de cinquenta por cento por dia de vencimento ou remuneração,
ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Art. 124. Os registros funcionais de multa serão automaticamente cancelados após cinco anos,
desde que neste período o servidor não tenha praticado nenhuma nova infração.
Parágrafo único. O cancelamento do registro na forma deste art. não gerará nenhum direito
para fins de concessão ou revisão de vantagens.

Art. 125. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após
o decurso de três e cinco anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver,
nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

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Art. 126. A demissão será aplicada nos seguintes casos:


- crime contra a administração pública;
- abandono do cargo;
- inassiduidade habitual;
- improbidade administrativa;
- incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
- insubordinação grave em serviço;
- ofensa física, em serviço a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de
outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
- revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
- lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; XI -
corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas; XIII - transgressão dos incisos XII a XIX do art.
110.

Art. 127. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas, a autoridade a que se refere o art. 137 notificará o servidor, por intermédio de sua
chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data
da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para sua apuração e
regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes
fases:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois
servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão
objeto da apuração; II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; III -
julgamento.
§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor,
e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de
acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação das datas de ingresso do horário de
trabalho e do correspondente regime jurídico.
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de
indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem
como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia
imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-lhe vista do
processo na repartição, observado o disposto nos arts. 157 e 158.
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à
responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a
licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo
à autoridade instauradora, para julgamento.
§ 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora
proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3º do art. 161.
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé,
hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.

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§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão,


destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos
ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades
de vinculação serão comunicados.
§ 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário
não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
admitidos a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.
§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste art., observando-se, no que lhe
for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.

Art. 128. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado,
na atividade, falta punível com a demissão.

Art. 129. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este art., a exoneração efetuada nos
termos do art. 33 será convertida em destituição de cargo em comissão.

Art. 130. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e
XI do art. 126, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo
da ação penal cabível.

Art. 131. A demissão ou a destituição de cargo em comissão por infringência do art. 110, incisos
XII e XIV, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público estadual, pelo
prazo de cinco anos.
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público estadual o servidor que for demitido
ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 126, incisos I, IV, VIII, X e XI.

Art. 132. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais
de trinta dias consecutivos.

Art. 133. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada, por
sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.

Art. 134. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será adotado
o procedimento sumário a que se refere o art. 127, observando-se especialmente que:
I - a indicação da materialidade dar-se-á:
na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência
intencional do
servidor ao serviço superior a trinta dias;

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no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa
justificada,
por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze
meses.
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência
ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o
respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a
intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à
autoridade instauradora para julgamento.

Art. 135. As penalidade disciplinares serão aplicadas:


- pelo Governador do Estado, Presidente do Poder Legislativo e dos Tribunais Estaduais,
quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
- pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas
mencionadas no inciso anterior, quando se tratar de suspensão superior a trinta dias;
- pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou
regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até trinta dias;
- pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo
em comissão.

Art. 136. A ação disciplinar prescreverá:


- em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
- em dois anos, quanto à suspensão;
- em cento e oitenta dias, quanto à advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares
capituladas também como crime.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição,
até a decisão final proferida por autoridade competente.
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia que cessar a
interrupção.

TÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 137. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a
promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

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§ 1º Compete ao Departamento de Pessoal da Secretaria de Estado da Administração


supervisionar e fiscalizar o cumprimento do disposto neste artigo.
§ 2º Constatada a omissão no cumprimento da obrigação a que se refere o caput deste art., o
titular do Departamento de Pessoal da Secretaria de Estado de Administração designará a
comissão de que trata o art. 143.
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a que se refere, poderá ser
promovida por autoridade de órgão ou entidade, diverso daquele em que tenha ocorrido a
irregularidade, mediante competência específica para tal finalidade, delegada em caráter
permanente ou temporário pelo Governo do Estado, pelos presidentes da Assembleia
Legislativa e dos Tribunais Estaduais, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade,
preservadas as competências para o julgamento que se seguir à apuração.

Art. 138. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham
a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a
autenticidade.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito
penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

Art. 139. Da sindicância poderá resultar:


- arquivamento do processo;
- aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até trinta dias; III -
instauração de processo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá trinta dias, podendo ser
prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

Art. 140. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de
suspensão por mais de trinta dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

CAPÍTULO II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 141. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da
irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, sem prejuízo da
remuneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão
os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

CAPÍTULO III
DO PROCESSO DISCIPLINAR

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Art. 142. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de


servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as
atribuições do cargo em que se encontre investido.

Art. 143. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores
estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3º do art. 137, que
indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou
de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
§ 1º A comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a
indicação recair em um de seus membros.
§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro
ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Art. 144. A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurado
o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração.
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.

Art. 145. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:


I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
comissão; II - inquérito administrativo, que compreende
instrução, defesa e relatório; III - julgamento.

Art. 146. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá sessenta dias, contados
da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual
prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, ficando
seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações
adotadas.

SEÇÃO I
Do Inquérito

Art. 147. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao


acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

Art. 148. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa
da instrução.
Parágrafo único. Na hipótese do relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada
como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério
Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

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Art. 149. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações,


investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando
necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

Art. 150. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por


intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e
formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes,
meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de
conhecimento especial de perito.

Art. 151. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo
presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexada aos
autos.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será
imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora
marcados para inquirição.

Art. 152. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à
testemunha trazê-lo por escrito.
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á acareação
entre os depoentes.

Art. 153. Concluída a inquirição das testemunhas a comissão promoverá o interrogatório do


acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 151 e 152.
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente e, sempre que
divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação
entre eles.

§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das


testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se lhe, porém,
reinquirilas, por intermédio do presidente da comissão.

Art. 154. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à
autoridade competente que ele seja submetido à exame por junta médica oficial, da qual
participe pelo menos um médico psiquiatra.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e apenso
ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

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Art. 155. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a
especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para
apresentar defesa escrita, no prazo de dez dias, assegurando sê-lhe vista do processo na
repartição.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de vinte dias.
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas
indispensáveis.
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa
contarse-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação,
com a assinatura de duas testemunhas.

Art. 156. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o lugar
onde poderá ser encontrado.

Art. 157. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado
no Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
conhecido, para apresentar defesa.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será quinze dias a partir da
última publicação do edital.

Art. 158. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no
prazo legal.
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a
defesa.
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um
servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Art. 159. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças
principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.
§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
servidor.
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou
regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

Art. 160. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que
determinou a sua instauração, para julgamento.

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SEÇÃO II
Do Julgamento

Art. 161. No prazo de vinte dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora
proferirá a sua decisão.
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo,
este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade
competente para a imposição da pena mais grave.
§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 135.
§ 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora do processo
determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.

Art. 162. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas
dos autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade
julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o
servidor de responsabilidade.

Art. 163. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração
do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e
ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo.
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
processo. § 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição
de que trata o art. 136, § 2º, será responsabilizada na forma do
Capítulo IV do Título IV.

Art. 164. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro
do fato nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 165. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será remetido
ao Ministério Público para instauração da ação penal, ficando transladado na repartição.

Art. 166. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou
aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade,
caso aplicada.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do art. 32, o ato
será convertido em demissão, se for o caso.

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Art. 167. Serão assegurados transporte e diárias:


- ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na
condição de testemunha, denunciado ou indiciado;
- aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede dos
trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

SEÇÃO III
Da Revisão do Processo

Art. 168. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do
punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da
família poderá requerer a revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo
curador.

Art. 169. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Art. 170. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a
revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.

Art. 171. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Secretário de Estado ou


autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do
órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a constituição de
comissão, na forma do art. 142.

Art. 172. A revisão correrá em apenso ao processo originário.


Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de provas e
inquirição das testemunhas que arrolar.

Art. 173. A comissão revisora terá sessenta dias para a conclusão dos trabalhos.

Art. 174. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e
procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.
Art. 175. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos termos do art.
135.
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de vinte dias, contados do recebimento do
processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.

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Art. 176. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada,
restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em
comissão, que será convertida em exoneração.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

TÍTULO VI
DOS BENEFÍCIOS SOCIAIS
CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 177. O Estado assegurará ao servidor e seus dependentes os direitos previdenciários


previstos na legislação específica.

Art. 178. O Estado concederá ao servidor e seus dependentes os seguintes benefícios


sociais: I - Quanto ao servidor: a) auxílio-natalidade;
licença para tratamento de saúde;
licença por acidente em serviço.
§ 1º O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou má fé implicará
devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 2º Quanto ao dependente: auxílio-funeral.
SEÇÃO I
Do Auxílio Natalidade

Art. 179. O auxílio natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em
quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público estadual, inclusive no caso de
natimorto.
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de cinquenta por centro, por
nascituro, a partir do segundo.
§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a parturiente não
for servidora.

SEÇÃO II
Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 180. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício,
com base em perícia médica.
§ 1º Até o décimo quinto dia de licença para tratamento de saúde, o servidor fará jus à
integralidade de sua remuneração, que lhe será paga pelo órgão ou entidade de sua vinculação.
§ 2º A partir do décimo sexto dia consecutivo, o servidor licenciado para tratamento de saúde
poderá fazer jus ao auxílio-doença correspondente à integralidade dos seus vencimentos, de
acordo com o previsto na legislação previdenciária estadual.

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Art. 181. Para licença até trinta dias, a inspeção será feita por médico do setor de assistência
do órgão de pessoal e, se prazo superior, por junta médica oficial.
§ 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou no
estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.
§ 2º Inexistindo o médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício
em caráter permanente o servidor, será aceito atestado passado por médico particular, ficando
os respectivos efeitos, porém, condicionados à sua homologação por médico ou junta oficial.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o atestado somente produzirá efeitos depois de
homologado pelo setor médico do respectivo órgão ou entidade.
§ 4º O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite de trinta dias de licença para
tratamento de saúde, consecutivo ou não, para a concessão de nova licença,
independentemente do prazo de sua duração, será submetido à inspeção por junta médica
oficial.
Art. 182. Findo o prazo da licença, o servidor será submetido à nova inspeção médica, que
concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.

Art. 183. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença,
salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou
qualquer das doenças contagiosas ou incuráveis.
Parágrafo único. Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a tuberculose ativa,
alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no
serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e
incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de
Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei
indicar, com base na medicina especializada.

Art. 184. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido
à inspeção médica.

SEÇÃO III
Da Licença por Acidentes em Serviço

Art. 185. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço,
aplicando-se o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 180.

Art. 186. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se
relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
- decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;
- sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

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Art. 187. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado poderá
ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial constitui medida de
exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em
instituição pública.

Art. 188. A prova do acidente será feita no prazo de dez dias, prorrogável quando as
circunstâncias o exigirem.

SEÇÃO IV
Do Auxílio Funeral

Art. 189. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado,


em valor equivalente a um mês de remuneração ou provento.
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do cargo de
maior remuneração.
§ 2º O auxílio será pago no prazo de quarenta e oito horas, por meio de procedimento
sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.

Art. 190. Se o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado, observado o disposto no
art. anterior.

Art. 191. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no
exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos do Estado, autarquia
ou fundação pública.

TÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 192. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de outubro.

Art. 193. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os
seguintes incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:
- prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que favoreçam o aumento
de produtividade e a redução dos custos operacionais;
- concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, condecoração e elogio.

Art. 194. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do
começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado para o primeiro dia útil seguinte o
prazo vencido em dia em que não haja expediente.

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Art. 195. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política o servidor não
poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional,
nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 196. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito à
livre associação sindical e os seguintes direitos entre outros, dela decorrentes:
de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;
de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o final do mandato, exceto se a
pedido;
de descontar em folha, sem ônus, para a entidade sindical a que for filiado, o valor das
mensalidades
e contribuições definidas em assembleia geral da categoria.

Art. 197. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que
vivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual.
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira, que comprove união estável como
entidade familiar.

Art. 198. Para os fins desta Lei, considera-se sede o Município onde a repartição estiver
instalada e onde o servidor tiver exercício, em caráter permanente.

Art. 199. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 200. Revogam-se as disposições em contrário e, em especial, as Leis Complementares nº


10, de 30 de dezembro de 1994; nº 016, de 19 de abril de 1996; nº 024, de 22 de abril de 1998;
e a Lei nº 206, de 15 de junho de 1998, ficando assegurados os direitos adquiridos na forma da
Lei.

Palácio Senador Hélio Campos, 31 de dezembro de 2001.

NEUDO RIBEIRO CAMPOS


Governador do Estado de Roraima

Questões

01. (SEJUC/RR – Agente Penitenciário – UERR) Acerca do Regime Jurídicos dos Servidores
Públicos Civis do Estado de Roraima, assinale a opção certa:
a aquisição da estabilidade pelo servidor ocupante de cargo comissionado pressupõe o
efetivo exercício por 3 (três) anos e a habilitação em estágio probatório;
O Regime Jurídico previsto na Lei Complementar 053/2001 aplica-se a todos servidores do
Estado de Roraima, inclusive aos militares;

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O servidor que não tomar posse no prazo legal será exonerado;


Caso o servidor não seja aprovado no estágio probatório deverá necessariamente ser
exonerado.
O servidor perderá o cargo efetivo se não for aprovado em procedimento de avaliação
periódica de desempenho, desde que assegurada a ampla defesa.

(TJ/RR – Médio – CESPE) Acerca de direitos, vantagens e regime disciplinar dos servidores
públicos civis do estado de Roraima, julgue os itens que se seguem.
As indenizações devidas ao erário por servidor público estadual serão descontadas em parcelas
mensais atualizadas e, diferentemente das reposições, não poderão exceder 10% da
remuneração ou dos proventos do servidor.
(....) Certo (....) Errado
(SEJUC/RR – Agente Penitenciário – UERR) Analise a seguinte situação hipotética: André foi
aprovado em concurso público para o cargo de Agente Penitenciário do Estado de Roraima,
tomou posse e, no prazo legal, entrou em exercício. Durante o estágio probatório, verificou-se
que André não era assíduo, o que foi apurado na avaliação final desse período. Considerando
esse quadro e à luz da Lei Complementar n° 053/01, marque a opção correta.
Ao final do estágio probatório, caso André não seja considerado aprovado, o mesmo deverá
ser demitido.
Se André fosse servidor estável da administração pública antes da posse no novo cargo, não
seria afastado do serviço público devido à reprovação no estágio probatório. Nesse caso, seria
reconduzido ao cargo que anteriormente ocupava.
O período de avaliação conhecido como estágio probatório dura, no máximo, quarenta e
oito meses.
Caso André sofresse alguma limitação física que impossibilitasse o exercício de suas funções,
poderia ser reintegrado.
André, durante o estágio probatório, poderá fazer jus à licença para tratar de assuntos
particulares.

04. (TJ/RR - Analista Judiciário - Área Judiciária – CESPE). Em relação às formas de provimento
de cargos públicos no estado de Roraima, assinale a opção correta.
(A) A posse implica efetivo desempenho das atribuições de cargo público ou de função de
confiança. (B) Não é possível a posse em cargo público, mediante procuração, ainda que
esta seja específica.
(C) O servidor que assumiu pela primeira vez um cargo público em decorrência de concurso
público, se (D) A readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental verificada em inspeção oficial.

05. (AL/RR - Analista de Sistemas – CETAP). Analisando o Regime Jurídico dos Servidores
Públicos Civis do Estado de Roraima, marque a alternativa que diferencie corretamente os
conceitos de Vencimento e Remuneração:
O Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado
em lei, enquanto que a Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

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A Remuneração é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado
em lei, enquanto que o Vencimento é a remuneração do cargo efetivo, acrescido das vantagens
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
O Vencimento é a remuneração pecuniária pelo exercício de função pública, com valor
fixado em portaria, enquanto que a Remuneração são as vantagens do cargo em comissão.
A Remuneração são as vantagens do cargo em comissão e o Vencimento é a retribuição
pecuniária pelo exercício de horas extras, com valor fixado em lei.
O Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado
em lei, enquanto que a Remuneração é possível ser reduzida, tendo em vista seu caráter
provisório.

06. (AL/RR - Técnico de Enfermagem – CETAP). Dentre os inúmeros direitos e deveres que
permeiam a vida do servidor público do Estado de Roraima, estão as seguintes determinações,
EXCETO:
O servidor perderá a remuneração do dia em que faltar ao serviço sem motivo justificado.
É dever fundamental do servidor representar contra a legalidade, omissão ou abuso de
poder.
Aos servidores e seus dependentes, será assegurado pelo Estado, os direitos previdenciários
previstos na legislação específica.
Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito à livre
associação sindical.
Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política o servidor não poderá
ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem
eximir-se do cumprimento de seus deveres.
Respostas

01. Resposta: E
Lei Complementar 53/2001

Art. 22. O servidor público estável só perderá o cargo:


( )
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei
complementar federal, assegurada ampla defesa.

02. Resposta: Certo


Lei Complementar 53/2001

Art. 42. As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor e


descontadas em parcelas mensais em valores atualizados.
§ 1º A indenização será feita em parcelas cujo valor não exceda dez por cento da remuneração
ou provento.

Resposta: B
Lei Complementar 53/2001

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Art. 26. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e


decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração
do anterior ocupante.

Resposta: D
Lei Complementar 53/2001

Art. 23. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades


compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada
em inspeção médica oficial.

Resposta: A
Lei Complementar 53/2001

Art. 37. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor
fixado em lei.
Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de vencimento, importância inferior ao
salário mínimo.
Art. 38. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
permanentes estabelecidas em lei.

Resposta: B
Lei Complementar 53/2001

Art. 109. São deveres fundamentais do servidor:


( )
XI - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

DIREITOS DO ADMINISTRADO29

O termo “administrado” é utilizado em diversos dispositivos da Lei do Processo Administrativo.


Porém, o emprego de tal nomenclatura vem caindo em desuso, isso porque transmite uma
impressão de que o particular é objeto da atuação da Administração, é simplesmente
“administrado” pelo Estado, e não um sujeito titular de direitos e deveres. Por isso, teria sido
mais apropriado falar em usuário ou cidadão, terminologias mais condizentes com o papel, que
os particulares exercem, de partícipes do processo decisório da Administração Pública
moderna.

29
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo/Alexandre Mazza. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014

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Compete ao administrado o acesso irrestrito aos processos administrativos, em que seja parte,
além da garantia de exercer o contraditório e a ampla defesa, quando se encontrar em processo
sancionatório.

Art. 5º, Constituição Federal: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

O acesso aos documentos públicos de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral será
excepcionado exclusivamente nos casos em que o sigilo seja temporariamente imprescindível
à segurança da sociedade e do Estado.

Entre os deveres, nos parece muito simples, porém é difícil de ser posto em prática:

- Direito ao respeito: os servidores públicos devem tratar seus respectivos companheiros e


demais pessoas com respeito, sob pena de responderem a processo disciplinar e serem
punidos.

