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® John Locke
- Em cada Homem há aspetos bons e maus, tendências para a prática do bem e tendências para a
prática do mal.
- No status naturalis, a maioria respeita as Leis da Natureza. No Estado de Natureza todo o indivíduo
possuí dois direitos fundamentais – preservar tudo o que lhe pertence e julgar os outros e puni-los.
- Celebração de um contrato social e consequente criação de uma autoridade social com o poder de
governar a comunidade – Estado de Sociedade.
® Direito Subjetivo
Vantagens, faculdades, poderes que, por aplicação das regras de direito objetivo, são atribuídas a
pessoas determinadas. É a faculdade ou o poder, reconhecido pela ordem jurídica a uma pessoa, de
exigir ou pretender de outra um determinado comportamento positivo (facere = fazer) ou negativo
(non facere = não fazer) – Faculdade de Agir.
Exemplo: facere – contrato de prestação de serviços
Exemplo: non facere – invasão de propriedade privada (o indivíduo não o pode fazer)
® Direito Potestativo
É a faculdade ou o poder, reconhecido pela ordem jurídica a uma pessoa por ato livre de sua vontade,
só por si ou por um ato de autoridade pública (decisão judicial), produzir determinados efeitos jurídicos
que inevitavelmente se impõem a outra pessoa, adversário ou contraparte.
Exemplo: Casamento gera o direito ao divórcio (mesmo que o outro não queira é possível ter o
divórcio).
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Direito e Estado
O Estado só pode ser de Direito e o Direito só pode ser supraestadual ou intraestadual.
Funções
Função Legislativa - Prática de atos legislativos pelos órgãos
Território - Elemento material, espacial ou físico do Estado, constitucionalmente competentes.
marcado por fronteiras, que podem ser naturais ou artificiais, e
que compreende a superfície do solo que o Estado ocupa, o
espaço fluvial, marítimo, lacustre e aéreo Função Jurisdicional - Julgamento de litígios suscitados por
conflitos entre interesses privados e públicos.
Poder Político - Organização necessária ao exercício do Função Administrativa - Satisfação das necessidades coletivas
poder político que, por virtude de prévia opção política ou legislativa, se entende
que incumbe ao Estado prosseguir.
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Relações entre a ordem jurídica e as demais ordens normativas
® Assume e jurisdiciza algumas ordens normativas, incorporando-as na ordem jurídica (relações de
coincidência);
Exemplo: Não matar.
® Coloca-se numa posição neutra ou de indiferença em relação à maior parte das normas de outras
ordens (relações de indiferença), nomeadamente, no que toca à ordem religiosa e de cortesia;
Exemplo: Dar esmola a um pobre.
® Mantém relações próximas com as normas morais;
® Pode ter relações de conflito.
Exemplo: Abortar.
® Direito Natural
É definido como o direito que devia vigorar porque assenta na dignidade humana e representa o
reflexo imediato na justiça. Regras fundadas na essência humana e, por conseguinte, não localizadas
nem no tempo, nem no espaço, não estão vertidas em nenhum código, nem foram gizadas pela mão
humana.
O Direito Natural deve nortear o Direito Positivo.
® Positivismo Jurídico
Explica que o Direito Natural não pode ser considerado direito porque:
- Não pode ter origem divina, já que Deus não existe;
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- Não é promulgado por nenhuma autoridade social legitimada e reconhecida para o fazer;
- O seu conteúdo é desconhecido e não há qualquer consenso;
- Não é uma lei eterna e universal, válida e imutável em todas as épocas e em todos os lugares;
- A violação das suas regras não acarreta a imposição de sanções.
O debate permanece, mas os defensores de ambas as correntes não aceitam, passivamente, como
cidadãos, qualquer Direito Positivo.
A divergência encontra-se no ponto de saber se as leis, porque contrárias ao Direito Natural, são
inválidas, pelo que não se lhes deve obediência.
Ver Art. 8º, nº2 do Código Civil.
Os fins do Direito
Segurança
Declarações
Justiça dos Direitos
Humanos
® Justiça
- Primeiro e principal fim do Direito;
- Dever ser para o Direito “uma bússola e um farol”;
- Noção: a justiça é o conjunto de valores que impõem quer ao Estado, quer aos cidadãos no sentido
de dar a cada um o que lhe é devido, e o critério geral acerca do que, em nome da justiça, é ou não
devido a cada um, deve ser definido em função da dignidade da pessoa humana.
- Modalidades Comutativa – visa corrigir os desequilíbrios que se verifiquem nas relações
contratuais e nos atos involuntários ilícitos interpessoais.
