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Olá, cursista!

Damos as boas-vindas à aula de “Resposta às Emergências


Epidemiológicas: Ativação de Sala de Situação em Saúde e de Centro de
Operações de Emergências em Saúde”. É um prazer ter você por aqui! Esta aula
faz parte do curso Emergências Biológicas, que pertence ao Programa de
Formação em Emergências em Saúde Pública (Profesp).
Nesta aula, serão desenvolvidos os seguintes objetivos de aprendizagem.
● Compreender os conceitos no âmbito das Emergências em Saúde Pública.
● Conhecer a função e estrutura dos Planos de Contingência para Emergências
em Saúde Pública e quais planos temos em nível nacional.
● Entender a estrutura de uma Sala de Situação em Saúde e de um Centro de
Operações de Emergência em saúde.
Vamos agora explorar dois conceitos que serão nossos guias nesta aula.

Antes de tudo, precisamos entender o que é um Evento de Saúde Pública. Fiquem


atentos, pois esse termo vai aparecer bastante. É uma situação que pode
representar uma potencial ameaça à saúde pública. Isso inclui surtos, epidemias,
doenças e agravos desconhecidos, alterações no padrão clínico-epidemiológico das
doenças conhecidas (considerando características como potencial de disseminação,
magnitude, gravidade, severidade, transcendência, vulnerabilidade), epizootias e até
agravos decorrentes de desastres ou acidentes.

Agora falaremos das Emergências de saúde pública. Essas situações demandam


medidas urgentes de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à
saúde pública. Podem surgir de eventos epidemiológicos, como surtos e epidemias,
desastres ou até mesmo por desassistência à população.

Importante ressaltar que toda emergência é um evento de saúde pública, mas nem
todo evento se torna uma emergência. A diferença crucial entre esses conceitos está
na gravidade da situação que observamos. É como se estivéssemos em uma escala,
onde a emergência representa uma situação mais crítica.

Entender essa diferença é fundamental para uma atuação eficaz. Vamos continuar
explorando para aprofundar nossos conhecimentos.
Atualmente, no Ministério da Saúde, as etapas do enfrentamento das Emergências
de Saúde Pública são classificadas em três eixos: Preparação, Vigilância e
Resposta. Começamos com o eixo da Preparação.

Aqui, estamos falando sobre a elaboração de diretrizes, planos, treinamentos,


simulados e a previsão e aquisição de insumos estratégicos destinados à assistência
das emergências.
Essa etapa, muitas vezes esquecida, é crucial. Quando bem planejada, torna a
resposta mais eficiente e organizada.

Agora, o segundo eixo: Vigilância.


Aqui, entramos em um processo contínuo e sistemático. O foco é detectar
precocemente alterações no padrão epidemiológico, monitorar e avaliar eventos de
saúde pública. Atualmente, é a etapa mais organizada dentro do Sistema Único de
Saúde.

Por fim, o terceiro eixo: Resposta.


Essa etapa é a encarregada de desenvolver o manejo da emergência, buscando
minimizar riscos e reduzir ao máximo suas consequências sobre a saúde da
população.
Cada um desses eixos desempenha um papel crucial no enfrentamento de
Emergências de Saúde Pública. Vamos continuar explorando para entender melhor
como essas estratégias se entrelaçam.
Vamos agora explorar uma ação de extrema importância na etapa de Preparação: a
elaboração ou revisão do Plano de Resposta às Emergências em Saúde Pública e
dos Planos de Contingência. Esses documentos são fundamentais para orientar as
ações do Setor Saúde em situações de potencial risco. Vamos entender mais!

Os Planos de Contingência são peças-chave no direcionamento das ações do Setor


Saúde, uma vez que existe a necessidade de um planejamento estratégico prévio
para enfrentar uma emergência e assim garantir uma resposta efetiva e coordenada.
Eles fornecem diretrizes claras e estruturadas, definindo as responsabilidades, as
estratégias e os recursos necessários para enfrentar uma emergência. Nesse
planejamento estratégico, a antecipação de cenários, a identificação de pontos
críticos e o estabelecimento de estratégias eficazes são cruciais.

