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2019 (COVID-19)
Teoria 4
Epidemiologia 4
Fatores de risco 6
Etiologia 17
Fisiopatologia 25
Classificação 27
Caso clínico 29
Diagnóstico 31
Recomendações 31
História e exame físico 45
Investigações 49
Diagnósticos diferenciais 63
Critérios 67
Rastreamento 67
Tratamento 70
Recomendações 70
Visão geral do algoritmo de tratamento 91
Algoritmo de tratamento 94
Novidades 125
Prevenção primária 139
Discussões com os pacientes 153
Acompanhamento 158
Monitoramento 158
Complicações 160
Prognóstico 173
Diretrizes 179
Diretrizes diagnósticas 179
Diretrizes de tratamento 182
Referências 193
Imagens 276
Resumo
A doença do coronavírus 2019 (COVID-19) é uma doença respiratória aguda infecciosa causada por um
novo coronavírus. Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi informada de
Visão geral
casos de pneumonia de etiologia microbiana desconhecida associados à cidade de Wuhan, província de
Hubei, China. Posteriormente a OMS anunciou que um novo coronavírus foi detectado em amostras obtidas
desses pacientes. Desde então, a epidemia escalou e se disseminou pelo mundo com rapidez, e a OMS
declarou emergência de saúde pública de importância internacional pela primeira vez em 30 de janeiro de
2020, e declarou formalmente a existência de uma pandemia em 11 de março de 2020. Há pesquisas e
ensaios clínicos em andamento para a obtenção de informações sobre o vírus, sua origem, a forma como
ele afeta os seres humanos e seu tratamento.
Definição
Uma infecção respiratória aguda potencialmente grave causada pelo novo coronavírus causador de
síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2).[1] Geralmente, o quadro clínico é similar ao de uma
infecção respiratória e a gravidade dos sintomas varia de um resfriado comum leve a uma pneumonia
viral grave, que leva a uma síndrome de desconforto respiratório agudo potencialmente fatal. Os sintomas
característicos incluem febre, tosse, dispneia e perda do paladar/olfato, embora alguns pacientes possam
ser assintomáticos. As complicações da doença grave incluem, mas não são limitadas a, insuficiência
de múltiplos órgãos, choque séptico e tromboembolismo venoso. Os sintomas podem ser persistentes e
continuar por mais de 12 semanas em alguns pacientes.
Epidemiologia
Adultos
Teoria
• Na China, 87% dos casos confirmados tinham entre 30 e 79 anos e 3% tinham 80 anos ou mais.
Aproximadamente 51% dos pacientes foram do sexo masculino.[4]
• Na Itália, a idade mediana e a prevalência de comorbidades foram maiores em comparação com a
China.[5]
• No Reino Unido, a idade mediana dos pacientes foi 73 anos e os homens representavam 60% das
internações em um estudo prospectivo de coorte observacional com mais de 20,000 pacientes
hospitalizados.[6]
• Nos EUA, os pacientes mais idosos (com idade ≥65 anos) representaram 31% de todos os casos,
45% das internações, 53% das internações em unidades de terapia intensiva e 80% das mortes,
com a maior incidência de desfechos graves nos pacientes com idade ≥85 anos.[7] Os casos em
crianças, adolescentes e adultos jovens aumentaram entre outubro e dezembro de 2020; no entanto,
as hospitalizações, internações em unidades de terapia intensiva e mortes permanecem baixos para
esses grupos (2.5%, 0.8% e <0.1%, respectivamente, com base nos dados disponíveis).[8]
Crianças
• As evidências sugerem que as crianças têm menor susceptibilidade à infecção em comparação com
os adultos, com uma razão de chances de 0.56 para serem um contato infectado em comparação
com adultos. Os adolescentes parecem ter susceptibilidade similar à dos adultos.[9]
• A idade média das crianças com infecção é de 6.5 anos.[10] As taxas de infecção nas crianças e
adolescentes variam de acordo com a localização geográfica:[4] [11] [12] [13] [14] [15] [16]
Teoria
• Uma metanálise de mais de 2500 gestantes com COVID-19 confirmada revelou que 73.9% das
mulheres estavam no terceiro trimestre; 50.8% eram negras, asiáticas ou de grupos étnicos
minoritários; 38.2% eram obesas; e 32.5% apresentavam comorbidades crônicas.[22]
• No Reino Unido, a incidência estimada de internação hospitalar por infecção confirmada pelo SARS-
CoV-2 na gravidez é de 4.9 por 1000 nascimentos. A maioria das mulheres estava no segundo
ou terceiro trimestre. Dessas pacientes, 41% tinham 35 anos ou mais, 56% eram de minorias
étnicas ou negras, 69% apresentavam sobrepeso ou obesidade e 34% apresentavam comorbidades
preexistentes.[23]
• Nos EUA, 75,279 casos foram relatados em gestantes (até 8 de março de 2021), com 12,824
hospitalizações e 82 mortes.[24] De acordo com uma análise de aproximadamente 400,000 mulheres
de 15 a 44 anos com doença sintomática, as gestantes hispânicas e negras não hispânicas parecem
ser desproporcionalmente afetadas durante a gravidez.[25]
Profissionais da saúde
• [UK Office for National Statistics: coronavirus (COVID-19) infection survey, UK statistical bulletins]
• [UK Department of Health and Social Care: REACT-1 studies – monthly results]
Fatores de risco
Fortes
contato com um caso provável ou confirmado
Pessoas que tiverem estado em contato com um caso provável ou confirmado estarão sob
risco aumentado de infecção.
A Organização Mundial da Saúde define um contato como uma pessoa que tenha tido qualquer uma
das seguintes exposições durante os 2 dias anteriores e os 14 dias após o início dos sintomas de
um caso provável ou confirmado: contato face a face com um caso provável ou confirmado dentro
de 1 metro (3 pés) e por pelo menos 15 minutos; contato físico direto com um caso provável ou
confirmado; cuidado direto de um paciente com COVID-19 provável ou confirmada sem o uso do
equipamento de proteção individual recomendado; ou outras situações conforme indicadas pelas
avaliações de risco locais.[189]
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA definem o contato próximo como alguém
que tiver estado a 2 metros (6 pés) de uma pessoa infectada por pelo menos 15 minutos em um
período de 24 horas, começando 2 dias antes do início dos sintomas (ou 2 dias antes do teste nos
pacientes assintomáticos).[190]
Pessoas que residem ou trabalham em uma área com alto risco de transmissão (por exemplo,
ambientes residenciais fechados, ambiente de ajuda humanitária), pessoas que residem ou viajam
para uma área com transmissão comunitária e pessoas que trabalham em um ambiente de saúde
(incluindo dentro de unidades de saúde e residências) a qualquer momento nos 14 dias anteriores ao
início dos sintomas apresentam maior risco de infecção.[189]
• Aqueles que tiverem estado ou transitado por qualquer país com transmissão de variantes
preocupantes (consulte as orientações locais para as listas de países afetados) e que
Teoria
• Contatos das pessoas descritas acima.
idade avançada
Os idosos apresentam aumento dos riscos de infecção e de doença grave. [192]
No Reino Unido, dados de um estudo transversal indicaram que pessoas com idade entre 40 e 64
anos estão sob maior risco de infecção, seguidas por pacientes com 75 anos ou mais,seguidas das
pessoas com 65 a 74 anos.[193] A taxa de mortalidade mais alta foi observada nos pacientes com 80
anos ou mais.[194]
Nos EUA, os pacientes com idade ≥65 anos representaram 31% de todos os casos, 45% das
hospitalizações, 53% das internações em unidades de terapia intensiva e 80% das mortes no início
da pandemia, com a maior incidência de desfechos graves nos pacientes com idade ≥85 anos.[7]
Embora a idade seja um fator de risco independente, o risco nos idosos também está parcialmente
relacionado à probabilidade de que os idosos tenham maior chance de terem comorbidades.
sexo masculino
O sexo masculino apresenta aumento do risco de infecção e doença grave. [192]
No Reino Unido, dados de um estudo transversal revelaram que as chances ajustadas de um teste
positivo foram maiores nos homens (18.4%) em comparação com as mulheres (13.3%).[193]
Foi levantada a hipótese de que isso pode ser devido à presença de androgênios, um nível mais baixo
de anticorpos contra o SARS-CoV-2 em comparação com as mulheres, as mulheres apresentarem
uma resposta imunológica mais forte em comparação com os homens, fatores genéticos ou
uma maior prevalência do consumo de álcool e do tabagismo; no entanto, mais pesquisas são
necessárias.[195] [196]
etnia
Pessoas que pertencem a grupos de negros, asiáticos e minorias étnicas (BAME)
apresentam aumento dos riscos de infecção e doença grave. [197] [198]
No Reino Unido, dados de um estudo transversal revelaram que pacientes do sul da Ásia e negros
apresentaram 1.93 e 1.47 chances de suspeita de infecção, respectivamente.[199] A idade média
dos pacientes de minorias étnicas foi significativamente menor que a dos pacientes brancos.[200]
As minorias étnicas no Reino Unido (incluindo sul da Ásia, leste asiático, negros e outras minorias
étnicas) admitidas a hospitais tiveram maior probabilidade de serem internadas em terapia intensiva
e necessitarem de ventilação mecânica invasiva em comparação com os pacientes brancos,
apesar de gravidade semelhante da doença à internação e de serem mais jovens com menos
comorbidades.[201]
Nos EUA, os dados ajustados por idade dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (até 23
de janeiro de 2021) indicam que os hispânicos ou latinos, índios norte-americanos não-hispânicos
ou nativos do Alasca, e os negros não-hispânicos, têm aproximadamente 3.6, 3.2 e 2.9 vezes a
pacientes podem ter um aumento do risco de mortalidade e morbidade devido à sua representação
desproporcional entre as hospitalizações.[203] [204] [205]
As disparidades raciais nos desfechos podem ser parcialmente atribuídas às taxas mais altas de
comorbidades em certos grupos étnicos.[206]
Nos EUA, a taxa de mortalidade por todas as causas em 30 dias foi de 21% em um estudo de coorte
com mais de 5000 residentes de instituições asilares. Idade avançada, sexo masculino e funções
cognitiva e física prejudicadas foram independentemente associados à mortalidade.[210]
presença de comorbidades
As pessoas com comorbidades apresentam aumento do risco de doença grave e, quanto
mais comorbidades, maior o risco. [211] [212]
No Reino Unido, as comorbidades mais comuns relatadas em um estudo de coorte de mais de 20,000
pacientes hospitalizados foram doença cardíaca (31%), diabetes não complicada (21%), doença
pulmonar crônica não asmática (18%) e doença renal crônica (16%).[6]
Nos EUA, aproximadamente 91% dos adultos hospitalizados tiveram pelo menos uma afecção clínica
subjacente relatada, sendo as mais comuns a hipertensão (56%), a obesidade (49%), a doença
metabólica (42%) e a doença cardiovascular (33%). Aproximadamente 53% das crianças tiveram
pelo menos uma condição clínica subjacente relatada, sendo as mais comuns a obesidade (37%), as
doenças neurológicas (13%) e a asma (12%).[202] Estima-se que aproximadamente 56% dos adultos
e 32% dos adultos jovens (idades entre 18-25 anos) correm risco de doença grave devido à presença
de pelo menos uma comorbidade.[213] [214]
Dos 2.5 milhões de mortes relatadas globalmente até o final de fevereiro de 2021, 2.2 milhões
Teoria
ocorreram em países onde mais da metade da população é classificada como com sobrepeso.
Em países onde menos da metade da população adulta é classificada como com sobrepeso, a
probabilidade de morte é cerca de um décimo do nível observado em países onde mais da metade da
população é classificada como com sobrepeso.[217]
Pessoas com obesidade (≥30 kg/m²) ou obesidade grave (≥40 kg/m²) apresentam aumento do risco
doença grave. Pessoas com sobrepeso (25-30 kg/m²) podem apresentar aumento do risco de doença
grave; no entanto, as evidências são limitadas.[212] As evidências de uma metanálise sugerem uma
associação linear dose-resposta entre o índice de massa corporal e a gravidade e a mortalidade
da doença.[218] No entanto, um estudo de coorte nos EUA revelou uma relação não linear entre o
índice de massa corporal e a gravidade da doença, com o menor risco nos índices de massa corporal
próximos ao limiar entre peso saudável e sobrepeso, então aumentando com o aumento do índice de
massa corporal.[219]
doença cardiovascular
As pessoas com doenças cardiovasculares apresentam aumento do risco de doença grave.
[212]
As pessoas com fatores de risco para doenças cardiovasculares (por exemplo, hipertensão, diabetes)
também apresentam aumento do risco para doença grave e mortalidade (veja abaixo).[223]
diabetes
Pessoas com diabetes do tipo 2 apresentam um aumento do risco de doença grave.
Pessoas com diabetes do tipo 1 ou diabetes gestacional podem apresentar aumento do risco de
doença grave; no entanto, as evidências são limitadas.[212]
O diabetes está associado a aumento dos riscos de progressão da doença, internação em terapia
intensiva, síndrome do desconforto respiratório agudo, ventilação mecânica e mortalidade.[224] [225]
No Reino Unido, um terço de todas as mortes em pacientes hospitalizados ocorreu em pacientes com
diabetes.[226] Uma análise de mais de 19,000 pacientes internados em cuidados intensivos durante
toda a primeira onda da pandemia revelou que o diabetes do tipo 2 está associado a um aumento
de 20% na mortalidade nos pacientes com doença grave, independentemente de idade, sexo, etnia,
obesidade ou outra comorbidade importante.[227]
cetoacidose diabética e uso de insulina.[228] [229] [230] No entanto, os níveis de HbA1c não
foram associados à mortalidade em uma grande coorte de pacientes hospitalizados nos Estados
Unidos.[231] Os pacientes com diabetes recém-diagnosticado têm um risco maior de mortalidade por
todas as causas em comparação com pacientes com diabetes conhecido, hiperglicemia ou glicose
normal.[232] O uso de metformina foi associado a uma mortalidade mais baixa.[233]
A DPOC está associada a um risco 3 vezes maior de doença grave e mortalidade.[235] Um estudo
de coorte prospectivo, multicêntrico e nacional no Reino Unido (75,463 pacientes de 258 unidades
de saúde) revelou que os pacientes com DPOC tiveram menor probabilidade de receber cuidados
intensivos que os pacientes sem uma afecção respiratória subjacente.[236]
Os dados são insuficientes para se concluir se a asma é um fator de risco para infecção,
hospitalização, internação em unidade de terapia intensiva ou morte.[237] De acordo com
metanálises, a asma não está associada a um aumento do risco de infecção, doença grave,
pior prognóstico ou maior risco de intubação ou ventilação mecânica. Os desfechos clínicos
foram semelhantes entre pacientes com asma e pacientes sem asma. Os pacientes asmáticos
apresentaram menor risco de morte em comparação com pacientes não asmáticos.[238] [239] No
entanto, um estudo de coorte multicêntrico, prospectivo e nacional no Reino Unido (75,463 pacientes
de 258 unidades de saúde) revelou que os pacientes com asma tiveram maior probabilidade de
receber cuidados intensivos que os pacientes sem doença respiratória subjacente. A asma grave
foi associada a aumento da mortalidade comparada com a de pacientes com asma não grave em
pacientes com 16 anos ou mais. O uso de corticosteroides inalatórios nos pacientes com asma foi
associado a menor mortalidade em comparação com a de pacientes sem uma afecção respiratória
subjacente em pacientes com 50 anos ou mais.[236]
Pessoas com apneia obstrutiva do sono podem apresentar aumento do risco de doença grave,
independentemente da idade, sexo, índice de massa corporal e comorbidades; no entanto, as
evidências são limitadas. A apneia obstrutiva do sono não foi associada a um aumento do risco de
infecção.[240]
Teoria
Pessoas com doença renal crônica apresentam aumento do risco de doença grave e
podem estar em maior risco de infecção. [193] [212]
No Reino Unido, dados de um estudo transversal revelaram que as chances ajustadas de um teste
positivo foram maiores nos pacientes com doença renal crônica (32.9%) em comparação com aqueles
sem (14.4%).[193]
gestação
As gestantes apresentam aumento do risco de doença grave. [212]
De acordo com uma análise de aproximadamente 400,000 mulheres de 15 a 44 anos com doença
sintomática, as gestantes tiveram maior probabilidade de serem hospitalizadas, de serem internadas
em unidades de terapia intensiva, de receber ventilação mecânica invasiva ou oxigenação por
membrana extracorpórea e de morrer em comparação com mulheres não gestantes.[25] O aumento
do índice de massa corporal é um fator de risco para doença grave nas gestantes.[245]
Consulte a seção Complicações para obter mais informações sobre as complicações relacionadas à
gravidez.
tabagismo
Pessoas que são fumantes ou ex-fumantes apresentam aumento do risco de doença grave.
[212]
A Organização Mundial da Saúde revisou as evidências disponíveis e concluiu que o tabagismo está
associado ao aumento da gravidade da doença e das mortes nos pacientes hospitalizados.[249]
neoplasia maligna
Pessoas com câncer apresentam aumento dos riscos de infecção e doença grave. [212]
[250]
das taxas de admissão à terapia intensiva e das taxas de mortalidade entre os grupos com câncer
e sem câncer foram de 2.88 e 2.25, respectivamente.[254] O risco combinado de mortalidade intra-
hospitalar nos pacientes com câncer é de 14.1%.[255]
Os fatores de risco para mortalidade incluem sexo masculino, idade avançada, presença de
uma ou mais comorbidades, hipertensão, DPOC e a presença de complicações (por exemplo,
síndrome do desconforto respiratório agudo, insuficiência renal aguda). Os pacientes com neoplasias
hematológicas apresentam um aumento do risco de mortalidade em comparação com aqueles com
tumores sólidos.[256] Embora a quimioterapia ativa ou a quimioterapia nos últimos 30 dias tenha
aumentado o risco de morte, as terapias direcionadas, imunoterapia, cirurgia e radioterapia não
parecem aumentar o risco de doença grave ou morte.[257] [258]
As crianças com câncer podem não ser mais vulneráveis à infecção que as crianças sem câncer.
Dados limitados mostram que a morbidade geral em pacientes pediátricos com câncer é baixa, com
apenas 5% precisando ser hospitalizados devido aos sintomas.[259] A sobrevida global em crianças
com câncer é muito alta (99.4%), e não houve diferença significativa no risco de hospitalização ou
admissão a unidades de terapia intensiva entre neoplasias hematológicas e tumores sólidos em
crianças.[260]
Síndrome de Down
As pessoas com síndrome de Down apresentam aumento do risco de doença grave. [212]
No Reino Unido, um estudo de coorte revelou um risco 4 vezes maior de hospitalização e um risco
10 vezes maior de mortalidade em pessoas com síndrome de Down.[263] Isso pode ser devido à
presença de disfunção imunológica, cardiopatia congênita e patologia pulmonar.
Teoria
Nos EUA, entre 178 pacientes com doença falciforme (idade média do paciente <40 anos), 69% foram
hospitalizados, 11% foram internados em terapia intensiva e 7% morreram.[264] A infecção pode
causar síndrome torácica aguda nos pacientes com doença falciforme.[265] [266]
hipertensão
As pessoas com hipertensão podem apresentar um aumento do risco de doença grave; no
entanto, as evidências são limitadas. [212]
Inicialmente, houve uma preocupação de que as pessoas que tomavam inibidores da ECA (IECAs)
ou antagonistas do receptor de angiotensina II pudessem apresentar aumento do risco de infecção ou
doença grave devido à up-regulation da expressão do receptor da ECA2.[270] No entanto, evidências
de alta certeza sugerem que o uso desses medicamentos não está associado a doença grave e que
não há associação entre o uso desses medicamentos e um resultado positivo do teste para SARS-
CoV-2 entre pacientes sintomáticos.[271] [272]
doença cerebrovascular
Pessoas com doença cerebrovascular podem apresentar aumento do risco de doença
grave; no entanto, as evidências são limitadas. [212]
Os pacientes com história de doença cerebrovascular tiveram maior probabilidade de evoluir para
desfechos adversos em comparação com pacientes sem história de doença cerebrovascular.[273]
Os pacientes com doença cerebrovascular preexistente tiveram chances 2.67 vezes maiores
de desfechos desfavoráveis, incluindo internação em terapia intensiva, ventilação mecânica e
mortalidade.[274]
demência
As pessoas com demência podem apresentar aumento dos riscos de infecção e doença
grave; no entanto, as evidências são limitadas. [212] [275]
No Reino Unido, mais de um quarto das pessoas que morreram com COVID-19 de março a junho
de 2020 tinham demência. A demência e doença de Alzheimer foi a principal condição de saúde
preexistente mais comum nas mortes envolvendo COVID-19 entre março e junho de 2020.[276]
Pessoas com doença hepática crônica, especialmente cirrose, podem apresentar aumento
do risco de doença grave; no entanto, as evidências são limitadas. [212]
A doença hepática crônica foi associada a um aumento dos riscos de doença grave e
mortalidade.[278] A taxa de mortalidade a 30 dias é maior nos pacientes com cirrose, com as
principais causas de morte sendo as complicações respiratórias e a piora súbita da função hepática,
causando doença hepática em estágio terminal.[279]
Pessoas com doença hepática gordurosa associada a disfunção metabólica (doença hepática
gordurosa não alcoólica) apresentam aumento do risco de doença grave. A gravidade da doença foi
associada a idade <60 anos e escores fibrose-4 (FIB-4) intermediários ou altos.[280] [281] [282]
imunossupressão
Pessoas imunocomprometidas podem apresentar aumento do risco de doença grave; no
entanto, as evidências são limitadas. [212]
Isso inclui pessoas com história de transplante de sangue ou medula óssea, deficiências
imunológicas ou uso prolongado de corticosteroides ou outros medicamentos imunossupressores.
A exposição a glicocorticoides ≥10 mg/dia (prednisolona) tem sido associada a uma maior chance de
hospitalização nos pacientes com doença reumática.[283] Os pacientes tratados com ciclosporina/
tacrolimo também apresentaram um aumento do risco de hospitalização; no entanto, não ficou claro
se o aumento do risco está relacionado ao próprio medicamento, à condição subjacente para a qual o
paciente é tratado ou a outros fatores.[284]
Fracos
deficiência de vitamina D
Pessoas com deficiência de vitamina D podem apresentar maior risco de infecção e
doença grave; no entanto, as evidências são limitadas. [286] [287]
Teoria
mortalidade, e os pacientes com doença grave tiveram maior probabilidade de ter deficiência de
vitamina D em comparação com os pacientes com doença leve.[294]
Um estudo transversal realizado com 235 pacientes hospitalizados no Irã constatou que os pacientes
que tinham níveis séricos de vitamina D suficientes no momento da internação, definidos como nível
sérico de 25(OH)D ≥30 nanogramas/mL, apresentavam níveis sanguíneos significativamente mais
baixos de proteína C-reativa e uma contagem total de linfócitos no sangue maior em comparação com
aqueles que apresentavam níveis insuficientes de vitamina D, o que sugere que níveis suficientes de
vitamina D melhoram a função imunológica nestes pacientes. Casos de doença grave foram menos
prevalentes em pacientes com níveis adequados de vitamina D e, entre aqueles com 40 anos ou mais
que morreram, aproximadamente 90% apresentavam níveis insuficientes de vitamina D.[295]
Os IBPs são conhecidos por aumentar o risco de infecções devido à hipocloridria. Há evidências de
uma relação independente, dose-resposta, entre uso de medicamentos anti-secretores e positividade
para a COVID-19. Pessoas que tomam IBPs tiveram chances significativamente aumentadas de
relatarem um teste positivo para COVID-19 em comparação com pessoas que não tomavam IBPs.
Pessoas que tomavam antagonistas H2 não apresentaram aumento do risco.[296]
Os pacientes que tomam IBPs também podem apresentar aumento do risco de infecções
secundárias, desfechos clínicos graves e morte.[297] [298] Os usuários atuais ou regulares de IBPs
tiveram maior probabilidade de ter desfechos graves em comparação com os não usuários de IBP.
Além disso, os atuais usuários de IBPs tiveram maior probabilidade de ficar hospitalizados por mais
tempo em comparação com os não usuários de IBP, embora isso não tenha sido estatisticamente
significativo. O uso anterior de IBP não está associado a aumento de suscetibilidade a infecções ou a
desfechos graves.[299]
doença autoimune
Pessoas com doenças autoimunes podem apresentar maior risco de infecções e doença
grave; no entanto, as evidências são limitadas. [300]
Nos pacientes com esclerose múltipla, a incapacidade neurológica, a idade e a obesidade foram
fatores de risco para doença grave.[301]
Ainda não está claro se a infecção por HIV influencia a infecção e a evolução da doença. Um estudo
de coorte retrospectivo no Reino Unido revelou que as pessoas com HIV parecem apresentar
aumento do risco de mortalidade.[305] Um estudo de coorte retrospectivo em Nova York revelou que,
embora as pessoas com HIV não pareçam apresentar aumento do risco de infecção, elas apresentam
aumento do risco de desfechos desfavoráveis (principalmente taxas mais altas de doença grave que
requer hospitalização) em comparação com pessoas que vivem sem infecção por HIV diagnosticada.
O risco de hospitalização aumentou com a progressão do estágio da doença por HIV.[306]
Os dados das metanálises são conflitantes. Uma metanálise revelou que a infecção por HIV não
esteve associada a um desfecho composto desfavorável.[307] No entanto, outra metanálise revelou
que as pessoas que vivem com infecção pelo HIV apresentam um aumento moderado do risco
de mortalidade em comparação com as pessoas sem HIV. Pessoas em esquemas baseados em
tenofovir desoproxila tiveram um menor risco de desfechos desfavoráveis.[308]
dislipidemia
A dislipidemia parece estar associada a um aumento do risco de doença grave e
mortalidade; no entanto, as evidências são limitadas. [309] [310]
A associação foi mais forte em homens, pessoas com idade avançada e pessoas com
hipertensão.[311]
Inicialmente, houve a preocupação de que as pessoas que tomavam estatinas pudessem apresentar
um aumento do risco de infecção ou doença mais grave, pois as estatinas mostraram aumentar
a expressão de ECA2 em animais e podem promover a ativação da via inflamatória na síndrome
do desconforto respiratório agudo.[270] No entanto, até o momento, os estudos não apoiam essa
hipótese, e alguns estudos têm mostrado um efeito protetor.[312] [313] [314] [315]
cirurgia
A mortalidade cirúrgica e as complicações podem ser maiores nos pacientes com
COVID-19 em comparação com pacientes sem COVID-19. [316]
Teoria
Não há evidência de associação entre o grupo sanguíneo AB e o risco de infecção. O grupo
sanguíneo O parece ser protetor contra infecções. Pessoas Rh-positivas foram mais vulneráveis à
infecção em comparação com aquelas Rh-negativas.[319]
Um estudo de associação genômica ampla revelou que pacientes com grupo sanguíneo
A têm aumento do risco de 45% de insuficiência respiratória em comparação com outros
grupos sanguíneos. Ele também encontrou um efeito protetor no grupo sanguíneo O. Dois loci
cromossômicos foram associados à insuficiência respiratória e um deles coincidiu com o locus do
grupo sanguíneo ABO.[188] O domínio de ligação ao receptor do SARS-CoV-2 liga-se diretamente ao
antígeno do grupo sanguíneo A expresso nas células epiteliais respiratórias, vinculando diretamente o
grupo sanguíneo A ao SARS-CoV-2.[320]
disbiose intestinal
Há evidências limitadas de que a disfunção da microbiota intestinal possa estar implicada
na patogênese da COVID-19.
Os pacientes parecem ter uma depleção de comensais benéficos (por exemplo, Eubacterium
ventriosum, Eubacterium rectale , Faecalibacterium prausnitzii, Roseburia e táxons de
Lachnospiraceae) e um supercrescimento de patógenos oportunistas (Clostridium hathewayi,
Actinomyces viscosus, Bacteroides nordii) durante a hospitalização.[321] [322] [323] Associações
entre a composição da microbiota intestinal, níveis de citocinas e marcadores inflamatórios em
pacientes com COVID-19 sugerem que o microbioma intestinal está envolvido na gravidade da
doença, possivelmente por meio da modulação da resposta imune do hospedeiro. A disbiose
intestinal após a remissão da doença pode contribuir para os sintomas persistentes.[324]
fatores ambientais
Clima e latitude : evidências limitadas sugerem que condições frias e secas e latitudes mais altas
podem aumentar a transmissão, e condições quentes e úmidas podem reduzir a taxa de infecções; no
entanto, as evidências são conflitantes e não são suficientes para provar causalidade.[325] [326] [327]
[328] [329] [330] [331]
Etiologia
Virologia
• Os coronavírus constituem uma grande família de vírus de RNA envelopados, inclusive alguns que
causam doenças em humanos (por exemplo, resfriado comum, síndrome respiratória aguda grave
[SARS], síndrome respiratória do Oriente Médio [MERS]) e outros que circulam entre mamíferos e
aves. Raramente, os coronavírus de animais podem se disseminar para humanos e, em seguida, se
disseminam na população, como foi o caso da SARS e da MERS.
• SARS-CoV-2 pertence ao subgênero Sarbecovirus da família Coronaviridae e é o sétimo coronavírus
a infectar seres humanos. Descobriu-se que o vírus é similar aos coronavírus do tipo SARS
de morcegos, mas é diferente do SARS-CoV e do MERS-CoV.[38] [39] O genoma completo foi
determinado e publicado no GenBank. [GenBank]
• Todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, mudam ao longo do tempo. Mais de 250,000 variantes do
vírus foram sequenciadas pelo COVID-19 Genomics UK Consortium (COG-UK) até 17 de fevereiro de
2021. [COG-UK: data]
• As variantes do SARS-CoV-2 dignas de nota e que causam preocupação (variants of concern; VOC)
incluem as seguintes.
