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Vigilância epidemiológica

Vigilância epidemiológica

Na lista de temas gerais


das provas, a incidência
dessa aula é
Como encontrar Muito alta
na plataforma as
incidências dessa aula?

Para você ter um aproveitamento completo da apostila digital, algumas imagens


recebem o recurso zoom ao deslizar o cursor sob elas.

Para conferir a incidência específica para a sua prova, consulte na plataforma


a lista de temas, que possui uma classificação baseada em três cores.
Essa classificação também será encontrada ao longo da apostila para
destacar os CCQs mais importantes. Veja as cores abaixo:
⚫ Muito alta ⚫ Alta ⚫ Moderada

2
Vigilância epidemiológica

Sumário

1. Vigilância em Saúde 5

Questão 01 5

Questão 02 7

2. Curva epidêmica 8

Questão 03 8

2.1 O processo epidêmico 9

2.2 Classificação das epidemias 9

Questão 04 11

3. História Natural das Doenças 12

4. Níveis de prevenção 12

Questão 05 14

Questão 06 15

5. Profilaxias específicas 16

5.1 Profilaxia do tétano 16

Questão 07 16

5.2 Profilaxia da raiva 17

Questão 08 20

6. Notificação de agravos ⚫ 21

Questão 09 22

6.1 Dicas de ouro Aristo 23

Questão 10 24

3
Vigilância epidemiológica

Sumário

Aprofundando o Pareto ▶ 25

TOP 3 25

4
Vigilância epidemiológica

Pandemia, notificação compulsória, virulência… A chegada da COVID-19 certamente deixou,


mais do que nunca, esses e outros conceitos em alta a partir de 2020!
Mas, mesmo antes de o mundo encarar a pandemia, a Vigilância Epidemiológica já era um dos
assuntos mais cobrados pelas bancas.
Estamos aqui para explorar o tema e mostrar a você que ele é mais simples do que parece!

O que você
precisa saber?

1. Vigilância em Saúde
Com os conceitos abordados neste material, você será capaz de acertar a maioria das questões
sobre o assunto. Mas, antes de tudo, o primeiro ponto importante é não confundir Vigilância
em Saúde com Vigilância Epidemiológica. NÃO são sinônimos!

Vamos começar a falar sobre a Vigilância em Saúde por meio dessa questão:

Questão 01
(SCMV - SP - 2021) Sobre o tema Vigilância em Saúde, assinale a alternativa incorreta.

a) Vigilância em Saúde constitui um processo contínuo e sistemático de coleta,


consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde,
visando o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública para a
proteção da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças,
bem como para a promoção da saúde.


Vigilância epidemiológica

b) As ações de Vigilância em Saúde são coordenadas com as demais ações e serviços


desenvolvidos e ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir a integralidade
da atenção à saúde da população.
c) As ações de Vigilância em Saúde abrangem toda a população brasileira e envolvem
práticas e processos de trabalho voltados, dentre outros, para a vigilância, prevenção e
controle das doenças transmissíveis.
d) As ações de Vigilância em Saúde, bem como participação na formulação de políticas e
diretrizes de Vigilância em Saúde no âmbito nacional, são coordenadas pela ANVISA.

CCQ: As ações de Vigilância em Saúde NÃO são coordenadas pela ANVISA

Temos aqui uma questão que exige o conhecimento de conceitos básicos, e, se temos a
tendência em aprofundar nossos estudos, acabamos perdendo detalhes importantes que
fazem a diferença. Mas fique tranquilo, vamos resolver isso agora!

Em 2018, foi instituída a Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS), que tem como
finalidade o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública para a
população, frisando questões de prevenção, controle de riscos para agravos e doenças e,
principalmente, a promoção da saúde.

Suas ações são consideradas uma política pública de Estado e uma função essencial do
Sistema Único de Saúde (SUS), o que garante o seu princípio de integralidade da Atenção
à saúde.

Portanto, o equívoco da questão é referenciar a coordenação da Vigilância em Saúde


à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), um órgão regulador vinculado ao
Ministério da Saúde, cuja função é exercer o controle sanitário de produtos e serviços
submetidos à Vigilância Sanitária.

Gabarito: alternativa D.

A Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) incide sobre todos os níveis e


formas da Atenção à saúde, abrangendo todos os serviços públicos e privados, além de
estabelecimentos relacionados à produção e circulação de bens de consumo e tecnologias
que, direta ou indiretamente, se relacionam com a saúde.
E, para cumprir esse papel, dentro dela estão articuladas:
• Vigilância Epidemiológica
• Vigilância em Saúde Ambiental
• Vigilância em Saúde do Trabalhador
• Vigilância Sanitária


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Questão 02
(HOS - SP - 2021) A Vigilância da Saúde apresenta várias características, entre as quais:

a) A definição de programas dos problemas de saúde mais prevalentes, o fortalecimento dos


serviços de urgência e emergência e a articulação intersetorial.
b) A existência de protocolos e procedimentos para fiscalização de bancos de sangue, o
fortalecimento de serviços especializados e a atuação intersetorial.
c) O fortalecimento do papel de profissionais como médicos e farmacêuticos, ênfase em
problemas que requerem atenção e acompanhamento contínuos e a atuação intersetorial.
d) Ações sobre os territórios, o fortalecimento do papel dos médicos e agentes comunitários
de saúde e a definição de programas dos problemas de saúde mais prevalentes.
e) A intervenção sobre problemas de saúde (danos, riscos e/ou determinantes), a atuação
intersetorial e a articulação entre ações promocionais, preventivas e curativas.

