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Introdução ao Direito

Direito:
- conjunto de consequências ou de efeitos jurídicos (perspetiva dinâmica)
- conjunto de regras (perspetiva estática)

O direito constitui uma ordem normativa cuja função decorre da exigência prática de compatibilizar ou
mesmo aplanar as expectativas divergentes e os interesses diferentes entre os homens, atendendo aos
possíveis conflitos daí resultantes.
O direito e a justiça seriam desnecessários na situação em que cada indivíduo se acharia completamente
provido de tudo aquilo que os seus vorazes apetites pudessem desejar, ou a sua mais faustosa imaginação
quisesse ou pretendesse.
O homem é por natureza um ser vivo político.
Quem for incapaz de associar ou quem sente essa necessidade por causa da sua autossuficiência, não faz
parte de qualquer cidade, será um bicho ou um deus.
Nós aprendemos a comportar-nos segundo regras que têm a sua fonte na sociedade e na história.

O direito só existe em sociedade mas também é imprescindível em qualquer sociedade.



Assegurar uma vida que vai para além da sobrevivência

O papel do direito na ordem social global


- ordem jurídica
- ordem social
- ordem cultural
- …

O direito está sujeito a evolução (constante)


- necessidade de acompanhar a evolução e de regular novas realidades
- Alteração das conceções acerca do direito
- Conceitos indeterminados
- Interpretação da lei

O facto e a norma
A teoria da força normativa dos factos
- Uma conduta que se generaliza na sociedade passa a ser uma nova norma de conduta?
- Uma análise empírica apurada dos factos sociais poderá um dia vir a dispensar as decisões
valorativas?

Fundamentação do Direito
O direito fundamenta três poderes essenciais consignados às diversas “autoridades sociais”:
- poder normativo
- poder decisório
- poder sancionatório

Funções do Direito
- Constitutiva/ordenadora - A realidade não existe sem o direito (o direito cria a realidade
jurídica enquanto “facto institucional”, ou seja, enquanto realidade que precisa do direito para
ser jurídica)
Os conceitos jurídicos também são criados pelo Direito.
As regras criadas pelo Direito assumem dupla função: orientam a atuação dos
indivíduos e fundamentam juízos (função ordenadora).
- Conformadora - função educativa (função formadora em direção a determinada sociedade
humana, idealizada por determinado legislador), o direito julga o homem como ele devia ser.
- Política - o direito organiza o poder político e coloca limites ao seu exercício
- Social - orienta o comportamento do indivíduo, indicando ou proibindo determinado
comportamento ou atribuindo-lhe determinadas faculdades.
Regula a contribuição dos indivíduos para a sociedade e da sociedade para os
indivíduos.
- Pacificadora - disciplina a violência
soluciona conflitos de interesses
aplica as sanções pelo incumprimento das regras

O direito e as restantes ordens normativas


Direito
- Ocupa-se de comportamentos exteriorizados e do lado externo da conduta
- Realidade humana, realidade social, realidade cultural
- ordem inter-subjetiva
- Do incumprimento resulta a aplicação de sanções (impostas por lei)

Trato social
- Convencionalismos sociais (e culturais)
- Boa educação e cortesia
- Ordem inter-subjetiva
- Do incumprimento resulta a reprovação social

Religião
- Fonte divina
- Comportamentos individuais, íntimos
- Ordem intra-individual
- Do incumprimento resulta a aplicação de sanções espirituais

Moral
- Preocupa-se com a intenção do agente e com o lado interno da conduta
- ordem intra-individual
- Regula aspetos relativos ao decoro, decência e carácter do comportamento

Critérios de Distinção
1. Exterioridade
2. fins
3. Imperatividade
4. Motivação
5. Coercibilidade

Direito Objetivo e Direito Subjetivo


Objetivo
● Sistema ou ordenamento jurídico
● Lei, fonte de direito
● Regra jurídica
● Conjunto de normas de conduta geral que orientam a nossa convivência em
sociedade, baseadas no ideal de justiça e dotadas de coercibilidade.

Imperativo - não está sujeito à vontade das partes


Dispositivo - está sujeito à vontade das partes (pode ser alterado ou afastado)

Quanto às funções:
❖ Direito Material - direito substantivo (serve para impedir, sanar ou conciliar conflitos
de interesses entre os sujeitos)
❖ Direito Processual/Instrumental - Direito adjetivo/(público) - instrumento ao serviço do
direito material (indica um caminho/processo, um modo jurídico-formal para agir,
mediante o qual se assegura a defesa do direito ou da sua existência).


Subjetivo
● Referentes à posição de um sujeito
● Poder ou faculdade reconhecido ou atribuído pela ordem jurídica a um sujeito de
exigir ou pretender de outrem um determinado comportamento positivo ou negativo,
ou pelo simples ato de vontade, só de per si ou integrado por um ato de uma
autoridade pública produzir efeitos que se impõem inelutavelmente na esfera jurídica
de outrem.

