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Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes
Prólogo
Este Curso responde a uma necessidade explícita de múltiplas instituições de primeira resposta.
Embora cada uma tenha um modo próprio de trabalhar, reconhecem a importância de
compartilhar o uso comum de linguagem, procedimentos e normas.
O Material de Referência, cuja leitura constitui o Trabalho Preliminar do Curso, foi preparado
como fundamento teórico para o ensino de uma estrutura sistêmica dinâmica, flexível e
facilmente adaptável. Lembremos que quem deve fazer funcionar essa estrutura são seres
humanos com suas necessidades, seus desejos, suas ilusões e suas ânsias de realização em
trabalhos duros, muitas vezes penosos.
Dada a necessidade de dispor os recursos de forma racional, ordenada e eficiente, o SCI prevê
a elaboração de um Plano de ação para incidentes, no qual estejam estabelecidos os objetivos e
se definam as atividades e as táticas de aplicação dos recursos, em um ou mais períodos de
trabalho, para que a operação seja concluída com êxito.
SUMÁRIO
1. Antecedentes............................................................................................................................ 04
2. Princípios.................................................................................................................................. 05
Fontes Bibliográficas.................................................................................................................... 44
GLOSSÁRIO................................................................................................................................ 45
1. Antecedentes
Como resposta a uma série de grandes incêndios florestais no Sul da Califórnia, na década dos
anos 70, foi desenvolvido o Sistema de Comando de Incidentes (Incident Command System, ou
ICS).
O Curso SCI visa que os grupos de resposta, como Bombeiros (estruturais, florestais, outros),
Polícia, Cruz Vermelha, órgãos da área da Saúde, Defesa Civil, Forças Armadas e outros
trabalhem sob um mesmo sistema, empregando uma terminologia comum com uma organização
definida e regida por procedimentos padronizados.
2. Princípios
O Curso SCI capacita no uso de uma ferramenta útil para conseguir eficiência no comando, o
controle e a coordenação das operações de resposta a um incidente, como também na
preparação frente a cenários de risco. Essa ferramenta é o Sistema de Comando de Incidentes.
Princípios do SCI
É comum que, tanto em eventos que afetam a pessoas de forma isolada (acidentes de trânsito,
por exemplo) como nos desastres, a resposta requeira a cooperação de várias
instituições.Chamados a participar em tal resposta, o pessoal de uma instituição pode ver-se
incorporado a um SCI. Dado o atual movimento para uso desse Sistema, tal circunstância é
muito provável e exige estar preparado.
O SCI baseia-se em princípios administrativos que demonstraram a muito tempo seu potencial
para melhorar a eficácia e a eficiência de diversos tipos de instituições. São perfeitamente
aplicáveis na resposta a eventos adversos de qualquer dimensão e complexidade. Os princípios
do SCI permitem assegurar o desencadeamento rápido, coordenado e efetivo dos recursos e
minimizar a alteração das políticas e procedimentos operacionais, próprios de cada uma das
instituições que estão a responder a ocorrência. Esses princípios são:
• Terminologia comum;
• Alcance de controle;
• Organização modular;
• Comunicações integradas;
• Consolidação de planos em um único Plano de Ação do Incidente (PAI);
• Unidade no comando;
• Comando Unificado;
• Instalações com localização determinada e denominação precisa;
• Manejo integral dos recursos.
• Terminologia comum
O SCI propõe a todas as instituições envolvidas uma terminologia padrão e coerente que
lhes permita:
• Alcance de controle
O alcance de controle é definido como o número de indivíduos que uma pessoa pode
supervisionar com efetividade. Enquanto o número de subordinados cresce aritmeticamente,
os problemas que se apresentam ao superior são feitos em progressão geométrica.
Em geral, o número varia de três a sete pessoas por responsável; no SCI, cinco pessoas é o
número ótimo para manter o alcance de controle.Conforme essa proporção cresce ou
decresce, o Comandante do Incidente deverá reexaminar a configuração da estrutura.
• Organização modular
A estrutura modular do SCI deve ser desenvolvida segundo o tipo de incidente, sua
magnitude e sua complexidade. Para cada incidente a organização estrutural vai-se
ajustando segundo as características de cada incidente e a quantidade de recursos
necessários. Começa com a atuação e responsabilidade inicial a cargo do Comandante do
Incidente (CI)(1). Caso na resposta a um incidente, um só indivíduo possa manejar as funções
indispensáveis para controlar o incidente, como por exemplo segurança, operações,
planejamento e logística(2), não será necessário delegá-las a outras pessoas.
• Comunicações integradas
Os incidentes pequenos, simples, de curta duração, que são resolvidos com recursos
simples, não necessitam de planos escritos.
