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AO MM.

JUÍZO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE _____

TUTELA ANTECIPADA

AMÉLIA, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço completo,


inscrita no CPF sob o nº xxx, vem, por meio de seus procuradores, à
presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO
c/c GUARDA c/c ALIMENTOS c/c PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
em face de MARCELO, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço
completo, inscrito no CPF sob o nº xxx; com fulcro no art. 1.571 do Código
Civil, art. 693 do Código de Processo Civil e art. 226, § 6º da Constituição
Federal (redação dada pela Emenda Constitucional n.º 66/2010), pelos
fatos e fundamentos de direito que passa a expor:

I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A autora não dispõe de recursos financeiros suficientes para arcar com as


despesas e custas processuais sem comprometer sua própria subsistência, conforme
declarações de hipossuficiência em anexo.

O presente pedido de gratuidade judiciária está devidamente amparado pelo art.


98, § 1º e art. 99 do CPC/15; pela Lei n.º 1.060/50, bem como pelo artigo 5º, inciso
LXXIV da Constituição Federal, com a finalidade de não afastar a distribuição da Justiça
aos jurisdicionados mais carentes.

Sendo assim, requer desde já se digne Vossa Excelência em conceder o


benefício da assistência judiciária à parte autora.

II – DOS FATOS

As partes contraíram matrimônio na data de 14 de março de 2003, sob o regime


de comunhão universal de bens, conforme certidão de casamento em anexo.

Do matrimônio, nasceu a menor MARIANA, nascida em 20 de outubro de 2009,


com 11 anos de idade atualmente, consoante documento de identificação em anexo.

A autora e o requerido permaneceram casados por 18 anos, até o corrente ano,


oportunidade em que houve o fim do vínculo conjugal, sem possibilidade de
reconciliação.

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Diante desta situação, e da negativa do requerido em deixar o imóvel em que
hoje a autora reside com a filha do casal; bem como da dificuldade em firmar acordo
com o requerido a respeito da partilha de bens, entre outras situações inerentes ao
divórcio, não restou outra alternativa à autora que não a propositura da presente
demanda.

III – DO DIREITO

Primeiramente, tem-se que o divórcio é direito assegurado constitucionalmente,


conforme preceitua o parágrafo 6º do art. 226 da Constituição Brasileira: “O casamento
civil pode ser dissolvido pelo divórcio”.

Sinala-se que anteriormente ao ano de 2010, o casamento civil somente poderia


ser dissolvido pelo divórcio após separação judicial pelo período de um ano, nos casos
então expressos em lei, ou após dois anos de comprovada separação fática.

Entretanto, a Emenda Constitucional nº 66/2010 alterou o artigo de Lei


supracitado, possibilitando a dissolução do casamento civil por meio de divórcio a
qualquer tempo, sem necessidade de qualquer separação prévia.

Segundo o entendimento de Maria Berenice Dias:

Ao ser excluída a parte final do indigitado dispositivo constitucional, desapareceu toda


e qualquer restrição para a concessão do divórcio, que cabe ser concedido sem
prévia separação e sem o implemento de prazos. A partir de agora a única ação
dissolutória do casamento é o divórcio que não mais exige a indicação da causa de
pedir. Eventuais controvérsias referentes a causa, culpa ou prazos deixam de integrar
o objeto da demanda.

Sendo assim, resta plenamente evidenciado e cabível o direito da parte autora


em pleitear a dissolução do vínculo conjugal através da propositura da presente ação de
divórcio litigioso.

IV – DOS BENS IMÓVEIS E MÓVEIS

Conforme explicitado anteriormente, as partes contraíram matrimônio sob o


regime de comunhão universal de bens, possuindo em comum, portanto, os bens
elencados a seguir.

IV. I – DOS BENS IMÓVEIS

No tocante aos bens imóveis, as partes possuem os seguintes:

● Um terreno medindo 3.200 m², matriculado sob o nº xxx;


● Uma casa de alvenaria com dois pavimentos;
● Um porão tocante à parte inferior da supracitada casa de alvenaria;

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IV.II – DOS BENS MÓVEIS

Já no que diz respeito aos bens móveis, as partes possuem os seguintes:

● Uma caminhonete marca Fiat, modelo Strada;


● Uma caminhonete marca Ford, modelo F-1000;
● Um automóvel marca Fiat, modelo Argo;

V – DO NOME DA DIVORCIANDA

Quanto à alteração dos nomes, sinala-se que a autora voltará a usar seu nome
de solteira, o qual seja, AMÉLIA XXX.

VI – DA GUARDA DA MENOR

No que diz respeito à guarda dos filhos menores de idade em caso de divórcio
dos pais, preconiza a Código Civil Brasileiro que esta pode ser compartilhada ou
unilateral, de acordo com seus arts. 1.583 e 1.584.

Embora o escopo da legislação atual seja estabelecer a guarda compartilhada,


da redação dos artigos colacionados verifica-se que a guarda unilateral pode ser
requerida por qualquer um dos pais em ação autônoma de separação, bem como
decretada pelo juiz em atenção a necessidades específicas do filho, que é o que se
aplica no caso em tela.