- Poder ou Faculdade
- Reconhecido ou atribuído pela ordem jurídica
● Reconhecimento - direitos inatos, direitos pessoais
● Atribuição - direitos não inatos
- De exigir ou pretender de outrem
● Exigir - o credor pode exigir judicialmente o cumprimento da
obrigação, solicitando às “autoridades” competentes a adoção de
medidas adequadas.
● Pretender - o credor pode exigir o cumprimento ao devedor, mas, na
verdade, já não o pode fazer judicialmente; o credor não pode reagir
judicialmente contra o devedor.
- Um determinado comportamento, positivo ou negativo
- Direito potestativo - por um simples ato de vontade, só de per si ou integrado por um ato de uma
autoridade pública
Só de per si - declaração de vontade
Integrado por um ato de uma autoridade pública - decisão judicial
Produzir efeitos - Quais? (1- Constitutivos; 2- Modificativos, 3- Extintivos)

- que se impõem inelutavelmente na esfera jurídica de outrem - estado de sujeição

Direitos absolutos
- efeito erga omnes
- exclusão de todos acompanhada pela obrigação de não violar o direito
- correspondência com obrigação passiva universal
- responsabilidade extracontratual
- ex: direitos de personalidade, direitos reais
Direitos relativos
- efeito inter partes
- oponíveis a um círculo limitado de pessoas
- direitos obrigacionais - conferem um direito de crédito, um direito a uma prestação
- responsabilidade contratual
- ex: direito a exigir o pagamento da renda

Direitos pessoais
- aqueles que respeitam ao próprio indivíduo
- pertencem à pessoa como manifestações da personalidade
- “direitos ligados, estreita, direta e incindivelmente, à pessoa do seu titular”
- ex: direito ao nome

Direitos patrimoniais
- surgem associados ao património, ao crédito, aos direitos sobre bens materiais
- podem incidir sobre bens imateriais
- ex: direito a exigir o pagamento do preço no contrato de compra e venda

Direitos disponíveis
- direitos que estão à disposição da vontade do indivíduo
- podem ser alienados, podem deixar de pertencer à esfera jurídica do seu titular
- ex: direito de propriedade

Direitos indisponíveis
- aqueles que não podem “desligar” do seu próprio titular
- existem enquanto concretização da personalidade e individualidade de cada
indivíduo
- ex: direitos de personalidade (direito à vida)

Direitos inatos
- direitos originários
- pertencem à própria pessoa desde o momento do seu nascimento/criação
- ex: direito à imagem

Direitos não inatos


- Aqueles que o indivíduo adquire ao longo da sua interação no tráfico jurídico
negocial
- não nascem com a própria pessoa, são construídos ou adquiridos
- ex: direito de preferência

Summa Divisio: Direito público e direito privado


As relações jurídicas podem formar-se em três planos:
1. entre particulares
2. entre entidades públicas
3. entre entidades públicas e particulares

A diferença reside no objeto de regulação e delimita a esfera de atuação autónoma e livre dos
particulares da esfera de atuação do estado ao qual, em última análise, todas as entidades públicas
podem ser reconduzidas.
Resultado da separação do estado da sociedade civil:
- Direito público
● Regula as relações das entidades públicas entre si
● Estabelece as regras orgânicas para o seu funcionamento
● Regula as relações entre elas e os cidadãos
- Direito privado
● Regula as relações jurídicas dos particulares entre si

Privado - visa e protege a preservação da liberdade de atuação do indivíduo.


- o indivíduo fica também responsável pelas consequências da sua atuação

Público - visa e protege os interesses da comunidade em geral, superiores aos dos particulares, o
bem comum e o poder público
- o indivíduo não dispõe de um poder de vontade para criar direitos ou contrair obrigações

Teoria dos interesses


Relação jurídica ou norma de direito público Relação jurídica ou norma de direito privado
↓ ↓
Proteção ou prossecução de interesses públicos Proteção ou prossecução de interesses individuais

Teoria da infra-ordenação e supra-ordenação


Relação jurídica ou norma de direito público Relação jurídica ou norma de direito privado

As entidades públicas atuam em reação ao O direito privado caracteriza-se pela relação de


cidadão a partir de uma base de supremacia. igualdade/equivalência entre os sujeitos.
Esta relação de supra-ordenação é
característica do direito público.

