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Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São Paulo:
Noeses, 2021, Item 2.8 (Suspensão da exigibilidade do crédito tributário) do Capítulo 2
da segunda parte.
• CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. v.3. São
Paulo: Noeses, 2016, Tema XXXIII (Medida liminar concedida em mandado de
segurança: direito processual e certeza do direito).
• DALLA PRIA, Rodrigo. Direito Processual Tributário. São Paulo: Noeses, 2020.
Título I, Capítulo IV, item 4.1.3.2; e Título II, Capítulo I, item 1.5.5.1.
• VERGUEIRO, Camila Campos. CPC/2015, as ações antiexacionais do contribuinte, a
tutela provisória cautelar e de evidência. In: CONRADO, Paulo Cesar. Processo
Tributário Analítico, v.3. São Paulo: Noeses, 2016.
Leitura complementar
(Coord.). O Novo CPC e seu impacto no Direito Tributário. São Paulo: Thomson
Reuters, 2016.
• VERGUEIRO, Camila Campos; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Tutelas provisórias no
código de processo civil de 2015 e o processo tributário. In Programa de Atualização em
Direito. CARVALHO, Paulo de Barros; TOMÉ, Fabiana Del Padre; BRITTO, Lucas
Galvão de (coords.). Porto Alegre: Artmed Panamericana. Vol. 4, 2018.
• CONRADO, Paulo César. Tutela de evidência em mandado de segurança afeta Direito
Tributário. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2016-mai-25/paulo-conrado-tutela-
evidencia-ms-afeta-direito-tributario. Acesso em: 17 jun. 2019.
• CONRADO, Paulo César. Artigo: “O ‘novo’ art. 151, II, do Código Tributário Nacional:
o impacto do art. 835, § 2º, do novo Código de Processo Civil em relação à suspensão,
via depósito, da exigibilidade do crédito tributário.” de Paulo Cesar Conrado, in Revista
de Direito Tributário Contemporâneo n. 1. São Paulo: RT.
• CASTRO, Danilo Monteiro de. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário é um
efeito sempre presente na transação?. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana
Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2020.
• PANDOLFO, Rafael. Mandado de segurança em matéria tributária: cabimento, utilidade
e reflexos das alterações promovidas pela Lei n. 12.016/09. In: SOUZA, Priscila de
(Coord.). Sistema tributário brasileiro e a crise atual. São Paulo: Noeses, 2009.
• TOMÉ, Fabiana Del Padre. Exigibilidade do crédito tributário: amplitude e efeitos de sua
suspensão. In: SOUZA, Priscila de (Coord.). Direito tributário e os conceitos de direito
privado. São Paulo: Noeses, 2010.
• VIEIRA, Maria Leonor Leite. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário. São
Paulo: Dialética .Capítulo V.
Questões
1. No art. 151 do CTN, que significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa
“exigibilidade”? E qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) o
lançamento, (ii) a inscrição na dívida ativa, (iii) a execução fiscal; (iv) todos estes atos?
(vide anexo I a IV).
O termo “exigibilidade” utilizado no art. 151 do CTN significa que o crédito tributário
pode ser cobrado pelo Fisco. Nesse sentido, segundo a autora Maria Leonor Leite Vieira, na
obra “suspensão da exigibilidade do crédito tributário”, suspende-se tão somente a
possibilidade de o crédito tributário ser exigido, e não o próprio crédito, vez que este
permanece intocável, retomando sua marcha regular após a sustação do impedimento.
A exigibilidade surge com o vencimento da prestação tributária, momento em que o
Fisco pode realizar a inscrição na dívida ativa. Não se deve confundir exigibilidade com
exequibilidade. A exequibilidade surge em momento posterior à exigibilidade do crédito
tributário, dando-se por ocasião da inscrição na dívida ativa, com a emissão da CDA
correspondente.
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2. Em que sentido a expressão “crédito tributário” foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa
expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g. multa
por desrespeito aos deveres instrumentais)?