CCQ: A vigilância em saúde visa a intervenção sobre os


problemas de saúde da população praticando ações preventivas,
promocionais e curativas, por meio da atuação intersetorial

Questões que abordam conceitos introdutórios em Vigilância em saúde têm se tornado


cada vez mais frequentes nas provas, então fique atento para não deixar passar nenhum
detalhe!
A Vigilância em Saúde visa identificar fatores condicionantes de determinantes da saúde,
com o intuito de adotar medidas preventivas, promocionais e curativas. O fortalecimento
das ações se dá em todos os níveis de complexidade da atenção, e não apenas em setores
de urgência e emergência ou serviços especializados, por exemplo.
Além disso, é importante entender que a Vigilância em Saúde propõe a incorporação
de novos sujeitos, extrapolando o conjunto de profissionais da saúde ao envolver a
população geral.
Em resumo, guarde sete características básicas da Vigilância da Saúde:
1) Intervenção sobre problemas de saúde (danos, riscos e/ ou determinantes);
2) Ênfase em problemas que requerem atenção e acompanhamento contínuos;
3) Operacionalização do conceito de risco;
4) Articulação entre ações promocionais, preventivas e curativas;
5) Atuação intersetorial;
6) Ações sobre o território;
7) Intervenção sob a forma de operações.

GABARITO: alternativa E.


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2. Curva epidêmica
Continuando, vamos agora interpretar a curva epidêmica. Isso é fundamental para consolidar
todos os conceitos dentro da Vigilância Epidemiológica, portanto, vamos destrinchá-la a seguir:

Incidência máxima

Progressão
Regressão

Egressão
Limiar endêmico

Incremento inicial
de casos
N° de Casos

Decréscimo
endêmico

Tempo

A curva epidêmica

A linha tracejada é denominada limiar endêmico (ou epidêmico). Abaixo dela, temos a
endemia, que pode ser definida como a variação do número de casos de um agravo,
dentro dos limites esperados para determinado período, em uma população definida,
o que representa um padrão. Qualquer variação do número de casos do agravo que
ultrapasse o limiar epidêmico é definida como epidemia.
E o surto e a pandemia? Nada mais são que epidemias que ocorrem, respectivamente, em
um local restrito (todos os casos têm relação entre si), e em vários países ao mesmo tempo
(ampla).

Questão 03
(HUSE - SE 2021) Endemia significa que uma doença:

a) Ocorre em excesso em relação à expectativa de normalidade.

b) Está habitualmente presente em determinada população humana.


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c) Afeta grande número de países simultaneamente.

d) Exibe um padrão sazonal.

e) É prevalente entre animais.

CCQ: Endemia é a presença de uma doença de forma usual


dentro dos limites esperados para uma região e população esperada

Estamos diante de uma questão direta, recorrente e, muitas vezes, subestimada pelos
alunos, o que acaba levando ao erro. Vamos dar uma olhada para evitar que isso aconteça?

O comando da questão, é claro, pede o significado de endemia, ou seja, a presença usual


de uma doença, dentro dos limites esperados, em uma determinada área geográfica, por um
período ilimitado.

Tal situação não está relacionada a padrões sazonais ou prevalência em animais, como a
questão tenta sugerir, mas a atenção especial deve ser destinada às alternativas que trazem
outros conceitos, o que pode nos confundir, como o de epidemia, caracterizada pela elevação
acima do limiar endêmico da incidência de uma doença, e pandemia, que se relaciona com
epidemia, mas, somada à ampla distribuição espacial da doença, atinge diversas nações ou
continentes.

Gabarito: alternativa B.

2.1 O processo epidêmico


Toda epidemia começa com um incremento inicial de casos, ainda na faixa de endemia.
Em algum momento, a depender do tipo de fonte e transmissão, a curva ultrapassa o limiar
epidêmico, iniciando a epidemia, momento denominado egressão. O número de casos continua
a crescer (progressão) até chegarmos ao pico da curva (incidência máxima). A partir desse
momento, o número de casos começa a diminuir (regressão) até cruzar novamente o limiar
epidêmico, voltando à faixa de endemia. Normalmente, após uma epidemia, o número de
casos do agravo continua a diminuir até níveis menores que os relatados em períodos de
endemia, antes de retornar ao padrão normal de ocorrência. A esse fenômeno damos o nome
de decréscimo endêmico.

2.2 Classificação das epidemias


Bem, agora você domina alguns dos principais conceitos sobre o processo epidêmico, mas
algumas provas costumam cobrar conhecimentos mais específicos, sobre a velocidade e o
mecanismo de transmissão. Sendo assim, vamos aprender a respeito disso?