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CAPÍTULO 7 - PODERES ADMINISTRATIVOS:


Poder vinculado; poder discricionário; poder hierárquico; poder
disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do
poder

Poderes da Administração Pública


O poder administrativo representa uma prerrogativa especial de direito público (conjunto de
normas que disciplina a atividade estatal) outorgada aos agentes do Estado, no qual o
administrador público para exercer suas funções necessita ser dotado de alguns poderes.
Esses poderes podem ser definidos como instrumentos que possibilitam à Administração
cumprir com sua finalidade, contudo, devem ser utilizados dentro das normas e princípios legais
que o regem.
Vale ressaltar que o administrador tem obrigação de zelar pelo dever de agir, de probidade, de
prestar contas e o dever de pautar seus serviços com eficiência. Mas o que seria cada um desses
deveres?
- Dever de Agir: O administrador público tem o dever de agir, ele tem por obrigação
exercitar esse poder em benefício da comunidade. Esse poder é irrenunciável. Ex.: O prefeito
da cidade “X” não pode deixar de praticar atos de seu dever funcional (zelar pelo meio
ambiente, promover limpeza da cidade, saneamento básico etc.).
- Dever de Probidade: A probidade é um elemento essencial na conduta do agente
público necessária à legitimidade (validade) do ato administrativo. O administrador ao
desempenhar suas atividades deve atuar em consonância (harmonia) com os princípios da
moralidade e da honestidade. É um dever pautado na ética e moral.
Em contrapartida, a improbidade relaciona-se ao ato praticado pelo administrador que importa
enriquecimento ilícito; lesão ao erário; ato decorrente de concessão ou aplicação indevida de
benefício financeiro ou tributário e aos atos que atenta contra os princípios da administração
pública.
Importante ressaltar que a Administração poderá invalidar o ato administrativo praticado com
lesão aos bens e interesses da coletividade.
- Dever de Prestar Contas: É dever de todo administrador público prestar contas em
decorrência da gestão de bens e interesses alheios, nesse caso, de bens e interesses coletivos.
Ex. a cidade “X” recebe verba destinado à saúde, sendo assim terá que ter uma prestação de
contas por parte do responsável para falar o seguinte, olha eu gastei “Y” com cirurgias, “Z” com
insumos e assim por diante.
- Dever de Eficiência: Cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza,
perfeição e rendimento funcional.

Características e Subcaracterísticas dos Poderes Administrativos

Características
a) Obrigatoriedade: o administrador deve exercer os poderes obrigatoriamente, ou seja,
o poder não tem o exercício facultativo, não cabe ao administrador exercer juízo de valor sobre
o exercício ou não do poder.
b) Irrenunciabilidade: se o administrador público tem o dever de exercer o poder, ele não
pode renunciá-lo, já que essa atividade gerará benefícios para o bem comum. Fica mais claro
quando comparamos determinada situação, por ex. o particular tem o “poder de agir”
facultativo, realiza a atividade se quiser ou não, diferente quando o assunto é a atividade
realizada pelo administrador público, onde esse tem a obrigação de exercê-la.

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Destacando que, se a Administração Pública deixar de exercê-lo haverá responsabilização por


parte do agente público;
c) Limitação legal: embora seja um poder irrenunciável e seu exercício seja obrigatório, o
administrador deve agir dentro dos limites legais, cumprir exatamente com o que a lei
determina, sob pena de ser responsabilizado.

Subcaracterísticas
a) Necessidade: o administrador deve, antes de agir, verificar se o ato é realmente
necessário.
Ex.: 1º Determinada escola não cumpre com as regras de acessibilidade. É necessário fechá-la
por isso? Cidade X fará aniversário e a prefeitura realizará festa comemorativa. É necessário
contratar cantor famoso?
Tais decisões são de caráter subjetivo, tendo em vista a análise do gestor público da real
necessidade em agir, no entanto, cumpre ressaltar que em toda decisão administrativa deve
ser demonstrada a sua necessidade.
b) Proporcionalidade: o ato deve ser proporcional à situação. Ato proporcional é a
determinação de
adequação.
c) Adequação: proporcionalidade e adequação caminham juntas, por isso muitas vezes se
confundem. O agente público somente age nos limites da lei quando suas ações são
pautadas por essas três subcaracterísticas (necessidade, proporcionalidade e adequação). A
ausência de uma ou mais implica em excesso de poder, que resulta em responsabilização.

Espécies de Poderes

Poder Vinculado: quando o poder é vinculado, o administrador não tem possibilidade de


exercer juízo de valor, ou seja, não tem campo de discricionariedade. Ocorre quando a lei
determinada que se atue de determinada forma, não dando escolha para o agente.
Ex.: licença para construir. Se um cidadão cumpre com todos os requisitos legais, a licença deve
ser concedida, assim a concessão da licença é ato vinculado, não cabendo ao agente público
deixar de concede-la. Também é exemplo de poder vinculado, o poder que tem o agente
público de instaurar processo administrativo para averiguação de irregularidades cometidas
por um servidor.

Poder Discricionário: contrariamente ao poder vinculado, o poder discricionário é aquele em


que o agente público pode exercer juízo de valor, ou seja pode analisar a conveniência e a
oportunidade do ato a ser praticado. Embora haja esse grau de liberdade, o poder discricionário
também é delimitado pela lei, porque é a própria lei que confere esse poder ao administrador
público.
São exemplos de poder discricionário: a nomeação para cargo em comissão, uma vez que o
administrador irá nomear aquele que é de sua confiança. Também é exemplo de poder
discricionário a aplicação de penalidades. Acima vimos que a instauração do processo
administrativo é poder vinculado. Uma vez sendo verificado o ilícito, o agente que assim atuou
deve ser punido. No mais a lei confere algumas espécies de sanções, então, cabe ao
administrador, de acordo com o juízo de conveniência e oportunidade, escolher qual punição
será aplicada.

Questões

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01. (DPE/RS - Defensor Público - FCC) Sobre os poderes administrativos, é correto afirmar:
(A) Os atos administrativos decorrentes do exercício do poder discricionário não são
passíveis de apreciação judicial.
(B) A possibilidade de o administrador interpretar a lei equivale ao exercício do poder
administrativo discricionário.
(C) O poder administrativo discricionário pressupõe que a norma legal apresente conceitos
jurídicos indeterminados, mas determináveis.
(D) A doutrina dos motivos determinantes estabelece que o administrador deve enunciar
os motivos de fato que ensejaram o ato administrativo discricionário.
(E) O motivo, como pressuposto do ato administrativo decorrente do poder discricionário,
poderá vir expresso em lei ou deixado à escolha do administrador.
02. (TJ/RJ- Analista Judiciário - FGV) Prefeito municipal praticou ato administrativo escolhendo,
por meio de critérios de oportunidade e conveniência, quais ruas da cidade serão asfaltadas
nos próximos meses. Foi-lhe permitido estabelecer tais prioridades a partir do poder
administrativo: (A) vinculado;
(B) hierárquico;
(C) normativo;
(D) discricionário; (E) regulamentar.

Gabarito

01.E / 02.D

Comentários

01. Resposta: E
O poder discricionário é aquele que, editado debaixo da lei, confere ao administrador a
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade. Assim, tem-se que o motivo é o
porquê daquele ato administrativo ser praticado, podendo estar tanto expresso na lei ou ser
deixado á escolha do administrador.

02. Resposta: D
A questão trata do poder discricionário onde estão presentes os critérios de conveniência e
oportunidade, isto é, há certa margem de liberdade quando da atuação do prefeito em escolher
quais ruas seriam asfaltadas nos próximos meses.

Poder Hierárquico: a Administração Pública é hierarquizada, ou seja, existe um escalonamento


de poderes entre as pessoas e órgãos. É pelo poder hierárquico que, por exemplo, um servidor
está obrigado a cumprir ordem emanada de seu superior desde que não sejam manifestamente
ilegais. É também esse poder que autoriza a delegação, a avocação, etc.
A lei é quem define as atribuições dos órgãos administrativos, bem como cargos e funções, de
forma que haja harmonia e unidade de direção. Percebam que o poder hierárquico vincula o
superior e o subordinado dentro do quadro da Administração Pública.

Compete ainda a Administração Pública:


a) editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções), que tenham como objetivo
ordenar a atuação dos órgãos subordinados, pois refere-se a atos normativos que geram
efeitos internos e não devem ser confundidas com os regulamentos, por serem decorrentes
de relação hierarquizada, não se estendendo a pessoas estranhas;

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b) dar ordens aos subordinados, com o dever de obediência, salvo para os


manifestamente ilegais;
c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, com o objetivo de verificar a legalidade de
seus atos e o cumprimento de suas obrigações, permitindo anular os atos ilegais ou revogar
os inconvenientes, seja ex. officio (realiza algo em razão do cargo sem nenhuma provocação)
ou por provocação dos interessados, através dos recursos hierárquicos;
d) aplicar sanções em caso de cometimento de infrações disciplinares;
e) avocar atribuições, caso não sejam de competência exclusiva do órgão subordinado;
f) delegação de atribuições que não lhe sejam privativas.

Podemos perceber que a relação hierárquica é acessória da organização administrativa,


permitindo a distribuição de competências dentro da organização administrativa.
Exemplo: quando a própria lei atribui uma competência, com exclusividade, a alguns órgãos
administrativos, principalmente os colegiados, excluindo a influência de órgãos superiores.

A relação hierárquica encontra-se da seguinte forma:


- gradua a competência de cada um;
- coordena relações;
- subordina uns aos outros; e
- é uma relação estabelecida entre órgãos.

Com base nestas peculiaridades, poder hierárquico pode ser definido como o vínculo que
subordina uns aos outros órgãos do Poder Executivo, ponderando a autoridade de cada um.

Di Pietro30: “Nos Poderes Judiciário e Legislativo não existe hierarquia no sentido de relação de
coordenação e subordinação, no que diz respeito às suas funções institucionais. No primeiro, há
uma distribuição de competências entre instâncias, mas uma funcionando com independência
em relação à outra; o juiz da instância superior não pode substituir-se ao da instância inferior,
nem dar ordens ou revogar e anular os atos por este praticados. Com a aprovação da Reforma
do Judiciário pela Emenda Constitucional nº 45/2004, cria-se uma hierarquia parcial entre o STF
e todos os demais órgãos do Poder Judiciário, uma vez que suas decisões sobre matéria
constitucional, quando aprovadas como súmulas, nos termos do artigo 103-A, introduzido na
Constituição, terão efeito vinculante para todos. O mesmo ocorrerá com as decisões definitivas
proferidas em ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (art. 102, § 2º). No Legislativo,
a distribuição de competências entre Câmara e Senado também se faz de forma que haja
absoluta independência funcional entre uma e outra Casa do Congresso.”

Ressaltando por fim que, mediante decreto, será de competência do Presidente da República
(art. 84 CF/88) versar sobre a organização e funcionamento da Administração Pública Federal,
mas caso implicar o aumento das despesas ou até mesmo na criação e extinção de órgãos
públicos, será mediante lei.

Questões

01. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUNCAB/2016) No tocante aos


poderes administrativos pode-se afirmar que a delegação e avocação decorrem do poder: (A)
hierárquico.

30
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ªed. São Paulo: Atlas, 2014.

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(B) discricionário.
(C) disciplinar.
(D) regulamentar.
(E) de polícia.

02. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB). Delegação e avocação são institutos relacionados
ao poder interno e permanente da Administração Pública denominada: (A) disciplinar.
(B) restritivo.
(C) policial.
(D) consultivo.
(E) hierárquico.

03. (Câmara Municipal de Caruaru/PE - Analista Legislativo - FGC) A Administração Pública


escalona, em plano vertical, seus órgãos e agentes com o objetivo de organizar a função
administrativa, por meio do poder (A) disciplinar.
(B) de polícia.
(C) regulamentar.
(D) hierárquico.
(E) vinculado.

Gabarito

01.A / 02.E / 03.D

Comentários

01. Resposta: A
O poder hierárquico é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar
funções de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os
servidores sob sua chefia. Essa relação de subordinação (hierarquia) acarreta algumas
consequências, como o dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de o superior
delegar ou avocar atribuições e, também, a de rever os atos dos seus subordinados.

02. Resposta: E
A avocação e a delegação são institutos que nascem do Poder Hierárquico:
a. Avocação: trata-se de forma de concentração de competência, na medida que o agente
público chama para si a competência de um subordinado. No Brasil, existe apenas a avocação
vertical (de cima para baixo). Tal espécie de avocação depende do vínculo de subordinação.
b. Delegação: trata-se de forma de distribuição de competência. O agente delega parte
de sua competência a um subordinado ou não subordinado, portanto, diferentemente da
avocação, a delegação não depende do vínculo de subordinação. É o caso, por exemplo, do
oficial de justiça que cumpre os mandados do colega que está de férias.

03. Resposta: D
É o de que dispõe o Executivo para distribuição e escalonamento das funções de seus órgãos,
ordenar e rever a atuação de seus agentes estabelecendo a relação de subordinação entre os
servidores do seu quadro de pessoal.

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Poder Disciplinar: para que a Administração possa se organizar é necessário que haja a
possibilidade de aplicar sanções aos agentes que agem de forma ilegal. A aplicação de sanções
para o agente que infringiu norma de caráter funcional é exercício do poder disciplinar. Não se
trata aqui de sanções penais e sim de penalidades administrativas como advertência,
suspensão, demissão, entre outras.
Estão sujeitos às penalidades os agente públicos quando praticarem infração funcional, que é
aquela que se relaciona com a atividade desenvolvida pelo agente.
Acima vimos que a aplicação de sanção é ato discricionário, ou seja, cabe ao administrador
público verificar qual a sanção mais oportuna e conveniente para ser aplicada ao caso concreto.
Para tanto ele deve considerar as atenuantes e as agravantes, a natureza e a gravidade da
infração, bem como os prejuízos causados e os antecedentes do agente público.
É necessário que a decisão de aplicar ou não a sanção seja motivada para que se possa controlar
sua regularidade.

Questões

01. (MPE/RN -Técnico do Ministério Público Estadual - COMPERVE/2017) Os poderes


inerentes à Administração Pública são necessários para que ela sobreponha a vontade da lei à
vontade individual, o interesse público ao privado. Nessa perspectiva,
(A) no exercício do poder disciplinar, são apuradas infrações e aplicadas penalidades aos
servidores públicos sempre por meio de procedimento em que sejam asseguradas a ampla
defesa e o contraditório.
(B) no exercício do poder normativo, são editados decretos regulamentares estabelecendo
normas ultra legem, inovando na ordem jurídica para criar direitos e obrigações.
(C) o poder de polícia, apesar de possuir o atributo da coercibilidade, carece do atributo
da autoexecutoriedade, de modo que a Administração Pública deve sempre recorrer ao
judiciário para executar suas decisões.
(D) o poder conferido à Administração Pública é uma faculdade que a Constituição e a lei
colocam à disposição do administrador, que o exercerá de acordo com sua livre convicção.

02. (PC/PE - Delegado de Polícia - CESPE/2016) Acerca dos poderes e deveres da administração
pública, assinale a opção correta.
(A) A autoexecutoriedade é considerada exemplo de abuso de poder: o agente público
poderá impor medidas coativas a terceiros somente se autorizado pelo Poder Judiciário.
(B) À administração pública cabe o poder disciplinar para apurar infrações e aplicar
penalidades a pessoas sujeitas à disciplina administrativa, mesmo que não sejam servidores
públicos.
(C) Poder vinculado é a prerrogativa do poder público para escolher aspectos do ato
administrativo com base em critérios de conveniência e oportunidade; não é um poder
autônomo, devendo estar associado ao exercício de outro poder.
(D) Faz parte do poder regulamentar estabelecer uma relação de coordenação e
subordinação entre os vários órgãos, incluindo o poder de delegar e avocar atribuições.
(E) O dever de prestar contas aos tribunais de contas é específico dos servidores públicos;
não é aplicável a dirigente de entidade privada que receba recursos públicos por convênio.
03. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB) A aplicação da penalidade de demissão a um servidor
público exemplifica o exercício de um dos poderes da Administração Pública. O referido poder
denominase
(A) de polícia.
(B) disciplinar.

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(C) hierárquico.
(D) regulamentar.
(E) delegatório.

04. (MJ - Gerente de Projetos em Tecnologia da Informação - FUNCAB) São poderes cujo
exercício tem efeitos apenas no âmbito interno da Administração Pública:
(A) hierárquico e regulamentar.
(B) hierárquico e disciplinar.
(C) disciplinar e regulamentar.
(D) regulamentar e de polícia.
(E) disciplinar e de polícia.

Gabarito

01.A / 02.B / 03.B / 04.B

Comentários

01. Resposta: A
O poder disciplinar é aquele conferido ao agente público para a aplicação de sanções aos
agentes, em decorrência de alguma infração disciplinar funcional. O poder disciplinar visa punir
às pessoas sujeitas à disciplina da Administração em razão da prática de infração administrativa,
que deverão ser apuradas através de processo administrativo, assegurando a ampla defesa e o
contraditório.

02. Resposta: B
Poder disciplinar é o que cabe à administração Pública para apurar infrações e aplicar
penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa; é o
caso dos estudantes de uma escola pública.31

03. Resposta: B
Poder disciplinar é o poder atribuído a Administração Pública para aplicar sanções
administrativas aos seus agentes pela prática de infrações de caráter funcional. O poder
disciplinar abrange somente as sanções administrativas, como por exemplo, a advertência, a
multa, a suspensão e a demissão. Entretanto, não podemos esquecer que existem sanções
penais e civis que podem ser aplicadas ao caso concreto, embora não façam parte do poder
disciplinar.

04. Resposta: B
Poder Hierárquico - É a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes
administrativos, com distribuição de funções e a gradação de autoridade de cada um.
Lembrando que não há hierarquia entre a administração direta e indireta.
Poder Disciplinar - O poder disciplinar é o poder-dever de punir internamente as infrações
funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da
Administração. Não se aplica penalidade administrativa sem o devido processo administrativo.

31
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ªed. São Paulo: Atlas, 2014.

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Poder Regulamentar ou Poder Normativo: é o poder que tem os chefes do Poder Executivo de
criar regulamentos, de dar ordens e de editar decretos, com a finalidade de oferecer fiel
execução à lei, sendo portanto privativa dos Chefes do Executivo e, em princípio, indelegável.
Podemos dizer então que esse poder, são normas internas da Administração. Como exemplo
temos a seguinte disposição constitucional (art. 84, IV, CF/88):

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...]


IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução.

De acordo com Mazza32 “O poder regulamentar enquadra-se em uma categoria mais ampla
denominada poder normativo, que inclui todas as diversas categorias de atos gerais, tais como:
regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias”.

A função do poder regulamentar é estabelecer detalhes quanto ao modo de aplicação de


dispositivos legais, dando maior clareza aos comandos gerais de caráter abstratos presentes na
lei.
- Os atos gerais são os atos como o próprio nome diz, geram efeitos para todos (erga
omnes); e
- O caráter abstrato é aquele onde há uma relação entre a circunstância ou atividade que
poderá ocorrer e a norma regulamentadora que disciplina eventual atividade.

Para Mazza33 “existem casos raros em que os atos regulamentares são gerais e concretos, como
ocorre com os regulamentos revogadores expedidos com a finalidade específica de extinguir ato
normativo anterior. Trata-se, nessa hipótese, de ato geral e concreto porque se esgota
imediatamente após cumprir a tarefa de revogar o regulamento pretérito”.

Tal privatividade, enunciada no art. 84, caput, da Constituição Federal, é coerente com a regra
prevista no art. 13, I, da Lei nº 9.784/99, segundo a qual não pode ser objeto de delegação a
edição de atos de caráter normativo. Entretanto, o parágrafo único do art. 84 da Constituição
Federal prevê a possibilidade de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado, ao
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União a competência para dispor,
mediante decreto, sobre:

A) Organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento


de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e
B) Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

Deve-se considerar as hipóteses do art. 84, parágrafo único, da CF, como os únicos casos
admitidos de delegação de competência regulamentar.
Cabe destacar que as agências reguladoras são legalmente dotadas de competência para
estabelecer regras disciplinando os respectivos setores de atuação. É o denominado poder
normativo das agências.
Tal poder normativo tem sua legitimidade condicionada ao cumprimento do princípio da
legalidade na medida em que os atos normativos expedidos pelas agências ocupam posição de
inferioridade em relação à lei dentro da estrutura do ordenamento jurídico.
Além disso, convém frisar que não se trata tecnicamente de competência regulamentar porque
a edição de regulamentos é privativa do Chefe do Poder Executivo (art. 84, IV, da CF). Por isso,
32
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014.
33
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. Ed. Saraiva. 4ª edição. 2014.

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os atos normativos expedidos pelas agências reguladoras nunca podem conter determinações,
simultaneamente, gerais e abstratas, sob pena de violação da privatividade da competência
regulamentar.
Portanto, é fundamental não perder de vista dois limites ao exercício do poder normativo
decorrentes do caráter infralegal dessa atribuição, que são:
A) Os atos normativos não podem contrariar regras fixadas na legislação ou tratar de
temas que não foram objeto de lei anterior;
B) É vedada a edição, pelas agências, de atos administrativos gerais e abstratos.