• VOC 202012/01 (linhagem B.1.1.7) : identificada pela primeira vez em Kent, sudeste da
Inglaterra, em setembro de 2020, e relatada à Organização Mundial da Saúde em dezembro
de 2020. A origem é incerta. Ela agora é a variante dominante no Reino Unido. A variante
foi relatada em mais de 90 países, e a transmissão na comunidade foi relatada em um
Teoria
todas as regiões e faixas etárias (com base em dados de 30 de novembro de 2020 a 10 de
janeiro de 2021). As taxas de ataques secundários estimadas são de 10% a 55% mais altas
que as do vírus do tipo selvagem para algumas regiões e faixas etárias.[40] No entanto, sabe-
se que as taxas de ataques secundários para as formas não variantes variam amplamente
(consulte Taxa de ataques secundários abaixo). Existe a possibilidade de que a infecção por
esta variante esteja associada a um risco aumentado de gravidade da doença, hospitalização
e morte em comparação com outras variantes.[41] Há evidências consistentes de atividade
de neutralização cruzada no soro de convalescentes (isto é, soros de indivíduos que foram
infectados com B1.1.7 mostram atividade neutralizante contra vírus de outras linhagens, e
o inverso também é verdadeiro).[40] A variante possui mutações que foram associadas à
atenuação em outras variantes.[42] Há evidências emergentes (ainda sem revisão por pares)
de que a variante pode causar infecções mais longas em comparação com o SARS-CoV-2 não
variante, e isso pode contribuir para o aumento da transmissibilidade.[43]
• VOC 202102/02 (grupo B.1.1.7 com mutação E484K) : um pequeno número de sequências
B.1.1.7 adquiriu a mutação E484K da proteína da espícula. Um pequeno grupo de casos foi
relatado no sudoeste da Inglaterra. Nenhuma hospitalização ou morte foi relatada com esta
variante. Nenhum caso internacional foi relatado.[40]
• VOC 202012/02 (linhagem B.1.351) : detectada pela primeira vez em Nelson Mandela Bay,
África do Sul, em outubro de 2020. A variante foi relatada em pelo menos 40 países, incluindo
o Reino Unido. A variante tem mutações da proteína da espícula semelhantes às da VOC
202012/01. A análise do sequenciamento revela que a mutação N501Y relatada no Reino
Unido e na África do Sul se originou de maneira independente. Essas mutações podem afetar
sua transmissibilidade e perfil antigênico; no entanto, os casos, hospitalizações e mortes estão
diminuindo atualmente na África do Sul.[40]
• VOC 202101/02 (linhagem P.1) : uma descendente da linhagem B.1.1.28 detectada pela
primeira vez no Japão em viajantes provenientes do Brasil. Essa variante contém mutações
que podem afetar sua transmissibilidade e perfil antigênico; no entanto, não há evidências
suficientes para confirmar isso. Foi relatada em 12 países.[40] A variante já foi detectada no
Reino Unido e nos EUA.[44] [45]
• Linhagem B.1.1.207 : duas sequências foram identificadas pela primeira vez na Nigéria,
embora não se saiba onde a variante surgiu pela primeira vez. Essas sequências compartilham
uma mutação não sinônima na proteína da espícula em comum com a linhagem B.1.1.7, mas
não compartilham nenhuma das outras mutações exclusivas da linhagem B.1.1.7. Atualmente,
não há evidências que sugiram que esta variante tenha qualquer impacto sobre a transmissão
ou a gravidade da doença.[46]
• Variante de Grupo 5 : detectada em pessoas na Dinamarca e associada à transmissão de
visons criados em fazendas. As implicações clínicas desta nova variante ainda não são bem
compreendidas; no entanto, foram relatadas mutações na proteína da espícula. Nenhum novo
caso humano da variante do grupo 5 foi relatado na Dinamarca desde 20 de novembro de
2020, e a variante não está mais circulando entre humanos. Todos os visons das fazendas
afetadas e de fazendas dentro de uma zona determinada foram abatidos. Sete outros países
relataram SARS-CoV-2 em criações de visons (Lituânia, Grécia, Espanha, Itália, Holanda,
Suécia e os EUA).[47] [48]
• A maioria dos pacientes no estágio inicial desse surto relatou uma relação com o Mercado de
peixe de Huanan no Sul da China , um mercado de animais vivos ou "úmido", o que sugere que o
vírus tenha origem zoonótica.[50] [51] [52] Uma avaliação inicial da dinâmica de transmissão nos
primeiros 425 casos confirmados constatou que 55% dos casos antes de 01 de janeiro de 2020
estiveram associados ao mercado; por outro lado, apenas 8.6% dos casos após essa data estiveram
associados ao mercado. Isso sugere que a disseminação entre pessoas esteve ocorrendo entre
contatos próximos desde meados de dezembro de 2019.[52]
• Alguns estudos sugerem que o SARS-CoV-2 pode ser um vírus recombinante entre um coronavírus
de morcego e um coronavírus de origem desconhecida.[38] [39] [53] [54] Pangolins e visons têm sido
sugeridos como possíveis hospedeiros intermediários.[55] [56] [57] [58] No entanto, atualmente não
há evidências que demonstrem a possível rota de transmissão de um morcego reservatório para o
homem por meio de uma ou várias espécies animais intermediárias.[59] Pesquisas adicionais são
necessárias para se determinar a origem do SARS-CoV-2.
Dinâmica da transmissão
Teoria
uma média de 12.5 dias (até 33 dias no máximo) após as amostras respiratórias terem se tornado
negativas.[69]
• A transmissão por meio de outros fluidos corporais (incluindo a transmissão sexual ou a
transmissão hemogênica) não foi relatada.[60] Embora o vírus tenha sido detectado no sangue,
líquido cefalorraquidiano, líquido pericárdico, líquido pleural, urina, sêmen, saliva, tecidos oculares,
incluindo a córnea, lágrimas e secreções conjuntivais, bem como na orelha média e no processo
mastoide, a presença do vírus ou de componentes virais não significa o mesmo que infectividade.[70]
[71] [72] [73] [74] [75] [76] [77] [78] [79] [80] [81] [82] O SARS-CoV-2 não é transmitido sexualmente,
mas pode ter um efeito na fertilidade masculina, embora isso ainda não tenha sido confirmado.[83]
• A transmissão vertical ocorre raramente, e a transmissão transplacentária já foi documentada. Há
evidências limitadas sobre a extensão da transmissão vertical e seu tempo.[84] No geral, 6.3% dos
bebês nascidos de mães com COVID-19 tiveram testes positivos para SARS-CoV-2 ao nascimento.
A transmissão foi relatada tanto em lactentes nascidos a termo quanto pré-termo. Também há
evidências de anticorpos contra SARS-CoV-2 entre bebês nascidos de mães com COVID-19 cujos
testes para SARS-CoV-2 foram negativos.[85] A taxa de infecção parece não ser maior quando o
bebê nasce de parto normal, é amamentado ou o contato com a mãe é permitido.[86] Fragmentos
virais foram detectados no leite materno; no entanto, esse achado é incomum e, quando ocorre, foi
associado a sintomas leves em bebês. Os anticorpos anti-SARS-CoV-2 são mais prevalentes no leite
materno em comparação com os fragmentos virais.[87] A transmissão vertical é improvável se forem
tomadas precauções de higiene adequadas.[88]
• A transmissão nosocomial foi relatada em 44% dos pacientes em uma revisão sistemática; no
entanto, esta revisão foi limitada a séries de casos conduzidas no início do surto em Wuhan, antes da
instituição das medidas de prevenção e controle de infecção apropriadas.[89] As infecções adquiridas
no hospital (definidas como pacientes diagnosticados mais de 7 dias após a internação hospitalar)
representaram aproximadamente 17% das infecções no NHS da Inglaterra até 26 de outubro de 2020,
e as taxas têm chegado a 25% em algumas áreas.[90] Estudos de profissionais da saúde expostos
a casos índice (não na presença de procedimentos geradores de aerossóis) encontraram pouca ou
nenhuma transmissão nosocomial quando foram usadas precauções contra contato e gotículas.[61]
[91]
Dinâmica da transmissão em relação aos sintomas
• Transmissão sintomática
• Transmissão assintomática
• Foi relatada transmissão de casos assintomáticos (casos confirmados por laboratório que
nunca desenvolveram sintomas); no entanto, a maioria das evidências é baseada em dados
iniciais da China e tem limitações (por exemplo, pequeno número de casos, os casos podem
ter sido pré-sintomáticos).[95] [96] [97] [98] [99] [100] [101] A Organização Mundial da
Saúde afirma que os casos assintomáticos não são o principal motor da dinâmica geral
da epidemia.[102] Numerosos estudos relataram ausência de evidência de transmissão
assintomática por portadores do SARS-CoV-2.[103] [104] [105] Em um estudo de rastreamento
pós-confinamento em quase 10 milhões de residentes em Wuhan, não houve testes positivos
entre 1174 contatos próximos de casos assintomáticos. Além disso, foi realizada a cultura do
vírus em amostras de casos positivos assintomáticos e todas as culturas foram negativas,
indicando que os casos positivos assintomáticos do estudo não foram infecciosos.[106]
• Estimar a prevalência de casos assintomáticos na população é difícil. Uma metanálise de
mais de 50,000 pessoas revelou que 15.6% dos casos confirmados estavam assintomáticos
no momento do teste (intervalo de 2% a 75%), e quase metade desenvolveu sintomas
posteriormente.[107] A estimativa global da proporção de pessoas que são infectadas e
permanecem assintomáticas durante a infecção foi estimada em 17% a 33%.[108] [109] [110]
• Os profissionais da saúde podem desempenhar um papel na transmissão assintomática. Cerca
de 7.6% dos profissionais da saúde que trabalharam em unidades hospitalares com pacientes
infectados apresentaram resultados positivos para anticorpos contra SARS-CoV-2; no entanto,
apenas 58% desses profissionais relataram sintomas prévios.[111] Um estudo transversal
realizado com quase 2800 profissionais da saúde constatou que 5.4% dos profissionais da
saúde assintomáticos expostos à COVID-19 tiveram testes positivos, comparados a 0.6% dos
profissionais da saúde assintomáticos não expostos à COVID-19.[112]
• As crianças têm maior probabilidade de serem assintomáticas.[107] A proporção combinada
de casos assintomáticos em crianças foi considerada significativa (cerca de 40%).[113]
[114] No entanto, estudos recentes revelaram que a taxa de infecção assintomática em
crianças foi muito baixa (1% em comparação com 9% nos adultos em um estudo e 0.6% em
comparação com 1.8% nos adultos em outro estudo), indicando que as crianças parecem não
ser condutoras específicas da pandemia.[115] [116]
Eventos de super-disseminação
Teoria
ataques da infecção em alunos (0.15%) em comparação com funcionários de escolas (0.7%).[134]
• Alguns indivíduos são superconcentradores do vírus, mas os motivos subjacentes aos eventos
de super-disseminação costumam ser mais complexos que apenas o excesso de eliminação de
partículas virais e podem incluir uma variedade de fatores comportamentais, do hospedeiro e
ambientais.[135]
Fatores de transmissão viral
• Período de incubação
• O período de incubação é estimado entre 1 e 14 dias, com uma mediana de 5 a 7 dias.[2] [136]
O vírus viável tem vida relativamente curta; a infecciosidade atinge a intensidade máxima cerca
de 1 dia antes do início dos sintomas e diminui em 7 dias.[60]
• O período de incubação médio combinado é de 9.6 dias em crianças.[10]
• Número reprodutivo (R#)
• Relatórios sugerem que o número reprodutivo, o número de pessoas que adquirem a infecção
de uma pessoa infectada, é estimado em 2.2 a 3.3. No entanto, existe uma heterogeneidade
muito elevada entre os estudos e o número varia entre os países.[52] [137] [138] [139] Os
Centros de Controle e Prevenção de Doenças fornecem uma estimativa atual de 2.5 (até 10 de
setembro de 2020).[140]
• O R₀ diminui quando medidas de saúde pública (por exemplo, distanciamento social) são
postas em prática.[141]
• Intervalo serial
• O tempo entre o início dos sintomas no paciente primário e o início dos sintomas no paciente
infectado em uma cadeia de transmissão foi estimado em aproximadamente 5.45 dias (variação
de 4.2 a 6.7 dias).[142]
• Taxa de ataque secundário
casos assintomáticos a 6.2% para casos graves/críticos) de acordo com um estudo de 3410
contatos próximos de 391 casos índice.[102]
• A taxa de ataques secundários para contatos próximos das pessoas pré-sintomáticas foi
estimada em aproximadamente 7%, em comparação com 1% em pessoas assintomáticas e 6%
em pessoas sintomáticas.[146]
• Crianças <5 anos tiveram taxas de ataque secundário mais baixas em comparação com
crianças mais velhas, e o risco de infecção foi maior se o caso índice da família foi a mãe.[147]
A taxa de ataque secundário foi de 1.2% em crianças em um ambiente de creche ou
escola.[148]
• As taxas de ataques secundários para as variantes do SARS-CoV-2 podem ser diferentes
(consulte Novas variantes de SARS-CoV-2 acima).
• Carga viral
• A carga viral é mais elevada no trato respiratório superior (nasofaringe e orofaringe) no início
da evolução da infecção (em geral, atinge a intensidade máxima na primeira semana da
doença) e, em seguida, aumenta no trato respiratório inferior (escarro). A carga viral diminui
após o início dos sintomas. Os pacientes com doença grave têm cargas virais mais altas
em comparação com aqueles com doença leve. A carga viral no trato respiratório superior é
comparável em pacientes assintomáticos e sintomáticos; entretanto, a maioria dos estudos
demonstra eliminação viral mais rápida entre pessoas assintomáticas em comparação com
pessoas sintomáticas.[149]
• A carga viral parece ser o principal fator de transmissão do vírus. Em um estudo de coorte, a
taxa de ataques secundários foi de 17% entre 753 contatos de casos índice, com uma variação
6
de 12% quando o caso índice teve carga viral inferior a 1x10 cópias/mL a 24% quando o caso
10
índice teve uma carga viral de 1x10 cópias/mL ou mais (em swabs nasofaríngeos). Cargas
virais mais altas em swabs de contatos assintomáticos foram associadas a um maior risco de
evolução para doença sintomática, e esses contatos tiveram períodos de incubação mais curtos
que aqueles com carga viral mais baixa.[150]
• Eliminação de partículas virais
• A duração média da disseminação foi de 17 dias no trato respiratório superior, 14.6 dias no
trato respiratório inferior, 17.2 dias nas fezes e 16.6 dias nas amostras de soro. A duração
máxima da eliminação foi de 83 dias no trato respiratório superior, 59 dias no trato respiratório
inferior, 126 dias nas fezes e 60 dias nas amostras de soro. No entanto, nenhum vírus
vivo foi detectado além do dia 9 de sintomas, apesar de cargas virais persistentemente
altas. A duração da disseminação de partículas virais foi maior nos pacientes sintomáticos
em comparação com pacientes assintomáticos, e nos pacientes com doença grave em
comparação com aqueles com doença não grave.[149]
• O período de infectividade é muito mais curto que a duração da eliminação de partículas virais
detectáveis. Nenhum vírus viável foi isolado em pacientes com doença leve ou moderada
após 10 dias de sintomas, ou após 20 dias naqueles com doença grave ou crítica, apesar
da eliminação de partículas virais continuada. Os dados sobre a dinâmica da eliminação de
Teoria
idade avançada, hipertensão comórbida, atraso na internação hospitalar após o início
dos sintomas ou doença grave à internação e uso de ventilação mecânica invasiva ou
corticosteroides.[152] Os pacientes imunocomprometidos podem eliminar partículas virais por
pelo menos 2 meses.[153]
Fisiopatologia
A fisiopatologia ainda não é totalmente compreendida; no entanto, detalhes estão surgindo.[154]
• O coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2) se liga ao receptor ECA2 nos
humanos, o que sugere uma patogênese semelhante à da SARS.[39] [155]
• Uma característica estrutural particular do domínio de ligação ao receptor da glicoproteína da espícula
do SARS-CoV-2 (responsável pela penetração do vírus nas células hospedeiras) confere uma
afinidade de ligação potencialmente maior para o ECA2 nas células hospedeiras, em comparação
• O SARS-CoV-2 usa a TMPRSS2 do hospedeiro como iniciador da proteína S e para a fusão das
membranas viral e da célula e hospedeira.[164]
• Uma maior expressão de TMPRSS2 foi observada no epitélio nasal de negros em comparação com
asiáticos, latinos, brancos e pessoas de raças/etnias mistas, o que pode ser um fator contribuinte para
a maior carga de infecção entre negros.[165]
Estudos de autópsia
• Pulmonar : estudos de autópsia revelaram que pacientes que morreram de insuficiência respiratória
apresentavam evidências de dano alveolar difuso exsudativo com congestão capilar maciça,
frequentemente acompanhada de microtrombos. A formação de membrana hialina e uma hiperplasia
atípica dos pneumócitos é comum. Foi identificada obstrução da artéria pulmonar por material
trombótico nos níveis macroscópico e microscópico. Os pacientes também apresentaram sinais de
microangiopatia trombótica generalizada. Foi observada lesão endotelial grave associada à presença
de vírus intracelular e membranas celulares rompidas. Os outros achados incluem broncopneumonia,
embolia pulmonar, hemorragia alveolar e vasculite. O crescimento significativo de novos vasos
sanguíneos através da angiogênese intussusceptiva distingue a patologia pulmonar decorrente da
COVID-19 da infecção por influenza grave.[166] [167] [168] [169] [170] [171] Alguns pacientes com
doença grave podem desenvolver doença pulmonar fibrótica para a qual o transplante de pulmão
pode ser a única opção de tratamento.[172]
• Neurológico : o exame histopatológico de amostras cerebrais mostrou alterações hipóxicas, mas
ausência de encefalite ou de outras alterações cerebrais específicas devidas ao vírus em um estudo
de autópsias. O vírus foi detectado em baixos níveis no tecido cerebral.[173] Outro estudo encontrou
alterações neuropatológicas leves, com alterações neuroinflamatórias pronunciadas no tronco
encefálico sendo o achado mais comum.[174]
• Cardíaco : em estudos de autópsias, o SARS-CoV-2 foi detectado no miocárdio com frequência.
Embora os achados patológicos cardíacos sejam prevalentes, a miocardite aguda é incomum. Os
achados mais frequentes foram a dilatação cardíaca, a isquemia miocárdica e a trombose.[175]
Teoria
revelou uma notável presença de neutrófilos agregados nos pulmões e em vários outros órgãos.
Tampões neutrofílicos, compostos por neutrófilos com armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs)
ou como agregados de NETs e plaquetas, estiveram presentes no coração, rim, fígado e cérebro.
As NETs podem, portanto, desempenhar um papel na coagulopatia associada à infecção pelo
SARS-CoV-2. A presença desproporcional de neutrófilos agregados e NETs em comparação com a
presença esporádica do vírus sugere uma resposta imune autônoma de mal-adaptativa.[178] As NETs
parecem desempenhar um papel na patogênese do infarto do miocárdio com supradesnivelamento
do segmento ST nos pacientes com COVID-19, com base em uma pequena série de pacientes com
COVID-19 e infarto do miocárdio.[179]
• Hepáticos: foi observada uma alta prevalência de esteatose hepática, congestão dos seios venosos
hepáticos, trombose vascular e fibrose, juntamente com inflamação portal e lobular e hiperplasia ou
proliferação das células de Kupffer.[180]
• Outro : outros novos achados à autópsia incluem pancreatite, pericardite, microinfarto adrenal,
mucormicose disseminada secundária e ativação da microglia cerebral.[181]
Disfunção endotelial
• Existe uma hipótese de que a COVID-19 seja uma doença do endotélio.[182] [183] [184] A
endoteliopatia e a ativação plaquetária parecem ser características importantes da COVID-19
nos pacientes hospitalizados e provavelmente estão associadas a coagulopatia, doença crítica e
morte.[185]
• A hiperviscosidade foi relatada nos pacientes. É conhecida por danificar o endotélio e é um fator
de risco conhecido para trombose. A ligação potencial entre a hiperviscosidade e as complicações
trombóticas justificam investigações adicionais.[186]
Fatores genéticos
• Acredita-se que fatores genéticos desempenhem um papel. Em uma série de casos de quatro
pacientes do sexo masculino com doença grave, foram identificadas raras variantes putativas de
perda de função do gene TLR7 do cromossomo X, e isso foi associado ao comprometimento da
resposta mediada por interferonas.[187]
• Um novo locus de suscetibilidade foi detectado no grupo de genes do cromossomo 3p21.31 em
pacientes com insuficiência respiratória, o que pode confirmar o envolvimento do sistema ABO de
grupos sanguíneos.[188]
Classificação
Organização Mundial da Saúde: gravidade da COVID-19[2]
Doença leve
• Pacientes sintomáticos que atendem à definição de caso para COVID-19 sem evidência de hipóxia ou
pneumonia.
• Os sintomas mais comuns incluem febre, tosse, fadiga, anorexia, dispneia e mialgia. Os outros
sintomas inespecíficos incluem a faringite, a congestão nasal, a cefaleia, a diarreia, as náuseas/
estado de alerta reduzido, mobilidade reduzida, diarreia, perda de apetite, delirium, ausência de
febre).
• Os sintomas decorrentes de adaptações fisiológicas da gestação ou eventos adversos da gestação
(por exemplo, dispneia, febre, sintomas gastrointestinais, fadiga) ou outras doenças (por exemplo,
malária) podem se sobrepor aos sintomas da COVID-19.
Doença moderada
• Adolescente ou adulto: sinais clínicos de pneumonia (isto é, febre, tosse, dispneia, respiração
acelerada), mas nenhum sinal de pneumonia grave, incluindo níveis de saturação de oxigênio no
sangue (SpO₂) ≥90% em ar ambiente.
• Crianças: sinais clínicos de pneumonia não grave (ou seja, tosse ou dificuldade em respirar associada
a respiração acelerada e/ou retração torácica) e ausência de sinais de pneumonia grave. A respiração
acelerada é definida como:
• Adolescente ou adulto: sinais clínicos de pneumonia (isto é, febre, tosse, dispneia, respiração rápida)
associados a um dos seguintes:
• Presença de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), sepse, choque séptico, trombose
aguda ou síndrome inflamatória multissistêmica em crianças.
Teoria
Infecção assintomática ou pré-sintomática
• Pessoas com teste positivo para o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2)
pelo uso de um teste virológico, mas que não apresentam sintomas consistentes com COVID-19.
Doença leve
• Pessoas que apresentam qualquer um dos vários sinais e sintomas (por exemplo, febre, tosse,
faringite, mal-estar, cefaleia, dor muscular, náusea, vômito, diarreia, perda de paladar e olfato) falta de
ar, dispneia ou imagem torácica anormal.
Doença moderada
• Pessoas que apresentam evidências de doença no trato respiratório inferior por avaliação clínica ou
exame de imagem e uma saturação de oxigênio (SpO₂) ≥94% em ar ambiente ao nível do mar.
Doença grave
• Pessoas que têm frequência respiratória >30 respirações por minuto, SpO₂ <94% em ar ambiente ao
nível do mar, razão entre pressão parcial arterial de oxigênio e fração de oxigênio inspirado (PaO₂/
FiO₂) <300 mmHg ou infiltrados em >50% dos pulmões.
Doença crítica
• Pessoas com insuficiência respiratória, choque séptico e/ou disfunção de múltiplos órgãos.
Sintomas persistentes ou disfunção orgânica após a COVID-19 aguda
• Pessoas que apresentam sintomas persistentes e/ou disfunção orgânica após uma doença aguda.
Também conhecida como síndrome pós-COVID-19 aguda ou COVID longa. Consulte a seção
Complicações para obter mais informações.
Caso clínico
Caso clínico #1
Um homem de 61 anos de idade chega ao hospital com febre, tosse seca e dificuldade para respirar.
Ele também relata sentir cansaço e mal-estar. Ele tem história de hipertensão, que é controlada com
enalapril. Ao exame físico, seu pulso é de 120 bpm, sua temperatura é de 38.7 °C (101.6 °F) e sua
saturação de oxigênio é de 88%. Ele parece agudamente doente. Ele é hospitalizado em um quarto
isolado e começa a receber oxigênio, fluidoterapia intravenosa e antibióticos empíricos. Culturas de
sangue e escarro são solicitadas. A radiografia torácica demonstra infiltrados pulmonares bilaterais e
a tomografia computadorizada torácica revela múltiplas áreas lobulares e subsegmentares bilaterais
com opacidade em vidro fosco. Um swab nasofaríngeo é enviado para testes de reação em cadeia
da polimerase via transcriptase reversa em tempo real e o resultado é positivo para o coronavírus da
Caso clínico #2
Teoria
Uma mulher de 26 anos se apresenta em sua clínica de testagem para COVID-19 local com sintomas
de faringite e perda do paladar. Ela nega estar com febre e sabidamente não teve contato com um caso
confirmado de COVID-19. Depois de fazer o teste, ela é aconselhada a ir para casa, isolar-se até que os
resultados do teste sejam enviados a ela por mensagem de texto e ligar para o médico se os sintomas
piorarem. Ela recebe uma mensagem de texto posteriormente naquele dia confirmando que seu teste
é positivo para SARS-CoV-2, e que ela deve se autoisolar de acordo com as recomendações locais de
saúde pública.
Outras apresentações
Consulte a [Diagnosis] seção para obter mais informações sobre outras apresentações.
Recomendações
Principais recomendações
Isole imediatamente todos os casos suspeitos ou confirmados. Faça a triagem dos pacientes
com uma ferramenta padronizada e avalie a gravidade da doença. Siga as diretrizes locais de prevenção
e controle de infecções.[2]
Tenha um alto índice de suspeita clínica em todos os pacientes que apresentarem febre e/ou
doença respiratória aguda. As pessoas com história de residência/trabalho/viagem em um local com
alto risco de transmissão ou transmissão comunitária e de contato com casos prováveis e confirmados
correm maior risco de infecção.[189]
Suspeite do diagnóstico nos pacientes com tosse recente contínua, febre ou alteração do
paladar ou do olfato. [428] Os pacientes também podem apresentar sintomas que incluem dispneia,
fadiga, mialgia/artralgia, faringite, cefaleia, congestão nasal ou rinorreia, produção de escarro, constrição
torácica ou sintomas gastrointestinais (por exemplo, náuseas, vômitos, diarreia).[429]
Solicite uma reação em cadeia da polimerase via transcrição reversa em tempo real (RT-
PCR) para confirmar o diagnóstico. As amostras dos tratos respiratórios superior e inferior são as de
preferência. Os testes sorológicos podem ser úteis em alguns cenários.[430] Os resultados devem ser
interpretados no contexto da probabilidade pré-teste da doença.
Priorize uma radiografia torácica nos pacientes gravemente enfermos com suspeita de
pneumonia. Considere uma tomografia computadorizada (TC) do tórax, se a radiografia torácica se
mostrar incerta ou normal.[433] Consulte as diretrizes locais.
Diagnóstico
Recomendações completas
Introdução
A COVID-19 é uma doença de notificação compulsória. Informe todos os casos suspeitos ou
confirmados às autoridades de saúde locais.
A identificação precoce e o diagnóstico rápido são essenciais para se evitar a transmissão e fornecer
cuidados de suporte no momento oportuno. Tenha um alto índice de suspeita clínica para COVID-19 em
todos os pacientes que apresentarem febre e/ou doença respiratória aguda; no entanto, esteja ciente de
que alguns pacientes podem não apresentar sinais ou sintomas de uma doença respiratória febril.
Os mapas de cuidados para a COVID-19 devem ser estabelecidos nos níveis local, regional e nacional
para as pessoas com suspeita ou confirmação de COVID-19. Rastreie os pacientes no primeiro ponto
de contato com o sistema de saúde com base nas definições de casos e na avaliação dos sintomas, e
insira os casos suspeitos ou confirmados no fluxo de assistência. Os casos suspeitos devem permanecer
no fluxo de assistência até que se provem negativos. Isole imediatamente todos os casos suspeitos
e confirmados e implemente procedimentos locais de prevenção e controle de infecções. Faça uma
triagem dos pacientes com uma ferramenta de triagem padronizada e avalie o paciente para estimar
História
Faça uma anamnese detalhada para verificar o nível de risco para COVID-19 e avalie a possibilidade de
outras causas, incluindo histórico de viagens recentes e uma avaliação dos fatores de risco.
• Pessoas que residem ou trabalham em uma área com alto risco de transmissão (por exemplo,
ambientes residenciais fechados, ambiente de ajuda humanitária), pessoas que residem ou viajam
para uma área com transmissão comunitária e pessoas que trabalham em um ambiente de saúde
(incluindo dentro de unidades de saúde e residências) a qualquer momento nos 14 dias anteriores
ao início dos sintomas
• Pessoas que tiverem tido contato com um caso provável ou confirmado. Um contato é uma pessoa
que tiver passado por qualquer uma das seguintes exposições durante os 2 dias anteriores e 14
dias após o início dos sintomas de um caso provável ou confirmado:
• Contato face a face com um caso provável ou confirmado dentro de 1 metro (3 pés) e por
pelo menos 15 minutos
• Contato físico direto com um caso provável ou confirmado
• Atendimento direto a um paciente com COVID-19 provável ou confirmada sem o uso do
equipamento de proteção individual recomendado
• Outras situações, conforme indicadas pelas avaliações de risco locais.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças definem o contato próximo como alguém que tiver
estado a 2 metros (6 pés) de uma pessoa infectada por pelo menos 15 minutos em um período de
24 horas, começando 2 dias antes do início dos sintomas (ou 2 dias antes do teste nos pacientes
assintomáticos).[190]
Diagnóstico
• Febre
• Tosse
• Dispneia
• Mialgia ou artralgia
• Fadiga
• Produção de escarro
• Constrição torácica
• Sintomas gastrointestinais
• Faringite
• Cefaleia
• Tontura
• Sintomas neurológicos
• Sintomas oculares
• Sintomas cutâneos
• Rinorreia/congestão nasal
• Dor torácica
• Hemoptise.
Os sinais e sintomas de doença respiratória febril podem não ter a sensibilidade necessária para
suspeita diagnóstica precoce.[435] Uma revisão Cochrane revelou que pelo menos metade dos
pacientes apresentou tosse, faringite, febre, mialgia/artralgia, fadiga ou cefaleia. Anosmia e/ou
ageusia também foram comuns. A presença de febre, mialgia/artralgia, fadiga e cefaleia aumentou
substancialmente a probabilidade de COVID-19 quando presente. A tosse e a faringite foram comuns nas
pessoas sem COVID-19; portanto, esses sintomas isoladamente foram menos úteis para o diagnóstico.
