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CURSO SCI

SISTEMA DE COMANDO EM INCIDENTES

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Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Prólogo
Este Curso responde a uma necessidade explícita de múltiplas instituições de primeira resposta.
Embora cada uma tenha um modo próprio de trabalhar, reconhecem a importância de
compartilhar o uso comum de linguagem, procedimentos e normas.

Isto implica em conceituar e aplicar um modelo organizacional que facilite a integração de


esforços, especialmente quando se está diante da necessidade urgente de reduzir a dor ou
salvar vidas. Este curso proporciona conhecimentos e habilidades para uso do Sistema de
Comando de Incidentes (SCI), na cena de um evento adverso, em uma operação, no
atendimento de uma emergência ou em qualquer outra situação que exija o uso de tal tipo de
modelo organizacional. Parte importante dos conteúdos provém do Curso “Incident Command
System Basic” da Agência Federal de Administração de Emergências do Governo Norte-
americano (FEMA).

O Material de Referência, cuja leitura constitui o Trabalho Preliminar do Curso, foi preparado
como fundamento teórico para o ensino de uma estrutura sistêmica dinâmica, flexível e
facilmente adaptável. Lembremos que quem deve fazer funcionar essa estrutura são seres
humanos com suas necessidades, seus desejos, suas ilusões e suas ânsias de realização em
trabalhos duros, muitas vezes penosos.

A primeira parte enfoca a conceituação do Sistema, os princípios que o sustentam e os


elementos que o compõem para depois passar para a descrição de sua organização básica.

Posteriormente, é apresentado como a estrutura, depois de formada, permite sua expansão e


contração à medida que estas sejam necessárias. O espaço necessário, a visibilidade da cena e
a equipe disponível são temas abordados com profundidade. Chega-se posteriormente à
instalação e funcionamento do Posto de Comando.

Dada a necessidade de dispor os recursos de forma racional, ordenada e eficiente, o SCI prevê
a elaboração de um Plano de ação para incidentes, no qual estejam estabelecidos os objetivos e
se definam as atividades e as táticas de aplicação dos recursos, em um ou mais períodos de
trabalho, para que a operação seja concluída com êxito.

Para finalizar, uma vez preenchidos corretamente os formulários e cumprida a desmobilização, é


abordado o encerramento da operação e o desmonte da estrutura, seguidos de uma avaliação e
uma análise sobre as lições apreendidas.

Componente de Primeira Resposta


Programa USAID/OFDA de Capacitação
Material de Referência Curso SCI

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 2


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

SUMÁRIO

1. Antecedentes............................................................................................................................ 04

2. Princípios.................................................................................................................................. 05

3. Quando aplicar o SCI? ............................................................................................................. 08

4. Funções e Base Estrutural do SCI............................................................................................ 08

5. O SCI e o Centro de Operações de Emergência (COE) ......................................................... 16

6. Expansão e Contração da Estrutura......................................................................................... 16

7. Exemplos do desenvolvimento modular do SCI ...................................................................... 22

8. Plano de Ação do Incidente (PAI)............................................................................................. 23

9. Instalações comuns em um Incidente ...................................................................................... 28

10. Recursos ................................................................................................................................ 33

11. Mobilização, Desmobilização e Encerramento....................................................................... 37

12. Transferência do comando..................................................................................................... 43

Fontes Bibliográficas.................................................................................................................... 44

GLOSSÁRIO................................................................................................................................ 45

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Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

1. Antecedentes
Como resposta a uma série de grandes incêndios florestais no Sul da Califórnia, na década dos
anos 70, foi desenvolvido o Sistema de Comando de Incidentes (Incident Command System, ou
ICS).

Naquela oportunidade, as autoridades dos Estados Unidos da América do Norte, encarregadas


dos incêndios a nível municipal, estadual e federal de todo o país, colaboraram para a criação da
FIRESCOPE, uma organização californiana desenvolvida para gerir os recursos necessários
para combater incêndios florestais. Essa organização identificou uma série de dificuldades que
se repetiam com grande freqüência, especialmente quando as ações de resposta envolviam a
participação simultânea de várias instituições.

Sobre isto cabe destacar o seguinte:

• Terminologia diferente entre as instituições participantes;

• Falta de capacidade para ampliar e contrair a estrutura da organização, de acordo com a


situação;

• Carência de padronização e integração das comunicações;

• Falta de planos de ação consolidados;

• Falta de instalações com localização determinada e denominação precisa.

Em um estudo realizado pela OFDA sobre as instituições responsáveis pela atenção às


emergências e desastres nos países latino-americanos, foram detectadas dificuldades
operacionais e de coordenação devido, em boa parte, à carência de um modelo sistêmico de
organização para a resposta. Essas mesmas instituições envolvidas no estudo solicitaram
capacitação para corrigir tais dificuldades. Ante esta necessidade, foi desenvolvido o Curso
Sistema de Comando de Incidentes - SCI.

O Curso SCI visa que os grupos de resposta, como Bombeiros (estruturais, florestais, outros),
Polícia, Cruz Vermelha, órgãos da área da Saúde, Defesa Civil, Forças Armadas e outros
trabalhem sob um mesmo sistema, empregando uma terminologia comum com uma organização
definida e regida por procedimentos padronizados.

À medida que as instituições aplicam esses procedimentos padronizados na atenção de


incidentes cotidianos, pequenos e fáceis de solucionar, melhoram sua preparação para trabalhar
com o Sistema em incidentes de grande magnitude (referindo-se a número de pessoas
atingidas, quantidade de bens danificados, impacto ambiental) ou incidentes complexos (que
requerem recursos especializados).

É um erro bastante comum esperar o incremento de magnitude ou de complexidade de um


incidente para implementar o SCI. Isto porque será então muito tarde para começar a unir os
segmentos de organização, necessários para resolvê-lo. Muito mais fácil e conveniente será
instalar o SCI logo ao início da reposta. Ele crescerá segundo a demanda do incidente e
integrará outras instituições segundo seja necessário.

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2. Princípios
O Curso SCI capacita no uso de uma ferramenta útil para conseguir eficiência no comando, o
controle e a coordenação das operações de resposta a um incidente, como também na
preparação frente a cenários de risco. Essa ferramenta é o Sistema de Comando de Incidentes.

Sistema de Comando de Incidentes (SCI):

É a combinação de instalações, equipamentos, pessoal, procedimentos, protocolos e


comunicações, operando em uma estrutura organizacional comum, com a responsabilidade
de administrar os recursos designados para atingir, efetivamente, os objetivos pertinentes a
um evento, incidente ou operação.

Princípios do SCI

É comum que, tanto em eventos que afetam a pessoas de forma isolada (acidentes de trânsito,
por exemplo) como nos desastres, a resposta requeira a cooperação de várias
instituições.Chamados a participar em tal resposta, o pessoal de uma instituição pode ver-se
incorporado a um SCI. Dado o atual movimento para uso desse Sistema, tal circunstância é
muito provável e exige estar preparado.

O SCI baseia-se em princípios administrativos que demonstraram a muito tempo seu potencial
para melhorar a eficácia e a eficiência de diversos tipos de instituições. São perfeitamente
aplicáveis na resposta a eventos adversos de qualquer dimensão e complexidade. Os princípios
do SCI permitem assegurar o desencadeamento rápido, coordenado e efetivo dos recursos e
minimizar a alteração das políticas e procedimentos operacionais, próprios de cada uma das
instituições que estão a responder a ocorrência. Esses princípios são:

• Terminologia comum;
• Alcance de controle;
• Organização modular;
• Comunicações integradas;
• Consolidação de planos em um único Plano de Ação do Incidente (PAI);
• Unidade no comando;
• Comando Unificado;
• Instalações com localização determinada e denominação precisa;
• Manejo integral dos recursos.

• Terminologia comum

O SCI propõe a todas as instituições envolvidas uma terminologia padrão e coerente que
lhes permita:

 Empregar nomes comuns para recurso;

 Nomes comuns a instalações;

 Funções e níveis do sistema organizacional.

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• Alcance de controle

O alcance de controle é definido como o número de indivíduos que uma pessoa pode
supervisionar com efetividade. Enquanto o número de subordinados cresce aritmeticamente,
os problemas que se apresentam ao superior são feitos em progressão geométrica.

Em geral, o número varia de três a sete pessoas por responsável; no SCI, cinco pessoas é o
número ótimo para manter o alcance de controle.Conforme essa proporção cresce ou
decresce, o Comandante do Incidente deverá reexaminar a configuração da estrutura.

Fatores de segurança e sólidos fundamentos de planejamento, organização e operação que


levam em conta todas as características do incidente, determinam qual o nível manejável de
Supervisão.

• Organização modular

A estrutura modular do SCI deve ser desenvolvida segundo o tipo de incidente, sua
magnitude e sua complexidade. Para cada incidente a organização estrutural vai-se
ajustando segundo as características de cada incidente e a quantidade de recursos
necessários. Começa com a atuação e responsabilidade inicial a cargo do Comandante do
Incidente (CI)(1). Caso na resposta a um incidente, um só indivíduo possa manejar as funções
indispensáveis para controlar o incidente, como por exemplo segurança, operações,
planejamento e logística(2), não será necessário delegá-las a outras pessoas.

Em 95% dos incidentes a estrutura organizacional para as operações consiste no


Comandante do Incidente e Recursos simples(3) (por exemplo, uma ambulância, um veículo
de patrulha policial, um caminhão de bombeiros ou um guindaste). O caráter modular da
estrutura SCI permite que, caso seja necessário, se amplie a vários níveis.

• Comunicações integradas

A organização do SCI tem previsto um plano de distribuição de canais e freqüências de


comunicação(4) com procedimentos operacionais padronizados, linguagem clara, freqüências
comuns e a mesma terminologia, sem códigos. Dependendo da magnitude e complexidade
do incidente, poderá ser necessário o estabelecimento de várias redes de comunicação para
o uso comum das instituições integrantes do SCI.

• Consolidação de planos em um único Plano de Ação do Incidente (PAI)

O Plano de Ação do Incidente dispõe os objetivos, as estratégias, os recursos e a


organização para resolver o incidente durante um Período Operacional (5). É o resultado da
consolidação do que foi planejado para todas as funções.

Os incidentes pequenos, simples, de curta duração, que são resolvidos com recursos
simples, não necessitam de planos escritos.
São necessários planos escritos, quando:
______________________
(1) O CI é quem, chegando na cena, assume a responsabilidade das ações no local, até que a autoridade em comando a
transfira a outra pessoa.

(2) As Seções serão detalhadas no item Organização do SCI.

(3) É o equipamento e seu complemento em pessoal – ou equipe de indivíduos com uma pessoa no comando ou
direção, ou então indivíduos que podem ser designados para uma aplicação tática em um incidente.

(4) Ao tratar a Seção de Operações será observado que é sua a responsabilidade de planejar as comunicações no
incidente

(5) É o intervalo de tempo designado para cumprir os objetivos estabelecidos no PAI.

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– Será trabalhado mais de um Período Operacional;


– Estão envolvidas várias competências institucionais(6);
– O incidente demanda mudança de turnos de pessoal e equipamento.

O Comandante do Incidente estabelecerá os objetivos e desenvolverá as ações táticas


dentro dos princípios e da estrutura do SCI que as instituições envolvidas compartilhem entre
si.

• Unidade do Comando

Responde ao princípio administrativo da unidade de mando. Cada pessoa dentro da


estrutura responde e informa somente a uma pessoa designada. Nenhuma pessoa deve ter
mais de um chefe.

• Comando Unificado

O Comando Unificado é uma função prevista no SCI e se aplica quando várias instituições
utilizam acordos conjuntos para atender a um incidente onde cada instituição conserva sua
autoridade, responsabilidade e obrigação de prestar contas.

No Comando Unificado as instituições envolvidas contribuem, de comum acordo, para o


processo de comando, através de:

– Determinar os objetivos gerais;


– Planejar de forma conjunta as atividades e conduzir operações integradas;
– Otimizar o uso de todos os recursos designados;
– Determinar as funções do pessoal sob um só Plano de Ação do Incidente (PAI)

• Instalações com localização determinada e denominação precisa

Há incidentes cujas características particulares e as diversas funções que haverão de se


desenvolver obrigam a dispor, além do Posto de Comando, de outras instalações. É
importante que tais instalações sejam de fácil localização e tenham nomenclatura e
sinalização padronizada, bem conhecida por todos os que devam trabalhar no SCI. Algumas
das instalações mais comuns em um incidente são:

– Posto de Comando do Incidente (PC): lugar a partir do qual se exerce a função de


Comando.