Vigilância epidemiológica

As epidemias podem ser explosivas ou lentas. No primeiro caso, a incidência máxima ocorre
em um curto espaço de tempo, sendo a transmissão feita por uma fonte comum, como água
ou alimentos contaminados, fazendo, assim, com que muitas pessoas contraiam a doença
ao mesmo tempo, como a cólera e a hepatite A. Nas epidemias lentas, a incidência máxima
demora para ocorrer, pois a transmissão acontece de pessoa para pessoa ou por meio de um
vetor, como no HIV.
Sobre as fontes comuns das epidemias explosivas, elas podem ainda ser divididas em pontuais
e persistentes. A grande diferença entre elas é o tempo de exposição dos indivíduos à fonte.
No primeiro caso, a explosão é rápida e cessa, como na exposição à radiação. Já no segundo
caso, a explosão demora mais a acontecer e tende a continuar até que a exposição cesse,
como ocorre em casos de fonte de água contaminada.
Veja exemplos gráficos desses casos de epidemia. O primeiro traz a representação de uma
epidemia explosiva por fonte pontual de contaminação, enquanto o segundo representa
aquela por fonte persistente:

TEMPO DE EXPOSIÇÃO PONTUAL TEMPO DE EXPOSIÇÃO PERSISTENTE


N° de Casos

N° de Casos

Tempo Tempo

Formas de exposição em epidemias explosivas

Já em relação às formas de transmissão, essas podem ser divididas em vertical (mãe-feto)


e horizontal. A transmissão horizontal pode ser dividida ainda em indireta, como na dengue,
que ocorre através de um vetor ou hospedeiro intermediário, ou direta (pessoa-pessoa). As
formas diretas podem ainda ser subdivididas em imediata, como nas infecções sexualmente
transmissíveis, que ocorrem por contato direto (toque ou beijo, por exemplo), e mediata, como
no sarampo, em que a transmissão pessoa-pessoa é feita por meio de um substrato vital,
após exposição rápida do agente ao ambiente.

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Para finalizar os conceitos de processo epidêmico, precisamos falar sobre as particularidades


do agente causador e a caracterização do agravo. Dois conceitos importantes e que muitas
vezes causam confusão são os de caso autóctone e de caso alóctone. Para não confundir
mais: caso autóctone é aquele que desenvolve o agravo na própria região onde o contraiu; já
o caso alóctone é aquele em que o indivíduo desenvolve o agravo longe da área de infecção.

Quanto às características do agente do agravo, temos:

Poder invasivo Capacidade do agente de se difundir no hospedeiro.


Quantidade necessária do agente para causar infecção no
Dose infectante
hospedeiro.
Infectividade Capacidade do agente de penetrar e se desenvolver no hospedeiro.

Patogenicidade Capacidade do agente de causar doença.

Virulência Capacidade do agente de causar casos graves.

Imunogenicidade Capacidade do agente de causar resposta imune no hospedeiro.

Características do agente do agravo

Questão 04
(AMS- PR - 2021) Sobre os modos de transmissão das doenças infecciosas, assinale a
alternativa INCORRETA:
a) São exemplos de doenças de transmissão direta, a COVID-19, sarampo, sífilis, onde
ocorre a transmissão de pessoa-a-pessoa. Isso pode ocorrer por meio da dispersão de
gotículas nas conjuntivas, secreções em mucosas, ao tossir, espirrar, relações sexuais,
entre outros.
b) Algumas doenças podem ser transmitidas por vetores, caracterizando a transmissão
indireta. São exemplos de vetores: insetos, animais (roedores ou qualquer portador
vivo que transporte um agente infeccioso, desde um indivíduo ou seus dejetos, até um
indivíduo suscetível), sua comida ou seu ambiente.
c) Portador é um indivíduo ou animal infectado, que hospeda um agente infeccioso
específico de uma doença, sem apresentar sintomas ou sinais clínicos e constitui
fonte potencial de infecção para o ser humano.
d) Uma grande variedade de agentes biológicos pode produzir síndromes clínicas similares,
por exemplo, as síndromes íctero-hemorrágicas.

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e) Todos os indivíduos expostos da mesma forma a um agente infeccioso serão infectados,


como, por exemplo, a exposição ao coronavírus.

CCQ: Saber que exposição a um agravo não é sinônimo de infecção

Bom, essa questão traz um tema muito em voga depois do surgimento do Sars-Cov-2: o modo
de transmissão das doenças infecciosas.

No geral, a transmissão de doenças infecciosas pode ocorrer de forma direta (saliva, sangue,
urina, fezes, sêmen ou secreção vaginal, arranhaduras ou mordeduras) ou indireta (mosquitos,
pulgas, consumo de alimento contaminado com o agente).

Um portador é uma pessoa ou um animal infectado, que abriga um agente infeccioso de uma
doença, sem apresentar sintomas ou sinais clínicos da patologia. Dessa forma, esse indivíduo
assintomático pode passar anos sem tratamento e contaminar outras pessoas.

Mas vários são os fatores que determinam se um indivíduo exposto será infectado, como
a duração da exposição, a quantidade de inóculo e fatores do indivíduo suscetível, como
características genéticas, por exemplo. Dessa forma, nem todos os indivíduos expostos serão
infectados.
Gabarito: alternativa E.