Nenhum sintoma ou sinal único incluído na revisão conseguiu diagnosticar com precisão a COVID-19 e
os autores concluíram que nem a ausência nem a presença de sinais ou sintomas é precisa o suficiente
para confirmar ou descartar a doença. No entanto, a presença de anosmia e/ou ageusia pode ser útil
como um sinal de alerta para o diagnóstico. A presença de febre ou tosse também pode ser útil para
identificar as pessoas para testagem adicional.[429] Sintomas não respiratórios podem aparecer antes
do início da febre e dos sintomas do trato respiratório inferior.[436] Sintomas do trato urinário inferior
também foram relatados raramente.
Dados preliminares do Office for National Statistics no Reino Unido sugerem que as pessoas infectadas
Diagnóstico
com a variante VOC 202012/01 (linhagem B.1.1.7) têm maior probabilidade de apresentar tosse,
faringite, fadiga e mialgia, e têm menor probabilidade de ter o sentido de paladar/olfato alterado, em
comparação com aqueles infectados com outras variantes.[437] No entanto, a análise dos dados
de sintomas por pesquisadores do King’s College London não revelou diferenças significativas nos
sintomas, na gravidade ou na duração da doença causada pela nova variante.[438]
O quadro clínico variou um pouco entre localizações geográficas. As impressões iniciais nos EUA
observam que o quadro clínico pode ser mais amplo do que o observado na China e na Itália,
com dor torácica, cefaleias, estado mental alterado e sintomas gastrointestinais, todos observados
à apresentação inicial. Disfunção hepática e renal grave que poupa os pulmões também foi
observada.[439] Dados dos primeiros pacientes hospitalizados em Nova York revelaram que, embora
os sintomas manifestos mais comuns tenham sido febre, tosse, dispneia e mialgia, os sintomas
gastrointestinais pareceram ser mais comuns que na China.[440]
Gravidade
Gestantes
• As características clínicas nas gestantes são semelhantes às relatadas para adultos não
gestantes.[442] Os sintomas mais comuns nas gestantes são a febre e a tosse. No entanto, as
gestantes têm menor probabilidade de relatar febre e mialgia em comparação com as mulheres
não gestantes em idade reprodutiva.[443]
• É importante observar que sintomas como febre, dispneia, sintomas gastrointestinais e fadiga
podem se sobrepor a outros sintomas devido às adaptações fisiológicas da gestação ou a eventos
adversos da gestação.[2]
Apresentações atípicas
• Podem ocorrer apresentações atípicas, especialmente nos pacientes idosos e nos que estejam
imunocomprometidos (por exemplo, quedas, delirium/confusão, declínio funcional, mobilidade
reduzida, síncope, soluços persistentes, ausência de febre). Os pacientes idosos e com
comorbidades podem apresentar sintomas leves, mas têm um alto risco de deterioração.[2]
• Houve relatos de casos de parotidite (possivelmente relacionada a linfadenite intraparotideana),
lesões vesiculobolhosas orais, lesões retinianas e alopecia androgenética em pacientes com
COVID-19; no entanto, ainda não se sabe se esses achados estão associados à infecção pelo
SARS-CoV-2.[444] [445] [446] [447]
Coinfecções
• A prevalência combinada de coinfecção com vírus e bactérias atípicas em pacientes positivos para
SARS-CoV-2 foi de 11.6% (16.8% nos estudos que testaram 100% dos pacientes para patógenos
concomitantes).[448]
• Coinfecções bacterianas foram relatadas em 7% dos pacientes hospitalizados e em 14% dos
pacientes em unidades de terapia intensiva. As bactérias mais comuns foram Mycoplasma
pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Haemophilus influenzae e Klebsiella pneumoniae.
As coinfecções com patógenos fúngicos e vírus (por exemplo, vírus sincicial respiratório, gripe
(influenza) A) foram menos comumente relatadas.[449]
• As coinfecções são mais comuns nos pacientes em estado crítico.[450]
Diagnóstico
As evidências sugerem uma evolução da doença mais leve ou assintomática na maioria das crianças,
com baixas taxas de doença grave e mortalidade. Bebês com menos de 1 ano de idade e adolescentes
de 10 a 14 anos têm maior risco de desenvolver doença grave. Os fatores de risco para doença
grave incluem a presença de comorbidades e uma maior carga viral. O quadro clínico nas crianças
é heterogêneo, e inclui um amplo espectro de características clínicas. Os sintomas manifestos mais
comuns nas crianças são a febre e a tosse. Os sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia)
também são comuns nas crianças. Outros sintomas menos comuns incluem dispneia, congestão nasal,
Esteja alerta para os sinais e sintomas da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P),
também conhecida como síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (SIM-C). Considere a SIM-
P/SIM-C nas crianças que apresentem febre e sintomas abdominais, principalmente se desenvolverem
conjuntivite ou erupção cutânea. Encaminhe a um pronto-socorro pediátrico para avaliação.[459]
Consulte a seção Complicações para obter mais informações.
Exame físico
Realize um exame físico. Evite o uso de um estetoscópio, se possível, devido ao risco de
contaminação viral. Os pacientes podem estar febris (com ou sem calafrios) e apresentar tosse e/ou
dificuldade para respirar óbvias. A ausculta torácica pode revelar estertores inspiratórios, chiados e/ou
sopro tubário nos pacientes com pneumonia ou desconforto respiratório. Os pacientes com desconforto
respiratório podem apresentar taquicardia, taquipneia ou hipóxia acompanhada de cianose. Bradicardia
foi observada em uma pequena coorte de pacientes com doença leve a moderada.[462]
Oximetria de pulso
A oximetria de pulso pode revelar uma baixa saturação de oxigênio (SpO₂ <90%). Os médicos devem
estar cientes de que os pacientes com COVID-19 podem desenvolver "hipóxia silenciosa": suas
saturações de oxigênio podem cair para níveis baixos e precipitar insuficiência respiratória aguda sem a
presença de sintomas óbvios de desconforto respiratório.[463]
Os oxímetros de pulso podem apresentar uma precisão abaixo do ideal em certas populações. Dados
Diagnóstico
limitados de estudos com pequenos números de participantes sugerem que a pigmentação da pele pode
afetar a precisão do oxímetro de pulso. Em um estudo, a hipoxemia oculta (definida no estudo como
saturação de oxigênio no sangue arterial <88% pela gasometria arterial, apesar de uma saturação de
oxigênio de 92% a 96% na oximetria de pulso) não foi detectada pela oximetria de pulso quase três
vezes mais frequentemente nos pacientes negros em comparação com pacientes brancos.[464] A
Food and Drug Administration (FDA) dos EUA alertou que vários fatores podem afetar a precisão da
leitura de um oxímetro de pulso (por exemplo, má circulação, pigmentação da pele, espessura da pele,
temperatura da pele, uso atual de tabaco, uso de esmalte). A FDA recomenda considerar as limitações
de precisão ao usar um oxímetro de pulso para auxiliar no diagnóstico e nas decisões de tratamento, e
usar tendências nas leituras ao longo do tempo, em vez de pontos de corte absolutos, se possível.[465]
Apenas uma pequena proporção de pacientes apresenta disfunção de outros órgãos, o que significa que,
após a fase inicial de deterioração aguda, os métodos tradicionais de reconhecimento de deterioração
adicional (por exemplo, o National Early Warning Score 2 [NEWS2]) podem não ajudar a prever os
pacientes que passam a desenvolver insuficiência respiratória.[463]
Embora o NEWS2 ainda seja recomendado para uso em pacientes com COVID-19, o Royal College
of Physicians do Reino Unido agora recomenda que qualquer aumento nas necessidades de oxigênio
nesses pacientes deva desencadear uma chamada de encaminhamento para um tomador de decisão
clínico competente e levar a um aumento inicial nas observações a pelo menos a cada hora até que haja
uma revisão clínica.[466]
• gasometria arterial
• Hemograma completo
• Perfil metabólico completo
• Nível glicêmico
• Coagulograma
• Marcadores inflamatórios (por exemplo, proteína C-reativa sérica, velocidade de
hemossedimentação, interleucina-6, lactato desidrogenase, procalcitonina, amiloide A e ferritina)
• Biomarcadores cardíacos
• Creatinoquinase e mioglobina séricas.
As anormalidades laboratoriais mais comuns são a linfopenia, a leucocitose, a leucopenia, a
trombocitopenia, a hipoalbuminemia, a elevação dos biomarcadores cardíacos, dos marcadores
inflamatórios e do dímero D e as funções hepática e renal anormais.[440] [467] [468] [469] As
anormalidades laboratoriais – em particular linfopenia, anormalidades leucocitárias e outros marcadores
de inflamação sistêmica – são menos comuns nas crianças.[470] [471] A maioria dos pacientes
(62%) com doença assintomática apresenta parâmetros laboratoriais normais. Nos pacientes com
anormalidades laboratoriais, a leucopenia, a linfopenia, a lactato desidrogenase elevada e a proteína C-
reativa elevada foram os achados mais comuns.[472]
Colete amostras de escarro e de sangue para cultura em todos os pacientes com doença grave ou
crítica para descartar outras causas de infecção do trato respiratório inferior e sepse, principalmente os
pacientes com história epidemiológica atípica. As amostras devem ser coletadas antes de se iniciar o
regime antimicrobiano empírico, se possível.[2]
Teste molecular
As estratégias de teste variam amplamente entre os países.[473]
Solicite um teste de amplificação de ácidos nucleicos, como a reação em cadeia da polimerase via
transcriptase reversa (RT-PCR) para SARS-CoV-2, nos pacientes com suspeita de infecção sempre
que possível (consulte a seção [Criteria] ).[430] Os testes devem ser realizados de acordo com as
orientações emitidas pelas autoridades de saúde locais e estar em conformidade com as práticas de
biossegurança correspondentes. Espera-se que os ensaios comumente usados sejam capazes de
detectar as variantes do SARS-CoV-2 preocupantes.[191]
A quem testar
• Pessoas com sintomas de nova tosse contínua, temperatura alta ou olfato/paladar alterado
• A amostra ideal para testagem depende do quadro clínico e do tempo desde o início dos sintomas.
A OMS recomenda o seguinte.[430]
Diagnóstico
• Amostras do trato respiratório inferior: recomendado para infecções em estágio avançado
ou pacientes nos quais haja forte suspeita de infecção e o teste de amostra do trato
respiratório superior tenha sido negativo. As amostras adequadas são escarro e/ou aspirado
endotraqueal ou lavado broncoalveolar nos pacientes com doença respiratória mais grave.
No entanto, considere o alto risco de transmissão por aerossóis ao coletar amostras do
trato respiratório inferior – uma amostra de escarro induzida não é recomendada, pois pode
aumentar o risco de transmissão por aerossóis.
• Outras amostras respiratórias: já foram conduzidos estudos sobre swabs orofaríngeo e
nasofaríngeo combinados, swabs de corneto médio ou região nasal inferior ou swabs de
língua; no entanto, são necessárias avaliações e validação adicionais. A coleta de fluido oral
pode ser adequada em algumas circunstâncias (por exemplo, crianças pequenas, pacientes
mais idosos com demência).
• Saliva: metanálises de amostras de saliva e swabs nasofaríngeos pareados não
encontraram nenhuma diferença estatisticamente significativa na sensibilidade ou
especificidade entre essas amostras para detecção de SARS-CoV-2, especialmente no
contexto ambulatorial. A sensibilidade não foi significativamente diferente entre pessoas
assintomáticas e pacientes ambulatoriais. Os métodos de coleta da saliva podem afetar
a sensibilidade.[478] [479] [480] [481] A OMS atualmente não recomenda o uso de saliva
como o único tipo de amostra para o diagnóstico clínico de rotina. Em contraste, a Infectious
• Um resultado de RT-PCR positivo confirma a infecção por SARS-CoV-2 (no contexto das
limitações associadas ao teste da RT-PCR). Se o resultado for negativo e ainda houver uma
suspeita clínica de infecção (por exemplo, uma ligação epidemiológica, achados típicos na
radiografia, ausência de outra etiologia), colete uma nova amostra do paciente e repita o teste. Um
resultado positivo confirma a infecção. Se um segundo teste for negativo, considere a testagem
sorológica (ver abaixo).[430]
• O sequenciamento genômico não é recomendado de maneira rotineira, mas pode ser útil
para investigar a dinâmica de um surto, incluindo mudanças no tamanho de uma epidemia ao
longo do tempo, sua disseminação espaço-temporal e testes de hipóteses sobre as rotas de
transmissão.[430]
Complicações do teste com swab nasal
• As complicações associadas ao teste com swab nasal não são bem caracterizadas. Os
efeitos adversos podem incluir epistaxe, desconforto nasal, cefaleia, desconforto na orelha e
rinorreia.[484]
• Um caso de extravasamento de líquido cefalorraquidiano iatrogênico foi relatado após um teste
nasal para COVID-19 em uma mulher com um defeito não diagnosticado da base do crânio, na
fóvea etmoidal.[485]
Diagnóstico
• Colete swabs nasofaríngeos para testagem para descartar a infecção por outros patógenos
respiratórios (por exemplo, influenza, patógenos atípicos), quando indicada clinicamente, de
acordo com as orientações locais. Dependendo da epidemiologia local e dos sintomas clínicos,
realize testes para outras potenciais causas, incluindo a malária, a dengue e a febre tifoide,
conforme apropriados. É importante observar que podem ocorrer coinfecções, e um exame
positivo para um patógeno não COVID-19 não descarta a COVID-19.[2] [486]
• Quando o SARS-CoV-2 e os vírus influenza estiverem circulando concomitantemente, faça o teste
para ambos os vírus em todos os pacientes hospitalizados com doença respiratória aguda, e teste
para o vírus influenza nos pacientes ambulatoriais com doença respiratória aguda apenas se os
resultados mudarem o manejo clínico do paciente.[3]
• As evidências para o uso de RT-PCR no diagnóstico de COVID-19 ainda são emergentes, e ainda
há incertezas sobre sua eficácia e acurácia. As estimativas da acurácia diagnóstica devem ser
interpretadas com cautela na ausência de um padrão de referência definitivo para diagnosticar ou
descartar a COVID-19. Além disso, são necessárias mais evidências sobre a eficácia dos testes
fora dos ambientes hospitalares e nos casos assintomáticos ou leves.[487]
• Poucos estudos tentaram cultivar o vírus SARS-CoV-2 vivo de amostras humanas. Isso é um
problema porque a cultura viral é considerada um teste padrão-ouro contra o qual qualquer
teste diagnóstico índice para vírus deve ser medido e calibrado, para se compreenderem as
propriedades preditivas desse teste.[488] A testagem prospectiva rotineira de amostras de
referência e de cultura viral é necessária para se estabelecer a utilidade e a confiabilidade do RT-
PCR para diagnosticar a COVID-19 e sua relação com os fatores do paciente, como a data de
início dos sintomas e o limiar de cópias, a fim de ajudar a predizer a infectividade.[489]
• Como não existe um "padrão ouro" definido para os testes de COVID-19, avaliar os resultados dos
testes pode ser um desafio. A adjudicação clínica pode ser o melhor "padrão ouro" disponível com
base na repetição dos swabs, história, quadro clínico e imagens do tórax.[490]
Não está claro se um resultado positivo sempre indica a presença de vírus infeccioso.
• A RT-PCR detecta o RNA viral, mas não é totalmente compreendido como isso representa o
vírus infeccioso. Vírus vivos completos são necessários para a transmissão, não os fragmentos
identificados por PCR.[491] Isso poderia levar a restrições para pessoas que não apresentam
risco de infecção. Como o RNA inativado se degrada lentamente com o tempo, ele ainda pode ser
detectado muitas semanas após o paciente não estar mais infectado.[488]
• Um estudo revelou que apenas 28.9% das amostras para RT-PCR positivas para SARS-CoV-2
demonstraram crescimento viral quando incubadas em células Vero. Não houve crescimento nas
amostras com um limiar de ciclos de RT-PCR >24, ou quando o início dos sintomas até o momento
do teste foi >8 dias. Portanto, a infectividade dos pacientes com um limiar de ciclos >24 e duração
dos sintomas >8 dias pode ser baixa.[492] Outro estudo revelou que os pacientes com um limiar
de ciclos de 34 ou acima não excretam vírus infecciosos.[493] Uma revisão sistemática constatou
que os valores limiares do número de ciclos foram significativamente mais baixos e os log de
cópias mais altos nas amostras que produzem culturas de vírus vivos. Aqueles com alto limiar de
Diagnóstico
ciclos provavelmente não têm potencial infeccioso.[491]
• [Centre for Evidence-Based Medicine: are you infectious if you have a positive PCR test result for
COVID-19?]
A interpretação dos resultados do teste depende da precisão do próprio teste e das
probabilidades de doença pré e pós-teste. A precisão do resultado depende de vários fatores,
incluindo o local e a qualidade da amostra, o estágio da doença, o grau de multiplicação ou da
eliminação viral e a prevalência da doença.[490]
• Resultados falso-positivos podem ser causados por erro do laboratório ou por uma reação cruzada
com anticorpos formados pela exposição atual ou passada a infecções sazonais por coronavírus
humanos (por exemplo, resfriado comum).[497] Há maior probabilidade de resultados falso-
positivos quando a prevalência do SARS-COV-2 é moderada a baixa.[498]
• Faltam dados sobre a taxa de testes falso-positivos. No entanto, as estimativas preliminares no
Reino Unido estão na faixa de 0.8% a 4%.[499] Essa taxa pode se traduzir em uma proporção
significativa de resultados falso-positivos diários devido à baixa prevalência atual do vírus na
população do Reino Unido, afetando adversamente o valor preditivo positivo do teste.[494]
• Exemplos das potenciais consequências de resultados de teste falso-positivos incluem:[494]
Resultados falso-negativos
• Foram relatadas taxas de falsos-negativos entre 2% e 29%.[490] Uma revisão sistemática revelou
que a taxa de falsos-negativos variou entre os estudos de 1.8% a 58% (mediana de 11%);
no entanto, houve uma heterogeneidade substancial e em grande parte inexplicada entre os
estudos.[500]
• A probabilidade de um resultado falso-negativo em uma pessoa infectada diminui de 100% no dia
1 da infecção para 67% no dia 4. A taxa mediana de falso-negativos cai para 38% no dia do início
Diagnóstico
dos sintomas, diminui para 20% no dia 8 e depois começa a aumentar novamente a partir do dia
9.[501]
• Exemplos de potenciais consequências de resultados de testes falso-negativos incluem:[490]
Teste sorológico
A sorologia não pode ser usada como um teste diagnóstico independente para as infecções
agudas por SARS-CoV-2. No entanto, ela pode ser útil em vários cenários (por exemplo, teste
molecular negativo, diagnóstico de pacientes com apresentação tardia ou sintomas prolongados, estudos
de sorovigilância).[430] [502]
• Os ensaios com autorização de uso emergencial da FDA são preferenciais. Não há vantagem
entre os ensaios, independentemente de se testam imunoglobulina G (IgG), IgM, IgM e IgG ou
anticorpos totais.
• O valor preditivo positivo do teste deve ser otimizado escolhendo-se testes com alta especificidade
(por exemplo, >99.5%) e testando-se pessoas ou populações com uma alta probabilidade pré-teste
de terem anticorpos, ou usando-se um algoritmo de testagem ortogonal. Os resultados devem ser
interpretados no contexto dos valores preditivos esperados (positivos e negativos).
A Infectious Diseases Society of America recomenda o teste sorológico nas seguintes
circunstâncias:[504]
• Avaliação de pacientes com alta suspeita clínica de infecção quando o teste diagnóstico molecular
for negativo e pelo menos após passadas 2 semanas desde o início dos sintomas
• Avaliação de síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica em crianças
• Estudos de sorovigilância.
As respostas de anticorpos ao SARS-CoV-2 geralmente ocorrem durante as primeiras 1 a 3 semanas da
doença, sendo o tempo de soroconversão dos anticorpos IgG frequentemente inferior ao dos anticorpos
Diagnóstico
IgM.[505] [506]
Uma revisão Cochrane revelou que os testes de anticorpos para IgG/IgM detectaram apenas 30%
das pessoas com COVID-19 quando o teste foi realizado 1 semana após o início dos sintomas, mas a
precisão aumentou na semana 2, com 70% detectados, e na semana 3, com mais de 90% detectados.
Os dados para além de 3 semanas foram limitados. Os testes deram resultados falso-positivos em 2%
dos pacientes sem COVID-19. A revisão constatou que a sensibilidade dos testes de anticorpos é muito
baixa na primeira semana desde o início dos sintomas para eles terem um papel primário no diagnóstico
de COVID-19, mas é provável que os testes tenham um papel útil na detecção de infecção prévia se
usados 15 ou mais dias após o início dos sintomas (embora existam muito poucos dados para além de
35 dias).[507]
• Os resultados não indicam a presença ou ausência de infecção atual ou anterior com certeza, pois
os anticorpos IgM e IgG podem levar de 1 a 3 semanas para se desenvolver após a infecção.[503]
Com frequência, um diagnóstico confiável só é possível na fase de recuperação, quando as
oportunidades de tratamento ou interrupção da transmissão já terão passado.[430]
• A duração da persistência dos anticorpos produzidos em resposta ao SARS-CoV-2 ainda está
sob investigação.[430] Algumas pessoas podem não desenvolver anticorpos detectáveis após a
infecção e, naquelas que o fazem, os níveis de anticorpos podem diminuir ao longo do tempo para
níveis indetectáveis.[503] A presença de anticorpos que se ligam ao SARS-CoV-2 não garante que
sejam anticorpos neutralizantes ou que ofereçam imunidade protetora.[430]
• Alguns testes podem apresentar reatividade cruzada com outros coronavírus, como aqueles que
causam o resfriado comum, o que pode resultar em resultados falso-positivos.[503]
• Os testes não devem ser usados para determinar o estado imunológico de um indivíduo ou
para tomar decisões sobre agrupar pessoas que residam ou estejam internadas em ambientes
congregados (por exemplo, escolas, dormitórios, instalações correcionais) ou sobre pessoas no
retorno aos seus locais de trabalho.[503]
• Embora kits de detecção rápida de anticorpos tenham sido aprovados para a detecção qualitativa
de anticorpos IgG / IgM contra SARS-CoV-2 em soro, plasma ou sangue total, a OMS não
recomenda o uso desses testes fora dos ambientes de pesquisa, pois não foram validados
ainda.[508]
• As evidências são particularmente fracas para os testes sorológicos remotos. Uma metanálise
revelou que a sensibilidade global dos imunoensaios quimioluminescentes (CLIAs) para IgG ou
IgM foi de aproximadamente 98%, e a sensibilidade dos ensaios de imunoadsorção enzimática
(ELISA) foi de 84%; no entanto, os imunoensaios de fluxo lateral (LFIAs), que foram desenvolvidos
como testes laboratoriais remotos, apresentaram a menor sensibilidade, 66%. A sensibilidade
do teste foi maior 3 ou mais semanas após o início dos sintomas. As evidências disponíveis não
apoiam o uso dos testes sorológicos remotos existentes.[509]
Detecção de antígenos
Diagnóstico
• A testagem dos antígenos se baseia na detecção direta das proteínas virais do SARS-CoV-2 em
swabs nasais e outras amostras respiratórias usando-se um imunoensaio de fluxo lateral. Em
geral, os resultados ficam disponíveis em menos de 30 minutos. Embora os testes de antígenos
sejam substancialmente menos sensíveis que a RT-PCR, eles oferecem a possibilidade de
detecção rápida, econômica e precoce dos casos mais infecciosos nos contextos apropriados. Se
usado, o teste deve ocorrer nos primeiros 5 a 7 dias após o início dos sintomas.[510]
• A OMS recomenda o teste de antígenos apenas em determinados cenários em que a RT-PCR não
esteja disponível ou em que tempos de resposta prolongados reduzam sua utilidade clínica, desde
que o teste atenda aos requisitos mínimos de desempenho de ≥80% de sensibilidade e ≥97% de
especificidade em comparação com um ensaio de RT-PCR de referência.[510]
• A FDA alertou que podem ocorrer resultados falso-positivos com os testes de antígenos, inclusive
quando os usuários não seguem as instruções de uso, e que o número de testes falso-positivos
aumenta à medida que diminui a prevalência da doença.[511]
• O teste antigênico demonstrou um valor preditivo positivo mais alto (90%) que o RT-PCR (70%)
em comparação com os resultados de culturas virais. O percentual de concordância positivo
para detecção de vírus infeccioso para o teste antigênico foi semelhante ao RT-PCR quando
comparado a resultados de culturas.[512]
• Testes antigênicos laboratoriais (não rápidos) também estão disponíveis em alguns países.
Solicite uma radiografia torácica a todos os pacientes com suspeita de pneumonia. Infiltrados
pulmonares unilaterais são encontrados em 25% dos pacientes, e infiltrados pulmonares bilaterais
são encontrados em 75% dos pacientes.[50] [51] [514] Embora a radiografia torácica pareça ter uma
sensibilidade menor em comparação à TC de tórax, ela tem as vantagens de necessitar de menos
recursos, associada a doses mais baixas de radiação, ser mais fácil de se repetir sequencialmente e de
ser portátil.[515]
• A British Society of Thoracic Imaging (BSTI) recomenda o exame de imagem por TC em pacientes
com suspeita clínica de COVID-19 que estejam gravemente enfermos, se a radiografia torácica for
incerta ou normal. Sem a suspeita de COVID-19, a radiologia é inespecífica e pode representar
muitos outros processos de doença. A BSTI, em colaboração com o NHS da Inglaterra, produziu
uma ferramenta de apoio à decisão radiológica para ajudar os médicos a decidir se a imagem
torácica deve ou não ser solicitada.[433] [BSTI: radiology decision tool for suspected COVID-19]
• Algumas instituições no Reino Unido recomendam uma abordagem mais pragmática para os
pacientes com alta suspeita clínica de COVID-19, com TC de tórax recomendada somente após
duas radiografias torácicas indeterminadas ou normais em combinação com um teste de RT-PCR
negativo.[517]
• O American College of Radiology recomenda reservar a TC para pacientes hospitalizados e
sintomáticos com indicações clínicas específicas para TC, e enfatiza que uma TC torácica normal
não significa que um paciente não tenha COVID-19 e uma TC torácica anormal não é específica
para o diagnóstico de COVID-19.[518]
A TC de tórax tem uma sensibilidade para o diagnóstico de COVID-19 superior a 90% nos adultos
sintomáticos. No entanto, a especificidade é menor, com variação entre 25% e 83%. A precisão parece
ser menor entre as crianças; no entanto, existem dados limitados nesta população.[516]
Diagnóstico
Foram relatados achados de TC torácica anormais em até 97% dos pacientes com COVID-19 em uma
metanálise de 50,466 pacientes hospitalizados.[519] Evidências de pneumonia à TC podem preceder
um resultado positivo de RT-PCR para SARS-CoV-2 em alguns pacientes.[520] Anormalidades na
imagem da TC podem estar presentes em pacientes assintomáticos. A estimativa combinada da taxa de
achados positivos da TC de tórax em casos assintomáticos foi de 47.6% (principalmente opacidade em
vidro fosco).[521] Alguns pacientes podem apresentar um achado torácico normal, apesar de uma RT-
PCR positiva.[522] Além disso, os resultados do teste de RT-PCR podem ser falso-negativos; portanto,
pacientes com achados típicos à TC devem repetir o teste de RT-PCR para confirmar o diagnóstico.[523]
As gestantes parecem apresentar mais comumente achados de TC mais avançados em comparação
com a população adulta em geral; no entanto, os resultados são semelhantes aos da população
adulta em geral.[524] A TC é mais sensível que o RT-PCR na detecção da COVID-19, mas tem uma
especificidade muito baixa.[525]
Características típicas
• Os achados mais comuns são a opacidade em vidro fosco, isoladamente ou coexistindo com
outros achados, como condensação, espessamento septal interlobular ou padrão em mosaico.
O padrão de distribuição mais comum é a distribuição posterior bilateral, periférica/subpleural
das opacidades, com predominância do lobo inferior. O envolvimento extenso/multilobar com
condensações é mais comum nos pacientes idosos e naqueles com doença grave.[526]
• A opacidade em vidro fosco tem o melhor desempenho diagnóstico para pneumonia por
COVID-19, seguida pela opacidade em vidro fosco associada a consolidação e apenas
• Pacientes sintomáticos com suspeita de COVID-19 quando o RT-PCR não estiver disponível, os
resultados do teste de RT-PCR estiverem atrasados ou o teste inicial de RT-PCR for negativo, mas
houver uma alta suspeita clínica de COVID-19 (para o diagnóstico)
• Pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19 que atualmente não estão hospitalizados e
apresentam sintomas leves (para decisão entre a internação hospitalar e a alta para casa)
• Pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19 que atualmente não estão hospitalizados e
apresentam sintomas moderados a graves (para ajudar na decisão entre internação hospitalar em
enfermaria regular ou unidade de terapia intensiva)
• Pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19 que atualmente estão hospitalizados e
Diagnóstico
Novos exames
Amplificação isotérmica mediada por alça com transcrição reversa (RT-LAMP)
• Os ensaios de amplificação isotérmica mediada por ciclo de transcrição reversa (RT-LAMP) são
um teste em desenvolvimento para detectar o RNA viral do SARS-CoV-2. Embora os ensaios
sejam simples e rápidos, há menos evidências para seu uso. Foram desenvolvidos ensaios para o
SARS-CoV-2, os quais estão sendo avaliados.[531] [532] [533]
Ultrassonografia do pulmão
Diagnóstico
44% dos pacientes tinham febre à apresentação, mas 89% dos pacientes tiveram febre após a
hospitalização.[539] A evolução pode ser prolongada e intermitente, e alguns pacientes podem ter
calafrios. Nas crianças, a febre pode estar ausente ou ser breve e remitir rapidamente.[540]
tosse (comuns)
Relatada em aproximadamente 68% dos pacientes.[138] A tosse geralmente é seca; no entanto, uma
tosse produtiva foi relatada em alguns pacientes.
dispneia (comuns)
Relatada em aproximadamente 38% dos pacientes.[138] O tempo médio do início dos sintomas até
o desenvolvimento da dispneia é de 5 a 8 dias.[50] [51] [541] Pode durar semanas após o início dos
sintomas. Sibilância foi relatada em 17% dos pacientes.[542]
Os sintomas gastrointestinais parecem ser mais prevalentes fora da China, embora isso possa ser
devido à maior conscientização e relato desses sintomas à medida que a pandemia progrediu.[550]
Os sintomas gastrointestinais não estão associados a uma maior probabilidade de testes positivos
para COVID-19; no entanto, anorexia e diarreia, quando combinadas com perda de olfato/paladar
e febre, foram 99% específicas para infecção por COVID-19 em um estudo de caso-controle
prospectivo.[551] A presença de sintomas gastrointestinais pode ser um preditor de progressão
para doença grave.[552] [553] No entanto, a presença desses sintomas não parece afetar a taxa de
admissão à terapia intensiva ou a mortalidade.[554] A hematoquezia foi relatada.[555]
faringite (comuns)
Relatada em aproximadamente 16% dos pacientes.[138] Em geral, apresenta-se no início da
evolução clínica.
cefaleia (comuns)
Relatada em aproximadamente 16% dos pacientes.[138]
tontura (comuns)
Relatada em aproximadamente 11% dos pacientes.[542]
Diagnóstico
uma apresentação semelhante ao exantema viral (4.2%), erupção cutânea maculopapular (3.8%)
e lesões vesiculobolhosas (1.7%). As outras manifestações incluem urticária, lesões do tipo frieira,
livedo reticular e gangrena dos dedos das mãos/pés.[565] No COVID Symptom Study do Reino
Unido, 17% dos entrevistados relataram erupção cutânea como o primeiro sintoma da doença, e
21% dos entrevistados relataram erupção cutânea como o único sinal clínico.[566] Não se sabe ao
certo se as lesões cutâneas provêm da infecção viral, de consequências sistêmicas da infecção ou
dos medicamentos que o paciente possa estar usando. São necessários mais dados para entender
melhor o envolvimento cutâneo.
taquipneia (incomuns)
Pode estar presente em pacientes com desconforto respiratório agudo.
taquicardia (incomuns)
Pode estar presente em pacientes com desconforto respiratório agudo.
cianose (incomuns)
Pode estar presente em pacientes com desconforto respiratório agudo.
