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AO SENHOR DOUTOR JUIZ DE FAMÍLIA DA COMARCA DE FORTALEZA/CEARÁ

MOEMA, Brasileira, Solteira , Natural e Residente em Fortaleza no Ceará , vem


através de seu advogado devidamente constituído mediante procuraçã o em anexo,
vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com supedâ neo da Lei nº
11.804/2008, e no Có digo de Processo Civil propor a presente

AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS C/C TUTELA ANTECIPADA DE URGENCIA


em face de TOMÁS, Brasileiro, Solteiro , Natural do Rio de Janeiro, expondo e
requerendo os fundamentos fá ticos e jurídicos que serã o a seguir apresentados:
I- DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
O Requerente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, com fundamento no art.
98 e seguintes do Có digo de Processo Civil c/c art. 5º, LXXIV, da Constituiçã o
Federal, tendo em vista nã o possuir condiçõ es financeiras para arcar com despesas
processuais e honorá rios advocatícios, sem prejuízo pró prio ou da família. Nesse
sentido, junta-se declaraçã o de hipossuficiência .
II- DOS FATOS
A Requerente manteve relacionamento amoroso com o Requerido por volta do ano de
2010 , conforme comprovam as fotos do casal.
A uniã o amorosa do casal resultou na gravidez da Requerente, sendo que
hodiernamente a mesma encontra-se cuidando do filho sozinha hoje .
Ocorre que desde que a Requerente engravidou do Requerido , uniã o em meados de
2010 , o Requerido nega-se a assumir os gastos gestacionais e preparató rios para o
cuidado do filho, motivo pelo qual a mesma vira-se compelida a ajuizar a presente
demanda.
Há de se salientar que com a gravidez a Requerente nã o conseguiu trabalho para
prover a pró pria subsistência, sendo que atualmente a mesma se encontra
desempregada, de modo que suas despesas mensais se tornaram muito pesadas em
razã o dos vá rios exames rotineiros da gestaçã o e quem tem lhe ajudado a sobreviver
sã o seus genitores.
As necessidades da Requerente sã o muitas e notó rias, englobando todos aqueles
gastos especiais corriqueiros a qualquer mulher grá vida, quais sejam moradia, á gua,
luz, enxoval, mó veis, alimentaçã o, vestuá rio, assistência médica e pré-natal,
hodiernamente perfazendo um valor mensal de R$1.563,77 (um mil quinhentos e
sessenta e três reais e setenta e sete centavos), conforme comprovam cá lculos e
documentos .
Nã o bastasse há de se relevar ainda que com o oportuno advento do nascimento do
bebê, a Requerente ainda arcará com valores suficientes para cobrir as despesas
adicionais do parto, devendo gastar inclusive com alimentaçã o especial, exames
complementares, internaçõ es, medicamentos e demais prescriçõ es preventivas e
terapêuticas indispensá veis ao momento do nascimento do filho.
Em contrapartida o Requerido possui ó tima condiçã o financeira e contributiva,
exercendo atividade de Empresá rio de Grandes Negocios , revertendo todos os
proventos advindos do seu labor ú nica e exclusivamente para benefício pró prio, pelo
que detém plenas condiçõ es para ajudar a custear as necessidades oriundas da
gravidez da Requerente
Logo em face à s comprovadas necessidades da Requerente, bem como a explícita boa
capacidade contributiva do Requerido deve este em Juízo fixar alimentos em prol da
Requerente, em caso de emprego formal no importe de 30% (trinta por cento) de seus
rendimentos líquidos, assim entendida toda a renda bruta menos o desconto da
previdência social oficial, incidindo sobre décimo terceiro salá rio, abono
constitucional de férias, horas extraordiná rias, PLR, FGTS, adicionais, e demais
abonos, desde que nã o inferior a 01 (um) salá rio mínimo nacional, mantido o
indexador para futuros reajustes, com adimplemento mediante automá tico desconto
em folha de pagamento com posterior depó sito da quantia em conta bancá ria de
titularidade da Requerente, a ser aberta para tal fim.
Já em caso de desemprego ou emprego informal, o Requerido deverá pagar a títulos de
alimentos com o equivalente a 01 (um) salá rio mínimo nacional, mantido o indexador
para reajustes futuros, devendo o adimplemento da prestaçã o alimentícia neste caso
ser efetuado todo dia 10 (dez) de cada mês, mediante depó sito bancá rio feito pelo pai
na conta de titularidade da genitora da prole já supracitada, valendo o comprovante
bancá rio como recibo de pagamento, sendo vedado o depó sito em sistema eletrô nico
de autoatendimento.
III- DO DIREITO

