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Revisão: 1
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu
defensor. (legitimidade)
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da
decisão. (interesse recursal)
1.1.1 Legitimidade
A) Ministério Público
Quando falarmos em MP devemos sempre dividir a ação penal em: pública, privada subsidiária da pública e privada
exclusiva. Nas duas primeiras o MP atua como parte e na última como custos legis.
Na ação penal pública e subsidiária da pública, como o MP é parte, só se discute o seu interesse processual.
Já na ação penal privada exclusiva, como o MP tem interesse, só se discute se ele pode ser parte.
Na ação penal privada exclusiva temos diversas questões sobre a legitimidade do MP.
Ele sempre terá legitimidade para recorrer pro réu. Este é um princípio lógico do princípio do favor rei.
O problema é a discussão da possibilidade do MP recorrer contra o réu na ação penal exclusivamente privada.
Se a parte não recorre na ação penal exclusivamente privada ela está desistindo da ação penal. Assim, se admitirmos o
recurso ministerial pro societatis incidiria a regra do Art. 576 que é um consectário do Art. 42 porque enquanto o recurso
para o réu é uma extensão do direito de defesa, para o autor é uma extensão do direito de ação.
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.
Como a ação penal pública é indisponível a possibilidade de recorrer seria indisponível. Ao utilizarmos dessas premissas,
estaríamos dando um tratamento da ação pública à ação penal exclusivamente privada.
A maioria da doutrina entende que o MP poderia recorrer contra o acusado somente no caso da sentença condenatória e o
recursos ministerial versasse, tão-somente, sobre a aplicação da pena. Neste caso, o querelante já teria
conseguido o que ele deseja, não há que se falar que ele desistiu da ação penal.
B) Assistente de Acusação
Quanto ao assistente de acusação, nos termos no Art. 271 do CPP, ele tem legitimidade recursal supletiva.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os
articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio,
nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598. (...)
Embora supletiva ela não alcança todos os recursos. Ela alcança, tão-somente, todas as apelações (Art. 598), inclusive a de
impronúncia (Art. 416), e o RSE apenas na hipótese de se julgar extinta a punibilidade (Art. 584, VIII).
Art. 584. § 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o
disposto nos arts. 596 e 598.
Neste caso ao invés de termos o RSE, na forma exigida antes da reforma do CPP, passaremos a ter a apelação.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação
pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não
se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o
do Ministério Público.
Parte da doutrina, com base no Art. 129, §1º, da CRFB, contesta a legitimidade recursal supletiva do assistente de acusação
por entender que ele estaria dando prosseguimento a ação penal contra a vontade do MP. Esta posição é minoritária e
vencida nos tribunais superiores porque, nesta hipótese, ele estaria se valendo de ação penal privada subsidiária da pública,
uma vez que a natureza do recurso para o autor é a de extensão do direito de ação, e este é um garantia fundamental
prevista no Art. 5º, LIX, da CRFB.
A súmula 210 do STF nos informa que o assistente de acusação pode interpor quaisquer recursos contra o desdobramento
de uma apelação ou de um RSE impetrado contra uma sentença extintiva da punibilidade.
Outrossim, segundo o STF o assistente de acusação que seja ex-legitimado concorrente, nos termos da súmula 714 do STF,
disporá de legitimidade recursal supletiva, porém irrestrita, alcançando todo e qualquer recurso, supletivamente.
Atenção: A súmula 208 trouxe restrição as possibilidades de interposição de recurso pelo assistente de acusação (seja na
forma do Art. 271 do CPP, seja na forma das súmulas 714 e 210 do STF).
STF, SÚMULA Nº 208: O ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO PODE RECORRER, EXTRAORDINARIAMENTE, DE
DECISÃO CONCESSIVA DE "HABEAS CORPUS" (que não seja para trancamento do IP ou da AP - posição pacífica na
jurisprudência).
A súmula 714 do STF foi construída em torno do Art. 145, parágrafo único, do CP, que nos informa que a ação do crime
contra honra de funcionários público no exercício de suas funções é pública. Esta perda do direito de ação do funcionário
público em face do MP nos crimes contra a honra feriria a dignidade do funcionário. Assim, o STF criou a legitimidade
concorrente do funcionário e do MP. Nesta caso, caberia a escolha ao funcionário público de qual seria a espécie de ação.
Esta escolha é irrevogável (Informativo 414). Caso a vítima opte pela ação penal pública o funcionário público entraria
como assistente da acusação. Somente neste caso o assistente, funcionário público, vítima, não teriam nenhuma restrição
recursal.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, §
2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste
Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do §
3o do art. 140 deste Código.