– Base: lugar a partir do qual são coordenadas e administradas as funções logísticas


primárias.

– Área de Espera: lugar onde se concentram os recursos, enquanto esperam ser


designados.

Nos incidentes de grande extensão geográfica, naqueles que demandam um grande número
de recursos, ou ainda naqueles que exigem recursos altamente especializados, podem ser
estabelecidas outras instalações.

• Manejo integral dos recursos

A aplicação desse princípio permite consolidar o controle dos recursos otimizando sua
eficiência e a segurança do pessoal, reduzir o fluxo disperso de comunicações, contabilizar o
uso de recursos e utilizar o estritamente necessário.

______________________
(6) Segurança (policias), Controle de incêndios (bombeiros), etc.

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3. Quando se aplica o SCI?


O SCI deve ser aplicado a qualquer incidente. É útil para a preparação do cenário e dos recursos
ante a probabilidade da ocorrência de um incidente. Caso o incidente já tenha ocorrido, o SCI _
deverá iniciar-se a partir da chegada da primeira unidade à cena. Isto garantirá uma melhor
preparação e uma resposta organizada. O uso cotidiano do SCI é um excelente treinamento que
proporciona familiaridade com o sistema e seus procedimentos. Assim, em incidentes que
requerem maiores recursos, haverá uma administração mais fácil e eficiente de pessoal,
equipamentos e ferramentas.

O SCI é uma ferramenta efetiva para planejar com uma sólida base prováveis cenários de risco e
responder a incidentes incluindo, entre outros:

• Acidentes veiculares, incidentes domésticos, incêndios estruturais;

• Emergências e desastres nas quais participem várias instituições (deslizamentos,


explosões, inundações, terremotos, furacões, erupções vulcânicas, tornados);

• Incêndios florestais, restauração de zonas queimadas ou degradadas;

• Acidentes com produtos perigosos (fugas, derrames, escapamentos, intoxicações);

• Estabelecimento de perímetros de segurança;

• Missões de busca e operações de resgate e salvamento;

• Programas para controlar ou erradicar pragas e epidemias;

• Acidentes no transporte aéreo, aquático, rodoviário e ferroviário, com múltiplas vítimas;

• Operativos de segurança em eventos planejados com grandes concentrações humanas


(espetáculos desportivos, celebrações, desfiles, concertos, reuniões políticas,
espetáculos esportivos, outras aglomerações em espaços públicos);

• Visitas de dignitários;

• Rebelião em penitenciárias;

• Operação de abrigos provisórios.

4. Funções e Base Estrutural do SCI


Quando o atendimento de um incidente necessita do esforço de diferentes instituições, qualquer
que seja a magnitude ou complexidade do mesmo ou o número de instituições participantes, isto
requererá um trabalho coordenado para assegurar uma resposta efetiva mediante o uso eficiente
e seguro dos recursos.

Os decisores devem aceitar a interdependência das instituições que administram. Compreender


que trabalhar integrados na preparação otimizará a capacidade para responder de maneira
adequada. Coordenar o uso efetivo de todos os recursos disponíveis não é fácil. É necessário
formalizar uma estrutura de gestão e operação que proporcione direção, eficácia e eficiência à
resposta. O Sistema de Comando de Incidentes, praticado no trabalho cotidiano, é a ferramenta
organizacional para estabelecer essa estrutura.

O Sistema de Comando de Incidentes está baseado em oito funções:

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• Comando do Incidente
• Planejamento
• Operações
• Logística
• Administração/Finanças
• Segurança
• Porta-Voz (Informação Pública)
• Ligação

Todas essas funções devem ser cumpridas qualquer que seja o incidente. Freqüentemente, nos
incidentes cotidianos pequenos e fáceis de solucionar, todas essas funções podem ser
assumidas por uma só pessoa, o Comandante do Incidente. No caso de incidentes que
demandem uma carga de trabalho maior ou recursos especializados em alguma ou em todas as
funções mencionadas, serão estabelecidas cada uma das seções que sejam necessárias:
Planejamento, Operações, Logística e Administração/Finanças.

A organização do SCI tem a capacidade de ampliar-se ou contrair-se para se adequar às


necessidades do incidente.

Todos os incidentes, independentemente de sua magnitude e complexidade, devem ter um só


Comandante do Incidente (CI). O CI é quem, chegado à cena, assume a responsabilidade das
ações no local até que a autoridade de comando seja transferida a outra pessoa.

4.1 Responsabilidades do Comandante do Incidente

O Comandante do Incidente (CI) é a pessoa encarregada e que possui a máxima autoridade do


Sistema de Comando e deve estar plenamente qualificado para conduzir a resposta ao incidente.
As responsabilidades do CI são:

• Assumir o comando e estabelecer o PC;


• Velar pela segurança do pessoal e da segurança pública;
• Avaliar as prioridades do incidente;
• Determinar os objetivos operacionais;
• Desenvolver e executar o Plano de Ação do Incidente (PAI);
• Desenvolver uma estrutura organizacional apropriada;
• Manter o alcance de controle;
• Administrar os recursos;
• Manter a coordenação geral das atividades;
• Coordenar as ações das instituições que se incorporam ao Sistema;
• Autorizar a divulgação das informações através dos meios de comunicação pública;
• Manter um quadro de situação que mostre o estado e aplicação dos recursos;
• Encarregar-se da documentação e controle de gastos e apresentar o Relatório Final.

Um CI deve ser decidido, seguro, objetivo, calmo, adaptável ao meio físico, social e de trabalho,
mentalmente ágil e flexível. Deve ser realista acerca de suas limitações e ter a capacidade de
delegar funções de forma apropriada e oportuna para manter o alcance de controle.

Inicialmente, o comando do incidente será assumido pela pessoa de maior idoneidade,


competência ou nível hierárquico que chegue primeiro à cena. À medida que cheguem outros,
será transferido a quem possua a competência requerida para o controle geral do incidente.
Neste aspecto serão muito úteis os planos de emergência e contingência, as normas, os
protocolos e os procedimentos operacionais acordados entre as instituições.

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Quando os incidentes crescem em dimensão ou complexidade, a autoridade jurisdicional, técnica


ou institucional correspondente, responsável pelo seu atendimento, pode designar um CI melhor
qualificado. Ao transferir o comando, o CI que sai deve entregar um relatório completo ao que o
substituiu e também notificar ao pessoal sob sua direção acerca dessa mudança.

Á medida que o incidente cresce e aumenta a utilização de recursos, o CI pode delegar


autoridade a outros para o desempenho de certas atividades. Quando a expansão é necessária,
em termos de segurança, informação pública e ligação, o CI estabelecerá as posições do Staff
de Comando.

4.2 Staff de Comando


No gráfico a seguir encontramos as posições de apoio e assessoria ao CI.

Figura 1. Staff de Comando

Cada posição está sob a responsabilidade de um Gerente. As funções e responsabilidades são:

• Gerente de Segurança: Tem a função de vigilância e avaliação de situações perigosas


e inseguras, assim como o desenvolvimento de medidas para a segurança do pessoal.
Mesmo podendo exercer autoridade de emergência para deter ou prevenir ações
inseguras quando a situação requeira providências imediatas, ele geralmente corrige
ações ou condições inseguras através da linha normal de mando. O Gerente de
Segurança mantém-se interado de toda a operação.

Responsabilidades:

 Obter um breve relato do Comandante do Incidente;


 Identificar situações perigosas associadas com o incidente;
 Participar das reuniões de planejamento. Revisar os Planos de Ação do
Incidente;
 Identificar situações potencialmente inseguras durante as operações táticas;
 Fazer uso de sua autoridade para deter ou prevenir ações perigosas;
 Investigar/pesquisar os acidentes que ocorram nas áreas do incidente;
 Revisar e aprovar o Plano Médico (Formulário SCI 206);
 Manter um registro de suas atividades no Formulário SCI 214;
 Plano de Ação do Incidente (Formulário SCI 202).

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• Porta-voz (Gerente de Informação Pública): fará às vezes de ponto de contato com os


meios de comunicação ou outras organizações que busquem informação direta sobre o
incidente. Ainda que vários órgãos possam designar membros de seu pessoal como
Gerentes de Informação Pública, durante um incidente haverá um só Porta-Voz. Os
demais servirão como auxiliares. Toda a informação deverá ser aprovada pelo CI.

Responsabilidades:

 Obter um breve relato do Comandante do Incidente;


 Estabelecer contato com a instituição jurisdicional para coordenar as atividades
de informação pública;
 Estabelecer um centro único de informações, sempre que possível;
 Tomar as providências para proporcionar espaço de trabalho, materiais, telefone
e pessoal;
 Obter cópias atualizadas dos formulários SCI 201 e 211;
 Preparar um resumo inicial de informações depois de chegar ao incidente;
 Respeitar as limitações para a emissão de informação que imponha o CI;
 Obter a aprovação do CI para a emissão de informação;
 Emitir notícias aos meios de imprensa e enviá-las ao Posto de Comando e
outras instâncias relevantes;
 Participar das reuniões para atualizar as notas de imprensa;
 Responder às solicitações especiais de informação;
 Manter um registro de suas atividades no Formulário SCI 214.

• Gerente de Ligação: é o contato para os representantes das instituições que estejam


trabalhando no incidente ou que possam ser convocadas. Isto inclui organismos de
primeira resposta, saúde, obras públicas ou outras organizações. É conveniente que o
Gerente de Ligação e pessoal de todas as instituições atuantes se conheçam
mutuamente.

Responsabilidades:

 Obter um breve relato do Comandante do Incidente;


 Proporcionar um ponto de contato para os representantes de todas as
instituições;
 Identificar os representantes de cada uma das instituições, incluindo sua
Localização e linhas de comunicação;
 Responder às solicitações do pessoal do incidente para estabelecer contatos
com outras organizações;
 Vigiar as operações do incidente para identificar problemas atuais ou potenciais
entre as diversas organizações;
 Manter o registro de suas atividades no Formulário SCI 214.

Decisão de expandir ou contrair a estrutura

Em um incidente, a decisão de expandir ou contrair a estrutura do SCI fundamentar-se-á em:

a. Proteção à vida. A primeira prioridade do Comandante do Incidente é sempre a proteção


da vida dos que respondem ao incidente e da comunidade.

b. Estabilidade do incidente. O CI é o responsável por estabelecer uma estratégia que:

- Minimize o efeito do incidente sobre a área circundante;

- Maximize a resposta utilizando eficientemente os recursos. Em um incidente de

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pequena magnitude pode ser que a estrutura deva expandir-se devido a complexidade
(nível de especificidade da resposta). Ex.: um incêndio em um pequeno depósito de
produtos químicos agropecuários, necessitará de uma estrutura expandida com posições
especializadas (inflamáveis, tóxicos, venenos, explosivos). Em um incidente de grande
magnitude, por exemplo, um incêndio em uma grande madeireira pode ser que requeira
uma estrutura simples de manejo de fogo e nada mais.

c. Preservação de bens. O CI tem a responsabilidade de minimizar os danos aos bens, ao


mesmo tempo que cumpre com os objetivos de atendimento do incidente.

Quando o Comandante do Incidente necessita um tipo ou quantidade de recursos que superam


seu alcance de controle, pode ativar uma ou mais seções (Planejamento, Operações, Logística e
Administração/Finanças) ou outras posições, segundo seja necessário. Cada Chefe de Seção,
por sua vez, tem a autoridade para expandir sua organização interna.

4.3 Seções
Seção: Nível da estrutura que tem a responsabilidade de uma área funcional principal no
incidente (Planejamento, Operações, Logística, Administração/Finanças).

As Seções são posições subordinadas diretamente ao CI; estão sob a responsabilidade de um


Chefe e contém unidades específicas.

Figura 2: Staff Geral

Seção de Planejamento
As funções dessa Seção incluem recolher, avaliar, difundir e usar a informação acerca do
desenvolvimento do incidente e manter um controle dos recursos. Ela elabora o Plano de Ação
do Incidente (PAI), o qual define as atividades de resposta e o uso dos recursos durante um
Período Operacional. Sob sua direção estão os Líderes das Unidades de Recursos, de Situação,
de Documentação, Desmobilização e Unidades Técnicas.

O Chefe da Seção de Planejamento reporta-se ao CI, determina a estrutura organizacional


interna da Seção e coordena as atividades.