Ab initio, incumbe salientar que o direito busca, precipuamente, resguardar os


direitos e interesses do menor, devendo ser conduzida a presente demanda ao fim de
atendê-lo. Nesse sentido, é salutar que toda criança conviva em um ambiente familiar,
sendo que o dever da família de assegurar o bem-estar da criança possui amplo
respaldo constitucional, conforme disposto no caput do art. 227 e na primeira parte
do art. 229 da Constituiçã o Federal:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Nesse sentido, sob a égide dos aspectos do Có digo Civil, a personalidade jurídica do
nascituro já se inicia com a concepçã o, vinculada, contudo, ao seu nascimento com
vida, como se prevê:
Art. 2º - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.

Nã o haveria outro motivo senã o os direitos aderentes do nascituro estarem


vinculados a Requerente, para sua subsistência, visto que se encontra desempregada e
nã o possui condiçõ es financeiras de arcas com os custos da vida hodierna e exames
médicos.
Assim, tal sistemá tica aplica-se aos alimentos gravídicos, devendo ser concedido a
Requerente ao qual está gestando para fins de resguardo da saú de e pleno
amadurecimento do nascituro, encontrando-se assentamento na Lei de Alimentos
Gravídicos (Lei 11.804/2008), ipsis litteris:
Art. 1º Esta Lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma como será exercido.

Os alimentos gravídicos serã o fixados na medida em que se mostrarem evidenciados a


presença de indícios da suposta paternidade, sendo requisito imprescindível a certeza
da gestaçã o. Dessa forma, a mesma encontra-se grá vida de 05 (cinco) meses,
conforme corroboram exames médicos , e que entã o preenche os requisitos do art. 6º
da aludida lei:
Art. 6º Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que
perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da
parte ré.

Acerca do quantum a ser fixado, as despesas médias estimadas alcançam o montante


mensal de R$1.563,77 (um mil quinhentos e sessenta e três reais e setenta e sete
centavos), conforme comprovam cá lculos e documentos, tendo em vista moradia,
á gua, luz, enxoval, mó veis, alimentaçã o, vestuá rio, assistência médica e pré-natal, e
demais gastos necessá rios a vida satisfató ria de uma mulher gestante, preenchendo os
aspectos do art. 2 da Lei 11.804/2008:
Art. 2º Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas
adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as
referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações,
parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico,
além de outras que o juiz considere pertinentes.
Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser
custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida,
na proporção dos recursos de ambos.

Outrossim, resta comprovado o binô mio necessidade-possibilidade, tendo em vista


que o Requerido possui ó tima condiçã o financeira e contributiva, exercendo atividade
de inspetor de alunos, revertendo todos os proventos advindos do seu labor ú nica e
exclusivamente para benefício pró prio, nã o havendo ó bices para custear a
subsistência da Requerente, preenchendo senã o os requisitos do § 1º do art. 1694
do CC e pará grafo ú nico da lei supracitada, in verbis:
Art. 1694. § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada.

IV- DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS


Os alimentos provisó rios pleiteados na presente açã o têm como objetivo promover o
sustento da gestante na pendência da lide, ao qual nã o é razoá vel admitir que as
despesas vitais da gravidez sejam suportadas exclusivamente pela Requerente. Tal
pedido encontra-se previsto no art. 4º da Lei n.º 5.478/68 e no caput e § 1º do art.
300 do CPC, senã o vejamos:
Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor,
salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
CPC, Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória
idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a
parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.