As ações de manejo da emergência, dentro desses planos, são divididas em


estágios operacionais: normalidade, mobilização, alerta, situação de emergência e
crise. Essa abordagem gradual adapta-se às necessidades específicas de cada fase
da emergência.

A revisão periódica dos planos é essencial. Além do tempo decorrido desde a última
revisão, é crucial considerar mudanças nos processos de gestão. A pandemia de
covid-19, por exemplo, modificou muitos desses processos, alterando nosso olhar
sobre a gestão de emergências.
As lições aprendidas durante a pandemia são incorporadas à revisão, aprimorando a
capacidade de enfrentamento de outras emergências.

O Ministério da Saúde lançará um Guia de Elaboração de Planos de Contingência,


buscando padronizar o formato desses documentos. Esse guia fornecerá uma
estrutura orientadora no âmbito do Sistema Único de Saúde, incluindo um sumário
de itens essenciais e definições de conceitos importantes.
O Ministério da Saúde possui um plano de Resposta às Emergências de Saúde
Pública que é chamado de “plano mestre”. Este plano é mais geral, não vinculado a
uma doença ou evento específico. Sua função é estabelecer diretrizes gerais para a
gestão das Emergências de Saúde Pública no país, incluindo conceitos básicos
essenciais para os processos de resposta.

Atualmente, ele está passando por um processo de atualização e ampliação. A ideia


é abranger não apenas o eixo de resposta, mas também os eixos de preparação e
vigilância. Entendemos que esses componentes precisam caminhar juntos para uma
gestão eficaz de emergências.

No âmbito nacional, contamos com o "Plano de Resposta" e vários "Planos de


Contingência" para eventos de potencial risco.

Alguns desses Planos de Contingência já elaborados abordam situações como Seca


e Estiagem, Inundação, Eventos QBRN, Epidemias de Dengue, Arboviroses, Ebola,
Febre Amarela, Sarampo, covid-19 e MPOX.

Além desses, outros planos estão em diferentes estágios. O "Plano de Contingência


Nacional para Emergência em Saúde Pública por Rompimento de Barragem" está
em processo de finalização e em breve estará disponível.
Em construção, temos o "Plano de Contingência Nacional para Emergência em
Saúde Pública por Influenza Aviária de Alta Patogenicidade". Futuramente, também
teremos o "Plano de Contingência Nacional para Emergências em Saúde Pública por
Desassistência".

A diversidade desses planos reflete a abordagem abrangente do Ministério da Saúde


para lidar com diversas situações de emergência. Vamos continuar a explorar esses
recursos vitais.
Agora, vamos adentrar a primeira estratégia de monitoramento de eventos de saúde
pública: a Sala de Situação. Em situações que indicam uma potencial emergência
em saúde pública, a Sala de Situação pode ser mobilizada para realizar um
monitoramento detalhado da situação epidemiológica. Vamos entender mais sobre
essa estratégia.

Ela elabora estratégias, monitora e analisa atividades, discute dados sobre o


comportamento das doenças, dissemina informações e executa atividades
específicas.

Essa estratégia é caracterizada como um espaço físico e virtual, com visão integral e
intersetorial. Uma equipe técnica analisa dados de saúde e doença, indicando a
situação da saúde em uma região definida.

O principal objetivo da Sala de Situação é analisar informações para subsidiar


decisões nas ações de prevenção e controle de doenças, agravos e eventos de
saúde pública.

Essa estratégia facilita a produção ou revisão de um Plano de Contingência para o


evento sob monitoramento. Reunindo diversos atores em um mesmo espaço, a Sala
de Situação promove a discussão sobre o evento.

O cenário epidemiológico e de risco observado na SALA DE SITUAÇÃO pode indicar


a necessidade de ativação de um COE, dependendo da escalabilidade do evento.
Durante esse processo, a situação pode evoluir para uma potencial Emergência de
Saúde Pública.