Teoria dos sujeitos


Direito público
● verifica-se o exercício de um poder de autoridade pública
● normas que regulam a organização e a atividade do Estado e de outros entes públicos menores
● relações desses entes públicos entre si
● relações desses entes públicos, revestidos de poder de autoridade, com os particulares

Direito privado
● regula as relações em que as partes figuram numa posição de igualdade ou paridade
● relações entre particulares
● relações entre os particulares e os entes públicos, quanto estes intervenham despojados do
poder de autoridade

Figuras afins (dos direitos subjetivos)


Interesse jurídico
- interesses tutelados pela ordem jurídica
- interesses da sociedade, interesses superiores (em regra, comuns aos vários indivíduos do
grupo)
- Não lhe correspondem propriamente direitos subjetivos
Ex: sistema nacional de saúde, segurança social, policiamento na via pública, iluminação pública.

Direito Reflexo
Posição jurídica tutelada pela ordem jurídica que resulta da existência de uma obrigação na
esfera jurídica de outrem

Expectativa Jurídica
Posição jurídica tutelada pela ordem jurídica na qual se encontra o sujeito que, embora ainda
não seja titular de um direito subjetivo, tem uma válida expectativa (jurídica) de o vir a ter na sua esfera
jurídica.

Fontes do Direito
“Modos de revelação de critérios normativos de decisão de casos concretos”
“Fundamento de formação do Direito”
“Modos de formação ou de revelação do direito (objetivo)”

● Há fontes do Direito que não são (nem podem ser) positivadas


● O legislador encontra-se limitado pelos princípios fundamentais do Direito - “predefinem o
sentido possível das normas e delimitam a sua liberdade de ação”
● Os princípios assumem-se enquanto fundamento último da validade das normas jurídicas.

Fontes do Direito
- Internas - têm origem no ordenamento jurídico interno
- Externas - têm origem num outro ordenamento jurídico mas vigoram no nosso ordenamento por
via de determinadas regras de receção
- a ordem jurídica interna recebe ou incorpora, por sua vez, as fontes externas

Fontes Externas
Direito Internacional
- comum - costume internacional e princípios gerais de direito reconhecido pelas nações
civilizadas
- convencional - convenções internacionais e normas de órgãos competentes das Organizações
Internacionais

Direito Europeu
- originário - tratados originários
- derivado - resulta dos órgãos das instituições europeias (Conselho Europeu, Comissão
Europeia, Parlamento Europeu)
- principais fontes: diretiva, regulamento e decisão

Fontes Internas
Doutrina?
- conjunto de pareceres, opiniões, estudos académicos, (...) que contribuem para a interpretação
e integração do Direito
- não é considerado fonte do direito
- a doutrina molda o direito vigente, apresentando novas soluções jurídicas
Jurisprudência?
- conjunto de decisões judiciais emitidas pelos tribunais
- a decisão proferida por um tribunal num determinado caso em concreto, não vincula a decisão
que vier a ser tomada na apreciação de casos análogos (inexistência do precedente obrigatório)
- não é considerada fonte do direito (é fonte de conhecimento do direito)
- 203.º CRP - vinculação do juíz à lei
- papel preponderante na interpretação dos conceitos indeterminados
- Jurisprudência Uniformizada
➔ visa esclarecer uma determinada questão jurídica contraditória
➔ admissível no processo civil, penal e no contencioso administrativo (com
contornos diversos)
➔ não é obrigatória, mas sim persuasiva
➔ não é fonte de direito

- Assentos
➔ antigo artigo 2.º do código civil - “nos casos declarados na lei, podem os tribunais
fixar, por meio de assentos, doutrina com força obrigatória geral”
➔ valor de fonte de direito
➔ visavam solucionar determinada oposição de decisões sobre a mesma matéria -
atribuição do poder de interpretação ou integração de atos legislativos ao poder
jurisdicional?
➔ declaração de inconstitucionalidade
➔ atribuiu-se aos assentos o mesmo valor dos atuais acórdãos de uniformização de
jurisprudência

Princípios de Direito?
- “ideia de direito”, “sentimento jurídico” da comunidade
- “princípios jurídicos que, porque são exigências feitas a todo e qualquer ordenamento jurídico se
este quer ser coerente com a sua própria pretensão de legitimidade e validade, são
transcendentes às decisões positivadoras do legislador e por isso mesmo são válidas de per si
num Estado de Direito”
- justiça e validade das normas

Fontes de Direito
- Intencionais/ Voluntárias
➔ têm na sua origem um ato normativo
➔ ex: lei

- Não intencionais/ Involuntárias


➔ têm na sua origem um ato não voluntário de produção normativa
➔ ex: usos/costumes

- Mediatas
➔ são consideradas fontes de direito por uma fonte imediata
➔ juridicidade advém de uma fonte imediata

- Imediatas
➔ valem por si mesmas, não necessitam de legitimação por parte de outra fonte
➔ juridicidade própria
➔ Art. 1 do Código Penal

Lei
Lei em sentido material ≠ lei em sentido formal
↙ ↘
enunciado linguístico cujo significado enunciado linguístico cujo significado é uma regra jurídica
seja uma regra jurídica e que emana de um órgão com competência legislativa,
ou seja, de um ato legislativo