Distributiva – rege a repartição dos bens comuns pelos membros da sociedade
segundo o critério de igualdade proporcional.
Geral ou legal – rege a participação dos membros da sociedade nos encargos
comuns segundo critérios de igualdade proporcional.
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- Equidade: forma de solução de conflitos jurídicos que assenta na aplicação da Justiça conforme as
circunstâncias específicas de cada caso – fazer justiça de forma justa (igual). Art. 4º do Código Civil.
® Segurança
- A segurança internacional, sem a qual não haverá paz entre povos;
- A segurança pública interna, sem a qual não há ordem nem tranquilidade pública;
- A segurança individual, que as autoridades e a polícia devem garantir para prevenir a prática de crimes
contra a vida, a liberdade ou a propriedade das pessoas;
- A segurança socioeconómica, que se consegue através do estímulo à poupança individual e do recurso
às companhias de seguro;
- A segurança jurídica, que impõem a criação de mecanismos capazes de contribuir para a certeza do
Direito.
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4. O conjunto das normas que o compõem está organizado, enquadrado e enformado por
princípios gerais (coerência entre as normas legais e os princípios do direito);
5. Se preocupa em assegurar, tanto quanto possível, “uma interpretação e aplicação uniformes
do direito” – Art. 8º, nº3 do Código Civil – estando previstos diversos modos de garantir a
uniformização da jurisprudência;
6. Nele vigora o princípio da plenitude da ordem jurídica – Arts. 8º, nº1 e 10º do Código Civil e
20º da Constituição da República Portuguesa.
® Âmbito da aplicação
O Direito atua ao impor condutas (positivas ou negativas);
ao permitir (autonomia da vontade).
® Equidade
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® Normas de estatuição jurídica
- Normas cujo conteúdo se esgota no plano jurídico.
- Estatui-se algo, mas sob a forma de consequência jurídica.
Exemplo: Art. 130º do Código Civil.
® Normas imperativas
- Impõem um dever, uma conduta.
• Normas percetivas
- Normas onde estamos a classificar a relação com a vontade do destinatário.
- Quando a conduta que impõem é uma ação, um facere.
Exemplo: Art. 1320º, nº2 do Código Civil.
• Normas proibitivas
- Estão associadas ao Direito Penal.
- Quando a conduta que impõem é uma omissão, um non facere.
Exemplo: Art. 1347º do Código Civil.
® Normas imperativas
- Permitem ou autorizam certos comportamentos.
• Normas facultativas – Permitem ou facultam certos comportamentos, reconhecendo
determinados poderes ou faculdades e deixando ao arbítrio do indivíduo praticar ou não esses
atos.
Exemplo: Permissão pura – Art. 1036º do Código Civil.
ExemplConcessão de autonomia da vontade – Art. 223º do Código Civil.
• Normas supletivas – Só se aplicam aos negócios jurídicos se as partes não tiverem excluído a
sua aplicação ou não tiverem previsto o regime a aplicar.
Exemplo: Art. 772º do Código Civil.
• Normas interpretativas – Esclarecem o sentido do trecho com valor jurídico.
Exemplo: Normas interpretativas da lei – Art. 349º do Código Civil.
Normas interpretativas da negação jurídica – Art. 2227º do Código Civil.
® Normas autónomas
- Podem produzir efeitos só por si e contêm em si valoração jurídica, imperativa ou permissiva.
Exemplo: Art. 1323º do Código Civil.
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® Normas não autónomas
- Para produzir efeitos jurídicos, têm que se ligar a outras normas.
Exemplo: Normas interpretativas, normas remissivas.
® Normas gerais
- São aquelas que constituem o regime regra aplicável à generalidade das situações ou relações
jurídicas de um determinado tipo.
Exemplo: Art. 219º do Código Civil.
® Normas especiais
- São as que, em termos de concordância as normais gerais, regulam uma espécie de situações ou
relações jurídicas, tendo exatamente em conta particularidades que tipifiquem tais relações.
Exemplo: Normas de Direito Comercial – Art. 7º, nº3 do Código Civil.
® Normas excecionais
- São as que, em contradição com as normas gerais, disciplinam, um setor restrito de relações jurídicas.
Exemplo: Arts. 11º e 875º do Código Civil.
® Normas universais
- São aquelas que se aplicam a todo o território de um Estado.
® Normas regionais
- São as que se aplicam apenas a uma certa fração de território do Estado, em certa região.
® Normas locais
- São as que se aplicam apenas a uma certa fração do território do Estado, em certa localidade.
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® Norma perfeita
- Prevê que certa situação é nula e determina a nulidade do ato contrário.