A expressão “crédito tributário” presente no art. 151 do CTN foi utilizada no sentido de
obrigação tributária principal, excluindo as obrigações acessórias, conforme preceitua o
parágrafo único do artigo 151, do CTN: “o disposto neste artigo não dispensa o
cumprimento das obrigações assessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito
seja suspenso, ou dela consequentes”.
O artigo 113 do CTN, § 1º, estabelece que “a obrigação principal surge com a
ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária
e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente”. Enquanto o § 3º, do mesmo artigo
113 dispõe que “a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se
em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária”. Desta forma, entendo que a
expressão “crédito tributário” congrega também liames decorrentes da prática de atos
ilícitos como, por exemplo, multa por desrespeito aos deveres instrumentais, visto que
tratando-se de penalidade pecuniária será convertida em obrigação principal.
exigibilidade do crédito tributário e pelo disposto no art. 141, que prevê a responsabilidade
funcional para os casos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário regularmente
constituído fora das hipóteses previstas no CTN.
No entanto, de forma pragmática, podemos observar o caráter exemplificativo do art.
151, visto que o próprio CTN e a Lei Federal nº 6.830/1980 possuem institutos de efeitos
equiparados à suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Como exemplo temos § 2º do
art.161 do CTN e o art. 9º da Lei Federal nº 6.830/1980.
3.1. Considerando que não houve alteração nos art. 151 do CTN, pergunta-se:
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, a dinheiro da fiança bancária e
do seguro garantia, tem o condão de consagrar a hipótese de suspensão da exigibilidade do
crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN?
4. Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da
constituição do crédito tributário, pergunta-se:
(b) Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e prestação de
caução?
Uma primeira distinção em relação à caução é que o depósito judicial do crédito
tributário em montante integral previsto no art. 151, II do CTN autoriza a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, enquanto a caução interrompe a exequibilidade. Outra
diferença é que o depósito judicial que suspende a execução precisa ser em dinheiro, já a
caução pode se dar, nos moldes do art. 9º da Lei 6.830/80, também por meio de fiança
bancária, seguro garantia e bens nomeados à penhora. A caução depende da aprovação e
validação pelo credor e pelo juízo, o que não ocorre com o depósito do artigo 151, que já tem
seu efeito declarado por lei.
5. A partir da vigência do CPC/15 foi instituído um novo fundamento para a concessão de tutela
provisória, a evidência do direito, tal como preveem os arts. 294 e 311. Pergunta-se:
A tutela antecipada busca dar eficácia imediata à tutela definitiva, propiciando ao autor
da ação os seus direitos antes do fim do processo. Já a tutela cautelar visa assegurar a
eficácia do processo. Enquanto a tutela antecipada possui cunho satisfativo, a tutela cautelar
garante o resultado útil do processo, evitando que ao final torne-se inútil. Além disso, a
primeira se estabiliza, caso não haja impugnação por parte do réu, ao passo que a cautelar
não é passível de estabilização.
No que diz respeito à possibilidade de concessão de tutela provisória antecipada em
mandado de segurança, ela é possível, mas com as mesmas limitações que existem para a
medida liminar, conforme § 5º, do art. 7º, da Lei 12.016/09. Desta forma, não pode ser
concedida medida liminar e tutela provisória antecipada “que tenha por objeto a
compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do
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6. Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado de
Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi
“cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta-se:
a) na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua
apelação nos efeitos suspensivo e devolutivo tem o condão de afastar os efeitos da sentença e
reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as disposições do
CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo VII)
Como regra geral, conforme art.1.012 do CPC/15, a apelação possui efeito suspensivo.
Todavia, o § 1º do referido dispositivo elenca hipóteses que excepcionam tal efeito e
permitem que a sentença comece a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação.
Uma dessas hipóteses é a que “confirma, concede ou revoga tutela provisória”, prevista no
inciso V, § 1º, art. 1.012, do CPC/15. Desta forma, o entendimento inicial seria de que não
caberia efeito suspensivo à apelação da sentença do caso em tela por enquadra-se no
supracitado inciso V. Nesse mesmo sentido, temos a súmula 405 do STF, que assim dispõe:
“denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela
interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária”.