Responsabilidades:

 Obter breve informação do CI;


 Ativar as unidades da Seção de Planejamento;
 Designar o pessoal de intervenção para as posições do incidente, de forma
apropriada;

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 Estabelecer as necessidades e agendas de informação para todo o Sistema de


Comando do Incidente (SCI);
 Notificar a unidade de recursos acerca de todas as unidades da Seção de
Planejamento que tenham sido ativadas, incluindo os nomes e locais onde está todo
o pessoal designado;
 Estabelecer um sistema de obtenção de informações meteorológicas, quando
necessário;
 Supervisionar a preparação do Plano de Ação do Incidente. (Ver a lista de checagem
do processo de planejamento);
 Organizar as informações acerca de estratégias alternativas;
 Organizar e desfazer as equipes de intervenção que não sejam designadas às
operações;
 Identificar a necessidade de uso de recursos especializados;
 Dar conta do planejamento operacional da Seção de Planejamento;
 Proporcionar previsões periódicas acerca do potencial do incidente;
 Compilar e distribuir informações resumidas acerca do estado do incidente.

Funções das Unidades

Unidade de Recursos: Responsável por todas as atividades de registro e de manter um registro


do estado de todos os recursos, inclusive pessoal e equipamentos designados para o incidente.

Unidade de Situação: Compila e processa as informações sobre a posição atual, prepara


apresentações e resumos sobre a situação, desenvolve mapas e projeções.

Unidade de Documentação: Prepara o Plano de Ação do Incidente, mantém toda a


documentação relacionada com o incidente e provê as cópias necessárias.

Unidade de Desmobilização: Em emergências complexas ou de grande magnitude, ajuda a


efetuar a desmobilização do pessoal de maneira ordenada, segura e rentável, quando deixa de
haver necessidade de seu uso no incidente.

Seção de Operações
A Seção de Operações é a responsável pela execução das ações de resposta. O Chefe da
Seção de Operações reporta-se ao CI, determina a estrutura organizacional interna da Seção,
dirige e coordena todas as operações cuidando da segurança do pessoal da Seção, assiste o CI
no desenvolvimento dos objetivos da resposta ao incidente e executa o Plano de Ação do
Incidente (PAI). Dirige os Coordenadores de Setor de Operações, o Coordenador de Operações
Aéreas, os Supervisores de Divisão/Grupo, os Encarregados da Área de Espera, Área de
Concentração de Vítimas, de Helibase, de Helipontos e os Líderes das Forças Tarefa, das
Equipes de Intervenção e dos Recursos Simples.

Responsabilidades:

 Obter um rápido relatório do CI;


 Desenvolver a parte operacional do Plano de Ação do Incidente (PAI);
 Apresentar um rápido relato e dar destino ao pessoal de operações de acordo com o
PAI;
 Supervisionar as operações;
 Determinar as necessidades e solicitar recursos adicionais;
 Compor as equipes de intervenção designadas para a Seção de Operações;
 Manter informado o CI acerca de atividades especiais e outras contingências da
operação.

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Seção de Logística
A Seção de Logística é a responsável por prover instalações, serviços e materiais, incluindo o
pessoal que operará os equipamentos solicitados para atender o incidente. Esta seção é
indispensável quando as operações são desenvolvidas em áreas muito extensas e quando são
de longa duração. As funções da Seção são de apoio exclusivo aos que respondem ao incidente.
Ela dirige o Coordenador do Setor de Serviços e o Coordenador do Setor de Apoio; os Líderes
das Unidades Médica (proporciona atendimento ao pessoal de resposta ao incidente e não às
vítimas), de Comunicações, de Recepção e Distribuição, de Instalações, de Provisões, de Apoio
Terrestre e de Alimentação; os Encarregados de Base, de Equipes, de Acampamento, de
Segurança e de Requisições.

O Chefe da Seção se reporta diretamente ao Comandante do Incidente, determina a estrutura


organizacional interna da Seção e coordena as atividades.

Responsabilidades:

 Planejar a organização da Seção de Logística;


 Designar lugares de trabalho e tarefas preliminares ao pessoal da seção;
 Notificar à unidade de recursos acerca das unidades da seção de Logística que
sejam ativadas, incluindo nome e localização do pessoal designado;
 Compor os setores e proporcionar informação sumária aos diretores e aos líderes
das unidades;
 Participar da preparação do Plano de Ação do Incidente;
 Identificar os serviços e necessidades de apoio para as operações planejadas e
esperadas;
 Dar opinião e revisar o plano de comunicações, o plano médico e o plano de trânsito;
 Coordenar e processar as solicitações de recursos adicionais;
 Revisar o Plano de Ação do Incidente e fazer uma estimativa das necessidades da
Seção para o período operacional seguinte;
 Apresentar conselhos acerca das capacidades disponíveis de serviços e apoio;
 Preparar os elementos de serviços e apoio do Plano de Ação do Incidente;
 Fazer uma estimativa das necessidades futuras de serviços e apoio;
 Receber o Plano de Desmobilização da Seção de Planejamento;
 Recomendar a descarga de recursos da unidade de acordo com o Plano de
Desmobilização;
 Assegurar o bem-estar geral e segurança do pessoal da Seção de Logística.

Funções das Unidades

Unidade de Comunicações: Desenvolve o Plano de Comunicações, distribui e mantém todos


os tipos de equipamentos de comunicações e se encarrega do Centro de Comunicações do
Incidente.

Unidade Médica: Desenvolve o Plano Médico e provê primeiros socorros e atenção médica
intensiva ao pessoal designado para a emergência. Essa unidade também desenvolve o plano
de transporte médico do incidente ( por terra e/ou ar) e prepara relatórios médicos.

Unidade de Alimentos: É responsável por determinar e satisfazer as necessidades de


alimentos e água potável em todas as instalações do incidente e por todos os recursos ativos
dentro da Seção de Operações. A unidade pode preparar cardápios e alimentos, provê-los
através de serviços de terceiros, ou usar uma combinação de ambos.

Unidade de Materiais: Relaciona o pessoal, equipamentos e materiais. Além disto, armazena,

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mantém e controla os materiais de distribuição, assim como ajusta e conserta os equipamentos.

Unidade de Instalações: Instala e mantém qualquer estabelecimento requerido para apoiar o


incidente. Provê as pessoas que vão trabalhar nas bases e acampamentos. Além disto, provê
apoio de segurança às instalações e ao incidente, sempre que solicitado.

Unidade de Apoio Terrestre: Oferece transporte e se encarrega da manutenção dos veículos


designados para o incidente.

Seção de Administração e Finanças


Apesar de que freqüentemente não se dê a importância que merece, a Seção de Administração
e Finanças é crítica para manter o controle contábil do incidente. É responsável por justificar,
controlar e registrar todos os gastos e por manter em dia a documentação requerida para
processos indenizatórios.

A Seção de Administração e Finanças é especialmente importante quando o incidente apresenta


um porte que poderia resultar na Decretação de Situação de Emergência ou Estado de
Calamidade Pública.

Esta Seção dirige os Líderes das Unidades de Tempos, de Provedoria e de Custos.

O Chefe da Seção se reporta ao CI, determina a estrutura organizacional interna da Seção e


coordena as atividades.

Responsabilidades:

 Obter breve informação do CI;


 Participar das reuniões de informação aos representantes de instituições para
receber informação;
 Participar das reuniões de planejamento para obter informação;
 Identificar e solicitar insumos e necessidades de apoio para a Seção de
Administração/Finanças;
 Desenvolver um plano operacional para o funcionamento das finanças no incidente;
 preparar objetivos de trabalho para seus subordinados, prestar breve relato ao seu
Pessoal,
 Fazer as designações e avaliar desempenhos;
 Determinar as necessidades da operação de comissariado;
 Informar ao CI e ao pessoal quando sua seção estiver em completa
operacionalidade;
 Reunir-se com os representantes das instituições de apoio, quando seja necessário;
 Manter contato diário com as instituições no que diz respeito a assuntos financeiros;
 Assegurar que todos os registros de tempo do pessoal sejam transmitidos à
instituição, de acordo com as normas estabelecidas;
 Participar de todo o planejamento de desmobilização;
 Assegurar que todos os documentos de obrigações iniciados durante o incidente
estejam devidamente preparados e completos;
 informar ao pessoal administrativo sobre todos os assuntos de manejo de negócios
do incidente que requeira atenção, proporcionando-lhes andamento antes de deixar
o incidente.

Funções das Unidades

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Unidade de Tempos: Deve registrar todos os tempos do pessoal que trabalha no incidente.

Unidade de Provedoria: Gerencia o trâmite dos documentos administrativos relacionados com o


aluguel de equipamentos e os contratos de materiais e outros insumos. É responsável pelo
relatório das horas de uso dos equipamentos.

Unidade de Custos: Responsável por colher toda a informação sobre custos e apresentar
orçamentos e recomendações que permitam economia de gastos.

5. O SCI e o Centro de Operações de Emergência (COE)


O Centro de Operações de Emergência (COE) é o conjunto de representantes das diferentes
instituições que têm a responsabilidade de assistir à comunidade atingida por um incidente,
reunidos em uma instalação fixa, previamente estabelecida com o objetivo de coordenar o uso
eficiente dos recursos de resposta e de fazer retornar a situação à normalidade. A partir do COE
se exerce o Comando das Operações de Emergência a nível dessa comunidade. Ele está
respaldado em procedimentos regulamentados e em elementos administrativos e jurídicos
particulares de cada país, estado ou município onde atua.

Em geral, os países possuem Centros de Operações de Emergência a nível Nacional, Regional,


Estadual e/ou Municipal, como parte de sua organização para o manejo de eventos adversos. O
Sistema de Comando de Incidentes é um modelo organizacional que poderia ser aplicado
também no COE para facilitar a coordenação com os Comandantes do Incidente.

Os termos de interação entre o COE e os Comandantes de Incidente devem ser acordados e


programados com antecedência.

Quando se trata de incidentes muito complexos, de grande magnitude ou com múltiplos


cenários, a estrutura do SCI montada em cada cenário trabalhará em coordenação com o COE.
O Comandante do Incidente (CI) na Cena e o COE trabalham para atingir os mesmos objetivos;
porém suas responsabilidades se encontram em níveis diferentes.

Na operação, o CI é responsável pelas atividades de resposta no local, enquanto o COE é


responsável pela resposta ao evento em toda a comunidade. Poderíamos afirmar que o
Comandante de Incidente funciona como os olhos, os ouvidos e as mãos do COE na cena.

6. Expansão e Contração da Estrutura


Anteriormente, foi apresentada a base estrutural do Sistema de Comando de Incidentes que
compreende o Staff de Comando com suas três Gerências e as quatro seções com seus
respectivos Chefes.

Como já foi dito, no caso de incidentes cotidianos, pequenos e fáceis de solucionar, as funções
do SCI são assumidas por uma única pessoa, o Comandante do Incidente (CI). Quando a
magnitude ou a complexidade de um incidente aumente e seu alcance de controle diminua, o CI
necessita delegar funções a outras pessoas.

À medida que se incrementem os Recursos Simples (Equipes de Intervenção, Forças Tarefa),


poderá ser necessário estabelecer posições tais como Grupo, Divisão e Setor, assim como
designar os responsáveis. Além disto, poderá designar Gerentes para ocupar os três postos do

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Staff de Comando (Segurança, Porta-Voz e Ligação) e os quatro Chefes de Seção


(Planejamento, Operações, Logística e Administração/Finanças). Ativadas as Seções, seus
Chefes poderão expandir a estrutura segundo as necessidades. (Ver figura 3).

Expansão da Estrutura do SCI


O SCI cobre as necessidades para incidentes cotidianos - pequenos e fáceis de solucionar, que
não requeiram a ativação de Seções. Sua capacidade de expansão se faz particularmente
eficiente na preparação de operações de controle de grandes operativos e na resposta a
incidentes que necessitem uma maior estrutura.

Figura 3. Estrutura ampliada do SCI

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Terminologia da Organização

Em cada nível da organização do SCI, as posições e os responsáveis têm títulos distinguíveis


que devem ser conhecidos por aqueles que trabalham com esse sistema. Observar o quadro a
seguir.