- Nulidade, sem pena.
® Norma imperfeita
- Não têm sanção.
Proteção Coativa
A coercibilidade consiste na possibilidade ou suscetibilidade de aplicar sanções, pela força se for
necessário, assegurada pelo aparelho estadual, ou seja, sou obrigado a cumprir o que está na lei.
A Proteção Coativa, isto é, os meios adotados em defesa da ordem jurídica podem ser de duas espécies:
• Tais meios podem atuar antes de ocorrer a conduta que viola a estatuição da norma jurídica,
com o objetivo de evitar essa violação – Proteção Preventiva.
• Os meios podem atuar após a violação da norma, tendo então como principal fim repor a
situação como existia antes da violação e reprimir o agente violador, mas, visando também,
genericamente os comportamentos contrários aos comandos normativos – Proteção
Repressiva – Sanção Coativa.
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Sanções Materiais
® Sanções Compulsórias
São aquelas que visam, embora tardiamente, coagir o infrator a adotar a conduta de vida e que a
violação não se prolongue no tempo por isso, cessam logo que a norma jurídica desrespeitada seja
observada.
- Sanção Pecuniária Compulsória – O infrator terá de pagar uma coima por cada dia que estiver em
incumprimento.
Exemplo: Art. 829º A do Código Civil.
- Direito de Retenção – Direito de reter algo até o pagamento dos danos causados estar restabelecido.
Exemplo: Reter uma bola que partiu o meu vidro. Arts. 754º e seguintes do Código Civil.
- Cumprimento Coativo – Direito que pode ser usado por outra pessoa.
Exemplo: Obrigar alguém a entregar algo. Art. 828º do Código Civil.
® Sanções Punitivas
São aquelas que punem quem pratica qualquer coisa contrária à lei.
- Criminais
- Civis – Arts. 1649º e 2034º do Código Civil.
- Disciplinares
Exemplo: Eu sou solicitador, não posso ter uma imobiliária, se tiver vai sofrer uma situação disciplinar.
- Contraordenacionais
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Sanções Jurídicas
® Inexistência Jurídica
Ocorre quando nem sequer se verifica qualquer materialidade de certo ato jurídico e, neste caso, nem
sequer produz quaisquer efeitos, não havendo sequer necessidade de um reconhecimento da sua
invalidade.
Exemplo: Um ato aconteceu ma nem sequer tem nexo esse ato existir.
® Invalidade
O ato existe materialmente, mas sofre de um vício que conduz a que não produza os efeitos jurídicos
a que tende.
- Nulidade
- Anulabilidade
NOTA:
• Pode ser suspensiva (ineficaz no sentido suspensivo)
Exemplo: Pago-te o café quando fizeres as cadeiras todas.
• Pode ser resolutiva (a eficácia suspende-se quando a condição deixar de se
verificar)
Exemplo: Enquanto tiveres aproveitamento escolar, pago-te as propinas.
Proteção Preventiva
® Procedimentos Cautelares
Exemplo: Eu vou pedir alguma coisa em tribunal para evitar que o um direito seja violado.
Uma característica do Estado de Necessidade é a reação sobre a esfera jurídica de outrem por quem
está ameaçado por um perigo que não resulta de agressão alheia. Com isto se distingue da legítima
defesa que é necessariamente a reação contra a agressão alheia, atual e iminente.
O Estado de Necessidade difere da ação direta porque esta visa a conservação prática de um direito,
enquanto naquele se procura evitar a consumação ou ampliação de um dano.
- Consentimento do lesado (Art. 340º do Código Civil)
- Direito de Resistência (Art. 21º da Constituição da República Portuguesa)
- Defesa da Posse (Art. 1277º do Código Civil)
- Defesa da Propriedade (Art. 1314º do Código Civil)
- Direitos Reais (Art. 1315º do Código Civil)
- Tribunais Arbitrais (Art. 209º, nº2 da Constituição da República Portuguesa)
- Segurança Privada
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® Sentido sociológico
Atende ao fator que determinou o aparecimento da norma e condicionou o seu conteúdo.
Exemplo: Porque é que é obrigatório usar cinto de segurança?
® Sentido instrumental
Significa a sede material, o texto ou diploma legislativo que contem as normas jurídicas.
Fontes iuris essendi, fontes diretas ou imediatas Fontes iuris cognoscendi, fontes indiretas ou
mediatas
® Costume
Prática reiterada e habitual de uma conduta quando chega a ser encarada como obrigatória pela
generalidade dos seus membros. O costume não se pode sobrepor à lei pois, este tende a desaparecer
e a ser substituído pela lei.