Investigações
Primeiro exame a ser solicitado
Exame Resultado
reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa (RT- positivo para RNA viral
PCR) em tempo real do SARS-CoV-2; pode
Importante : a Food and Drug Administration dos EUA alertou ser positivo para os vírus
que podem ocorrer resultados falso-negativos com qualquer teste
influenza A e B e outros
molecular para a detecção do coronavírus da síndrome respiratória
aguda grave 2 (SARS-CoV-2) se ocorrer uma mutação na parte do patógenos respiratórios
genoma do vírus avaliada por esse teste. Vários alvos genéticos
para determinar um resultado final têm menos probabilidade
de serem afetados pelo aumento da prevalência de variantes
genéticas. Considere os resultados negativos em conjunto com
as observações clínicas, a história do paciente e as informações
epidemiológicas.[569]
Diagnóstico
obter orientação, pois as prioridades para testagem dependem das
recomendações locais e dos recursos disponíveis.
Exame Resultado
que requerem rastreamento com base nas recomendações das
autoridades de saúde pública ou outras situações (por exemplo,
antes de um procedimento médico, como cirurgia eletiva ou como
exigência da escola ou do local de trabalho). A decisão de se fazer
o teste não difere de acordo com a idade da criança. O teste não é
recomendado para outras doenças que não apresentem sintomas
compartilhados (por exemplo, infecção do trato urinário, celulite) ou
para crianças expostas a contatos próximos de indivíduos infectados,
a menos que esses contatos sejam sintomáticos ou outros critérios
sejam atendidos.[477]
Exame Resultado
ou uma reação cruzada com anticorpos formados por exposição
atual ou prévia a infecções por coronavírus humanos sazonais (por
exemplo, resfriado comum), e têm maior probabilidade quando
a prevalência da doença é moderada a baixa.[497] [498] As
estimativas preliminares da taxa de falso-positivos no Reino Unido
estão na faixa de 0.8% a 4%.[499] Foram relatadas taxas de falsos-
negativos entre 2% e 29%.[490] Uma revisão sistemática revelou
que a taxa de falsos-negativos variou entre os estudos de 1.8% a
58% (mediana de 11%); no entanto, houve uma heterogeneidade
substancial e em grande parte inexplicada entre os estudos.[500]
Diagnóstico
Os oxímetros de pulso podem apresentar uma precisão abaixo
do ideal em certas populações. Dados limitados de estudos com
pequenos números de participantes sugerem que a pigmentação
da pele pode afetar a precisão do oxímetro de pulso. Em um
estudo, a hipoxemia oculta (definida no estudo como saturação de
oxigênio no sangue arterial <88% pela gasometria arterial, apesar
de uma saturação de oxigênio de 92% a 96% na oximetria de
pulso) não foi detectada pela oximetria de pulso quase três vezes
mais frequentemente nos pacientes negros em comparação com
pacientes brancos.[464] A Food and Drug Administration (FDA) dos
EUA alertou que vários fatores podem afetar a precisão da leitura de
um oxímetro de pulso (por exemplo, má circulação, pigmentação da
pele, espessura da pele, temperatura da pele, uso atual de tabaco,
uso de esmalte). A FDA recomenda considerar as limitações de
precisão ao usar um oxímetro de pulso para auxiliar no diagnóstico e
nas decisões de tratamento, e usar tendências nas leituras ao longo
do tempo, em vez de pontos de corte absolutos, se possível.[465]
Exame Resultado
deterioração adicional (por exemplo, o National Early Warning Score
2 [NEWS2]) podem não ajudar a prever os pacientes que passam a
desenvolver insuficiência respiratória.[463]
gasometria arterial pode mostrar baixa pressão
Solicitar para pacientes com doença grave, pois é indicada para parcial de oxigênio
detectar hipercapnia ou acidose.
Exame Resultado
Dímero D elevado, fibrinogênio elevado (e produtos de degradação de protrombina; fibrinogênio
da fibrina) e prolongamento do tempo de protrombina estão elevado
significativamente associados à doença grave e podem ser úteis
para predizer a progressão da doença.[570] [579]
Diagnóstico
níveis mais baixos.[585]
velocidade de hemossedimentação sérica pode estar elevada
Solicitar para pacientes com doença grave.
Exame Resultado
procalcitonina sérica pode estar elevada
Solicitar para pacientes com doença grave.
Exame Resultado
radiografia torácica infiltrados pulmonares
Solicitar para todos os pacientes com suspeita de pneumonia. unilaterais ou bilaterais
Diagnóstico
Exame Resultado
tomografia computadorizada (TC) torácica opacidade em vidro fosco
Considere uma TC torácica. Consulte as orientações locais sobre isoladamente ou coexistindo
a realização de uma TC. A British Society of Thoracic Imaging com outros achados (por
(BSTI) recomenda o exame de imagem por TC em pacientes com
exemplo, condensação,
suspeita clínica de COVID-19 que estejam gravemente enfermos,
se a radiografia torácica for incerta ou normal. [BSTI: radiology espessamento septal
decision tool for suspected COVID-19] Algumas instituições no interlobular, padrão em
Reino Unido recomendam uma abordagem mais pragmática para mosaico); distribuição
os pacientes com alta suspeita clínica de COVID-19, com TC de
bilateral, periférica/subpleural,
tórax recomendada somente após duas radiografias torácicas
indeterminadas ou normais em combinação com um teste de RT- posterior com predominância
PCR negativo.[517] O American College of Radiology recomenda do lobo inferior
reservar a TC para pacientes hospitalizados e sintomáticos com
indicações clínicas específicas para TC, e enfatiza que uma TC
torácica normal não significa que um paciente não tenha COVID-19
e uma TC torácica anormal não é específica para o diagnóstico de
COVID-19.[518]
Exame Resultado
Com frequência, as crianças apresentam TC do tórax normal ou
com achados leves. Os sinais mais comuns nas crianças são
a opacidade irregular em vidro fosco e, com menos frequência,
sombras irregulares inespecíficas, áreas de condensação e sinal de
halo. As anormalidades são mais comuns nos lobos inferiores, e são
predominantemente unilaterais. Derrames pleurais são raros.[530]
Diagnóstico
enquanto 33% foram considerados casos prováveis.[594]
Exame Resultado
CoV-2; soroconversão ou
uma vacina contra COVID-19. Para avaliar a evidência de infecção
um aumento nos títulos
anterior em um indivíduo que tenha recebido uma vacina, um teste
que avalie especificamente a IgM ou a IgG contra a proteína do de anticorpos em soros
nucleocapsídeo deve ser usado. Um ensaio baseado na proteína pareados
do nucleocapsídeo positivo indica infecção anterior. A testagem de
anticorpos não é atualmente recomendada para avaliar a imunidade
após a vacinação.[338] [339] [340]
Exame Resultado
ou aguda. Se o teste da amostra inicial for positivo, isso pode ser
devido a uma infecção pregressa que não esteja relacionada a
doença vigente. A soroconversão pode ser mais rápida e robusta
nos pacientes com doença grave em comparação com aqueles com
doença leve ou infecção assintomática.[430]
Diagnóstico
para determinar a infecção aguda; os resultados não indicam
com certeza a presença ou ausência de infecção atual ou prévia;
um diagnóstico confiável muitas vezes só é possível na fase
de recuperação, quando as oportunidades de tratamento ou de
interrupção da transmissão já tiverem passado; reatividade cruzada
com outros coronavírus, a qual pode resultar em resultados falso-
positivos.[430] [503]
Exame Resultado
apropriados. Se usado, o teste deve ocorrer nos primeiros 5 a 7
dias após o início dos sintomas. A Organização Mundial da Saúde
recomenda o teste de antígenos apenas em determinados cenários
em que a RT-PCR não esteja disponível ou onde tempos de resposta
prolongados impeçam a utilidade clínica, desde que o teste atenda
aos requisitos mínimos de desempenho de ≥80% de sensibilidade e
≥97% de especificidade em comparação com um ensaio de RT-PCR
de referência.[510]
A Food and Drug Administration dos EUA alertou que podem ocorrer
resultados falso-positivos com os testes de antígenos, inclusive
quando os usuários não seguem as instruções de uso, e que o
número de testes falso-positivos aumenta à medida que diminui a
prevalência da doença.[511]
Novos exames
Exame Resultado
amplificação isotérmica mediada por ciclo de transcrição reversa positiva para RNA viral do
(RT-LAMP) SARS-CoV-2
Um processo semelhante à RT-PCR, mas que usa temperaturas
constantes e produz mais DNA viral em comparação com a RT-
PCR. Embora simples e rápida, é uma tecnologia mais recente, e há
menos evidências para seu uso. Foram desenvolvidos ensaios para
o SARS-CoV-2, os quais estão sendo avaliados.[531] [532] [533]
Diagnóstico
ocorrendo com uma frequência agrupada de 97%. Anormalidades
na linha pleural também são comuns, com uma frequência agrupada
de 70%. Embora esses achados não sejam específicos para a
COVID-19, eles aumentam a probabilidade de doença no contexto
de um quadro clínico característico. Os outros achados incluem
condensações, espessamento pleural e derrame pleural.[534]
Exame Resultado
elevados em pacientes com COVID-19 com doença grave, e isso
pode ter significado prognóstico.[538]
Diagnóstico
Diagnósticos diferenciais
Diagnóstico
com um caso suspeito/ e os vírus influenza
confirmado de COVID-19 estiverem circulando
nos 14 dias anteriores ao concomitantemente, faça o
início dos sintomas. teste para ambos os vírus
• Não é possível diferenciar em todos os pacientes
COVID-19 de infecção do hospitalizados com doença
trato respiratório adquirida respiratória aguda, e teste
na comunidade com base para o vírus influenza nos
nos sinais e sintomas. pacientes ambulatoriais com
• O período de incubação doença respiratória aguda
é mais curto.[600] Os apenas se os resultados
sintomas geralmente mudarem o manejo clínico
atingem o pico durante do paciente.[3]
os primeiros 3 a 7 dias • RT-PCR: positiva para RNA
de doença com a gripe viral de influenza A ou B;
(influenza), em comparação negativa para RNA viral de
com a semana 2 ou SARS-CoV-2 (co-infecções
3 da doença com a são possíveis).
COVID-19.[601] • Radiografia torácica: menor
• É mais comum em probabilidade de estar
crianças.[601] As crianças anormal.[600]
com COVID-19 tendem a
Diagnóstico
ausência de contato próximo infecções são possíveis).
com um caso suspeito/ • TC do tórax: a opacidade
confirmado de COVID-19 em vidro fosco geralmente
nos 14 dias anteriores ao é distribuída de forma mais
início dos sintomas. difusa, com tendência
• Diferenciar a COVID-19 a poupar as regiões
da pneumonia por subpleurais.[599]
Pneumocystis jirovecii
geralmente não é possível
com base nos sinais e
sintomas.
• Os pacientes geralmente
são imunocomprometidos
(por exemplo, HIV positivos)
e a duração dos sintomas
pode ser mais longa.
Infecção pelo vírus da • Pode ser difícil diferenciar • RT-PCR: positiva para RNA
influenza aviária A (H7N9) com base na história viral específico da H7.
epidemiológica, pois a gripe
aviária H7N9 é endêmica na
China.
• Contato próximo com aves
infectadas (por exemplo,
agricultor ou visitante de um
mercado de animais vivos
em áreas endêmicas), ou
residir em uma área em que
a gripe aviária é endêmica.
confirmado de COVID-19
nos 14 dias anteriores ao
início dos sintomas.
• Contato próximo com aves
infectadas (por exemplo,
agricultor ou visitante de um
mercado de animais vivos
em áreas endêmicas), ou
residir em uma área em que
a gripe aviária é endêmica.
Critérios
Definições de caso
Várias definições de caso estão disponíveis:
Diagnóstico
Rastreamento
Manejo dos contatos
Definição
• A Organização Mundial da Saúde define um contato como uma pessoa que tiver passado por
qualquer uma das seguintes exposições durante os 2 dias anteriores e 14 dias após o início dos
sintomas de um caso provável ou confirmado:[609]
• Contato face a face com um caso provável ou confirmado dentro de 1 metro (3 pés) e por mais
de 15 minutos
• Contato físico direto com um caso provável ou confirmado
• Atendimento direto a um paciente com COVID-19 provável ou confirmada sem o uso do
equipamento de proteção individual recomendado
• Outras situações, conforme indicadas pelas avaliações de risco locais.
• Os contatos devem permanecer em quarentena em casa e monitorar sua saúde por até 14 dias a
partir do último dia do possível de contato com a pessoa infectada.
• No Reino Unido, a Public Health England recomenda um período de quarentena (ou autoisolamento)
de 10 dias após uma exposição potencial (foi reduzido de 14 dias para 10 dias em 14 de dezembro de
2020).[610]
• O CDC encurtou o tempo mínimo de quarentena após uma exposição potencial de 14 dias para 7
a 10 dias. A quarentena pode terminar após o dia 7 se o teste do paciente for negativo e nenhum
sintoma tiver sido relatado durante o período de quarentena. A quarentena pode terminar após o dia
10 sem exame e se nenhum sintoma tiver sido relatado durante o período de quarentena. Critérios
adicionais (por exemplo, monitoramento de sintomas, uso de máscara) devem continuar até o dia 14
em ambos os casos.[611]
• Consulte a orientação local para os locais e período de ocorrência de quarentena recomendados, pois
as recomendações variam de acordo com as recomendações locais de saúde pública.
Triagem de viajantes
A triagem de entrada e de saída pode ser recomendada em países onde as fronteiras ainda estejam
abertas, principalmente ao repatriar cidadãos de áreas afetadas. Os viajantes que chegarem de áreas
afetadas devem praticar o automonitoramento dos sintomas por 14 dias e seguir os protocolos locais do
país de chegada. Alguns países podem exigir que os viajantes fiquem em quarentena obrigatória em um
determinado local (por exemplo, um hotel). Os viajantes que apresentarem sintomas são orientados a entrar
em contato com um profissional da saúde local, de preferência por telefone.[612] Um estudo com 566
cidadãos japoneses repatriados da cidade de Wuhan constatou que o rastreamento baseado em sintomas
teve um desempenho insatisfatório e não detectou casos pré-sintomáticos e assintomáticos. Isso destaca a
necessidade da testagem e do acompanhamento.[613]
Em alguns países, foram criados centros de rastreamento do tipo drive-through para o rastreamento mais
seguro e eficiente. A pessoa a ser testada não deixa o carro durante todo o processo, o que inclui registro
e questionário, exame físico, coleta de amostras e instruções sobre o que fazer depois. Este método tem
a vantagem de aumentar a capacidade de realização de testes e prevenir a infecção cruzada entre os
indivíduos no espaço de espera.[614]
Rastreamento de temperatura
Há pouca evidência científica para apoiar o rastreamento da temperatura com câmeras térmicas ou produtos
de rastreamento de temperatura como um método confiável para a detecção de COVID-19 ou qualquer
outra doença febril, principalmente se usado como o principal método de testagem.[615]
Termômetros infravermelhos sem contato demonstraram níveis de precisão variáveis entre as populações,
e tiveram uma baixa sensibilidade para temperaturas >37.5 # (> 99.5 #) em adultos em comparação
com termômetros de artéria temporal. Portanto, eles podem não ser o dispositivo mais preciso para o
rastreamento em massa de febre durante uma pandemia.[618]
Diagnóstico
Recomendações
Principais recomendações
O tratamento depende predominantemente da gravidade da doença e se concentra nos
seguintes princípios: isolamento em um local adequado; medidas de prevenção e controle de
infecção; tratamento dos sintomas; otimização dos cuidados de suporte; e suporte orgânico na doença
grave ou crítica.
Considere se o paciente pode ser tratado em casa. Geralmente os pacientes com doença
assintomática ou leve podem ser tratados em casa ou em uma unidade comunitária.[2]
Interne os pacientes com doença moderada ou grave em uma unidade de saúde adequada.
Avalie os adultos quanto a fragilidade à admissão. Os pacientes com doença crítica necessitam de
cuidados intensivos; envolva a equipe de cuidados intensivos nas discussões sobre admissão à terapia
intensiva, quando necessário. Monitore os pacientes atentamente quanto a sinais de progressão da
doença.[2] [619]
Forneça alívio dos sintomas conforme necessário. Isso pode incluir tratamentos para febre, tosse,
dispneia, ansiedade, delirium ou agitação.[2] [620]
Inicie os cuidados de suporte de acordo com o quadro clínico. Isso pode incluir oxigenoterapia,
fluidoterapia intravenosa, profilaxia de tromboembolismo venoso, oxigênio nasal de alto fluxo, ventilação
mecânica não invasiva ou invasiva ou oxigenação por membrana extracorpórea. A sepse e o choque
séptico devem ser tratados de acordo com os protocolos locais.[2]
Considere a terapia com corticosteroide sistêmico por 7 a 10 dias nos adultos com
doença grave ou crítica. Evidências de qualidade moderada sugerem que os corticosteroides
sistêmicos provavelmente reduzem a mortalidade a 28 dias nos pacientes com doença grave e crítica, e
provavelmente reduzem a necessidade de ventilação invasiva.[3] [619] [621]
Recomendações completas
Local de cuidado
Tratamento
A decisão sobre o localização dos cuidados depende de vários fatores, incluindo quadro clínico,
gravidade da doença, necessidade de cuidados de suporte, presença de fatores de risco para doenças
graves e condições em casa (incluindo a presença de pessoas vulneráveis). Tome a decisão caso a
caso, usando os seguintes princípios gerais.[2]
• Doença leve: trate em uma unidade de saúde, em uma instituição comunitária ou em domicílio.
O isolamento domiciliar pode ser considerado na maioria dos pacientes, incluindo os pacientes
assintomáticos.
• Doença moderada: trate em uma unidade de saúde, em uma instituição comunitária ou em casa.
O isolamento domiciliar pode ser considerado nos pacientes de baixo risco (ou seja, pacientes que
não apresentam alto risco de deterioração).
• Doença grave: trate em uma unidade de saúde apropriada.
• Doença crítica: trate em uma unidade de terapia intensiva/cuidados intensivos.
A localização dos cuidados também dependerá da orientação das autoridades locais de saúde e dos
recursos disponíveis. A decretação de quarentenas obrigatórias está sendo usada em alguns países.
Trate as pessoas que necessitarem de hospitalização e que correm o risco de estarem infectadas com
uma variante preocupante do SARS-CoV-2 em um único quarto com banheiro privativo e procedimentos
apropriados de controle de infecções durante o período de isolamento. Naqueles com teste positivo,
discuta uma avaliação de risco adicional e manejo de caso apropriado com o centro especializado em
doenças infecciosas local/regional.[191]
Os fatores de risco mais importantes para internação hospitalar são idade avançada (razão de chances
>2 para todas as faixas etárias acima de 44 anos e razão de chances de 37.9 para pessoas com 75 anos
ou mais), insuficiência cardíaca, sexo masculino, doença renal crônica e aumento do índice de massa
corporal (IMC).[622] O tempo mediano do início dos sintomas até a internação hospitalar é de 7 dias.[50]
[541]
É menos provável que as crianças precisem de hospitalização mas, se internadas, elas geralmente
requerem apenas cuidados de suporte.[21] [623] Os fatores de risco para internação em terapia intensiva
em crianças incluem idade <1 mês, sexo masculino, condições médicas preexistentes e presença de
sinais ou sintomas de infecção do trato respiratório inferior à apresentação.[624] A maioria das crianças
que necessitam ventilação tem comorbidades subjacentes, mais comumente doença cardíaca.[625]
As crianças com COVID-19 apresentam taxas de hospitalização, taxas de internação em terapia
intensiva e uso de ventilador mecânico semelhantes em comparação com aquelas com gripe (influenza)
sazonal.[602]
Em geral, 19% dos pacientes hospitalizados necessitam de ventilação não invasiva, 17% necessitam de
terapia intensiva, 9% necessitam de ventilação invasiva e 2% necessitam de oxigenação por membrana
extracorpórea.[542] A taxa de admissão à terapia intensiva varia entre os estudos; no entanto, uma
metanálise de quase 25,000 pacientes constatou que a taxa de admissão foi de 32% e a prevalência
conjunta de mortalidade nos pacientes em unidades de terapia intensiva foi de 39%.[626] Outra
metanálise mais recente revelou que a taxa de mortalidade nos pacientes internados em unidade de
terapia intensiva foi de 35.5%.[627] Os motivos mais comuns para a internação em unidade de terapia
intensiva são insuficiência respiratória hipoxêmica, levando a ventilação mecânica e hipotensão.[628]
Os pacientes internados em unidades de terapia intensiva foram mais idosos, predominantemente do
sexo masculino e tiveram uma mediana de permanência de 23 dias (variação de 12 a 32 dias).[629]
Os fatores de risco mais importantes para doença crítica são saturação de oxigênio <88%; troponina
Tratamento
sérica elevada, proteína C-reativa e dímero D; e, em menor grau, idade avançada, IMC >40, insuficiência
cardíaca e sexo masculino.[622] Os fatores de risco mais comuns para mortalidade em unidades de
terapia intensiva foram ventilação mecânica invasiva, lesão renal aguda e síndrome do desconforto
respiratório agudo.[630]
Local de cuidado
• [WHO: home care for patients with suspected or confirmed COVID-19 and management of
their contacts]
• Monitore atentamente os pacientes com fatores de risco para doença grave e aconselhe os
pacientes sobre os sinais e sintomas de deterioração ou complicações que requeiram cuidados
urgentes imediatos (por exemplo, dificuldade para respirar, dor torácica).[2] [3]
• O monitoramento da oximetria de pulso domiciliar é recomendado para pacientes sintomáticos
com fatores de risco para progressão para doença grave que não estão hospitalizados. A
educação do paciente e o acompanhamento adequado são necessários.[2]
Local de cuidado
Tratamento
de cuidados de longa permanência) e crianças <5 anos de idade, para fornecer antibioticoterapia
empírica para uma possível pneumonia.[2]
Monitoramento
• A OMS não recomenda os corticosteroides nos pacientes com doença não grave, pois eles podem
aumentar o risco de mortalidade nesses pacientes.[621] No Reino Unido, o NHS da Inglaterra
apoia essas diretrizes e não recomenda o uso de corticosteroides em pacientes com COVID-19
não grave.[643] Nos EUA, o painel de diretrizes do National Institutes of Health recomenda contra
o uso de corticosteroides nos pacientes não hospitalizados com doença leve a moderada.[3]
Local de cuidado
• Trate os pacientes em uma unidade de saúde apropriada, sob a orientação de uma equipe
especializada.[2]
Tratamento
• Se escore ECF sugerir que a pessoa é menos frágil (por exemplo, ECF <5), é provável que
ela se beneficie do suporte orgânico intensivo e o paciente deseje tratamento com cuidados
intensivos; ou
• Se o escore ECF sugere que a pessoa é mais frágil (por exemplo, ECF ≥5), há incerteza
quanto ao benefício do suporte orgânico sob cuidados intensivos, e é necessário
aconselhamento em cuidados intensivos para auxiliar na decisão sobre o tratamento.
• Leve em consideração o impacto de patologias subjacentes, comorbidades e a gravidade da
doença aguda.[619]
Período de isolamento
• Fluidos e eletrólitos: use um manejo hídrico cauteloso nos adultos e crianças sem hipoperfusão
tecidual ou responsividade hídrica, pois a ressuscitação agressiva com fluidos pode agravar a
oxigenação.[2] Corrija qualquer anormalidade eletrolítica ou metabólica, como hiperglicemia ou
acidose metabólica, de acordo com os protocolos locais.[654]
• Febre e dor: recomenda-se paracetamol ou ibuprofeno.[2] [620] Atualmente, não há evidências
de eventos adversos graves nos pacientes com COVID-19 que fazem uso de anti-inflamatórios
não esteroidais (AINEs), como o ibuprofeno, ou de efeitos resultantes do uso de AINEs sobre a
utilização aguda sobre a utilização aguda de assistência médica, a sobrevida em longo prazo
ou a qualidade de vida em pacientes com COVID-19.[633] [634] [635] [636] [637] [638] [639] O
ibuprofeno só deve ser tomado à menor dose efetiva pelo menor período necessário para controlar
os sintomas.
• Tosse: aconselhe os pacientes a evitar deitar-se de costas, pois isso torna a tosse ineficaz.
Use medidas simples (por exemplo, uma colher de chá de mel nos pacientes com 1 ano de
idade ou mais) para auxiliar com a tosse. O uso de curta duração de um antitussígeno pode ser
considerado em pacientes selecionados (por exemplo, se a tosse for angustiante para o paciente),
desde que não haja contraindicações.[620] Uma metanálise revelou que o mel é superior aos
cuidados usuais (por exemplo, antitussígenos) para a melhora dos sintomas de infecção do trato
respiratório superior, particularmente a frequência e a gravidade da tosse.[640]
• Dispneia: mantenha o quarto fresco e incentive o relaxamento, as técnicas de respiração e as
mudanças de posição do corpo. Identifique e trate quaisquer causas reversíveis de dispneia (por
Tratamento
exemplo, edema pulmonar). Considere um teste com oxigênio, se disponível. Considere uma
combinação de opioides e benzodiazepínicos nos pacientes com dispneia moderada a grave ou
nos pacientes em angústia.[620]
• Ansiedade, delirium e agitação: identifique e trate qualquer causa subjacente ou reversível (por
exemplo, ofereça tranquilização, trate a hipóxia, anormalidades metabólicas ou endócrinas
Institute for Health and Care Excellence no Reino Unido recomenda considerar apenas doses
intermediárias nos pacientes que estejam recebendo suporte respiratório avançado, e a decisão
deve ser baseada em uma opinião multidisciplinar ou experiente, ou em protocolos acordados
localmente.[657] Reavalie os riscos de tromboembolismo venoso e de sangramento diariamente
nesses pacientes.[657] O NHS da Inglaterra recomenda que as doses terapêuticas não sejam
Tratamento
Monitoramento
• Monitore os pacientes para detectar sinais de deterioração clínica de maneira estrita e responda
imediatamente com intervenções de cuidados de suporte adequadas.[2]
Alta e reabilitação
• As intervenções de cuidados paliativos devem estar acessíveis em cada instituição que preste
atendimento a pacientes com COVID-19. Identifique se o paciente tem um planejamento
antecipado de cuidados e respeite as prioridades e preferências do paciente ao formular o seu
planejamento antecipado de cuidados.[2] Siga as diretrizes locais de cuidados paliativos.
Local de cuidado
usada uma estratégia baseada nos sintomas. Considere consultar especialistas em controle de
infecções antes de descontinuar o isolamento. Os pacientes gravemente imunocomprometidos
podem produzir vírus competente para replicação além de 20 dias e requerem testes adicionais
e consultas com especialistas em doenças infecciosas e especialistas em controle de infecções
• Considere uma tentativa com oxigênio nasal de alto fluxo ou ventilação não invasiva (por exemplo,
pressão positiva contínua nas vias aéreas [CPAP] ou pressão positiva a dois níveis nas vias
aéreas [BiPAP]) em pacientes com síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) leve
selecionados. Considere o posicionamento em posição prona enquanto desperto (por 8-12 horas/
dia, dividido em períodos mais curtos ao longo do dia) nos pacientes gravemente enfermos que
requeiram oxigênio nasal de alto fluxo ou ventilação não invasiva.[2]
• Recomenda-se precauções contra transmissão pelo ar nessas intervenções (incluindo a CPAP
de bolhas) devido à incerteza sobre o potencial de aerossolização.[2] Foram sugeridos novos
métodos para proteger os médicos sem acesso a equipamentos de proteção individual padrão
durante os procedimentos com geração de aerossóis.[676] [677] [678] [679]
• Os pacientes com hipercapnia, instabilidade hemodinâmica, insuficiência de múltiplos órgãos
ou estado mental anormal geralmente não devem receber oxigênio nasal de alto fluxo, embora
novos dados sugiram que ele possa ser seguro em pacientes com hipercapnia leve a moderada
e sem agravamento. Os pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica e instabilidade
hemodinâmica, insuficiência de múltiplos órgãos ou estado mental anormal não devem receber
esses tratamentos em vez de outras opções, como a ventilação invasiva.[2]
• Há um debate contínuo sobre o modo ideal de suporte respiratório anterior à ventilação
mecânica.[680] O NHS da Inglaterra recomenda a CPAP como a forma preferencial de ventilação
não invasiva nos pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica (tipo 1). Ele não defende
o uso de oxigênio nasal de alto fluxo com base na ausência de eficácia, no uso de oxigênio
(o oxigênio nasal de alto fluxo pode sobrecarregar o suprimento de oxigênio com o risco
de insuficiência do suprimento local) e a disseminação da infecção.[681] Outras diretrizes
recomendam o oxigênio nasal de alto fluxo em vez da ventilação não invasiva, a menos que
o oxigênio nasal de alto fluxo não esteja disponível.[3] [647] Apesar da tendência de se evitar
o oxigênio nasal de alto fluxo, foi demonstrado que existe um risco semelhante de geração de
Tratamento
com COVID-19 sob terapia intensiva.[699] Como consequência disso, alguns médicos alertaram
que o uso do ventilador controlado por protocolo pode estar causando lesão pulmonar em alguns
pacientes e que as configurações do ventilador devem se basear nos achados fisiológicos, em
vez do uso de protocolos padrão. A PEEP alta pode ter um efeito prejudicial nos pacientes com
complacência normal.[691] A PEEP sempre deve ser ajustada de maneira cuidadosa.[700]
• Considere uma tentativa com vasodilatador pulmonar por via inalatória nos adultos com SDRA
grave e hipoxemia, a despeito da otimização da ventilação. Use um esquema de suspensão
gradual se não houver uma melhora rápida na oxigenação.[3] [647]
Oxigenação por membrana extracorpórea
• O tratamento da sepse e do choque séptico nos pacientes com COVID-19 está além do escopo
deste tópico. Consulte a seção [Complications] .
