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Teórica- 13/02/2023
Considerações prévias- para além de normas jurídicas a ordem moral reflete um valor elevado apontando
para a dimensão ética do ser humano (281 cc).
O direito civil constitui parte do direito privado e abrange as relações entre privados que se estabelecem
com base na:
- Igualdade ou paridade jurídica
- Liberdade ou autonomia
O direito privado visa/ protege a preservação da liberdade do individuo, enquanto o direito publico regula
as relações das entidades públicas que agem de acordo com o princípio da legalidade (285 cc).
Critérios de distinção:
- Natureza dos interesses (publico x privados), existem diversos afloramentos:
- Exigência de forma
- Publicidade de atos
- Proteção de terceiros
- Natureza dos sujeitos (entes públicos x sujeitos privados), os entes públicos também agem no
campo do direito privado, sem prerrogativas de autoridade, bem como os entes privados atuam no campo
do direito publico.
- Outros fatores (como por exemplo, a teoria da sujeição, que consiste no modo de relacionamento
correspondente á existência de posições de infra ordenação ou pela igualdade/ paridade. Nem sempre se
verifica (Ex: relações jurídicas entre 2 regiões autónomas no direito privado e no poder paternal).
No polo publico encontra-se a vertente coletiva estatal, relativa à comunidade e ao bem comum (domina o
direito heterónomo, tutela dos interesses gerais/ coletivos, tendencialmente autoritário e sobreordenado) e
no polo privado centra-se a vertente pessoal/ individual relativa aos seus interesses e relacionamento
paritário (domina o direito autónomo, interprivado, tutela de interesses particulares de modo paritário e
equilibrado).
O direito subjetivo (categoria central do direito privado), é o poder ou a faculdade que resulta do direito
objetivo para o individuo, correspondem às obrigações. Pode se dividir em:
- Direitos absolutos, são direitos de domínio (poder de domínio sobre uma coisa), direitos
de personalidade e direitos familiares, têm efeito erga omnes e é acompanhado por uma obrigação
universal de os respeitar (sob pena de responsabilidade civil extracontratual- artigo 483 cc)
- Direitos relativos, são direitos oponíveis a pessoas (têm efeitos inter partes) e não
implicam o poder de domínio, mas conferem direito a uma prestação. São direitos obrigacionais (397 cc).
As obrigações são civis quando o titular do direito pode exigir o cumprimento judicialmente e são
naturais quando o titular pode pretender o seu cumprimento. A violação implica responsabilidade civil
contratual (798 cc)
- Direitos potestativos, são direitos subjetivos que conferem ao titular o poder de produzir
unilateralmente efeitos jurídicos, uma vez que a contraparte está num estado de sujeição. Podendo ser:
- Constitutivos
- Modificativos
- Extintivos
Medidas complementares- com alcance mais reduzido que os direitos potestativos, uma vez que, visam
bloquear a exequibilidade de um direito, contra o qual são invocados (Ex: exceção do não cumprimento,
direito de retenção e invocação da prescrição)
Assim, o direito subjetivo constitua o poder ou a faculdade, reconhecida ou atribuída pela ordem jurídica
(direito objetivo) ao seu titular, de exigir (judicialmente) ou de pretender (extrajudicialmente) de outrem,
um comportamento (ativo ou passivo: positivo ou negativo) e ainda o poder de produzir unilateralmente
efeitos jurídicos na esfera de outrem.
Teórica- 15/02/2023
Princípios fundamentais:
- Personalismo ético, assenta na consideração da pessoa humana como ser livre/ autónomo/ igual/
irrepelivel, dotada da dignidade originária e própria, que não pode ser reduzida/ alienada ou extinta, não
diferenciável por estatuto social ou económico (raça/ sexo/ nacionalidade/ religião/ cultura). De raiz
kantiana (ainda que anterior). Consubstancia um princípio suprapositivo, ou seja, não é uma “concessão”
jurídica, mas anterior ao ordenamento jurídico. O personalismo ético representa o que é comum a todas as
pessoas, sem distinção no âmbito das humanitas global. Representa o respeito pela dignidade da pessoa
humana, sendo um direito natural. Daqui, decorre o princípio da igualdade jurídica. Tem como
consequência, no direito civil, a personalidade jurídica e a tutela dos direitos de personalidade.
Prática- 16/02/2023
Apresentação
Prática- 17/02/2023
O objeto é a relação jurídica entre as pessoas. A relação jurídica é um conceito dogmático, que visa a
explicar a aplicabilidade da ordem jurídica aos factos da vida.
É o direito subjetivo em sentido amplo, ou seja, é o poder conferido pela ordem jurídica. Podem ser dois
tipos de direito:
- Direito subjetivo em sentido restrito, é o poder que o sujeito ativo tem de exigir em
determinado comportamento do sujeito passivo (dever jurídico)
- Direito potestativo, é a interferência de causar consequências jurídicas na esfera jurídica do
sujeito passivo sem precisar (estado de sujeição)
- Sujeitos (quem pode ser? Só podem ser aqueles que tiverem personalidade jurídica, ou seja, é
adstrita ao cumprimento de deveres. As entidades jurídicas que tem personalidade jurídica são as pessoas:
- Pessoas singulares (homem)
- Pessoas coletivas (criação jurídica)
- Facto, são os factos jurídicos, ou seja, todos os eventos produtores de efeitos jurídicos. Podem
ser factos:
- Constituição
- Modificação Constituem uma relação jurídica
- Extinção
- Garantia, é o conjunto de meios coercivos que asseguram a posição dos sujeitos da relação
jurídica
Caso prático
A é dono do quadro x. B não gosta de A, por isso, provoca ocasionalmente um incêndio para destruir o
quadro. Consequentemente, o quadro fica em cinzas. Explica o sucedido utilizando para tal a figura da
relação jurídica.
Resposta: A é titular do direito de propriedade, ou seja, tem direito de propriedade sobre o quadro, sendo
este uma coisa móvel (202 cc). O sujeito ativo da relação jurídica é o A e o sujeito passivo desta relação
são todas as outras pessoas.