São necessários planos escritos, quando:
______________________
(1) O CI é quem, chegando na cena, assume a responsabilidade das ações no local, até que a autoridade em comando a
transfira a outra pessoa.
(3) É o equipamento e seu complemento em pessoal – ou equipe de indivíduos com uma pessoa no comando ou
direção, ou então indivíduos que podem ser designados para uma aplicação tática em um incidente.
(4) Ao tratar a Seção de Operações será observado que é sua a responsabilidade de planejar as comunicações no
incidente
• Unidade do Comando
• Comando Unificado
O Comando Unificado é uma função prevista no SCI e se aplica quando várias instituições
utilizam acordos conjuntos para atender a um incidente onde cada instituição conserva sua
autoridade, responsabilidade e obrigação de prestar contas.
Nos incidentes de grande extensão geográfica, naqueles que demandam um grande número
de recursos, ou ainda naqueles que exigem recursos altamente especializados, podem ser
estabelecidas outras instalações.
A aplicação desse princípio permite consolidar o controle dos recursos otimizando sua
eficiência e a segurança do pessoal, reduzir o fluxo disperso de comunicações, contabilizar o
uso de recursos e utilizar o estritamente necessário.
______________________
(6) Segurança (policias), Controle de incêndios (bombeiros), etc.
O SCI é uma ferramenta efetiva para planejar com uma sólida base prováveis cenários de risco e
responder a incidentes incluindo, entre outros:
• Visitas de dignitários;
• Rebelião em penitenciárias;
• Comando do Incidente
• Planejamento
• Operações
• Logística
• Administração/Finanças
• Segurança
• Porta-Voz (Informação Pública)
• Ligação
Todas essas funções devem ser cumpridas qualquer que seja o incidente. Freqüentemente, nos
incidentes cotidianos pequenos e fáceis de solucionar, todas essas funções podem ser
assumidas por uma só pessoa, o Comandante do Incidente. No caso de incidentes que
demandem uma carga de trabalho maior ou recursos especializados em alguma ou em todas as
funções mencionadas, serão estabelecidas cada uma das seções que sejam necessárias:
Planejamento, Operações, Logística e Administração/Finanças.
Um CI deve ser decidido, seguro, objetivo, calmo, adaptável ao meio físico, social e de trabalho,
mentalmente ágil e flexível. Deve ser realista acerca de suas limitações e ter a capacidade de
delegar funções de forma apropriada e oportuna para manter o alcance de controle.
Responsabilidades:
Responsabilidades:
Responsabilidades:
pequena magnitude pode ser que a estrutura deva expandir-se devido a complexidade
(nível de especificidade da resposta). Ex.: um incêndio em um pequeno depósito de
produtos químicos agropecuários, necessitará de uma estrutura expandida com posições
especializadas (inflamáveis, tóxicos, venenos, explosivos). Em um incidente de grande
magnitude, por exemplo, um incêndio em uma grande madeireira pode ser que requeira
uma estrutura simples de manejo de fogo e nada mais.
4.3 Seções
Seção: Nível da estrutura que tem a responsabilidade de uma área funcional principal no
incidente (Planejamento, Operações, Logística, Administração/Finanças).
Seção de Planejamento
As funções dessa Seção incluem recolher, avaliar, difundir e usar a informação acerca do
desenvolvimento do incidente e manter um controle dos recursos. Ela elabora o Plano de Ação
do Incidente (PAI), o qual define as atividades de resposta e o uso dos recursos durante um
Período Operacional. Sob sua direção estão os Líderes das Unidades de Recursos, de Situação,
de Documentação, Desmobilização e Unidades Técnicas.
Responsabilidades:
Seção de Operações
A Seção de Operações é a responsável pela execução das ações de resposta. O Chefe da
Seção de Operações reporta-se ao CI, determina a estrutura organizacional interna da Seção,
dirige e coordena todas as operações cuidando da segurança do pessoal da Seção, assiste o CI
no desenvolvimento dos objetivos da resposta ao incidente e executa o Plano de Ação do
Incidente (PAI). Dirige os Coordenadores de Setor de Operações, o Coordenador de Operações
Aéreas, os Supervisores de Divisão/Grupo, os Encarregados da Área de Espera, Área de
Concentração de Vítimas, de Helibase, de Helipontos e os Líderes das Forças Tarefa, das
Equipes de Intervenção e dos Recursos Simples.
Responsabilidades:
Seção de Logística
A Seção de Logística é a responsável por prover instalações, serviços e materiais, incluindo o
pessoal que operará os equipamentos solicitados para atender o incidente. Esta seção é
indispensável quando as operações são desenvolvidas em áreas muito extensas e quando são
de longa duração. As funções da Seção são de apoio exclusivo aos que respondem ao incidente.