Tratamento dos sintomas e cuidados de suporte
• As intervenções de cuidados paliativos devem estar acessíveis em cada instituição que preste
atendimento a pacientes com COVID-19. Identifique se o paciente tem um planejamento
antecipado de cuidados e respeite as prioridades e preferências do paciente ao formular o seu
planejamento antecipado de cuidados.[2] Siga as diretrizes locais de cuidados paliativos.
Tratamento de gestantes
As gestantes devem ser tratadas por uma equipe multidisciplinar, o que inclui especialistas obstétricos,
perinatais, neonatais e de cuidados intensivos, bem como suporte psicossocial e de saúde mental.
Recomenda-se uma abordagem de cuidados respeitosa e qualificada, centrada na mulher.[2] Em
mulheres com doença grave ou crítica, a equipe multidisciplinar deve ser organizada o mais rapidamente
possível após a ocorrência de hipoxemia materna, a fim de avaliar a maturidade fetal, a evolução da
doença e as melhores opções para o parto.[712]
Existem dados limitados disponíveis sobre o manejo de gestantes com COVID-19; no entanto, as
gestantes em geral podem ser tratadas com as mesmas terapias de suporte detalhadas acima, levando-
se em consideração as alterações fisiológicas que ocorrem com a gravidez.[2]
Tratamento
Local de cuidado
• Considere o uso de corticosteroides pré-natais para a maturação pulmonar fetal nas mulheres
com risco de nascimento pré-termo (24 a 37 semanas de gestação). Recomenda-se cautela, pois
os corticosteroides podem potencialmente agravar a condição clínica materna, e a decisão deve
ser tomada em conjunto com a equipe multidisciplinar.[513] [718] [719] A OMS recomenda os
corticosteroides pré-natais apenas quando não houver evidência clínica de infecção materna e
assistência adequada para o parto e para o neonato estiverem disponíveis, e nas mulheres com
COVID-19 leve após avaliação dos riscos e benefícios.[2]
• Não há evidências de que os corticosteroides nas doses prescritas para a maturação pulmonar
fetal causem qualquer dano no contexto do COVID-19, mas também não há evidências de
segurança. O efeito desconhecido sobre o desfecho materno deve ser pesado contra o benefício
Tratamento
• A maioria dos ensaios clínicos até agora excluiu as gestantes. No entanto, os tratamentos
potencialmente eficazes não devem ser negados a gestantes devido a preocupações teóricas
sobre a segurança desses agentes terapêuticos na gravidez. As decisões devem ser tomadas com
um processo de tomada de decisão compartilhado entre a paciente e a equipe clínica.[3]
• Não há evidências convincentes de que os corticosteroides sistêmicos aumentem a incidência
de anomalias congênitas. Acredita-se que os benefícios dos corticosteroides em gestantes ou
lactantes com doença grave ou crítica superem os riscos.[619]
Profilaxia do tromboembolismo venoso (TEV)
• Os especialistas estão divididos em relação a separar mãe e bebê após o parto; tome as decisões
caso a caso usando a tomada de decisão compartilhada.
• Uma análise de coorte retrospectiva, a maior série até o momento, não encontrou evidências
clínicas de transmissão vertical em 101 neonatos de mães com infecção suspeitada ou confirmada
Tratamento
por SARS-CoV-2, apesar da maioria dos neonatos terem permanecido no mesmo quarto que
as mães e das práticas de amamentação direta. Isso sugere que a separação pode não ser
justificada e a amamentação parece ser segura.[722] A transmissão de mãe para filho parece ser
oportunistas sempre que possível, inclusive nos pacientes que precisem de hospitalização. Consulte
um especialista em HIV antes de ajustar ou trocar os medicamentos antirretrovirais, e preste atenção
às potenciais interações medicamentosas e às toxicidades sobrepostas com os tratamentos para
COVID-19.[3]
Tratamento
Aguda ( Resumo )
COVID-19 leve
associado a monitoramento
considerar antipiréticos/analgésicos
COVID-19 moderada
associado a monitoramento
considerar antibióticos
considerar antipiréticos/analgésicos
COVID-19 grave
associado a monitoramento
considerar antibióticos
considerar corticosteroides
considerar antipiréticos/analgésicos
COVID-19 crítica
Aguda ( Resumo )
associado a tratamento dos sintomas e cuidados de
suporte
considerar corticosteroides
Tratamento
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos,
formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os
grupos de pacientes: consulte o aviso legal
Tratamento
Aguda
COVID-19 leve
Aguda
sintomáticos).[2] Os Centros de Controle e
Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados
Unidos recomendam descontinuar o isolamento
domiciliar uma vez decorridos pelo menos 10
dias (ou até 20 dias em pacientes gravemente
imunocomprometidos) desde o aparecimento
dos primeiros sintomas, e pelo menos 24 horas
desde a última febre sem o uso de antipiréticos,
e da melhora dos sintomas, se uma estratégia
baseada em sintomas for usada. Nas pessoas
assintomáticas, o CDC recomenda descontinuar
o isolamento domiciliar uma vez decorridos
pelo menos 10 dias desde a data de um
teste positivo. Para os pacientes gravemente
imunocomprometidos que sejam assintomáticos,
o isolamento pode ser descontinuado uma vez
decorridos pelo menos 10 dias e até 20 dias
desde a data de um teste positivo; considere
consultar especialistas em doenças infecciosas
e especialistas em controle de infecções. De
forma alternativa, o CDC recomenda pelo menos
dois testes de reação em cadeia da polimerase
via transcriptase reversa (RT-PCR) negativos em
amostras respiratórias coletadas com 24 horas
de intervalo antes do término do isolamento,
se uma estratégia baseada nos testes for
usada. Uma estratégia baseada nos sintomas é
preferencial; entretanto, uma estratégia baseada
nos testes pode ser considerada nos pacientes
gravemente imunocomprometidos.[631] Se o
paciente estiver hospitalizado, as orientações
do CDC para descontinuar o isolamento são as
mesmas da doença moderada (consulte abaixo).
As orientações sobre quando interromper o
isolamento dependem das recomendações
locais, e podem diferir entre os países.
Por exemplo, no Reino Unido, o período
de isolamento é de 10 dias nos pacientes
com doença mais leve que são tratados na
comunidade.[632]
associado a monitoramento
Tratamento recomendado para TODOS os
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Monitore os pacientes com fatores de risco
para doença grave de maneira estrita, e
aconselhe os pacientes sobre os sinais e
sintomas de deterioração ou complicações
que requerem cuidados urgentes imediatos
(por exemplo, dificuldade para respirar, dor
Tratamento
torácica).[2] [3]
Aguda
hospitalizados. A educação do paciente e o
acompanhamento adequado são necessários.[2]
associado a tratamento dos sintomas e cuidados de
suporte
Tratamento recomendado para TODOS os
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Aconselhe os pacientes a evitar deitar-se de
costas, pois isso torna a tosse ineficaz. Use
medidas simples (por exemplo, uma colher de
chá de mel em pacientes com 1 ano de idade
ou mais) para auxiliar com a tosse.[620] Uma
metanálise revelou que o mel é superior aos
cuidados usuais (por exemplo, antitussígenos)
para a melhora dos sintomas de infecção do
trato respiratório superior, particularmente a
frequência e a gravidade da tosse.[640]
ou
Tratamento
Aguda
» Recomenda-se paracetamol ou ibuprofeno.[2]
[620] Atualmente, não há evidências de eventos
adversos graves nos pacientes com COVID-19
que fazem uso de anti-inflamatórios não
esteroidais (AINEs), como o ibuprofeno, ou
de efeitos resultantes do uso de AINEs sobre
a utilização aguda sobre a utilização aguda
de assistência médica, a sobrevida em longo
prazo ou a qualidade de vida em pacientes com
COVID-19.[633] [634] [635] [636] [637] [638]
[639]
saúde.[2] [3]
Aguda
e membros da família a seguir medidas
apropriadas de prevenção e controle de
infecções:
Aguda
positivo em pacientes hospitalizados e de 10
dias em pacientes com doença mais leve que
são tratados na comunidade. Os pacientes
imunocompetentes com resultado positivo
no RT-PCR e que completaram o período de
isolamento de 14 dias estão isentos do teste
antes da alta hospitalar se estiverem dentro de
90 dias do início da doença ou teste inicial, a
menos que desenvolvam novos sintomas.[632]
associado a monitoramento
Tratamento recomendado para TODOS os
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Monitore atentamente os pacientes quanto a
sinais ou sintomas de progressão da doença.
Se o paciente estiver sendo tratado em casa,
aconselhe-o sobre sinais e sintomas de
deterioração ou complicações que requerem
cuidados urgentes imediatos (por exemplo,
dificuldade para respirar, dor torácica). O
monitoramento da oximetria de pulso domiciliar
é recomendado para pacientes sintomáticos
com fatores de risco para progressão para
doença grave que não estão hospitalizados. A
educação do paciente e o acompanhamento
adequado são necessários. Se o paciente
estiver sendo tratado no hospital, monitore-o
atentamente quanto a sinais de deterioração
clínica usando escores clínicos de alerta
precoce (por exemplo, National Early Warning
Score 2 [NEWS2]) e responda imediatamente
com as intervenções de cuidados de suporte
apropriadas.[2]
associado a tratamento dos sintomas e cuidados de
suporte
Tratamento recomendado para TODOS os
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Aconselhe os pacientes a evitar deitar-se de
costas, pois isso torna a tosse ineficaz. Use
medidas simples (por exemplo, uma colher de
chá de mel em pacientes com 1 ano de idade
ou mais) para auxiliar com a tosse.[620] Uma
metanálise revelou que o mel é superior aos
cuidados usuais (por exemplo, antitussígenos)
para a melhora dos sintomas de infecção do
trato respiratório superior, particularmente a
frequência e a gravidade da tosse.[640]
Aguda
ventiladores podem disseminar a infecção e não
devem ser usados).[620]
ou
Aguda
prazo ou a qualidade de vida em pacientes com
COVID-19.[633] [634] [635] [636] [637] [638]
[639]
Aguda
aumento na CFS foi associado a um aumento
na mortalidade (cada aumento de 1 ponto na
CFS foi associado a um aumento de 12% na
mortalidade).[644] No entanto, alguns estudos
sugerem que uma compreensão mais sutil da
fragilidade e dos desfechos é necessária, e você
deve ter cuidado ao colocar muita ênfase na
influência isolada da fragilidade ao discutir o
prognóstico em pessoas idosas.[645]
Aguda
gravemente imunocomprometidos.[642] As
orientações sobre quando interromper o
isolamento dependem das recomendações
locais e podem diferir entre os países. Por
exemplo, no Reino Unido, o período de
isolamento é de 14 dias a partir de um teste
positivo em pacientes hospitalizados. Os
pacientes imunocompetentes com resultado
positivo no RT-PCR e que completaram o
período de isolamento de 14 dias estão isentos
do teste antes da alta hospitalar se estiverem
dentro de 90 dias do início da doença ou
teste inicial, a menos que desenvolvam novos
sintomas.[632]
associado a considerar oxigenoterapia
Tratamento recomendado para TODOS os
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Inicie a oxigenoterapia suplementar
imediatamente em qualquer paciente com sinais
de emergência (ou seja, respiração obstruída ou
ausente, dificuldade respiratória grave, cianose
central, choque, coma e/ou convulsões) ou
qualquer paciente sem sinais de emergência e
SpO₂ <90%.[2] [3]
Aguda
despertos e não intubados demonstrou melhorar
a saturação de oxigênio, e pode protelar ou
reduzir a necessidade de terapia intensiva.[649]
[650] [651] [652] [653]
Aguda
o delirium, trate a abstinência de substâncias,
mantenha ciclos normais de sono, trate a
dor ou a dispneia).[2] [620] Considere um
benzodiazepínico para o tratamento da
ansiedade ou agitação que não responder
a outras medidas. Considere o haloperidol
ou uma fenotiazina para o tratamento do
delirium.[620] Baixas doses de haloperidol
(ou outro antipsicótico adequado) também
podem ser consideradas para agitação.[2]
Intervenções não farmacológicas são a base
para o tratamento do delirium, quando possível,
e a prevenção é essencial.[655]
ou
Opções secundárias
ou
Aguda
acordo com o padrão de cuidados para outros
pacientes hospitalizados sem COVID-19,
desde que não haja contraindicações. O
diagnóstico de COVID-19 não deve influenciar
as recomendações do pediatra sobre a profilaxia
do tromboembolismo venoso nas crianças
hospitalizadas. As gestantes devem ser tratadas
por um especialista.[2] [3] [658] [659] Comece
o mais rapidamente possível e dentro de 14
horas após a internação, e continue durante a
internação hospitalar ou 7 dias, o que for mais
longo.[657]
Aguda
a decisão deve ser baseada em uma opinião
multidisciplinar ou experiente, ou em protocolos
acordados localmente. Reavalie os riscos de
tromboembolismo venoso e de sangramento
diariamente nesses pacientes.[657] O NHS da
Inglaterra recomenda que as doses terapêuticas
não sejam oferecidas a menos que haja
uma indicação padrão para anticoagulação
terapêutica, pois os estudos mostram que as
doses terapêuticas não melhoram o desfecho
clínico da doença grave no ambiente de
cuidados intensivos.[663] Ajustes de dose
podem ser necessários nos pacientes com
peso corporal extremo ou comprometimento
renal.[657]
Aguda
estudo de coorte observacional com mais de
4000 pacientes revelou que o início precoce
da anticoagulação profilática nos pacientes
hospitalizados foi associado a um risco
reduzido de mortalidade a 30 dias e nenhum
aumento do risco de eventos hemorrágicos
graves em comparação com a ausência de
anticoagulação.[666] Os médicos devem confiar
nos princípios de manejo da anticoagulação
baseados em evidências pré-COVID-19
combinados com abordagens racionais para
enfrentar os desafios clínicos.[658]
associado a monitoramento
Tratamento recomendado para TODOS os
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Monitore os pacientes para detectar sinais
de deterioração clínica de maneira estrita e
responda imediatamente com intervenções de
cuidados de suporte adequadas.[2]
considerar antibióticos
Tratamento recomendado para ALGUNS
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Considere antimicrobianos empíricos se
houver suspeita clínica de infecção bacteriana.
Administre-os em até 1 hora após a avaliação
inicial dos pacientes com suspeita de sepse ou
se o paciente atender aos critérios de alto risco
(ou dentro de 4 horas após se estabelecer um
diagnóstico de pneumonia); não espere pelos
resultados da microbiologia. Baseie o esquema
no diagnóstico clínico (por exemplo, pneumonia
adquirida na comunidade, pneumonia hospitalar,
sepse), na epidemiologia local, nos dados de
suscetibilidade e nas diretrizes de tratamento
locais.[2] [3] [587]
Aguda
de amplo espectro na ausência de outra
indicação.[3]
ou
Opções secundárias
ou
Aguda
» metilprednisolona: adultos: 32 mg/dia por
via oral/intravenosa administrados em 1-2
doses fracionadas por 7-10 dias
Aguda
essas recomendações podem ser aplicadas
a crianças ou aos imunocomprometidos.[621]
[668] [669] [670] Também há evidências de que
os corticosteroides provavelmente reduzem o
tempo de permanência na unidade de terapia
intensiva (certeza baixa) e aumentam os dias
sem ventilação (certeza moderada).[671] [672]
Aguda
considerar tratamento de coinfecções
Tratamento recomendado para ALGUNS
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Trate as coinfecções confirmadas em
laboratório (por exemplo, malária, tuberculose,
gripe (influenza)) conforme apropriado,
de acordo com os protocolos locais.[2] O
tratamento da gripe (influenza) é o mesmo em
todos os pacientes, independentemente da
coinfecção por SARS-CoV-2. Inicie o tratamento
empírico com oseltamivir nos pacientes
hospitalizados com suspeita de uma ou ambas
as infecções o mais rapidamente possível,
sem esperar pelos resultados do teste para
gripe (influenza). A terapia antiviral pode ser
interrompida assim que a gripe (influenza) for
descartada.[3]
considerar antipiréticos/analgésicos
Tratamento recomendado para ALGUNS
pacientes no grupo de pacientes selecionado
Opções primárias
ou
Aguda
considerar terapias experimentais
Tratamento recomendado para ALGUNS
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Considere as terapias experimentais ou
emergentes apropriadas.
Aguda
eles expressem preferências sobre seu
tratamento. Leve em consideração os desejos
e expectativas dos pacientes ao considerar o
teto do tratamento. Use ferramentas de suporte
à decisão, se disponíveis. Coloque em prática
os planos de escalonamento de tratamento
e discuta quaisquer planos de cuidados
avançados existentes ou decisões avançadas
para recusar o tratamento com pacientes com
comorbidades avançadas preexistentes.[620]
Aguda
em testes pode ser considerada nos pacientes
gravemente imunocomprometidos.[642] As
orientações sobre quando interromper o
isolamento dependem das recomendações
locais e podem diferir entre os países. Por
exemplo, no Reino Unido, o período de
isolamento é de 14 dias a partir de um teste
positivo em pacientes hospitalizados. Os
pacientes imunocompetentes com resultado
positivo no RT-PCR e que completaram o
período de isolamento de 14 dias estão isentos
do teste antes da alta hospitalar se estiverem
dentro de 90 dias do início da doença ou
teste inicial, a menos que desenvolvam novos
sintomas.[632]
associado a tratamento dos sintomas e cuidados de
suporte
Tratamento recomendado para TODOS os
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Considere o manejo hídrico e eletrolítico, o
tratamento antimicrobiano, a profilaxia para
tromboembolismo venoso e o tratamento dos
sintomas conforme apropriados. Consulte
COVID-19 Grave acima para obter informações
mais detalhadas.
Aguda
» Siga as diretrizes locais para os manejos de
dor, sedação e delirium.[3]
Aguda
esteja disponível.[3] [647] Apesar da tendência
de se evitar o oxigênio nasal de alto fluxo, foi
demonstrado que existe um risco semelhante de
geração de aerossóis em relação às máscaras
de oxigênio padrão.[682]
Aguda
complacência normal, em que o recrutamento
pode não ser necessário.[690]
oxigenação.[3] [647]
considerar oxigenação por membrana extracorpórea
Tratamento recomendado para ALGUNS
pacientes no grupo de pacientes selecionado
Aguda
» Considere oxigenação por membrana
extracorpórea (ECMO), de acordo com a
disponibilidade e a experiência, se os métodos
acima falharem.[2] [647] [705] [706] A ECMO
não é adequada para todos os pacientes, e
apenas aqueles que atendem a certos critérios
de inclusão podem ser considerados para a
ECMO.[707]
ou
Tratamento
Aguda
adults. 2021 [internet publication]. https://
www.nice.org.uk/guidance/ng159
Opções secundárias
ou
Aguda
7000 pacientes), incluindo o estudo RECOVERY
do Reino Unido. Evidências de qualidade
moderada sugerem que os corticosteroides
sistêmicos provavelmente reduzem a
mortalidade a 28 dias nos pacientes com
COVID-19 grave e crítica. Eles provavelmente
também reduzem a necessidade de ventilação
invasiva. Não há evidências comparando
diretamente a dexametasona e a hidrocortisona.
Os danos do tratamento nesse contexto são
considerados pequenos. Não está claro se
essas recomendações podem ser aplicadas
a crianças ou aos imunocomprometidos.[621]
[668] [669] [670] Também há evidências de que
os corticosteroides provavelmente reduzem o
tempo de permanência na unidade de terapia
intensiva (certeza baixa) e aumentam os dias
sem ventilação (certeza moderada).[671] [672]
Aguda
de infecções latentes) e avalie as interações
medicamentosas.[3] Siga as políticas locais
para proteção gástrica durante o tratamento
com corticosteroides. Interações clinicamente
significativas entre remdesivir e corticosteroides
são improváveis; no entanto, o lopinavir/
ritonavir pode aumentar as concentrações de
hidrocortisona.[619]
Aguda
Tratamento recomendado para ALGUNS
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» Avalie rotineiramente os pacientes sob
cuidados intensivos quanto a mobilidade,
deglutição funcional, comprometimento
cognitivo e problemas de saúde mental e,
com base nessa avaliação, determine se o
paciente está pronto para receber alta e se
tem alguma necessidade de reabilitação e
acompanhamento.[2]
considerar cuidados paliativos
Tratamento recomendado para ALGUNS
pacientes no grupo de pacientes selecionado
» As intervenções de cuidados paliativos
devem estar acessíveis em cada instituição
que preste atendimento a pacientes com
COVID-19. Identifique se o paciente tem um
planejamento antecipado de cuidados e respeite
as prioridades e preferências do paciente
ao formular o seu planejamento antecipado
de cuidados.[2] Siga as diretrizes locais de
cuidados paliativos.
Tratamento
Novidades
Inibidores da interleucina-6 (IL-6)
Os inibidores da IL-6 inibem a sinalização mediada por IL-6 ao se ligarem competitivamente aos receptores
de IL-6. A IL-6 é uma citocina pró-inflamatória. Esses medicamentos (por exemplo, tocilizumabe, siltuximabe)
estão sendo testados em pacientes para o tratamento da síndrome de liberação de citocinas induzida pelo
SARS-CoV-2. Eles já estão aprovados em alguns países para certas afecções, mas são de uso off-label
para esta indicação.
• A infecção é confirmada por testes microbiológicos ou quando uma equipe multidisciplinar tem um
alto nível de confiança de que as características clínicas e radiológicas sugerem que COVID-19 é o
diagnóstico mais provável; E
• O paciente esteja recebendo (ou tenha concluído um ciclo de) dexametasona ou um corticosteroide
equivalente (a menos que contraindicado); E
• O nível de proteína C-reativa é ≥75 mg/L; E a saturação de oxigênio é <92% no ar ambiente OU há
necessidade de oxigênio suplementar; OU
• Um inibidor de IL-6 ainda não tenha sido administrado durante a internação e até 24 a 48 horas após
o início do suporte respiratório.
A orientação do Reino Unido continua a recomendar apenas uma dose única de sarilumabe
nos adultos gravemente enfermos com pneumonia que requeira suporte respiratório (oxigênio nasal em
sistema de alto fluxo, pressão positiva contínua nas vias aéreas ou ventilação não invasiva, ou ventilação
mecânica invasiva) quando houver infecção confirmada por testes microbiológicos (ou quando uma equipe
multidisciplinar tiver um alto nível de confiança de que as características clínicas e radiológicas sugerem
que COVID-19 é o diagnóstico mais provável). Os pacientes devem atender aos critérios de elegibilidade
específicos (e não aos critérios de exclusão).
Essas recomendações são baseadas em dados dos estudos RECOVERY, do Reino Unido, e REMAP-CAP.
• Dados preliminares (ainda a serem revisados por pares) do estudo RECOVERY do Reino Unido
revelaram que o tocilizumabe reduziu a mortalidade em 28 dias em comparação com os cuidados
habituais em pacientes que necessitaram de oxigênio e tinham evidência de inflamação. Os
resultados mostraram que 29% dos pacientes no grupo do tocilizumabe morreram dentro de 28 dias
em comparação com 33% no grupo de cuidados habituais, uma redução de 14% na mortalidade
relativa. O tocilizumabe também aumentou a probabilidade de alta com vida em até 28 dias de 47%
para 54%. Esses benefícios foram observados independentemente do nível de suporte respiratório, e
foram adicionais aos benefícios dos corticosteroides.[837]
• Os dados do estudo REMAP-CAP revelaram mais dias sem necessidade de suporte orgânico e uma
redução na mortalidade quando os inibidores de IL-6 foram administrados a pacientes gravemente
enfermos recebendo suporte de orgânico em unidade de terapia intensiva até 24 horas após a
internação, em comparação com o padrão de cuidados (incluindo corticosteroides na maioria dos
pacientes).[838]
De acordo com o National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido, é possível que haja
maior probabilidade de qualquer benefício do tocilizumabe ou do sarilumabe com o uso precoce, quando a
progressão da doença e qualquer disfunção orgânica em desenvolvimento podem ser mais reversíveis.[839]
[840]
Tratamento
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA recomenda uma dose única de
tocilizumabe, em combinação com dexametasona (ou um corticosteroide alternativo adequado),
em certos pacientes hospitalizados que apresentem descompensação respiratória rápida
devido a COVID-19 progressiva. [3]
• Isso inclui:
• Pacientes recentemente hospitalizados (por exemplo, dentro de 3 dias) que tenham sido
admitidos à unidade de terapia intensiva nas 24 horas anteriores e que requeiram ventilação
mecânica invasiva, ventilação mecânica não invasiva ou oxigênio nasal em sistema de alto
fluxo; OU
• Pacientes recentemente hospitalizados, fora da unidade de terapia intensiva, com
necessidades de oxigênio rapidamente crescentes e que necessitam de ventilação mecânica
não invasiva ou oxigênio nasal em sistema de alto fluxo e que apresentam marcadores de
inflamação significativamente aumentados (por exemplo, o nível de proteína C-reativa é ≥75
mg/L).
• Alguns membros do painel também recomendam o tocilizumabe em pacientes que apresentem
necessidades de oxigênio rapidamente crescentes durante o uso de corticosteroides e apresentem
um nível de proteína C-reativa ≥75 mg/L, mas que ainda não requeiram ventilação mecânica não
invasiva ou oxigênio nasal em sistema de alto fluxo. No entanto, não há evidências suficientes para
especificar quais desses pacientes se beneficiariam da adição do tocilizumabe
• O tocilizumabe deve ser administrado apenas em combinação com um corticosteroide.
A Infectious Diseases Society of America recomenda tocilizumabe em adultos hospitalizados
com doença progressiva grave ou crítica que têm marcadores elevados de inflamação sistêmica, em
associação com o padrão de cuidados (ou seja, corticosteroides), em vez do padrão de cuidados
isolado.[674]
• A revisão sistemática e metanálise mais recente (até 7 de janeiro de 2021) constatou que o
tocilizumabe foi associado à melhora da sobrevida não ajustada (razão de riscos de 0.83), mas um
benefício conclusivo não foi demonstrado para outros desfechos.[841]
• O ensaio clínico randomizado e controlado de fase 3 EMPACTA revelou que o tocilizumabe reduziu
a necessidade de ventilação mecânica nos pacientes hospitalizados em comparação com o placebo,
embora não tenha havido diferença estatística na mortalidade entre os dois braços.[842] No entanto,
o ensaio clínico randomizado e controlado de fase 3 COVACTA não alcançou seu desfecho primário
de status clínico, e constatou que o tocilizumabe não melhorou a mortalidade.[843] Outros ensaios
randomizados também apresentam resultados conflitantes.[844] [845] [846] [847] [848] [849] [850]
• Um ensaio clínico de fase 3, randomizado e controlado, revelou que não houve benefício observado
do sarilumabe em pacientes com doença grave ou crítica que estavam recebendo oxigênio
suplementar e o padrão de cuidados local, em comparação com o placebo.[851]
• As evidências são conflitantes, e foi sugerido que o valor do tratamento com o inibidor de IL-6 pode
depender do momento do tratamento e do uso concomitante de corticosteroides.[852]
O tocilizumabe deve ser evitado nos pacientes significativamente imunocomprometidos.[3] Consulte
o formulário local de medicamentos para obter informações sobre contraindicações, cuidados, efeitos
Tratamento
Remdesivir
Tratamento
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA recomenda o remdesivir nos
pacientes hospitalizados que necessitem de oxigênio suplementar. [3]
• Ele pode ser administrado isoladamente (por exemplo, para pacientes que requeirm oxigênio
suplementar mínimo) ou em combinação com a dexametasona (por exemplo, para pacientes que
requeiram quantidades crescentes de oxigênio suplementar).
• O painel também recomenda o remdesivir, em combinação com a dexametasona, nos pacientes
hospitalizados que requeiram oxigênio em sistema de alto fluxo ou ventilação não invasiva. Ele não
recomenda o remdesivir nos pacientes que requerem ventilação mecânica invasiva ou oxigenação por
membrana extracorpórea (ECMO).
• O painel reconhece que o remdesivir também pode ser apropriado nos pacientes hospitalizados que
não requeiram oxigênio, mas que apresentem alto risco de progressão da doença.
• O ciclo de tratamento recomendado é de 5 dias ou até a alta hospitalar, o que ocorrer primeiro. Alguns
especialistas recomendam um ciclo de 10 dias para os pacientes que não apresentarem melhora
clínica substancial até o dia 5.
A Infectious Diseases Society of America recomenda o remdesivir nos pacientes
hospitalizados com doença grave. [674]
Consulte o formulário local de medicamentos para obter informações sobre contraindicações, cuidados,
efeitos adversos e interações medicamentosas antes de prescrever este medicamento.