O objeto é a coisa, móvel ou imóvel. Por um lado, não sabemos qual foi o facto jurídico, mas sabemos
que está assegurada pela garantia. Sabemos que, o facto que gerou esta relação jurídica é ilícito que, por
sua vez, é constituída de garantia.
Neste caso, o objeto desapareceu, logo a relação jurídica é extinta, sendo que o direito acaba por ser
extinto. Neste caso, podemos aplicar o artigo 483º do código civil, que gera uma obrigação de
indemnização e este leva á construção de uma nova relação jurídica.
Teórica- 22/02/2023
-Princípio da paridade jurídica, as pessoas estão em posições de igualdade. Podendo, não obstante,
algumas circunstâncias introduzir desigualdade (Ex: condições económicas)
-Princípio da equivalência, corresponde ao equilíbrio das prestações que se contrapõem, ainda que, no
âmbito da autonomia, se admitiam negócios sem este equilíbrio (Ex: doações/ vendas em saldos ou a
preços vis). Não obstante a situações em que as razões de o direito publico exija a correção de equilíbrio
como é tipicamente na casa dos negócios usuários.
-
Facto, torna-se necessário para constituir uma relação jurídica:
A tutela especifica que o direito confere a uma relação. Abarca todos os meios coercivos postos pelo
sistema jurídico à disposição do titular do poder, para poder obter a realização efetiva do seu interesse. A
mais significativa manifestação de garantia é o direito da ação (direito a recorrer aos tribunais), ainda que
possa haver manifestações das tutelas privadas.
Prática- 23/02/2023
Caso prático
A é proprietário da confeitaria x. B dirigiu-se á confeitaria x, pediu um bolo de arroz, pelo qual pagou 1€.
Posteriormente, B comeu o bolo de arroz. Explique juridicamente o sucedido, utilizando, para tal, o
modelo/ figura da relação jurídica.
Resposta: Juridicamente, A é o proprietário do bolo, ou seja, tem um direito de propriedade sobre ele,
sendo um sujeito subjetivo, logo há uma relação jurídica.
O sujeito ativo é A, ou seja, é o proprietário, enquanto o sujeito passivo são todas as outras pessoas que
estão adstritas ao efeito geral de respeito ao direito de propriedade (efeito erga omnes).
O objeto mediato é a realidade jurídica ao qual recai o direito.
O facto jurídico é a compra de venda (874 cc). Entre A e B foi celebrado um contrato de compra e venda,
transferindo o direito de propriedade da esfera jurídica de A para B. O B adquire o direito que já existia,
apenas foi transferido.
A tem uma perda relativa para com B, sendo que B come o bolo. O direito de propriedade acaba-se por
extinguir.
Prática- 24/02/2023
Aquisição do direito:
- Originária, adquire-se o direito de “ex novo” (não existia e passa a existir naquela relação
jurídica)
- Derivada (transmissão do direito de uma esfera jurídica para outra esfera jurídica)
Perda:
- Absoluta (desaparece o direito da esfera jurídica)
- Relativa (transferência do direito de uma esfera jurídica para outra)
Caso prático
A (titular do direito de propriedade- dever geral de abstenção) deitou no caixote do lixo uma esferográfica
(coisa móvel). 5 minutos depois, B pegou na esferográfica e ficou com ele. Analise, juridicamente a
situação, utilizando, para tal, o modelo dogmático da relação jurídica.
Teórica- 27/02/2023
O direito civil constitui parte do direito privado e abrange as relações entre privados, que se estabelecem
com base na paridade jurídica na liberdade ou autonomia.
Artigo 408/1 cc- transfere-se o direito real pelos títulos ou pela conclusão do contrato. É a competência
supletiva, através do artigo 409 cc. As partes podem negar e só quando ambos quiserem passa-se todo o
direito real (Ex: compra por prestações)
Artigo 408/2 cc- princípio da coisificação (só há direitos reais quando existe uma coisa, se esta ainda não
existe, não haverá direitos reais). Coisas indeterminadas têm de já ser propriedade de alguém, ou seja, ou
o direito de propriedade ou as componentes têm de estar aptos.
Artigo 892/893 cc- bens furtados ou alheios (relativamente futuros). O contrato assume-se como bens
alheios ou então é nulo. Este contrato dá-se, pois, a coisa só foi expressa pelas partes. Se a coisa existir,
mas se ainda não estiver na esfera jurídica de quem faz o contrato ou o direito de propriedade ainda não
tem total aquisição.
Teórica- 01/03/2023
Quando começa e quando acaba a personalidade jurídica? Ver artigo 66/1 cc, reconhecimento da
existência da pessoa, quando a pessoa existe ontologicamente ou deixa de existir. A personalidade
jurídica adquire-se no momento do nascimento completo e com a vida.
O início da personalidade jurídica: A personalidade jurídica adquire-se com o nascimento completo e com
vida- artigo 66 cc- assim sendo, só com o nascimento é reconhecido à pessoa a aptidão do ser titular
autónomo de relações jurídicas. O nascimento é completo quando se verifica a separação do filho do
corpo da mãe. O nascimento, para este efeito, implica que esta separação se faça com um feto vivo, ou
seja, não pode ser um nado-morto.