Exemplo: O António costuma acender as luzes da minha cidade todos os dias, se alguém novo chegar
à cidade saberá que é costume ser o António a acender as luzes.
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® Jurisprudência
Conjunto de orientações que, em matéria de determinação e aplicação da lei, decorrem da atividade
prática de aplicação do direito.
® Doutrina
É a atividade de estudo teórico ou dogmático do Direito.
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® Definições de Lei
• Galvão Telles – “Lei é um ato de Estado tendente á criação de direito.”
• Cabral de Moncada – “Lei é a forma que reveste a norma jurídica quando estabelecida e
decretada de uma maneira oficial e solene pela autoridade de um órgão expressamente
competente para esse efeito.”
• Freitas de Amaral – “Lei é um ato unilateral do Estado ou de uma região autónoma que de
forma escrita e solene cria, modifica ou distingue norma jurídicas com uma posição hierárquica
imediatamente abaixo da Constituição.”
CRP
Direito Internacional, Geral,
Convencional e decorrente da UE
Leis e Decretos-Leis
Decretos Regulamentares
Portarias
® Leis e Decretos-Leis
Arts. 112º, nº2; 161º c) e 198º, nº1 da Constituição da República Portuguesa.
Assembleia da República
• Leis Constitucionais: Arts. 166º, nº1 e 161º a) da Constituição da República Portuguesa.
• Leis Orgânicas: Arts. 164º a) a f) e 166º, nº2 da Constituição da República Portuguesa.
• Leis Simples: Arts. 166º, nº3 e 161º b) a h) da Constituição da República Portuguesa.
Monções – Arts. 166º, nº4 e 163º c) e d) da Constituição da República Portuguesa.
Resoluções – Arts. 166º, nº5 e 179º, nº3 c) e f) da Constituição da República Portuguesa.
Reservas – Arts. 164º; 161º e 165º da Constituição da República Portuguesa.
Decretos-Leis – Arts. 198º, nº1 e 200º d) da Constituição da República Portuguesa.
NOTA: Em relação às Leis e aos Decretos-Leis, quando há situações de opinião contrária, aquela que é
válida é a mais recente. Existem as seguintes regras:
1. Superioridade
2. Posterioridade
3. Especialidade
® Decretos Regulamentares
• Resolução Conselho de Ministros
• Portarias
• Despachos
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Lei: Aspeto Dinâmico
O processo legislativo, ou seja, o processo de elaboração das leis comporta diversas fases ou
momentos fundamentais:
1. Elaboração – Art. 167º da Constituição da República Portuguesa
2. Aprovação – Art. 168º da Constituição da República Portuguesa
3. Promulgação – Art. 134º a) e b) da Constituição da República Portuguesa – Veto – Art. 136º
da Constituição da República Portuguesa – Referendo – Art. 140º, nº1 da Constituição da
República Portuguesa
4. Publicação – Art. 119º da Constituição da República Portuguesa; Art. 5º, nº2 do Código Civil
5. Entrada em vigor – Art. 5º, nº2 do Código Civil – Vacatio Legis (Período entre a publicação e a
entrada em vigor, pode ser: 5 dias após o dia da publicação; à meia noite do dia seguinte à
publicação ou numa data à escola do legislador)
® Revogação
Traduz-se no afastamento da lei por outra lei posterior, de valor hierárquico igual ou superior. Art.
7º, nº1, 2ª Parte do Código Civil. A ordem de prioridade não se define pela entrada em vigor mas sim
pela data de publicação. Art. 7, nº3 e 4 do Código Civil.
Revogação Expressa – Um preceito da nova lei designa uma lei anterior e a declara
revogada (Art. 7º, nº2, 1ª Parte do Código Civil).
Revogação Tácita – Não há revogação expressa, mas as normas da lei posterior são
incompatíveis com as da anterior (Art. 7º, nº2, 2ª Parte do Código Civil).
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Exemplo: Existe uma lei que foi publicada em 1998 que diz que a idade permitida para
se começar a conduzir é aos 18 anos mas, em 2018 saiu uma nova lei que diz que a idade
permitida para começar a conduzir é aos 20 anos. As duas leis são incompatíveis, logo,
a nova lei é a que entra em vigor e a lei antiga desaparece.
Revogação de Sistema – Tem lugar quando o legislador pretende que um determinado
diploma legal incidente sobre uma determinada matéria (Art. 7º, nº2, 3ª Parte do
Código Civil).
Exemplo: Se fosse criado um Código do Consumidor todas as leis sobre os Direitos do
Consumidor seriam revogadas e só o Código passaria a vigorar.