Entender a Sala de Situação é compreender como a tomada de decisões


fundamentais ocorre no monitoramento de eventos de saúde pública. Vamos
aprofundar nosso conhecimento.
Agora, vamos explorar os objetivos fundamentais da Sala de Situação. Entender
esses objetivos nos ajuda a compreender a amplitude e importância dessa estratégia
no monitoramento de eventos de saúde pública.
● O primeiro objetivo da Sala de Situação é detectar e monitorar o cenário
epidemiológico do evento de saúde pública.
● Em seguida, ela tem o papel de planejar e avaliar as ações em saúde pública
para enfrentar o evento em questão.
● Além disso, a Sala de Situação apoia e subsidia a definição de programas e
políticas para aprimorar a resposta ao evento de saúde pública.
● Outro objetivo importante é avaliar a capacidade de acesso aos serviços de
saúde relacionados ao evento em questão.
● A Sala de Situação também apoia as ações de vigilância em saúde, incluindo
a vigilância das doenças sujeitas a regulamento internacional.
● Por fim, um objetivo crucial é difundir as informações em saúde relacionadas
ao evento monitorado para gestores, profissionais de saúde e a comunidade.
Agora, adentramos o Centro de Operações de Emergência, o COE. Vamos explorar
seus objetivos, funções, ações e estruturas para entender como ele promove uma
resposta coordenada em Emergências de Saúde Pública.

O COE tem como objetivo principal promover uma resposta coordenada, articulando
e integrando os diversos atores envolvidos na Emergência de Saúde Pública.

O COE é multidisciplinar e multissetorial, incluindo setores governamentais e não


governamentais. As equipes do COE abarcam uma variedade de profissionais, como
sanitaristas, epidemiologistas, especialistas em logística e comunicação, entre outros
profissionais que o comando do COE julgar necessário para cada emergência.

Um COE pode ou não indicar a necessidade de declarar uma Emergência de Saúde


Pública de Importância Nacional (ESPIN) ou Internacional (ESPII). É vital que toda
Emergência de Saúde Pública com impacto no território nacional tenha um COE
ativo para gerenciar a resposta, mas um COE pode estar ativo sem necessariamente
requerer essa declaração.

O COE não é uma estrutura fixa, mas sim uma estratégia. Deve ser ativado e
desativado conforme a necessidade.

A decisão de ativar ou desativar um COE é baseada na análise de todas as


informações disponíveis, incluindo avaliação de risco, planos de contingência,
cenário epidemiológico e decisões de gestão.

Compreender o COE é compreender como a coordenação e a integração são vitais


na gestão de emergências de saúde pública. Vamos continuar a explorar mais sobre
a atuação do COE.
Vamos agora explorar as principais funções desempenhadas pelo Centro de
Operações de Emergência, o COE. Compreender essas funções é essencial para
visualizar como ele coordena e atua na gestão de Emergências de Saúde Pública.
● Uma das principais funções do COE é promover uma resposta coordenada,
articulando e integrando os diversos atores envolvidos na emergência.
● Ele também organiza a coordenação da resposta no âmbito do Sistema Único
de Saúde para a emergência em saúde pública.
● Além disso, o COE subsidia a tomada de decisão dos gestores,
proporcionando um espaço para decisões operacionais oportunas no manejo
da Emergência de Saúde Pública.
● O COE atua na comunicação e coordenação das ações de enfrentamento da
Emergência de Saúde Pública, promovendo a articulação dos atores-chave
envolvidos na resposta.
● Outra função crucial é coletar, analisar e utilizar dados epidemiológicos,
assistenciais e informações sobre a emergência.
● Quando necessário, o COE também gerencia recursos, insumos, equipes e
serviços.
● Por fim, estabelece comunicação estratégica com autoridades públicas e
privadas, imprensa, profissionais de saúde, população e outros parceiros
durante a resposta à Emergência em Saúde Pública.

Essas funções fundamentais do COE são a espinha dorsal para uma resposta eficaz
em Emergências de Saúde Pública. Assim, entendemos as múltiplas funções
desempenhadas pelo Centro de Operações de Emergência.
As ações realizadas no COE perpassam os diversos setores envolvidos na resposta
à Emergência de Saúde Pública.

Vamos explorar as principais ações realizadas para gerenciar essas situações


desafiadoras.

