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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMILIA DA COMARCA DA CAPITAL

------------- brasileira, casada, publicitária,


residente na Rua , Leme, portadora da carteira de identidade nº: , IFP, inscrita no
CPF sob o nº: , vem, por seus advogados, a presença de V.Exa., propor

AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS

Em face de -------, brasileiro, casado, profissão, portador da identidade nº: IFP,


inscrito no CPF sob o nº: , residente na , pelas razões de fato e de direito que passa a
expor:

DOS FATOS:

1- A autora é casada com o réu desde 25/06/2005, embora entre namoro e


casamento o relacionamento deles já monte, aproximadamente, 10 anos.

2- Abaixo, seguem as despesas, a saber:

- Alimentação: R$ 600,00

- Medicamentos utilizados na gravidez – R$ 350,00;

- Luz, gás, telefone – R$ 500,00;

- Drenagem para os inchaços e mal estar da gravidez – 780,00 (mês);

- Plano de saúde UNIMED – R$447,27;

- Terapia – R$ 750,00;

- Aluguel – R$ 1.112,88 (com desconto, pagando até dia 10 de cada mês);

- Condomínio – R$ 584,50;

- Despesas com o quarto do bebê - R$ 5.593,00;

- Anestesista parto - o valor aproximado será de R$ 1000,00;


- Enxoval – R$ 4.000,00 (aproximadamente, até o presente momento);

3- Excelência, a autora, que enfrenta gravidez de alto risco, completando 8


meses de gestação (o bebê deve nascer no final de dezembro ou primeira
semana de janeiro), está comprometendo sua renda mensal em mais de 80%,
sendo que recebe, R$ 4.800,00 líquidos, enquanto o marido, que a
expulsou de casa, recebe R$ 21.000,00 (VINTE E UM MIL REAIS) COMO
DELEGADO DE POLÍCIA).

21-Necessária, pois, a intervenção do Judiciário diante da conduta maléfica e


ameaçadora do réu – a autora sente-se ameaçada por ele, temendo por sua
integridade física e do filho do casal, necessitando, porém, de ajuda
financeira dele para que possa custear as despesas durante a gravidez. É
consabido que durante a gestação de uma criança, a gestante deve passar a
assumir despesas que não tinha anteriormente, como exames e consultas pré-
natais, enxoval do bebê, alimentação especial, medicamentos e outros gastos
necessários ocasionados pela gestação.

22-É a mãe quem deve se submeter a todos os exames, tratamentos, adquirir


medicamentos, vestimentas adequadas, além de preparar o lar da forma mais
conveniente e aconchegante possível para receber o recém-nascido. No caso em
apreço, a condição econômica da autora a impede de proporcionar a si e ao
nascituro a tranquilidade necessária para gerar uma vida de forma segura,
tranquila e saudável, sem a ajuda, pelo menos, financeira, do réu.
Os alimentos ora requeridos revestem-se de atenção especial, sob pena de
inviabilizar o direito requerido, porquanto, têm eles, como objetivo fundamental,
promover a perfeita gestação da autora, de modo a ter um parto seguro e gerar
uma criança saudável.

23- Resta clara a necessidade de fixação de tal provisão legal, face à dificuldade
financeira enfrentada pela autora, haja vista o considerável aumento de despesas
ensejado pela gravidez, impossíveis de serem suportados, exclusivamente por
ela;

24- Mesmo com a inviabilidade de restauração da vida marital, o réu deve


direcionar seus esforços para garantir o auxílio alimentar a mãe/gestante,
indiretamente colaborando à indiscutível subsistência de seu filho/nascituro,
resguardando o necessário à sua manutenção;
DO DIREITO:

O presente pedido inegavelmente tem amparo na legislação pátria. Com efeito, a


própria Carta Magna de 1988, em seu art. 226 e 227, caput e 229, que dispõem,
verbis:

“Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”.

“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança a


ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e a à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvos de toda forma de negligencia, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.”