Órgãos com competência legislativa


- Assembleia da República
- Governo
- Assembleias Legislativas Regionais

Lei em sentido formal:


- Leis constitucionais
- Leis da AR
- Decretos-leis do Governo
- Decretos legislativos regionais

Lei
|
Ato Legislativo 一 Ato Normativo 一 Ato Regulamentar
decorre do exercício de uma decorre do exercício de uma
competência legislativa do órgão competência administrativa do órgão
que a pratica e dá origem a uma lei que a realiza e produz um
formal regulamento

Atos legislativos Atos Regulamentares


Governo
- Lei da AR - Decretos e os decretos regulamentares
- Decretos - leis do Governo - Portarias, os despachos normativos e resoluções
- Decretos legislativos regionais do Conselho de Ministros

Outras entidades
- Regulamentos da administração autónoma
(posturas e regulamentos locais)
- Regulamentos da administração indireta
(EX: Banco de Portugal; CMVM; ANACOM)
- Decretos regulamentares regionais
- Estatutos das pessoas coletivas de direito público
(EX: Estatutos da Universidade)
- Regimentos (Ex: Regimento da AR)
- Instruções (atos de carácter administrativo que
regulam a organização de um serviço
administrativo)
Normas Corporativas
- A produção de Direito não cabe exclusivamente aos órgãos estaduais.
- Não podem contrariar as disposições legais de carácter imperativo.
- Estão subordinadas à lei
- Prevalecem sobre os usos
- As normas corporativas correspondem, assim, às regras produzidas por órgãos intraestaduais
(ex: ordens profissionais e federações desportivas)

Costume
- Prática social reiterada cujo cumprimento se faz acompanhar da convicção da sua
obrigatoriedade
- Corpus + animus

Usos
- Prática social reiterada cujo cumprimento não se faz acompanhar do sentimento ou da
convicção da sua obrigatoriedade
- “os usos que não forem contrários aos princípios da boa fé são juridicamente atendíveis quanto
a lei o determine”
- Corpus (não temos animus)

Equidade
- “Justiça do caso concreto”

A norma jurídica
Norma jurídica: noção e características
“Comando ou regra de conduta geral, abstrato e coercível, ditado pela autoridade competente”
- Imperatividade, generalidade e abstração
➔ “Uma lei não pode nunca ser individual e concreta, pois doutro modo violar-se-ia o
princípio da igualdade perante a lei, e com ele o princípio da igualdade dos encargos ou
vantagens, respetivamente impostos ou reconhecidos aos cidadãos”
➔ Diferenciações fundadas em elementos objetivos (recorte e carácter genérico)
- Hipoteticidade, inviolabilidade e bilateralidade (alteridade/sociabilidade)

Norma Jurídica: estrutura


Norma = Previsão + Estatuição
Previsão - todo aquele que ilícita e culposamente causar danos a outrem
Estatuição - fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos causados

Silogismo Judiciário
Premissa maior - Todo aquele que causar danos a outrem fica obrigado a indemnizar o lesado
Premissa menor - (A) causou danos na viatura de (B)
Conclusão - Logo (A) acha-se constituído na obrigação de indemnizar os danos causados a (B)

Normas imperativas e normas facultativas


Normas imperativas Normas facultativas
Imperativas Facultativas
Ordenam e proíbem Permitem ou autorizam certos comportamen-
Dividem-se em: tos; concedem poderes ou faculdades
- Precetivas Dividem - se em:
Ordenam, indicam o caminho a seguir - Dispositivas
- Proibitivas Concedem determinados poderes ou facul-
Proíbem determinado comportamento dades, deixando ao critério do indivíduo pra-
ticar ou não certos atos
- Interpretativas
Disposições legais cuja função é determinar
o alcance ou o sentido imputáveis a certas
condutas, atos, expressões, em caso de dú-
vida
- Supletivas
Aquelas que se destinam a suprir a falta de
vontade das partes sobre determinados
aspetos que carecem de regulamentação

Normas universais, regionais e locais


Universais - Aplicam-se a todo o território nacional
Regionais - Aplicam-se numa determinada região
Locais - Aplicam-se apenas no território de uma autarquia local
Ex: Posturas e regulamentos locais

Normas gerais e normas excepcionais


Normas gerais - Estabelecem o regime regra para o setor das relações que regulam
Normas excepcionais - Limitam-se a uma parte restrita daquele setor de relações ou factos,
estabelecendo um regime oposto ao do regime regra.

Normas de direito comum e normas de direito especial


Normas de direito comum - Consagram uma disciplina comum, geral
Normas de direito especial - Consagram, uma disciplina nova ou diferente para círculos mais restritos
de pessoas, coisas ou relações
Ex: o direito civil é um direito privado comum, ao passo que o direito comercial é um direito
especial.

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