Casirivimabe/imdevimabe
O casirivimabe e o imdevimabe são anticorpos monoclonais neutralizantes do tipo imunoglobulina G-1
humana experimentais intravenosos com atividade contra o coronavírus da síndrome respiratória aguda
grave 2 (SARS-CoV-2). Os dois anticorpos ligam-se a epítopos não sobrepostos do domínio de ligação ao
receptor da proteína da espícula para bloquear a entrada do vírus nas células hospedeiras. O casirivimabe/
imdevimabe (anteriormente conhecido como REGN-COV2) obteve uma autorização de uso emergencial nos
EUA para o tratamento da doença leve a moderada em crianças e adultos.[856]
• A autorização de uso emergencial dos EUA abrange os pacientes com resultados positivos nos testes
virais diretos que tenham 12 anos de idade ou mais, pesando pelo menos 40 kg e que estejam em
alto risco de evoluir para doença grave e/ou hospitalização. Isso inclui pacientes com 65 anos de
idade ou mais, ou que apresentem certas afecções clínicas crônicas.
• A European Medicines Agency emitiu recomendações de que o casirivimabe/imdevimabe pode
ser usado em pacientes com 12 anos ou mais que não necessitem de oxigênio suplementar e que
apresentem alto risco de evolução para doença grave; no entanto, a agência ainda não emitiu uma
autorização de comercialização.[857]
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA declara que não há dados
suficientes para recomendar a favor ou contra o uso do casirivimabe/imdevimabe para o
Tratamento
tratamento de pacientes ambulatoriais com COVID-19 leve a moderada, e que ele não deve ser considerado
o padrão de tratamento.[3]
• Os pacientes com maior risco de progressão da doença devem ter prioridade no tratamento, e os
pacientes hospitalizados não devem receber o casirivimabe/imdevimabe fora de um ensaio clínico.
• No entanto, ela recomenda que o casirivimabe/imdevimabe pode ser uma opção de tratamento
razoável em pacientes ambulatoriais ou pacientes com doença leve a moderada que forem admitidos
ao hospital para o tratamento de outras afecções além da COVID-19 e que apresentam risco
aumentado de evoluir para doença grave, após uma tomada de decisão informada.
Novas evidências estão surgindo.
Bamlanivimabe/etesevimabe
O bamlanivimabe (anteriormente conhecido como LY-CoV555) e o etesevimabe (anteriormente conhecido
como LY-CoV016) são anticorpos monoclonais neutralizantes do tipo imunoglobulina G-1 humana
experimentais intravenosos com atividade contra o SARS-CoV-2. Os dois anticorpos ligam-se a epítopos
diferentes, mas sobrepostos, do domínio de ligação ao receptor da proteína da espícula para bloquear
a entrada do vírus nas células hospedeiras. A monoterapia com bamlanivimabe e o bamlanivimabe/
etesevimabe receberam autorização de uso emergencial nos EUA para o tratamento de doença leve a
moderada em crianças e adultos.[862] [856]
• As autorizações de uso emergencial dos EUA abrangem os pacientes com resultados positivos nos
testes virais diretos que tenham 12 anos de idade ou mais, pesando pelo menos 40 kg e que estejam
em alto risco de evoluir para doença grave e/ou hospitalização. Isso inclui pacientes com 65 anos de
Tratamento
• O tratamento deve ser iniciado o mais rapidamente possível após o paciente receber um resultado de
teste positivo e até 10 dias após o início dos sintomas.
• O painel recomenda contra o uso de bamlanivimabe/etesevimabe em pacientes hospitalizados, exceto
no contexto de um ensaio clínico. No entanto, a combinação deve ser considerada em pacientes com
doença leve a moderada que estejam hospitalizados por um motivo diferente de COVID-19, mas que
atendam aos critérios de autorização de uso emergencial.
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA declara que não há dados
suficientes para recomendar a favor ou contra o uso de monoterapia com bamlanivimabe para o
tratamento de pacientes ambulatoriais com doença leve a moderada, e que ele não deve ser considerado o
padrão de cuidados.[3]
• Os pacientes com maior risco de progressão da doença devem ter prioridade no tratamento, e os
pacientes hospitalizados não devem receber o bamlanivimabe fora de um ensaio clínico.
A Infectious Diseases Society of America recomenda o bamlanivimabe/etesevimabe em
pacientes ambulatoriais com doença leve a moderada que estejam em alto risco de progressão para
doença grave, com base em evidências de baixa certeza. O painel recomenda contra o uso de monoterapia
com bamlanivimabe nos pacientes hospitalizados com doença grave.[674]
• Os pacientes com doença leve a moderada que apresentam alto risco de progressão para doença
grave admitidos a um hospital por motivos diferentes da COVID-19 também podem receber o
bamlanivimabe/etesevimabe.
Novas evidências estão surgindo.
Plasma de convalescente
O plasma de convalescente é um hemoderivado que contém anticorpos contra o SARS-CoV-2 de pacientes
que se recuperaram. O plasma de convalescente com alto título (ou seja, plasma com altos títulos de
anticorpos contra SARS-CoV-2) recebeu uma autorização de uso emergencial nos EUA para o tratamento
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos Estados Unidos afirma que
atualmente não há evidências suficientes para recomendar a favor ou contra o uso de plasma de
convalescente. [3]
• A autorização de uso emergencial foi baseada na publicação pré-impressão (não revisada por
pares) de um estudo de programa de acesso expandido, aberto e multicêntrico com mais de 35,000
pacientes que revelou que o plasma de convalescente reduziu a mortalidade a 7 dias em 9% em
pacientes hospitalizados quando administrado até 3 dias após o diagnóstico e em 12% quando
administrado 4 ou mais dias depois.[869]
• Uma metanálise e revisão sistemática de quatro ensaios clínicos randomizados e controlados
revisados por pares (1060 pacientes) e seis ensaios clínicos randomizados e controlados não
publicados (10,722 pacientes) revelaram que o tratamento com plasma de convalescente não foi
significativamente associado a uma redução na mortalidade por todas as causas (ou qualquer
benefício para outros desfechos) em comparação com placebo ou o padrão de cuidados, com base
em evidências de baixa a moderada certeza.[870]
• Um ensaio randomizado duplo-cego controlado por placebo em pacientes idosos com doença leve
que receberam plasma de convalescente até 72 horas após o início dos sintomas revelou que a
administração precoce reduziu a progressão para doença grave.[871]
• Uma revisão Cochrane revelou que as evidências atualmente disponíveis sobre a segurança e a
eficácia do plasma de convalescente para o tratamento de pacientes hospitalizados é de baixa ou
muito baixa certeza.[872]
• O recrutamento para o braço de plasma de convalescente do estudo RECOVERY foi encerrado, pois
uma análise preliminar dos dados não encontrou evidências convincentes de que o recrutamento
adicional forneceria prova conclusiva de benefícios valiosos em relação à mortalidade, tanto em geral
quanto em qualquer subgrupo pré-especificado.[873]
• Um ensaio clínico do National Institutes of Health que avaliou a segurança e a eficácia do plasma
de convalescente para tratar pacientes do pronto-socorro que desenvolveram sintomas leves a
moderados foi interrompido. Uma análise interina dos dados do ensaio determinou que, embora o
plasma de convalescente não tenha causado danos, é improvável que ele tenha beneficiado este
grupo de pacientes.[874]
Baricitinibe
O baricitinibe é um inibidor oral de Janus quinases. Acredita-se que ele previna a produção desregulada
de citocinas pró-inflamatórias em pacientes com doença grave ou crítica. O baricitinibe já foi aprovado
em alguns países para certas afecções. Foi concedida uma autorização de uso emergencial nos Estados
Unidos, em combinação com o remdesivir, para o tratamento de doença suspeitada ou confirmada em
crianças hospitalizadas com 2 anos de idade ou mais e adultos que necessitem de oxigênio suplementar,
ventilação mecânica invasiva ou oxigenação por membrana extracorpórea.[875] Ele não foi autorizado para
esta indicação no Reino Unido ou na Europa.
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA declara que não há dados
suficientes para recomendar a favor ou contra o uso do baricitinibe em combinação com o
Tratamento
remdesivir para o tratamento de pacientes hospitalizados nos casos em que os corticosteroides possam ser
usados.[3]
• Nos raros casos em que os corticosteroides não possam ser usados, o painel recomenda o
baricitinibe em combinação com o remdesivir para o tratamento de pacientes hospitalizados não
intubados que necessitem de suplementação de oxigênio.
• O painel recomenda contra o uso de monoterapia com baricitinibe, exceto no contexto de um
ensaio clínico. Não há dados suficientes para recomendar a favor ou contra o uso do baricitinibe em
combinação com corticosteroides.
A Infectious Diseases Society of America recomenda baricitinibe com remdesivir nos
pacientes hospitalizados com doença grave que não possam receber corticosteroides devido a uma
contraindicação, ao invés de remdesivir isoladamente.[674]
• A autorização para uso emergencial foi baseada em um ensaio randomizado, duplo-cego e controlado
por placebo que revelou que o baricitinibe associado ao remdesivir reduziu o tempo de recuperação
(definido como receber alta hospitalar ou estar hospitalizado mas não necessitar de oxigênio
suplementar e não necessitar mais de atendimento médico contínuo) até 29 dias após o início do
tratamento em comparação com pacientes que receberam placebo associado ao remdesivir. O tempo
mediano para a recuperação foi de 7 dias para o baricitinibe associado ao remdesivir e 8 dias para o
placebo associado ao remdesivir.[876]
Consulte o formulário local de medicamentos para obter informações sobre contraindicações, cuidados,
efeitos adversos e interações medicamentosas antes de prescrever este medicamento.
Ivermectina
A ivermectina é um agente antiparasitário de amplo espectro. Demonstrou ser eficaz contra o SARS-CoV-2
in vitro.[877] A ivermectina já está aprovada em alguns países para infecções parasitárias, mas seu uso é
off-label para essa indicação.
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos Estados Unidos afirma que
atualmente não há evidências suficientes para recomendar a favor ou contra o uso da
ivermectina. [3]
• Um pequeno ensaio clínico randomizado e controlado revelou que, entre adultos com doença leve,
um ciclo de ivermectina de 5 dias não melhorou de maneira significativa o tempo de remissão dos
sintomas em comparação com o placebo; no entanto, o estudo teve limitações importantes e ensaios
maiores podem ser necessários para compreender os efeitos da ivermectina sobre outros desfechos
clinicamente relevantes.[879]
Anakinra
O anakinra é um inibidor da interleucina-1 intravenoso/subcutâneo. Ele está sendo testado em pacientes
para o tratamento da síndrome de liberação de citocinas induzida pelo SARS-CoV-2. O anakinra já está
aprovado em alguns países para certas afecções, mas seu uso é off-label para essa indicação.
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos Estados Unidos afirma que
atualmente não há evidências suficientes para recomendar a favor ou contra o uso do anakinra.
[3]
O National Institute for Health and Care Excellence no Reino Unido declara que não há
evidências disponíveis para determinar se o anakinra é eficaz, seguro ou custo-efetivo para o tratamento
de adultos e crianças com linfo-histiocitose hemofagocítica secundária desencadeada pelo SARS-CoV-2 ou
um coronavírus semelhante.[880]
A evidência é limitada.
• Um pequeno estudo retrospectivo revelou que a adição de anakinra em alta dose à ventilação não
invasiva e ao padrão de cuidados (incluindo hidroxicloroquina e lopinavir/ritonavir) em pacientes com
síndrome do desconforto respiratório agudo moderada a grave e hiperinflamação foi associada a uma
maior taxa de sobrevida a 21 dias.[881]
• Um grande estudo retrospectivo revelou que anakinra foi associado a uma redução significativa
na mortalidade em pacientes hospitalizados em comparação com pacientes que não receberam
inibidores de interleucina.[882]
• Um pequeno estudo de coorte prospectivo constatou que o anakinra reduziu significativamente a
necessidade de ventilação mecânica invasiva e mortalidade em pacientes com doença grave.[883]
• Uma pequena série de casos retrospectivos revelou que o anakinra pode ser benéfico em pacientes
com síndrome de liberação de citocinas quando iniciado precocemente após o início da insuficiência
respiratória hipóxica aguda.[884]
• Um estudo de fase 3 comparando on anakinra com o padrão de cuidados otimizado em pacientes
hospitalizados foi suspenso devido ao excesso de mortalidade no braço da intervenção.[885]
• Um ensaio clínico randomizado e controlado em caráter aberto revelou que o anakinra não melhorou
os desfechos em pacientes com doença leve a moderada.[886]
Consulte o formulário local de medicamentos para obter informações sobre contraindicações, cuidados,
efeitos adversos e interações medicamentosas antes de prescrever este medicamento.
Regdanvimabe
O regdanivimabe (anteriormente conhecido como CT-P59) é um anticorpo monoclonal neutralizante
experimental com atividade contra o SARS-CoV-2. O regdanvimabe obteve uma autorização de
comercialização condicional na Coreia do Sul para o tratamento de adultos com sintomas leves com idade
≥60 anos ou com pelo menos uma afecção clínica subjacente e todos os adultos com sintomas moderados.
A European Medicines Agency está atualmente revisando os dados.
A evidência é limitada.
Imunoglobulina intravenosa
A imunoglobulina intravenosa (IGIV) é um hemoderivado preparado a partir de soro coletado de doadores
saudáveis. Tem um efeito imunomodulador que suprime uma resposta imune hiperativa. A IGIV já está
aprovada em alguns países para certas condições, mas seu uso é off-label para essa indicação.
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA recomenda contra o uso de IGIV
não específica para o SARS-CoV-2 , exceto no contexto de um ensaio clínico.[3]
A evidência é limitada.
• Um estudo retrospectivo de 58 pacientes com doença grave constatou que a IGIV, quando usada
como tratamento adjuvante em até 48 horas após a hospitalização, pode reduzir o uso de ventilação
mecânica, reduzir a permanência no hospital/unidade de terapia intensiva e reduzir a mortalidade a
28 dias; no entanto, este estudo teve várias limitações.[889]
• Atualmente, não há evidências suficientes para recomendar a IGIV.[890]
Consulte o formulário local de medicamentos para obter informações sobre contraindicações, cuidados,
efeitos adversos e interações medicamentosas antes de prescrever este medicamento.
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA recomenda contra o uso de
células-tronco mesenquimais , exceto no contexto de um ensaio clínico.[3]
A evidência é limitada.
Interferonas
As interferonas são uma família de citocinas com propriedades antivirais. As interferonas já estão aprovadas
em alguns países para certas condições, mas seu uso é off-label para esta indicação.
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA recomenda contra o uso de
interferonas para o tratamento de pacientes graves ou criticamente enfermos, exceto no contexto de um
ensaio clínico.[3]
A evidência é limitada.
• O estudo Solidarity da OMS revelou que a betainterferona 1a parece ter pouco ou nenhum efeito nos
pacientes hospitalizados, conforme indicado pela mortalidade global, início da ventilação e tempo de
Tratamento
permanência hospitalar.[855]
• Um estudo de fase 2 randomizado e controlado por placebo revelou que a betainterferona 1a
nebulizada esteve associada a maiores chances de melhora clínica e recuperação mais rápida.[893]
Vitamina D
A suplementação com vitamina D tem sido associada a um risco reduzido de infecções respiratórias agudas
como a gripe (influenza).[896] [897] [898] [899]
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA afirma que não há dados
suficientes para recomendar a favor ou contra a vitamina D. [3]
O National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido recomenda a
suplementação de vitamina D em adultos (incluindo gestantes e lactantes), jovens e crianças com
mais de 4 anos de idade entre outubro e início de março (e em outras épocas do ano se houver risco
de deficiência de vitamina D) para manter a saúde óssea e muscular. No entanto, não recomenda a
suplementação apenas para prevenir ou tratar a COVID-19, exceto como parte de um ensaio clínico.[900]
A evidência é limitada.
Vitamina C
A suplementação de vitamina C mostrou-se promissora no tratamento de infecções virais.[904] A vitamina C
intravenosa em altas doses está sendo testada em alguns centros para o tratamento da doença grave.[905]
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA declara que não há dados
suficientes para recomendar a favor ou contra a vitamina C para o tratamento em pacientes não
críticos ou criticamente enfermos.[3]
A evidência é limitada.
• Não há evidências para apoiar ou refutar o uso da vitamina C no tratamento de pacientes com
COVID-19; no entanto, vários estudos estão em andamento.[906]
• Um ensaio clínico randomizado e controlado piloto constatou que a vitamina C intravenosa em
altas doses pode mostrar benefício potencial em melhorar a oxigenação e reduzir a mortalidade em
pacientes criticamente enfermos; no entanto, o ensaio teve poder insuficiente.[907]
Colchicina
A colchicina é um agente anti-inflamatório que regula para baixo várias vias pró-inflamatórias. Acredita-se
que seus efeitos inibitórios sobre a atividade de neutrófilos, geração de citocinas e a interface de inflamação/
trombose, juntamente com uma falta geral de evidências de imunossupressão sistêmica, a tornam um
Tratamento
tratamento útil.[908] A colchicina já está aprovada em alguns países para indicações como gota e febre
familiar do Mediterrâneo, mas é off-label para esta indicação.
A Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency do Reino Unido declara que a
colchicina não deve ser usada , exceto no contexto de um ensaio clínico, ou a menos que haja uma
indicação licenciada adicional para o seu uso.[909]
• Os estudos são inconclusivos em pacientes com doença leve a moderada e os efeitos adversos são
significativos.[910] Ensaios clínicos randomizados e controlados prospectivos são necessários.
• A colchicina estava sendo estudada no estudo RECOVERY; no entanto, o recrutamento foi encerrado
porque uma análise interina dos dados do ensaio não encontrou nenhuma evidência convincente de
que o recrutamento adicional forneceria prova conclusiva de benefício na mortalidade.[911]
A - antibióticos
A azitromicina é um antibiótico macrolídeo e a doxiciclina é um antibiótico tetraciclina. Ambos são aprovados
para uso em várias infecções bacterianas.
A Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency do Reino Unido recomenda que
a a zitromicina e a doxiciclina não devem ser usadas na atenção primária (ou em pacientes
hospitalizados, para a azitromicina), a menos que haja indicações adicionais para as quais seu uso continue
apropriado.[912]
• O estudo RECOVERY do Reino Unido revelou que a azitromicina não mostrou nenhum benefício
clínico significativo (ou seja, duração da internação, necessidade de ventilação mecânica invasiva,
mortalidade a 28 dias) em pacientes hospitalizados em comparação com o padrão de assistência
habitual isolado.[913]
• O estudo PRINCIPLE no Reino Unido está atualmente avaliando três estratégias de tratamento em
pessoas idosas (pessoas com mais de 65 anos ou pessoas com mais de 50 anos com uma afecção
de saúde subjacente): cuidados habituais isolados; cuidados habituais associados a azitromicina; e
os cuidados habituais associados a doxiciclina.[914] Uma análise interina do estudo concluiu que a
azitromicina e a doxiciclina não ofereceram nenhum efeito benéfico significativo, em termos de tempo
de recuperação, hospitalização ou morte em comparação com o padrão de cuidados em pacientes
com 50 anos ou mais que foram tratados em casa nos estágios iniciais da infecção.[912] [915]
Consulte o formulário local de medicamentos para obter informações sobre contraindicações, cuidados,
efeitos adversos e interações medicamentosas antes de prescrever estes medicamentos.
Lopinavir/ritonavir
O lopinavir/ritonavir é um inibidor oral de proteases. Ele está aprovado para o tratamento da infecção por
HIV, mas seu uso é off-label para esta indicação.
O painel de diretrizes do National Institutes of Health dos EUA recomenda contra o uso de
lopinavir/ritonavir , exceto no contexto de um ensaio clínico.[3]
• A Infectious Diseases Society of America também recomenda contra o uso de lopinavir/ritonavir com
base em evidências de certeza moderada.[674]
As evidências não apoiam o uso desse medicamento.
Tratamento
• O estudo Solidarity da OMS revelou que lopinavir/ritonavir parece ter pouco ou nenhum efeito nos
pacientes hospitalizados, conforme indicado pela mortalidade global, início da ventilação e tempo de
permanência hospitalar.[855]
• O estudo RECOVERY do Reino Unido revelou que não há efeito benéfico do lopinavir/ritonavir em
pacientes hospitalizados, sem diferença significativa na mortalidade a 28 dias, no risco de progressão
Hidroxicloroquina/cloroquina
A hidroxicloroquina e a cloroquina são medicamentos antirreumáticos modificadores de doença orais com
efeitos anti-inflamatórios e imunomoduladores. Esses medicamentos demonstraram ser eficazes contra o
SARS-CoV-2 in vitro.[918] [919] A hidroxicloroquina e a cloroquina já são aprovadas em alguns países para
certas afecções, mas são de uso off-label para esta indicação.
• Uma revisão Cochrane revelou que a hidroxicloroquina não tem benefício clínico nos pacientes
hospitalizados, com evidência de certeza moderada a alta de vários estudos randomizados, e há um
provável aumento nos eventos adversos associado ao seu uso. As evidências para a prevenção da
internação hospitalar nos pacientes ambulatoriais são muito incertas. As evidências para a profilaxia
pré ou pós-exposição são limitadas.[922]
• Uma revisão sistemática viva concluiu que há evidências de baixa intensidade de ensaios e estudos
de coorte de que a hidroxicloroquina não tem efeito positivo sobre a mortalidade por todas as
causas ou a necessidade de ventilação mecânica. Os ensaios mostram baixa força da evidência
para ausência de efeito positivo sobre intubação ou morte e alta hospitalar, enquanto as evidências
de estudos de coorte sobre esses desfechos permanecem insuficientes. Os dados não são
suficientemente fortes para apoiar suporte um benefício do tratamento com hidroxicloroquina para
outros desfechos (por exemplo, internação em unidade de terapia intensiva, remissão dos sintomas).
Nos ensaios em que a hidroxicloroquina é iniciada em ambiente ambulatorial, há pouca evidência de
que ela reduza a hospitalização; no entanto, não há evidências suficientes de estudos de coorte.[923]
[924]
Tratamento
• O estudo Solidarity da OMS revelou que a hidroxicloroquina parece ter pouco ou nenhum efeito nos
pacientes hospitalizados, conforme indicado pela mortalidade global, início da ventilação e tempo de
permanência no hospital.[855]
• O estudo RECOVERY do Reino Unido revelou que a hidroxicloroquina não reduz o risco de morte a
28 dias em comparação com o tratamento habitual.[925]
Ensaios clínicos
Vários outros tratamentos estão em ensaios clínicos em todo o mundo.
• [RECOVERY trial]
• [WHO: “Solidarity” clinical trial for COVID-19 treatments]
Prevenção primária
Vacinas
• Por exemplo, a vacina Pandemrix® usada durante a pandemia de gripe suína de 2009-2010 foi
Tratamento
• Tem havido sugestões sobre como estender o intervalo de tempo entre as doses, reduzir o
número de doses, alterar a dose (meia dose) ou misturar e combinar diferentes vacinas contra
a COVID-19 para se vacinarem mais pessoas. No entanto, ainda não há evidências para
embasar essas estratégias.[348]
• A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que os países em circunstâncias
epidemiológicas excepcionais podem considerar o adiamento da administração da segunda
dose de vacinas de RNAm por um curto período (até 42 dias com base nos dados de ensaios
clínicos atualmente disponíveis) como uma abordagem pragmática para maximizar o número
de indivíduos beneficiados por uma primeira dose enquanto o fornecimento de vacinas continua
a aumentar. No entanto, as evidências para essa extensão não são fortes. Os países devem
garantir que os ajustes dos programas em relação aos intervalos das doses não afetem a
probabilidade de se receber a segunda dose. A OMS não apoia que se alterem as doses.[338]
[339]
• No Reino Unido, o Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização recomenda que a
administração da primeira dose de qualquer vacina ao maior número possível de indivíduos
elegíveis deve ser priorizada inicialmente em relação à administração de uma segunda
dose.[349] [350] No entanto, há uma falta de evidências para embasar um intervalo estendido
entre a primeira e a segunda doses, e isso está fora das recomendações de dosagem
autorizadas do fabricante.[351]
• Nos EUA, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças recomendam que a segunda
dose de uma vacina de RNAm pode ser agendada para até 6 semanas após a primeira
dose, se o intervalo de dosagem recomendado não puder ser cumprido. A agência continua
a enfatizar que a segunda dose deve ser administrada o mais proximamente possível do
intervalo recomendado e afirma que as duas vacinas de RNAm disponíveis nos EUA podem ser
consideradas intercambiáveis em circunstâncias excepcionais.[352]
• Os ensaios clínicos foram iniciados no Reino Unido para determinar se diferentes vacinas
podem ser usadas para o esquema de 2 doses.[353]
• Consulte as diretrizes locais antes de administrar vacinas. Os pacientes devem dar seu
consentimento informado de forma livre e voluntária antes da vacinação.[354]
• A tabela abaixo compara as vacinas que foram autorizadas no Reino Unido, Europa e EUA.
Essas vacinas também podem ter sido autorizadas em outros países.
Autorização Reino Unido, EUA, Reino Unido, EUA, Reino Unido, Europa, EUA
Canadá, Austrália Europa Europa, Austrália
Imunocomprometido Imunocomprometido
Eventos adversos* Comum : cefaleia; Comuns : cefaleia; Comum : cefaleia; Comuns : reações
artralgia; mialgia; artralgia; mialgia; artralgia; mialgia; no local da injeção;
reações no local reações no reações no local cefaleia; tosse;
da injeção; fadiga; local da injeção; da injeção; fadiga; fadiga; mialgia;
febre; calafrios; fadiga; febre; mal-estar; febre; artralgia; náusea;
náusea calafrios; náusea; calafrios; náusea; febre; calafrios
vômitos; diarreia; vômitos; diarreia;
Incomuns : erupção cutânea; doença semelhante Incomuns :
linfadenopatia; mal- linfadenopatia à gripe (influenza) anafilaxia; urticária;
estar; anafilaxia; hipersensibilidade
hipersensibilidade; Incomuns : mal- Incomum : (não classificada
paralisia facial estar; paralisia linfadenopatia; como anafilaxia);
periférica aguda facial periférica tontura; redução tremor; hiperidrose;
aguda; anafilaxia; no apetite; dor erupção cutânea;
hipersensibilidade; abdominal; espirros; dor
edema facial (se hiperidrose; orofaríngea; dor
houver presença prurido; erupção nos membros;
de preenchimentos cutânea; distúrbios dorsalgia; fraqueza
dermatológicos) neuroinflamatórios; muscular; astenia;
anafilaxia mal-estar
Comparação entre vacinas contra COVID-19 autorizadas selecionadas. Os dados estão evoluindo;
consulte o formulário ou as diretrizes locais de medicamentos para obter informações detalhadas para sua
localidade. *Dados baseados em ensaios clínicos de fase 3 - consulte as seções Dados de eficácia da
vacina e Dados de segurança da vacina abaixo para obter informações detalhadas. **Os calendários para
doses podem ser diferentes em alguns locais. Última revisão/atualização: 11 de março de 2021 .
• Reações alérgicas graves, incluindo anafilaxia, foram relatadas fora dos ensaios clínicos
na população geral após a vacinação.
• Nos EUA, o monitoramento pelo VAERS detectou 4.7 casos de anafilaxia por milhão de doses da
Tratamento
vacina da Pfizer/BioNTech e 2.5 casos por milhão de doses da vacina da Moderna até 18 de janeiro
de 2021.[357]
• No Reino Unido, o monitoramento do sistema de relatório Yellow Card detectou 190 casos de
anafilaxia com a vacina da Pfizer/BioNTech (1-2 casos por 100,000 doses) e 150 casos de anafilaxia
com a vacina da AstraZeneca até 21 de fevereiro de 2021.[358]
• A OMS recomenda que uma história de anafilaxia a qualquer componente da vacina é uma
contraindicação à vacinação para todas as vacinas. As pessoas com reação alérgica anafilática
imediata à primeira dose não devem receber doses adicionais. Administre as vacinas apenas
em ambientes onde a anafilaxia possa ser tratada e observe por pelo menos 15 minutos após a
vacinação.[338] [339] [340]
• A OMS recomenda que pessoas com uma reação alérgica não anafilática imediata à primeira
dose de uma vacina de RNAm (ou seja, urticária, angioedema ou sintomas respiratórios como
tosse, estridor ou sibilância sem quaisquer outros sintomas até 4 horas após a administração)
não devem receber doses adicionais, a menos que recomendado após revisão por um
profissional da saúde especializado experiente. Uma história de qualquer reação alérgica
imediata a qualquer outra vacina ou terapia injetável é considerada uma precaução, mas não
uma contraindicação, à vacinação. Realize uma avaliação dos riscos para determinar o tipo e
a gravidade da reação e a confiabilidade das informações. Essas pessoas ainda podem ser
vacinadas, mas os riscos devem ser pesados contra os benefícios da vacinação, e o receptor
deve ser observado por 30 minutos após a vacinação em estabelecimentos de saúde onde
a anafilaxia possa ser imediatamente tratada. Reações anafiláticas também foram relatadas
em pessoas sem história de reações alérgicas graves. Alergias alimentares, a veneno de
insetos, de contato ou sazonais, e rinite alérgica, eczema e asma não são consideradas uma
precaução. Não há contraindicação ou precaução à vacinação para pessoas com alergia a
látex, ovo ou gelatina.[338] [339]
• A Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency com sede no Reino Unido recomenda
que qualquer pessoa com história pregressa de reações alérgicas aos ingredientes da vacina
não a receba, mas que aqueles com qualquer outra alergia, como uma alergia alimentar,
podem receber a vacina.[360]
• Nos EUA, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças recomendam que as pessoas com
uma contraindicação para um tipo das vacinas atualmente autorizadas (por exemplo, uma
vacina de RNAm) tenham uma precaução para outra (por exemplo, vacina de vetor viral). No
entanto, devido à potencial hipersensibilidade de reatividade cruzada entre ingredientes do
RNAm e das vacinas de vetores virais, um alergista/imunologista deve ser consultado para
ajudar a determinar se o paciente pode receber a vacinação com segurança.[352]
• As diretrizes sobre a vacinação de pessoas com história de alergia ou anafilaxia podem diferir
entre as localidades; consulte a orientação local.