O art. 1.694 e seu §1° do Código Civil determina, in verbis:

“Art. 1694, §1°. Os alimentos devem ser fixados na proporção das


necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada”. (Grifo nosso).

O pleito ainda encontra respaldo na Lei 11.804, de 5 de novembro de 2008 que


assim dispõe sobre alimentos gravídicos, cuja íntegra, ora se transpõe:

“Art. 1o Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a


forma como será exercido.

Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores


suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que
sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a
alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames
complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições
preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras
que o juiz considere pertinentes.

Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das
despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a
contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção
dos recursos de ambos.
DA DOUTRINA:

A mais abalizada doutrina, na voz do mestre Yussef Said Cahali, orienta-nos para
o real sentido e alcance da expressão “alimentos”, senão vejamos:

“Alimentos são, pois as prestações devidas, feitas para quem as recebe possa
subsistir, isto é, manter sua existência, realizar o direito à vida, tanto física
(sustento do corpo) como intelectual e moral (cultivo e educação do espírito,
do ser racional”.

Dessa forma, mostra-se cabido o presente pleito de condenação do réu ao


pagamento de pensão alimentícia para que a autora possa subsistir com o mínimo
de dignidade, suprindo suas necessidades de alimentação, vestimenta, saúde,
transporte e tudo o mais na medida do binômio necessidade-possibilidade, a fim
de lhe proporcionar uma gestação saudável e um parto seguro.

DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Os alimentos provisórios pleiteados na presente ação têm como objetivo


promover o sustento do menor na pendência da lide. Encontra-se previsto no art.
4º da Lei 5.478/68, que dispõe sobre a ação de alimentos, senão vejamos:

“Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a
serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles
não necessita.”

No caso, resta transparente a necessidade de fixação de tal provisão legal, face à


dificuldade financeira enfrentada pela genitora do menor, o que fatalmente
resvala na manutenção da criança.

Assim sendo, com o objetivo de propiciar à autora meios à sua mantença digna
durante a gravidez, são necessários os presentes alimentos provisórios, até o
nascimento da criança, quando então deverão ser os mesmos revertidos em seu
proveito.

PEDIDO:

Diante do exposto requer:

a) A fixação de uma PENSÃO PROVISÓRIA, no valor de 30% (tinta por cento) dos
rendimentos do réu, abatidos, apenas, os descontos obrigatórios por força de lei,
devendo ser oficiado seu empregador – SECRETARIA DE ESTADO DE
PLANEJAMENTO E GESTÃO/CORREGEDORIA INTERNA DA POLICIA CIVIL – Av.
Erasmo Braga 118, Centro, para que faça o desconto em folha e que tais valores
serem creditados em conta corrente da Autora no banco: . Agencia: Conta
Corrente: 14676-2.

b) A citação do réu para contestar, sob pena de revelia;

c) A oitiva do Ministério Público;

d) Seja julgado procedente o pedido para fixar a verba definitiva em 30% (trinta
por cento) dos vencimentos do réu, abatidos, apenas, os descontos obrigatórios
por força de lei, enquanto durar a gestação, e ao filho do casal, após o
nascimento deste, prosseguindo o mesmo direito ao menor nascido com vida,
oportunidade em que esse será imbuído do mesmo direito, no “quantum” e na
forma aqui pleiteadas;

e) Seja oficiada a fazenda para que apresente ao juízo as cinco últimas


declarações de bens e rendimentos do réu;

f) Seja oficiado ao DETRAN para que decline ao juízo os veículos existentes em


nome do réu;

g) A condenação do réu ao pagamento de custas processuais e honorários de


advogado.

Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial,


prova documental, testemunhal e depoimento pessoal do réu, sob pena de
confissão.

Dá-se à causa o valor de R$ 75.600,00.

Para fins do art. 39, I do CPC declina o endereço do escritório....

LOCAL E DATA.

ADVOGADO E OAB

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