A condição jurídica dos nascituros (e conceturas): ainda que a lei reconheça a personalidade jurídica com
o nascimento a verdade é que, desde a conceção existe a proteção jurídica da vida humana do nascituro
ainda que o nascituro (em sentido lato) não tenha personalidade jurídica. não obstante a lei permite que se
destinem direitos a nascituros e até conceturas:
- Artigo 952 cc (doações)
- Artigo 2033/1 cc (sucessão a nascituros)
- Artigo 2033/2 cc (sucessão também a conceturas)
- Artigo 1847/1854/1855 cc (relativos à perfilhação de nascituros)
Prática- 02/03/2023
Caso prático
Doação 1
Doação 2 A morre
Resposta: Doação é um contrato (940 cc) tendo de haver declarações de vontade entre 2 partes
B é nascituro (concebido, mas ainda não nasceu) (952 cc), por força deste artigo era possível fazer a
doação, no enquanto a doação produz efeitos jurídico e transmite-se o direito de personalidade, sendo
assim feita uma relação jurídica, tendo que adquiri personalidade jurídica. Os direitos de doação, não
tendo personalidade jurídica (66/2 cc em compilação com o artigo 952 cc) é possível fazer a doação, mas
ficam dependentes da aquisição de personalidade jurídica, se o nascituro nasce e adquire personalidade
jurídica a doação produz os seus efeitos, se ele não nascer com vida a doação não produz os seus efeitos
A morte leva á extinção/ modificação de muitas relações jurídicas (2024 cc), leva a abertura da sucessão
havendo transmissão de direitos.
Tudo depende da morte, se morreu após cortar o cordão umbilical (já tem personalidade jurídica), ou
antes de o cortar (não chega a ter personalidade jurídica)
Se morreu após o corte do cordão umbilical, a relação jurídica produziu todos os seus efeitos então a mãe
(C) pode receber os 110 mil euros.
Inexistência jurídica, logo não há doação, porque não há um encontro de declarações de vontade
Prática- 03/03/2023
Negócio jurídico- principal facto jurídico, ato autónomo de vontade tendente de produzir efeitos jurídicos,
sendo o principal instrumento de autorrealização de interesses. Podem ser:
- Negócio jurídico unilaterais- uma só parte, para que se produzam efeitos jurídicos
basta a declaração de vontade de uma parte (Ex: testamento/ Procuração)
- Negócio jurídico bilaterais- duas ou mais partes, para que haja eficácia é preciso
haver declarações de vontade das duas partes
Podemos celebrar os contratos tipificados na lei, tal como os que não estão tipificados na lei.
285/ 294 cc- invalidade de um negócio, se há um problema que o afeta podendo levar a consequências de
diferentes graus (depende do problema), levando á ineficácia do negócio. Divide-se em 2 (patologias
genéricas) 289 cc:
- Nulidade- está ligada á violação de normas imperativas que protegem interesses
públicos e gerais/ Efeitos:
- O negócio nulo não produz qualquer tipo de efeito jurídico e nunca virá a
produzir esses efeitos (aquilo que é nulo nunca deixa de ser nulo), provoca desde logo a ineficácia do
negócio, o tribunal declara a anulação e destrói o negócio. Há uma clausula geral que estipula essa
consequência que esta prevista no artigo 294 cc. Quem pode invocar? 296 cc, pode invocar a pessoa que
direita ou indiretamente seja afetada pelo negócio tem o direito de invocar a nulidade do negócio (o
tribunal, mesmo que as partes não detetem, o tribunal tem o dever de declarar a nulidade). Prazo para
invocar? 286 cc, pode ser invocada a qualquer momento porque o que é nulo nunca produziu nem nunca
vai produzir efeitos. Cura? É insanável
Teórica- 06/03/2023
Artigo 68 cc- a personalidade jurídica cessa com a morte
O que significa neste momento a pessoa perde todos os direitos e deveres que integravam a sua esfera
jurídica: os direitos de natureza pessoal extinguem-se e os demais transmitem-se para os sucessores
mortis causa. O que significa que a tutela do artigo 71 não é um desvio a esta regra mas o reconhecimento
de direitos e interesses das pessoas vivas elencadas no artigo 71/2 cc. Mas, quando se considera que
alguém morreu.
O dano morte- a proteção da vida (artigo 70 cc) implica o reconhecimento que a sua lesão é suscetível de
gerar compensação. Quem é o titular desta compensação? Se não for o defunto não se está a violar o
artigo 68/1/2 cc
496/2 cc- estabelece quem vai ser o titular das indeminizações do dano morte
A presunção de comoriência- nos termos do artigo 68/2, quando certo efeito jurídico depender da
sobrevivência de uma a outra pessoa, presume-se, em caso de duvida, que uma e outra faleceram ao
mesmo tempo- mortes simultâneas
Estatuto jurídico do cadáver- o cadáver não é pessoa, mas também não é uma coisa. Decreto-lei nº 411/98
de 30 de dezembro: regime jurídico da remoção, transporte, inumação, exumação, trasladação e cremação
de cadáveres. Lei nº 12/93 de 22 de abril: colheira e aproveitamento de órgãos e tecidos de cadáver
Teórica- 08/03/2023
É determinado que estes direitos de personalidade, nos termos do artigo 18, têm aplicação direta como
direitos, liberdades e garantias:
- O que impõe, nos termos do artigo 288, como limite material à revisão
constitucional
- Admite, no artigo 8, a vigência na ordem interna do direito internacional dos
direitos humanos
Tutela jurídica da
Personalidade
O artigo 70 proclama que “a lei protege os indivíduos contra qualquer ofensa ilícita ou ameaça à sua
personalidade física e moral”, inclui-se na sua previsão todo e qualquer direito de personalidade, ainda
que não especialmente previsto no código civil. A expressão “indivíduos” no artigo 70 afasta a extensão
da previsão normativa a pessoas coletivas; bem como resulta do artigo 878 da CRP que estabelece como
pressuposto no processo especial de tutela da personalidade que o “decretamento das providencias
concretamente adequadas a evitar a consumação de qualquer ameaça ilícita e direta à personalidade
física ou moral do ser humano”
- Pires de Lima e Antunes Varela- direitos de personalidade que perduram depois da morte
sendo uma exceção do artigo 68 do código civil
Tutela civil da personalidade das
pessoas já falecidas (artigo 71 cc) - Leite de Campos- entende que os herdeiros defendem um interesse do falecido
- H. Härster- entende que ainda que haja proteção dos direitos do falecido, os herdeiros
também defendem de um direito próprio, ainda que no interesse de outrem
- Mota Pinto e Castro Mendes- defendem que o regime jurídico do artigo 71 cc, ou seja, as
proteções de interesses seriam afetados por atos ofensivos de memória do falecido
Prática- 09/03/2023
Caso prático
No dia 1 António enviou um email a bento com o seguinte teor “vendo-te o quadro, que tu conheces, por
5 mil euros, aguardo resposta até ao dia 20”
No dia seguinte António vendeu aquele mesmo quadro a Carlos. Ficou convencionado que o quadro seria
entregue e o preço pago no dia 25.