• Pessoas com histórico de receber preenchimentos dérmicos podem desenvolver inchaço no local ou
próximo ao local da injeção de preenchimento (por exemplo, lábios, rosto) após a administração de
uma vacina de RNAm. Isso parece ser temporário e pode ser tratado com corticosteroides.
• Foram relatadas reações locais de início tardio em torno do local da injeção (mediana de 8 dias após
a primeira vacinação) que, às vezes, são bastante grandes (por exemplo, pelo menos 10 cm de
diâmetro).[352] [361]
• Podem ocorrer reações relacionadas à ansiedade, incluindo reações vasovagais e hiperventilação.
Garanta que haja precauções para evitar lesões em decorrência de desmaios.
Vacinas e populações específicas de pacientes
• Existem dados limitados ou nenhum dado disponível de ensaios clínicos sobre o uso de
vacinas em populações específicas de pacientes. Apesar disso, a OMS recomenda que as
seguintes populações podem ser vacinadas, dependendo da vacina utilizada:[338] [339] [340]
• Pessoas com comorbidades que foram identificadas como aumentando o risco de doença
grave
• Pessoas imunocomprometidas que fazem parte de um grupo recomendado para vacinação
• Pessoas vivendo com HIV que façam parte de um grupo recomendado para vacinação
• A OMS recomenda não usar vacinas em gestantes, a menos que os benefícios superem os
potenciais riscos (por exemplo, profissionais da saúde com alto risco de exposição, mulheres
com comorbidades que as coloquem em um grupo de alto risco para doença grave). Ela
recomenda que as mulheres que amamentam e que fazem parte de um grupo recomendado
para vacinação recebam a vacinação em uma base equivalente. Ela não recomenda adiar a
gravidez ou descontinuar a amamentação após a vacinação.[338] [339] [340]
• A Public Health England recomenda que as gestantes não sejam vacinadas como rotina; no
entanto, a vacinação pode ser considerada quando os benefícios potenciais superarem os
riscos potenciais para a mãe e para o feto.[367] Ela recomenda que mulheres que estejam
amamentando podem receber a vacina.[368]
• O American College of Obstetricians and Gynecologists recomenda que as vacinas contra
a COVID-19 não devem ser negadas a gestantes ou lactantes que atendam aos critérios de
vacinação baseados nos grupos prioritários recomendados. Discuta os riscos e benefícios com
a pessoa antes da vacinação. As gestantes e as lactantes que recusarem a vacinação devem
ser apoiadas em sua decisão.[369]
• A eficácia é baseada em uma análise interina dos resultados de um estudo de fase 3 com
43,448 participantes (com randomização para os grupos vacina e placebo em uma proporção
de 1:1). A vacina é relatada como 95% eficaz na prevenção da COVID-19 sintomática após 2
doses em comparação com o placebo (soro fisiológico), em pessoas com 16 anos ou mais.
Isso é baseado em uma análise de 170 casos confirmados de COVID-19 com um início pelo
menos 7 dias após a segunda dose entre receptores sem evidência de infecção por SARS-
• A eficácia é baseada em uma análise interina dos resultados de um estudo de fase 3 com
30,420 participantes (com randomização para os grupos vacina e placebo em uma proporção
de 1:1). A vacina é relatada como 94.1% eficaz na prevenção da COVID-19 sintomática após
2 doses em comparação com o placebo (soro fisiológico), em pessoas com 18 anos ou mais.
Isso é baseado em uma análise de 196 casos confirmados de COVID-19 com um início pelo
menos 14 dias após a segunda dose entre receptores sem evidência de infecção por SARS-
CoV-2 existente ou anterior (11 casos no braço da vacina versus 185 casos no braço do
placebo). Entre 30 casos de doença grave (incluindo uma fatalidade) com início após a primeira
dose, todos os casos ocorreram no braço do placebo e nenhum no braço da vacina.[337]
• Estudos preliminares sugerem que a vacina pode ser eficaz contra novas variantes de SARS-
CoV-2 com mutações na proteína da espícula (ou seja, linhagens B.1.351 e B.1.1.7). Embora
os títulos de anticorpos neutralizantes tenham sido mais baixos para a variante B.1.351 em
comparação com as variantes anteriores do SARS-CoV-2, esperava-se que os níveis fossem
protetores, embora isso ainda não tenha sido confirmado.[375] [378] [379] Pesquisas adicionais
são necessárias. O fabricante testará uma dose de reforço adicional para estudar a capacidade
de aumentar ainda mais os títulos de anticorpos neutralizantes contra novas cepas além
da série de vacinação primária existente. Também está avançado o desenvolvendo de um
candidato de reforço contra a nova variante da linhagem variante B.1.351 (conhecida como
mRNA-1273.351) em ensaios clínicos pré-clínicos e de fase 1.[380]
• Vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca
• A eficácia é baseada em uma análise interina de dados agrupados de quatro ensaios clínicos
randomizados e controlados em andamento com 11,636 participantes, realizados no Reino
Unido, Brasil e África do Sul. A vacina é relatada como sendo 70.4% eficaz na prevenção da
COVID-19 sintomática após 2 doses em comparação com o controle (vacina meningocócica
ou soro fisiológico) em pessoas com 18 anos ou mais. Isso é baseado em uma análise de
131 casos confirmados de COVID-19 com um início pelo menos 15 dias após a segunda dose
entre receptores sem evidência de infecção por SARS-CoV-2 existente ou anterior (30 casos
no braço da vacina versus 101 casos no braço do placebo). Os resultados do ensaio ainda não
foram publicados. Entre 2 casos de doença grave, todos os casos ocorreram no braço controle
e nenhum no braço da vacina. Os dados de eficácia e segurança são atualmente limitados nas
pessoas com ≥65 anos de idade.[381]
• A eficácia da vacina parece ser maior quando o intervalo entre as doses é maior. Os dados de
Tratamento
uma análise primária dos ensaios clínicos foram consistentes com os observados na análise
interina e incluem os resultados de mais um mês de coleta de dados com 332 casos de doença
sintomática relatados. O estudo revelou que uma única dose padrão fornece proteção geral de
76% contra a doença sintomática nos primeiros 90 dias após a vacinação. A eficácia alcançou
80% após a segunda dose naqueles com um intervalo entre as doses de 12 semanas ou mais.
No entanto, a eficácia foi de apenas 55.1% se as duas doses foram administradas com menos
• A segurança é baseada em uma análise interina dos resultados de um estudo de fase 3 com
43,448 participantes. O subconjunto de reatogenicidade incluiu 8183 participantes.[336]
• As reações adversas locais foram mais comuns no grupo da vacina em comparação com o
placebo, sendo a reação mais comum a dor no local da injeção 7 dias após a injeção (83%
após a primeira dose e 78% após a segunda dose nos participantes mais jovens; 71% após
a primeira dose e 66% após a segunda dose nos participantes mais idosos). Menos de 1%
dos participantes relataram dor intensa. As reações adversas locais foram semelhantes após a
primeira e a segunda doses.
• As reações adversas sistêmicas foram mais comuns no grupo da vacina em comparação
com o placebo, e foram relatadas com mais frequência por pacientes mais jovens e após a
segunda dose. As reações adversas sistêmicas mais comumente relatadas após a segunda
dose foram fadiga (59% em participantes mais jovens; 51% em participantes mais velhos),
cefaleia (52% em participantes mais jovens; 39% em participantes mais velhos) e febre (16%
em participantes mais jovens) ; 11% em participantes mais velhos). Eventos sistêmicos graves
foram relatados em <2% dos participantes após qualquer dose, exceto fadiga e cefaleia após a
segunda dose.
• Os outros eventos adversos raros incluíam linfadenopatia, lesão no ombro (relacionada à
administração da vacina), arritmia ventricular paroxística e parestesia na perna direita.
• Vacina contra a COVID-19 da Moderna
• A segurança é baseada em uma análise interina dos resultados de um estudo de fase 3 com
Tratamento
30,420 participantes.[337]
• As reações adversas locais e sistêmicas solicitadas foram relatadas em 87.8% dos
participantes dentro de 7 dias após a primeira dose no grupo da vacina em comparação com
48% no grupo do placebo, e em 92.2% dos participantes dentro de 7 dias após a segunda
dose no grupo da vacina em comparação com 42.8% no grupo placebo. As reações adversas
existem dados para avaliar a eficácia em populações com alto risco de doença grave, nas pessoas
infectadas anteriormente por SARS-CoV-2, contra os efeitos de longo prazo da doença ou contra a
mortalidade.[336] [337]
• Existem preocupações de que os ensaios não tenham sido desenhados para detectar uma
redução em qualquer desfecho grave, como internações hospitalares, uso de terapia intensiva
ou mortes, ou sobre se as vacinas podem interromper a transmissão do vírus – dois desfechos
• Sempre consulte os protocolos locais de prevenção e controle de infecções; aqui são detalhados
somente os princípios básicos.
• Isole imediatamente todos os casos suspeitos ou confirmados em uma área separada dos demais
pacientes. Coloque os pacientes em quartos individuais adequadamente ventilados, se possível.
Quando quartos individuais não estiverem disponíveis, coloque todos os casos juntos no mesmo
quarto e verifique se há pelo menos 1 metro (3 pés) entre os pacientes.[393]
• Implemente as precauções padrão a todo momento:[393]
• Use máscara médica, luvas, avental adequado e proteção ocular/facial (por exemplo, óculos de
proteção ou escudo facial)
• Utilize equipamentos de uso único ou descartáveis.
• Implemente precauções para transmissões pelo ar ao executar procedimentos geradores de
aerossóis, incluindo a colocação de pacientes em uma sala de pressão negativa.[393]
SARS-CoV-2 em testes moleculares e sorológicos quando voltaram para casa, apesar de todos os
participantes terem tido contato direto com pacientes com COVID-19 e realizarem pelo menos um
procedimento gerador de aerossol.[394] As máscaras cirúrgicas padrão são tão eficazes quanto as
máscaras respiratórias para prevenir a infecção dos profissionais da saúde nos surtos de doenças
respiratórias virais, como a gripe (influenza), mas não se sabe se isso se aplica à COVID-19.[395]
• Estão disponíveis orientações detalhadas sobre prevenção e controle de infecções:
• [WHO: infection prevention and control during health care when coronavirus disease
(COVID-19) is suspected or confirmed]
• [CDC: interim infection prevention and control recommendations for healthcare personnel during
the coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic]
• [BMJ: covid-19 – PPE guidance]
Telemedicina para médicos de atenção primária
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou usar
um antisséptico para as mãos à base de álcool (que contém pelo menos 60% de álcool),
especialmente depois de estar em um local público, assoar o nariz ou tossir/espirrar. Evitar
tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas
• Evitar o contato próximo com as pessoas (isto é, mantenha uma distância de pelo menos 1
metro [3 pés]), incluindo apertar as mãos, principalmente dos que estejam doentes, tenham
febre ou estejam tossindo ou espirrando. Evitar ir a lugares lotados e pouco ventilados. É
importante observar que as distâncias recomendadas diferem entre os países (por exemplo, 2
metros são recomendados nos EUA e no Reino Unido), e você deve consultar as orientações
locais. No entanto, não há evidências para dar suporte a uma distância de 2 metros[399]
• Praticar a higiene respiratória (ou seja, cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, descartar
lenços imediatamente em uma lixeira com tampa e lavar as mãos)
• Procurar atendimento médico se apresentar febre, tosse e dificuldade para respirar, além de
informar ao profissional da saúde seu histórico de viagens recentes e de contato com outras
pessoas (viajantes ou casos suspeitos/confirmados)
• Ficar em casa e se autoisolar se estiverem doentes, mesmo com sintomas leves, até se
recuperarem (exceto para obter assistência médica)
• Limpar e desinfetar diariamente as superfícies tocadas com frequência (por exemplo,
interruptores de luz, maçanetas, bancadas, puxadores, telefones).
• [BMJ: facemasks for the prevention of infection in healthcare and community settings]
Antissépticos para as mãos à base de álcool
Tratamento
• O CDC emitiu um aviso sobre antissépticos à base de álcool contendo metanol (que podem ser
rotulados como contendo etanol). A intoxicação por metanol deve ser considerada nos pacientes
que apresentem sinais e sintomas relevantes (por exemplo, cefaleia, visão comprometida, náuseas/
vômitos, dor abdominal, perda de coordenação, diminuição do nível de consciência) que relatem
• Quarentena: a quarentena forçada está sendo usada para isolar coortes facilmente identificáveis
de pessoas com risco potencial de exposição recente. Apesar das evidências limitadas, uma revisão
Cochrane revelou que a quarentena é importante na redução do número de pessoas infectadas
e mortes, especialmente quando iniciada mais precocemente e quando usada em combinação
com outras medidas de prevenção e controle. No entanto, a evidência atual é limitada porque a
maioria dos estudos é baseada em estudos de modelagem matemática que fazem suposições sobre
parâmetros importantes do modelo.[415] Os efeitos psicossociais da quarentena obrigatória podem
ter repercussões de longa duração.[416] [417]
• Os viajantes que chegam ao Reino Unido devem se autoisolar por 10 dias, a menos que tenham
viajado de um país isento. Os viajantes que visitaram um país com proibição de viajar nos 10 dias
anteriores à chegada devem isolar-se, junto com suas famílias, por 10 dias a partir do dia da partida
desses países. [Public Health England: how to quarantine when you arrive in England]
Distanciamento social
• Muitos países implementaram medidas obrigatórias de distanciamento social para reduzir e retardar
a transmissão (por exemplo, confinamento nas cidades, determinação de permanecer em casa,
toque de recolher, fechamentos de atividades comerciais não essenciais, proibições de reuniões,
fechamento de escolas e universidades, restrições e proibições de viagens, trabalho remoto,
quarentena de pessoas expostas).
• Embora as evidências para o distanciamento social devido à COVID-19 sejam limitadas, elas estão
surgindo, e as melhores evidências disponíveis parecem dar suporte às medidas de distanciamento
social para reduzir a transmissão e protelar a disseminação. O momento oportuno e a duração
Tratamento
dessas medidas parecem ser críticos.[418] [419] Ao se compararem países com intervenções
não farmacêuticas mais restritivas (por exemplo, ordens de permanência em casa obrigatórias
e fechamento de negócios) com países com intervenções não farmacêuticas menos restritivas,
a implementação de quaisquer intervenções não farmacêuticas foi associada a uma redução
significativa no crescimento dos casos. No entanto, não houve efeito benéfico claro e significativo de
intervenções não farmacêuticas mais restritivas em comparação com intervenções não farmacêuticas
• A proteção é uma medida usada para proteger pessoas vulneráveis (incluindo crianças) que correm
um risco muito alto de doenças graves por causa da COVID-19 porque têm um problema de saúde
subjacente. A proteção envolve minimizar todas as interações entre aqueles que são extremamente
vulneráveis e outras pessoas para protegê-los de entrar em contato com o vírus.
• Os grupos extremamente vulneráveis incluem:[424]
• [Public Health England: guidance on shielding and protecting people who are clinically
extremely vulnerable from COVID-19]
• Consulte as orientações atuais para recomendações específicas (as recomendações podem diferir
entre os países).
• Orientações de proteção para crianças e adultos jovens estão disponíveis. Consulte as orientações
atuais para recomendações específicas (as recomendações podem diferir entre os países).
• [Royal College of Paediatrics and Child Health: COVID-19 – guidance on clinically extremely
vulnerable children and young people]
Tratamento
• Modificações no estilo de vida (por exemplo, abandono do hábito de fumar, perda de peso)
podem ajudar a reduzir o risco de COVID-19 e podem ser um complemento útil para outras
intervenções.[425]
• Alguns governos estão discutindo ou implementando certificações para pessoas que contraíram e se
recuperaram da COVID-19 com base em testes de anticorpos (às vezes chamados de "passaportes
de imunidade"). A posse de um passaporte permitiria que as pessoas tivessem uma maior amplitude
de de privilégios (por exemplo, trabalho, educação, viagens). No entanto, a OMS não dá suporte a
essas certificações, pois atualmente não há evidências de que as pessoas que tenham se recuperado
de uma infecção e tenham anticorpos estejam protegidas contra reinfecções.[426] Outros problemas
potenciais incluem a falta de apoio público a essas medidas, o potencial de discriminação de grupos
de pessoas, erros de testagem (incluindo reatividade cruzada com outros coronavírus humanos),
acesso a testes, fraudes, objeções legais e éticas e pessoas se infectando de maneira intencional
para obter uma certificação.[427]
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou usar
um antisséptico para as mãos à base de álcool (que contenha pelo menos 60% de álcool),
especialmente depois de estar em um local público, assoar o nariz ou tossir/espirrar. Evitar tocar
nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
• Evitar o contato próximo com as pessoas (isto é, mantenha uma distância de pelo menos 1 metro
[3 pés]), incluindo apertar as mãos, principalmente dos que estejam doentes, tenham febre ou
estejam tossindo ou espirrando. Evitar ir a lugares lotados e pouco ventilados. É importante
observar que as distâncias recomendadas diferem entre os países (por exemplo, 2 metros [6 pés]
são recomendados nos EUA e no Reino Unido) e você deve consultar as orientações locais.
• Praticar a higiene respiratória (ou seja, cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, descartar
lenços imediatamente em uma lixeira com tampa e lavar as mãos).
• Fique em casa se estiver doente, mesmo com sintomas leves, até se recuperar (exceto para obter
assistência médica)
• Limpar e desinfetar diariamente as superfícies tocadas com frequência (por exemplo, interruptores
de luz, maçanetas, bancadas, puxadores, telefones).[397] [398]
• [BMJ Learning: Covid-19 – handwashing technique and PPE videos]
• Pode ser solicitado que os pacientes usem um oxímetro de pulso em casa. A educação do
paciente e o acompanhamento adequado são necessários.
Orientações de viagem
• Recomende um retorno gradual aos exercícios somente quando o paciente estiver sem sintomas
por pelo menos 7 dias. Aconselhe os pacientes a começarem com pelo menos 2 semanas de
esforço físico mínimo e a usar o automonitoramento diário para monitorar o progresso e decidir se
avançam ou retrocedem uma fase. Pacientes que tenham história de doença grave, envolvimento
cardíaco, sintomas continuados ou sintomas psicológicos adversos requerem avaliação clínica
adicional antes de retornarem à atividade física.[1142]
• Orientações sobre o retorno aos esportes após a COVID-19 em crianças estão disponíveis na
American Academy of Pediatrics:
Tratamento
Recursos
Tratamento
• [CDC: COVID-19]
• [NHS England: coronavirus (COVID-19)]
• [NHS England: COVID-19 patient rehabilitation booklet]
Tratamento
Monitoramento
Monitoramento
Acompanhamento
• Sinais vitais (temperatura, frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial, saturação
de oxigênio)
• Parâmetros hematológicos e bioquímicos
• Parâmetros de coagulação (dímero D, fibrinogênio, contagem plaquetária, tempo de protrombina)
• eletrocardiograma (ECG)
• Exame de imagem torácica
• Sinais e sintomas de tromboembolismo venoso ou arterial.
Escores clínicos de alerta precoce
• Monitore os sinais vitais de três a quatro vezes ao dia, bem como a frequência cardíaca
fetal em gestantes com infecção confirmada que estejam sintomáticas e internadas. Realize
ultrassonografias para acompanhar o crescimento fetal e avaliações com Doppler para monitorar
uma possível restrição do crescimento intrauterino em gestantes com infecção confirmada que
estejam assintomáticas.[718] Realize uma ultrassonografia do crescimento fetal 14 dias após a
remissão dos sintomas.[720]
Acompanhamento pós-alta
• Vários escores prognósticos e de risco clínico estão sendo pesquisados ou foram desenvolvidos
para a COVID-19; no entanto, é necessária uma maior validação externa entre várias populações
antes que se possa recomendar seu uso. A Organização Mundial da Saúde recomenda o uso do
julgamento clínico, incluindo a consideração dos valores e preferências do paciente e das políticas
local e nacional, se disponíveis, para orientar as decisões de tratamento, incluindo internação
Acompanhamento
predição de morte intra-hospitalar à admissão nos pacientes com pneumonia por COVID-19
em comparação com outros escores de pneumonia adquirida na comunidade amplamente
utilizados.[1123]
• APACHE II: uma ferramenta clínica eficaz para predizer a mortalidade hospitalar, com
desempenho melhor que os escores SOFA e CURB-65 nos pacientes com COVID-19. Um
escore de 17 ou mais é um indicador precoce de morte e pode servir de base para outras
decisões clínicas.[1124]
• CALL : um escore de fatores de risco que pontua os pacientes com base em quatro fatores:
comorbidades, idade, contagem de linfócitos e nível de lactato desidrogenase. Um estudo
constatou que 96% dos pacientes com baixos escores CALL não evoluíram para doença
grave.[1125]
• COVID-GRAM : uma calculadora na web usada para estimar a probabilidade de um
paciente desenvolver doença crítica, tendo como base as 10 variáveis a seguir, no
momento da admissão: anormalidade na radiografia torácica, idade, hemoptise, dispneia,
inconsciência, número de comorbidades, história de câncer, proporção neutrófilos/linfócitos,
lactato desidrogenase e bilirrubina direta. São necessários estudos de validação adicionais,
especialmente fora da China.[1126]
• COVID-19MRS : ferramenta clínica rápida e independente do operador que demonstrou
predizer objetivamente a mortalidade em um estudo de coorte retrospectivo.[1127]
• COVID-19 SEIMC : um escore de predição de mortalidade para predizer a mortalidade
em 30 dias de pacientes atendidos em pronto-socorros, com base na idade, baixas SaO₂
ajustada para a idade, razão neutrófilos-linfócitos e taxa de filtração glomerular estimada,
dispneia e sexo. Ele foi validado externamente com dois grandes conjuntos de dados de
pacientes hospitalizados com doença confirmada por laboratório e mostra um alto grau de
precisão.[1128]
• QCOVID : um novo algoritmo de predição de risco clínico para estimar o risco de internação
hospitalar e mortalidade com base na idade, etnia, privação, índice de massa corporal e
uma gama de comorbidades. Um estudo de coorte de base populacional revelou que o
algoritmo teve um bom desempenho, mostrando níveis muito altos de discriminação para
mortes e internações hospitalares.[1129] O modelo de risco está sendo usado no Reino
Unido para ajudar os médicos a identificar adultos com múltiplos fatores de risco que os
tornam mais vulneráveis à COVID-19 e informar as decisões sobre coortes de vacinação e
proteção.[1130]
• SCARP : uma nova calculadora de risco que fornece predições clinicamente significativas
de se os pacientes hospitalizados evoluirão para doença grave ou morte com base
em variáveis que estão prontamente disponíveis (por exemplo, oximetria de pulso,
suplementação de oxigênio, frequência respiratória, pulso). A calculadora passou por
validação interna e temporal, mas mais estudos são necessários.[1131]
• 3F: modelo de predição da mortalidade baseado em três características clínicas: idade,
saturação mínima de oxigênio e tipo de encontro com o paciente (ou seja, encontros com
pacientes hospitalizados ou ambulatoriais ou por telessaúde). Um estudo constatou que o
modelo apresentou alta precisão quando aplicado a conjuntos de dados retrospectivos e
prospectivos de pacientes com COVID-19.[1132]
• 4C : um escore desenvolvido e validado em um estudo de coorte prospectivo no Reino
Unido de adultos hospitalizados com COVID-19. O escore usa dados demográficos do
paciente, observações clínicas e parâmetros sanguíneos comumente disponíveis no
momento da admissão ao hospital e pode caracterizar com precisão os pacientes como de
risco baixo, intermediário, alto ou muito alto de morte. O escore superou outras ferramentas
de estratificação de risco, mostrou utilidade para a tomada de decisão clínica e teve
desempenho semelhante ao de modelos mais complexos.[1133]
Complicações
ocorrência
síndrome pós-cuidados intensivos variável alta
Os primeiros relatórios sugerem que os pacientes com COVID-19 tratados em unidades de terapia
intensiva podem apresentar síndrome pós-cuidados intensivos, um espectro de deficiência psiquiátrica,
cognitiva e/ou física (por exemplo, fraqueza muscular, disfunção cognitiva, insônia, depressão, ansiedade,
transtorno de estresse pós-traumático, delirium, encefalopatia) que afeta sobreviventes de doenças
críticas e persiste após o paciente ter alta da unidade de terapia intensiva. A fraqueza afeta 33% dos
pacientes que recebem ventilação mecânica, 50% dos pacientes com sepse e <50% dos pacientes que
permanecem na unidade de terapia intensiva por mais de 1 semana. A disfunção cognitiva afeta 30%
a 80% dos pacientes. O risco pode ser minimizado com tratamento medicamentoso, reabilitação física,
apoio familiar e clínica de acompanhamento.[3]
A coagulopatia na COVID-19 tem caráter protrombótico, o que pode explicar os relatos de complicações
tromboembólicas.[996] Os pacientes podem estar predispostos ao tromboembolismo venoso devido
aos efeitos diretos da COVID-19 ou aos efeitos indiretos da infecção (por exemplo, resposta inflamatória
grave, doença crítica, fatores de risco tradicionais).[661] Os eventos trombóticos podem ser devidos à
tempestade de citocinas, lesão hipóxica, disfunção endotelial, hipercoagulabilidade e/ou aumento da
atividade plaquetária.[997]
Os fatores de risco com mais evidências para predizer o tromboembolismo venoso são a idade avançada
e os níveis elevados de dímero D.[998] Pacientes com níveis muito altos de dímero D têm maior risco de
trombose e podem se beneficiar do monitoramento ativo.[581] [582]
Trate os pacientes com evento tromboembólico (ou com forte suspeita de doença tromboembólica, caso
não seja possível realizar um exame de imagem) com doses terapêuticas de terapia anticoagulante,
seguindo o padrão de cuidados para os pacientes sem COVID-19. Atualmente, não há dados
suficientes para se fazerem recomendações a favor ou contra o uso de doses terapêuticas de agentes
antitrombóticos ou trombolíticos para COVID-19. Os pacientes que precisem de oxigenação por
membrana extracorpórea ou terapia renal substitutiva contínua, ou que apresentem trombose decorrente
de cateteres ou filtros extracorpóreos, devem ser tratados com terapia antitrombótica, seguindo-se os
protocolos institucionais padrão para pacientes sem COVID-19.[3]
A anticoagulação parenteral inicial com heparina de baixo peso molecular ou heparina não fracionada é
preferencial nos pacientes hospitalizados agudamente enfermos; no entanto, os anticoagulantes orais
diretos podem ser usados, desde que não haja potencial para interações medicamentosas (é necessária
uma terapia introdutória com anticoagulante parenteral para a dabigatrana e a edoxabana). A varfarina
pode ser usada após uma sobreposição com a anticoagulação parenteral inicial. A anticoagulação
parenteral com uma heparina de baixo peso molecular ou fondaparinux é preferencial à heparina
não fracionada nos pacientes criticamente enfermos. Os anticoagulantes orais diretos são a opção
preferencial em pacientes ambulatoriais, desde que não haja potencial para interações medicamentosas,
sendo a varfarina considerada uma alternativa adequada. A terapia de anticoagulação é recomendada
Acompanhamento
com embolia pulmonar.[659]
A American Society of Hematology publicou um esboço das recomendações de diretrizes sobre o uso da
anticoagulação nos pacientes com COVID-19.[1000]
Foi relatada uma alta incidência (14.7%) de trombose venosa profunda assintomática em uma coorte
de pacientes com pneumonia por COVID-19.[1001] Um estudo das autópsias de 12 pacientes revelou
trombose venosa profunda em 58% dos pacientes nos quais não houve suspeita de tromboembolismo
venoso antes da morte.[1002] Esses estudos ressaltam a importância de uma forte suspeita de
tromboembolismo venoso em pacientes que apresentem sinais de coagulopatia, incluindo nível elevado
de dímero D.
Embora esses pacientes apresentem maior risco de eventos trombóticos, eles também podem estar sob
um risco elevado de sangramentos. Em um pequeno estudo retrospectivo, 11% dos pacientes com alto
risco de tromboembolismo venoso também apresentaram alto risco de sangramento.[1003]
Foi sugerido o uso de um novo termo (por exemplo, trombose pulmonar associada à COVID-19,
coagulopatia intravascular pulmonar difusa ou síndrome tromboinflamatória microvascular obstrutiva de
vasos pulmonares por COVID-19 [MicroCLOTS]) em vez de embolia pulmonar, pois existe a hipótese
de que a fisiopatologia seja diferente; os trombos locais são formados nos vasos pulmonares, devido a
um processo inflamatório local, diferentemente dos êmbolos clássicos provenientes de outras partes do
corpo.[1009] [1010] [1011] No entanto, isso não se tornou uma prática aceita.