Na contramão do exposto, foi encontrada jurisprudência que excepciona o CPC/15 e a
Súmula 405/STF e torna possível atribuir efeito suspensivo ao recurso de apelação, afastando
os efeitos da sentença e reconstituindo os efeitos da liminar. Neste sentido, os precedentes:
X; AgRg no RESp 687.040/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 02/12/2008, DJE 13/03/2009; REsp 787051/PA, Rel. Ministra
ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 03.08.2006, DJ 17.08.2006 p. 345.
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7. Antes de responder a esta pergunta aponte a distinção entre tutela antecipada e tutela cautelar
tal como colocada na resposta à questão “5. a)”. Fixados esses conceitos, responda à seguinte
pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código de processo civil de 2015,
a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento na
urgência ou na evidência, assume natureza antecipada ou cautelar?
A tutela antecipada busca dar eficácia imediata à tutela definitiva, propiciando ao autor
da ação os seus direitos antes do fim do processo. Já a tutela cautelar visa assegurar a
eficácia do processo. Enquanto a tutela antecipada possui cunho satisfativo, a tutela cautelar
garante o resultado útil do processo, evitando que ao final torne-se inútil. A tutela antecipada
se estabiliza, caso não haja impugnação por parte do réu, ao passo que a cautela não é
passível de estabilização.
A ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento
na urgência ou na evidência, assume natureza cautelar, visto que em matéria tributária não há
como antecipar os efeitos do provimento jurisdicional.
Anexo I
REsp n. 843.027
DJ 20/10/2008
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IRPJ E CSSL. DEPÓSITO JUDICIAL DA
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL ACRESCIDA DE CORREÇÃO MONETÁRIA. NÃO
CONFIGURAÇÃO DA HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 151, II, DO CTN.
LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO SOB A ÉGIDE DE VIGÊNCIA DE MEDIDA
LIMINAR. CAUSA SUSPENSIVA DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA.
1. A sentença substitui a liminar, tornando, inclusive, prejudicado o agravo por
força da teoria da cognição adotada pelo STJ. (Precedente: REsp 673291/CE, DJ
21/03/2005)
2. A eficácia declaratória ex tunc da sentença faz retroagir a mesma ao termo da
liminar, época em que obstada a lavratura de auto de infração.
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12. Inexiste ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil quando o Tribunal
aprecia as questões fundamentais ao deslinde da controvérsia posta, não sendo
exigido que o julgador exaura os argumentos expendidos pelas partes, posto
incompatíveis com a solução alvitrada.
13. Recurso especial desprovido.
Anexo II
REsp n. 453.762
DJ 17/11/2003
PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
CAUSA SUSPENSIVA CONSISTENTE EM LIMINAR ANTECIPATÓRIA CONCEDIDA
EM MANDADO DE SEGURANÇA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 151, IV, DO CTN.
1. À luz das hipóteses enumeradas no artigo 151 do CTN é possível entrever que
há causas suspensivas que antecedem à constituição do crédito tributário pelo
lançamento e outras que o encontram constituído.
2. Em qualquer caso, emitida a ordem judicial suspensiva não é lícito à Administração
Tributária proceder a qualquer atividade que afronte o comando judicial, sob pena de
cometimento do delito de desobediência, hodiernamente consagrado e explicitado no art.
14, VI e parágrafo único Código de Processo Civil.
3. É vedado à Administração agir com desconsideração ao provimento liminar e
com desprezo pelo Poder Judiciário sob o argumento de que a decisão liminar não
corresponde ao trânsito em julgado da decisão final, porquanto esse argumento
sofismático implica negar eficácia à antecipação da tutela que é autoexecutável e
mandamental.
4. Exsurgindo a suspensão prevista no art. 151, IV, do CTN no curso do procedimento
de constituição da obrigação tributária, o que se opera é o “impedimento à constituição do
crédito tributário”.
5. O Judiciário ao sustar a exigibilidade do crédito tributário tanto pode endereçar a
sua ordem à que não se constitua o crédito, posto do seu surgimento gerar ônus ao
contribuinte até mesmo sob o ângulo da expedição de certidões necessárias ao
exercício de atividades laborais, como também vetar a sua cobrança, ainda que lançado
o tributo previamente à ordem.