● Uma das ações primordiais é estabelecer o Plano de Ação do Evento,


direcionando as atividades durante a resposta à emergência.
● O COE implementa ações do plano de contingência ou elabora um plano para
a Emergência de Saúde Pública quando inexistente. Além disso, realiza
análises da situação de saúde relacionada à Emergência.
● A geração e disseminação de informações relevantes são feitas por meio de
boletins, informes, cards, alertas e outros meios de comunicação.
● O COE estabelece uma Matriz de Responsabilidade para monitorar as ações
realizadas, a logística de insumos e o envio e atuação das equipes no
território.
● Elaborar o plano de desmobilização para quando o COE for desativado é
outra ação crucial. Além disso, o COE realiza avaliações intra e pós-evento
para compilar lições aprendidas durante a resposta emergencial.
● O COE desenvolve uma série de produtos e ferramentas obrigatórias, como
elaboração de listas de contatos estratégicos, pastas compartilhadas,
modelos de apresentação, relatórios e listas de presença das reuniões de
briefing e debriefing.
Essas ações são peças fundamentais para a execução eficaz do COE durante uma
Emergência de Saúde Pública.
Uma das principais dificuldades dos gestores e profissionais de saúde no território é
saber qual estratégia escolher para monitorar e/ou gerenciar o evento ou emergência
de saúde pública em questão.

Sendo assim, vamos discutir um pouco sobre as principais diferenças entre COE e
Sala de Situação.
● O COE é uma estratégia de gestão de resposta de uma potencial (ou já em
curso) emergência de saúde pública, enquanto a Sala de Situação é uma
estratégia de monitoramento epidemiológico de eventos de saúde pública.
● O COE atua em um único tema por estrutura, podendo ter múltiplos COEs
ativos simultaneamente em cenários de múltiplas emergências. Enquanto
isso, a Sala de Situação pode monitorar um ou mais temas simultaneamente.
● O COE é temporário, ativado e desativado conforme a necessidade, enquanto
a Sala de Situação pode ser temporária ou permanente.
● O COE promove uma resposta coordenada entre as esferas de gestão para
emergências de saúde pública. Por outro lado, na Sala de Situação, não há
necessidade de resposta coordenada.
● No COE, a articulação com outras instituições e esferas de gestão é
essencial, mas na Sala de Situação não é mandatório.

Essas diferenças destacam a importância de cada estratégia na gestão de


Emergências de Saúde Pública.
Continuando nossa exploração das diferenças entre o Centro de Operações de
Emergência, o COE, e a Sala de Situação, vamos aprofundar ainda mais nas suas
distinções para compreender como cada uma se adapta a diferentes contextos de
Emergências de Saúde Pública.
● A ativação e desativação do COE são indicadas pela avaliação de riscos em
conjunto com a decisão da gestão. Já a Sala de Situação é ativada
dependendo da situação epidemiológica do evento e da decisão da gestão.
● O COE requer um Sistema de Comando de Operações para organizar os
processos de trabalho, garantindo uma resposta coordenada. Isso não se
aplica à Sala de Situação.
● O COE necessita de um Plano de Ação do Evento para orientar as ações de
resposta à Emergência de Saúde Pública, enquanto a Sala de Situação não
requer um plano de trabalho específico.

Essas diferenças destacam como o COE e a Sala de Situação se adaptam a


diferentes necessidades e cenários na gestão de Emergências de Saúde Pública.
Agora, vamos mergulhar na complexa composição do Centro de Operações de
Emergência, o COE, e entender a diversidade de atores-chave que podem fazer
parte dessa estrutura.

A atuação do COE demanda uma abordagem intersetorial e interinstitucional. Isso se


reflete na composição variada de atores-chave, dependendo do tipo de Emergência
de Saúde Pública em questão.

Os diversos atores-chave que podem compor o COE incluem setores como


Vigilância em Saúde, Atenção à Saúde, Saúde Indígena, Saúde Especializada,
Vigilância Sanitária, Rede Laboratorial, Institutos e Organizações Nacionais e
Internacionais, Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária, Casa Civil, Defesa Civil,
Segurança Pública, entre outros.

Essa diversidade de atores reflete a complexidade e abrangência necessárias para


uma gestão eficaz durante Emergências de Saúde Pública.
O COE se organiza de acordo com as demandas específicas impostas pela
Emergência de Saúde Pública. Essa organização adaptativa é fundamental para uma
resposta eficaz.