Questões

01. (PC/AC - Escrivão de Polícia Civil - IBADE/2017) Considerando os Poderes e Deveres da


Administração Pública e dos administradores públicos, é correta a seguinte afirmação:
(A) O dever-poder normativo viabiliza que o Chefe do Poder Executivo expeça
regulamentos para a fiel execução de leis.
(B) O dever-poder de polícia, também denominado de dever-poder disciplinar ou dever-
poder da supremacia da administração perante os súditos, é a atividade da administração
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato
ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais
ou coletivos. (C) Verificado que um agente público integrante da estrutura organizacional da
Administração Pública praticou uma infração funcional, o dever-poder de polícia autoriza que
seu superior hierárquico aplique as sanções previstas para aquele agente.
(D) O dever-poder de polícia pressupõe uma prévia relação entre a Administração Pública
e o administrado. Esta é a razão pela qual este dever-poder possui por fundamento a
supremacia especial.
(E) A possibilidade do chefe de um órgão público emitir ordens e punir servidores que
desrespeitem o ordenamento jurídico não possui arrimo no dever-poder de polícia, mas sim no
dever-poder normativo.

02. (Prefeitura de Rio de Janeiro/RJ - Administrador - RJ/2016) Ao editar leis, o Poder


Legislativo nem sempre possibilita que elas sejam executadas. Cumpre, então, à Administração
criar os mecanismos de complementação das leis indispensáveis a sua efetiva aplicabilidade.
Essa atividade é definida pela doutrina como base do exercício do poder:
(A) regulamentar
(B) hierárquico
(C) disciplinar
(D) vinculado

03. (PC/PA - Escrivão de Polícia Civil - FUNCAB/2016) No que se refere aos poderes da
Administração Pública, é correto afirmar que:
(A) praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra a
autoridade delegante caberá mandado de segurança, ou outra medida judicial, por ser
detentora da competência originária.
(B) o Poder regulamentar deverá ser exercido nos limites legais, sem inovar no
ordenamento jurídico, expedindo normas gerais e abstratas, permitindo a fiel execução das
leis, minudenciando seus termos.

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(C) o Poder Hierárquico é o escalonamento vertical típico da administração direta. Desta


forma, a aplicação de uma penalidade pelo poder executivo da União a uma concessionária de
serviço público é uma forma de manifestação deste Poder.
(D) tanto a posição da doutrina, quanto da jurisprudência são pacíficas sobre a
possibilidade de edição dos regulamentos autônomos, mesmo quando importarem em
aumento de despesas.
(E) decorre do Poder Hierárquico a punição de um aluno de uma universidade pública pelo
seu reitor, uma vez que este é o chefe da autarquia educacional, sendo competência dele a
punição dos alunos faltosos.

04. (TRT 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - CESPE/2016) Assinale a opção correta, a
respeito dos poderes da administração.
(A) A autoexecutoriedade inclui-se entre os poderes da administração
(B) A existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos é expressão do
poder discricionário
(C) Poder disciplinar da administração pública e poder punitivo do Estado referem-se à
repressão de crimes e contravenções tipificados nas leis penais.
(D) O poder regulamentar refere-se às competências do chefe do Poder Executivo para
editar atos administrativos normativos.
(E) O poder de polícia não se inclui entre as atividades estatais administrativas.

05. (TRE/RR - Técnico Judiciário - FCC) A edição de atos normativos de efeitos internos, com o
objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados decorre do poder (A) disciplinar.
(B) regulamentar.
(C) hierárquico.
(D) de polícia.
(E) normativo.
Gabarito
01.A / 02.A / 03.B / 04.D / 05.C
Comentários
01. Resposta: A
O Poder Normativo ou Poder Regulamentar relaciona-se ao poder que a Administração possui
em editar atos para complementação da lei. Se regulamenta por Decreto, em obediência ao
artigo 84, IV, CF.
02. Resposta: A
O exercício do poder regulamentar encontra fundamento no art. 84, IV, da Constituição Federal,
consistindo na competência atribuída aos Chefes de Poder Executivo para que editem normas
gerais e abstratas destinadas a detalhar as leis, possibilitando a sua fiel execução
(regulamentos).
03. Resposta: B
De acordo com Alexandre Mazza, o poder regulamentar decorre do poder hierárquico e
consiste na possibilidade de os Chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais
e abstratos, ou gerais e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei.
04. Resposta: D
O poder regulamentar é o poder conferido aos Chefes do Executivo para editar decretos e
regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei. Temos como exemplo o art. 84,
IV, CF/88.
05. Resposta: C

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O Poder Normativo e o Regulamentar guardam algumas semelhanças com a função legislativa


(apesar de não se confundirem), pois de ambos emanam normas gerais e atos com efeitos erga
omnes e abstratos. Nisto diferem do Poder Hierárquico, que apesar de também editar normas
gerais e atos normativos, o faz direcionado aos subordinados, apenas, ou seja, carente do efeito
erga omnes.
Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir e frenar o
exercício de direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade. Ex.:
fiscalização.
Será considerado originário, o Poder de Polícia exercido pelas pessoas políticas do Estado, como
é o caso da União, Estados e Municípios. Por sua vez o poder delegado é aquele exercido pelas
pessoas pertencentes à Administração Indireta. Estes recebem o poder e o executam.
O art. 78 do Código Tributário Nacional assim conceitua poder de polícia:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
O que autoriza o Poder Público a condicionar ou restringir o exercício de direitos e a atividade
dos particulares é a supremacia do interesse público sobre o interesse particular. O poder de
polícia se materializa por atos gerais ou atos individuais:
- Ato geral é aquele que não tem um destinatário específico. Exemplo: Ato que proíbe a
venda de bebidas alcoólicas a menores – atinge todos os estabelecimentos comerciais.
- Ato individual é aquele que tem um destinatário específico. Exemplo: Autuação de um
estabelecimento comercial específico por qualquer motivo de irregularidade, por exemplo,
segurança.
O poder de polícia poderá atuar inclusive sobre o direito da livre manifestação do pensamento.
Poderá retirar publicações de livros do mercado ou alguma programação das emissoras de rádio
e televisão sempre que estes ferirem valores éticos e sociais da pessoa e da família. Exemplo:
Livros que façam apologia à discriminação racial, programas de televisão que explorem
crianças, etc.
Os meios de atuação da Administração no exercício do poder de polícia compreendem os atos
normativos que estabelecem limitações ao exercício de direitos e atividades individuais e os
atos administrativos consubstanciados em medidas preventivas e repressivas, dotados de
coercibilidade.
A competência surge como limite para o exercício do poder de polícia. Quando o órgão não for
competente, o ato não será considerado válido.
O limite do poder de atuação do poder de polícia não poderá divorciar-se das leis e fins em que
são previstos, ou seja, deve-se condicionar o exercício de direitos individuais em nome da
coletividade. Neste pensamento podemos indagar o seguinte, poder de polícia pode ser
exercido por meio de atos vinculados ou de atos discricionários, neste caso quando houver
certa margem de apreciação deixada pela lei.
Limites
Mesmo que o ato de polícia seja discricionário, a lei impõe alguns limites quanto à competência,
à forma, aos fins ou ao objeto.
Quanto à competência e procedimento (forma), observa-se as normas legais pertinentes, a lei.

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Já em relação aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido para atender ao interesse público.
A autoridade que fugir a esta regra incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato
com todas as consequências nas esferas civil, penal e administrativa. O fundamento do poder
de polícia é a predominância do interesse público sobre o particular, logo, torna-se escuso
qualquer benefício em detrimento do interesse público.
Enquanto que o objeto (meio de ação), deve-se considerar o princípio da proporcionalidade dos
meios aos fins. O poder de polícia não deve ir além do necessário para a satisfação do interesse
público que visa proteger, pois sua finalidade é assegurar o exercício dos direitos individuais,
condicionando-os ao bem-estar social. Só poderá reduzi-los quando em conflito com interesses
maiores da coletividade e na medida estritamente necessária à consecução dos fins estatais.
Para os executores dos atos de polícia, pode não ser fácil o estabelecimento das linhas divisórias
entre a discricionariedade e a arbitrariedade. Mister se faz que os executores dos atos de
polícia tenham treinamento adequado, com bons conhecimentos dos direitos dos cidadãos,
para se aterem aos limites legais do poder de polícia, e não adotarem a arbitrariedade.
Um freio eficiente para deter a arbitrariedade é o bom senso nos atos de polícia. Bom senso na
verificação dos resultados de cada atitude. Bom senso na aplicação da coercitividade. Deve-se
manter a proporcionalidade entre a infração e o ato coercitivo, para não se extrapolar os limites
estabelecidos.
Portanto, com os limites impostos à discricionariedade, o que se pretende é vedar qualquer
manifestação de arbitrariedade por parte do agente do poder de polícia. A intenção não é
extinguir os direitos individuais com as medidas administrativas referentes ao poder de polícia
mas sim aplicar os princípios da necessidade, proporcionalidade, eficácia e razoabilidade.

Extensão
Assim ensina Meirelles:
“A extensão do poder de polícia é hoje muito ampla, abrangendo desde a proteção à moral e
aos bons costumes, a preservação da saúde pública, a censura de filmes e espetáculos públicos,
o controle das publicações, a segurança das construções e dos transportes, a manutenção da
ordem pública em geral, até à segurança nacional em particular. Daí, encontramos nos Estados
modernos, a polícia de costumes, a polícia sanitária, a polícia das águas e da atmosfera, a polícia
florestal, a polícia rodoviária, a policia de trânsito, a polícia das construções, a polícia dos meios
de comunicação e divulgação, a polícia política e social, a polícia da economia popular, e outras
que atuam sobre as atividades individuais que afetam ou possam afetar os superiores interesses
da coletividade, a que incumbe o Estado velar e proteger. Onde houver interesse relevante da
comunidade ou da Nação, deve haver, correlatamente, igual poder de polícia para a proteção
desse interesse público. É a regra sem exceção”.

Liberdades públicas e o poder de polícia


Estes se referem aos atributos do poder de polícia. Os atributos do poder de polícia, é certo
que busca-se garantir a sua execução e a prioridade do interesse público. São eles:
discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.

- Discricionariedade: a Administração Pública goza de liberdade para estabelecer, de


acordo com sua conveniência e oportunidade, quais serão os limites impostos ao exercício dos
direitos individuais e as sanções aplicáveis nesses casos. Também confere a liberdade de fixar
as condições para o exercício de determinado direito.
No entanto, a partir do momento em que são fixados esses limites, com suas posteriores
sanções, a Administração será obrigada a cumpri-las, ficando dessa maneira obrigada a praticar
seus atos vinculados.
Por exemplo: fixar o limite de velocidade para transitar nas vias públicas.

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- Autoexecutoriedade: Não é necessário que o Poder Judiciário intervenha na atuação


da Administração Pública. No entanto, essa liberdade não é absoluta, pois compete ao Poder
Judiciário o controle desse ato.
Somente será permitida a autoexecutoriedade quando esta for prevista em lei, além de seu uso
para situações emergenciais, em que será necessária a atuação da Administração Pública.
Vale lembrar que a administração pública pode executar, por seus próprios meios, suas
decisões, não precisando de autorização judicial.
- Coercibilidade: Limita-se ao princípio da proporcionalidade, na medida que for
necessária será permitido o uso da força par cumprimento dos atos. A coercibilidade é um
atributo que torna obrigatório o ato praticado no exercício do poder de polícia,
independentemente da vontade do administrado.
Uso e Abuso De Poder
Sempre que a Administração extrapolar os limites dos poderes aqui expostos, estará
cometendo uma ilegalidade. A ilegalidade traduz o abuso de poder que, por sua vez, pode ser
punido judicialmente.
O abuso de poder pode gerar prejuízos a terceiros, caso em que a Administração será
responsabilizada. Todos os Poderes Públicos estão obrigados a respeitar os princípios e as
normas constitucionais, qualquer lesão ou ameaça, outorga ao lesado a possibilidade do
ingresso ao Poder Judiciário.
A responsabilidade do Estado se traduz numa obrigação, atribuída ao Poder Público, de compor
os danos patrimoniais causados a terceiros por seus agentes públicos tanto no exercício das
suas atribuições quanto agindo nessa qualidade.
Questões
01. (CFESS - Assistente Técnico Administrativo - CONSULPLAN/2017) Quando a Administração
Pública aplica penalidade de cassação da carteira de motorista ao particular que descumpre as
regras de direção de veículos configura-se o exercício do poder (A) de polícia.
(B) disciplinar.
(C) ordinatório.
(D) regulamentar
02. (IF/BA - Assistente em Administração - FUNRIO/2016) O poder de polícia tem atributos
específicos e peculiares ao seu exercício, sendo eles:
(A) discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
(B) imperatividade, direção e coercibilidade.
(C) objetividade, imperatividade e autoexecutoriedade.
(D) exclusividade, coercibilidade e objetividade.
(E) discricionariedade, tempestividade e direção.

03. (Prefeitura de Curitiba/PR - Procurador - UFPR) Sobre o poder de polícia, é correto


afirmar:
(A) Um dos fundamentos do poder de polícia é o princípio da supremacia do interesse
público sobre o particular.
(B) O poder de polícia é uma das manifestações subjetivas da Administração Pública.
(C) O princípio da proporcionalidade é um dos limites impostos ao exercício do poder de
polícia, porém a ele (poder da polícia) não se aplica o princípio da motivação, por ser uma
atividade de cunho discricionário.
(D) São características do poder de polícia a coercibilidade, a autoexecutoriedade e a
eficácia, esta considerada como a relação entre o direito individual e o dano a ser prevenido.
(E) A competência do agente, por se situar no plano da eficácia da medida de polícia, deve
ser observada, sob pena de ilegalidade da atuação administrativa.

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04. (Prefeitura de Rio Grande da Serra/SP - Procurador - IMES) São características inerentes
ao poder de polícia da Administração Pública:
(A) legalidade, impessoalidade e facultatividade.
(B) moralidade, coatividade e proporcionalidade.
(C) autoexecutoriedade, discricionariedade e coercibilidade. (D) eficiência, imperatividade
e derrogabilidade.

Gabarito
01.A / 02.A / 03.A / 04.C
Comentários
01. Resposta: A
O Poder de Polícia: é o poder conferido à Administração para condicionar, restringir, frenar o
exercício de direitos e atividades dos particulares em nome dos interesses da coletividade.
02. Resposta: A
São atributos do Poder e Polícia:
- Discricionariedade: Consiste na livre escolha, pela Administração Pública, dos meios
adequados para exercer o poder de polícia, bem como, na opção quanto ao conteúdo, das
normas que cuidam de tal poder.
- Autoexecutoriedade: Possibilidade efetiva que a Administração tem de proceder ao
exercício imediato de seus atos, sem necessidade de recorrer, previamente, ao Poder
Judiciário.
- Coercibilidade: É a imposição imperativa do ato de polícia a seu destinatário,
admitindo-se até o emprego da força pública para seu normal cumprimento, quando houver
resistência por parte do administrado.
- Atividade Negativa: Tendo em vista o fato de não pretender uma atuação dos
particulares e sim sua abstenção, são lhes impostas obrigações de não fazer.
03. Resposta: A
Para Celso Antônio Bandeira de Mello.
"Poder de Polícia é a atividade da Administração Pública, que expressa em atos normativos ou
concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a
liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora
repressiva, impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (non facere) a
fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema
normativo."
04. Resposta: C
A discricionariedade se traduz na livre escolha pela Administração Pública, da oportunidade e
conveniência de exercer ou não o Poder de Polícia. A autoexecutoriedade é a faculdade de que
dispõe a Administração de decidir e executar diretamente sua decisão, por seus próprios meios,
sem a intervenção do Poder Judiciário. E a coercibilidade, que é a determinação por parte da
própria Administração das medidas de força que se tornarem necessárias para a execução do
ato ou aplicação da penalidade resultante do exercício do Poder de Polícia.

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CAPÍTULO 8 - ATO ADMINISTRATIVO:


Conceito; requisitos, perfeição, validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e
sanatória; classificação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade.

Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração


ou de quem lhe faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir,
transferir, modificar ou extinguir direitos e obrigações.
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja
em nome dele. Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela
condição da pessoa que os realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público.
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este
último é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo.
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias
em que a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular.
O que qualifica o ato como administrativo é o fato que sua repercussão jurídica produz efeitos
a uma determinada sociedade, devendo existir uma regulação pelo direito público. Para que
esse ato seja caracterizado, é necessário que ele seja emanado por um agente público, quer
dizer, alguém que esteja investido de múnus público, podendo atuar em nome da
Administração.
Esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde serão definidas prerrogativas, que diz respeito
à supremacia do interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do
interesse público.
Embora existam divergências, a doutrina mais moderna entende que os atos administrativos
podem ser delegados, assim os particulares recebem a delegação pelo Poder Público para
prática dos referidos atos.

Questões

01. (Câmara Municipal de Atibaia/SP - Advogado - CAIP-IMES/2016) Assinale a alternativa


incorreta.
Os atos administrativos:
(A) decorrem de manifestação bilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e
declarar direitos ou impor obrigações aos administrados, apenas.
(B) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública no exercício
da função administrativa típica.
(C) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e
declarar direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
(D) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, portanto
são de exclusividade do Poder Executivo no exercício da função típica. Contudo, os demais
poderes (Judiciário e Legislativo) também podem exercê-los, atipicamente.

02. (CNMP -Técnico do CNMP FCC) Ato administrativo é:


(A) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão
administrativa.
(B) sinônimo de fato administrativo.

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(C) manifestação bilateral de poder da Administração pública que, agindo nessa qualidade,
tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e
impor obrigações aos administrados.
(D) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor
obrigações aos administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a
uma decisão de si própria.
(E) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e
declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.

Gabarito

01.A / 02.E

Comentários

01. Resposta: A
Os atos administrativos enquadram-se na categoria dos atos jurídicos. Logo, são manifestações
humanas, e não meros fenômenos da natureza. Ademais, são sempre manifestações unilaterais
de vontade (as bilaterais compõem os chamados contratos administrativos).

02. Resposta: E
Para Hely Lopes.
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que,
agindo nessa qualidade, tenha por fim IMEDIATO adquirir, resguardar, transferir, modificar,
extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
Para Maria Sylvia.
É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e se sujeita a controle
do Poder Judiciário.
Para Celso Antônio.
É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas
Públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar
cumprimento e sujeitas a controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais.
Requisitos
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Do ponto de vista da doutrina
tradicional (e majoritária nos concursos públicos), os requisitos dos atos administrativos são
cinco:
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para
que um ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
No Direito Administrativo quem define as competências de cada agente é a lei, que deverá
limitar sua atuação e fazer as atribuições de cada agente.
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado todo aquele que atue em nome
do Estado, podendo ser de qualquer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo
determinado ou vínculo de natureza permanente.
Podem ser englobados como agentes, os agentes políticos, que são os detentores de mandatos
eletivos, secretários e ministros de Estado, considerando ainda os membros da magistratura e
do Ministério Público. Os atos ainda poderão ser praticados por particulares em colaboração

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com o poder público, podendo se considerar aqueles que exercem função estatal, sem vínculo
definido, como acontece com jurados e mesários, por exemplo.
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário que não exista impedimento e
suspeição para o exercício da atividade.
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não sendo possível um agente ter
competência ilimitada, tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios de
legitimação.
Objeto lícito: É o conteúdo do ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e
qualquer ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de
situações jurídicas referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração
Pública.
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais
procedimentos prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra,
os atos devem ser escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou
provindos de forças que não sejam produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os
casos dos semáforos, por exemplo.
A forma específica se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um processo
administrativo prévio, que se caracterize por uma série de atos concatenados, com um
propósito certo. A exigência de forma para a prática dos atos da Administração Pública decorre
do Princípio da Solenidade, que pertence à atuação estatal, como forma de garantia de que os
cidadãos serão contemplados com essa ação.
Motivo: este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de
interesses coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;
O motivo será válido, sem irregularidades na prática do ato administrativo, exigindo-se que o
fato narrado no ato praticado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na
conduta estatal. Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das razões que
levaram à prática do ato.
Finalidade: o ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato
praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso ou desvio de poder.