No caso em questã o, evidente a necessidade de fixaçã o de tal provisã o legal, face à


dificuldade financeira enfrentada pela Requerente, amplamente demonstrado nos
fatos, o que fatalmente resvala na manutençã o do nascituro, preceito auferido pelo
binô mio necessidade e possibilidade do qual é facilmente verificado no presente caso.
Em relaçã o a probabilidade do direito, os direitos do nascituro encontram-se
tutelados no Có digo Civil e na Constituiçã o Federal, consubstanciados nos
princípios do melhor interesse da criança e da dignidade da pessoa humana, visto que
nã o é possível para a Requerente por si só , mantenha todos os gastos adicionais
alusivos ao regular transcorrer de sua gravidez.
No tocante ao evidente perigo na demora, haja vista que a Requerente nã o apresentar
condiçõ es de custear a gravidez, nã o há outro sentido senã o a fixaçã o de alimentos em
prol da Requerente, em caso de emprego formal no importe de 30% (trinta por cento)
de seus rendimentos líquidos, assim entendida toda a renda bruta menos o desconto
da previdência social oficial, incidindo sobre décimo terceiro salá rio, abono
constitucional de férias, horas extraordiná rias, PLR, FGTS, adicionais, e demais
abonos, desde que nã o inferior a 01 (um) salá rio mínimo nacional, mantido o
indexador para futuros reajustes, com adimplemento mediante automá tico desconto
em folha de pagamento com posterior depó sito da quantia em conta bancá ria de
titularidade da Requerente, a ser aberta para tal fim.
Já em caso de desemprego ou emprego informal, o Requerido deverá pagar a títulos de
alimentos com o equivalente a 01 (um) salá rio mínimo nacional, mantido o indexador
para reajustes futuros, devendo o adimplemento da prestaçã o alimentícia neste caso
ser efetuado todo dia 10 (dez) de cada mês, mediante depó sito bancá rio feito pelo pai
na conta de titularidade da genitora da prole já supracitada, valendo o comprovante
bancá rio como recibo de pagamento, sendo vedado o depó sito em sistema eletrô nico
de autoatendimento.

V- DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
a) Que seja DEFERIDO os benefícios da GRATUIDADE DE JUSTIÇA em prol da
Requerente, com fulcro no Artigo 5º, LXXIV da Constituiçã o Federal e Artigo 98
do Có digo de Processo Civil, em face de ser o mesmo pobre na acepçã o jurídica do
termo, nã o possuindo condiçõ es de arcar com as despesas do processo sem prejuízo
do pró prio sustento e de sua família;
b) A CONCESSÃO IN LIMINE LITIS DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
ANTECIPADA pleiteada, nos termos do § 1º e caput do art. 300 c/c art. 4º da Lei n.º
5.478/68, em prol da Requerente, em caso de emprego formal no importe de 30%
(trinta por cento) de seus rendimentos líquidos, assim entendida toda a renda bruta
menos o desconto da previdência social oficial, incidindo sobre décimo terceiro
salá rio, abono constitucional de férias, horas extraordiná rias, PLR, FGTS, adicionais, e
demais abonos, desde que nã o inferior a 01 (um) salá rio mínimo nacional, mantido o
indexador para futuros reajustes, com adimplemento mediante automá tico desconto
em folha de pagamento com posterior depó sito da quantia em conta bancá ria de
titularidade da Requerente, a ser aberta para tal fim;
c) A Citaçã o do requerido para querer apresentar resposta;
d) A Convensã o de alimentos gravidcos em pensã o alimentícia em favor do menor
apó s o seu nascimento;
e) Condençã o de custas e Honorá rios ;

VI- DAS PROVAS


Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,
especialmente mediante as provas documental, testemunhal, depoimento pessoal e
pericial.
Atribui-se a causa o valor de R$ 13.200,00 nos termos do art. 292, III, do Có digo
de Processo Civil.
Termos que,
Pede deferimento.
LOCAL:XXXX
DATA:XXXXX
Nome do Advogado
OAB/UF XXX-XXX

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