6. Prosseguir na atividade constitutiva do crédito tributário, suspensa a
sua exigibilidade por força de liminar judicial, caracteriza, inequivocamente, o que
a doutrina do tema denomina de Contempt of Court, por influência anglo-saxônica,
hodiernamente verificável nos sistemas do civil law.
7. Precedente.
8. Recurso especial conhecido e improvido.
Anexo III
AgRg no Ag em RESP n. 410.492
DJ 18/03/2014
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Anexo IV
AgRg no REsp n. 1.454.463/RS
DJ 26/08/2014
EXECUÇÃO FISCAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO. HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 151 DO CTN. PROPOSITURA DA
AÇÃO EXECUTIVA FISCAL APÓS A SUSPENSÃO. EXTINÇÃO DO FEITO. 1. A
jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que a suspensão da exigibilidade do
crédito tributário, por alguns dos motivos elencados nos incisos do art. 151 do CTN,
conduz a inviabilidade de propositura da ação executiva fiscal, quando posterior ao
fato suspensivo, ensejando a extinção do feito. Exegese do entendimento firmado no
REsp 1.140.956/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 24/11/2010,
DJe 03/12/2010. 2. A existência de qualquer das hipóteses previstas no art. 151 do
CTN tem como consequência: (I) a extinção da execução fiscal, se a causa da
suspensão ocorreu antes da propositura do feito executivo; ou (II) a suspensão da
execução, se a exigibilidade foi suspensa quando já proposta a execução. Agravo
regimental provido. Recurso especial provido.
Anexo V
TJ/SP AgRg n. 9072726-72.2007.8.26.0000/50000
DJ 05/02/2013
MANDADO DE SEGURANÇA. Consulta fiscal -- Formulação anterior à
constituição do crédito tributário. Suspensão da exigibilidade do crédito Manutenção
da segurança: Quando formulada consulta fiscal antes da constituição do crédito
tributário, suspende-se a exigência tributária, os juros e a multa até que haja resposta
administrativa. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
Anexo VI
EREsp 215.589/RJ
DJ 05/11/2007
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- AgRgREsp 660.203/RJ, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJU 04/04/05 (fl.
306):
“TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. DEPÓSITO JUDICIAL DO VALOR
DO TRIBUTO. NATUREZA. EFEITOS. LEVANTAMENTO, PELO
CONTRIBUINTE, CONDICIONADO AO TRÂNSITO EM JULGADO DE
SENTENÇA DE MÉRITO EM SEU FAVOR. PRECEDENTES.
1. O depósito do montante integral, na forma do art. 151, II, do CTN,
constituiu modo, posto à disposição do contribuinte, para suspender a
exigibilidade do crédito tributário. Porém, uma vez realizado, o depósito
opera imediatamente o efeito a que se destina, inibindo, assim, qualquer ato
do Fisco tendente a haver o pagamento. Sob esse aspecto, tem função
assemelhada à da penhora realizada na execução fiscal, que também tem o
efeito de suspender os atos executivos enquanto não decididos os
embargos do devedor.
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Anexo VII
AgRg no AREsp n. 183.378/SP
Julgamento: 18/12/2012
MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR CONCEDIDA MAS SEGURANÇA
DENEGADA EM SEDE DE SENTENÇA. APELAÇÃO. EFEITO SUSPENSIVO.
EXCEPCIONALIDADE. CIRCUNSTÂNCIAS AUTORIZADORAS PRESENTES NO
CASO EM CONCRETO. ANÁLISE DE FATOS E PROVAS. INVIABILIDADE EM SEDE
DE RECURSO ESPECIAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. PRECEDENTES.
1. Não há que se falar na violação ao art. 557 do CPC alegada pela União, tendo
em vista a presença de jurisprudência no sentido alcançado pela decisão agravada.
Ainda que assim não fosse, é de se ressaltar que fica superada eventual ofensa ao art.