Na forma do Art. 268 do CPP os mesmos legitimados para a queixa crime (Art. 31) poderão se habilitar como assistente de
acusação. Percebe-se então que o assistente de acusação é legítimo somente para a demanda que o violou.
Qualquer outra demanda ele não teria legitimidade. Esta questão caiu na última prova da defensoria. Exemplo: agente que
foi vítima de determinado crime de roubo não é parte legítima para atuar como assistente no crime de quadrilha que que
foram denunciado os indivíduos que realizaram o roubo.
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu
representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa
ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
C) Réu
No que se refere ao réu ele é parte do processo. Assim, não temos discussão quanto a legitimidade, existindo discussão
somente quanto ao seu interesse.
É a utilidade do recurso.
A) Ministério Público
O MP tem interesse de recorrer em favor do réu sob o fundamento de que ele defende a ordem jurídica (Art. 127, caput, da
CRFB); que o CPP traz disposição legal expressa neste sentido; e, ainda, porque o Art. 654 dá legitimidade ao MP para
impetrar HC.
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo
Ministério Público. (...)
Em sentido contrário, Frederico Marques, de forma isolada, entende que o MP não tem interesse de recorrer pró-réu porque
não estaria sujeito a sucumbência.
O MP nas alegações finas opina pela desclassificação para um crime mais brando. O juiz desclassifica a
imputação. O promotor signatário das alegações finais é removido. O promotor substituto apela contra a
desclassificação. Pergunta-se: o promotor substituto teria interesse recursal?
1ª Corrente: Segundo Claudio Fonteles, sendo posição esperada em uma prova para o MP, que não CESPE, em
apreço a independência funcional terá o MP interesse recursal porque não pode um promotor ficar adstrito a opinião
delitiva do seu antecessor. Esta orientação prevaleceu ao longo dos anos 90 e até o início desta década. Esta posição
se encontra vencida nos tribunais superiores.
o A CESPE na prova do TRF4 radicalizou dispondo que o juiz condenou na forma pedida pelo promotor titular,
sendo, posteriormente, pedida a absolvição pelo promotor substituto. Mesmo neste caso o promotor
substituto não teria interesse recursal.
o Com base nesta mesma orientação o pleno do STF consignou que a promoção de arquivamento do IP é
irretratável, a não ser que tenha sido fundamentada na falta de justa causa e sobrevenham provas
materialmente novas ou se trate de erro material (Exemplo: opinar pelo arquivamento de IP pensando que
a acusada era menor quando na realidade não era).
B) Assistente de Acusação
Quanto ao assistente de acusação temos a discussão se ele teria interesse de recorrer para exasperação da pena, vez que
seu interesse é basicamente patrimonial. O STJ entende que o interesse do assistente é patrimonial e moral, uma vez que
ele tem interesse de ver aplicado ao réu uma pena proporcional ao mau que lhe foi criado. Não se poderia retirar
liminarmente do assistente o seu direito de recorrer.
Pergunta-se também se ele teria interesse de recorrer do quanto indenizatório mínimo fixado na sentença penal. Nesta
hipótese ele não teria interesse, pois ele deveria interpor impugnação na vara cível em sede de liquidação de sentença.
O STJ já reconheceu legitimidade e interesse do assistente de acusação para recorrer de uma pronúncia parcial (Exemplo:
admissão do fato principal e inadmissão das qualificadoras). Sob uma visão eminentemente patrimonialista não existiria
possibilidade de recorrer. Só que para o STJ o interesse do assistente também é moral. Desta forma ele entende que ele
teria interesse. No que se refere a legitimidade, o STJ entende que uma pronúncia parcial seria equivalente a uma
impronúncia o que possibilita a legitimidade do assistente. O problema neste pensamento é que hoje enquanto a
impronúncia desafia a apelação, a pronúncia desafia RSE. Assim, se se objetiva atacar o juízo negativo de admissibilidade da
pronúncia deve-se interpor apelação; se se objetiva atacar o juízo positivo de admissibilidade da pronúncia deve-se interpor
RSE. Não estamos diante de exceção ao princípio da unirrecorribilidade das decisões porque na pronúncia parcial temos dois
dispositivo distintos. Logo, temos um único procedimento (pronúncia) com dois dispositivos (juízo negativo e positivo) sendo
atacado por apelação e RSE.
Atenção: A vítima pode diretamente interpor o recurso, tanto que o Art. 598 e o Art. 584, §1º, se referem a vítima. Este
ato de interposição automaticamente a transforma em assistente.