Ela dirige o Coordenador do Setor de Serviços e o Coordenador do Setor de Apoio; os Líderes
das Unidades Médica (proporciona atendimento ao pessoal de resposta ao incidente e não às
vítimas), de Comunicações, de Recepção e Distribuição, de Instalações, de Provisões, de Apoio
Terrestre e de Alimentação; os Encarregados de Base, de Equipes, de Acampamento, de
Segurança e de Requisições.
Responsabilidades:
Unidade Médica: Desenvolve o Plano Médico e provê primeiros socorros e atenção médica
intensiva ao pessoal designado para a emergência. Essa unidade também desenvolve o plano
de transporte médico do incidente ( por terra e/ou ar) e prepara relatórios médicos.
Responsabilidades:
Unidade de Tempos: Deve registrar todos os tempos do pessoal que trabalha no incidente.
Unidade de Custos: Responsável por colher toda a informação sobre custos e apresentar
orçamentos e recomendações que permitam economia de gastos.
Como já foi dito, no caso de incidentes cotidianos, pequenos e fáceis de solucionar, as funções
do SCI são assumidas por uma única pessoa, o Comandante do Incidente (CI). Quando a
magnitude ou a complexidade de um incidente aumente e seu alcance de controle diminua, o CI
necessita delegar funções a outras pessoas.
Terminologia da Organização
Setor
Nível da estrutura com responsabilidade funcional ou geográfica designada pelo CI, sob a
direção de um Chefe de Seção. É implementado quando o número de Divisões ou
Grupos excedem o alcance de controle ou se prevê que isto ocorrerá.
O CI pode implementar setores funcionais (Ex. Operações Aéreas, Controle de Trânsito e
outras). Também podem ser setores geográficos que conduzirão operações em áreas
geográficas delimitadas. Quando são implementadas, imediatamente se subordinam ao Chefe
de Seção.
Unidade
Divisão
Nível da estrutura que tem a responsabilidade de funções dentro de uma área geográfica
definida.
Grupo
A Divisão e o Grupo são níveis organizacionais que se encontram entre Força Tarefa, Equipe de
Intervenção, Recursos Simples e o nível de Setor (caso este tenha sido implementado).
Note-se que a partir de Grupo, as posições que seguem indicam níveis dentro da estrutura.
Estes níveis irão sendo estabelecidos à medida que o alcance de controle se faça necessário.
Podem ter responsabilidades funcionais específicas (Grupo) ou desempenhar funções em uma
área geográfica delimitada (Divisão).
Caso existam várias instituições com competência no incidente, convém que os recursos sejam
administrados sob suas linhas de subordinação naturais.
Força Tarefa
Quaisquer combinações e número de recursos simples de diferentes classes e tipos que são
constituídos para uma necessidade operacional particular. É dirigida por um Líder.
.
Por exemplo, um veículo de transporte de pessoal com seu condutor, mais equipamento com
câmera de vídeo para busca em estruturas colapsadas, somando-se ainda uma brigada de
remoção de escombros.
Na figura 4 o Chefe de Operações de um incêndio florestal tem a seu mando cinco recursos para
controlar o incidente. Em determinado momento, devido a extensão do incêndio a outra área, O
CI requer duas novas equipes de intervenção, o que o obriga a expandir a estrutura a duas
divisões para manter um correto alcance de controle. Figura 5.
Equipe de Intervenção
Por exemplo, três equipes de cães farejadores, cinco unidades de carros de patrulha, três
ambulâncias.
Recurso Simples
É o equipamento e seu complemento em pessoal que podem ser designados para uma ação
tática em um incidente. É dirigida por um Líder.
Avaliação do Incidente
Contingência
______________________
(7) No Capítulo 8 Plano de Ação do Incidente, descreve-se a avaliação inicial.
(8) Este assunto é tratado no Capítulo 11. Mobilização, Desmobilização e Encerramento
Como visto nos capítulos anteriores, o SCI consiste em uma organização que parte de uma
estrutura básica funcional (Staff de Comando e Seções) e que vai-se expandindo ou contraindo
de acordo com a evolução do incidente.
Embora se adapte a uma rápida expansão, ele mantém ao máximo possível a responsabilidade
pelo desempenho operacional e assegura que a estrutura conserve a justa proporção com
respeito ao incidente para conseguir um trabalho eficaz e eficiente.
ESTRUTURA EXPANDIDA
Figura 6.