557 do Código de Processo Civil pelo julgamento colegiado do agravo regimental
interposto contra a decisão singular do Relator. Precedentes.
2. A jurisprudência deste Sodalício orienta pela possibilidade de ser concedido
duplo efeito à apelação interposta em face de decisão que denegou a segurança –
restabelecendo-se a liminar anteriormente deferida – quando presentes circunstâncias
peculiares na espécie que autorizem a tomada dessa providência excepcional. Neste
sentido, os precedentes: AgRg no AREsp 113.207/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,
SEGUNDA TURMA, julgado em 19/06/2012, DJe 03/08/2012; AgRg no RESp
687.040/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
02/12/2008, DJE 13/03/2009; REsp 787051/PA, Rel. Ministra ELIANA CALMON,
SEGUNDA TURMA, julgado em 03.08.2006, DJ 17.08.2006 p. 345.
3. No caso em tela, conforme já consignado na decisão agravada, a partir dos
elementos fáticos e probatórios constantes dos autos – documentos constantes às fls.
279/289 dos autos -, foram identificados elementos pelo Tribunal a quo elementos
suficientes para a concessão de efeito suspensivo à apelação, razão pela qual o
revolvimento destes elementos, na via recursal eleita, é inviável a teor da Súmula
7/STJ.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
Anexo VIII
AgRg no REsp n. 839.962/MG
DJe 16/04/2010
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. FINSOCIAL. MANDADO DE SEGURANÇA.
LIMINAR. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. SEGURANÇA DENEGADA.
PAGAMENTO DO TRIBUTO DEVIDO NO PRAZO DO ART. 63, § 2º, DA LEI N.
9.430/96. AFASTAMENTO DOS JUROS E MULTA DE MORA EM RELAÇÃO AO
PERÍODO EM QUE A LIMINAR VIGEU.
1. A Corte de origem entendeu que não incidem multa nem juros moratórios em
relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa,
por força de liminar concedida em mandado de segurança, posteriormente cassada
por ocasião da sentença.
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2. O julgado está amparado no art. 63, § 2º, da Lei n. 9.430/96, que dispõe: “a
interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência
da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da
publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição”.
3. É de rigor a incidência da regra, para afastar a cobrança dos juros e da multa
de mora em desfavor do contribuinte, nestes casos. Precedente da Turma no AgRg no
REsp 1005599/MG, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 13/06/2008.
Anexo IX
EREsp n. 839.962/MG
DJe 24/04/2013
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM
RECURSO ESPECIAL. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE
NO PERÍODO DE VIGÊNCIA DE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA. JUROS
DE MORA. INCIDÊNCIA. EMBARGOS ACOLHIDOS.
1. Divergência jurisprudencial configurada entre acórdãos da Primeira e Segunda
Turmas no tocante à possibilidade de incidência de juros de mora sobre o tributo
devido no período compreendido entre a decisão que concede liminar em mandado de
segurança e a denegação da ordem.
2. “Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do
agravo dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da
decisão contrária” (Súmula 405/STF).
3. “A multa moratória pune o descumprimento da norma tributária que determina o
pagamento do tributo no vencimento. Constitui, pois, penalidade cominada para
desestimular o atraso nos recolhimentos. Já os juros moratórios, diferentemente,
compensam a falta da disponibilidade dos recursos pelo sujeito ativo pelo período
correspondente ao atraso” (Leandro Paulsen, Direito tributário: Constituição e Código
Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 12ª ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado Editora ESMAFE, 2012, p. 1.105).
4. O art. 63, caput e § 2º, da Lei 9.430/96 afasta tão somente a incidência de
multa de ofício no lançamento tributário destinado a prevenir a decadência na hipótese
em que o crédito tributário estiver com sua exigibilidade suspensa por força de medida
liminar concedida em mandado de segurança ou em outra ação ou de tutela
antecipada.
5. No período compreendido entre a concessão de medida liminar e a denegação
da ordem incide correção monetária e juros de mora ou a Taxa SELIC, se for o caso.
Afastada a imposição de multa de ofício.
6. Embargos de divergência acolhidos.