Quem tem interesse de recorrer da parte positiva é o réu e da parte negativa é o MP. Logo, não dá para interpor ao mesmo
tempo o mesmo legitimado dois recursos, pois temos interesses distintos.
Quanto aos prazos para interpor o recurso pelo assistente de acusação o Art. 271 remete ao Art. 584, §1º, que, por sua vez,
remete ao Art. 589, sendo resolvido o problema pelo seu parágrafo único.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os
articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos
dos arts. 584, § 1o, e 598.
Art. 584. § 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto
nos arts. 596 e 598.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação
pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se
tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que
terminar o do Ministério Público.
Na análise deste parágrafo temos que fazer um filtragem constitucional, com base no princípio da isonomia, para
entendermos que o prazo será de 15 dias somente quando a época que os autos vieram para a sentença a vítima não
estava habilitada como assistente. O seu prazo para interposição precisa ser maior do que os da parte principal (MP) porque
a vítima, neste caso, desconhece os autos. Caso contrário o prazo seria de 5 dias.
No que se refere ao termo do prazo do assistente devemos observar o disposto na súmula 448 do STF.
STF, SÚMULA Nº 448: O PRAZO PARA O ASSISTENTE RECORRER, SUPLETIVAMENTE, COMEÇA A CORRER
IMEDIATAMENTE APÓS O TRANSCURSO DO PRAZO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
Esta súmula apresenta uma série de impropriedade. Apesar de na súmula estar disposto que o prazo do assistente é
imediatamente após o prazo do MP, nem sempre isto é verdade. Senão vejamos.
Se a vítima não é habilitada como assistente da acusação ela não seria parte e por esta razão antes da reforma do CPP não
tinha que ser intimada da decisão. O Art. 201, §2º, do CPP alterou esta regra, exigindo que a vítima seja intimada da
sentença penal condenatória. Se, por hipótese, o prazo do MP teve início em 02.06 e a intimação da vítima ocorreu em
11.06 o seu prazo para recorrer não tem início a partir do dia 07.06 (prazo final para o MP interpor recurso), mas sim em
11.06, data que ela foi intimada. Ressalta-se que o seu prazo terá término somente em 26.06. Se a vítima já tivesse
habilitada nos autos como assistente de acusação o seu prazo teria início em 11.06 e término em 16.06.
Art. 201. § 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à
designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem.
O Art. 201 cuida do ofendido. A exigência de intimação é do ofendido. Se ele morreu quem vai se habilitar como assistente
são o seu cônjuge e parentes. Em relação a eles, terminou o prazo do MP no dia 07.06, no dia 08.06 já tem início o seu
prazo para apresentação de apelação supletiva.
C) Réu
No que se refere ao réu ele tem interesse de recorrer de uma absolvição imprópria para torná-la própria; bem como terá
interesse de recorrer de uma absolvição própria para modificar-lhe o fundamento de um juízo de dúvida para um juiz de
certeza, quer para impedir ou dificultar a rediscussão da matéria na esfera cível, quer por razões morais, já que é mais
dignificante absolvição lastreada na certeza do que na dúvida. Exemplo: recorrer de uma absolvição por falta de provas
para uma absolvição por atipicidade da conduta, de forma a fechar a porta do cível.
Observação: O réu tem inclusive interesse de recorrer de uma absolvição sumária imprópria, não só para torná-la própria
ou convertê-la em impronúncia, mas também para ser pronunciado, desde que disponha de outras teses defensivas. Isto
ocorreria nos termos do Art. 415, parágrafo único, a fim de ao subtrair do acusado a possibilidade de no júri ser absolvido
propriamente, já que a inimputabilidade mental evidente torna inafastável a absolvição imprópria.
Se o conselho de sentença desconsiderar a inimputabilidade do réu pode-se desafiar esta decisão por apelação.
Resposta: Segundo Rogério Greco, o reincidente, condenado a pena de 1 ano e 11 meses poderia recorrer para aumentar
a pena, porque sendo reincidente ele não terá direito a sursis, e como a pena é inferior a 2 anos, ele não terá direito a LC.
Logo, ele pode recorrer pelo menos para que a pena chegue a 2 anos, a fim de que ele faça jus ao LC.
Adequação: é a pertinência recursal. Deve ser sempre analisada juntamente com o cabimento. Exemplo: apelação
é o recurso adequado contra uma sentença.
O Art. 579 do CPP nos traz o princípio da fungibilidade recursal. Para a fungibilidade ser aplicada devemos estar tratando
de recursos do processo penal. O Art. 579 se refere a boa-fé do recorrente.