Nível na Organização Cargo Exemplos


Staff de Comando
Gerente Gerente de Segurança
(Segurança, Porta-Voz, Ligação)
Seções
Chefe Chefe da Seção de Logística
(Plan., Op., Log. E Adm/F)
Instalações Encarregado Encarregado da Área de Espera
Coordenador do setor de Controle de
Setor
Coordenador Trânsito
(Funcional ou Geográfico)
Coordenador do setor Norte
Líder da Unidade de Instalações
Unidade Líder
Líder da Unidade Médica
Divisão / Grupo Supervisor da Divisão Oeste
Supervisor
(Geográfico) / (Funcional) Supervisor do Grupo de Evacuação
Força Tarefa Líder da Equipe de Ambulâncias
Líder
Equipe de Intervenção Líder da Força Tarefa BREC
Máquina-operário(s)
Recurso Simples Líder
Animal-guia

Mencionou-se antes que as quatro posições imediatamente subordinadas ao Comando são as


Seções cujas responsabilidades já foram descritas.

Setor

Nível da estrutura com responsabilidade funcional ou geográfica designada pelo CI, sob a
direção de um Chefe de Seção. É implementado quando o número de Divisões ou
Grupos excedem o alcance de controle ou se prevê que isto ocorrerá.
O CI pode implementar setores funcionais (Ex. Operações Aéreas, Controle de Trânsito e
outras). Também podem ser setores geográficos que conduzirão operações em áreas
geográficas delimitadas. Quando são implementadas, imediatamente se subordinam ao Chefe
de Seção.

Unidade

Nível da estrutura que tem a função de apoiar as atividades de Planejamento, Logística e


Administração/Finanças.
Por exemplo, a Seção de Planejamento tem a Unidade de Documentação que recolhe e mantém
todos os documentos do incidente; a Seção de Logística possui a Unidade Médica, a Unidade de
Alimentos e outras.

Divisão

Nível da estrutura que tem a responsabilidade de funções dentro de uma área geográfica
definida.

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Grupo

Nível da estrutura que tem a responsabilidade de uma designação funcional específica.

A Divisão e o Grupo são níveis organizacionais que se encontram entre Força Tarefa, Equipe de
Intervenção, Recursos Simples e o nível de Setor (caso este tenha sido implementado).

Note-se que a partir de Grupo, as posições que seguem indicam níveis dentro da estrutura.
Estes níveis irão sendo estabelecidos à medida que o alcance de controle se faça necessário.
Podem ter responsabilidades funcionais específicas (Grupo) ou desempenhar funções em uma
área geográfica delimitada (Divisão).

Divisões e Grupos são implementados em um incidente quando o número de Forças Tarefa,


Equipes de Intervenção ou Recursos Simples excedem o alcance de controle do Chefe da Seção
de Operações.

Os Grupos cobrem funções específicas de operação. As Divisões cobrem operações em áreas


geográficas delimitadas quando:

• O número de Divisões ou Grupos excede os cinco recomendados para o alcance de


controle do Chefe de Seção.

Caso existam várias instituições com competência no incidente, convém que os recursos sejam
administrados sob suas linhas de subordinação naturais.

Força Tarefa

Quaisquer combinações e número de recursos simples de diferentes classes e tipos que são
constituídos para uma necessidade operacional particular. É dirigida por um Líder.
.

Por exemplo, um veículo de transporte de pessoal com seu condutor, mais equipamento com
câmera de vídeo para busca em estruturas colapsadas, somando-se ainda uma brigada de
remoção de escombros.

Na figura 4 o Chefe de Operações de um incêndio florestal tem a seu mando cinco recursos para
controlar o incidente. Em determinado momento, devido a extensão do incêndio a outra área, O
CI requer duas novas equipes de intervenção, o que o obriga a expandir a estrutura a duas
divisões para manter um correto alcance de controle. Figura 5.

Equipe de Intervenção

Conjunto de Recursos Simples da mesma classe e tipo com um líder e comunicações.


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Por exemplo, três equipes de cães farejadores, cinco unidades de carros de patrulha, três
ambulâncias.

Recurso Simples

É o equipamento e seu complemento em pessoal que podem ser designados para uma ação
tática em um incidente. É dirigida por um Líder.

Por exemplo, máquina-operário(s) e animal-guia.

Figura 4. Os recursos se reportam diretamente ao Chefe de Operações

Figura 5. Distribuição em duas Divisões

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Avaliação do Incidente

A identificação do problema e a estimação das possíveis conseqüências determinam o grau de


desenvolvimento do sistema na cena.

A responsabilidade da avaliação inicial(7) corresponde à primeira pessoa que chegue à cena. A


avaliação continua ao longo de toda a operação para atualizar continuamente as respostas às
seguintes perguntas:

• Qual é a natureza do incidente (o que ocorreu)?


• Quais ameaças estão presentes?
• Qual o tamanho da área atingida?
• Como poderia evoluir?
• Como seria possível isolar a área?
• Qual seria um bom lugar para Área de Espera?
• Quais são as vias de acesso e de saída mais seguras para permitir o fluxo de pessoal e do
equipamento?
• Quais são as capacidades presentes e futuras, em termos de recursos e organização?

A avaliação contínua ajuda o Comandante do Incidente a identificar contingências, necessidades


de recursos e a determinar a maneira como devem ser aplicados tais recursos.

Contingência

Evento de provável aparição e desenvolvimento como desdobramento da presente situação.

Contração da estrutura do SCI


Quando o incidente ficar sob controle, o Comandante do Incidente estará em condições de
determinar se algumas Unidades, Setores, Divisões e Grupos já não sejam necessárias e podem
ser desmobilizadas(8). Para assegurar que todo o pessoal seja liberado e que os equipamentos
sejam entregues às instituições correspondentes, é estabelecida na Seção de Planejamento uma
Unidade de Desmobilização.

A desmobilização gradual do pessoal e do equipamento pode necessitar, às vezes, a adição


ocasional de recursos operacionais. Por exemplo, um Setor de Observação no Local, até que o
incidente se reduza à sua forma mais simples, ou seja, quando somente o CI e algum pessoal
crítico permaneça na cena.

______________________
(7) No Capítulo 8 Plano de Ação do Incidente, descreve-se a avaliação inicial.
(8) Este assunto é tratado no Capítulo 11. Mobilização, Desmobilização e Encerramento

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7. Exemplos do desenvolvimento modular do SCI


O Sistema de Comando de Incidentes (SCI) tem múltiplas aplicações, entre as quais se destaca
o atendimento de necessidades emergentes ante:

• incidentes cotidianos, de pequena magnitude e fácil solução;


• a potencial ocorrência de incidentes em eventos artísticos, desportivos e outros com grande
concentração de pessoas;
• incidentes que afetem grande número de pessoas ou bens; que atinjam uma grande
extensão geográfica; que provoquem danos ecológicos graves (contaminação de bacias
hidrográficas, destruição de fauna e flora); os cuja complexidade venha a requerer serviços
altamente especializados; e
• desastres, ou seja, eventos adversos que superem a capacidade de resposta da
comunidade afetada.

Como visto nos capítulos anteriores, o SCI consiste em uma organização que parte de uma
estrutura básica funcional (Staff de Comando e Seções) e que vai-se expandindo ou contraindo
de acordo com a evolução do incidente.

Embora se adapte a uma rápida expansão, ele mantém ao máximo possível a responsabilidade
pelo desempenho operacional e assegura que a estrutura conserve a justa proporção com
respeito ao incidente para conseguir um trabalho eficaz e eficiente.

A seguir, mostramos uma estrutura expandida.

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ESTRUTURA EXPANDIDA

Figura 6.

8. Plano de Ação do Incidente (PAI )


No Plano de Ação do Incidente (PAI) são formulados os objetivos, dispostas as estratégias,
identificados os recursos e é estabelecida a organização para esse período operacional, com o
fim de controlar o incidente.

No caso de incidentes cotidianos, de pequena magnitude e fácil solução (que são a maioria das
vezes), o processo de planejamento não requer uma reunião formal nem que o plano seja
escrito. Nestes casos, o Comandante do Incidente (CI) desenvolve um plano de ação e o
comunica verbalmente a seus subordinados em uma breve sessão de orientação.

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Em incidentes que exijam planos escritos, o pessoal do Staff de Comando e as Seções se


reúnem com o CI para elaborar o PAI por escrito.

A política de algumas instituições obriga a documentar as decisões emergentes do Plano. Assim


sendo, recomenda-se fazê-lo, mesmo que não seja exigido, em especial quando há duas ou
mais instituições competentes envolvidas ou quando o incidente continua ao longo de outro
Período Operacional (ver mais adiante).

Os planos de ação escritos, flexíveis e continuamente atualizados, permitem:

• trabalhar com objetivos claros e ações bem definidas;

• dispor dos recursos apropriados;

• controlar o progresso do trabalho; comprovar o cumprimento e corrigir desvios.

• medir eficiência (efetividade do trabalho x custos).

8.1 Períodos Operacionais


Os Planos de Ação do Incidente são preparados para intervalos de tempo específicos,
chamados Períodos Operacionais.

Período Operacional é o intervalo de tempo em que se cumprirão os objetivos formulados no


PAI.

Os Períodos Operacionais são determinados pelo CI e podem variar de 1 até 24 horas.

Por serem mais freqüentes os incidentes de fácil solução, os períodos de duas a quatro horas
são os mais comuns.

As decisões acerca da extensão de um Período Operacional são afetadas por:

• o tempo necessário para cumprir com os objetivos,


• a disponibilidade de recursos,
• a participação de outras organizações ou instituições de apoio disponíveis,
• Considerações ambientais (luz natural, clima, meteorologia, etc),
• evolução do incidente (contaminação de fontes de água ou alimentos, explosões,
constantes abalos sísmicos, deslizamentos, aparição de fogo, etc.)
• aspectos de segurança.

8.2 Componentes do Plano de Ação do Incidente (PAI)

O PAI inclui os componentes que serão descritos a seguir, mais os Formulários SCI respectivos:

• Objetivos: devem expressar claramente o que se necessita atingir. Devem ser


alcançáveis, específicos, observáveis e avaliáveis. (Formulário SCI 202).

• Ações estratégias: descrição do método de como se realizará o trabalho para atingir os


objetivos (Formulário SCI 202). As estratégias são estabelecidas em concordância com
os objetivos.

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• Recursos: Refere-se aos recursos que serão requeridos para poder implementar as
estratégias e desenvolver as ações; podem ser recursos simples, equipes de
intervenção, forças tarefa, assim como ferramentas, equipamentos e materiais de apoio
para comunicações. (Formulário SCI 202).

• Organização: Descrição da estrutura que estaria operando durante o período


operacional (Formulário SCI 202).

O PAI deve estar acompanhado de um plano de comunicações (Formulário SCI 205), o qual é
elaborado pela Unidade de Comunicações da Seção de Logística e de um plano médico
(Formulário SCI 206), elaborado pela Unidade Médica da Seção Logística, além de Anexos
(mapa ou plano do incidente).

Passos para planejar e elaborar o PAI

O processo de planejamento para um incidente compreende seis passos seqüenciais, a saber:

1. Conhecer a situação;

2. Estabelecer os objetivos para atender o incidente;

3. Determinar as estratégias;

4. Preparar e divulgar o PAI;

5. Executar o PAI;

6. Avaliar o PAI.

O sexto passo, Avaliar o PAI, tem especial relevância, pois permite a realimentação necessária
para continuar o processo através dos Períodos operacionais.

1. Conhecer a Situação
As pessoas que trabalham em um incidente devem ter um completo conhecimento da situação.
Para contar com adequada informação, é necessário que quem deve planejar esteja de posse de
certos dados essenciais.

Esses dados dependem das características próprias de cada evento. Começam a ser colhidos
na avaliação inicial da cena e, em geral, são os que respondem às seguintes perguntas:

• Qual é a natureza do incidente (o que ocorreu)?


• Quais ameaças estão presentes?
• Qual o tamanho da área afetada?
• Como poderia evoluir?
• Como seria possível isolar a área?
• Quais seriam bons lugares para Posto de Comando, Base e Área de Espera?
• Quais são as vias de acesso e de saída mais seguras para permitir o fluxo de pessoal e do
equipamento?
• Quais são as capacidades presentes e futuras, em termos de recursos e organização?

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No caso de que se chegue ao local quando já se iniciaram as operações, a estas poderiam ser
somadas as seguintes perguntas:

• Qual o progresso já conseguido?


• Qual é o potencial de crescimento do incidente?
• Quais os recursos que estão na espera?
• Como é, de forma geral, o plano atual?
• Como poderia ser melhorado?