No caso de incidentes cotidianos, de pequena magnitude e fácil solução (que são a maioria das
vezes), o processo de planejamento não requer uma reunião formal nem que o plano seja
escrito. Nestes casos, o Comandante do Incidente (CI) desenvolve um plano de ação e o
comunica verbalmente a seus subordinados em uma breve sessão de orientação.
Por serem mais freqüentes os incidentes de fácil solução, os períodos de duas a quatro horas
são os mais comuns.
O PAI inclui os componentes que serão descritos a seguir, mais os Formulários SCI respectivos:
• Recursos: Refere-se aos recursos que serão requeridos para poder implementar as
estratégias e desenvolver as ações; podem ser recursos simples, equipes de
intervenção, forças tarefa, assim como ferramentas, equipamentos e materiais de apoio
para comunicações. (Formulário SCI 202).
O PAI deve estar acompanhado de um plano de comunicações (Formulário SCI 205), o qual é
elaborado pela Unidade de Comunicações da Seção de Logística e de um plano médico
(Formulário SCI 206), elaborado pela Unidade Médica da Seção Logística, além de Anexos
(mapa ou plano do incidente).
1. Conhecer a situação;
3. Determinar as estratégias;
5. Executar o PAI;
6. Avaliar o PAI.
O sexto passo, Avaliar o PAI, tem especial relevância, pois permite a realimentação necessária
para continuar o processo através dos Períodos operacionais.
1. Conhecer a Situação
As pessoas que trabalham em um incidente devem ter um completo conhecimento da situação.
Para contar com adequada informação, é necessário que quem deve planejar esteja de posse de
certos dados essenciais.
Esses dados dependem das características próprias de cada evento. Começam a ser colhidos
na avaliação inicial da cena e, em geral, são os que respondem às seguintes perguntas:
No caso de que se chegue ao local quando já se iniciaram as operações, a estas poderiam ser
somadas as seguintes perguntas:
3. Determinar as estratégias
Neste passo são determinadas as estratégias(9) necessárias para levar a cabo o objetivo
estabelecido. Também se determinam e designam os recursos(10) apropriados para o Período
Operacional. As estratégias devem ser estabelecidas de maneira que possam ser concretizadas
dentro dos objetivos estabelecidos para o período operacional. Antes de escolhê-las é
importante verificar a disponibilidade de recursos e outros apoios que poderiam ser necessários.
A falta de apoio logístico pode estabelecer a diferença entre o êxito e o fracasso no alcance dos
objetivos.
A designação de recursos é feita tendo em conta cada uma das tarefas específicas do trabalho,
de acordo com a classe, tipo(11) e quantidade dos recursos disponíveis e necessários para
completar as operações no Período.
As estratégias que forem planejadas para o Período Operacional podem sofrer ajustes se os
recursos necessários não estiverem disponíveis. Estas mudanças poderão requerer também
uma reformulação dos objetivos.
É necessário determinar, dentro das bases funcionais do SCI, as relações entre os recursos que
operarão cumprindo as atividades indicadas no PAI. Isso dará origem a uma estrutura que será
representada com um organograma.
_______________
(9) Estratégia: Meio através do qual atingimos os objetivos estabelecidos. É o método, define o que se faz.
(10) Recursos: Pessoal e equipamentos disponíveis ou potencialmente disponíveis para sua locação em um incidente.
O tempo necessário para desenvolver um PAI varia, dependendo do incidente, das instituições
envolvidas e dos recursos disponíveis.
Uma vez elaborado o PAI e aprovado pelo CI, este deve ser de conhecimento geral.
5. Executar o Plano
No caso de pequenos incidentes, o CI dará instruções verbais. Quando o incidente o exige por
sua dimensão, complexidade ou porque se requer mais de um período operacional, o PAI deve
ser elaborado por escrito(Formulário SCI 202).
6. Avaliar o PAI
Ao executar o PAI devem ser avaliados tanto o desenvolvimento quanto a efetividade do mesmo.
Antes que o CI aprove o Plano para sua distribuição, os Chefes de Seção revisam os conteúdos
para assegurar que respondem de forma precisa à situação atual, pois pode haver passado um
certo tempo entre a elaboração do Plano e sua distribuição.
Finalizado o Período Operacional, são avaliados os resultados e se ajusta o novo PAI elaborado
para o próximo período.
• necessidades prioritárias;
• tempo que cada instalação estará em operação;
• custo do estabelecimento e operação da instalação;
• elementos ambientais que podem afetar as instalações.
São três as instalações comuns que o Comandante do Incidente (CI) pode estabelecer em um
incidente. São elas:
• Posto de Comando.