O Sistema de Comando de Operações, o SCO, baseia-se em princípios


fundamentais de gestão de emergências, subdividindo os processos de trabalho no
COE.

O SCO destaca-se por sua capacidade de facilitar uma resposta organizada durante
uma Emergência de Saúde Pública. É o método utilizado para o funcionamento e
gerenciamento eficaz do COE.

Essa estrutura deve ser flexível e adaptável às necessidades de cada Emergência. A


tipologia da Emergência pode exigir uma mobilização intensa de diferentes entidades
de resposta.

A capacidade do COE em se adaptar dinamicamente é essencial para lidar com a


diversidade e complexidade das Emergências de Saúde Pública.
O organograma do COE é modelado pelo Sistema de Comando de Operações, o
SCO, servindo como modelo de gestão durante Emergências de Saúde Pública.

Essa estrutura inclui uma unidade de comando, equipe de comunicação, equipe de


planejamento, equipe de operações, equipe de logística e equipe de administração e
finanças.

Dentro de cada uma dessas equipes, podem existir subdivisões dos processos de
trabalho, mantendo a clareza das atribuições de cada equipe durante a gestão da
emergência. Alguns componentes podem não ser acionados dependendo do tipo de
Emergência.

Essa estrutura flexível permite uma gestão adaptativa e específica para cada
situação de Emergência de Saúde Pública.

A seguir, vamos visualizar as atribuições de cada um desses componentes do SCO.


Vamos explorar as principais funções do Comando dentro do COE, durante
Emergências de Saúde Pública.

● O Comando é encarregado de garantir o funcionamento eficiente do COE e


estabelecer as relações entre os gestores envolvidos.
● Suas funções incluem a designação das responsabilidades a serem
desempenhadas no COE, estabelecimento da rotina de trabalho e
programação das atividades, bem como a coordenação dos trabalhos
realizados pelas diferentes equipes.
● Além disso, é responsável pela condução das reuniões de briefing e
debriefing, fundamentais para o alinhamento e avaliação das ações durante a
Emergência de Saúde Pública.

Essas funções críticas do Comando asseguram a coordenação e eficiência no


gerenciamento do COE durante situações de crise.
Vamos explorar as atribuições da equipe de Comunicação no COE, durante
situações de Emergências de Saúde Pública.

● A equipe de Comunicação é responsável por estabelecer a rotina de trabalho


no COE, consolidando e divulgando os dados oficiais por meio de briefings,
boletins e outros formatos, para manter a transparência e a atualização sobre
a situação.
● Eles definem o porta-voz para a comunicação regular e oficial com os meios
de comunicação externos do COE, garantindo a consistência e clareza das
informações divulgadas.
● Realizam briefings de imprensa, divulgando boletins regularmente para
informar sobre a situação e evolução do evento, além de manter comunicação
regular com autoridades e parceiros para garantir o alinhamento das ações e
a consciência da situação.

A eficácia e clareza na comunicação são essenciais para manter a confiança e


transparência durante Emergências de Saúde Pública.
Vamos agora explorar as responsabilidades da equipe de Planejamento no COE,
durante Emergências de Saúde Pública.

● O Planejamento coordena a elaboração do Plano de Ação de Emergência


(PAE), sendo crucial na estruturação e execução das ações necessárias
durante a emergência.
● Essa equipe elabora ou revisa o Plano de Contingência, desenvolve
protocolos, procedimentos e rotinas específicas do COE e realiza a gestão da
matriz de responsabilidades, garantindo uma gestão estratégica e
organizada.
● Além disso, coordenam atividades de avaliação intra e pós-evento, apoiam o
gerenciamento das reuniões de briefing e debriefing, identificam e mobilizam
as áreas técnicas necessárias, elaboram plano de desmobilização; e
relatórios para o Comitê de Monitoramento de Eventos. (CME).