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Questão

01. (DPE/PE - Estagiário de Direito - DPE-PE). São elementos do ato administrativo:


(A) presunção de legalidade, economicidade, eficiência e motivação.
(B) competência, forma e vinculação.
(C) presunção de legitimidade e impessoalidade. (D) competência, forma, objeto,
finalidade e motivo (E) vinculação e discricionariedade.

Gabarito

Comentário

01. Resposta: D
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para
que um ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente.
Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato
praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder;
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais
procedimentos prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra,
os atos devem ser escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou
provindos de forças que não sejam produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os
casos dos semáforos, por exemplo.
Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de
interesses coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes;
Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e
qualquer ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de
situações jurídicas referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração
Pública.

Atributos

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São prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são as
qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. São eles:
Presunção de legitimidade: é a presunção de que os atos administrativos devem ser
considerados válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação
dos serviços públicos. Isso não significa que os atos administrativos não possam ser
contrariados, no entanto, o ônus da prova é de quem alega.
O atributo de presunção de legitimidade confere maior agilidade à atuação administrativa, já
que depois da prática do ato, estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse
válido, até que se declare sua ilegalidade por decisão administrativa ou judicial.
Imperatividade: é o poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente
obrigações aos administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a
Administração possui para impor determinado comportamento a terceiros.
Exigibilidade ou coercibilidade: é o poder que possuem os atos administrativos de serem
exigidos quanto ao seu cumprimento sob ameaça de sanção.
Autoexecutoriedade: é o poder pelo qual os atos administrativos podem ser executados
materialmente pela própria administração, independentemente da atuação do Poder
Judiciário. Para a ocorrência da autoexecutoriedade é necessário a presença dos seguintes
requisitos: a) Quando a lei expressamente previr;
b) Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos seguintes
requisitos:
- situação de urgência; e
- inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
Tipicidade34: é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras
previamente definidas pela lei como aptas a produzir determinados efeitos. O presente atributo
é uma verdadeira garantia ao particular que impede a Administração de agir absolutamente de
forma discricionária. Para tanto, o administrador somente pode exercer sua atividade nos
termos estabelecidos na lei, presente nos atos unilaterais. Não existe tipicidade em atos
bilaterais, já que não há imposição de vontade da Administração perante a outra parte. É o caso
dos contratos, onde a sua realização depende de aceitação da parte contrária.
Questão

01. (DPE/RS - Defensor Público Sobre atos administrativos - FCC) É correto afirmar:
(A) A autoexecutoriedade é um atributo de alguns atos administrativos que autoriza a
execução coercitiva, independente da concorrência da função jurisdicional.
(B) A autoexecutoriedade constitui atributo dos atos administrativos negociais, que, como
contratos, dependem da concorrência de vontade do administrado.
(C) A arguição de invalidade de ato administrativo por vícios ou defeitos impede a imediata
execução e afasta a imperatividade.
(D) Todos os atos administrativos possuem como atributos a presunção de legitimidade, a
imperatividade e a autoexecutoriedade.
(E) A administração deverá fazer prova da legalidade do ato administrativo quando
sobrevier impugnação pelo destinatário.
Gabarito
01.A

34

http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Carlos_Barbosa_Atos_administrativos_Parte_1.pd
f

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Comentário

01. Resposta: A
A assertiva está plenamente correta já que a autoexecutoriedade autoriza a execução do
administrativo sem o aval do Poder Judiciário.
Elementos
O elemento quer dizer a parte que compõe um todo, e desta maneira é o que é externo ou
antecedente ao ato, não pode ser parte dele.
Desta maneira podemos considerar que elemento é o conteúdo e a forma.
Conteúdo: é a disposição sobre a coisa, o objeto. Desta maneira se distinguem entre si, não
sendo iguais. Tem relação com o que o ato dispõe, ou seja, o que o ato decide, opina, certifica,
enuncia e altera na ordem jurídica.
Forma: diz respeito à exteriorização do ato administrativo, do conteúdo e pode ter ou não
previsão em lei.
Pressupostos
Existência, validade e eficácia35
A aceitação da divisão ternária dos planos lógicos do ato jurídico foi difundida no Brasil por
Pontes de Miranda, razão pela qual tem sido denominada de teoria tripartite ou pontesiana.
Como todo ato jurídico, o ato administrativo está sujeito a três planos lógicos distintos:
a) Plano da existência ou da perfeição: consiste no cumprimento do ciclo de formação do
ato.
b) Plano da validade: envolve a conformidade com os requisitos estabelecidos pelo
ordenamento
jurídico para a correta prática do ato administrativo.
O ato válido é aquele que foi criado em conformidade com as regras previamente estabelecidas
na legislação pertinente. Para que um ato seja avaliado como válido é necessário que ele exista,
quer dizer, seja perfeito.
A validade é a compatibilidade entre o ato jurídico e o disposto na norma. Assim, de acordo
com o silêncio da lei, não há atuação administrativa, tendo em vista a aplicação da estrita
legalidade em matéria de Direito Administrativo, não sendo permitido ao agente público atuar
sempre que não haja vedação por lei.36
No entanto, somente pode ser avaliada a validade de um ato, se ele for ao menos existente
(perfeito), tratando-se de segundo plano de análise dos atos administrativos. ·
c) Plano da eficácia: está relacionado com a aptidão do ato para produzir efeitos jurídicos.
A interação do ato administrativo com cada um dos três planos lógicos não repercute nos
demais. Constituem searas sistêmicas distintas e relativamente independentes.
A única exceção a tal independência reside na hipótese dos atos juridicamente inexistentes,
caso em que não se cogita de sua validade ou eficácia. Ato inexistente é necessariamente
inválido e não produz qualquer efeito.
A existência ou perfeição é o primeiro plano lógico do ato administrativo. Nesse plano é
necessário a verificação dos elementos e pressupostos que compõem seu ciclo de formação.
Após isso e, se presentes os requisitos, o ato passa a ser válido.
O ato administrativo é perfeito quando cumpre todos os trâmites previstos em lei para a
constituição, quando se esgota toda as etapas do processo constitutivo desse ato.

35
Mazza, Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, 2014.
36
Carvalho, Mateus. Manual de Direito Administrativo. Editora Jus Podivm, 2ª edição, 2015.

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Quando o ato estiver perfeito, ele não pode ser retratável, porém pode ser revisado e até
anulado, em virtude do princípio administrativo da autotutela, previsto nas súmulas 346 e 473
do Supremo Tribunal Federal.
OBS: o ato imperfeito será aquele que ainda está em formação, sem que se tenha concluído
as etapas estabelecidas em lei para que exista no ordenamento jurídico.
O destino natural do ato administrativo é ser praticado com a finalidade de criar, declarar,
modificar, preservar e extinguir direitos e obrigações.
Os atos administrativos produzem efeitos próprios efeitos próprios e impróprios.
Os efeitos próprios são aqueles típicos do ato, configurando o objeto ou o conteúdo da conduta
estatal. Desta forma, o efeito principal ou próprio de um ato de desapropriação é a perda do
bem público pelo particular.
Os efeitos impróprios ou atípicos são os que decorrem, de forma indireta, da prática do ato
administrativo, e se dividem em duas espécies, quais sejam: efeito reflexo e efeito prodrômico.
Vinculação e discricionariedade
No ato vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação. A lei
previamente estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador
no caso concreto; não podendo haver juízo de valores, o administrador não poderá analisar a
conveniência e a oportunidade do ato.
Celso Antônio Bandeira de Mello dispõe que os atos vinculados seriam aqueles em que, por
existir prévia e objetiva tipificação legal do único possível comportamento da Administração
em face de situação igualmente prevista em termos de objetividade absoluta, a Administração,
ao expedi-los, não interfere com apreciação subjetiva alguma. 37
O ato discricionário é aquele que, editado sob o manto da lei, confere ao administrador a
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade. A diferença entre o ato
vinculado e o ato discricionário está no grau de liberdade conferido ao administrador. Tanto o
ato vinculado quanto o ato discricionário só poderão ser reapreciados pelo Judiciário no tocante
à sua legalidade, pois o judiciário não poderá intervir no juízo de valor e oportunidade da
Administração Pública.
Questões

01. (TRT/14ª Região - Técnico Judiciário - FCC/2016). Sobre atos administrativos,


considere: I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.
II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser
revogados. III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.
Está correto o que se afirma em (A) III, apenas.
(B) I, II e III.
(C) I e III, apenas.
(D) I e II, apenas.
(E) II, apenas.

02. (PC/CE - Inspetor de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP). Diz-se que os atos administrativos
são vinculados quando
(A) observam corretamente os princípios constitucionais da moralidade administrativa.
(B) a lei estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de
forma determinada.
(C) o administrador público os pratica ultrapassando os limites regrados pelo sistema
jurídico vigente.

37
Mello, Celso Antonio Bandeira de – Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 26ª edição, 2009.

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(D) a autoridade competente deixa de observar dispositivo constitucional obrigatório,


quando deveria fazê-lo.
(E) a lei estabelece várias situações passíveis de apreciação subjetiva pela autoridade
competente.

Gabarito
01.A / 02.B
Comentários

01. Resposta: A
Segundo a obra de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo, 2014. p. 262:
"Só quem pratica o ato, ou quem tenha poderes, implícitos ou explícitos, para dele conhecer
de ofício ou por via de recurso, tem competência legal para revogá-lo por motivos de
oportunidade ou conveniência, competência essa intransferível, a não ser por força de lei, e
insuscetível de ser contrasteada em seu exercício por outra autoridade administrativa".”
02. Resposta: B
Alexandre Mazza narra:
“Fala­-se em poder vinculado ou poder regrado quando a lei atribui determinada competência
definindo todos os aspectos da conduta a ser adotada, sem atribuir margem de liberdade para
o agente público escolher a melhor forma de agir. Onde houver vinculação, o agente público é
um simples executor da vontade legal. O ato resultante do exercício dessa competência é
denominado de ato vinculado. Exemplo de poder vinculado é o de realização do lançamento
tributário (art. 3º do CTN).”
Classificação
Quanto ao regramento:
a) Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo
possibilidade de apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à
conveniência. Cabe ao administrador apenas a verificação da existência de todos os elementos
expressos em lei para a prática do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o
administrador é obrigado a praticar o ato administrativo; caso contrário, ele estará proibido da
prática do ato.
b) Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do
ato, devendo pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência.
A discricionariedade é sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio
da finalidade pública. O poder judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e
oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os motivos e o conteúdo ou objeto do ato.
Quanto aos destinatários
a) Gerais: os atos gerais tem a finalidade de normatizar suas relações e regulam uma
situação jurídica que abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange todas
as pessoas que se encontram na mesma situação, por tratar-se de imposição geral e abstrata
para determinada relação.
Esses atos dependem de publicação para que possam produzir efeitos e devem prevalecer
sobre a vontade individual.
Exemplo: a Administração cria uma norma interna para que os servidores se reúnam todas as
segundas com o chefe. Como se percebe, o ato não individualiza nenhum sujeito específico, e
será aplicado de forma ampla a todos aqueles que estiverem nesse local.

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b) Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo, impondo a norma abstrata


ao caso concreto. Nesse momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é geral
restringindo seu âmbito de atuação.
Não se fala em atividade em geral, mas sim de modo específico de quais agentes devem se
submeter às disposições da conduta.
Exemplo: promoção de servidor público
Quanto à abrangência dos efeitos (Alcance):
a) Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da Administração
Pública, não
atingindo terceiros, como as circulares e pareceres.
Via de regra, não dependem de publicação oficial, tendo em vista sua destinação interna
aqueles que estão vinculados à estrutura das entidades.
Exemplo: circular que exige que os servidores usem sapatos pretos fechados.
b) Externos: Têm como destinatárias pessoas além da Administração Pública, e, portanto,
necessitam de publicidade para que produzam adequadamente seus efeitos.
Exemplos: a fixação do horário de atendimento e a ocupação de bem privado pela
Administração Pública.
Quanto à supremacia do poder público (Objeto):
a) Atos de império: Atos onde o poder público age de forma imperativa sobre os administrados,
impondo-lhes obrigações. Exemplos de atos de império: A desapropriação e a interdição de
atividades.
A Administração Pública atua com prerrogativa de poder público, valendo-se da supremacia do
interesse público sobre o privado. Aqui, o poder público impõe obrigações, aplica penalidades,
sem que se tenha que recorrer aos meios judiciais, em razão da aplicação das regras que
exorbitam o direito privado, em prol do interesse da coletividade.
Se os atos praticados contrariarem às normas vigentes, eles poderão ser anulados pela
Administração ou pelo Judiciário, podendo ainda ocorrer a sua revogação por motivos de
interesse público, se forem justificadas devidamente.
Exemplo: autos de infração, por descumprimento das normas de trânsito.
b) Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem as prerrogativas do
Estado, sendo que a Administração irá atuar em situação de igualdade com o particular.
Nesses casos, a atividade será regulada pelo direito privado, de modo que o Estado não irá se
valer das prerrogativas que tenham relação com a supremacia do interesse público.
Trata-se de condutas que não restringem ou ainda que não admitem que o ente estatal possa
se valer dos meios coercitivos para que haja uma execução. Exemplo: a alienação de um imóvel
público inservível.
c) Atos de expediente: São aqueles destinados a dar andamento aos processos e papéis
que
tramitam no interior das repartições. Os atos de gestão (praticados sob o regime de direito
privado).
Exemplo: contratos de locação em que a Administração é locatária) não são atos
administrativos, mas são atos da Administração. Para os autores que consideram o ato
administrativo de forma ampla (qualquer ato que seja da administração como sendo
administrativo), os atos de gestão são atos administrativos.
Quanto à formação: Os atos se dividem em simples, complexo e compostos.
a) Simples: depende de uma única manifestação. Assim, a manifestação de vontade de
um único órgão, mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portanto, a vontade
para manifestação do ato deve ser unitária, obtida através de votação em órgão colegiado ou
por manifestação de um agente em órgãos singulares.

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b) Complexo: decorre da manifestação de dois ou mais órgãos; de duas ou mais vontades


que se unem para formar um único ato. Neste tipo, somam-se as vontades dos órgãos públicos
independentes, em mesmo nível de hierarquia, de modo que tenham a mesma força, não se
falando em dependência de uma relação com a outra. Aqui, os atos que formarão o ato
complexo serão expedidos por órgãos públicos distintos.
Exemplo: Decreto do prefeito referendado pelo secretário.
c) Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um edita o ato principal e o
outro será acessório. Como se nota, é composto por dois atos, geralmente decorrentes do
mesmo órgão público, em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato deve contar
com o que ocorrer com o primeiro.
Exemplo: nomeação de ministro do Superior Tribunal feito pelo Presidente da República e que
depende de aprovação do Senado. A nomeação é o ato principal e a aprovação o acessório.
Quanto a manifestação de vontade:
a) Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das partes. Exemplo: licença
b) Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes. Exemplo: contrato
administrativo;
c) Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes. Exemplo: convênios.

Quanto à natureza do ato:


a) Atos-regra: Traçam regras gerais (regulamentos).
b) Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito determinado.
c) Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condição se cumpra.

Quanto aos efeitos:


a) Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser outorgado
um novo direito, como permissão de uso de bem público, ou impondo uma obrigação, como
cumprir um período de suspensão.
Exemplo: autorização para uso de bem público a um particular que pretende montar um show
na cidade.
b) Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já existente, seja de fato
ou de direito. Não cria, transfere ou extingue a situação existente, apenas a reconhece.
Também é dito enunciativo. É o caso da expedição de uma certidão de tempo de serviço.
c) Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extinta, não retirando direitos
ou
obrigações. A alteração do horário de atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato.
d) Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato que põe termo a um
direito ou dever
existente. Cite-se a demissão do servidor público.
Quanto à validade:
a) Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma,
motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de
evento futuro.
b) Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido.
Não produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos
administrativos, ele deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial,
declarando sua nulidade, que terá efeito retroativo, ex tunc, entre as partes. Por outro lado,
deverão ser respeitados os direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato
nulo.

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Cite-se a nomeação de um candidato que não tenha nível superior para um cargo que o exija.
A partir do reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais
eventualmente praticadas por ele, durante o período em que atuou, permanecerão válidas.
c) Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados.
Ressalte-se
que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser "salvo" e passar a ser válido.
Atentese que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente previstos
em lei.
d) Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo, mas falta a
manifestação de vontade da Administração Pública. São produzidos por alguém que se faz
passar por agente público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível.
Os atos inexistentes não podem ser convalidados, sendo que os seus efeitos que já foram
produzidos, não poderão ser ressalvados, mesmo que em relação aos destinatários de boa-fé.
Exemplo do primeiro caso é a multa emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar
alguém.
Quanto à exequibilidade:
a) Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir
seus efeitos. Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a
perfeição refere-se às etapas de sua formação.
b) Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a
produzir seus
efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela
lei.
c) Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou
seu ciclo de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não
se confunde com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo
é evento futuro e certo, como uma data específica.
d) Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para
realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue.

Quanto ao conteúdo, os atos administrativos podem ser classificados em autorização, licença,


admissão, permissão, aprovação, homologação, parecer e visto.
Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração
faculta ao particular o uso de bem público (autorização de uso), ou a prestação de serviço
público (autorização de serviço público), ou o desempenho de atividade material, ou a prática
de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos (autorização como ato de
polícia).
Licença: é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele
que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. A diferença entre licença e
autorização é nítida, porque o segundo desses institutos envolve interesse, “caracterizando-se
como ato discricionário, ao passo que a licença envolve direitos, caracterizando-se como ato
vinculado”. Na autorização, o Poder Público aprecia, discricionariamente, a pretensão do
particular em face do interesse público, para outorga ou não a autorização, como ocorre no
caso de consentimento para porte de arma; na licença, cabe à autoridade tão somente verificar,
em cada caso concreto, se foram preenchidos os requisitos legais exigidos para determinada
outorga administrativa e, em caso afirmativo, expedir o ato, sem possibilidade de recusa; é o
que se verifica na licença para construir e para dirigir veículos automotores. A autorização é ato
constitutivo e a licença é ato declaratório de direito preexistente.
Admissão: é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que
preencha os requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público. É ato vinculado,

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tendo em vista que os requisitos para outorga da prestação administrativa são previamente
definidos, de modo que todos os que os satisfaçam tenham direito de obter o benefício. São
exemplos a admissão nas escolas públicas, nos hospitais e nos estabelecimentos de assistência
social.
Permissão: em sentido amplo, designa o ato administrativo unilateral, discricionário, gratuito
ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a execução de serviço público ou a
utilização privativa de bem público. O seu objeto é a utilização privativa de bem público por
particular ou a execução de serviço público.
Aprovação: é ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori
do ato administrativo. No controle a priori, equivale à autorização para a prática do ato; no
controle a posteriori equivale ao seu referendo. É ato discricionário, porque o examina sob os
aspectos de conveniência e oportunidade para o interesse público; por isso mesmo, constitui
condição de eficácia do ato.
Homologação: é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a
legalidade de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de
legalidade, no que se distingue da aprovação. É o caso do ato da autoridade que homologa o
procedimento da licitação.
Parecer: é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre
assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência. O parecer pode ser facultativo, obrigatório
e vinculante. O parecer é facultativo quando fica a critério da Administração solicitá-lo ou não,
além de não ser vinculante para quem o solicitou. Se foi indicado como fundamento da decisão,
passará a integrá-la, por corresponder à própria motivação do ato. O parecer é obrigatório
quando a lei o exige como pressuposto para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito
à solicitação do parecer (o que não lhe imprime caráter vinculante). O parecer é vinculante
quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar a sua conclusão. Por exemplo, para
conceder aposentadoria por invalidez, a Administração tem que ouvir o órgão médico oficial e
não pode decidir em desconformidade com a sua decisão. Se a autoridade tiver dúvida ou não
concordar com o parecer, deverá pedir novo parecer. Apesar do parecer ser, em regra, ato
meramente opinativo, que não produz efeitos jurídicos, o STF tem admitido a responsabilização
de consultores jurídicos quando o parecer for vinculante para a autoridade administrativa,
desde que proferido com má-fé ou culpa.
Visto: é o ato administrativo unilateral pelo qual a autoridade competente atesta a legitimidade
formal de outro ato jurídico. Não significa concordância com o seu conteúdo, razão pela qual é
incluído entre os atos de conhecimento, que são meros atos administrativos e não encerram
manifestações de vontade. Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento de
requerimento de servidores subordinados a autoridade de superior instância; a lei
normalmente impõe o visto do chefe imediato, para fins de conhecimento e controle formal,
não equivalendo à concordância ou deferimento do seu conteúdo.