No dia 10, António vendeu o mesmo quadro a Daniel. De imediato recebeu o preço e entregou o quadro.
No dia 18, bento efetuou uma transferência bancaria de 5 mil euros para a conta de António.
Analise as situações jurídicas em causa e determine, em conclusão, quem tem direito ao quadro.
Resposta: A tem o direito de propriedade do quadro x. A proposta contratual, entre A e B, não produz os
efeitos da compra e venda, logo A continua a ter o direito de propriedade do quadro (224+ 874 cc).
Do contrato de compra e venda resultam efeitos reais dos artigos 874; 879/a; 1317; que remetem para o
408/1 concluímos que a transferência de direito de propriedade efetiva-se por meio efeito de propriedade,
basta a celebração (quando as partes chegam a acordo) do contrato para ser celebrada aa transmissão de
propriedade, após isto o proprietário do quadro é C (mesmo não tendo o quadro, nem pagando o
proprietário é ele).
892 cc, mesmo após do pagamento de D o proprietário continua a ser o C.
Entre o A e o B é também celebrado um contrato de compra e venda, mas entanto esse contrato não é apto
a efeitos reais, porque a propriedade já pertencia a C. consequentemente, entre A e B também é celebrado
um contrato de bem alheios.
Feita a análise de todos factos, concluímos que o proprietário do quadro X é Carlos.
Prática- 10/03/2023
Caso prático
O António vendeu a Bento um apartamento. Para poupar nos custos inerentes ao contrato fizeram-no no
computador, imprimiram e assinaram.
De imediato, o preço foi pago e entregues as chaves do apartamento. Responda, autonomamente, às
seguintes questões:
- (1) um mês depois António vendeu aquele mesmo apartamento a Carlos, tendo para tal
celebrado um contrato com escritura pública num notado, quem é o proprietário do imóvel?
- (2) António foi passar ferias aos açores sendo que desapareceu sem mais dar notícias. 6
meses depois, Daniel, filho e único herdeiro de António, invocando o numero 3 do artigo 68 cc, vendeu o
apartamento a francisco. Neste caso quem é o proprietário do apartamento?
- (3) pressuponha, agora, que António e benedita, casados, viajavam de avião quando este se
despenhou, não se tendo encontrado sobreviventes nem identificado os corpos. Nesta situação discutem-
se duas questões, a saber: - o que será necessário fazer quanto á situação jurídica de António e benedita
no que diz respeito á sua eventual morte;
- havendo interesse por parte de alguns herdeiros em determinar
o momento da morte de cada um dos conjugues como se poderá resolver essa questão?
Caso prático
Resposta: O matrimonio estabelecido pelo António e pela benedita, é referente ao artigo número 1735 do
cc, onde é estabelecido a separação de bens se estes se separarem.
O António, demonstra-nos que tem o direito de propriedade sobre um apartamento e um valioso
quadro. Estava previsto, que daqui a três meses, a sua sobrinha Daniela fosse dar á luz uma menina, a
qual, desde logo, António iria doar, pelo artigo 952 do cc, o direito de propriedade a essa futura nascitura.
Apesar de tudo, está estabelecido no artigo 66 do cc que o nascituro só adquire a propriedade após ter
nascido, ou seja, a partir do momento em que adquire personalidade jurídica.
Após António ter feito o testamento, ele e a sua mulher Benedita decidiram velejar, acabando por
caírem á água. Após esse acontecimento, e estando estabelecido no artigo 68/3 do cc, presume-se que eles
não tenham sobrevivido, pois através do número 3 desse artigo estabelece-se quem “tem-se por falecida a
pessoas cujo cadáver não foi encontrado ou reconhecido, quando o desaparecimento se tiver dado em
circunstancias que não permitam duvidar da morte dela”.
Passado os três meses, a filha da Daniela acaba por nascer, mas nasce sem vida. Devido a este
acontecimento, a filha de Daniela acaba por não ficar com a herança, pois no momento do nascimento já
estava morta, não adquirindo assim personalidade jurídicas.
Após isto, o valioso quadro e o apartamento, ficam sem “dono”, tendo de ser chamados os herdeiros
para se fazer a transferência dos bens.
A Daniela reclama o quadro, mas esta não ode ficar com ele, visto que, o António doou o quadro á sua
filha, mas esta não adquiriu personalidade jurídica. Após isto, Carlos também reclama o apartamento e o
quadro, mas sendo que este não é filho de António não irá ficar com nenhum dos dois.
Após esta situação, surge o francisco, irmão de António, que pelo que está estabelecido no artigo 2133
do cc no numero 1 e na letra c é o que deveria ficar com o quadro, pois António não tem nem ascendentes
nem descendentes.
Caso prático
No dia 1, Pedro doou um valioso relógio ao seu afilhado João. Ficou convencionado que o relógio seria
entregue daí a 10 dias.
No dia 4, Pedro vendeu aquele mesmo relógio a Miguel, tendo recebido o preço e feito a entrega do
relógio ao comprador de imediato.
Quem tem o direito ao relógio?
Prática- 16/03/2023
Caso prático
Resposta: ter sempre em atenção o artigo 974 cc, facto que temos é um contrato de doação (940 cc) e os
seus efeitos (954) sendo eles efeitos reais (408/1) e obrigacionais (entrega da coisa doada). Não havia
nenhum problema se A não fosse menor de idade, adquiri-mos personalidade jurídica (nascemos com
vida(não temos mais ou menos que os outros), ao longo da vida vamos tendo mais ou menos direitos,
podendo ser capacidades: capacidade de gozo (em cada momento da nossa vida de termos a
suscetibilidade de ter mais direitos ou menos (um miúdo de dez anos tem menos que nós) e de atuar no
palco jurídico/ capacidade de exercício (prática de atos jurídicos, suscetibilidade por si só e livremente em
praticar atos jurídicos).