3. História Natural das Doenças


Já falamos muito sobre os agravos, sua caracterização, as formas de transmissão e a
classificação dos casos. Mas como o agente, o suscetível e o meio ambiente se relacionam?
Leavell e Clark propuseram um esquema para responder essas dúvidas baseados na história
natural das doenças. Segundo eles, toda patologia pode ser dividida em dois períodos
principais: o pré-patogênico e o patogênico.
No período pré-patogênico ainda não há doença, apenas fatores ambientais, sociais
e genéticos interagindo. Já o período patogênico inicia quando ocorre uma interação
verdadeira entre o estímulo e o suscetível, causando alterações fisiológicas, bioquímicas
ou histológicas. Somente após esse período surgem os sinais e sintomas do agravo, que
podem evoluir para cronicidade ou defeitos permanentes e, ao longo do tempo, ao seu
desenlace (cura ou morte).

4. Níveis de prevenção
Perfeito, você já sabe como caracterizar os períodos de uma doença. Mas nada disso importa
se não pudermos atuar nesses períodos com o intuito de evitar ou minimizar as consequências
de um agravo.

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Podemos dividir a prevenção em quatro níveis, sendo eles:


• Prevenção primária: visa diminuir a incidência da doença, atuando no período pré-
patogênico. Ela pode ser dividida ainda em promoção à saúde, como em ações de
saneamento básico, e proteção específica, como a vacinação.
• Prevenção secundária: visa o diagnóstico e tratamento precoce da condição, atuando no
período patogênico, com o objetivo de evitar as sequelas decorrentes da doença e trazer o
indivíduo à condição normal de saúde o mais rápido possível.
• Prevenção terciária: atua no desenlace da condição, tratando as sequelas decorrentes do
agravo e evitando a sua evolução.
• Prevenção quaternária ⚫: basicamente visa evitar a iatrogenia, prevenindo a realização
de exames desnecessários ou supermedicalização.

Ponto de vista do médico


doença
ausente (dicotomia) presente

Prevenção Prevenção
ausência
Ponto de vista do paciente

primária secundária
enfermidade ausente enfermidade ausente
doença ausente doença presente
enfermidade

(gradação)

Prevenção Prevenção
quaternária terciária
presença

enfermidade presente enfermidade presente


doença ausente doença presente

A prevenção em saúde em meio à percepção dos agravos

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Questão 05
(UEM - PR - 2021) Em relação à AIDS, as seguintes medidas preventivas correspondem
respectivamente aos níveis de prevenção:
I - Psicoterapia.
II - Campanhas de educação para utilização de preservativo.
III - Acesso aos medicamentos antivirais.
IV - Sorologia para HIV nos bancos de sangue.
a) Prevenção secundária; Promoção da saúde; Prevenção terciária; Proteção específica.

b) Prevenção terciária; Proteção específica; Limitação da incapacidade; Prevenção secundária.

c) Proteção específica; Prevenção primária; Prevenção secundária; Promoção da saúde.

d) Prevenção terciária; Promoção de saúde; Proteção específica; Prevenção secundária.

e) Prevenção terciária; Prevenção primária; Prevenção secundária; Proteção específica.

CCQ: Proteção específica é uma forma de Prevenção Primária, enquanto


Limitação da Incapacidade se refere a um tipo de Prevenção Secundária

As questões que têm como subtema os níveis de prevenção são recorrentes nas provas.
Então, vale dedicar uma atenção um pouco maior!
Ao iniciar com a psicoterapia, temos um exemplo de Prevenção Terciária, pois se considera que o
indivíduo já se encontra com a doença em um estágio sintomático, e a reabilitação psicológica atua
reduzindo suas consequências e sofrimentos, ensinando o paciente a conviver com a patologia.
Já a realização de campanhas de educação para a prevenção da doença se enquadra
no conceito de Prevenção Primária – Proteção Específica, referente ao período pré-
patogênico, com ações direcionadas a uma determinada doença ou agravo. Este seria um
exemplo típico porque faz parte das medidas direcionadas especificamente para evitar o
acometimento de infecções sexualmente transmissíveis.
Ao analisar o acesso aos medicamentos específicos para o HIV, observamos uma função
de Limitação da Incapacidade, um conceito integrado ao nível secundário de prevenção,
que visa retardar sintomas e complicações quando a doença já se encontra presente.
Por fim, temos a sorologia para HIV nos bancos de sangue, medida esta que possibilita
o diagnóstico precoce do indivíduo e evita a transmissão do vírus aos receptores de
transfusão sanguínea, sendo, portanto, uma situação de Prevenção Secundária.
Vale lembrar que temos um quarto nível, a Prevenção Quaternária, que visa coibir iatrogenias
durante o tratamento.
Gabarito: alternativa B.

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Questão 06

(EMCM - RN - 2021) Em reunião de equipe, foi solicitada uma visita domiciliar pelo ACS
para um paciente idoso com 78 anos, devido às dificuldades de locomoção e ausência de
meios de transporte próprios. Durante a visita, o médico de família conheceu o paciente
e a filha. Ela informou que o pai não consegue caminhar longas distâncias e que faz uso
das seguintes medicações: hidroclorotiazida 25 mg/dia, losartana 50 mg 12 em 12 horas,
anlodipino 5 mg de 12 em 12 horas, enalapril 20 mg de 12 em 12 horas, clonidina 0,150
mg de 12 em 12 horas, metformina 850 mg 3 comprimidos/ dia, insulina NPH 22UI pela
manhã e 22 UI a noite, sinvastatina 20 mg à noite. Também foi relatado que há três meses
o paciente iniciou tristeza, insônia e esquecimento das coisas, sendo prescrito Diazepam
5mg e amitriptilina 25mg. A paciente faz uso frequente de diclofenaco 50 mg para dores
no joelho e de flunarizina para tonturas que acomete principalmente pela manhã. Ao exame
físico, constatou-se que a paciente estava em bom estado geral, corada, hidratada, FC
82bpm, FR 18 irmp, SpO 95%, PA 140/80 mmHg com ausência de alterações na ausculta
cardíaca e pulmonar. Foi realizada glicemia capilar com resultado de 66 mg/dl (valores de
referência de 60 a 100 mg/dl). Sobre os níveis de prevenção na atenção primária, selecione
qual se encontra mais evidente no caso anterior:

a) Prevenção secundária.