Quanto à forma, os atos administrativos podem ser classificados em decreto, resolução e


portaria, circular, despacho, alvará.
Decretos: São atos emanados pelos chefes do Poder Executivo, tais como, prefeitos,
governadores e o Presidente da República. Podem ser dirigidos abstratamente às pessoas em
geral (decreto geral), ou a pessoas, ou a um grupo de pessoas determinadas. (decreto
individual). O decreto geral é ato normativo, apresentado efeitos e conteúdos semelhantes à
lei.
Resoluções e Portarias: São atos emanados por autoridades superiores, mas não os chefes do
Poder Executivo. Ou seja, é a forma pelo qual as autoridades de nível inferior aos Chefes do
Poder Executivo fixam normas gerais para disciplinar conduta de seus subordinados. Embora

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possam produzir efeitos externos, as resoluções e portarias não podem contrariar os


regulamentos e os regimentos, limitando-se a explicá-los.
Circular: É o instrumento usado para a transmissão de ordens internas uniformes, incumbindo
de certos serviços ou atribuições a certos funcionários. É o ato que envolve a decisão da
Administração sobre assuntos de interesse individual ou coletivo submetido a sua apreciação.
Despacho: Quando a administração, por meio de um despacho, aprova parecer proferido por
órgão técnico sobre determinado assunto de interesse geral, este despacho é denominado de
despacho normativo. O despacho normativo deverá ser observado por toda administração,
valendo como solução para todos os casos que se encontram na mesma situação.
Alvará: é instrumento pelo qual a Administração se vale para conferir ao administrado uma
licença ou autorização. Ou seja, é o formato pelo qual são emitidas as licenças e autorizações.
Como se pode notar, enquanto as licenças e autorizações representam o conteúdo, o alvará
representa a forma.

QUESTÕES

01. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Assinale a alternativa CORRETA sobre


os atos administrativos.
(A) Atos individuais, também chamados de normativos, são aqueles que se voltam para a
regulação de situações jurídicas concretas, com destinatários individualizados, como instruções
normativas e regulamentos.
(B) Em razão do formalismo que o caracteriza, o ato administrativo deve sempre ser
escrito, sendo juridicamente insubsistentes comandos administrativos verbais.
(C) Aprovação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece
a legalidade de um ato jurídico.
(D) Tanto os atos vinculados como os atos discricionários podem ser objeto de controle
pelo Poder Judiciário.
(E) Os provimentos são exclusivos dos órgãos colegiados, servindo especificamente para
demonstrar sua organização e seu funcionamento.

02. (UFRB - Assistente em Administração – FUNRIO). Quanto a seus destinatários, os atos


administrativos se classificam em (A) simples e compostos.
(B) gerais e individuais.
(C) fechados e abertos.
(D) unilaterais e complexos.
(E) internos e especiais.

03. (IF-BA - Assistente em Administração - FUNRIO) O ato administrativo pelo qual os órgãos
consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua
competência é (A) a homologação.
(B) o visto.
(C) o parecer.
(D) o relatório.
(E) a declaração.

Gabarito
01.D / 02.B / 03.C
Comentários

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01. Resposta: D
- Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados em lei, não existindo
possibilidade de apreciação por parte do administrador quanto à oportunidade ou à
conveniência. Cabe ao administrador apenas a verificação da existência de todos os elementos
expressos em lei para a prática do ato. Caso todos os elementos estejam presentes, o
administrador é obrigado a praticar o ato administrativo; caso contrário, ele estará proibido da
prática do ato.
- Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o motivo e sobre o objeto do
ato, devendo pautar suas escolhas de acordo com as razões de oportunidade e conveniência.
A discricionariedade é sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo com o princípio
da finalidade pública. O poder judiciário não pode avaliar as razões de conveniência e
oportunidade (mérito), apenas a legalidade, os motivos e o conteúdo ou objeto do ato.

02. Resposta: B
Atos Gerais - São aqueles expedidos sem destinatários determinados, possuem finalidade
normativa, atingindo todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato, abrangida
por seus preceitos. Apresenta cunho normativo, não se sabe quem o ato vai atingir por não ter
individualização. Ex.: Ato que concede promoção a uma categoria profissional.
Atos Individuais – São aqueles voltados a destinatários certos. Apresenta cunho ordinário e
enunciativo, sem caráter normativo.
Ex: Secretaria de Esportes convoca seus diretores para participarem de reunião.
03. Resposta: C
O enunciado da questão apresenta o conceito de parecer sendo este o ato pelo qual os órgãos
consultivos da Administração emitem opiniões sobre assuntos de sua competência.
Espécies de ato administrativo38

a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando o
cumprimento de uma lei. Podem apresentar-se com a característica de generalidade e
abstração (decreto geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto de
nomeação de um servidor).
Os atos normativos se subdividem em:
Regulamentos – São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as
disposições de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis,
dependem de regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis
independem de regulamentos para produzir efeitos.
- Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execução da lei, é um ato administrativo
que não tem o foto de inovar o ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o
texto legal. Os regulamentos executivos são atos normativos que complementam os
dispositivos legais, sem que ivovem a ordem jurídica, com a criação de direitos e obrigações.
-Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e visam inovar o ordenamento jurídico,
determinando normas sobre matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem
ser considerados atos expedidos como substitutos da lei e não facilitadores de sua aplicação, já
que são editados sem contemplar qualquer previsão anterior.
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não de serem expedidos
regulamentos autônomos, em decorrência do princípio da legalidade.

38
http://domtotal.com/direito/pagina/detalhe/31774/especies-de-atos-administrativos-em-relacao-ao-conteudo

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Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87,
inciso II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado.
Regimentos – São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do
Executivo ou da capacidade de auto-organização interna das corporações legislativas e
judiciárias. Desta maneira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu.
Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimentos e regulamentos, expedidos
pelas autoridades do executivo.
Deliberações – São atos normativos ou decisórios que emanam de órgãos colegiados
provenientes de acordo com os regulamentos e regimentos das organizações coletivas. Geram
direitos para seus beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Administração.

b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a


conduta funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos
por chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos particulares.

São eles:
Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierárquico em desempenhar determinada
função;
Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determinados funcionários ou agentes;
Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Ministério;
Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos aos seus subalternos que
determinam a realização de atos especiais ou gerais;
Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos responsáveis por obras ou serviços
públicos;
Provimentos – atos administrativos intermos, com determinações e instruções em que a
Corregedoria ou os Tribunais expedem para regularização ou uniformização dos serviços;
Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Administração a terceiros;
Despachos administrativos – são decisões tomadas pela autoridade executiva (ou legislativa e
judiciária, quando no exercício da função administrativa) em requerimentos e processos
administrativos sujeitos à sua administração.

c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração
apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas
condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.
Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a Administração concede ao
Administrado a faculdade de realizar determinada atividade.
Autorização – ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a
faculdade de exercer determinada atividade.
Permissão - ato discricionário e precário em que a Administração confere ao administrado a
faculdade de promover certa atividade nas situações determinadas por ela;
Aprovação - análise pela própria administração de atividades prestadas por seus órgãos;
Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato praticado pela própria Administração
como maneira de exequibilidade;
Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato praticado pelos seus órgãos como
meio de lhe dar eficácia;
Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cumprimento de certa obrigação até
então conferida por lei. Ex. Dispensa de prestação do serviço militar;
Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extingue de forma unilateral um direito
próprio, liberando definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração Pública. A sua
principal característica é a irreversibilidade depois de consumada.

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d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou


a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, constantes de registros,
processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao
conteúdo.
Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública comprova um fato ou uma situação de
que tenha conhecimento por meio dos órgãos competentes;
Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos existentes
em processos, livros ou documentos que estejam na repartição pública;
Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a assuntos submetidos à sua
consideração.

e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela
Administração, visando punir as infrações administrativas ou condutas irregulares de
servidores ou de particulares perante a Administração.
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as disposições legais, regulamentares
ou ordinatórias dos bens ou serviços.
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação externa e interna. Quando for
interna, compete à Administração punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços
que contenham defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos, fazendo com que se
respeite as normas administrativas.
Questões
01. (PC/CE - Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe – VUNESP). São atos administrativos
ordinatórios, entre outros,
(A) os Decretos, os Despachos, os Regimentos e as Resoluções.
(B) os Despachos, os Avisos, as Portarias e as Ordens de Serviço.
(C) os Decretos, as Instruções, os Provimentos e os Regimentos.
(D) as Instruções, as Deliberações, as Portarias e os Regulamentos.
(E) os Regulamentos, as Instruções, os Regimentos e as Deliberações.

02. (TCE/GO - Analista de Controle Externo - FCC) Enzo, servidor público e chefe de
determinada repartição pública, na mesma data, editou dois atos administrativos distintos,
quais sejam, uma certidão e uma licença. No que concerne às espécies de atos administrativos,
tais atos são classificados em (A) ordinatórios e negociais, respectivamente.
(B) enunciativos.
(C) negociais.
(D) enunciativos e negociais, respectivamente.
(E) normativos e ordinatórios, respectivamente.
Gabarito
01.B/ 02.D.
Comentários
01. Resposta: B
Atos ordinatórios são aqueles que tem por objetivo disciplinar o funcionamento da
Administração e a conduta funcional dos seus agentes, representando exercício do poder
hierárquico do Estado. São espécies de atos ordinatórios: as portarias, as instruções, os avisos,
as circulares, as ordens de serviço, os ofícios e os despachos.
02. Resposta: D
Os atos praticados pelo servidor são atos enunciativos e negociais. Atos enunciativos: São
todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma

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opinião sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos,


sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos negociais: São todos
aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração apta a concretizar
determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas
ou consentidas pelo Poder Público.
Extinção do ato administrativo
Cassação Ocorre a extinção do ato administrativo quando o administrado deixa de preencher
condição necessária para permanência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre
condição indispensável para manutenção do ato administrativo.
Exemplo: habilitação cassada porque o condutor ficou cego.39
Anulação ou invalidação (desfazimento) É a retirada, o desfazimento do ato administrativo em
decorrência de sua invalidade, ou seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela
Administração ou pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc.
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via administrativa. Ocorrerá por via judicial
quando alguém solicita ao Judiciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando
a própria Administração expede um ato anulando o antecedente, utilizando-se do princípio da
autotutela, ou seja, a Administração tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem
ilegais ou inconvenientes. Quando a anulação é feita por via administrativa, pode ser realizada
de ofício ou por provocação de terceiros. A anulação de um ato não pode prejudicar terceiro
de boa-fé.
Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF:
SÚMULA 346
A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
SÚMULA 473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
Um ponto muito discutido pela doutrina diz respeito ao caráter vinculado ou discricionário da
anulação. Os que defendem que deve-se anular (caráter vinculado), embasam esse
entendimento no princípio da legalidade e os que defendem como uma faculdade (caráter
discricionário) invocam o princípio da predominância do interesse público sobre o particular.
O entendimento por nós defendido é de que, em regra, a Administração, tem o dever de anular
os atos ilegais.
Revogação É a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou
inoportunidade em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado
de acordo com a lei. A revogação somente poderá ser feita por via administrativa.
Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu o interesse na manutenção deste,
ainda que não exista vício que o tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito
administrativo, por set um ato legal, todos os atos já foram produzidos de forma lícita, de modo
que a revogação não irá retroagir, contudo mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc).
Não há limite temporal para a revogação de atos administrativos, não se configurando a
decadência, no prazo quinquenal, tendo em vista o entendimento que o interesse público pode
ser alterado a qualquer tempo.
Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por razões de conveniência e
oportunidade.

39
MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 4ª edição. 2014.

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Convalidação ou sanatória É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de
ato antecedente, de modo a torná-lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior
que sana um vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde o momento em que foi
praticado. Alguns autores, ao se referir à convalidação, utilizam a expressão sanatória.
O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majoritária), constitutiva, secundária, e
eficácia ex tunc.
Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos, sustentando que os atos
administrativos somente podem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação
seriam os atos anuláveis.
Existem três formas de convalidação:
a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade que praticou o ato;
b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior àquela que praticou o ato;
c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou seja, não é feita nem por quem
praticou
o ato nem por autoridade superior.
Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação será discricionária, ou seja, a
Administração convalidará ou não o ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo
por base o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a convalidação deverá
ser obrigatória, visto que, se houver como sanar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É
possível, entretanto, que existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra
alternativa senão anular o ato.
Os obstáculos ao dever de convalidar são:
Impugnação do ato: Se houve a impugnação, judicial ou administrativa, não há que se falar
mais em convalidação. O dever de convalidar o ato só se afirma se ainda não houve sua
impugnação.
Decurso de tempo: O decurso de tempo pode gerar um obstáculo ao dever de convalidar. Se a
lei estabelecer um prazo para a anulação administrativa, na medida em que o decurso de prazo
impedir a anulação, o ato não poderá ser convalidado, visto que o decurso de tempo o
estabilizará – o ato não poderá ser anulado e não haverá necessidade de sua convalidação.
Conversão É o ato administrativo que, com efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente,
transformando-o em ato distinto, desde o seu nascimento, ou seja, aproveita o ato defeituoso
como ato válido de outra categoria. Exemplo: Concessão de uso sem prévia autorização
legislativa; A concessão é transformada em permissão de uso, que não precisa de autorização
legislativa, para que seja um ato válido – conversão.
Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo. O ato nulo,
embora não possa ser convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido.
Prescrição O instituto da prescrição, entendida como a perda do direito de ação devido à inércia
de seu titular, também é reconhecido pela legislação pertinente ao Direito Administrativo.
Como regra, o prazo para interposição de recursos administrativos é de cinco dias.
Já o prazo para propositura de ações judiciais, tanto pela Administração quanto pelo
administrado, em regra é de cinco anos. Importante destacar que as hipóteses de suspensão e
interrupção do prazo prescricional previstas na legislação civil também são aplicáveis às ações
judiciais pertinentes ao Direito Administrativo.
Decadência A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos potestativos, que “são
poderes que a lei confere a determinadas pessoas de influírem, com uma declaração de
vontade, sobre situações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”, ou seja,
quando a lei ou a vontade fixam determinado prazo para serem exercidos e se não o forem,
extingue-se o próprio direito material.
O instituto da decadência tem a mesma finalidade da prescrição, qual seja, garantir a segurança
jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem pública, não podendo ser

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renunciada. Entretanto, se o prazo decadencial for ajustado, por declaração unilateral de


vontade ou por convenção entre as partes, pode ser renunciado, que corresponderá a uma
revogação da condição para o exercício de um direito dentro de determinado tempo.
Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se como de decadência
administrativa os prazos estabelecidos por diversas leis, para delimitar no tempo as atividades
da Administração. E isso porque a prescrição, como instituto jurídico, pressupõe a existência de
uma ação judicial apta à defesa de um direito. Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos
dentro dos quais o administrado pode interpor recursos administrativos ou pode a
Administração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre a conduta de seus servidores,
sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou outras obrigações com os administrados, refere-
se a esses prazos denominando-os de prescricionais.
Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso do prazo, impedindo a prática de
um ato pela própria Administração.
Questões

01. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017). Sobre a revogação dos atos


administrativos, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Nem todos os atos administrativos podem ser revogados.
(B) A revogação de ato administrativo é realizada, ordinariamente, pelo Poder Judiciário,
cabendo-lhe ainda examinar os aspectos de validade do ato revogador.
(C) Considerando que a revogação atinge um ato que foi praticado em conformidade com
a lei, seus efeitos são ex nunc.
(D) Pode a Administração Pública se arrepender da revogação de determinado ato.
(E) O fundamento jurídico da revogação reside no poder discricionário da Administração
Pública

02. (CONFERE - Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CIDADES/2016). A anulação do ato


administrativo:
(A) Pode ser decretada à revelia pelo administrador público.
(B) Pode ser decretada somente pelo poder judiciário, desde que exista base legal para
isso.
(C) Pode ser decretada tanto pelo poder judiciário como pela administração pública
competente.
(D) (D) Não pode ser decretada em hipótese alguma, pois o ato administrativo tem força
de lei.

03. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS/2016). No que se refere aos atos
administrativos, assinale a alternativa correta.
(A) Em face de sua competência para apreciar a legalidade de quaisquer atos
administrativos para fins de registro, a declaração de invalidade ou anulação por vícios legais
desses atos é exclusiva do Poder Legislativo respectivo.
(B) O direito da Administração de anular seus próprios atos de que decorram efeitos
favoráveis aos destinatários prescreve em 3 (três) anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.
(C) A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade,
e pode revogá-los por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.

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(D) Têm natureza política e são excluídos de apreciação pelo Poder Judiciário os atos
administrativos dotados de vinculação resultantes do exercício do poder de polícia
administrativa que limitam ou disciplinam direito, interesse ou liberdade dos administrados.
(E) Os atos administrativos eivados de vício que os tornem ilegais somente podem ser
declarados inválidos ou revogados pelo Poder Judiciário.

04. (DPE/MA - Defensor Público – FCC). No que tange à competência para revogar atos
administrativos, é correto afirmar que
(A) a revogação de atos que se sabem eivados de nulidade é possível, desde que
devidamente motivada por razões de interesse público.
(B) a competência para revogar é sempre delegável.
(C) atos já exauridos podem ser revogados, desde seja expressamente atribuído efeito
retroativo ao ato revocatório.
(D) atos ineficazes, porque ainda não implementada condição deflagradora de sua eficácia,
estão sujeitos à revogação.
(E) é possível revogar atos vinculados, desde que sua edição seja de competência
autoridade que editará o ato revocatório

05. (TRT - 18ª Região (GO)Prova: Juiz do Trabalho – FCC). No que tange à validade dos atos
administrativos
(A) é possível convalidar ato administrativo praticado com vício de finalidade, desde que
se evidencie que tal decisão não acarrete prejuízo a terceiros.
(B) todos os atos administrativos praticados com vício de competência devem ser
anulados, pois se trata de elemento essencial à validade dos atos administrativos.
(C) o descumprimento, pelo administrado, dos requisitos referentes ao desfrute de uma
dada situação jurídica, justifica a anulação do ato administrativo que gerou referida situação.
(D) a caducidade é a extinção de ato administrativo em razão da superveniência de
legislação que tornou inadmissível situação anteriormente consentida, com base na legislação
então aplicável.
(E) os atos praticados por agente incompetente estão sujeitos à revogação pela autoridade
que detém a competência legal para sua prática.
Gabarito
01.B/ 02.C/ 03.C/ 04.D/ 05.D.
Comentários
Resposta: B
Revogação é a retirada do ato administrativo em decorrência da sua inconveniência ou
inoportunidade em face dos interesses públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado
de acordo com a lei.
01. Resposta: C
A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogálos por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. O
ato administrativo também pode ser anulado pelo Poder Judiciário
03.
Respos
ta: C
Súmula
473
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou

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oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação


judicial.
04. Resposta: D
Um ato administrativo pode ser ineficaz por algumas razões, ou não está formado ou foi extinto.
Dessa forma, os atos que apresentam condição deflagadora de eficácia, estão sujeitos à
revogação.