É particularmente importante conhecer de antemão a possibilidade de obter recursos adicionais,


provenientes de fontes externas, para utilizá-los no Período Operacional seguinte.
Freqüentemente, a escassez de recursos e a pressão do tempo requerem que se faça
uma priorização das atividades do incidente.

2. Estabelecer os objetivos para atender o Incidente


A determinação dos objetivos para atender o incidente é indispensável para o desenvolvimento
do PAI. Os objetivos expressam o que se necessita alcançar. Devem ser:

• Específicos e claros: expressando de forma inequívoca o que se quer alcançar.


• Alcançáveis/viáveis, em um tempo dado: possíveis de serem alcançados com os
recursos que a instituição (e outras instituições de apoio) possa proporcionar para
atender o incidente, dentro do período correspondente.
• Observáveis: visíveis diretamente ou através de seus efeitos ou de instrumentos.
• Avaliáveis: o enunciado deve conter parâmetros que permitam verificar em que
quantidade e qualidade foram alcançados os objetivos.

3. Determinar as estratégias
Neste passo são determinadas as estratégias(9) necessárias para levar a cabo o objetivo
estabelecido. Também se determinam e designam os recursos(10) apropriados para o Período
Operacional. As estratégias devem ser estabelecidas de maneira que possam ser concretizadas
dentro dos objetivos estabelecidos para o período operacional. Antes de escolhê-las é
importante verificar a disponibilidade de recursos e outros apoios que poderiam ser necessários.
A falta de apoio logístico pode estabelecer a diferença entre o êxito e o fracasso no alcance dos
objetivos.
A designação de recursos é feita tendo em conta cada uma das tarefas específicas do trabalho,
de acordo com a classe, tipo(11) e quantidade dos recursos disponíveis e necessários para
completar as operações no Período.

As estratégias que forem planejadas para o Período Operacional podem sofrer ajustes se os
recursos necessários não estiverem disponíveis. Estas mudanças poderão requerer também
uma reformulação dos objetivos.

É necessário determinar, dentro das bases funcionais do SCI, as relações entre os recursos que
operarão cumprindo as atividades indicadas no PAI. Isso dará origem a uma estrutura que será
representada com um organograma.
_______________
(9) Estratégia: Meio através do qual atingimos os objetivos estabelecidos. É o método, define o que se faz.

(10) Recursos: Pessoal e equipamentos disponíveis ou potencialmente disponíveis para sua locação em um incidente.

(11) Os conceitos de classe e tipo são tratados no Cap. 10 Recursos.

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4. Preparar e divulgar o PAI


Nos incidentes de curta duração que somente requerem um plano de ação verbal, o CI
comunica diretamente à equipe:

• Avaliação Inicial, Objetivos, Mapa, Resumo de Ações e Organização (Formulário SCI


201).

No caso de incidentes de média ou longa duração que requeiram um Plano de Ação do


Incidente, os formulários serão de grande utilidade para a elaboração rápida do PAI. O material
deverá ser compilado em um documento formal que contemple os seguintes aspectos:

• Resumo do Incidente (Formulário SCI 201);


• Plano de Ação do Incidente (Formulário SCI 202);
• Designações Táticas (Formulário SCI 204);
• Distribuição de Canais e Freqüências (Formulário SCI 205);
• Plano Médico (Formulário SCI 206);
• Registros e controle de recursos (Formulário SCI 211);
• Mapas e Anexos

A Seção de Planejamento tem a responsabilidade prioritária de elaborar, imprimir e distribuir o


Plano de Ação do Incidente e os documentos anexos.

O Chefe de Planejamento tem a responsabilidade de conduzir as reuniões para elaborar planos.


Os integrantes do Staff de Comando e das Seções contribuem com informações para o Plano de
Ação do Incidente.

O tempo necessário para desenvolver um PAI varia, dependendo do incidente, das instituições
envolvidas e dos recursos disponíveis.

As reuniões de planejamento tendem a prolongar-se muito, consumindo tempo valioso. O Chefe


da Seção de Planejamento deve ajustar as reuniões ao tempo necessário, demonstrando uma
forte liderança e fazendo respeitar as seguintes regras:

• todos os envolvidos devem chegar bem preparados e com a devida compreensão da


situação.
• todos os representantes devem ter autonomia para assumir responsabilidades em nome
de suas instituições.
• todos devem seguir o processo de planejamento.
• não devem ser usados rádios nem telefones celulares nas reuniões de planejamento.

Uma vez elaborado o PAI e aprovado pelo CI, este deve ser de conhecimento geral.

5. Executar o Plano

No caso de pequenos incidentes, o CI dará instruções verbais. Quando o incidente o exige por
sua dimensão, complexidade ou porque se requer mais de um período operacional, o PAI deve
ser elaborado por escrito(Formulário SCI 202).

Em ambos os casos, o pessoal executa o PAI, cumprindo as designações táticas ordenadas.

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O CI deve convocar sessões de orientação ou disponibilizar a distribuição antecipada do PAI


(Formulário SCI 202). Todo o pessoal designado para o incidente deve conhecer o PAI atual e o
que está sendo preparado para o próximo Período Operacional.

6. Avaliar o PAI

Ao executar o PAI devem ser avaliados tanto o desenvolvimento quanto a efetividade do mesmo.

Antes que o CI aprove o Plano para sua distribuição, os Chefes de Seção revisam os conteúdos
para assegurar que respondem de forma precisa à situação atual, pois pode haver passado um
certo tempo entre a elaboração do Plano e sua distribuição.

Durante o Período Operacional o CI, com os Chefes das Seções de Planejamento e de


Operações, avalia a marcha do trabalho. Aplicando-se o controle de operações disposto no PAI,
é possível que sejam encontradas deficiências. Neste caso, é feita uma intervenção e são
tomadas as providências para corrigi-las. Pode ser necessário modificar as táticas, fazer
mudanças no PAI para o próximo Período Operacional ou mesmo reelaborá-lo.

Finalizado o Período Operacional, são avaliados os resultados e se ajusta o novo PAI elaborado
para o próximo período.

9. Instalações comuns em um Incidente

Ao estabelecer as instalações em um incidente, devem ser considerados os seguintes fatores:

• necessidades prioritárias;
• tempo que cada instalação estará em operação;
• custo do estabelecimento e operação da instalação;
• elementos ambientais que podem afetar as instalações.

São três as instalações comuns que o Comandante do Incidente (CI) pode estabelecer em um
incidente. São elas:

• Posto de Comando.
• Áreas de Espera (uma ou mais)
• Base (do incidente)

Essas instalações cumprem com as necessidades da maioria dos incidentes. Em alguns


incidentes específicos o CI poderá determinar a necessidade de outras instalações, tais como
um acampamento ou um heliponto.

9.1 Posto de Comando (PC)

Lugar a partir do qual se exerce a função de comando.

É um lugar fixo ou móvel, bem sinalizado (pode ser um veículo, barraca, tenda, reboque,
caminhão, ônibus ou qualquer outro lugar que possa ser fácil e rapidamente removido e
reinstalado). É estabelecido pelo Comandante do Incidente quando a situação o exige, seja pela
complexidade do incidente, pela quantidade de recursos que deverá administrar para controlá-lo
ou por sua duração. Quando possível e sem comprometer a segurança, o PC deve ser instalado

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em linha visual com o incidente. Nele se instalam o Comando do Incidente, os Gerentes do Staff
de Comando e os Chefes de Seção.

Ao escolher inicialmente a localização do PC, deve-se considerar as características do incidente,


sua provável duração, se está em crescimento ou diminuição e se o local é suficientemente
amplo e seguro.

Em incidentes de longa duração, é desejável procurar uma instalação com boa ventilação, bem
iluminada e adequadamente protegida.

Alguns incidentes requererão instalações muito amplas, especialmente aqueles que:

• necessitam reunir diversas instituições sob um Comando Unificado;


• têm longa duração;
• precisam de um centro de comunicações no local;
• necessitam ativar a Seção de Planejamento;
• requerem o uso do Staff de Comando e representantes das instituições.

Condições para estabelecer um PC


O PC(12) deve:
• estar fora da zona de risco, longe do ruído e da confusão que geralmente acompanha um
incidente;
• permitir (mantendo a condição anterior) uma visão integral da cena do incidente;
• ter possibilidades de expansão caso o incidente o requeira;
• ter capacidade para prover vigilância (segurança) e para controlar o acesso quando seja
necessário;
• anunciar sua ativação e sua localização via rádio ou outro meio de comunicação para que
todo o pessoal interessado fique informado;
• estar claramente sinalizado e ser identificado por todas as pessoas que estejam envolvidas
na resposta ao incidente;
• ter à vista o quadro de situação do comando para seguir a expansão e contração da
• estrutura.

O sinal de identificação de Posto de Comando é um retângulo de fundo alaranjado que contém


as letras PC em preto.

PC

9.2 Área de Espera (E)

Lugar onde se concentram os recursos enquanto esperam suas designações. À

medida que um incidente cresce, requererá recursos adicionais. Para evitar os problemas que
poderiam provocar a convergência massiva de recursos à cena e para administrá-los de forma
efetiva, o Comandante do Incidente (CI) poderá estabelecer as Áreas de Espera que considere
_______________
(12) No Capítulo 11 – Mobilização, Desmobilização e Encerramento é apresentado o equipamento básico para
estabelecer um PC.

necessárias.

A implementação de uma Área de Espera varia em função das conformações da estrutura do

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 29


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SCI. É uma área de retenção ou estacionamento, próximo da cena, onde os recursos


permanecem até que sejam designados.

A Área de Espera:

• Melhora a segurança do pessoal de resposta e a possibilidade de dar conta dos


recursos;

• Evita a designação prematura de recursos;

• Facilita a entrada oportuna e controlada do pessoal na área do incidente;

• Proporciona um lugar para registro de chegada e entrada de pessoal, equipamentos e


ferramentas, tornando mais fácil o controle.(13)

O sinal de identificação da Área de Espera é um círculo com fundo amarelo e um E de cor preta
em seu interior.

Considerações para selecionar uma Área de Espera


As Áreas de Espera devem:

• estar afastadas da cena do incidente a uma distância não superior a cinco minutos de
deslocamento;
• estar longe de qualquer zona perigosa;

• ter rotas diferentes para a entrada e saída dos recursos;

• ser suficientemente grandes para acomodar os recursos disponíveis e para expandirem-


se caso o incidente o necessite;
• oferecer segurança tanto para o pessoal quanto para os equipamentos.

Funções do Encarregado da Área de Espera


Uma vez que o Comandante do Incidente (CI) identifique a necessidade de estabelecer Áreas de
Espera, designa os Encarregados das Áreas de Espera, os quais deverão:

• Obter um relatório do Chefe da Seção de Operações ou do CI;

• Supervisionar o procedimento de registro de chegadas de pessoal e recepção de


equipamento (Formulário SCI 211);

_______________
(13) O tema será novamente abordado no Cap. 11 Mobilização, Desmobilização e Encerramento.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 30


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

• Responder às solicitações de recursos, designando os recursos disponíveis de acordo com o


indicado pelo CI ou o Chefe de Operações;

• Monitorar o estado dos recursos;

• Manter informados o CI e o Chefe da Seção de Operações, acerca do estado dos recursos


nas Áreas de Espera.

9.3 Base

Lugar onde são coordenadas e administradas as funções logísticas.

A Base está sob a responsabilidade da Seção de Logística. Deve haver somente uma Base por
incidente, ainda que não se descarte a possibilidade de que sejam ativadas bases auxiliares(o
nome do incidente ou outra denominação será juntado ao termo Base). O Posto de Comando do
incidente pode ser instalado na Base.

O Comandante (CI) estabelece uma Base quando um incidente:

• cobre uma grande área;

• continuará por longo tempo, requerendo uma grande quantidade de recursos que deverão
ser escalados por turnos nas designações operacionais.

Quando o Comandante do Incidente estabelece uma base, designa um Encarregado de Base


que operará dentro da Unidade de Instalações da Seção de Logística. Caso a Seção de
Logística não seja ativada, o Encarregado da Base reportará diretamente ao CI ou a quem este
designe.

O sinal de identificação da Base é um círculo de fundo amarelo com um B de cor preta em seu
interior.

9.4 Outras instalações do incidente

Devido suas características, alguns incidentes necessitarão de outras instalações. As mais


utilizadas são Acampamento, Helibase, Heliponto e Área de Concentração de Vítimas.