b) Prevenção quaternária.

c) Prevenção primária.

d) Prevenção terciária.

CCQ: A Prevenção Quaternária busca evitar a iatrogenia

Questões que demandam conhecimento acerca dos níveis de prevenção são queridinhas
das bancas, portanto, temos aqui um exemplo ótimo para entender como esse tema
costuma ser cobrado.
No enunciado, temos um caso de um paciente idoso que faz uso de 12 fármacos de uso
contínuo ou rotineiro, existindo, inclusive, a possibilidade de sobremedicação para inibir
sintomas desencadeados por terapêuticas prévias, ou seja, um caso notório de polifarmácia.
Como sabemos, o uso exacerbado de medicamentos (com ou sem prescrição médica) pode
vir associado a manifestações de diversas consequências clínicas adversas, interações
medicamentosas, aumentando exponencialmente a fragilidade física e emocional no paciente.
Portanto, ao analisar o enunciado da questão, podemos associá-lo a um quadro de
prevenção quaternária, que busca justamente evitar iatrogenias, como sobrediagnóstico,
sobretratamento e polifarmácia.
Gabarito: alternativa B.

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5. Profilaxias específicas
Falaremos agora de dois assuntos muito importantes na sua prova que sofreram algumas
alterações recentemente: a profilaxia do tétano e da raiva. Apesar de serem assuntos clínicos,
eles se relacionam muito bem com o tópico de prevenção, então, aproveitaremos para abordá-los.

5.1 Profilaxia do tétano


O tétano é causado pelo Clostridium tetani, bacilo gram-positivo, geralmente encontrado na
natureza (pele, fezes, terra, galhos, arbustos, águas putrefatas, poeira das ruas, trato intestinal
dos animais - sem causar doença) sob a forma de esporo. A infecção ocorre por solução
de continuidade desse agente com pele e mucosas, por meio de ferimentos superficiais ou
profundos de qualquer natureza. A doença provoca sintomas relacionados a um estado de
hiperexcitabilidade do sistema nervoso central.

Quais são as medidas de profilaxia para o tétano e em quais situações devemos indicá-las? ⚫

Profilaxia de tétano

História vacinal Ferida de baixo risco Ferida de alto risco*

Incerta ou < 3 doses VACINA VACINA + SORO/IGH

VACINA VACINA
≥ 3 doses
(se última dose > 10 anos) (se última dose > 5 anos)**

*Profundos ou superficiais sujos, por armas, queimaduras, mordeduras

** Fazer soro se o paciente for idoso, imunocomprometido ou desnutrido grave


Profilaxia pós-exposição de tétano

Questão 07
(HOG - GO - 2019) Com relação à profilaxia do tétano, podemos afirmar que a melhor conduta
para ferimento profundo, com tecido desvitalizado, em paciente com história vacinal completa,
20 anos, hígido e que tomou a última dose antitetânica há 8 anos, é:

a) 1 dose de reforço após 2 anos.

b) 1 dose de reforço no dia do trauma.

c) 3 doses de reforço, sendo a primeira no dia do trauma.

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Vigilância epidemiológica

d) 3 doses de reforço e soro antitetânico.

e) Apenas cuidados locais com a ferida.

CCQ: Em feridas consideradas de alto risco, deve-se fazer a vacinação


da dose de reforço caso a última dose tenha sido há mais de 5 anos

Boa questão para vermos como as bancas cobram o assunto. Perceba que estamos diante
de um paciente hígido, com história vacinal completa, porém, com uma ferida de alto risco
(ferimento profundo com tecido desvitalizado).

Como a última dose da vacina antitetânica foi há mais de cinco anos, está recomendada
uma dose de reforço.

Gabarito: alternativa B.

5.2 Profilaxia da raiva


A raiva é transmitida ao homem pela inoculação do vírus rábico presente na saliva e secreções
do animal infectado, principalmente pela mordedura ou lambedura.
É caracterizada como uma encefalite progressiva e aguda que apresenta letalidade de
aproximadamente 100% (o que mostra o quanto é grave!).

Quais são as medidas de profilaxia para a raiva e em quais situações devemos indicá-las?●
Aqui precisamos ir com calma, pois algumas coisas vêm mudando rapidamente nos últimos
anos (por exemplo, em 2017 passaram a ser administradas quatro doses em vez de cinco
doses de vacina antirrábica humana como profilaxia pós-exposição).
Vamos deixar um quadro baseado no material no Ministério da Saúde com as últimas
recomendações. Logo mais, veremos algumas observações importantes.

A seguir você verá a tabela sobre profilaxia pós-exposição de raiva humana, com vacinação
pela via IM.