05. Resposta: D
O Prof. José dos Santos Carvalho Filho cita o seguinte exemplo: "uma permissão para uso de
um bem público; se, supervenientemente, é editada lei que proíbe tal uso privativo por
particular, o ato anterior, de natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se."
Outro exemplo é apresentado pela Prof. Maria Sylvia Di Pietro: "a caducidade de permissão
para explorar parque de diversões em local que, em face da nova lei de zoneamento, tornou-
se incompatível com aquele tipo de uso".

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CAPÍTULO 9 - CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO:


Controle administrativo; controle judicial; controle legislativo;
responsabilidade civil do Estado.

A Administração Pública se sujeita a controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário,
além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos.
Embora o controle seja atribuição estatal, o administrado participa dele à medida que pode e
deve provocar o procedimento de controle, não apenas na defesa de seus interesses
individuais, mas também na proteção do interesse coletivo.
A Emenda Constitucional nº 19/98 inseriu o § 3º no artigo 37, prevendo lei que discipline as
formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta: é o chamado
controle popular. Essa lei ainda não foi promulgada.
Atualmente, uma instituição que desempenha importante papel no controle da Administração
Pública é o Ministério Público. Além da tradicional função de denunciar autoridades públicas
por crimes no exercício de suas funções, ainda atua como autor da ação civil pública, seja para
defesa de interesses difusos e coletivos, seja para repressão à improbidade administrativa.
O controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais e, em certa medida, dos
inconvenientes ou inoportunos.
Com base nesses elementos, Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua “o controle da
Administração Pública como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos
dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de
sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico”.
Classificação

Vários critérios existem para classificar as modalidades de controle.


Quanto ao órgão que o exerce, o controle pode ser administrativo, legislativo ou judicial.
Conforme a origem: O controle ainda pode ser interno ou externo.
É interno o controle que cada um dos Poderes exerce sobre seus próprios atos e agentes.
Exemplo: os chefes que possuem controle sobre seus funcionários.
Exercido de forma integrada entre os Poderes com responsabilidade solidária dos responsáveis
pelo controle interno, assim que deixam de dar ciência ao TCU sobre alguma irregularidade que
tenha ocorrido.
Art. 74, Constituição Federal Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos
programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos
e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

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É externo o controle exercido por um dos Poderes sobre o outro, como também o controle da
Administração Direta sobre a Indireta. Exemplo: quando o ato da Administração é anulado
judicialmente.
A Constituição Federal prevê o controle externo a cargo do Congresso Nacional, com o auxílio
do Tribunal de Contas (art. 71) e o controle interno que cada Poder exercerá sobre seus próprios
atos (arts. 70 e 74). No artigo 74 é prevista a responsabilidade solidária dos responsáveis pelo
controle quando, ao tomarem conhecimento de irregularidade, deixarem de dar ciência ao
Tribunal de Contas.
Conforme o momento a ser exercido: Quanto ao momento em que se efetua, pode ser prévio,
concomitante ou posterior.
Controle prévio ou preventivo: é feito antes de se consumar a conduta administrativa.
Exemplo: a previsão constitucional de necessidade de autorização ou aprovação prévia do
Congresso Nacional para determinados atos do Poder Executivo (art. 49, II, III, XV, XVI e XVII;
art. 52, III, IV e V).
Controle concomitante: acompanha a situação administrativa no momento em que ela se
verifica.
Exemplo: o acompanhamento da execução orçamentária pelo sistema de auditoria.
Controle posterior ou corretivo: tem por finalidade a revisão de atos já praticados, para corrigi-
los, desfazê-los ou, somente, confirmá-los. Atinge atos como os de aprovação, homologação,
anulação, revogação ou convalidação. -
Exemplo: a anulação de um ato administrativo ilegal.
Conforme a amplitude: Quanto à amplitude, o controle pode ser hierárquico ou finalístico.
Para Hely Lopes Meirelles, é aquele “que resulta automaticamente do escalonamento vertical
dos órgãos do Executivo, em que os inferiores estão subordinados aos superiores”. O controle
é hierárquico sempre que os órgãos superiores (dentro de uma mesma estrutura hierárquica)
possuírem competência para controlar e fiscalizar os atos praticados por seus subordinados.
Por sua vez, o controle finalístico é o controle que é exercido pela Administração Direta sobre
as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta. É um controle que depende de lei
que o estabeleça, determine os meios de controle, as autoridades responsáveis pela sua
realização, bem como as suas finalidades.
Conforme a natureza:
- Controle de legalidade: pode ser exercitado pela Administração de ofício ou mediante
provocação, o Legislativo apenas efetiva nos casos previstos na Constituição e o Judiciário de
acordo com a ação adequada. O ato que for ilegal ou ilegítimo pode ser anulado, mas nunca
revogado.
- Controle do mérito: ocorre em virtude da verificação de conveniência e oportunidade
da conduta administrativa. Via de regra a competência para exercê-lo é da Administração,
admitindo-se excepcionalmente, se houver previsão na Constituição, o poder de controle
conferido ao Legislativo, mas não ao Judiciário.
Controle Administrativo
O controle administrativo é o que decorre da aplicação do princípio do autocontrole, ou
autotutela, do qual emerge o poder com idêntica designação (poder de autotutela). A
Administração tem o dever de anular seus próprios atos, quando eivados de nulidade, podendo
revogá-los ou alterá-los, por conveniência e oportunidade, respeitados, nessa hipótese, os
direitos adquiridos. É o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública (em
sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por
iniciativa própria ou mediante provocação.

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O controle sobre os órgãos da Administração Direta é um controle interno e decorre do poder


de autotutela que permite à Administração Pública rever os próprios atos quando ilegais,
inoportunos ou inconvenientes, sendo amplamente reconhecido pelo Poder Judiciário
(Súmulas 346 e 473 do STF).
Controle Administrativo Exercitado de Ofício: O controle é exercitado de ofício, pela própria
Administração, ou por provocação. Na primeira hipótese, pode decorrer de: fiscalização
hierárquica; supervisão superior; controle financeiro; pareceres vinculantes; ouvidoria; e
recursos administrativos hierárquicos ou de ofício.
a) fiscalização hierárquica: Procede do poder hierárquico, que faculta à Administração a
possibilidade de escalonar sua estrutura, vinculando uns a outros e permitindo a ordenação,
coordenação, orientação de suas atividades.
Delas derivam as prerrogativas ao superior hierárquico de delegar e avocar atribuições, assim
também o dever de obediência. A fiscalização hierárquica pode ser realizada a qualquer tempo,
antes ou depois da edição do ato, e independentemente de qualquer provocação.
b) supervisão superior: Difere da fiscalização hierárquica porque não pressupõe o vínculo
de subordinação, ficando limitada a hipóteses em que a lei expressamente admite a sua
realização. No âmbito da Administração Pública Federal é nominada de “supervisão ministerial”
e aplicável às entidades vinculadas aos ministérios
c) controle financeiro: O art. 74 da Constituição Federal determina que os Poderes
mantenham sistema de controle interno com a finalidade de “avaliar o cumprimento das metas
previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da
União; comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da Administração Federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; exercer o controle
das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; apoiar
o controle externo no exercício de sua missão institucional”.
d) pareceres vinculantes: Trata-se de controle preventivo sobre determinados atos e
contratos administrativos realizado por órgão técnico integrante da Administração ou por
órgão do Poder Executivo (como ocorre com a Procuradoria-Geral do Estado).
e) ouvidoria: limita-se a proceder ao encaminhamento das reclamações que recebe.
Ouvidoria tem-
se dedicado a receber reclamações de populares e usuários dos serviços públicos.
f) recursos administrativos hierárquicos ou de ofício: por vezes a lei condiciona a decisão
ao reexame superior, carecendo ser conhecida e eventualmente revista por agente
hierarquicamente superior àquele que decidiu. O reexame é decorrente do poder hierárquico,
que consagra prerrogativas próprias do agente superior (delegar atribuição, avocá-las,
fiscalizar, rever decisões).
Controle Administrativo Exercitado Por Provocação: Nesta hipótese de controle interno, ou
administrativo (por provocação), pode decorrer de: direito de petição; pedido de
reconsideração; reclamação administrativa; e recurso administrativo.
a) direito de petição: A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do
pagamento de taxas, “o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder” (art. 5º, XXXIV, a).
O direito individual consagrado no inciso XXXIV é amplo, e seu exercício não reclama
legitimidade ou interesse comprovado. Pode, assim, ser a petição individual ou coletiva
subscrita por brasileiro ou estrangeiro, pessoa física ou jurídica, e ser endereçada a qualquer
dos Poderes do Estado.
Enquanto o direito de petição é utilizado para possibilitar o acesso a informações de interesse
coletivo, o direito de certidão é utilizado para a obtenção de informações que dizem respeito
ao próprio requerente.

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O sigilo é lícito na administração pública em situações nas quais a publicidade possa acarretar
lesão a outro direito protegido constitucionalmente.
b) pedido de reconsideração: Próximo do recurso administrativo, o pedido de
reconsideração abriga requerimento que objetiva a revisão de determinada decisão
administrativa. Diferentemente do “direito de petição”, exige a demonstração de interesse
daquele que o subscreve, podendo ser exercido por pessoa física ou jurídica, brasileira ou
estrangeira, desde que detentora de interesse. O prazo para sua interposição deve estar
previsto na lei que autoriza o ato; no seu silêncio, a prescrição opera-se em um ano, contado
da data do ato ou decisão.
c) reclamação administrativa: Trata-se de pedido de revisão que impugna ato ou
atividade administrativa. É a oposição solene, escrita e assinada, a ato ou atividade pública que
afete direitos ou interesses legítimos do reclamante. Dessas reclamações são exemplos a que
impugna lançamentos tributários e a que se opõe a determinada medida punitiva.
Esta modalidade de recurso administrativo tem a finalidade de conferir à oportunidade do
cidadão questionar a realização de algum ato administrativo.
As reclamações administrativas, na maioria das vezes são julgadas por um órgão especifico da
administração pública, criados com este intuito.
Caso não ocorra outro prazo previsto pela legislação, a reclamação deve ser interposta perante
o órgão da administração pública dentro de até um ano, contados da realização do ato eivado
de vício. A reclamação administrativa, de acordo com Meirelles:
“É a oposição expressa a atos da Administração que afetem direitos ou interesses legítimos do
administrado.”
O prazo interposto para interpor a reclamação administrativa é fatal e peremptório para o
administrado, permitindo que a Administração não tome conhecimento do pedido se feito fora
do prazo determinado.
Porém, nada impede que a Administração reconheça a reclamação extemporaneamente, desde
que não tenha ocorrido a prescrição da ação e a reclamação seja procedente.
d) recurso administrativo: Recurso é instrumento de defesa, meio hábil de impugnação ou
possibilitador de reexame de decisão da Administração. Os recursos administrativos podem ser:
a) provocados ou voluntários; b) hierárquicos ou de ofício. Quanto aos efeitos: a) suspensivos;
b) meramente devolutivos.
Assim, recurso provocado é o interposto pelo interessado, pelo particular, devendo ser dirigido
à autoridade competente para rever a decisão, contendo a exposição dos fatos e fundamentos
jurídicos da irresignação.
O recurso implicará o exame da matéria já decidida, devendo tal decisão ser fundamentada,
seja para o acolhimento das razões recursais, seja para o não provimento do recurso (STF, RDA,
80/147). O reexame será amplo, podendo ir além do pedido e mesmo ser decidido contra o
recorrente (admite-se a reformatio in pejus), salvo se se tratar de recurso hierárquico ou de
ofício. Nada impede, ainda, que, presente o recurso, julgue o administrador conveniente a
revogação da decisão, ou a sua anulação, ainda que o recurso não objetive tal providência. Os
recursos sempre produzem efeitos devolutivos, permitindo o reexame da matéria decidida
(devolve à Administração a possibilidade de decidir), e excepcionalmente produzirão efeitos
suspensivos, obstando a execução da decisão impugnada.
O Recurso administrativo ou hierárquico é o pedido de reexame do ato dirigido à autoridade
superior à que o proferiu. Só podem recorrer os legitimados, que, segundo o artigo 58 da Lei
federal 9784/99, são: I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; II –
aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III –
organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV – os
cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. Pode-se, em tese, recorrer de
qualquer ato ou decisão, salvo os atos de mero expediente ou preparatórios de decisões.

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O recurso hierárquico tem sempre efeito devolutivo e pode ter efeito suspensivo, se previsto
em lei. Atente-se que, se cabe recurso administrativo com efeito suspensivo e esse for
interposto, é vedada a impetração de mandado de segurança, conforme estabelece o art. 5º, I
da Lei federal nº 1.533/51, que regula o mandado de segurança, até que seja decidido.
O recurso hierárquico pode ser voluntário ou de ofício.
Na decisão do recurso, o órgão ou autoridade competente tem amplo poder de revisão,
podendo confirmar, desfazer ou modificar o ato impugnado. Entretanto, a reforma não pode
impor ao recorrente um maior gravame (reformatio in pejus).
Pedido de revisão é o recurso utilizado pelo servidor público punido pela Administração,
visando ao reexame da decisão, no caso de surgirem fatos novos suscetíveis de demonstrar a
sua inocência. Pode ser interposto pelo próprio interessado, por seu procurador ou por
terceiros, conforme dispuser a lei estatutária. É admissível até mesmo após o falecimento do
interessado.
Coisa julgada administrativa: Quando inexiste, no âmbito administrativo, possibilidade de
reforma da decisão oferecida pela Administração Pública, está-se diante da coisa julgada
administrativa. Esta não tem o alcance da coisa julgada judicial, porque o ato jurisdicional da
Administração Pública é tão-só um ato administrativo decisório, destituído do poder de dizer
do direito em caráter definitivo. Tal prerrogativa, no Brasil, é só do Judiciário.
A imodificabilidade da decisão da Administração Pública só encontra consistência na esfera
administrativa. Perante o Judiciário, qualquer decisão administrativa pode ser modificada, salvo
se também essa via estiver prescrita.
Portanto, a expressão “coisa julgada”, no Direito Administrativo, não tem o mesmo sentido que
no Direito Judiciário. Ela significa apenas que a decisão se tornou irretratável pela própria
Administração.
Controle Legislativo
O controle legislativo, ou parlamentar, é exercido pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional,
Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas, Câmara Distrital e Câmara
de Vereadores), tendo em mira a administração desempenhada pelos Poderes Executivo e
Judiciário.
O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administração Pública limita-se às hipóteses
previstas na Constituição Federal. Alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da
Administração Indireta e o próprio Poder Judiciário, quando executa função administrativa.
O exercício do controle constitui uma das funções típicas do Poder Legislativo, ao lado da função
de legislar.
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI): As Comissões Parlamentares de Inquérito são
constituídas pelo Senado ou pela Câmara, em conjunto ou separadamente, para investigar fato
determinado e por prazo certo. Exige-se que o requerimento para a instalação contenha um
terço de adesão dos membros que compõem as Casas Legislativas, sendo suas conclusões
encaminhadas, quando for o caso, ao Ministério Público.
Têm-se, pois, os seguintes requisitos para a instalação de Comissão Parlamentar de
Inquérito. - Quanto à competência para constituí-la, pode ser: a) do Congresso Nacional;
b) do Senado Federal;
c) da Câmara dos Deputados e, pelo princípio da simetria, das Assembleias Legislativas e da
Câmara
de Vereadores.
- Quanto ao objeto:
a) qualquer fato certo e determinado relacionado ao exercício da função administrativa.
- Quanto à instalação e término:

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a) pode ser instalada se contiver um terço da adesão dos membros das Casas Legislativas,
como já
dissemos;
b) terá prazo certo e determinado para a conclusão, conquanto admita prorrogações.
- Quanto à natureza de seus atos:
a) tem amplo poder de investigação, similar à competência do Judiciário.
As Comissões detêm poderes de investigação, mas não competência para atos judiciais. Assim,
investigam com amplitude, mas não julgam e submetem suas conclusões ao Ministério Público.
Pedido de Informações: O controle exercido por “pedido de informações” está previsto no art.
50, § 2º, da Constituição Federal, podendo ser dirigido a ministro de Estado ou a qualquer
agente público subordinado à Presidência da República, a fim de aclarar matéria que lhe seja
afeta. Tal pedido somente pode ser formulado pelas Mesas da Câmara e do Senado, devendo
ser atendido no prazo de trinta dias, sujeitando o agente, no caso de descumprimento, a crime
de responsabilidade. A norma é aplicável, por simetria, aos Estados e Municípios.
Convocação de Autoridades: A Constituição Federal (art. 50) permite às Casas Legislativas e às
suas Comissões a convocação de ministros de Estado para prestarem esclarecimentos sobre
matéria previamente definida. Tais esclarecimentos, ou informações, deverão ser prestados
pessoalmente e o descumprimento, repetimos, pode corresponder à prática de crime de
responsabilidade.
Nos Estados e Municípios, a Constituição Estadual e as Leis Orgânicas também disciplinam,
invariavelmente, a convocação de secretários municipais e dos dirigentes de autarquias,
fundações, sociedades de economia mista, empresas públicas ou outras entidades. Não há
previsão constitucional para a convocação do chefe do Executivo.
Fiscalização pelo Tribunal de Contas: A função desempenhada pelo Tribunal de Contas é
técnica, administrativa, e não jurisdicional. Apesar de auxiliar o Legislativo, detém autonomia e
não integra a estrutura organizacional daquele Poder.
A fiscalização não se restringe ao “controle financeiro”, mas inclui a fiscalização contábil,
orçamentária, operacional e patrimonial da Administração Pública direta e indireta, bem como
de qualquer pessoa física ou jurídica que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos (CF, art. 70, parágrafo único).
O controle pode tanger a: legalidade, legitimidade, economicidade e aplicação de subvenções
e renúncia de receitas (CF, art. 70).
A Constituição Federal ampliou significativamente as atribuições das Cortes de Contas, dentre
as quais se destacam:
a) oferecer parecer prévio sobre contas prestadas anualmente pelo chefe do Poder
Executivo;
b) examinar, julgando, as contas dos agentes públicos e administradores de dinheiros, bens
e valores
públicos;
c) aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,
sanções
previstas em lei;
d) fiscalizar repasses de recursos efetuados pela União a Estados, Distrito Federal ou a
Municípios,
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres;
e) conceder prazo para a correção de irregularidade ou ilegalidade;
f) realizar auditorias e inspeções de natureza contábil, financeira, orçamentária,
operacional e
patrimonial em qualquer unidade administrativa dos três Poderes, seja da Administração
direta, seja da indireta.