O Planejamento desempenha um papel vital na estratégia, coordenação e avaliação


das ações durante a Emergência de Saúde Pública.
Vamos explorar as diversas responsabilidades atribuídas à equipe de Operações
dentro do COE, durante situações de Emergências de Saúde Pública.
● A equipe de Operações gerencia as atividades de resposta, garantindo a
execução alinhada com o Plano de Ação de Emergência e supervisionando
as equipes envolvidas.
● Mantém a equipe mínima necessária para o funcionamento do COE, gerencia
contatos de atores estratégicos e estabelece estratégias eficazes para
registro e arquivamento de informações produzidas.
● Monitora, analisa e responde às demandas operacionais do COE,
disponibiliza informações para a área técnica responsável após a
desmobilização, realiza análises de risco, subsidiando a formulação do Plano
de Ação de Emergência, além de consolidar e disseminar informações acerca
da situação da emergência.

A equipe de Operações desempenha um papel essencial na gestão, análise e


disseminação de informações durante situações de crise. Assim, compreendemos a
amplitude e a importância das funções da equipe de Operações no COE, garantindo
uma gestão eficaz e organizada.
Vamos explorar as atribuições da equipe de Logística dentro do COE, durante
situações de Emergências de Saúde Pública.

● A equipe de Logística é responsável por identificar as necessidades de


equipamentos, serviços e insumos essenciais para o funcionamento do COE.
● Eles providenciam as instalações necessárias para o funcionamento do COE,
encomendam, recebem, armazenam e distribuem equipamentos e coordenam
contratos de aquisição com a área de administração e finanças.
● Além disso, a equipe de Logística monitora e gerencia os insumos,
equipamentos e a estrutura necessária para garantir o funcionamento eficaz
do COE.

A logística é vital para assegurar que todos os recursos essenciais estejam


disponíveis e prontos para utilização durante Emergências de Saúde Pública.
Vamos entender as responsabilidades da equipe de Administração e Finanças no
COE, durante situações de Emergências de Saúde Pública.

● A equipe de Administração e Finanças levanta informações sobre os recursos


financeiros necessários e identifica as fontes disponíveis para cobrir as
demandas do COE.
● Quando necessário, essa equipe organiza junto a instituições de apoio o
levantamento de recursos financeiros adicionais para garantir o
funcionamento adequado do COE.
● Além disso, a equipe de Administração e Finanças apresenta informes
regulares sobre as atividades financeiras realizadas no COE.

A gestão financeira é essencial para garantir a adequada distribuição e utilização dos


recursos necessários durante Emergências de Saúde Pública.
Vamos compreender as estruturas essenciais para a operacionalização do COE,
durante Emergências de Saúde Pública.
● É fundamental garantir um espaço físico definido para reuniões presenciais
do COE, incluindo briefings e debriefings gerais e encontros de grupos de
trabalho envolvidos na resposta emergencial.
● Um espaço virtual é imprescindível para reuniões virtuais do COE,
conectando entidades sem capacidade logística para encontros presenciais e
integrando diferentes esferas de COE, como o Nacional e o Local, para
coordenar a resposta à Emergência de Saúde Pública.
● A periodicidade das reuniões, definida pelo comando do COE, pode ser
ajustada de acordo com os níveis de ativação e desativação, considerando a
situação da Emergência de Saúde Pública.
● Reuniões de briefing e debriefing são essenciais para atualização e
pactuação das ações de resposta emergencial, abordando as atividades
atribuídas naquele dia.

Estas estruturas são fundamentais para a coordenação eficaz e ágil do COE durante
situações de Emergência de Saúde Pública.
Vamos analisar um exemplo de matriz de responsabilidade utilizada na gestão do
COE responsável por gerir a resposta à Emergência de Saúde Pública por
desassistência da população Yanomami.

Esta matriz organiza as atividades estabelecidas no Plano de Ação de Emergência


(PAE) e implementadas no contexto do COE, oferecendo uma estrutura clara de
responsabilidades e acompanhamento do progresso das ações.

A matriz inclui os seguintes componentes:

● ID: Número de identificação da atividade.