Relação Jurídica
É toda a relação da vida social disciplinada pelo Direito e que consiste na atribuição a um sujeito de
um direito subjetivo e na adstrição de outro sujeito a uma vinculação jurídica.
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• Personalidade Jurídica (Art. 66º do Código Civil) traduz-se na aptidão para ser titular autónomo,
ser sujeito, de relações jurídicas. – Qualidade
• Capacidade de Gozo de Direitos é a medida de direitos e vinculações de que a pessoa é
suscetível de ser titular (Art. 67º do Código Civil). Todos os direitos estão na nossa esfera
jurídica. – Titularidade
Exceções: Arts. 1601º, 1850º, 1913º e 2189º do Código Civil.
• Capacidade de Exercício de Direitos é a medida dos direitos e vinculações que a pessoa pode
exercer por si, pessoal e livremente. – Exercício: aquilo que está na minha esfera jurídica e não
podemos fazer (menores e interditos – Pessoas a fazer por mim; imobilizado – Pessoa a assistir.)
Exemplo: Um menor não pode comprar uma casa mas pode ter uma em seu nome (alguém lha
pode dar).
2. Objeto
• Objeto imediato é o que dá origem à relação jurídica, ou seja, é o nexo formado pelo direito
subjetivo, por um lado, e pela vinculação, por outro.
• Objeto mediato corresponde à realidade sobre que recai o poder do sujeito ativo, realidade
essa que pode ser uma coisa, uma prestação, uma pessoa, ou um direito.
3. Facto Jurídico
É o acontecimento, o evento a que o Direito confere um efeito, uma consequência jurídica:
constituir uma relação jurídica, ou modifica-la, ou extingui-la.
4. Garantia
Traduz-se na suscetibilidade que é conferida ao sujeito ativo de recorrer à força se necessário por
intermédio dos órgãos do Estado para tal competentes para exercer o direito que lhe é conferido
o que se consegue impondo ao sujeito passivo a conduta que corporiza o respetivo dever ou sujeitá-
lo às consequências do eventual incumprimento.
NOTA: Só se verifica uma relação jurídica se se verificar estes 4 elementos.
® Direito Privado
Respeita as relações entre particulares, fundadas na igualdade jurídica, na liberdade ou autonomia.
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® Critérios Distintivos
1. Critério ou teoria dos interesses
• Serão normas de Direito Público as normas que tutelam ou prosseguem um interesse público.
• Serão normas de Direito Privado aquelas que visam tutelar ou satisfazer interesses individuais.
Crítica: Todo o Direito, Público e Privado, visa proteger simultaneamente interesses públicos e
interesses particulares.
® Mas qual o interesse prático da distinção entre Direito Público e Direito Privado?
- Interesse de ordem científica na sistematização e no lógico agrupamento de normas jurídicas.
- Interesse no próprio plano da aplicação do direito, por exemplo:
• Em determinadas situações, determina as vias jurídicas a que o particular lesado pelo Estado
deve recorrer ou vice-versa, isto é, determina o tribunal competente, em razão da matéria, para
apreciar a lide (tribunais judiciais/tribunais administrativos).
• Por outro lado, a responsabilidade civil decorrente de uma atividade de órgãos, agentes ou
representantes do Estado está sujeita a um regime diverso, consoante os danos sejam
caudados no exercício de uma atividade de gestão pública ou de uma atividade de gestão
privada. Se os danos resultam de uma atividade de gestão pública, os pedidos de indemnização
são apreciados por um tribunal administrativo e o regime de responsabilidade está previsto em
lei especial. Se os danos resultarem de uma atividade de gestão privada, será o pedido
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apresentado nos tribunais judiciais e o regime está previsto nos Arts. 500º e 501º do Código
Civil.
NOTA:
Privado + Privado = Direito Privado Público + Público = Direito Público
Público + Privado = Direito Público Privado + Público = Direito Privado
Interpretação da Lei
- Noção: É a investigação intelectual para a determinação ou fixação do exato sentido e alcance da lei,
com vista à sua aplicação. Art. 9º do Código Civil.
3. Interpretação doutrinal, teórica ou particular – aquela cujo agente não é legislador nem atua
no decurso de função judicial; tem mero valor persuasivo.
2. Interpretação extensiva – conduz à conclusão de que a letra se situa aquém do espírito da lei
(Art. 1462º, nº1 do Código Civil).
3. Interpretação restritiva – conclui que a letra da lei foi além do espírito da lei (Art. 282º, nº1 do
Código Civil).
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