Nenhuma dessas instalações será detalhada neste Curso, mas convém conhecer a utilidade que
podem ter em certas circunstâncias.

Acampamento

Local dentro da área geral do incidente, equipado e preparado para proporcionar ao pessoal um
local para alojamento, alimentação e instalações sanitárias.

O acampamento pode localizar-se na base e desempenhar a partir daí suas funções específicas.
O sinal de Acampamento consiste em um círculo de fundo amarelo que contém a letra A (letra C

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Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

em espanhol e inglês) de cor preta.

Helibase

Local de estacionamento, reabastecimento, manutenção e reequipamento de helicópteros. .

Um círculo de fundo amarelo contendo um H de cor preta é o sinal de Helibase.

Heliponto

Local preparado para que os helicópteros possam aterrizar, decolar, carregar e descarregar
pessoas, equipamentos e materiais.

Há incidentes que requerem mais de um heliponto.

O sinal de identificação de Heliponto é um círculo de fundo amarelo com um grande H e um


número, ambos de cor preta, que indica a qual heliponto se refere.

H1

Área de Concentração de Vítimas (ACV)

Local estabelecido para efetuar classificação, estabilização e destinação das vítimas de um


incidente.

Mesmo não se tratando de instalações oficiais, as ACV serão necessárias em incidentes que
envolvam número de vítimas que excedem a capacidade de atendimento.

Ao chegar a primeira notícia confirmando vítimas e considerando-se que o tempo pode ser
crítico, um ACV deve ser instalado rapidamente para tratamento de emergência.

O lugar selecionado deve ser:

• um setor seguro, livre de ameaças;


• perto da cena, mas a favor do vento e mais alto do que o local do incidente e dos riscos
associados;

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Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

• acessível para os veículos de transporte (ambulâncias, caminhões, helicópteros, etc.),


• facilmente ampliável;
• isolado do público e idealmente fora de sua vista.

O ACV deve ser preparado para um fluxo eficiente, tanto de vítimas como de pessoal médico.
Cada área deve estar claramente sinalizada.

Caso seja necessário que os locais para classificação de vítimas estejam separados dos de
tratamento e estes dos de transporte, os ACV podem ser divididos em sub-áreas. É conveniente
que os Encarregados de ACV designem um supervisor para cada sub-área.

As áreas de tratamento devem estar suficientemente perto, umas das outras, para permitir:

• comunicação verbal entre trabalhadores das distintas áreas;


• acesso compartilhado com os materiais e equipamentos médicos (serão armazenados em
um lugar central);
• fácil transferência de pacientes cujo estado de saúde sofreu mudança.

Os pacientes em uma área de tratamento devem estar colocados de maneira que todos tenham
a cabeça posicionada para a mesma direção e deixando um espaço livre de no mínimo um metro
de largura entre um e outro. Isto facilitará o uso eficiente do espaço e o aproveitamento do
pessoal disponível. Quando se necessite de um necrotério, este local deverá ser seguro e pouco
visível das áreas de tratamento médico. É identificada por um círculo de fundo amarelo e letras
pretas.

10. Recursos
Em qualquer incidente, a administração eficaz dos recursos é um ponto de grande importância.
Levar a cabo uma operação eficiente requer capacidade para escolher o recurso, garantir sua
segurança e manter o controle dos que tenham sido designados.

Os recursos são descritos por sua Classe, Tipo, Categoria e Estado.

10.1 Definição
Dentro do SCI é utilizado o seguinte conceito de recurso:

Equipamento e pessoal que estão disponíveis ou potencialmente disponíveis para sua aplicação
em um incidente.

10.2 Classificação dos recursos


Classe de recurso

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 33


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Classe: Refere-se aos recursos descritos de acordo com a sua função. Por exemplo, veículo
policial (vigilância), helicóptero (transporte), motobomba (movimento de líquidos), etc.
Recursos da mesma Classe podem ser utilizadas por diferentes instituições em uma variedade
de emergências. Por exemplo, tanto a Polícia quanto os Bombeiros usam depósitos de
combustível e transportes para pessoal.

Recursos de Classes diferentes são usados especificamente por certas instituições e aplicam-se
somente em certas áreas. Por exemplo, veículos policiais (segurança, policia), os auto-bombas,
auto-escadas (bombeiros).

Tipo de recurso

Tipo: indica recursos específicos descritos de acordo com o seu nível de capacidade.
Usualmente os recursos são tipificados por números. O Tipo 1 expressa a maior capacidade, o
Tipo 2 a seguinte e assim sucessivamente.

Por exemplo, em uma unidade de transporte com vários helicópteros, um helicóptero Tipo 1 tem
a capacidade para 16 pessoas. Um helicóptero Tipo 3, a capacidade para cinco pessoas.

A tipificação de recursos ajuda no planejamento para escolher os mais adequados para uma
designação tática.

Devemos levar em conta que aplicar a maior capacidade nem sempre é a melhor opção para
cumprir uma tarefa. Por exemplo, o tamanho de um auto-bomba Tipo 1 poderia apresentar
graves inconvenientes, em relação a vias de acesso, para chegar à área onde é necessária.

Portanto, além da capacidade, as características do recurso devem ser claramente definidas em


sua descrição. Atualmente, foram desenvolvidos muito poucos padrões sobre este tema. Seria
conveniente que os níveis municipais incluíssem nos respectivos Planos Locais de Emergência
e de Contingência (PLEC), uma lista dos recursos que podem disponibilizar durante uma
emergência, ordenados por Classe e Tipo. Esta lista de recursos poderia ser juntada aos anexos
do PLEC, de forma similar à que apresentamos a seguir.

Classe Recurso Tipo Disponível Descrição


TP Onibus 1 20 20 66 passageiros, diesel, caixa de câmbio manual
3 passageiros, 1¼ toneladas, dois eixos, caixa de
TC pick up 3 10
câmbio manual
6 passageiros, 2¼ toneladas, dois eixos, caixa de
TC Caminhão 1 2
câmbio manual, com guincho
veículo de 6 passageiros, 4 portas, caixa de câmbio manual,
SP 2 5
segurança caixa de segurança, luzes de emergência.

TP: Transporte de pessoas; TC: Transporte de cargas; SP: Segurança Pública

10.3 Categorias de Recursos

Para facilitar ainda mais o trabalho no SCI, os recursos são categorizados em Forças Tarefa,
Equipes de Intervenção e Recursos Simples.

Força Tarefa (FT)

Qualquer combinação e número de recursos simples de diferentes classes e tipos que se


constitui para uma necessidade operacional particular.
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Cada FT tem um só Líder, seu próprio transporte e a capacidade de comunicação entre o Líder e
o supervisor do nível seguinte. Reporta ao Supervisor da Divisão ou Grupo, ao Coordenador de
Setor, ao Chefe da Seção de Operações ou diretamente ao Comandante do Incidente,
dependendo do nível de expansão da estrutura do SCI.

As FT são uma mistura de recursos simples de diferentes classes e tipos. Exemplos:

• Obras públicas: duas retroescavadeiras, dois caminhões basculante;


• Bombeiros: duas auto-bombas, um caminhão plataforma;
• Polícia: um helicóptero, duas brigadas de cães;
• Segurança: um veículo policial de operações especiais, uma brigada de cães, dois peritos do
departamento de policia técnica;
• Multi-institucional: cinco agentes da policia civil, cinco auto-bombas, três ambulâncias de
atendimento médico pré-hospitalar básico, uma equipe de agentes penitenciários.

Um exemplo de como é possível utilizar uma FT em um incidente é mostrado no cenário a


seguir:

Um deslizamento de terra soterrou três casas e um edifício comercial.


O Comandante do Incidente estabeleceu a organização de SCI da seguinte forma:

Comandante do Incidente
Força Tarefa 1
Força Tarefa 2
Força Tarefa 3

A Força Tarefa 1 é de Obras Públicas, conta com duas retroescavadeiras e dois caminhões
basculante, encarregada da reparação dos danos à tubulação principal de água.

A Força Tarefa 2 é do Corpo de Bombeiros, tem dois auto-bombas e um trator para


combater incêndios industriais.

A Força Tarefa 3 é de Busca e Salvamento e conta com duas brigadas de busca e


salvamento e dois atendentes pré-hospitalar.

Note-se que neste cenário, enquanto as Forças Tarefa estão constituídas por diferentes
classes e tipos, cada uma cobre uma função operacional específica. As FT podem ser muito
flexíveis em sua constituição, sem limitações impostas, exceto as que correspondem ao alcance
de controle.

Equipe de Intervenção

Conjunto de recursos da mesma classe e tipo com um só líder e comunicações.

Possui um Líder que se reporta ao Supervisor de Divisão ou Grupo, ao Coordenador de Setor,


ao Chefe da Seção de Operações ou diretamente ao Comandante do Incidente, dependendo do
nível de expansão da estrutura do SCI.

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Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Um exemplo de utilização de Equipes de Intervenção é apresentado no seguinte cenário:

Fortes chuvas ameaçam transformar-se em inundações na cidade de Marambaia. O


Comandante do Incidente na Fazenda Velha solicitou uma Equipe de Intervenção de Obras
Públicas para que se faça presente na Área de Espera do incidente. Essa Equipe de
Intervenção consiste de um Líder da Equipe de Intervenção e cinco caminhões basculantes
carregados com 10 toneladas de areia para encher sacos de aniagem.

O agrupamento de recursos para formar as Equipes de Intervenção oferece ao Comandante do


Incidente as seguintes vantagens:

• facilita o planejamento, seleção, agrupamento, designação e controle dos recursos;


• reduz o tráfego de comunicações via rádio;
• melhora a capacidade de expansão estrutural, mantendo o alcance de controle.

Recursos simples

Compreende o equipamento e seu complemento em pessoal que podem ser utilizados em uma
aplicação tática em um incidente.

Um Recurso simples é utilizado, geralmente, nas etapas iniciais de um incidente e podem ser
tipificados para refletir sua capacidade. Exemplos:

• uma motocicleta da policia


• um auto-bomba dos bombeiros
• um equipamento de atendimento médico
• um helicóptero
• uma brigada de cães de busca e salvamento.

Um exemplo de como os Recursos Simples podem ser utilizados em um incidente é apresentado


no seguinte cenário:

Um automóvel chocou-se contra um poste de eletricidade, derrubando-o e ferindo seu condutor.


O Chefe de Operações de Defesa Civil, que estava transitando pelo local, solicitou uma
ambulância, um veículo policial e uma equipe de emergência da Companhia de Eletricidade.

Neste cenário, O Chefe de Operações de Defesa Civil assumiu o comando; a ambulância, o


veículo policial e a equipe de emergência de eletricidade são Recursos Simples.

10.4 Estado dos recursos

Os recursos operacionais em um incidente apresentarão uma das três condições de estado


possíveis:

• Designados: são os que estão trabalhando no incidente, com uma tarefa específica;

• Disponíveis: são os que estão prontos para uma designação imediata na Área de
Espera;

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 36


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

• Indisponíveis: recursos que não é possível utilizar.

Os recursos podem ficar indisponíveis por:

• necessidade de manutenção;
• necessidade de um período de descanso, devido o pessoal encontra-se no limite de suas
condições operacionais;
• condições meteorológicas e de iluminação natural;
• sua utilização representar um custo excessivo e injustificado.

Usualmente, os recursos que passam a ficar indisponíveis são mantidos na Base (caso esta
tenha sido estabelecida).

O registro do estado dos recursos durante um incidente é mantido e atualizado pela autoridade
(Líder ou Supervisor) que controla o recurso. (Formulário SCI 211).

Dependendo do nível de expansão da estrutura, um Líder, um Supervisor, um Coordenador, o


Chefe da Seção de Operações ou o Comandante do Incidente, podem fazer mudanças no
estado dos recursos.

Caso seja ativada uma Área de Espera, o encarregado da mesma manterá o registro do estado
dos recursos localizados nessa Área e informará sobre qualquer mudança aos escalões
superiores.

Um Líder da Unidade de Recursos pode manter o registro do estado dos recursos designados
mas não pode mudar o estado de nenhum dos recursos por sua própria iniciativa ou autoridade.

O SCI provê formulários úteis para manter registro do estado dos recursos, os quais são
utilizados para diferentes propósitos.

• Formulário SCI 211: Lista de Comprovação para registrar os recursos à medida que
cheguem para atender um incidente;

Outro formulário que contém dados sobre recursos é:

• Formulário SCI 204: Designações táticas.