● EIXO: Setor responsável pela atividade (Comando, Comunicação,
Planejamento, Operações, Logística, Administração e Finanças).
● ATIVIDADES: Atividades estabelecidas no PAE para responder ao evento.
● RESPONSÁVEL: Nome do técnico responsável por atualizar o andamento da
atividade.
● PRIORIDADE: Classificação de prioridade (baixa, média, alta, muito alta).
● FREQUÊNCIA: Frequência de realização da atividade (pontual, diária,
semanal, quinzenal, mensal).
● INÍCIO: Data de início planejada ou real da atividade.
● PRAZO: Data para conclusão da atividade.
● STATUS: Andamento da atividade (não iniciada, em andamento, finalizada).
● OBSERVAÇÃO: Informações relevantes sobre o andamento da atividade.
● ATUALIZAÇÃO: Data da próxima atualização das informações sobre a
atividade durante as reuniões do COE.

Esta matriz é uma ferramenta valiosa para garantir o monitoramento e a execução


eficaz das atividades durante a resposta à Emergência de Saúde Pública.

Ela fornece clareza, responsabilidade e acompanhamento para cada atividade no


plano de ação.

Esta é apenas uma ilustração de como pode ser estruturada a matriz de


responsabilidade para a sua situação específica.

É uma ferramenta versátil que pode ser adaptada às necessidades de cada


Emergência de Saúde Pública.

Com essa matriz, você pode acompanhar, de forma organizada, o progresso das
atividades e garantir uma resposta eficaz em situações de emergência.
Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/resposta-a-
emergencias/coes/coe-yanomami/publicacoes-tecnicas/planos-e-
protocolos/plano_acao_coe_yanomami.pdf/view

Neste slide, apresentamos alguns exemplos de produtos resultantes da resposta


coordenada conduzida pelas ações do Centro de Operações de Emergência (COE).

Aqui temos um exemplo do Plano de Ação do Evento (PAE), que foi desenvolvido
para orientar as atividades do COE em resposta à emergência por desassistência no
território indígena Yanomami.

Ao lado, estão algumas páginas dos informativos semanais dos COEs Yanomami e
Arboviroses do ano de 2023.

Todos esses produtos estão disponíveis para profissionais de saúde e a população.


Eles podem ser acessados através do site do Ministério da Saúde, na seção
dedicada aos Centros de Operações de Emergência.

Esses recursos oferecem informações valiosas e detalhadas sobre a situação,


diretrizes e orientações durante eventos de emergência, contribuindo para a
transparência e acesso à informação.
No histórico do Ministério da Saúde, observamos uma série de estratégias de
resposta adotadas pelo COE nos últimos anos.

O COE atuou em várias situações, como:

● Rompimento de barragem no município de Mariana, em Minas Gerais, no ano


de 2015
● Rompimento de barragem no município de Brumadinho, em Minas Gerais, no
ano de 2019
● Surto de Sarampo, no ano de 2019
● Desastre com Petróleo no litoral Brasileiro, no ano de 2019
● Inundações na região Sudeste, no ano de 2020
● Pandemia de covid-19, no ano de 2020
● Surto de Arboviroses, no ano de 2022
● Emergência em Saúde Pública por MPOX entre 2022 e 2023

Essas estratégias demonstram a diversidade de emergências enfrentadas, refletindo


a atuação variada e crucial do COE em distintos contextos e desafios de saúde
pública.

O compromisso do Ministério da Saúde em responder a esses eventos emergenciais


foi essencial para as comunidades e o país como um todo.
Dentro do contexto da Sala de Situação, algumas estratégias se destacaram ao lidar
com emergências específicas:

● Rompimento de barragem no município de Paraisópolis, em Minas Gerais, no


ano de 2020
● Inundações no estado da Bahia, nos anos de 2021 e 2022
● Inundações no estado de Pernambuco, no ano de 2022
● Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) por
MPOX, no ano de 2022.

Essas estratégias foram desenvolvidas e implementadas pela Sala de Situação,


enfatizando a importância dessa abordagem na gestão de diferentes emergências de
saúde pública, abrangendo eventos variados e impactantes.

A ação coordenada no âmbito da Sala de Situação foi vital para responder


efetivamente a esses desafios de saúde pública, apoiando e protegendo as
comunidades afetadas.
Atualmente, no Ministério da Saúde, a responsabilidade pela gestão das
Emergências em Saúde Pública e das operações dos COEs é atribuída ao
Departamento de Emergências em Saúde Pública. Os COEs, Centros de Operações
de Emergências, são estabelecidos por meio de portarias ministeriais, as quais são
assinadas pelo Ministro ou Ministra da Saúde.
Geralmente, a liderança dos COEs no Ministério da Saúde é compartilhada entre a
área técnica específica que lida com o agravo ou doença relacionada à emergência
em curso e o Departamento de Emergências em Saúde Pública. Caso a emergência
não possua uma área técnica designada, a liderança do COE é atribuída ao
Departamento de Emergências em Saúde Pública até que a emergência seja
alocada em uma área específica.