A guarda da menor deverá ser fixada de forma unilateral em favor da autora, que
goza de plenas capacidades psicológicas, afetuosas e morais para responsabilizar-se
pela filha, o que já se perpetua desde seu nascimento.

Ainda, a autora dispõe de tempo e ambiente perfeitamente adequado para


exercer a guarda unilateral da filha, uma vez que continuará residindo no imóvel da
família, enquanto o requerente, tão logo deixe o lar familiar, apenas se tem que, por
óbvio, residirá em local diverso, não se sabendo onde e em que condições.

Entretanto, cabe ressaltar que não constitui objetivo da autora obstar a


convivência entre pai e filha, e o direito do requerido à visitação será devidamente
assegurado aos finais de semana e feriados, em atenção ao teor do art. 1.589, caput, do
Código Civil.

VII – DOS ALIMENTOS

A responsabilidade financeira quanto à criação da filha menor de idade não deve


recair apenas à genitora, especialmente considerando que esta não exerce atividade
laboral e, portanto, não possui renda fixa mensal.

A legislação brasileira é bastante clara no que diz respeito a estabelecer a


obrigação dos pais em prover o sustento dos filhos, inclusive no texto constitucional,
pelo disposto no art. 229: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade”.

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No mesmo sentido são os arts. 1.696 e 1.703 do Código Civil.

Sendo assim, resta evidenciado o dever do requerido ao pagamento de alimentos


em favor da filha menor, a fim de garantir que sejam sanadas suas necessidades
básicas, tais como educação, saúde, alimentação, vestuário e lazer.

Frisa-se que a obrigação alimentar não se limita a satisfazer aquilo que é


necessário à subsistência, mas também envolve o que é necessário para que o
alimentando mantenha seu padrão de vida anterior.

No que diz respeito ao binômio necessidade-possiblidade, inerente à fixação de


alimentos, a necessidade da menor é questão de entendimento pacífico e consolidado,
e já devidamente fundamentado.

Quanto às possibilidades do requerido, este goza de situação financeira favorável


e estável, sendo que possui condições financeiras suficientes para arcar com a
prestação alimentícia devida à menor.

VIII – DA TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA

O art. 300 do Código de Processo Civil elenca como requisitos para a tutela
provisória de urgência antecipada, a probabilidade do direito (fumus boni iuris), e o
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora).

Quanto à possiblidade do direito à pensão alimentícia, no que diz respeito à filha


menor, é evidenciada pelo dever constitucional de ambos os genitores em prestarem
assistência e garantirem a subsistência dos filhos.

Outrossim, a Lei n.º 5.478/68 (Lei de Alimentos), em seu art. 4º, caput, deixa
evidenciado que: “Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios
a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não
necessita”.

Pelo exposto, requer a fixação de alimentos provisórios devidos pelo requerido à


filha menor em valor não inferior a um salário mínimo nacional, incidindo sobre décimo
terceiro salário, férias, FGTS e verbas rescisórias.

IX – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Isso posto, pede e requer:

a) Seja concedido o benefício de assistência judiciária gratuita às partes, nos


termos do art. 5º, inciso LXXIV da CF/88, no art. 98 do CPC, e na Lei n.º 1.060/50;

b) Seja oficiado ao Ilustre representante do Ministério Público para atuar em


todos os atos e procedimentos, nos termos do art. 82, inciso I do CPC;

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c) Seja julgada totalmente procedente a presente demanda, sendo
homologados os pedidos e declarada a dissolução da sociedade conjugal dos
requerentes, bem como seja deferido (a):

c.1) em tutela antecipada, a fixação de alimentos provisórios, que deverá ser


paga pelo requerido à filha menor, em valor não inferior a um salário mínimo
nacional, incidindo sobre décimo terceiro salário, férias, FGTS e verbas
rescisórias;

c.2) a alteração no nome da requerente, para que passe a usar o nome de


solteira, a saber, AMÉLIA xxx;

c.3) a guarda compartilhada unilateral da menor MARIANA, nos termos do art.


1.583 e art.1.584 do CC;

c.4) a pensão alimentícia a ser paga pelo requerido à filha menor em valor não
inferior a um salário mínimo nacional para cada uma, incidindo sobre décimo
terceiro salário, férias, FGTS e verbas rescisórias, nos termos do art. 229 da
CF/88, art. 1.696, art. 1.703, art. 1.566 e art. 1.694 do CC.

d) Seja decretado o divórcio das partes, com a expedição do mandado de


averbação ao Registro Civil competente, com a ressalva da gratuidade, nos termos
legais;

e) Seja designada audiência de conciliação, a ser realizada de modo


presencial junto ao CEJUSC, bem como proceda-se à devida citação e intimação do
requerido, nos termos do art. 334, caput e § 8º do CPC;

f) A condenação do requerido ao pagamento das custas processuais e


honorários advocatícios, nos termos do art. 85, § 2º do CPC.

X – DAS PROVAS

Requer provar o alegado por meio de todas as provas em direito admitidas,


especialmente testemunhal e documental.

XI – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ xxx.

Nesses termos, pede deferimento.

Local, data.

Advogado – OAB.

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