Artigo 122 cc- era menor (menos 18)
Artigo 123 cc- sendo menor não temos capacidade de exercício
Artigo 124 cc- representação legal através daquele que representa o menor legalmente (pai/ mãe), estes
atos refletem-se na esfera jurídica do menor, ou seja, o representante legal atua em representação do
menor
Artigo 125/1 cc- os atos praticados por menores têm como consequência serem anulados
Artigo 127 cc- exceção da capacidade do exercício do menor
A tinha 17 anos e doou o quadro á namorada, o António era menor na altura 122 não tendo capacidade
jurídica 123 sendo que este ato não está nas exceções do 127, consequentemente a anulação será anulada
125. O próprio pai entrega o quadro á benedita, logo surge um ato de confirmação de negócio 288, á
primeira vista um negócio que era anulável deixa de ser anulável visto que o pai aceitou o negócio.
Artigo 125/2 cc- o menor quando atinge a maioridade tem 1 ano para anular o negócio
Artigo 949/2 cc- o representante não pode fazer doações em representação do filho
O Carlos ao entregar o quadro á benedita aprova o negócio feito pelo filho e poderíamos estar em uma
situação de confirmação de negócio, se houvesse confirmação do negócio passava a ser valido e
inatacável no futuro. Conforme é dito no 2 do artigo 125 a confirmação só eficaz se os representantes
legais pudesse celebrar esse negócio em representação do menor, assim sendo importa entender se no
registo da doação há alguma norma que impeça o representante legal de doar em nome do menor no n2 do
artigo 949, determina que o representante legal não pode fazer doações em representação do menor
Em consequência este ato é ineficaz (não produz efeitos).
Como a confirmação não é eficaz o António pode anular a doação após um ano dos 18 pelo artigo 125/1/b
Prática- 17/03/2023
Caso prático
António, 17 anos e 10 meses de idade, vendeu um valioso quadro, que tinha herdado a Carlos, maior de
idade.
Ficou convencionado que o preço, 10 mil euros, seria pago metade no momento da celebração do contrato
e a outra metade daí a 18 meses. O quadro foi imediatamente entregue ao comprador.
Um mês depois de perfazer 19 anos, António faleceu, tendo lhe sucedido como único herdeiro, Daniel.
Um mês depois, Daniel veio a ter conhecimento do negócio celebrado por António.
Responda autonomamente as seguintes questões: (125 cc)
(1)Após a morte de António, poderá Carlos anular o negócio com fundamento na menoridade do António.
(2)Poderá Daniel quando teve conhecimento do negócio, anular o contrato de compra e venda
Contrato de compra e venda (874) efeitos (879) podem ser, efeitos reais (408) e efeitos obrigacionais
Quando é celebrado o contrato, António era menor (122), não tendo capacidade jurídica (123), o negócio
quando foi efetuado poderia ser anulado por ele ser menor (125/1), não tendo exceções (127). No
momento em que A morreu, diríamos normalmente que já não teria direito a anular o negócio 125/1/b,
porque ele tem 1 ano para anular após atingir a maioridade, só que neste caso a obrigação do pagamento
do preço ainda não estava totalmente cumprida, logo temos de ter em atenção 287/2, conforme prefeitura
o legislador no 125/1,. Tendo em atenção 287/2, como o negócio não estava cumprido a anulabilidade
ainda não estava cumprida quando o A morreu, após já ter 19 anos, ainda há direito a anulabilidade
transmitindo-se esse direito para o D 125/1/c, Daniel tem legitimidade e tem 1 ano para anular a
legitimidade do negócio (tem 1 ano para anular o negócio após a morte de António)
(1)questão de legitimidade? Quem tem legitimidade em termos gerais (125 e 287), a anulabilidade nestes
casos tem legitimidade apenas as pessoas que estão no artigo 125/1. O Carlos não pode invocar a
legitimidade em virtude do António, visto que não tem legitimidade para isso, artigo 125 em conjunto
com o 287.
(2)tem tudo a ver com o 125/1, Daniel tem que herdar o direito de anular. 287/2 (quando o negócio não
for cumprido (pagamento todo) os prazos mudam)
Teórica- 22/03/2023
Os menores carecem, em principio, de capacidade de exercício (artigo 123 e 130), mas têm capacidade de
gozo com exceção (nomeadamente):
- Artigo 2189- capacidade para testar
- Artigo 1601- capacidade de casar
- Artigo 1850- capacidade de perfilhar (16 anos)
- Artigo 1913/2- Capacidade para representar os filhos e administrar os bens (exceto se
mancipatos)
Os pais administram os bens dos filhos (artigos 1888 e seguintes) com o mesmo cuidado que administram
os seus (artigo 1897)
Prática- 23/03/2023
Prática- 24/03/2023
António, menor de idade, pretendia oferecer a Berta, sua namorada, um vestido de um famoso estilista.
Berta sabia que António dispunha da quantia necessária para comprar o vestido, 4mil euros, mas receava
que, no estabelecimento comercial, o vendedor o questionasse quanto à idade e se recusasse a vendê-lo a
um menor. Para obstar a tal situação, Berta subtraiu a aliança de casamento ao seu pai e, sob pretexto de
se tratar de um símbolo de amor eterno ofereceu-a a António que a aceitou de imediato e passou a usá-la.
No dia em perfazia 16 anos e 10 meses dirigiu-se ao estabelecimento de compra com a intenção de
comprar o aludido vestido, Carlos, ao reparar na aliança que António ostentava, convenceu-se de que se
tratava de um indivíduo casado e maior de idade. Daniel, pai de António, tomou conhecimento do
negócio nesse mesmo dia. Responda autonomamente às seguintes questões:
- Daniel, um mês antes de António atingir a maioridade pretende invocar a anulabilidade
do negócio.