Desde o início de 2023, três COEs foram ativados no Ministério da Saúde. O COE
Yanomami, ativo desde 20 de janeiro, tem como objetivo manejar a resposta à
Emergência em Saúde Pública por desassistência à população indígena Yanomami.
O COE Arboviroses, ativado em março de 2023 e desativado em junho do mesmo
ano, gerenciou a resposta à Emergência em Saúde Pública devido ao aumento de
casos de arboviroses no Brasil. Por outro lado, o COE Influenza Aviária, ativado em
junho de 2023 e ainda em andamento, lida com a potencial Emergência em Saúde
Pública devido a casos de H5N1 em aves no território brasileiro.

Esses exemplos nitidamente ilustram três COEs que respondem a situações


totalmente distintas. Em um cenário, há uma resposta a uma ESPIN; em outro, a
uma Emergência em Saúde Pública. E por fim, a um cenário de Emergência
Zoossanitária e uma possível Emergência em Saúde Pública.

Essa variedade de cenários destaca a importância de uma cultura de gestão de


emergências coordenada e unificada, não apenas quando o cenário já é crítico, mas
antecipando ações e promovendo estratégias mais eficazes para prevenir e controlar
Emergências em Saúde Pública.

Além disso, vale mencionar que outros COEs, não exclusivamente vinculados à
Saúde Pública, podem operar simultaneamente, como o COE interministerial
organizado pela Casa Civil da Presidência da República.
Finalizaremos nossa jornada examinando uma estratégia crucial no âmbito da
vigilância e resposta em saúde pública: o Comitê de Monitoramento de Eventos,
conhecido como CME. Este Comitê tem um papel fundamental no monitoramento de
eventos que possam representar riscos para a saúde pública.

No Ministério da Saúde, o CME é gerido pelo Departamento de Emergências em


Saúde Pública e realiza reuniões semanais. Durante esses encontros, gestores de
departamentos e secretarias relevantes para o apoio a emergências de saúde
pública juntam-se ao corpo técnico do Departamento. O principal objetivo dessas
reuniões é acompanhar eventos que possam se tornar emergências em território
brasileiro. Para isso, são coletadas informações provenientes da mídia e notificações
da Rede-CIEVS, o Centro de Informações Estratégicas para a Vigilância em Saúde.

Além disso, as reuniões do CME abordam informações estratégicas das ações dos
Centros de Operações de Emergência que estão atualmente ativos. É um momento
crucial para avaliar, compartilhar e manter-se informado sobre os diversos eventos
monitorados e as ações realizadas.
Antes de concluirmos nossa aula, vamos refletir sobre a importância de uma resposta
coordenada durante Emergências em Saúde Pública. Quando confrontados com
uma Emergência de Saúde Pública, é fundamental mobilizar diversas equipes para o
território, cada uma com suas especialidades, a fim de oferecer a melhor resposta
possível.

O Ministério da Saúde pode acionar várias equipes para o território, dependendo da


natureza da Emergência:

● Equipes da área técnica responsável pela doença ou agravo;


● Equipes da Força Nacional do SUS, para assistência;
● Equipes do EpiSUS Avançado, para investigação de surtos; e
● Equipes de Resposta do Departamento de Emergências, para gestão da
Emergência.

Além dessas equipes, profissionais de Organizações Não Governamentais como


Médicos Sem Fronteira e a Organização Pan-Americana da Saúde podem ser
mobilizados. Todas essas equipes e entidades requerem uma direção unificada para
coordenar as ações de resposta emergencial de modo a atender às necessidades do
território de forma harmônica.
Com isso, chegamos ao fim da nossa aula! Agradecemos pela atenção e
participação. Nos vemos em breve para explorar mais sobre Emergências Biológicas
na próxima aula. Até lá!

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