• Áreas de Espera (uma ou mais)
• Base (do incidente)
É um lugar fixo ou móvel, bem sinalizado (pode ser um veículo, barraca, tenda, reboque,
caminhão, ônibus ou qualquer outro lugar que possa ser fácil e rapidamente removido e
reinstalado). É estabelecido pelo Comandante do Incidente quando a situação o exige, seja pela
complexidade do incidente, pela quantidade de recursos que deverá administrar para controlá-lo
ou por sua duração. Quando possível e sem comprometer a segurança, o PC deve ser instalado
em linha visual com o incidente. Nele se instalam o Comando do Incidente, os Gerentes do Staff
de Comando e os Chefes de Seção.
Em incidentes de longa duração, é desejável procurar uma instalação com boa ventilação, bem
iluminada e adequadamente protegida.
PC
medida que um incidente cresce, requererá recursos adicionais. Para evitar os problemas que
poderiam provocar a convergência massiva de recursos à cena e para administrá-los de forma
efetiva, o Comandante do Incidente (CI) poderá estabelecer as Áreas de Espera que considere
_______________
(12) No Capítulo 11 – Mobilização, Desmobilização e Encerramento é apresentado o equipamento básico para
estabelecer um PC.
necessárias.
A Área de Espera:
O sinal de identificação da Área de Espera é um círculo com fundo amarelo e um E de cor preta
em seu interior.
• estar afastadas da cena do incidente a uma distância não superior a cinco minutos de
deslocamento;
• estar longe de qualquer zona perigosa;
_______________
(13) O tema será novamente abordado no Cap. 11 Mobilização, Desmobilização e Encerramento.
9.3 Base
A Base está sob a responsabilidade da Seção de Logística. Deve haver somente uma Base por
incidente, ainda que não se descarte a possibilidade de que sejam ativadas bases auxiliares(o
nome do incidente ou outra denominação será juntado ao termo Base). O Posto de Comando do
incidente pode ser instalado na Base.
• continuará por longo tempo, requerendo uma grande quantidade de recursos que deverão
ser escalados por turnos nas designações operacionais.
O sinal de identificação da Base é um círculo de fundo amarelo com um B de cor preta em seu
interior.
Nenhuma dessas instalações será detalhada neste Curso, mas convém conhecer a utilidade que
podem ter em certas circunstâncias.
Acampamento
Local dentro da área geral do incidente, equipado e preparado para proporcionar ao pessoal um
local para alojamento, alimentação e instalações sanitárias.
O acampamento pode localizar-se na base e desempenhar a partir daí suas funções específicas.
O sinal de Acampamento consiste em um círculo de fundo amarelo que contém a letra A (letra C
Helibase
Heliponto
Local preparado para que os helicópteros possam aterrizar, decolar, carregar e descarregar
pessoas, equipamentos e materiais.
H1
Mesmo não se tratando de instalações oficiais, as ACV serão necessárias em incidentes que
envolvam número de vítimas que excedem a capacidade de atendimento.
Ao chegar a primeira notícia confirmando vítimas e considerando-se que o tempo pode ser
crítico, um ACV deve ser instalado rapidamente para tratamento de emergência.
O ACV deve ser preparado para um fluxo eficiente, tanto de vítimas como de pessoal médico.
Cada área deve estar claramente sinalizada.
Caso seja necessário que os locais para classificação de vítimas estejam separados dos de
tratamento e estes dos de transporte, os ACV podem ser divididos em sub-áreas. É conveniente
que os Encarregados de ACV designem um supervisor para cada sub-área.
As áreas de tratamento devem estar suficientemente perto, umas das outras, para permitir:
Os pacientes em uma área de tratamento devem estar colocados de maneira que todos tenham
a cabeça posicionada para a mesma direção e deixando um espaço livre de no mínimo um metro
de largura entre um e outro. Isto facilitará o uso eficiente do espaço e o aproveitamento do
pessoal disponível. Quando se necessite de um necrotério, este local deverá ser seguro e pouco
visível das áreas de tratamento médico. É identificada por um círculo de fundo amarelo e letras
pretas.
10. Recursos
Em qualquer incidente, a administração eficaz dos recursos é um ponto de grande importância.
Levar a cabo uma operação eficiente requer capacidade para escolher o recurso, garantir sua
segurança e manter o controle dos que tenham sido designados.
10.1 Definição
Dentro do SCI é utilizado o seguinte conceito de recurso:
Equipamento e pessoal que estão disponíveis ou potencialmente disponíveis para sua aplicação
em um incidente.
Classe: Refere-se aos recursos descritos de acordo com a sua função. Por exemplo, veículo
policial (vigilância), helicóptero (transporte), motobomba (movimento de líquidos), etc.