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A atual Constituição Federal coloca o Tribunal de Contas como órgão integrante do Poder
Legislativo, já que a atribuição de fiscalizar faz parte das atribuições típicas do Poder Legislativo.
Outros afirmam que o TCU não pertence a nenhum dos Poderes e entendem que ele é um
órgão independente e autônomo, assim como o Ministério Público e que, ao auxiliar o Poder
Legislativo, a ele não se subordina.
Não obstante as várias interpretações constitucionais, o entendimento majoritário é no sentido
de ser o TCU um órgão de extração constitucional, independente e autônomo, que auxilia o
Congresso Nacional no exercício do controle externo.
Deste modo, o Tribunal de Contas auxilia o Poder Legislativo mas não o integra. Embora o nome
sugira que faça parte do Poder Judiciário, o TCU está administrativamente enquadrado no
Poder Legislativo. Essa é a posição adotada no Brasil, pois em outros países essa corte pode
integrar qualquer dos outros dois poderes. Sua situação é de órgão auxiliar do Congresso
Nacional, e como tal exerce competências de assessoria do Parlamento, bem como outras
privativas.
Controle Judicial
O Direito brasileiro adotou o sistema de jurisdição una, pelo qual o Poder Judiciário tem o
monopólio da função jurisdicional, ou seja, do poder de apreciar, com força de coisa julgada, a
lesão ou ameaça de lesão a direitos individuais e coletivos (art. 5º, XXXV CF/88). Afastou,
portanto, o sistema da dualidade de jurisdição, em que, paralelamente ao Poder Judiciário,
existem os órgãos de Contencioso Administrativo, que exercem, como aquele, função
jurisdicional sobre lides de que a Administração Pública seja parte interessada.
O Poder Judiciário pode examinar os atos da Administração Pública, de qualquer natureza,
sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bilaterais, vinculados ou discricionários, mas sempre
sob o aspecto da legalidade e da moralidade (art. 5º, LXXIII, e art. 37).
Quanto aos atos discricionários, sujeitam-se à apreciação judicial, desde que não invadam os
aspectos reservados à apreciação subjetiva da Administração, conhecidos sob a denominação
de mérito (oportunidade e conveniência).
Não há invasão do mérito quando o Judiciário aprecia os motivos, ou seja, os fatos que
precedem a elaboração do ato; a ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade,
suscetível de invalidação pelo Poder Judiciário.
Os atos normativos do Poder Executivo, como Regulamentos, Resoluções, Portarias, só podem
ser invalidados pelo Judiciário por via de ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade), cujo
julgamento é de competência do STF, quando se tratar de lei ou ato normativo federal ou
estadual que contrarie a Constituição Federal; e do Tribunal de Justiça, quando se tratar de lei
ou ato normativo estadual ou municipal que contrarie a Constituição do Estado.
Nos casos concretos, poderá o Poder Judiciário apreciar a legalidade ou constitucionalidade dos
atos normativos do Poder Executivo, mas a decisão produzirá efeitos apenas entre as partes,
devendo ser observada a norma do art. 97 da Constituição Federal, que exige maioria absoluta
dos membros dos Tribunais para a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
do Poder Público.
Com relação aos atos políticos, é possível também a sua apreciação pelo Poder Judiciário, desde
que causem lesão a direitos individuais ou coletivos.
Quanto aos atos interna corporis (atos administrativos que produzem efeitos internos), em
regra, não são apreciados pelo Poder Judiciário, porque se limitam a estabelecer normas sobre
o funcionamento interno dos órgãos; no entanto, se exorbitarem em seu conteúdo, ferindo
direitos individuais e coletivos, poderão também ser apreciados pelo Poder Judiciário.
Privilégios da Administração Pública: A Administração Pública, quando é parte em uma ação
judicial, usufrui de determinados privilégios não reconhecidos aos particulares:

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1. Juízo privativo. Na esfera federal, é a Justiça Federal; excetuam-se apenas as causas


referentes à falência e as de acidente de trabalho (justiça comum) e as relativas à Justiça
Eleitoral e Justiça do Trabalho. Esse juízo privativo beneficia a União, entidade autárquica ou
empresa pública, excluídas as fundações de direito privado e as sociedades de economia mista.
2. Prazos dilatados. Pelo CPC/2015, a Fazenda Pública e o Ministério Público têm prazo
em prazo em dobro para manifestar-se nos autos. A Lei nº 9.469/97 estendeu igual benefício
às autarquias e fundações públicas.
OBS: o Ministério Público possui previsão no artigo 180, CPC e a Fazenda Pública no artigo 183.
3. Duplo grau de jurisdição. O art. 496 do CPC/2015 determina que está sujeita ao duplo
grau de jurisdição, não produzindo efeitos senão depois de confirmada pelo tribunal, a
sentença proferida contra a União, o Estado, o DF, o Municípios e as respectivas autarquias e
fundações de direito público, bem como a que julgar improcedente, no todo ou em parte, os
embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública.
4. Processo especial de execução. O art. 100 da Constituição prevê processo especial de
execução contra a Fazenda Federal, Estadual e Municipal, e que abrange todas as entidades de
direito público.
Esse processo não se aplica aos débitos de natureza alimentícia e aos pagamentos de
obrigações definidas em lei como de pequeno valor.
Conforme o dispositivo constitucional, o Presidente do Tribunal que proferir a decisão
exequenda expede ofício precatório à entidade devedora, que fará consignar no seu orçamento
verba necessária ao pagamento dos débitos constantes dos precatórios judiciais apresentados
até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, com atualização
monetária.

Questões

01. (TRE/PE - Técnico Judiciário – Área Administrativa – CESPE/2017). Assinale a opção correta
a respeito do controle da administração pública.
(A) As ações judiciais que tenham por objeto atos administrativos praticados por órgãos do
Poder Judiciário constituem exemplos de controle externo.
(B) Dada a presunção de legitimidade dos atos administrativos, não se pode falar em
controle preventivo desses atos.
(C) Por força do princípio da eficiência, não cabe falar em controle concomitante de um
ato administrativo, sob risco de entraves desnecessários à consecução do interesse público.
(D) O recurso administrativo ilustra o chamado controle provocado, que se opõe ao
controle de ofício, por ser deflagrado por terceiro
(E) O controle de legalidade é prerrogativa do controle judicial.

02. (TCE/PR - Conhecimentos Básicos – CESPE/2016). A respeito do controle judicial dos atos
administrativos, assinale a opção correta.
(A) Em razão da presunção de legitimidade e autoexecutoriedade do ato administrativo, o
controle judicial deste se dá, em regra, posteriormente à sua edição, podendo, todavia, ocorrer
de forma prévia, a fim de evitar ameaça de lesão a direito.
(B) No ordenamento jurídico pátrio, inexiste hipótese em que o acesso ao Poder Judiciário
somente seja admitido após o esgotamento da instância administrativa.
(C) A ação de improbidade administrativa é meio de controle judicial de condutas de
improbidade praticadas no âmbito da administração pública, para as quais são previstas

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penalidades de cassação dos direitos políticos, perda da função pública e ressarcimento ao


erário, entre outras.
(D) Em razão do sistema do contencioso administrativo, adotado no Brasil, determinadas
causas, quando julgadas em última instância na esfera administrativa, não podem ser
reapreciadas pelo Poder Judiciário.
(E) Com base no princípio da inafastabilidade da jurisdição, o Poder Judiciário pode
reapreciar o mérito dos atos administrativos relativamente aos critérios de oportunidade e
conveniência utilizados pelo administrador público.

03. (Prefeitura de Matozinhos/MG - Advogado – FUMARC/2016). Acerca do controle


jurisdicional dos atos da Administração Pública, é INCORRETO afirmar que
(A) o abuso de poder e o desvio de finalidade podem sujeitar o ato administrativo a
controle jurisdicional por meio de ações individuais ou coletivas, conforme os pressupostos de
cada uma.
(B) o ato administrativo que imponha punição disciplinar pode ser sujeito a controle
jurisdicional se for emitido por autoridade incompetente.
(C) os atos administrativos vinculados são, em regra, sujeitos a controle jurisdicional.
(D) qualquer ato praticado pelo chefe da Administração Pública pode ser sujeito a controle
jurisdicional, ainda que expresse no seu mérito decisão discricionária.

04. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). Acerca dos tipos e das formas de
controle da Administração Pública, é correto afirmar que o controle
(A) administrativo não pode ser exercido pelos Poderes Legislativo e Judiciário.
(B) exercido pelas comissões parlamentares de inquérito (CPI) é um exemplo de
controle judicial.
(C) administrativo, o controle legislativo e o controle judicial são formas de
controle da Administração Pública.
(D) popular ou social não é uma forma de controle aceita no regime jurídico
brasileiro. (E) administrativo é exercido exclusivamente pelo Poder Executivo.

05. (UFPB - Administrador – IDECAN/2016). Quanto ao controle da administração pública, a


autotutela constitui espécie de controle:
(A) Judicial.
(B) Externo.
(C) Legislativo.
(D) Administrativo.

06. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). No que se refere a controle


interno e a controle externo na Administração Pública, assinale a alternativa correta.
(A) O controle interno é exercido por um Poder em relação aos atos administrativos
praticados por outro Poder do Estado.
(B) A supervisão ministerial é um exemplo de controle externo da Administração Pública.
(C) O controle externo não permite harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário.
(D) O controle interno é feito por pessoas ou órgãos da Administração Pública.
(E) Existe hierarquia entre pessoas jurídicas distintas, por exemplo, uma autarquia federal
é subordinada à União.

07. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS/2016). Acerca do controle externo e interno
da Administração Pública, assinale a alternativa correta.

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(A) O controle externo dos Municípios onde não houver Tribunal de Contas ou Conselhos
ou Tribunais de Contas dos Municípios será exercido pelo respectivo Tribunal de Contas do
Estado de cujas decisões cabe recurso à Câmara Municipal.
(B) As agências reguladoras integram o sistema de controle externo da administração
pública direta e indireta como auxiliares do Tribunal de Contas.
(C) A Constituição Estadual, em função da autonomia dos Estados-membros, fixará o
número de Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.
(D) O Tribunal de Contas, como auxiliar do controle externo, a cargo do Poder Legislativo e
dele integrante, será organizado segundo o modelo constitucional das corporações legislativas
respectivas. (E) Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,
sistema de controle interno, com a finalidade de, entre outras, apoiar o controle externo no
exercício da sua missão institucional.

08. (Prefeitura de Caieiras/SP - Assistente de Patrimônio e Estoque – VUNESP). Os controles


administrativos na Administração Pública são verticais e horizontais, conforme a localização do
órgão que exerce o controle. Os controles horizontais são classificados como (A) interno e
externo.
(B) contábil e financeiro.
(C) financeiro e patrimonial.
(D) orçamentário e permanente.
(E) direto e indireto.

09. (UEG - Analista de Gestão Administrativa - Administração – FUNIVERSA). Em relação ao


controle interno e externo na administração pública brasileira, é correto afirmar que
(A) uma das funções dos tribunais e conselhos de contas é subsidiar as ações da auditoria
independente.
(B) o Poder Legislativo pode aprovar propostas de fiscalização e controle a serem
implementadas pelo controle interno das empresas estatais.
(C) o Tribunal de Contas da União está autorizado a fiscalizar as contas dos países que
participem do capital das empresas supranacionais.
(D) um dos objetivos da chamada “supervisão ministerial” é fiscalizar a aplicação e a
utilização de recursos públicos.
(E) as transferências constitucionais da União para os municípios são objeto de fiscalização
pela União e pelos respectivos estados.

10. (TCE/CE - Conselheiro Substituto (Auditor) – FCC). O controle jurisdicional de


constitucionalidade no Brasil apresenta como característica:
(A) O controle difuso no Brasil admite que qualquer juiz ou tribunal, a qualquer tempo,
declare a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
(B) As formas difusa e concentrada, sendo a primeira sempre na modalidade concreta e a
segunda sempre na modalidade abstrata.
(C) As ações diretas interventivas podem se apresentar na modalidade concentrada e
concreta.
(D) O controle concentrado e abstrato apresenta, como regra geral, a anulabilidade das leis
e atos normativos sindicados.
(E) O Supremo Tribunal Federal, como “Guardião da Constituição”, detém o monopólio da
declaração da inconstitucionalidade de leis e atos normativos pela via abstrata.

Gabarito

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01. D/ 02. A/ 03. D/ 04. C/ 05. D/ 06. D/ 07. E/ 08. A/ 09. D/ 10. C

Questões

01. (TRE/PE - Técnico Judiciário – Área Administrativa – CESPE/2017). Assinale a opção correta
a respeito do controle da administração pública.

(F) As ações judiciais que tenham por objeto atos administrativos praticados por órgãos do
Poder Judiciário constituem exemplos de controle externo.
(G) Dada a presunção de legitimidade dos atos administrativos, não se pode falar em
controle preventivo desses atos.
(H) Por força do princípio da eficiência, não cabe falar em controle concomitante de um
ato administrativo, sob risco de entraves desnecessários à consecução do interesse público.
(I) O recurso administrativo ilustra o chamado controle provocado, que se opõe ao
controle de ofício, por ser deflagrado por terceiro
(J) O controle de legalidade é prerrogativa do controle judicial.

02. (TCE/PR - Conhecimentos Básicos – CESPE/2016). A respeito do controle judicial dos atos
administrativos, assinale a opção correta.

(F) Em razão da presunção de legitimidade e autoexecutoriedade do ato administrativo, o


controle judicial deste se dá, em regra, posteriormente à sua edição, podendo, todavia, ocorrer
de forma prévia, a fim de evitar ameaça de lesão a direito.
(G) No ordenamento jurídico pátrio, inexiste hipótese em que o acesso ao Poder Judiciário
somente seja admitido após o esgotamento da instância administrativa.
(H) A ação de improbidade administrativa é meio de controle judicial de condutas de
improbidade praticadas no âmbito da administração pública, para as quais são previstas
penalidades de cassação dos direitos políticos, perda da função pública e ressarcimento ao
erário, entre outras.
(I) Em razão do sistema do contencioso administrativo, adotado no Brasil, determinadas
causas, quando julgadas em última instância na esfera administrativa, não podem ser
reapreciadas pelo Poder Judiciário.
(J) Com base no princípio da inafastabilidade da jurisdição, o Poder Judiciário pode
reapreciar o mérito dos atos administrativos relativamente aos critérios de oportunidade e
conveniência utilizados pelo administrador público.

03. (Prefeitura de Matozinhos/MG - Advogado – FUMARC/2016). Acerca do controle


jurisdicional dos atos da Administração Pública, é INCORRETO afirmar que

(E) o abuso de poder e o desvio de finalidade podem sujeitar o ato administrativo a


controle jurisdicional por meio de ações individuais ou coletivas, conforme os pressupostos de
cada uma.
(F) o ato administrativo que imponha punição disciplinar pode ser sujeito a controle
jurisdicional se for emitido por autoridade incompetente.
(G) os atos administrativos vinculados são, em regra, sujeitos a controle jurisdicional.

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(H) qualquer ato praticado pelo chefe da Administração Pública pode ser sujeito a controle
jurisdicional, ainda que expresse no seu mérito decisão discricionária.

04. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). Acerca dos tipos e das formas de
controle da Administração Pública, é correto afirmar que o controle

(E) administrativo não pode ser exercido pelos Poderes Legislativo e Judiciário.
(F)exercido pelas comissões parlamentares de inquérito (CPI) é um exemplo de controle
judicial.
(G) administrativo, o controle legislativo e o controle judicial são formas de
controle da Administração Pública.
(H) popular ou social não é uma forma de controle aceita no regime jurídico
brasileiro. (E) administrativo é exercido exclusivamente pelo Poder Executivo.

05. (UFPB - Administrador – IDECAN/2016). Quanto ao controle da administração pública, a


autotutela constitui espécie de controle:

(E) Judicial.
(F) Externo.
(G) Legislativo.
(H) Administrativo.

06. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). No que se refere a controle


interno e a controle externo na Administração Pública, assinale a alternativa correta.

(F) O controle interno é exercido por um Poder em relação aos atos administrativos
praticados por outro Poder do Estado.
(G) A supervisão ministerial é um exemplo de controle externo da Administração Pública.
(H) O controle externo não permite harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário.
(I) O controle interno é feito por pessoas ou órgãos da Administração Pública.
(J) Existe hierarquia entre pessoas jurídicas distintas, por exemplo, uma autarquia federal
é subordinada à União.

07. (TJ/RS - Juiz de Direito Substituto – FAURGS/2016). Acerca do controle externo e interno
da Administração Pública, assinale a alternativa correta.

(E) O controle externo dos Municípios onde não houver Tribunal de Contas ou Conselhos
ou Tribunais de Contas dos Municípios será exercido pelo respectivo Tribunal de Contas do
Estado de cujas decisões cabe recurso à Câmara Municipal.
(F) As agências reguladoras integram o sistema de controle externo da administração
pública direta e indireta como auxiliares do Tribunal de Contas.
(G) A Constituição Estadual, em função da autonomia dos Estados-membros, fixará o
número de Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.
(H) O Tribunal de Contas, como auxiliar do controle externo, a cargo do Poder Legislativo e
dele integrante, será organizado segundo o modelo constitucional das corporações legislativas
respectivas. (E) Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,

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sistema de controle interno, com a finalidade de, entre outras, apoiar o controle externo no
exercício da sua missão institucional.

08. (Prefeitura de Caieiras/SP - Assistente de Patrimônio e Estoque – VUNESP). Os controles


administrativos na Administração Pública são verticais e horizontais, conforme a localização do
órgão que exerce o controle. Os controles horizontais são classificados como (A) interno e
externo.

(F) contábil e financeiro.


(G) financeiro e patrimonial.
(H) orçamentário e permanente.
(I) direto e indireto.

09. (UEG - Analista de Gestão Administrativa - Administração – FUNIVERSA). Em relação ao


controle interno e externo na administração pública brasileira, é correto afirmar que

(F) uma das funções dos tribunais e conselhos de contas é subsidiar as ações da auditoria
independente.
(G) o Poder Legislativo pode aprovar propostas de fiscalização e controle a serem
implementadas pelo controle interno das empresas estatais.
(H) o Tribunal de Contas da União está autorizado a fiscalizar as contas dos países que
participem do capital das empresas supranacionais.
(I) um dos objetivos da chamada “supervisão ministerial” é fiscalizar a aplicação e a
utilização de recursos públicos.
(J) as transferências constitucionais da União para os municípios são objeto de fiscalização
pela União e pelos respectivos estados.

10. (TCE/CE - Conselheiro Substituto (Auditor) – FCC). O controle jurisdicional de


constitucionalidade no Brasil apresenta como característica:

(F) O controle difuso no Brasil admite que qualquer juiz ou tribunal, a qualquer tempo,
declare a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
(G) As formas difusa e concentrada, sendo a primeira sempre na modalidade concreta e a
segunda sempre na modalidade abstrata.
(H) As ações diretas interventivas podem se apresentar na modalidade concentrada e
concreta.
(I) O controle concentrado e abstrato apresenta, como regra geral, a anulabilidade das leis
e atos normativos sindicados.
(J) O Supremo Tribunal Federal, como “Guardião da Constituição”, detém o monopólio da
declaração da inconstitucionalidade de leis e atos normativos pela via abstrata.

Gabarito

01. D/ 02. A/ 03. D/ 04. C/ 05. D/ 06. D/ 07. E/ 08. A/ 09. D/ 10. C

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Comentários

01. Resposta: D
Recurso é instrumento de defesa, meio hábil de impugnação ou possibilitador de reexame de
decisão da Administração. Os recursos administrativos podem ser: a) provocados ou
voluntários; b) hierárquicos ou de ofício. Quanto aos efeitos: a) suspensivos; b) meramente
devolutivos.
Assim, recurso provocado é o interposto pelo interessado, pelo particular, devendo ser dirigido
à autoridade competente para rever a decisão, contendo a exposição dos fatos e fundamentos
jurídicos da irresignação.
02. Resposta: A
O controle exercido pelo Poder Judiciário será sempre um controle de legalidade ou
legitimidade do ato administrativo. Conceitua Di Pietro (2011), pois para a autora: “(...) pela
autotutela o controle se exerce sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais
e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder
Judiciário” (idem, p. 70). Como se nota, a autora não procura excluir o Poder Judiciário de
qualquer apreciação sobre os atos administrativos.
03. Resposta: D
O Poder Judiciário exerce controle sobre atos do Executivo, sendo que o controle será sempre
de legalidade ou legitimidade, e não de mérito. Assim, o resultado do controle jurisdicional
deverá ser, sempre, a anulação do ato controlado. Jamais sua revogação ou convalidação, sob
pena de invasão do mérito administrativo e, por conseguinte, violação do princípio da
separação de poderes (art. 2º, CF/88).
04. Resposta: C
Com base nesses elementos, Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua “o controle da
Administração Pública como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos
dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de
sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico”.
05. Resposta: D
O controle administrativo é reconhecido pela Súmula STF nº 473 e é decorrente do poder de
autotutela.
Por meio do poder de autotutela, as entidades e órgãos da Administração Pública controlam e
corrigem a conveniência, a oportunidade e a legalidade dos seus próprios atos.
06. Resposta: D
Controle Interno: É exercido dentro de um mesmo Poder, seja o exercido por meio de órgãos
especializados, até entre órgãos da mesma entidade, quando se manifesta relação de
hierarquia. Seja entre entidades diferentes, como ocorre com o controle que a Administração
direta exerce sobre a administração indireta de um mesmo poder.
07. Resposta: E
Constituição Federal
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de: ( )
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
08. Resposta: A
Os controles administrativos são denominados genericamente de controles internos. Fazem
parte da estrutura administrativa de cada poder, tendo por função acompanhar a execução dos
seus atos, indicando, em caráter opinativo, preventivo ou corretivo, ações a serem
desempenhadas com vistas ao atendimento da legislação. Já em relação ao poder executivo, os
poderes que o controlam são os controles legislativos e de contas, denominados controles
externos, ou seja, são órgãos independentes da administração, não participando, portanto, dos

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atos por ela praticados, pois cabe a eles exercer a fiscalização. Esse conjunto de controles
horizontais, internos e externos, é formalmente institucionalizado por uma rede de órgãos
autônomos.
09. Resposta: D Decreto 200/67.
Art. 25. A supervisão ministerial tem por principal objetivo, na área de competência do Ministro
de Estado: (...)
VIII - Fiscalizar a aplicação e utilização de dinheiros, valores e bens públicos.
10. Resposta: C
Em REGRA, no Brasil, o controle concentrado é abstrato e o controle concreto é difuso MAS
existe uma exceção: A ADINI, que, apesar de ser concentrada no caso em que algum dos 5
princípios constitucionais sensíveis é ferido, caso esse em que, com representação do
Procurador Geral da República, o STF julga de forma concentrada um caso concreto.