Na seção de formulários são encontradas cópias de cada um deles.

Outras formas de registro são: cartões T, ímãs com imagens e folha eletrônica.

11. MOBILIZAÇÃO, DESMOBILIZAÇÃO E


ENCERRAMENTO

11.1 Pré-ativação

Preparação antes de sair para atender um incidente.

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Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

A pré-ativação apresenta dois momentos:

• o da preparação contínua, capacitação, treinamento e manutenção de equipamentos; e


• o alistamento que precede ao imediato atendimento de um evento e que requer ações
que reduzirão o tempo entre o acionamento e o registro de chegada.

Aqui se desenvolve o alistamento. Quando se planeja a participação em incidentes de longa


duração ou fora da área geográfica de competência, é indispensável:

• preparar ou atualizar os apetrechos de viagem que contenham as informações necessárias.


Por exemplo, mapas, manuais (Manual do campo do SCI), listas de contatos e outros
materiais de referência.

• preparar os pertences pessoais que serão necessários para o tempo que se estime durar a
tarefa.

• revisar a designação de emergência, entender as responsabilidades designadas e a posição


hierárquica.

• verificar o grau de autoridade que se tem sobre a própria instituição durante a designação do
incidente.

• verificar os procedimentos a seguir para comunicações com a própria instituição ou órgão de


origem, quando necessário.

• assegurar-se que os familiares conheçam ou possam descobrir o destino e a maneira de


comunicarem-se com aqueles que serão acionados.

• verificar os arranjos que foram feitos para o transporte, tanto de ida como de regresso.

Dados que devem ser considerados na pré-ativação:

• tipo de incidente e nome ou designação


• instruções para a viagem
• lugar de apresentação
• designação na emergência
• onde e a quem reportar-se (nome e posição, se for possível)
• tempo aproximado de acionamento
• função a desempenhar, nível de autoridade para decisões, pessoas sob sua chefia
• procedimentos a seguir para manter contato com o chefe imediato
• forma de contato com familiares.

Equipamento pessoal básico para operações

A preparação do equipamento pessoal é importante. O esquecimento de artigos indispensáveis


que dificilmente poderão ser conseguidos no local das operações pode causar sérios problemas,
transcendendo ao resto da equipe e comprometendo a operação.

Artigos que devem ser incluídos:

• Medicamentos utilizados habitualmente e outros que pode vir a necessitar. Revise a data de
vencimento;

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Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

• Água potável e alimentos leves não perecíveis;


• Equipamento de proteção pessoal, cantil, lanterna e ferramentas, caso lhe tenham sido
designadas;
• Uma ou mais mudas de roupa apropriadas ao clima (incluindo sapatos), especialmente em
acionamentos prolongados;
• Artigos de asseio pessoal (acionamentos prolongados);
• material de leitura e entretenimento.

Kit para estabelecer um Posto de Comando


Inclui os seguintes artigos:

• identificação da instituição
• lápis, caneta, marcadores ou pincel atômico
• papel, clipes
• formulários do SCI ou outros (específicos do evento)
• manual de campo do SCI
• planos de emergência
• mapas e anexos
• painel e formulários para o quadro de situação
• fita crepe e alfinetes ou percevejos para quadro ou mapas
• prancheta com prendedor para anotações
• legislação
• equipamentos ou ferramentas pessoais (capacete, luvas, cantil, uniforme, outros)

Caso o trabalho requeira um computador portátil, não esquecer da impressora, papel,


dispositivos de armazenamento, vários tipos de conexões e tomadas, transformador e protetor
de voltagem. Uma lista dos artigos permitirá, durante a ativação, organizar os materiais de forma
mais rápida e comprovar se não falta nenhum artigo necessário.

Quando os acionamentos são freqüentes, estes artigos devem ficar armazenados de forma
organizada e mantidos disponíveis todo o tempo. Caso o acionamento seja ocasional, será
preparada uma lista de verificação dos artigos a levar para reuni-los rapidamente quando
necessário.

11.2 Mobilização

Ativação
No SCI, a resposta a um incidente começa com a Mobilização que consta de quatro etapas:
Ativação, continua com Registro, Designação e Operação, depois vem a Desmobilização e
finaliza com o Encerramento.

Registro

Sempre que recursos dêem entrada na estrutura do SCI, devem ser devidamente registrados.
Todos os incidentes necessitam alguma forma de Registro. A seguir seguem os procedimentos
locais para documentar suas atividades. No início é utilizado o Formulário SCI 211. Quanto mais
completos e exatos forem os dados registrados, mais fácil será cumprir com a tarefa.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 39


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Contar com um bom Registro permite ao CI:

• manter atualizado o quadro de situação do comando;


• melhor utilização e rendimento do pessoal;
• maior controle da Unidade de Recursos;
• melhor preparação de novas e posteriores designações;
• fácil localização dos Recursos;
• estabelecimento de horários de trabalho;
• maior eficiência na Desmobilização dos Recursos.

O registro é feito uma única vez. No SCI, a informação de registro é feita no Formulário SCI 211.
Os centros de registro podem ser encontrados nos três postos básicos das Instalações:

• Posto de Comando
• Base
• Área de Espera

Os supervisores devem manter uma lista de atividades dos registrados, de acordo com o
Formulário SCI 214, indicando o nome dos membros designados e uma lista das atividades mais
importantes cumpridas durante o Período operacional.

Designação
No momento de ser registrado, o pessoal receberá sua designação e os seguintes dados:

• local e hora da apresentação


• pessoa a quem deve reportar-se
• designação ou posição no incidente
• responsabilidades específicas de seu trabalho
• subordinados que devem informá-lo
• tempo aproximado que durará sua incorporação
• mecanismo de comunicação com seu supervisor imediato
• como poderá sua família contatá-lo em caso de necessidade.

É importante apresentar-se no local designado o mais rápido possível.

Operação
Tão rápido quanto possível, o recurso se apresentará na área à qual foi designado, localizará
seu supervisor imediato e conseguirá a informação que seja crítica para executar seu trabalho:

• Qual é a situação atual?


• Quem são seus companheiros de trabalho?
• Onde trabalhará? Localização da área de trabalho
• Qual equipamento está disponível para ajudá-lo a realizar seu trabalho?
• Quais são os procedimentos para obter equipamento e provisões adicionais?
• Com quem comunicar-se caso precisar de ajuda?
• Qual é o horário de trabalho?
• Onde fazer as refeições (se for o caso)?
• Onde dormir (se for o caso)?

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 40


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Na operação, as comunicações devem ser feitas em uma linguagem clara e simples, sem usar
códigos quando esteja informando assuntos do incidente. Informar somente o essencial. Não
usar o rádio ou o telefone, a menos que esteja autorizado para fazê-lo. Limitar o tráfego via rádio
ou telefônico ao estritamente necessário.

11.3 Desmobilização
Os procedimentos de desmobilização variam consideravelmente. O CI poderá executá-la
diretamente ou necessitar que se estabeleça uma Unidade de Desmobilização dentro da Secção
de Planejamento.

Na desmobilização, todo o pessoal deve considerar as seguintes ações básicas:

• Completar todas as atividades de acordo com o Plano de Ação do Incidente;


• Instruir todo o pessoal sobre os procedimentos de desmobilização;
• Recolher e guardar todos os equipamentos, ferramentas e materiais, nos locais respectivos;
• Estabelecer com antecedência os pontos e horários de partida;
• Reabastecer os equipamentos para que permaneçam operacionais.
• Completar os formulários SCI.
• proceder à desmobilização total e encerrar a operação, caso tenham sido cumpridos todos
os objetivos.

11.4 Encerramento

É o processo de finalização de um incidente, uma vez cumpridos os objetivos.

O processo de encerramento consiste de:

• Encerramento Operacional

É a desmobilização total e entrega da área do incidente às autoridades competentes.

• Encerramento Administrativo

Consiste na realização da Reunião Posterior ao Incidente (RPI), a revisão e compilação dos


Formulários correspondentes, a preparação e a entrega do Relatório Final do Incidente às
autoridades correspondentes.

11.5 Reunião Posterior ao Incidente – RPI (“Debriefing”, “Incident


Critique”)

Uma RPI é o intercâmbio estruturado de opiniões, analisando fatos e não condutas de indivíduos
ou grupos, que permite capitalizar as experiências individuais e grupais daqueles que
participaram de uma operação. Além de contribuir para a melhoria do manejo de situações
futuras similares, é uma oportunidade para que os participantes expressem e compartilhem as
sensações, sentimentos e vivências pessoais que tiveram durante a realização de seu trabalho.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 41


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Em um RPI não são utilizados os nomes das pessoas, mas sim as funções ou a identificação das
unidades. Exemplo: A Unidade de Documentação não preencheu os Formulários SCI 206 dos
últimos dois períodos operacionais.

Finalidade da RPI
A RPI tem como finalidade:

• Ressaltar os aspectos positivos da operação;


• Identificar e registrar os aspectos a melhorar em futuras operações; e
• Compilar a informação necessária para a elaboração do Relatório Final do Incidente.

Como facilitar uma RPI

A RPI deve ser facilitada por uma pessoa imparcial. O facilitador não expressará opiniões
pessoais, somente promoverá e orientará o intercâmbio entre aqueles que estiveram envolvidos
na operação.

Tipos de RPI

Interna

É a RPI desenvolvida por cada instituição com seu pessoal para analisar sua própria atuação e a
interação com outras instituições durante a operação. É conveniente que essa RPI seja efetuada
dentro da primeira semana depois de concluídas as operações e antes de efetuar a RPI
interinstitucional.

As informações recolhidas na RPI interna serão resumidas em um relatório escrito que será
apresentado pelo representante da instituição na RPI Interinstitucional a que assista.

Interinstitucional

É uma RPI acordada por representantes das instituições envolvidas na operação. Geralmente o
tempo é distribuído na revisão da operação como um todo e para discutir aspectos específicos
apresentados por cada instituição.

É efetuada depois das RPI internas e dentro dos 30 dias posteriores ao incidente.

Pontos a cobrir em uma RPI

Cronologia de eventos e ações tomadas.

Aspectos positivos (o que foi feito corretamente e funcionou bem) e aqueles por melhorar
(problemas encontrados e lições aprendidas), referentes a:

- decisões de comando durante o período inicial;


- instalação e operação do Posto de Comando;
- decisões táticas durante o primeiro período operacional ( se for aplicável ao tipo de RPI);
- manejo e controle dos recursos;
- seleção e operação das demais instalações;
- expansão da estrutura do SCI;

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- função de Operações;
- função de Planejamento;
- função de Logística;
- função de Porta-Voz;
- função de Segurança;
- função de Ligação;
- contração da estrutura do SCI;
- desmobilização e encerramento de operações.
- outros aspectos julgados relevantes.

Caso trate-se de uma RPI Interinstitucional, será incluído um resumo das ações tomadas por
cada instituição participante, com os aspectos positivos e por melhorar correspondentes.

12. Transferência do comando

Neste ponto é descrito como e quando se dá uma mudança de comando e os pontos-chave que
devem ser incluídos no relatório de transferência.

Como foi mencionado anteriormente, o primeiro a chegar ao local assume a função de


Comandante do Incidente. Por uma ampla variedade de razões, poderia ser necessário transferir
o comando a outra pessoa.

Uma transferência do comando deve ser feita cara a cara. O Comandante que sai deve
apresentar ao que entra seu Staff de Comando e os Chefes de Seção e informar-lhe:

• condições do incidente (situação atual, objetivos, prioridades, riscos, necessidade de


recursos, etc.)
• o PAI e seu estado atual
• considerações sobre a segurança
• acionamento e distribuição de Recursos

O Comandante que entra e o que sai devem revisar juntos o quadro de situação do comando
que mostra o estado e acionamento dos recursos e notificar as mudanças à Central de
Comunicações e ao resto do pessoal designado.

Para facilitar a preparação do relatório, recomenda-se o uso do Formulário SCI 201. Este
Formulário permite elaborar um registro conciso de:

• área do incidente.
• ações que as instituições de resposta estão executando.
• organização atual do SCI.
• acionamento atual de recursos e necessidades de recursos adicionais.

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Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Fontes Bibliográficas

FEMA, Incident Command System Basic, Federal Emergency Management Institute, IS 195/
janeiro 1998. Capítulo2.

Ricardo Vélez, La Defensa Contra Incendios Forestales, McGraw-Hill/ Interamericana de


España, S.A.U.Capítulo 16, pág 16.23 –30.