Recursos da mesma Classe podem ser utilizadas por diferentes instituições em uma variedade
de emergências. Por exemplo, tanto a Polícia quanto os Bombeiros usam depósitos de
combustível e transportes para pessoal.
Recursos de Classes diferentes são usados especificamente por certas instituições e aplicam-se
somente em certas áreas. Por exemplo, veículos policiais (segurança, policia), os auto-bombas,
auto-escadas (bombeiros).
Tipo de recurso
Tipo: indica recursos específicos descritos de acordo com o seu nível de capacidade.
Usualmente os recursos são tipificados por números. O Tipo 1 expressa a maior capacidade, o
Tipo 2 a seguinte e assim sucessivamente.
Por exemplo, em uma unidade de transporte com vários helicópteros, um helicóptero Tipo 1 tem
a capacidade para 16 pessoas. Um helicóptero Tipo 3, a capacidade para cinco pessoas.
A tipificação de recursos ajuda no planejamento para escolher os mais adequados para uma
designação tática.
Devemos levar em conta que aplicar a maior capacidade nem sempre é a melhor opção para
cumprir uma tarefa. Por exemplo, o tamanho de um auto-bomba Tipo 1 poderia apresentar
graves inconvenientes, em relação a vias de acesso, para chegar à área onde é necessária.
Para facilitar ainda mais o trabalho no SCI, os recursos são categorizados em Forças Tarefa,
Equipes de Intervenção e Recursos Simples.
Cada FT tem um só Líder, seu próprio transporte e a capacidade de comunicação entre o Líder e
o supervisor do nível seguinte. Reporta ao Supervisor da Divisão ou Grupo, ao Coordenador de
Setor, ao Chefe da Seção de Operações ou diretamente ao Comandante do Incidente,
dependendo do nível de expansão da estrutura do SCI.
Comandante do Incidente
Força Tarefa 1
Força Tarefa 2
Força Tarefa 3
A Força Tarefa 1 é de Obras Públicas, conta com duas retroescavadeiras e dois caminhões
basculante, encarregada da reparação dos danos à tubulação principal de água.
Note-se que neste cenário, enquanto as Forças Tarefa estão constituídas por diferentes
classes e tipos, cada uma cobre uma função operacional específica. As FT podem ser muito
flexíveis em sua constituição, sem limitações impostas, exceto as que correspondem ao alcance
de controle.
Equipe de Intervenção
Recursos simples
Compreende o equipamento e seu complemento em pessoal que podem ser utilizados em uma
aplicação tática em um incidente.
Um Recurso simples é utilizado, geralmente, nas etapas iniciais de um incidente e podem ser
tipificados para refletir sua capacidade. Exemplos:
• Designados: são os que estão trabalhando no incidente, com uma tarefa específica;
• Disponíveis: são os que estão prontos para uma designação imediata na Área de
Espera;
• necessidade de manutenção;
• necessidade de um período de descanso, devido o pessoal encontra-se no limite de suas
condições operacionais;
• condições meteorológicas e de iluminação natural;
• sua utilização representar um custo excessivo e injustificado.
Usualmente, os recursos que passam a ficar indisponíveis são mantidos na Base (caso esta
tenha sido estabelecida).
O registro do estado dos recursos durante um incidente é mantido e atualizado pela autoridade
(Líder ou Supervisor) que controla o recurso. (Formulário SCI 211).
Caso seja ativada uma Área de Espera, o encarregado da mesma manterá o registro do estado
dos recursos localizados nessa Área e informará sobre qualquer mudança aos escalões
superiores.
Um Líder da Unidade de Recursos pode manter o registro do estado dos recursos designados
mas não pode mudar o estado de nenhum dos recursos por sua própria iniciativa ou autoridade.
O SCI provê formulários úteis para manter registro do estado dos recursos, os quais são
utilizados para diferentes propósitos.
• Formulário SCI 211: Lista de Comprovação para registrar os recursos à medida que
cheguem para atender um incidente;
Outras formas de registro são: cartões T, ímãs com imagens e folha eletrônica.
11.1 Pré-ativação
• preparar os pertences pessoais que serão necessários para o tempo que se estime durar a
tarefa.
• verificar o grau de autoridade que se tem sobre a própria instituição durante a designação do
incidente.
• verificar os arranjos que foram feitos para o transporte, tanto de ida como de regresso.