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CAPITULO 10 - LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

DIREITOS DO ADMINISTRADO

O termo “administrado” é utilizado em diversos dispositivos da Lei do Processo Administrativo.


Porém, o emprego de tal nomenclatura vem caindo em desuso, isso porque transmite uma
impressão de que o particular é objeto da atuação da Administração, é simplesmente
“administrado” pelo Estado, e não um sujeito titular de direitos e deveres. Por isso, teria sido
mais apropriado falar em usuário ou cidadão, terminologias mais condizentes com o papel, que
os particulares exercem, de partícipes do processo decisório da Administração Pública
moderna.

Compete ao administrado o acesso irrestrito aos processos administrativos, em que seja parte,
além da garantia de exercer o contraditório e a ampla defesa, quando se encontrar em processo
sancionatório.

Art. 5º, Constituição Federal:Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

O acesso aos documentos públicos de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral será
excepcionado exclusivamente nos casos em que o sigilo seja temporariamente imprescindível
à segurança da sociedade e do Estado.

Entre os deveres, nos parece muito simples, porém é difícil de ser posto em prática:

- Direito ao respeito: os servidores públicos devem tratar seus respectivos companheiros e


demais pessoas com respeito, sob pena de responderem a processo disciplinar e serem
punidos.

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LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.

§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário
da União, quando no desempenho de função administrativa.

§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:

- órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração


direta e da estrutura da
Administração indireta;

- entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III -


autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,


finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios
de:

- atuação conforme a lei e o Direito;


- atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou
competências, salvo autorização em lei;
- objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de
agentes ou autoridades;
- atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
- divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas
na
Constituição;

- adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções


em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
- indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;

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– observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;


- adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza,
segurança e respeito aos direitos dos administrados;
- garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de
provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas
situações de litígio;
- proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
- impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos
interessados;
- interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do
fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de


outros que lhe sejam assegurados:

- ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício
de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
- ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as
decisões proferidas;
- formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
- fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei.

CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos
em ato normativo:

- expor os fatos conforme a verdade;


- proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
- não agir de modo temerário;
- prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos
fatos.

CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

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Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral,
deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

- órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;


- identificação do interessado ou de quem o represente;
- domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; IV - formulação do
pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V - data e assinatura do requerente
ou de seu representante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos,
devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários


padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.

Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e


fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito
legal em contrário.

CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS

Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo:

- pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais
ou no exercício do direito de representação;
- aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
- as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.

Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos,
ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

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Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos
órgãos colegiados aos respectivos presidentes.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

- a edição de atos de caráter normativo;


- a decisão de recursos administrativos;
- as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.

§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação


do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter
ressalva de exercício da atribuição delegada.

§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e


considerar-se-ão editadas pelo delegado.

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.

Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das


respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de
interesse especial.

Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado
perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.

CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

- tenha interesse direto ou indireto na matéria;


- tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se
tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
- esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge
ou companheiro.

Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar.

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Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para
efeitos disciplinares.

Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou
inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros,
parentes e afins até o terceiro grau.

Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito
suspensivo.

CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir.

§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local
de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.

§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver
dúvida de autenticidade.

§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão


administrativo. § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e
rubricadas.

Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.

Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento
prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.

Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo
processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias,
salvo motivo de força maior.

Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante
comprovada justificação.

Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão,


cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.

CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

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Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a
intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.

§ 1o A intimação deverá conter:

- identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;


- finalidade da intimação;
- data, hora e local em que deve comparecer;
- se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
- informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; VI
- indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de
comparecimento.

§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.

§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a


intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.

§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.

Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos,
nem a renúncia a direito pelo administrado.

Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao


interessado.

Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado
em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os
atos de outra natureza, de seu interesse.

CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à


tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo
processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão
do processo.

§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo
menos oneroso para estes.

Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.

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Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que
pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
alegações escritas.

§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do


processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá
ser comum a todas as alegações substancialmente iguais.

Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão,
poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo.

Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer


outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e
associações legalmente reconhecidas.

Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de


administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.

Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades
administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.

Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever
atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.

Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos
existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão
administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos
documentos ou das respectivas cópias.

Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes
à matéria objeto do processo.

§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da


decisão.

§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas


pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

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Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos
interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data,
prazo, forma e condições de atendimento.

Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.

Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários
à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para
a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.

Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência
mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.

Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser
emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de
maior prazo.

§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo


não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao
atraso.

§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o


processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da
responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos
técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o
órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de
qualificação e capacidade técnica equivalentes.

Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo
de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.

Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar
providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.

Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.

Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará

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proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade


competente.

CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até
trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:

- neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;


- imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
- decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
- dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
- decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício;
- deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
- importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
o
§ 1 A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.

§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.

§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará


da respectiva ata ou de termo escrito.

CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do
pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.

§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha


formulado.

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§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o


prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o
exige.

Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade
ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.

CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade,
e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.

§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção


do primeiro pagamento.

§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa


que importe impugnação à validade do ato.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração.

CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.

§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar
no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.

§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula


vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar,
explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

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Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.

Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:

- os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;


- aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão
recorrida; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e
interesses coletivos; IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses
difusos.

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.

§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no
prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.

§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante
justificativa explícita.

Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os
fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.

Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da
execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido,
dar efeito suspensivo ao recurso.

Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais
interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.

Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:

- fora do prazo;
- perante órgão incompetente;
- por quem não seja legitimado;
- após exaurida a esfera administrativa.
o
§ 1 Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe
devolvido o prazo para recurso.

§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal,
desde que não ocorrida preclusão administrativa.

Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou
revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

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Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação
do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.

Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão


competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
súmula, conforme o caso.

Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão
competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível,
administrativa e penal.

Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer
tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da
contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em
dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.

§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.

§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento


não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do
mês.

Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se
suspendem.

CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária
ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

CAPÍTULO XVIII

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DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria,
aplicando-selhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.

Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos


administrativos em que figure como parte ou interessado:

- pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;


- pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
– (VETADO)
- pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de
imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina
especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo.
o
§ 1 A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá
requerêlo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem
cumpridas.

§ 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de


tramitação prioritária.

Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Questões

01.(SEDF - Analista de Gestão Educacional - Direito e Legislação – CESPE/2017). Mauro


editou portaria disciplinando regras de remoção no serviço público que beneficiaram,
diretamente, amigos seus. A competência para a edição do referido ato normativo seria de
Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os servidores que se sentiram prejudicados com o
resultado do concurso de remoção apresentaram recurso quinze dias após a data da publicação
do resultado.
Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei n.º 9.784/1999 — que regula o processo
administrativo no âmbito da administração pública federal —, o recurso apresentado pelos
servidores que se sentiram prejudicados não deverá ser conhecido pela autoridade competente
em razão da sua intempestividade.

( ) Certo ( ) Errado

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02.(Prefeitura de Andradina/SP - Assistente Jurídico e Procurador Jurídico –


VUNESP/2017). Considerando os princípios atinentes ao processo administrativo, o poder da
Administração, que se caracteriza pela iniciativa de instaurar, instruir e rever suas decisões no
processo administrativo, se perfaz por meio do princípio (A) da publicidade.
da imperatividade.
do informalismo.
da eficiência.
da oficialidade.

03.(SEDF -Professor – Direito – Quadrix/2017). Acerca do Direito Administrativo, julgue o


item a seguir.
De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, as organizações e associações representativas, no tocante a
direitos e interesses coletivos, são legitimadas como interessadas no processo administrativo.

( ) Certo ( ) Errado

04.(IF/PE - Administrador – IF-PE/2017). Sobre o processo administrativo no âmbito da


Administração Pública Federal, conforme disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, é
CORRETO afirmar:
O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem
a renúncia a direito da corregedoria.
A procuradoria geral da união é o órgão competente perante o qual tramita o processo
administrativo, que intimará o interessado para ciência de decisão ou a efetivação de
diligências.
Os atos do processo podem realizar-se em qualquer dia e horário, independente do
funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em
imposição de direitos ao exercício da função e atividades e os atos de outra natureza, de seu
interesse.
Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-
se o interessado se outro for o local de realização.

05. (TRT - 11ª Região/AM e RR - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal –
FCC/2017). Rúbia e Nefertite são partes interessadas em um mesmo processo administrativo
de âmbito federal. Em determinado momento, Rúbia formulou, por meio de manifestação
escrita, pedido de desistência total do pedido formulado. A propósito do tema e, nos termos
do que preceitua a Lei no 9.784/1999, é correto afirmar que

o processo administrativo será obrigatoriamente extinto.


a desistência atingirá somente Rúbia.
a desistência de Rúbia também poderia ser feita verbalmente, haja vista a informalidade
que vigora no processo administrativo.
a desistência não pode ser total, devendo ser parcial, vez que apenas a Administração
pública tem o poder de extinguir integralmente o feito.
a desistência de Rúbia somente será admissível se decorrer de fatos supervenientes, isto é,
que surgiram após a instauração do processo administrativo.

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06. (ALERJ - Procurador – FGV/2017). A realização de audiências e consultas públicas nos


processos administrativos se revela como um importante mecanismo de participação dialógica
dos administrados, conferindo maior transparência e legitimidade às ações e condutas da
Administração Pública.

Sobre essa temática e à luz das disposições da Lei nº 9.784/99 - que trata do processo
administrativo em sede federal - e do ordenamento jurídico em vigor, é correto afirmar que:

o comparecimento à consulta pública confere à pessoa física, automaticamente, a condição


de interessada no processo, assegurando-lhe o direito de obter da Administração resposta
fundamentada;
as hipóteses de realização de audiência pública estão taxativamente previstas na legislação,
não podendo ser realizadas a partir de um juízo discricionário da autoridade competente;
nas matérias relevantes os órgãos e entidades administrativas devem, preferencialmente,
estabelecer a audiência e a consulta pública como meio de participação dos administrados;
a realização de consulta pública será obrigatória toda vez que requerida por qualquer
administrado, o que se impõe em razão da transparência e legitimidade das decisões nos
processos administrativos;
quando a matéria for de interesse geral, pode o órgão competente, motivadamente, abrir
período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido e desde
que não ocorra prejuízo para a parte interessada.

07. (UFRPE - Assistente em Administração – SUGEP-UFRPE/2016). A respeito da Lei nº


9784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal,
assinale a alternativa correta.

O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito


suspensivo.
O processo administrativo somente pode iniciar-se de ofício.
Pode ser arguido o impedimento de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou
inimizade notória com algum dos interessados.
Havendo vários interessados no processo, a desistência ou renúncia de qualquer um dos
interessados estende-se aos demais.
A intimação observará a antecedência mínima de cinco dias quanto à data de
comparecimento.

08. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Disciplinares – FGV/2016). Consoante dispõe


a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal, o recurso administrativo:

será cabível somente em face de razões de legalidade e não por motivo de mérito da
decisão, em respeito à imutabilidade da coisa julgada administrativa;
será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de
cinco dias, o encaminhará à autoridade superior;
dependerá de caução, como regra, para sua interposição, e o valor será equivalente à
vantagem econômica que poderá ser auferida pelo administrado ao final do processo;
terá prazo de quinze dias para sua interposição, como regra, a partir da ciência ou divulgação
oficial da decisão recorrida;

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deverá ser decidido, como regra, no prazo máximo de dez dias, a partir do recebimento dos
autos pelo órgão competente.

09. (TRT/8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Judiciária – CESPE/2016). Acerca dos
atos administrativos e do processo administrativo, assinale a opção correta conforme a Lei n.º
9.784/1999.

O direito da administração de anular os seus próprios atos decai em cinco anos, ainda que
constatada a má-fé do destinatário do ato.
A convalidação dos atos administrativos que apresentem defeitos sanáveis pode ser feita
pela administração, desde que esses atos não acarretem lesão ao interesse público ou prejuízo
a terceiros.
O ato de exoneração do servidor público ocupante de cargo em comissão e os atos
administrativos que decidam recursos administrativos dispensam motivação.
A competência para a edição de atos normativos poderá ser delegada.
A revogação do ato administrativo ocorre nas hipóteses de ilegalidade, devendo retroagir
com efeitos ex tunc para desconstituir as relações jurídicas criadas com base no ato revogado.

10. (IF/AP - Assistente em Administração – FUNIVERSA/2016). De acordo com a Lei n.º


9.784/1999, nos processos administrativos, será observado, entre outros, o critério da

adoção de formas simples e suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança
e respeito aos direitos dos administrados.
vedação ao impulso, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos
interessados.
possibilidade, em regra, de cobrança de despesas processuais.
interpretação da norma administrativa da forma que mais bem garanta o atendimento do
fim público a que se dirige, cabendo, em regra, aplicação retroativa de nova interpretação.
indicação facultativa dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão.

11. (Prefeitura de São Paulo/SP - Analista Fiscal de Serviços – VUNESP/2016). Considerando


as diferentes espécies de processos administrativos, quando a Administração apura e pune as
faltas cometidas pelos servidores públicos no exercício de sua função administrativa, ela o faz
por meio (A) do processo administrativo disciplinar.

da sindicância administrativa.
da apuração preliminar administrativa.
do processo administrativo inquisitivo
do processo jurídico-administrativo sancionador.

12. (TRT/23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal –
FCC/2016). O processo administrativo é informado por princípios e, no âmbito federal, regido
pela Lei n° 9.784/1999. Caracteriza o processo administrativo

a inércia, tendo em vista que é necessário que uma das partes, ou mesmo um interessado,
provoque o andamento do processo, não podendo ser impulsionado de ofício.
a imprescritibilidade e possibilidade de revisão das decisões por meio de reconsideração,
independentemente de prazo, como garantia do direito dos administrados.

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o diferimento do contraditório e da ampla defesa, que pode ser exercido após o


proferimento da decisão final, caso seja desfavorável ao administrado.
a pluralidade de instâncias, com a possibilidade de apresentação de mais de um recurso
administrativo, salvo se a primeira decisão já foi proferida pela autoridade máxima da
Administração pública.
a impossibilidade de aproveitamento de atos praticados no caso de identificação de vícios,
em razão da informalidade que rege o processo, impedindo que dois processos administrativos
tramitem da mesma forma.

13. (CRM/SC - Contador – IASES/2015). Considerando os termos da lei 9784/1999, é correto


afirmar que:

A Lei n° 9.784/99 também se aplica aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União,
quando no desempenho de função administrativa.
A legitimidade para interpor recurso administrativo é do interessado, no tocante aos direitos
individuais, mediante oferecimento de caução, arbitrada pela Administração.
A desistência ou renúncia de direitos disponíveis pelo interessado, sempre extingue o
processo, por falta de interesse de agir.
A Lei n. 9.784/99 não prevê, em qualquer hipótese a suspensão dos prazos processuais, para
garantir o princípio administrativo da impessoalidade.

14. (UFSM -Assistente em Administração – UFMS/2015). O Processo Administrativo no âmbito


da Administração Pública Federal é regulado pela Lei 9784/1999. A partir de suas disposições
legais, assinale a alternativa INCORRETA.

A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,


motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
O processo administrativo pode iniciar-se por meio de ofício ou a pedido do interessado.
Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a
lei expressamente a exigir.
Em casos plenamente justificáveis, serão admissíveis no Processo Administrativo as provas
obtidas por meios ilícitos, desde que existam outras provas lícitas passíveis de confirmar os
fatos que estão sendo investigados.
A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.

15. (UFF - Auxiliar em Administração – COSEAC/2015). De acordo com a Constituição da


República, os princípios do contraditório e da ampla defesa são aplicáveis:

somente aos processos judiciais.


tanto aos processos judiciais, sejam criminais ou cíveis, e aos processos administrativos
de qualquer espécie.
somente aos processos judiciais de natureza criminal e aos processos administrativos
disciplinares.
somente aos processos administrativos.
aos processos judiciais de qualquer espécie e aos processos administrativos disciplinares.

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16. (TJ-AM - Analista Judiciário – Administração – FGV). As alternativas a seguir apresentam


deveres do administrado perante a Administração, à exceção de uma. Assinale-a.

Deve expor os fatos conforme a verdade.


Deve proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé.
Deve prestar as informações que lhe forem solicitadas.
Deve agir de modo temerário.
Deve colaborar para o esclarecimento dos fatos.

17. (MTur -Todos os Cargos – ESAF). São direitos dos administrados, exceto:

expor os fatos conforme a verdade.


ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores.
formular alegações e apresentar documentos antes da decisão.
fazer-se assistir, facultativamente, por advogado.
ter vista dos autos, obter cópias de documentos e ciência da tramitação do processo
administrativo em que tenha a condição de interessado.

Respostas

Resposta: certo Lei nº 9784/1999


Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.

Art. 63. O recurso não será conhecido


quando interposto: I - fora do prazo.

Resposta: E
O princípio da oficialidade assegura a possibilidade de instauração do processo por iniciativa da
Administração, independentemente de provocação do administrado e ainda a possibilidade de
impulsionar o processo, adotando todas as medidas necessárias à sua adequada instrução.

03. Resposta: Certo


Lei nº 9784/1999
Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:

( )

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses


coletivos.

Resposta: E
Lei nº 9784/1999
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão,
cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.

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Resposta: B
Lei nº 9784/1999
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do
pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.

§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha


formulado.

Resposta: E
Lei nº 9784/1999
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente
poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

Resposta: A
Lei nº 9784/1999
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito
suspensivo.

Resposta: B
Lei nº 9784/1999
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar
no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

Resposta: B
Lei nº 9784/1999
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração.

Resposta: A
Lei nº 9784/1999
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

( )

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IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança
e respeito aos direitos dos administrados.

Resposta: A
Lei nº 9784/1999
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.

Resposta: D
Lei nº 9784/1999
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.

Resposta: A Lei 9784/1999


Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da
Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.

§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário
da União, quando no desempenho de função administrativa.

Resposta: D
Art. 30 da lei 9784/1999

São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos.

Resposta: B
Art. 5º CRFB: "LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
"

Resposta: D
Art. 4º, lei 9784/1999 São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de
outros previstos em ato normativo:

- expor os fatos conforme a verdade;


- proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III-não agir de modo temerário;

IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos
fatos.

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17. Resposta: A
Trata-se dos deveres do administrado e não direitos.

Art. 4.º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos
em ato normativo:

I - expor os fatos conforme a verdade.

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