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Vigilância epidemiológica

PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO DE RAIVA HUMANA, COM VACINAÇÃO PELA VIA IM.

Cão ou gato raivoso,


desaparecido ou morto/
Cão ou gato clinicamente Animais silvestres
Cão ou gato sem suspeita de
suspeito de raiva no momento (inclusive domiciliados)
raiva no momento da agressão
da agressão / Animais domésticos
de interesse econômico
ou de produção
Contato
indireto

Lavar com água e sabão. Lavar com água e sabão. Lavar com água e sabão.
Não tratar. Não tratar. Não tratar.

• Lavar com água e sabão.


• Iniciar esquema profilático com
• Lavar com água e sabão; duas doses, uma no dia 0 e outra
no dia 3.
• Observar o animal durante
• Observar o animal durante • Lavar com água e
10 dias após a exposição;
Acidentes leves

10 dias após exposição. sabão.


• Se o animal permanecer sadio
• Se o animal permanecer sadio no • Iniciar imediatamente
no período de observação,
período de observação, encerrar o esquema profilático
encerrar o caso;
o caso. com 4 doses de vacina
• Se o animal morrer, administradas nos dias
desaparecer ou se tornar • Se o animal morrer, desaparecer ou
se tornar raivoso, dar continuidade 0, 3, 7 e 14.
raivoso, administrar 4 doses
de vacina: dias 0, 3, 7, 14. ao esquema profilático,
completando as 4 doses: aplicar
uma dose entre o 7º e o 10º dia e
uma dose no 14º dia.

• Lavar com água e sabão. • Lavar com água e sabão.


• Observar o animal durante • Iniciar o esquema profilático com
10 dias após exposição. soro e 4 doses de vacina nos dias
• Iniciar esquema profilático 0, 3, 7 e 14.
com duas doses, uma no • Observar o animal durante
dia 0 e outra no dia 3. 10 dias após a exposição.
• Se a suspeita de raiva for • Lavar com água e
Acidentes graves

• Se o animal permanecer sadio


no período de observação, descartada após o 10º dia sabão.
encerrar o caso. de observação, suspender o • Iniciar imediatamente
• Se o animal morrer, esquema profilático e encerrar o esquema profilático
desaparecer ou se tornar o caso. com soro e 4 doses de
raivoso, dar continuidade • Se o animal morrer, desaparecer ou vacina administradas
ao esquema profilático, se tornar raivoso, dar continuidade nos dias 0, 3, 7 e 14.
completando as 4 doses: ao esquema profilático,
aplicar uma dose entre o completando as 4 doses: aplicar
7º e o 10º dia e uma dose no uma dose entre o 7º e o 10º dia e
14º dia. Necessidade do uso uma dose no 14º dia. Necessidade
de soro caso esses requisitos do uso de soro caso esses
sejam cumpridos. requisitos sejam cumpridos.

Condutas da profilaxia da raiva humana conforme a espécie animal envolvida e a gravidade do acidente/ exposição

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Vigilância epidemiológica

Observação: em julho de 2021, a Secretaria do Estado de São Paulo atualizou a sua


NORMA TÉCNICA DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA e traz recomendações diferentes
em relação ao uso de soro antirrábico: ele também está indicado em acidentes graves, com
animais não suspeitos, caso, após 10 dias eles desapareçam, morram ou desenvolvam raiva.
Então, atenção, principalmente se você vai prestar provas em SP!

Agora, se liga nas informações a seguir:

Contato indireto

• Manipulação de utensílios potencialmente contaminados, lambedura da pele íntegra


e acidentes com agulhas durante a aplicação de vacina animal não são considerados
acidentes de risco e não exigem esquema profilático.

Acidentes leves

• Ferimentos superficiais pouco extensos, geralmente únicos, em tronco e membros


(exceto mãos, polpas digitais e planta dos pés);

• Podem acontecer em decorrência de mordeduras ou arranhaduras, causadas por unha


ou dente, lambedura de pele com lesões superficiais.

Acidentes graves

• Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpa digital e/ou planta do pé;

• Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo;

• Lambedura de mucosas ou lambedura de pele onde já existe lesão grave;

• Ferimento profundo causado por unha de animal.

Vias de aplicação da vacina

• Intramuscular (IM) ou intradérmica (ID).

Quando a via ID pode ser utilizada?

• Caso os estabelecimentos de saúde atendam uma demanda de pelo menos dois


acidentados/ dia;

• Caso tenha equipe técnica habilitada para aplicação pela via intradérmica (ID).

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Vigilância epidemiológica

Importante
• Para a via ID, após ser reconstituída, a vacina deve ser utilizada no prazo de 6 a 8 horas
desde que seja conservada na temperatura de 2 °C a 8 °C, devendo ser descartada
em seguida;
• A via ID não está recomendada para pacientes imunodeprimidos ou que estejam utilizando
o medicamento cloroquina, por não proporcionar resposta imune adequada.

O que muda para aplicação em via ID? (ATENÇÃO!)

Doses

Dia 0:

Dia 3:
2 doses em 2 locais distintos
Dia 7:

Dia 28:

Acidentes com morcegos


Nas agressões por morcegos ou qualquer espécie de mamífero silvestre, deve-se indicar
soro + vacinação, independentemente da gravidade da lesão. Porém, a conduta aqui
pode variar conforme a referência.
Então, atenção: vale a pena dar uma olhada, à medida que os editais forem divulgados,
em qual referência será utilizada pelas bancas das provas de sua preferência.