• Medicamentos utilizados habitualmente e outros que pode vir a necessitar. Revise a data de
vencimento;
• identificação da instituição
• lápis, caneta, marcadores ou pincel atômico
• papel, clipes
• formulários do SCI ou outros (específicos do evento)
• manual de campo do SCI
• planos de emergência
• mapas e anexos
• painel e formulários para o quadro de situação
• fita crepe e alfinetes ou percevejos para quadro ou mapas
• prancheta com prendedor para anotações
• legislação
• equipamentos ou ferramentas pessoais (capacete, luvas, cantil, uniforme, outros)
Quando os acionamentos são freqüentes, estes artigos devem ficar armazenados de forma
organizada e mantidos disponíveis todo o tempo. Caso o acionamento seja ocasional, será
preparada uma lista de verificação dos artigos a levar para reuni-los rapidamente quando
necessário.
11.2 Mobilização
Ativação
No SCI, a resposta a um incidente começa com a Mobilização que consta de quatro etapas:
Ativação, continua com Registro, Designação e Operação, depois vem a Desmobilização e
finaliza com o Encerramento.
Registro
Sempre que recursos dêem entrada na estrutura do SCI, devem ser devidamente registrados.
Todos os incidentes necessitam alguma forma de Registro. A seguir seguem os procedimentos
locais para documentar suas atividades. No início é utilizado o Formulário SCI 211. Quanto mais
completos e exatos forem os dados registrados, mais fácil será cumprir com a tarefa.
O registro é feito uma única vez. No SCI, a informação de registro é feita no Formulário SCI 211.
Os centros de registro podem ser encontrados nos três postos básicos das Instalações:
• Posto de Comando
• Base
• Área de Espera
Os supervisores devem manter uma lista de atividades dos registrados, de acordo com o
Formulário SCI 214, indicando o nome dos membros designados e uma lista das atividades mais
importantes cumpridas durante o Período operacional.
Designação
No momento de ser registrado, o pessoal receberá sua designação e os seguintes dados:
Operação
Tão rápido quanto possível, o recurso se apresentará na área à qual foi designado, localizará
seu supervisor imediato e conseguirá a informação que seja crítica para executar seu trabalho:
Na operação, as comunicações devem ser feitas em uma linguagem clara e simples, sem usar
códigos quando esteja informando assuntos do incidente. Informar somente o essencial. Não
usar o rádio ou o telefone, a menos que esteja autorizado para fazê-lo. Limitar o tráfego via rádio
ou telefônico ao estritamente necessário.
11.3 Desmobilização
Os procedimentos de desmobilização variam consideravelmente. O CI poderá executá-la
diretamente ou necessitar que se estabeleça uma Unidade de Desmobilização dentro da Secção
de Planejamento.
11.4 Encerramento
• Encerramento Operacional
• Encerramento Administrativo
Uma RPI é o intercâmbio estruturado de opiniões, analisando fatos e não condutas de indivíduos
ou grupos, que permite capitalizar as experiências individuais e grupais daqueles que
participaram de uma operação. Além de contribuir para a melhoria do manejo de situações
futuras similares, é uma oportunidade para que os participantes expressem e compartilhem as
sensações, sentimentos e vivências pessoais que tiveram durante a realização de seu trabalho.
Em um RPI não são utilizados os nomes das pessoas, mas sim as funções ou a identificação das
unidades. Exemplo: A Unidade de Documentação não preencheu os Formulários SCI 206 dos
últimos dois períodos operacionais.
Finalidade da RPI
A RPI tem como finalidade:
A RPI deve ser facilitada por uma pessoa imparcial. O facilitador não expressará opiniões
pessoais, somente promoverá e orientará o intercâmbio entre aqueles que estiveram envolvidos
na operação.
Tipos de RPI
Interna
É a RPI desenvolvida por cada instituição com seu pessoal para analisar sua própria atuação e a
interação com outras instituições durante a operação. É conveniente que essa RPI seja efetuada
dentro da primeira semana depois de concluídas as operações e antes de efetuar a RPI
interinstitucional.
As informações recolhidas na RPI interna serão resumidas em um relatório escrito que será
apresentado pelo representante da instituição na RPI Interinstitucional a que assista.
Interinstitucional
É uma RPI acordada por representantes das instituições envolvidas na operação. Geralmente o
tempo é distribuído na revisão da operação como um todo e para discutir aspectos específicos
apresentados por cada instituição.
É efetuada depois das RPI internas e dentro dos 30 dias posteriores ao incidente.
Aspectos positivos (o que foi feito corretamente e funcionou bem) e aqueles por melhorar
(problemas encontrados e lições aprendidas), referentes a:
- função de Operações;
- função de Planejamento;
- função de Logística;
- função de Porta-Voz;
- função de Segurança;
- função de Ligação;
- contração da estrutura do SCI;
- desmobilização e encerramento de operações.
- outros aspectos julgados relevantes.