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro.
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará
processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
Que seja tempestivo, ou seja, que o recurso inadequado seja interposto no prazo do recurso próprio. Logo, o erro, que
não seja grosseiro, na escolha do recurso traduzirá ignorância mas não má-fé, justificando a fungibilidade.
Tempestividade: ver na aula sobre apelação, salientando que tudo já foi examinado quanto ao assistente de
acusação.
Atenção: Se o serventuário do cartório carimba vista ao MP/DP no dia 01.06.09. Secretaria do MP/DP recebe o processo em
05.06.09, repassando-o para o Promotor/Defensor em 10.06.09. O dia que começa a correr o prazo para recurso é o dia
05.06.09. Senão o MP/DP escolheria o dia para começar a correr seu prazo e nunca haveria perda de prazo. Esse é o
entendimento do STF e do STJ (que hoje segue o STF).
Regularidade: Está disposta no Art. 578 do CPP, que nos informa que o recurso pode ser interposto através de
petição ou por termo nos próprios autos. O recurso pode ser interposto por termo, já as suas razão necessariamente
precisa ser interposto por petição.
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante.
§ 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença
de duas testemunhas.
§ 2o A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do prazo,
entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.
§ 3o Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos os autos
ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.
Inexistência de Fatos Impeditivos ou Extintivos do Direito de Recorrer : ver na apelação a prisão a partir do
momento em que o Art. 594 do CPP foi abrrogado pela lei 11.719 e substituído pelo Art. 387, parágrafo único. Quanto
a deserção examinar dentre de apelação na insubsistência do Art. 595 e no recursos em sentido estrito, quanto a
insubsistência, o Art. 585.
Art. 387 Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, imposição de prisão
preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta.
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei
a admitir.
Art. 595. Se o réu condenado fugir depois de haver apelado, será declarada deserta a apelação.
Caderno de Exercícios
1ª Questão
Em 04 de janeiro de 2008, sexta-feira, o réu e seu advogado foram intimados da sentença penal condenatória
por mandado, o qual foi juntado pelo oficial de justiça aos autos em 07/01/2008, segunda-feira, interpõe apelação no dia
14/01/2008, uma segunda-feira. Esclareça se o recurso é tempestivo.
Solução
O recurso é intempestivo porque no prazo para interposição da apelação conta o dia que o réu foi intimado, na forma
disposta no Art. 798, §5º, a, do CPP.
CPP, Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias,
domingo ou dia feriado.
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) da intimação;
Segundo o Professor Marcos Paulo, Primeiramente é importante consignar que em sendo a defesa no processo penal, a
síntese em auto-defesa do acusado e defesa técnica o prazo recursal só começa a fluir da última intimação. No caso em tela,
como ambos foram intimados simultaneamente em uma sexta-feira, o prazo começou a fluir a partir do dia 07, na forma do
Art. 798, §1º e §5º-A. Encerrando-se no dia 11, sexta-feira, logo, intempestivo é o recurso. É irrelevante a data da juntada
aos autos do mandato de intimação cumprido, inclusive na hipótese de carta precatória, já que o Art. 798, §5º, a, não
estabelecei qualquer distinção, não competindo diferençar onde a lei não o fez, na forma da súmula 710 do STF.
2ª Questão
Denunciado pela prática do crime de estelionato, Cristófaro contratou dois advogados, outorgando-lhes os poderes da
cláusula ad juditia e os de renunciar, ressaltando na procuração que poderiam agir em conjunto ou separadamente.
Cristófaro foi condenado e tomou ciência da sentença assistido por seu advogado A e, no mesmo ato, ambos
manifestaram a vontade de não recorrer. Sucede que, dois dias depois, o advogado B foi intimado da
sentença e interpôs recurso de apelação. Esclareça se tal recurso deve ser recebido.
Solução*
Como houve manifestação expressa do réu e do seu advogado pela não interposição recursal, em princípio, não caberia o
recurso.
Ocorre que o advogado B, que poderia agir em conjunto ou separadamente, recorreu tempestivamente, logo recurso deve
ser conhecido porque havendo colidência entre as defesas técnica, uma querendo recorrer e a outra não, a ampla defesa
exige que o recurso seja admitido. Inteligência da súmula 705 do STF.
Segundo o professor Marcos Paulo o gabarito na EMERJ do Panoeiro está equivocado. A renúncia ensejaria preclusão
consumativa. Sendo ilação do Panoerio assumir que esta é a resposta da questão.