Questão 08
(UNIMED - RJ - 2021) Paciente de 50 anos, sem comorbidades, foi mordida no braço por
um cachorro da rua há cerca de vinte minutos. No momento, lavou o local da ferida com
água e sabão. Ela informa que o cão estava na rua e não sabe do paradeiro dele. Durante
avaliação, é verificado que se trata de uma lesão superficial, pouco extensa e com sinais
de mordedura. Neste caso, a conduta correta é:

a) Iniciar esquema profilático com 02 doses, uma no dia 0 e outra no dia 03.

b) Iniciar esquema profilático com soro e com 02 doses, uma no dia 0 e outra no dia 03.

c) Iniciar imediatamente o esquema profilático com 04 doses de vacina administradas


nos dias 0, 3, 7 e 14 pela via IM ou nos dias 0, 3, 7 e 28, pela via ID.
d) Iniciar imediatamente o esquema profilático com soro e com 04 doses de vacina
administradas nos dias 0, 3, 7 e 14 pela via IM ou nos dias 0, 3, 7 e 28, pela via ID.

20


Vigilância epidemiológica

Temos aqui uma questão clássica sobre profilaxia de raiva, ideal para vermos como a
banca aborda essa temática recorrente nos exames.
Antes de começarmos, é interessante fazermos um panorama da situação referida no
enunciado: trata-se de uma lesão superficial e pouco extensa feita por um cão sem
histórico vacinal evidente que desaparece após o acidente.
Portanto, estamos lidando com uma ferida de grau leve feita por um animal suspeito que
não poderá ser observado durante o período de 10 dias após o acidente.
Nessas situações, deve-se lavar com água e sabão (medida já tomada pelo paciente) e
iniciar imediatamente o protocolo de 4 doses de vacina. Caso opte pela via intramuscular, as
vacinas deverão ser aplicadas nos dias 0, 3, 7 e 14. Já pela via intradérmica, as aplicações
deverão ser feitas nos dias 0, 3, 7 e 28.
Vale lembrar que, dentro desse contexto, só teríamos a aplicação de soro caso a lesão
fosse considerada grave.
Gabarito: alternativa C.

6. Notificação de agravos ⚫
Você, com toda certeza, já ouviu a equipe do plantão pedir ao plantonista que notifique aquele
acidente biológico de algum funcionário, ou até mesmo pode ter notificado uma suspeita de
abuso infantil que apareceu no plantão.
Mas você sabe quais condições são passíveis de notificação ou quais critérios elas devem
apresentar para fazerem parte da lista de notificação? Bem, vamos começar pelos critérios
para elas serem um agravo de notificação compulsória:

Importância e frequência dentro da população-alvo


MAGNITUDE
(quantidade de infectados)
POTENCIAL DE
Transmissibilidade do agravo
DISSEMINAÇÃO
Importância social ou gravidade da condição
TRANSCENDÊNCIA
(letalidade)
VULNERABILIDADE Possibilidade de intervenção ou controle
Notificar eventos especiais (epidemias, novas
COMPROMISSOS
doenças) e condições de notificação internacional
INTERNACIONAIS
(varíola, poliomielite, SARS e influenza)

Características de agravos

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Vigilância epidemiológica

Questão 09
(SMS - SP - 2016) A vigilância epidemiológica se abastece principalmente pela notificação
compulsória de doenças e agravos à saúde, cuja lista é atualizada metodicamente.
Assinale a alternativa que apresenta, exclusivamente, os critérios para a inclusão das
doenças na lista de notificação compulsória.

a) Severidade, infectividade, patogenicidade e virulência.

b) Potencial de disseminação, infectividade e transcendência.

c) Magnitude, compromissos internacionais e vulnerabilidade.

d) Interesse de segurança nacional, transcendência e agravos inusitados.

CCQ: Magnitude, compromissos internacionais e vulnerabilidade


são critérios de inclusão das doenças na lista de agravos de notificação

Essa é uma questão de nível médio, pois há um detalhe que passa despercebido por
muitos alunos - mas não para você, aluno Aristo!

Não confunda “características dos agravos” com “características do agente do agravo”


(que vimos mais acima)!

São 5 critérios para a inclusão de doenças na lista de agravos de notificação compulsória:


magnitude, potencial de disseminação, transcendência, vulnerabilidade e compromissos
internacionais. Portanto, a única alternativa que cita corretamente três desses critérios é
a alternativa C.

Gabarito: alternativa C.

Muito bem, agora você já sabe o que faz com que um agravo integre a lista de notificação,
mas você sabe como este processo funciona?
As notificações podem ser feitas de forma semanal, imediata (até 24h) ou negativa (quando
não há casos). Por questões de vigilância e controle, alguns agravos são notificados apenas
por determinadas unidades de saúde, denominadas unidades sentinelas; são exemplos: a
síndrome do corrimento uretral masculino, os transtornos associados ao trabalho de gravidade
moderada e leve, a infecção por rotavírus e a doença pneumocócica invasiva.