- António, 2 meses após atingir a maioridade, pretende anular o negócio (compra do
vestido)
- Suponha, agora, António e Berta tinham combinado entre eles a utilização da aliança
por parte de António, para enganar Carlos. neste caso, a resposta as alíneas anteriores seria a mesma?
Quid Iuris?
Contexto: Não houve representação legal, nem este caso se enquadra em nenhuma das exceções do artigo
127, por isso quando se efetua a compra do vestido, o negócio seria anulável pelos termos do artigo 125/1
(1)Após um mês, o pai quer anular o negócio, terá legitimidade para o fazer? No artigo 125/A, diz nos
que o representante legal tem legitimidade para anular o negócio enquanto o menor não atingir a
maioridade. E em relação ao prazo? o prazo é um ano após o conhecimento, que seria até aos 17 anos e 10
meses do menor, sendo certo que o pai quer invocar a anulabilidade do negócio aos 17 anos e 11 meses,
ou seja já passou o prazo. O negócio já não é anulável. O regime da menoridade visa proteger o menor,
nomeadamente quando se diz que os atos praticados pelo menor são anuláveis, porque o legislador
entende que o menor não tem a capacidade natural de querer e entender os atos que pratica e as suas
consequências. Porém, quando o menor age com dolo — Dolo é a consciência e voluntariedade de
enganar, isto é, eu sei que estou a enganar e quero enganar (artigo 253 e 126), ou seja, este já tem a
capacidade natural para enganar a outra parte com quem ele contrata, o menor deixa de merecer Proteção
(artigo 126), passando a outra parte a merecê-la. Mas para aplicarmos o artigo 126 é preciso que tenha
sido o menor a agir com dolo, só assim é que ele deixa de merecer a proteção, e neste caso, não foi o
António a usar o dolo. a Berta é que acabou por enganar o António e o Carlos por isto este artigo não se
aplica aqui.
(2) no artigo 125/b diz-nos que António tem legitimidade para anular o negócio e está dentro do prazo (1
ano após atingir a maioridade - 18 aos 19 anos)
(3) Se António também tivesse consciência de se estar a fazer passar por maior ao usar a aquela aliança
estaríamos perante um caso que se enquadra no artigo 126 (uso de dolo), isto torna o negócio que seria
anulável num negócio que não pode ser anulado, o direito de anulabilidade fica paralisado, ou seja nem o
próprio menor, nem o representante legal nem os herdeiros podem anular o negócio quando se aplica o
artigo 126, porque este tem efeito no artigo 125 caso contrário menor continuava a estar protegido em vez
de ser outra parte deixaria a estar protegida , que é o objetivo do artigo 126º
Teórica- 27/03/2023
Teórica- 29/03/2023
Dolo do menor- nos termos do artigo 126 não pode ser invocada a anulabilidade- pelo menor,
representante legal ou herdeiros- se o menor praticar o ato fazendo-se passar por maior dolosamente
Dado= elemento cognitivo (o agente conhece o facto onde esta a agir) + elemento volitivo (vontade de
atuar e de produzir certos efeitos jurídicos)
Legitimidade:
- O maior que vai ser acompanhado
- Mediante autorização d próprio, o cônjuge, unido de facto ou parente sucessível
- O mp, sem necessidade de autorização
Artigo 141/2 e 3 cc- autoridade pode ser judicialmente suprimida
O acompanhante:
- Atua com diligencia de um bom pai de família e no interesse do acompanhado (artigo 146 cc) e
deves abster-se de gerar situações de conflitos de interesse (artigo 261 cc)
A designação:
- Pode ser singular ou plural e, neste caso, pode haver acompanhantes para várias funções distintas:
- Designação imperativa- cônjuge, descendentes e ascendentes não podem
escusar-se ou ser exonerados mas os descendentes, pode ser exonerados a seu pedido, ao fim de cinco
anos se existirem outros descendentes igualmente idóneos
Artigo 1943 cc- pessoas podem pedir escusa ou ser substituídos ao final de cinco anos
Artigo 144/152 cc- podem ser removidos ou exonerados
Artigo 151 cc- o acompanhante não é remunerado, mas as suas despesas são reembolsáveis e deve prestar
contas
Processo:
- É publicitado para dar a conhecer da existência da norma (artigo 153 cc), mas a forma e extensão é
decidida pelo tribunal (artigo 983 CPC).
- É por via judicial que o regime cessa ou se modifica (artigo 149 cc) e podem ter efeitos retroativos,
sendo que, em qualquer caso, o regime deve ser revisto, no mínimo a cada 5 anos (artigo 155 cc)
Prática- 30/03/2023
Caso prático
Resposta:
Apesar de o António ser menor na celebração do negócio, compara e venda do quadro, o negócio está
estabelecido nas exceções do artigo 127/1.
O negócio da venda do relógio seria anulado nos termos do 125/1.
Com força do 132 e do 133 o casamento é valido, mesmo sem autorização (1604/a), tendo plena
capacidade de exercício.
Antes só um negócio era anulável e mantém-se assim quando o menor completa 18 anos, durante 1 ano
(artigo 125/1/b). o anulamento do negócio começou a contar a partir da emancipação plena, ou seja, 17
anos e um mês, sendo assim, o negócio só poderia ser anulado até os 18 anos e 1 mês. (se ele não tivesse
casado podia anular, porque não teria sofrido de emancipação plena).
Mantém-se plenamente incapaz de exercícios, nem atos de administração nem de disposição, sendo a
doação anulada. Como tal, aos 19 anos (pois começou aos 18 anos) ainda tem legitimidade para aplicar a
anulabilidade da doação e da venda
Prática- 31/03/2023
Caso prático
António, 18 anos de idade, é dono de um substancial património que herdou do seu padrinho.
Beatriz, sua mãe, sabendo que o filho consome frequentemente estupefacientes e reciense que ele dissipe
o seu património, requereu ao tribunal, um mês após o filho atingir a maioridade, a aplicação do regime
do maior acompanhante.