Caso trate-se de uma RPI Interinstitucional, será incluído um resumo das ações tomadas por
cada instituição participante, com os aspectos positivos e por melhorar correspondentes.
Neste ponto é descrito como e quando se dá uma mudança de comando e os pontos-chave que
devem ser incluídos no relatório de transferência.
Uma transferência do comando deve ser feita cara a cara. O Comandante que sai deve
apresentar ao que entra seu Staff de Comando e os Chefes de Seção e informar-lhe:
O Comandante que entra e o que sai devem revisar juntos o quadro de situação do comando
que mostra o estado e acionamento dos recursos e notificar as mudanças à Central de
Comunicações e ao resto do pessoal designado.
Para facilitar a preparação do relatório, recomenda-se o uso do Formulário SCI 201. Este
Formulário permite elaborar um registro conciso de:
• área do incidente.
• ações que as instituições de resposta estão executando.
• organização atual do SCI.
• acionamento atual de recursos e necessidades de recursos adicionais.
Fontes Bibliográficas
FEMA, Incident Command System Basic, Federal Emergency Management Institute, IS 195/
janeiro 1998. Capítulo2.
Oklahoma State University, Incident Command System, Fire Protections Publications, Octubre
1983.
GLOSSÁRIO
A
A: símbolo para designar um acampamento.
Ação tática: disposição e uso dos recursos para cumprir as atividades e alcançar o
objetivo proposto.
Aplicação (período de): tempo desde que o recurso recebe a ordem de reportar-se até
ser liberado e desmobilizado da operação.
B
B: símbolo para denominar a base.
C
CBF: Curso de Bombeiro Florestal.
Classe de recursos: refere-se aos recursos descritos de acordo com a sua função.
D
Desastre: transtorno às pessoas, aos bens, aos serviços e ao ambiente, causado por
um evento natural ou provocado pela atividade humana e que excede a capacidade de
resposta da comunidade afetada.
Designação: descrição das tarefas que um recurso simples deverá realizar, o tempo
para executá-las e a pessoa a quem deve reportar-se.
Divisão: Nível da estrutura que tem a responsabilidade de funções dentro de uma área
geográfica definida.
E
Emergência: transtorno às pessoas, aos bens, aos serviços e ao ambiente, causado
por um evento natural ou provocado pela atividade humana, que a comunidade afetada
pode resolver com os meios previstos para tal fim.
Equipamento básico pessoal: artigos de uso pessoal que todo indivíduo que participa
de um incidente de média ou longa duração deve possuir.
Evento adverso: transtorno às pessoas, aos bens, aos serviços e ao ambiente de uma
comunidade, causado por um evento natural ou provocado pela atividade humana.
F
Força Tarefa: quaisquer combinações e número de recursos simples de diferentes
classes e tipos que são constituídos para uma necessidade operacional particular.
Gerente de ligação: é o contato no local para as outras instituições que tenham sido
designadas para o incidente.
H
H: símbolo para identificar a helibase.
Heliponto: local preparado para que os helicópteros possam aterrizar, decolar, carregar
e descarregar pessoal, equipamento e materiais.
I
Incidente: evento de causa natural ou por atividade humana que requer a ação de
pessoal de serviços de emergências para proteger vidas, bens e o ambiente.
L
Líder: denominação do responsável por uma Unidade, uma Força Tarefa, uma Equipe
de Intervenção ou um Recurso Simples.
O
Objetivo: é o produto que se deseja conseguir ou o ponto a que se deve chegar.
P
PC: símbolo para designar o posto de comando.
R
Setor: nível da estrutura com responsabilidade funcional ou geográfica.
Recurso designado: recurso que está trabalhando no incidente, com uma tarefa
específica.
Recurso disponível: recursos que estão prontos para uma designação tática imediata.
Recurso simples: equipamento e seu complemento em pessoal que pode ser utilizado
em uma aplicação tática em um incidente.
S
Seção de administração/finanças: é responsável por exercer o controle contábil do
incidente.
Seção: Nível da estrutura do SCI que tem a responsabilidade de uma área funcional
principal no incidente.
Situação atual: é a descrição do que ocorreu, o que foi alcançado e o que falta por
fazer.
T
Terminologia comum: princípio do SCI que propõe a todas as instituições envolvidas,
uma terminologia padrão e coerente para os recursos, as instalações, as atividades e os
procedimentos.
Tipo de recurso: é a descrição do recurso de acordo com sua capacidade ou seu nível
de desempenho.
U
Unidade de comando: baseia-se no princípio administrativo pelo qual nenhuma pessoa
deve ter mais do que um chefe. No SCI cada pessoa responde e informa somente a
uma pessoa designada.