Vale lembrar que NÃO é necessária a confirmação diagnóstica do agravo para ser
feita a notificação. A sua suspeita já é suficiente!

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Vigilância epidemiológica

No final do texto, você encontrará uma tabela com todos os agravos de notificação
estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Infelizmente, não há uma maneira mágica de decorar
todos eles, mas é possível suavizar o processo.

6.1 Dicas de ouro Aristo


• Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação, bem como as condições que podem
ser prevenidas por vacina, seguindo o calendário vacinal, são de notificação compulsória
imediata. Mas não são todas! Vamos ver as principais exceções:
– Tuberculose e as hepatites virais são agravos apenas de notificação compulsória semanal,
enquanto a caxumba e o HPV nem mesmo precisam ser notificados;
– Apenas casos graves internados e óbitos por varicela são de notificação compulsória e
imediata - os demais casos nem de notificação compulsória são;
– Casos de infecção por rotavírus, casos de doença pneumocócica invasiva e casos de
síndrome gripal devem ser notificados apenas em unidades sentinelas.
• As condições ou situações que expõem o indivíduo ao risco de morte também devem ser
notificadas. São exemplos de agravos de notificação compulsória e imediata: violência
sexual, tentativa de suicídio, acidentes de trabalho graves ou envolvendo menor ou com
animais peçonhentos, botulismo, tularemia e antraz. São exemplos de agravos de notificação
compulsória e semanal: acidente de trabalho não grave, violência doméstica e outras formas
de violência e casos de intoxicação exógena (por metais pesados e agrotóxicos, por exemplo).
• Algumas condições fazem parte da lista de notificação devido a acordos internacionais
ou por trazerem risco à população por falta de conhecimento, ou tratamento. Assim, os
eventos de saúde pública, a varíola, a SARS, a influenza, a cólera, a peste, a febre-amarela
e a poliomielite também devem ser notificadas.
• Casos de febre-amarela devem ser notificados imediatamente. As demais arboviroses, as
doenças transmitidas por contato com animais (Creutzfeldt-Jakob) e casos de toxoplasmose
gestacional e congênita são de notificação semanal. Porém, quando falamos de Zika, dengue,
Chikungunya e malária, em alguns casos, a notificação deverá ser imediata: casos de óbitos
na Zika, Chikungunya e dengue, casos de Zika em gestantes, casos de Chikungunya fora
de área de transmissão e casos de malária fora da região amazônica devem ser notificados
IMEDIATAMENTE.
• A forma aguda da doença de Chagas é considerada agravo de notificação compulsória há
vários anos. Porém, na última lista (2020), foi adicionada a forma crônica da doença de
Chagas. A diferença é que a forma aguda deve ser notificada imediatamente, enquanto a
forma crônica deve ser notificada semanalmente.
• Você lembra da regrinha de que as doenças que integram a Lista Nacional de Notificação
Compulsória devem ser notificadas a partir da suspeita? Guarde ela com carinho! Mas
lembre-se: toda regra tem suas exceções. Aqui a principal delas é a tuberculose, que deve
ser notificada apenas nos casos confirmados.

23


Vigilância epidemiológica

Questão 10
(HUSE - SE - 2021) A portaria nº 264, de 17 de fevereiro de 2020, que altera a Portaria
de Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, atualiza a Lista Nacional de
Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de
saúde públicos e privados em todo o território nacional. A principal alteração foi:

a) Inclusão da suspeita de infecção pelo vírus SARS-CoV-2 como doença de notificação


imediata.

b) Inclusão da notificação compulsória da infecção pelo HIV.

c) Exclusão da notificação da Violência doméstica e/ou outras violências.

d) Inclusão da notificação da Violência sexual e tentativa de suicídio.

e) Inclusão da notificação da doença de Chagas crônica.

CCQ: Saber que a doença de Chagas crônica foi incluída


na lista nacional de notificação compulsória em 2020

Temos aqui uma questão muito interessante que traz as atualizações da Lista Nacional de
Notificação Compulsória e, como sabemos, as provas adoram cobrar mudanças recentes
de protocolos e diretrizes.

A atualização abordada pela banca é a adição da forma crônica de Chagas na lista de


notificação compulsória. Talvez você tenha ficado confuso, tendo em vista que a doença
de Chagas é considerada notificação compulsória há alguns anos.

Entretanto, antes tínhamos apenas a sua forma aguda listada, que deve manter a notificação
imediata, enquanto, desde 2020, temos também a sua forma crônica, que se difere ao ter
sua notificação feita semanalmente.

Outra dúvida comum na questão é quanto à inclusão de Sars-Cov-2 como doença de


notificação imediata. No entanto, síndromes gripais agudas graves devem seguir os
protocolos já estabelecidos, devendo ser notificados no Sistema de Informação da
Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe).

Gabarito: alternativa E.

Clique para acessar:

ANEXO 1: Lista nacional de agravos de notificação compulsória (Ministério da Saúde, 2020)

ANEXO 2: Doenças de notificação em unidades sentinela (Ministério da Saúde, 2016)

24


Vigilância epidemiológica

TOP 3

Aspectos e representantes dos agravos de notificação


1
compulsória.
2 Condutas na pós-exposição ao tétano e raiva.
Identificação dos níveis de prevenção (principalmente
3
quaternária).

Clique aqui e
assista ao
Aprofundando
o Pareto

25


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