O tribunal, no dia em que António perfez 19 anos de idade, referiu sentença a decretar o regime de maior
acompanhado, com autorização prévia para os atos de disposição. Tendo em atenção que:
- Um mês após ter sido proposta a ação, António, que não era produtor de vinho, vendeu, por
baixo preço, todas as uvas produzidas na sua quinta;
- Oito meses após ter sido proposta a ação, António vendeu, pelo preço de mercado, um valioso
quadro. Responda às seguintes questões
- Pronuncie-se sobre a validade dos atos praticados pelo António.
- Prossuponha, agora, que a ação tinha sido proposta no dia em que António
perfez 17 anos e 6 meses. Neste caso, a resposta seria idêntica á da alínea anterior?
Visão de raciocínio que nós irá ajudar a resolver (artigo 138 cc, o tribunal afere a situação e vê como pode
ajudar, aqueles que se emanciparam (emancipação plena) pelo casamento deixavam de estar +protegidos
pela minoridade)
Artigo 145/1 cc-estão a restringir a capacidade de exercício/ liberdade alguém
Artigo 147 cc-
Artigo 154 cc
2 3
1 4
(1) atos praticados antes da propositura de ação (154/3 remete para o 257
(2) atos praticados na pendencia da ação (154/1/B), têm de estar os 3 requisitos preenchidos
- Decretado o regime do maior acompanhado
- O ato praticado não possa ser praticado após a sentença pessoal e livremente pelo maior
acompanhado
- Que o ato objetivamente cause prejuízo
(3) atos praticados após a sentença e registo da mesma
(4) (154/1/a), são anuláveis os atos que não podem ser praticados á luz da sentença
Resposta: Quanto á venda as uvas foi um ato praticado na pendencia da ação (esta pendente quando entra
a ação até sair a sentença, por isso a validade e a invalidade do mesmo terá de ser aferida no a. Perante
um ato de administração, ato este que o António poderia praticar depois do registo da sentença, por
maioria da razão poderia praticar no recurso da ação. Assim sendo o ato é válido. Quanto á venda do
quadro, é um ato praticado na pendência da ação, aferida no artigo 154/1/b. neste caso o ato também não
será anulável uma vez que, não está preenchido um dos requisitos, o ato não causou prejuízos uma vez
que o quadro não foi vendido pelo valor do mercado, em conclusão nenhum dos atos é anulável
Teórica- 12/04/2023
Prática- 13/03/2023
Prática- 14/04/2023
Caso prático
António, 22 anos de idade, começou a apresentar sinais de patologia mental. Carlos, seu irmão e único
herdeiro, requereu ao tribunal, com o acordo de António, a aplicação do regime de maior acompanhante.
Ainda antes da ação ser proposta, António vendeu um valioso quadro.
No decurso da ação, o António praticou os seguintes atos:
- Fez testamento, no qual deixou um terreno ao seu amigo Pedro;
- Vendeu, pelo preço do mercado, a produção de maças da sua quinta;
- Doou, também ao seu amigo pedro, um valioso relógio;
- Adquiriu um ingresso para o concerto dos coldplay.
Tendo em conta, que veio a ser decretado, pelo tribunal, o regime de maior acompanhado com
representação geral, diga se os atos praticados por António são válidos ou inválidos.
Resposta: artigo 138 cc- maiores acompanhados, sendo que a sentença veio a determinar a representação
geral (artigo 145/2/B cc)
Representação geral- afeta a capacidade de exercício, os atos têm de ser representados pelo representante,
muito semelhante ao regime da minoridade.
Artigo 145cc remete para o 147 remete para o 2189/B cc- o tribunal na sentença fixa a medida e se não
disse mais nada por força do 147 o maior acompanhado vê intocável os direitos pessoas (poder na
capacidade de exercício em relação aos direitos pessoas e coisas da vida).
O ato praticado sem ter sido concretizada a ação, artigo 154/3 remete para o 257 cc (se os critérios forem
preenchidos o ato é anulável, se não forem passa a não ser anulável) e o negócio (venda do quadro), se o
momento em que for feita a venda o António não tinha
Os seguintes 4 negócios foram celebrados na pendencia da ação.
2 ato (venda das maças), nem sempre são atos de administração quando se trata de futa, 154/1/B cc-
precisa de ver preenchido os 3 requisitos, se fosse vendido por menos do preço do mercado já era
inválido.
No 3 ato (doação) 154/1/B, não podendo ser praticada nem antes nem depois.
O 4 ato (bilhetes de coldplay) é valido, porque é um ato da vida corrente 147/1 (mantinha capacidade para
esse ato, seja antes ou depois)
Teórica- 17/04/2023
Teórica- 19/04/2023
Prática- 20/04/2023
Prática- 21/04/2023
Caso prático
António, 77 anos de idade, sofria de perturbação mental, e, por isso, foi declarado maior acompanhado,
com a necessidade de autorização prévia pela prática de atos de disposição tendo sido nomeado
acompanhante o seu único filho e herdeiro Carlos.
Num certo dia, António não regressou de um dos seus habituais passeios e nunca mais foi visto. Carlos
preocupado com a administração dos bens que fazem parte do património do pai, pretende saber o
seguinte:
- Poderá requer a declaração de morte presumida do pai? Em caso afirmativo, quando e em que
situações poderá fazer?
- Enquanto não for declarada morte presumida do pai como poderá Carlos providenciar pela
administração dos bens?
- No caso de ser declarado a morte presumida do pai poderá Carlos, posteriormente, alienar os bens
que eram do seu pai?
- E se posteriormente a isso seu pai regressar?
Resposta: (1) qual é o prazo regra que se tem para requerer a morte presumida? 10 anos, mas há duas
exceções. Quando se trata de menores, pode-se requer após +10 anos podendo ser alargados até aos 15
anos, a segurança é maior quando de idade são menores (se tivermos 17 anos e desparecermos temos 10
anos (tempo mínimo, se acabar antes dos 23 temos de esperar pelos 23) para requerer, mas tem de estar
cumprido o requisito dos 23 anos). Quando se tratar de maiores e se perfizer os 80 anos o prazo passa a
ser de 5 anos. (artigo 114/3 cc). Neste caso, pela aplicação do número 1 do 114 do código civil podemos
requerer a morte presumida, depois de se passarem 5 anos.