National Wildfire Coordinating Group, Sistema de Mando de Emergencias, Manual de Referencia


del Instructor, Octubre 1994, Módulo1.

Oklahoma State University, Incident Command System, Fire Protections Publications, Octubre
1983.

U.S. Department of Homeland Security, National Incident System, March 1, 2004.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 44


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

GLOSSÁRIO
A
A: símbolo para designar um acampamento.

Acampamento: local dentro da área geral do incidente, equipado e preparado para


proporcionar ao pessoal um lugar para alojamento, alimentação e serviços sanitários.

Ação tática: disposição e uso dos recursos para cumprir as atividades e alcançar o
objetivo proposto.

Ativação: emprego efetivo dos recursos destinados a um incidente.

Atividade: ação direta de um plano.

Trem de socorro: é a dotação de equipamentos, veículos e bombeiros para responder


inicialmente a uma chamada de incêndio em uma edificação. Embora sua constituição
varie de região para região, um trem de socorro pode constar de um veículo para
extinção do incêndio, um veículo de resgate, um veículo de comando e um veículo
escada, em caso de necessidade. Inclui 14 a 16 bombeiros.

Alcance de controle: número de indivíduos que um responsável pode supervisionar


com efetividade.

Aplicação (período de): tempo desde que o recurso recebe a ordem de reportar-se até
ser liberado e desmobilizado da operação.

APAA: Socorrista para Atendimento Pré-Hospitalar.

Área de Concentração de Vítimas (ACV): local estabelecido para efetuar


classificação, estabilização e destinação das vítimas de um incidente; pode ser
subdividida de acordo com as necessidades.

Área de espera: lugar onde se concentram os recursos enquanto esperam suas


designações.

Área do incidente: local em que foram aplicados os recursos para a resposta.

Avaliação: é a identificação inicial do sucedido e a estimação contínua da situação;


deve responder a qual é a natureza do incidente, que ameaças estão presentes, de qual
tamanho é a área afetada, como se poderia isolar a área, que lugar poderia ser usado
como área de espera e quais as vias de acesso e de saída mais seguras para permitir
o fluxo de recursos.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 45


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B
B: símbolo para denominar a base.

Base: lugar onde são coordenadas e administradas as funções logísticas.

BREC: Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas.

Brigada Florestal: Equipe de intervenção formada por três equipes e um líder de


brigada.

C
CBF: Curso de Bombeiro Florestal.

Centro de Operações de Emergência (COE): conjunto de representantes das


diferentes instituições que têm a responsabilidade de assistir à comunidade afetada por
um incidente, reunidos em uma instalação fixa, previamente estabelecida com o objetivo
de coordenar o uso eficiente dos recursos de resposta e de fazer retornar a situação à
normalidade. A partir do COE se exerce o comando das operações de emergência a
nível dessa comunidade. Ele está respaldado em procedimentos regulamentados e em
elementos administrativos e jurídicos particulares de cada país, estado ou município
onde atua.

Chefe: denominação do responsável por uma Seção.

Classe de recursos: refere-se aos recursos descritos de acordo com a sua função.

Comandante do Incidente (CI): pessoa que dirige o SCI na cena.

Comando unificado: é uma função prevista no SCI e se aplica quando várias


instituições utilizam acordos conjuntos para atender um incidente onde cada instituição
conserva sua autoridade, responsabilidade e obrigação de prestar contas.

Comando: ação e efeito de impulsionar, designar, orientar e conduzir os recursos


organizados para alcançar os objetivos de um plano.

Comunicação integrada: princípio do SCI que permite, através de um plano de


comunicações, um eficiente processo de comunicação entre as instituições envolvidas
no atendimento a um incidente.

Contingência: evento de provável aparição e desenvolvimento como desdobramento


na presente situação.

Contração: redução da estrutura do SCI.

Coordenador: denominação do responsável por um Setor.

COPCIF: Curso de Operações, Prevenção e Controle de Incêndios Florestais.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 46


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Equipe florestal: recurso simples, formado por 6 homens e um líder.

D
Desastre: transtorno às pessoas, aos bens, aos serviços e ao ambiente, causado por
um evento natural ou provocado pela atividade humana e que excede a capacidade de
resposta da comunidade afetada.

Designação: descrição das tarefas que um recurso simples deverá realizar, o tempo
para executá-las e a pessoa a quem deve reportar-se.

Desmobilização: movimento de retorno dos recursos a suas bases respectivas, de


forma econômica, segura, ordenada e oportuna.

Divisão: Nível da estrutura que tem a responsabilidade de funções dentro de uma área
geográfica definida.

E
Emergência: transtorno às pessoas, aos bens, aos serviços e ao ambiente, causado
por um evento natural ou provocado pela atividade humana, que a comunidade afetada
pode resolver com os meios previstos para tal fim.

Encarregado: denominação do responsável por uma Instalação.

Encerramento: é o processo de finalização de um incidente, uma vez cumpridos os


objetivos; compreende a Reunião Posterior ao Incidente e o Informe Final.

Encerramento Administrativo: é a realização da Reunião Posterior ao Incidente (RPI),


a revisão e compilação dos formulários correspondentes, a preparação e entrega do
Informe Final às autoridades correspondentes.

Encerramento Operacional: é a desmobilização total e entrega da área do incidente à


autoridade competente.

Equipamento básico pessoal: artigos de uso pessoal que todo indivíduo que participa
de um incidente de média ou longa duração deve possuir.

Equipamento: materiais, instrumentos e elementos logísticos, necessários para a


realização de tarefas específicas.

Equipe de intervenção: conjunto de recursos simples da mesma classe e tipo com um


líder e comunicações.

Evento: ocorrência importante ou programada, de caráter social, acadêmica, artística


ou desportiva.

Evento adverso: transtorno às pessoas, aos bens, aos serviços e ao ambiente de uma
comunidade, causado por um evento natural ou provocado pela atividade humana.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 47


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Expansão: característica da organização do SCI que lhe permite aumentar sua


estrutura de acordo com o alcance de controle.

F
Força Tarefa: quaisquer combinações e número de recursos simples de diferentes
classes e tipos que são constituídos para uma necessidade operacional particular.

Gerente: denominação dos responsáveis por informação pública, segurança e ligação.

Gerente de ligação: é o contato no local para as outras instituições que tenham sido
designadas para o incidente.

Gerente de segurança: é quem vigia as condições de segurança e implementa


medidas para garantir a segurança de todo o pessoal designado.

Gestão de riscos: componente do sistema social constituído pelo planejamento, a


organização, a direção e o controle das atividades relacionadas com os eventos
adversos.

Grupo: Nível da estrutura que tem a responsabilidade de uma designação funcional


específica.

H
H: símbolo para identificar a helibase.

H1: símbolo que identifica e enumera os helipontos estabelecidos para um incidente.

Helibase: local de estacionamento, reabastecimento, manutenção e reequipamento de


helicópteros para cumprir operações do SCI.

Heliponto: local preparado para que os helicópteros possam aterrizar, decolar, carregar
e descarregar pessoal, equipamento e materiais.

I
Incidente: evento de causa natural ou por atividade humana que requer a ação de
pessoal de serviços de emergências para proteger vidas, bens e o ambiente.

Informe final: instrumento desenvolvido com a finalidade de melhorar o funcionamento


do SCI. Compreende três partes; resumo executivo, lições aprendidas e material de
referência.

Instalação: Local ou estrutura fixa ou móvel, designada pelo Comandante do Incidente


para cumprir uma função prevista no SCI.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 48


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

L
Líder: denominação do responsável por uma Unidade, uma Força Tarefa, uma Equipe
de Intervenção ou um Recurso Simples.

Ligação: função do comandante do incidente que consiste em coordenar as ações com


as instituições que se fazem presentes na cena; pode ser delegada a uma pessoa que,
nesse caso, se denomina Gerente.

O
Objetivo: é o produto que se deseja conseguir ou o ponto a que se deve chegar.

Operativo: organização pronta operacionalmente para executar uma ação.

Organização modular: princípio do SCI referente à característica de expansão e


contração da estrutura de acordo com o alcance de controle no incidente.

P
PC: símbolo para designar o posto de comando.

P.P.: abreviatura de Produtos Perigosos.

Perímetro: (em um incidente): linha que demarca uma área específica.

Período operacional: intervalo de tempo entre 1 a 24 horas, designado para cumprir os


objetivos formulados no Plano de Ação do Incidente - PAI.

Plano de Ação do Incidente (PAI): expressão dos objetivos, estratégias, recursos e


organização a cumprir durante um período operacional para controlar um incidente.

Planejamento: formular objetivos, determinar as atividades e os recursos para alcançá-


los organizadamente.

Porta-Voz (Gerente de informação pública): é quem trata as solicitações de


informação e prepara os comunicados para a imprensa.

Pré-ativação: preparação do equipamento e do pessoal antes de sair para atender um


incidente.

Posto de comando: lugar a partir do qual se exerce a função de comando.

R
Setor: nível da estrutura com responsabilidade funcional ou geográfica.

Recurso designado: recurso que está trabalhando no incidente, com uma tarefa
específica.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 49


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Recurso disponível: recursos que estão prontos para uma designação tática imediata.

Recurso não disponível: recursos que não é possível utilizar.

Recurso simples: equipamento e seu complemento em pessoal que pode ser utilizado
em uma aplicação tática em um incidente.

Recurso: equipamento e pessoas disponíveis ou potencialmente disponíveis para sua


designação tática em um incidente.

Registro: anotação dos dados de identificação, de procedência e de designação dos


recursos que serão incorporados ao SCI.

REPP: Primeira Resposta a Emergências com Produtos Perigosos.

Reunião Posterior ao Incidente(RPI): intercâmbio estruturado de opiniões, analisando


fatos e não condutas que permite capitalizar experiências individuais e grupais daqueles
que participaram de uma operação. Tratamento dos acertos e erros suscitados no
atendimento do incidente,, compartilhado pelas pessoas que participaram no posto de
comando e que serve de base para o informe final. Deve ser efetuado durante não mais
de uma hora e antes de 30 dias depois de finalizada a operação.

S
Seção de administração/finanças: é responsável por exercer o controle contábil do
incidente.

Seção de logística: é a responsável por prover instalações, serviços e materiais,


incluindo o pessoal que operará os equipamentos solicitados para atender o incidente.

Seção de planejamento: é a responsável por recolher, avaliar, difundir e usar a


informação acerca do desenvolvimento do incidente e manter um controle dos recursos.

Seção: Nível da estrutura do SCI que tem a responsabilidade de uma área funcional
principal no incidente.

Sección de operaciones: es la responsable de la ejecución de las acciones de


respuesta a un incidente.

Sistema de Comando de Incidente (SCI): é a combinação de instalações,


equipamentos, pessoal, procedimentos, protocolos e comunicações, operando em uma
estrutura organizacional comum, com a responsabilidade de administrar os recursos
designados para atingir, efetivamente, os objetivos pertinentes a um evento, incidente
ou operação.

Sistema: ordenamento de elementos interdependentes relacionados entre si e com seu


entorno.

Situação atual: é a descrição do que ocorreu, o que foi alcançado e o que falta por
fazer.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 50


Curso SCI – Sistema de Comando de Incidentes

Staff de Comando: Nível da estrutura que apóia o Comandante do Incidente nas


funções de segurança, informação pública e ligação.

Staff Geral: grupo de chefes das seções de planejamento, operações, logística e


administração/finanças.

Supervisor: denominação do responsável por conduzir uma Divisão ou um Grupo de


intervenção.

T
Terminologia comum: princípio do SCI que propõe a todas as instituições envolvidas,
uma terminologia padrão e coerente para os recursos, as instalações, as atividades e os
procedimentos.

Tipo de recurso: é a descrição do recurso de acordo com sua capacidade ou seu nível
de desempenho.

Transferência de comando: processo a través do qual a pessoa designada como


Comandante de incidente entrega a seu substituto, de forma verbal e escrita, todas as
informações necessárias para que se continue com o atendimento do incidente.

U
Unidade de comando: baseia-se no princípio administrativo pelo qual nenhuma pessoa
deve ter mais do que um chefe. No SCI cada pessoa responde e informa somente a
uma pessoa designada.

Unidade: Nível da estrutura que tem a função de apoiar as atividades de planejamento,


logística e administração/finanças.

Rev. BR – Fevereiro/ 2005 – OFDA – LAC / IRG MR 51

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