(2) será que Carlos era capaz de administrar os bens do pai? Temos de ver o que a sentença de maiores
acompanhados diz (artigo 89 cc), não tendo assim legitimidade para a administração dos bens
(3) artigo 115 cc, decorre que a declaração de morte presumida tem os mesmos efeitos da morte normal,
ou seja, transmissão dos bens por processo sucessório, tornando-se assim proprietário dos bens acabando
por os poder alienar.
(4) como há possibilidade de a pessoa estar viva, apesar de se declarar a morte presumida, o legislador
tem no artigo 119 uma barra de segurança (desapareceste e foi declarada a morte presumida e os teus bens
são transferidos, mas se regressares o teu património será te devolvido da maneira que se encontrar. Se o
herdeiro doou o património quando regressa ele tem direito a nada)
Regime da ausência- objetivos- dar os bens de uma pessoa que desaparece e a outra estabilidade jurídica a
uma determinada situação (desaparece durante 10 anos e deixa cá os bens sem ninguém)
Teórica- 24/04/2023
Teste de avaliação
Teórica- 26/04/2023
Prática- 27/04/2023
Caso prático
António, proprietário de uma quinta e depois apartamentos e um valioso automóvel, desapareceu de sua
casa no dia 1 de janeiro de 2008.
Maria, sua mulher, requereu imediatamente que fosse nomeada curador provisório. A 20 de maio de
2008, a sentença decretou a ausência de António e nomeou Maria curadoria provisória.
1 mês depois, Maria arrendou a Bernardo uns dois apartamentos por um período de 5 anos e vendeu a
Carlos o valioso automóvel.
em 5 de novembro de 2008, surgiu o advogado X, com uma procuração passada em. 10 de dezembro de
2007 assinada por António, nomeando-o procurador bastante.
em agosto de 2019, maria requereu a morte presumida de António, a qual veio a ser decretada a 1 de
fevereiro de 2020. uns meses depois maria vendeu a quinta por um milhão de euros e utilizou o dinheiro
da venda, na compra de um uma casa de ferias.
posteriormente a isso, voltou a casar.
em dezembro de 2022, António regressou e exige que maria lhe entregue os 2 apartamentos, o automóvel,
a quinta e que com ele venha viver pois ainda é sua mulher.
responda as seguintes questões:
1. Poderia ter sido requerida a curadoria provisória? Qual o valor dos atos praticados por maria a 20 de
junho de 2008?
2. Qual é a consequência jurídica decorrente do facto de ter aparecido o advogado com a aludida
procuração?
3. Maria poderia ter requerido a morte presumida de António?
4. Terá António com o seu regresso, direito a tudo o que existe?
Prática- 28/04/2023
Resposta: 3) artigo 114 cc, requisito temporal, 10 anos. Os 10 anos são começados a contar a partir do
momento em que recebemos as últimas noticias. Consequências jurídicas da declaração de morte
presumida- artigo 115 e 116 cc, tem as mesmas consequências da morte norma, abre-se o processo
sucessório, podendo os sucessores utilizar os bens sem qualquer preocupação. Em relação ao casamento,
não é dissolvido, mas não é obrigatório o outro cônjuge não se casar com outra pessoa, mas se o
desaparecido aparecer realiza-se o divórcio e a declaração fica com a data da morte presumida, mas se os
nãos o fizerem/ ou não há segundo casamento o casamento mantém-se (evita 2 casamentos ao mesmo
tempo).
Artigo 119 cc- protege o ausente e as pessoas que herdaram (podem fazer o que quiserem), regressas e
restituis o direito ao património no estado em que ele se encontra (se não houver património não ficas
com nada). Os apartamentos e o automóvel ainda existem, então se ele voltar recupera o património, o
problema é a quinta que foi vendida por 1 milhão de euros e foi comprada uma casa. Ele tem direito ao
bem trocado por outros e pelo produto da venda do produto da venda, se tivesse direito a casa tinha de
estar na escritura que a maria estaria a comprar a casa com o milhão de euros- proteção dos herdeiros.
No nosso caso nada é dito sobre a casa, logo ele tinha direito de exigir o milhão de euros resultante da
quinta, pois nada é declarado sobre o dinheiro que a maria pagou pela casa. Se a maria tivesse sub-
rogado/ trocado a quinta pela casa, pelo artigo 119 cc ele tinha direito a casa.
Prática- 28/04/2023
Teórica- 03/05/2023
Prática- 04/05/2023
prática- 05/05/2023
As 2 últimas questões colocadas pelo presidente remetem para a capacidade de goxzo, 160 cc principio da
especialidade do fim, ou seja, a pessoa coletiva só pode ser titular de direitos e estar adstirita ao
comportamento que sejam necessários e convenientes aos seus fins. Consequentemente, se a pessao
coletiva celebrar um negócio que gere efeitos não compreendidos na sua capacidade de gozo haverá
violação do artigo 160 cc (norma imperativa) e como tal o negócio será nulo nos termos do artigo 294 cc.
No nosso caso prático, e no que diz respeito á compra do terrreno deveremos concluir que este negócio é
necessário á prossecução dos fins á negociação, já no que diz respeito á doação nitidamente á uma
violação ao artigo 160, pq a violação não é necessária nem proveniente. Assim sendo, se a doação fosse
feita seria nula nos termos do 194 .
Caso prático
O presidente da associação recreativa de Cinfães, onde estava de serviço ao bar da associação,
descuidadamente, entornou uma chávena de café causando queimaduras a um associado com quem, se
envolveu numa luta física da qual resultou de uma fratura para o associado. O associado pretende ser
indemnizado pela associação em virtude dos danos
Responsabilidade civil extracontratual- artigos 165 cc (é uma norma remissiva) remete para o artigo 500
cc (