Casos de trombose arterial, trombose venosa cerebral e isquemia aguda de membro secundária a
trombose foram relatados.[1012] [1013] [1014] [1015] [1016] A prevalência de tromboembolismo arterial
parece ser substancial em 3.9%; no entanto, as evidências são limitadas.[994]
A COVID-19 está associada a uma alta carga inflamatória que pode resultar em complicações
cardiovasculares com uma variedade de quadros clínicos. A inflamação no miocárdio pode resultar em
miocardite, insuficiência cardíaca, arritmias, síndrome coronariana aguda, deterioração rápida e morte
súbita.[1017] [1018] Essas complicações podem ocorrer à apresentação ou se desenvolverem à medida
que a gravidade da doença aumenta.[1019] Não se sabe até que ponto a insuficiência cardíaca sistólica
aguda é mediada por miocardite, tempestade de citocinas, complicações trombóticas de pequenos vasos,
disfunção microvascular ou uma variante da cardiomiopatia induzida por estresse.[1020]
Lesão miocárdica foi relatada em 20% dos pacientes hospitalizados. Os fatores associados ao
desenvolvimento de lesão miocárdica incluem a idade avançada, o sexo masculino e a presença de
comorbidades.[1021] A lesão cardíaca foi associada a maior risco de mortalidade, internação em unidade
de terapia intensiva, ventilação mecânica e desenvolvimento de coagulopatia.[1022]
Complicações cardiovasculares foram relatadas em 14.1% dos pacientes durante a hospitalização, com
uma taxa de letalidade global de 9.6%. Os pacientes com comorbidades cardiovasculares preexistentes
ou fatores de risco apresentam maior risco de complicações cardiovasculares e mortalidade. As
complicações incluem arritmias ou palpitações (18.4%), lesão miocárdica (10.3%), angina (10.2%),
infarto agudo do miocárdio (3.5%) e insuficiência cardíaca aguda (2%).[1023] Também foram relatados
Existem dados limitados para recomendar qualquer tratamento medicamentoso específico para
esses pacientes. O manejo deve envolver uma equipe multidisciplinar, incluindo especialistas
em terapia intensiva, cardiologistas e especialistas em doenças infecciosas.[1020] É importante
considerar que medicamentos como hidroxicloroquina e azitromicina podem prolongar o intervalo QT
e causar arritmias.[1034] Estão disponíveis diretrizes para o tratamento da miocardite relacionada à
COVID-19.[1035]
A infecção pode ter implicações de longo prazo para a saúde cardiovascular geral; no entanto,
mais pesquisas são necessárias.[1036] Um estudo com 100 pacientes que haviam se recuperado
recentemente da COVID-19 constatou que a ressonância magnética cardiovascular revelou uma
inflamação miocárdica continuada em 60% dos pacientes, independente de afecções preexistentes, da
gravidade, da evolução da doença aguda de maneira geral e do tempo desde o diagnóstico original.[1037]
A incidência combinada de lesão renal aguda é de 10.6%, que é maior que a incidência em pacientes
hospitalizados sem COVID-19. Os pacientes com lesão renal aguda apresentam aumento significativo do
risco de mortalidade intra-hospitalar (razão de chances de 11.05). A taxa de mortalidade e incidência em
pacientes na China foi significativamente menor do que em pacientes fora da China. Os fatores de risco
incluem idade avançada ≥60 anos, sexo masculino e infecção grave.[1038]
Em uma pequena coorte do Reino Unido, 29% das crianças hospitalizadas atenderam aos critérios
diagnósticos de lesão renal aguda, com a maioria dos casos ocorrendo em crianças internadas em
unidades de terapia intensiva e naquelas com síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica.[1039]
Pode se desenvolver a qualquer momento antes ou durante a internação hospitalar. As causas incluem
alterações hemodinâmicas, hipovolemia, infecção viral causando diretamente lesão tubular renal,
processos vasculares trombóticos, patologia glomerular ou rabdomiólise.[730] A infecção renal direta foi
confirmada em um estudo da autópsia de um único paciente.[1040]
Os pacientes devem atender aos critérios de lesão renal aguda para o diagnóstico. [NHS England:
acute kidney injury (AKI) algorithm] Realize uma urinálise para sangue, proteína e glicose para ajudar a
identificar a causa subjacente. Um exame de imagem é recomendado se houver suspeita de obstrução do
trato urinário.[730]
Acompanhamento
atingir o status fluídico ideal (euvolemia) em todos os pacientes. Considere um diurético de alça para
tratar a sobrecarga hídrica, apenas. Trate a hipercalemia de acordo com os protocolos locais. Consulte os
protocolos locais para obter orientação sobre a terapia renal substitutiva.[730]
A contribuição de um especialista pode ser necessária em alguns casos (por exemplo, incerteza sobre
a causa, resultados anormais da urinálise, necessidades complexas de manejo hídrico, indicações
para terapia renal substitutiva) e alguns pacientes podem necessitar de internação para cuidados
intensivos.[730] A terapia renal substitutiva contínua (TRSC) é recomendada nos pacientes criticamente
enfermos com lesão renal aguda que desenvolvem indicações para a terapia renal substitutiva;
recomenda-se a terapia renal substitutiva intermitente prolongada durante a hemodiálise, se a TRSC não
estiver disponível ou não for possível.[3]
Monitore o status fluídico diariamente, bem como a ureia, a creatinina e os eletrólitos séricos pelo menos
a cada 48 horas (ou mais frequentemente, se clinicamente indicado). Monitore os pacientes quanto ao
desenvolvimento, ou progressão para, doença renal crônica por pelo menos 2 a 3 anos após a lesão renal
aguda.[730]
A lesão hepática pode estar associada a doença hepática preexistente, infecção viral, toxicidade
medicamentosa, inflamação sistêmica, hipóxia ou problemas hemodinâmicos; no entanto, o mecanismo
subjacente não está claro. A prevalência geral é de 25%, embora não haja uma definição uniforme
de lesão hepática nesses pacientes e a prevalência dependa da definição usada nos estudos. A
prevalência geral pode ser tão baixa quanto 9% quando critérios diagnósticos estritos são usados. A
prevalência de elevação da alanina aminotransferase e da aspartato aminotransferase é de 19% e 22%,
respectivamente. A prevalência de hipertransaminasemia é maior nos pacientes com doença grave em
comparação com os pacientes com doença não grave.[1043]
Os fatores de risco associados à lesão hepática grave incluem idade avançada, doença hepática
preexistente e COVID-19 grave.[1044]
Foram publicadas diretrizes sobre o manejo da disfunção hepática em pacientes com COVID-19.[1045]
A doença cerebrovascular aguda (incluindo AVC isquêmico, AVC hemorrágico, trombose venosa cerebral
e ataque isquêmico transitório) foi relatada em 0.5% a 5.9% dos pacientes. O tipo mais comum foi o
AVC isquêmico (0.4% a 4.9%).[1046] O AVC é relativamente frequente nos pacientes hospitalizados
com COVID-19 em relação a outras infecções respiratórias virais, e apresenta alto risco de mortalidade
intra-hospitalar. Os fatores de risco incluem a idade avançada e o sexo masculino. O tempo mediano
desde o início dos sintomas da COVID-19 até o AVC foi de 8 dias.[1050] [1051] O AVC se apresenta
posteriormente na doença grave, e mais precocemente na doença leve a moderada.[1052] O AVC
isquêmico parece ser mais grave e resultar em piores desfechos (incapacidade grave) nos pacientes
com COVID-19, com um escore mediano na NIH Stroke Scale maior entre aqueles com COVID-19 em
comparação com aqueles sem.[1053] Diretrizes para o tratamento de AVC isquêmico agudo em pacientes
com infecção por COVID-19 foram publicadas.[1054]
A síndrome de Guillain-Barre foi relatada. Padrões tanto pós-infecciosos quanto pré-infecciosos foram
relatados.[1046] A idade média dos pacientes foi de 55 anos com predomínio do sexo masculino. A
maioria dos pacientes apresentou sintomas respiratórios e/ou graves de COVID-19, embora também
ela tenha sido relatada em pacientes assintomáticos. Foi relatada uma prevalência mais alta da forma
motora e sensorial clássica e da polineuropatia desmielinizante inflamatória aguda, embora variantes
raras também tenham sido observadas.[1055]
Os pacientes com distúrbios neurológicos preexistentes podem desenvolver uma exacerbação de seus
sintomas neurológicos e COVID-19 grave.[1056]
Os pacientes podem apresentar alterações cerebrais na ressonância nuclear magnética meses após a
recuperação, sugerindo que consequências em longo prazo podem ser possíveis.[1057]
O envolvimento neurológico é comum nas crianças e adolescentes. Em uma série de casos de 1695
pacientes <21 anos de idade, 22% dos pacientes tiveram envolvimento neurológico documentado.
Aqueles com envolvimento neurológico tiveram maior probabilidade de terem um distúrbio neurológico
subjacente em comparação com aqueles sem, mas um número semelhante era previamente saudável.
Na maioria dos casos, os sintomas foram transitórios. No entanto, aproximadamente 12% apresentaram
condições com risco de vida, incluindo encefalopatia grave, infecção/desmielinização do sistema nervoso
central, síndrome de Guillain-Barré/variantes e edema cerebral agudo fulminante.[1058]
Definição : sinais e sintomas que se desenvolvem durante ou após uma infecção consistente com
COVID-19, continuam por mais de 12 semanas e não são explicados por um diagnóstico alternativo.
A COVID-19 sintomática em vigência é definida como sinais e sintomas de 4 a 12 semanas. Não se
acredita que a síndrome esteja ligada à gravidade da doença ou a sinais e sintomas específicos durante
a fase aguda da doença.[1059] Os sintomas prolongados são comuns em muitas infecções virais e
bacterianas. Também conhecida como sequelas pós-agudas da infecção por SARS-CoV-2 (SPAC).
Epidemiologia : a persistência das sequelas variou de 14 dias a 3 meses desde a infecção em adultos
previamente saudáveis com idade entre 18 e 50 anos, e incluiu fadiga persistente (39% a 73%), dispneia
(39% a 74%), redução na qualidade de vida (44% a 69%), comprometimento da função pulmonar (39%
a 83%), miocardite (3% a 26%), sintomas neurológicos persistentes (55%), diagnósticos psiquiátricos
(5.5%) e alteração persistente do sentido do paladar/olfato (33% a 36%).[1060] Em um estudo na Itália,
quase 90% dos pacientes hospitalizados que se recuperaram da COVID-19 relataram persistência de
pelo menos um sintoma 2 meses após a alta. Apenas 12.6% dos pacientes não apresentaram sintomas
relacionados, 32% apresentaram um ou dois sintomas e 55% apresentaram três ou mais sintomas.[1061]
Outro estudo no Reino Unido revelou que quase 75% dos pacientes que recebem alta hospitalar
permanecem sintomáticos a 3 meses.[1062] Sintomas persistentes foram relatados por até 9 meses após
Acompanhamento
pode ocorrer em adultos jovens sem comorbidades subjacentes. Em um estudo de pesquisa em adultos
sintomáticos, 35% não tinham voltado ao seu estado normal 2 a 3 semanas após o teste. Entre os adultos
com 18 a 34 anos de idade sem afecções clínicas crônicas subjacentes, 20% não tinham voltado ao
seu estado habitual de saúde.[1064] O número de sintomas ao acompanhamento esteve associado à
carga sintomática durante a fase aguda da infecção e ao número de comorbidades em pacientes não
hospitalizados.[1065] Sintomas persistentes foram relatados em gestantes e crianças, mas parecem ser
menos comuns nas crianças que nos adultos.[3] [1066]
Diagnóstico : use uma abordagem holística e centrada na pessoa que inclui uma história clínica
abrangente (incluindo história de COVID-19 aguda suspeita ou confirmada, natureza e gravidade dos
sintomas prévios e atuais, momento e duração dos sintomas desde o início de doença aguda e uma
história de outras condições de saúde), e exame apropriado que envolve a avaliação de sintomas físicos,
cognitivos, psicológicos e psiquiátricos, bem como habilidades funcionais. Encaminhe os pacientes com
sinais ou sintomas que possam ser causados por uma complicação aguda ou com risco de vida (por
exemplo, hipoxemia grave, sinais de doença pulmonar grave, dor torácica cardíaca, síndrome inflamatória
multissistêmica em crianças) com urgência para os serviços de atenção aguda relevantes.[1059]
[BMJ webinar: long COVID – how to define it and how to manage it]
Acompanhamento
A parada cardíaca intra-hospitalar é comum nos pacientes criticamente enfermos com COVID-19, e
está associada a baixa sobrevida, particularmente entre os pacientes mais idosos. Entre 5019 pacientes
criticamente enfermos com COVID-19, 14% tiveram uma parada cardíaca intra-hospitalar. Os fatores de
risco incluíram idade avançada, sexo masculino, presença de comorbidades e internação em um hospital
com um menor número de leitos de terapia intensiva. Aproximadamente 57% dos pacientes receberam
ressuscitação cardiopulmonar. Os ritmos mais comuns no momento da ressuscitação foram atividade
elétrica sem pulso (49.8%) e assistolia (23.8%). Daqueles que receberam reanimação, 12% sobreviveram
à alta hospitalar, com a maioria desses pacientes tendo menos de 45 anos de idade.[1069]
Acompanhamento
Relatada em 4% a 8% dos pacientes em uma série de casos.[50] [51] [541] [1070]
A terapia anticoagulante com heparina de baixo peso molecular ou heparina não fracionada tem sido
associada a um melhor prognóstico em pacientes com COVID-19 grave que apresentam escore de
coagulopatia induzida por sepse (CIS) ≥4 ou um nível de dímero D acentuadamente elevado.[1074] Nox
pacientes com trombocitopenia induzida por heparina (ou uma história dela), recomenda-se argatrobana
ou bivalirudina.[1071]
A síndrome de liberação de citocinas pode causar SDRA ou disfunção de múltiplos órgãos, o que
pode levar à morte.[1075] Citocinas pró-inflamatórias séricas elevadas (por exemplo, fator de necrose
tumoral alfa, interleucina-2, interleucina-6, interleucina-8, interleucina-10, fator estimulador de colônias
de granulócitos, proteína 1 quimioatrativa de monócitos) e marcadores inflamatórios (por exemplo,
proteína C-reativa, ferritina sérica) foram comumente relatadas em pacientes com COVID-19 grave.
Provavelmente, isso representa um tipo de linfo-histiocitose hemofagocítica secundária induzida por
vírus, o que pode ser fatal.[50] [557] [590] [1076] A interleucina-6, em particular, tem sido associada à
COVID-19 grave e ao aumento da mortalidade.[1077]
No entanto, o nível médio combinado de interleucina-6 sérica foi acentuadamente menor nos pacientes
com COVID-19 grave ou crítica em comparação com pacientes com outros distúrbios associados
a citocinas elevadas, como síndrome de liberação de citocinas, sepse e SDRA não relacionada à
COVID-19. Esses achados questionam o papel da tempestade de citocinas na disfunção orgânica
induzida pela COVID-19, e pesquisas adicionais são necessárias.[1079]
A síndrome de liberação de citocinas foi relatada em crianças, embora os casos pareçam ser raros.[1080]
Veja a seção abaixo sobre a síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica.
Uma condição rara, mas grave, relatada em crianças e adolescentes aproximadamente 2 a 4 semanas
após o início da COVID-19, provavelmente devida a um processo inflamatório pós-infeccioso. A síndrome
tem uma forte associação temporal com infecção pelo vírus da síndrome respiratória aguda grave por
coronavírus 2 (SARS-CoV-2).[1081] [1082] [1083] Também conhecida como PIMs, síndrome inflamatória
multissistêmica em crianças (MIS-C), síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica associada
temporariamente à SARS-CoV-2 (PIMS-TS), além de outras variações.
Três tipos de manifestações clínicas foram reconhecidos: febre persistente e sintomas gastrointestinais (o
tipo mais comum); choque com disfunção cardíaca; e sintomas coincidentes com os critérios diagnósticos
para doença de Kawasaki.[1087]
Uma revisão sistemática de 27 estudos (913 casos) globalmente revelou que a idade mediana dos
pacientes foi de 9.3 anos e 57% dos pacientes foram do sexo masculino. Pelo menos uma comorbidade
foi relatada em 31% dos casos, mais comumente a obesidade, a asma e a doença pulmonar crônica.
As manifestações mais comuns foram febre (99%), sintomas gastrointestinais (87%) e sintomas
cardiovasculares, como disfunção miocárdica (55%), aneurismas de artérias coronárias (22%) e choque
(66%). A prevalência combinada dos sintomas respiratórios foi de 41%, e dos sintomas neurológicos,
de 36%. Os outros sintomas incluíram conjuntivite (57%), erupção cutânea (59%) e alterações da
mucosa oral (42%). Os marcadores inflamatórios e cardíacos estiveram elevados na maioria dos
pacientes, e 38% apresentaram achados anormais à radiografia torácica. Aproximadamente 79% dos
pacientes necessitaram de internação em terapia intensiva, 63% necessitaram de suporte inotrópico, 57%
necessitaram de anticoagulação e 33% necessitaram de ventilação mecânica. A taxa de mortalidade foi
de 1.9%.[1088]
Acompanhamento
uma série de casos nos EUA de 1116 pacientes com diagnóstico de SIM-C, aqueles com SIM-C tiveram
maior probabilidade de apresentar as seguintes características em comparação com pacientes com
COVID-19 grave: idade de 6 a 12 anos; etnia negra não hispânica; envolvimento cardiorrespiratório;
envolvimento cardiovascular sem envolvimento respiratório; envolvimento mucocutâneo sem envolvimento
cardiorrespiratório; maior razão entre neutrófilos e linfócitos; nível mais alto de proteína C-reativa; e menor
contagem plaquetária. Esses padrões podem ajudar a diferenciar entre a SIM-C e a COVID-19.[1091]
Embora uma associação entre essa síndrome e a COVID-19 pareça plausível com base nas evidências
atuais, a associação não é definitiva, e é necessária pesquisa adicional. Ainda não está claro se esta
síndrome é a doença de Kawasaki com SARS-CoV-2 como agente desencadeante, ou se esta é uma
síndrome diferente, embora evidências crescentes sugiram que são duas síndromes separadas. A
síndrome parece ocorrer em crianças que não manifestaram os estágios iniciais da COVID-19, mas
parece semelhante à fase posterior da COVID-19 em adultos.[1095] Imunologicamente, a SIM parece ser
uma entidade clínica distinta da doença de Kawasaki, visto que a neutrofilia e o aumento das contagens
de monócitos, características da doença de Kawasaki, não foram observadas em uma coorte.[1096]
Foram relatados casos de doença inflamatória multissistêmica do tipo Kawasaki associada à COVID-19
em adultos.[1098]
O desfecho da gestação geralmente é bom, embora existam poucos dados sobre a exposição durante
o início da gravidez. Os fatores de risco para doença grave nas gestantes incluem as comorbidades
preexistentes (por exemplo, hipertensão crônica, diabetes), a idade materna elevada e o índice de massa
corporal elevado. Gestantes têm maior probabilidade de necessitar de internação em unidades de terapia
intensiva e ventilação invasiva, especialmente aquelas com comorbidade preexistente. O nascimento pré-
termo é mais comum nas gestantes com COVID-19 em comparação com gestantes sem a doença. O
parto cesáreo ocorre em aproximadamente 50% dos casos, sendo a indicação mais comum a pneumonia
materna grave ou preocupação com uma descompensação materna súbita. As mortes perinatais são
raras e ocorrem em menos de 1% dos casos. A morbidade materna é semelhante à das mulheres em
idade reprodutiva.[22] [443] Natimortos foram relatados. No entanto, não há evidências de um aumento
de natimortos em nível regional ou nacional durante a pandemia na Inglaterra quando comparado com
os mesmos meses do ano anterior e apesar de taxas variáveis de infecção comunitária em diferentes
regiões.[1099]
Evidências limitadas de baixa qualidade sugerem que o risco de infecção nos neonatos é extremamente
baixo. A maioria das infecções é adquirida no período pós-parto, embora a infecção adquirida de maneira
congênita tenha sido relatada. Ao contrário das crianças que geralmente têm infecção assintomática, dois
terços dos casos neonatais são sintomáticos e uma proporção significativa requer cuidados intensivos,
embora o prognóstico geral pareça ser excelente.[443] [1100]
A intubação por mais de 7 dias pode ser um fator de risco. Outros fatores de risco em potencial incluem
idade avançada, doença pulmonar obstrutiva crônica, imunossupressão, doença crítica ou uso de
corticosteroides em altas doses. Considere a aspergilose nos pacientes que se agravem apesar
de cuidados de suporte ideais, ou que apresentem outras características radiológicas ou clínicas
suspeitas.[690] [1105]
Prescreva a terapia antifúngica apropriada de acordo com as diretrizes locais.[1106] Foram publicadas
orientações sobre o diagnóstico e o tratamento da aspergilose pulmonar associada à COVID-19.[1107]
Lesões pancreáticas leves (definidas como níveis séricos elevados de amilase ou lipase) foram relatadas
em 17% dos pacientes em uma série de casos.[1108] Não se sabe se este é um efeito viral direto ou
devido à resposta imune prejudicial que ocorre em alguns pacientes. Pancreatite aguda clínica não foi
relatada.[1109] [1110] A história prévia de pancreatite não parece ser um fator de risco para inflamação
pancreática nos pacientes com COVID-19.[1111]
Anemia hemolítica autoimune a frio ou a quente (primeiro episódio) foi relatada em 7 pacientes após
o início dos sintomas de COVID-19 e dentro do período de ocorrência compatível com a síndrome de
liberação de citocinas. Quatro pacientes apresentaram neoplasia maligna linfoide de células B indolente.
Não se sabe se a anemia hemolítica está relacionada à COVID-19.[1112]
A trombocitopenia imune foi raramente relatada. A maioria dos casos ocorreu em pacientes com >50 anos
de idade, sendo apenas 7% dos casos relatados em crianças. A maioria dos casos ocorreu em pacientes
com COVID-19 moderada a grave; no entanto, 7% dos casos ocorreram em pacientes assintomáticos
com COVID-19. Em 20% dos casos, o início ocorreu 3 semanas após o início dos sintomas de COVID-19,
sendo a maioria dos casos relatados após a recuperação clínica. Sangramento grave com risco de vida
foi incomum. O tratamento envolveu o uso de corticosteroides, imunoglobulina intravenosa e agonistas
dos receptores da trombopoetina.[1113]
Foram relatados casos de tireoidite subaguda em pacientes com COVID-19 que necessitam de cuidados
intensivos.[1114] O primeiro caso conhecido de tireoidite subaguda foi relatado em uma mulher de 18
anos. A tireoidite subaguda é uma doença tireoidiana de origem viral ou pós-viral.[1115]
Acompanhamento
radiologicamente evidente foi de 38.7% e 40%, retrospectivamente.[1117]
Prognóstico
Mortalidade
A principal causa de morte é a insuficiência respiratória causada pela síndrome do desconforto respiratório
agudo (SDRA).[926] A taxa de letalidade global combinada da SDRA em pacientes com COVID-19 é de
39%; no entanto, ela varia significativamente entre os países (por exemplo, China 69%, Irã 28%, França
19%, Alemanha 13%).[927] Os fatores de risco para insuficiência respiratória incluem idade avançada, sexo
masculino, doença cardiovascular, marcadores laboratoriais (como lactato desidrogenase, contagem de
linfócitos e proteína C-reativa) e alta carga viral à internação.[928]
Pessoas com <65 anos de idade apresentam risco muito pequeno de morte, mesmo em epicentros
pandêmicos, sendo raras as mortes em pessoas com <65 anos de idade sem condições subjacentes.[929]
As taxas de mortalidade diminuíram ao longo do tempo, apesar das características estáveis dos
pacientes. As taxas de mortalidade diminuíram drasticamente nos EUA durante os primeiros 6 meses
da pandemia.[930] [931] Em um estudo entre pacientes com doença crítica internados em uma unidade
de terapia intensiva de um sistema de saúde acadêmico nos EUA, a taxa de mortalidade diminuiu de
43.5% para 19.2% durante o período do estudo.[932] Em outro estudo no Reino Unido, a mortalidade
intra-hospitalar ajustada diminuiu de 52.2% na primeira semana de março de 2020 para 16.8% na última
semana de maio de 2020.[933] Isso pode refletir o impacto das mudanças na estratégia hospitalar e nos
processos clínicos, e melhor adesão a terapias padrão baseadas em evidências para a doença crítica ao
longo do tempo, como oxigênio nasal em sistema de alto fluxo para evitar a intubação, posicionamento em
posição prona e redução do uso da ventilação mecânica. Mais estudos são necessários para confirmar
esses resultados e investigar os mecanismos causais.
• Definida como a proporção de mortes entre todos os indivíduos infectados, inclusive casos
confirmados, casos não diagnosticados (por exemplo, casos levemente sintomáticos ou
assintomáticos) e casos não relatados. A taxa de letalidade da infecção dá uma imagem mais precisa
da letalidade de uma doença em comparação com a taxa de letalidade dos casos.
• Aproximadamente 10% da população global pode ter sido infectada até outubro de 2020, com um
taxa de letalidade global da infecção estimada de 0.15% a 0.2% (0.03% a 0.04% naqueles com <70
anos de idade).[934]
• Melhor estimativa atual dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA para a taxa de
letalidade da infecção, de acordo com a idade (em 10 de setembro de 2020):[140]
• 0 a 19 anos – 0.003
• 20 a 49 anos – 0.02
• 50 a 69 anos – 0.5
• ≥70 anos – 5.4%.
• Com base nesses números, a taxa global de letalidade da infecção para pessoas com <70 anos de
idade é de aproximadamente 0.18%.
precisa da taxa de letalidade da infecção em uma população em quarentena pode ser feita, a taxa de
letalidade da infecção foi de 0.85%. No entanto, todas as mortes ocorreram em pacientes com idade
>70 anos, e a taxa em uma população mais jovem e saudável pode ser muito menor.[936]
• Essas estimativas apresentam limitações e, provavelmente, mudarão à medida que mais dados
surgirem durante a pandemia.
Estudos de soroprevalência
• As estimativas mundiais de soroprevalência variam entre 0.37% e 22.1%, com uma estimativa
combinada de 3.38% (com base em dados de 23 países em agosto de 2020).[937]
• Reino Unido: a soroprevalência foi de 7.1% no Reino Unido, de acordo com a primeira rodada
de resultados do estudo de anticorpos contra COVID-19 do biobanco do Reino Unido. A
infecção prévia foi mais comum entre as pessoas que viviam em Londres (10.4%) e menos
comum entre as que viviam no sudoeste da Inglaterra e na Escócia (4.4% em ambos).[938]
• EUA: acredita-se que menos de 10% das pessoas tenham anticorpos detectáveis contra o
coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), com base nos dados
de julho a setembro de 2020.[939] Existem estimativas atuais da soroprevalência para 10
localidades dos EUA. [CDC: commercial laboratory seroprevalence survey data]
• China: a soroprevalência foi de 3.2% a 3.8% em Wuhan e diminuiu em outras cidades chinesas
à medida que a distância em relação ao epicentro aumentou.[940]
• Estes estudos sugerem que a prevalência das infecções é muito maior que a contagem de casos
sugere e, portanto, o vírus é muito menos letal do que se pensava inicialmente.
Taxa de letalidade dos casos
• Definida como o número total de mortes relatadas dividido pelo número total de casos detectados
relatados. A taxa de letalidade dos casos está sujeita a viés de seleção, uma vez que a probabilidade
dos casos mais graves/hospitalizados serem testados é maior.
• A estimativa atual da Organização Mundial da Saúde para a taxa global de letalidade dos casos é de
2.2% (até 28 de fevereiro de 2021).[941] Esse número é muito menor que a taxa de letalidade dos
casos relatada para o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS), que foi de 10%, e
para o vírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), que foi de 37%.[50]
• A taxa de letalidade dos casos varia consideravelmente entre países.
• Na China, a taxa global de letalidade dos casos foi relatada entre 1.4% e 2.3% (0.9% em
pacientes sem comorbidades).[4] [942]
• A taxa de letalidade dos casos aumenta com a idade.
• Nos EUA, a maioria das mortes ocorreu em pacientes com idade ≥65 anos. A taxa de letalidade
dos casos foi maior entre os pacientes com idade ≥85 anos (10% a 27%), seguida pelos
pacientes com idades de 65 a 84 anos (3% a 11%), 55 a 64 anos (1% a 3%) e, por fim, aqueles
de 20 a 54 anos (<1%).[7]
• Na China, a maioria das mortes ocorreu em pacientes com idade ≥60 anos.[4] A taxa de
letalidade dos casos foi maior entre os pacientes com idades ≥80 anos (13.4%), seguidos por
aqueles de 60 a 79 anos (6.4%) e <60 anos (0.32%).[942]
• Na Itália, a taxa de letalidade dos casos foi maior entre pacientes com idade ≥80 anos (52.5%),
seguida por aqueles de 70 a 79 anos (35.5%) e, em seguida, por aqueles de 60 a 69 anos
(8.5%).[943]
Acompanhamento
• Na China, a maioria das mortes ocorreu em pacientes com problemas de saúde subjacentes
preexistentes (10.5% para doença cardiovascular, 7.3% para diabetes, 6.3% para doença
respiratória crônica, 6% para hipertensão e 5.6% para câncer).[4]
• A taxa de letalidade dos casos aumenta com a gravidade.
• A taxa de letalidade dos casos é mais elevada em pacientes com doença crítica, variando de
26% a 67% nos estudos.[4] [945] [946]
• A estimativa da taxa de letalidade da infecção e da taxa de letalidade dos casos nas fases iniciais de
uma pandemia está sujeita a incertezas consideráveis, sendo provável que as estimativas mudem à
medida que surgirem mais dados. As taxas tendem a ser altas no início de uma pandemia e, depois,
tendem a diminuir, à medida que mais dados se tornam disponíveis.[947]
• Atualmente, não há uma definição estabelecida para um caso confirmado, e as definições de caso
variam. Uma reação em cadeia da polimerase com resultado positivo às vezes é o único critério para
um caso ser reconhecido; no entanto, um teste de reação em cadeia da polimerase positivo não
necessariamente equivale ao diagnóstico de COVID-19, nem significa que a pessoa esteja infectada
ou seja infecciosa.[948] [949]
• O número de mortes relatadas em um dia específico pode não refletir com precisão o número de
mortes do dia anterior devido a atrasos associados à notificação de mortes. Isso dificulta saber se as
mortes estão caindo ao longo do tempo no curto prazo.[950]
• Tanto os pacientes que morrem "com" COVID-19 quanto os pacientes que morrem "de" COVID-19
podem ser contabilizados no número de mortos em alguns países. Por exemplo, na Itália apenas
12% dos atestados de óbito mostraram causalidade direta associada à COVID-19, enquanto 88% dos
pacientes que morreram tinham pelo menos uma comorbidade.[947] [951]
Taxa de mortalidade por país
Fatores de prognóstico
Os fatores prognósticos que foram associados ao aumento do risco de doença grave e mortalidade
incluem:[953] [954]
• Fatores do paciente
• Sexo masculino
• Obesidade
• História de tabagismo
• Sangue tipo A
• Presença de comorbidades
• Hipertensão
• Doenças cardiovasculares
• Insuficiência cardíaca
• Doença cerebrovascular
• Demência
• Diabetes
• Doença pulmonar crônica
• Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
• Malignidade ativa
• Imunossupressão
• Doença renal crônica
• Sinais/sintomas
• Mialgia
• Produção de escarro
• Calafrios
• Náuseas
• Dispneia
• Taquipneia
• Hipoxemia
• Insuficiência respiratória
• Hipotensão
• Taquicardia
• Investigações
• Linfopenia
• Leucocitose
• Neutrofilia
• Trombocitopenia
• Hipoalbuminemia
• Comprometimento hepático, renal ou lesão cardíaca
• Marcadores inflamatórios elevados (proteína C-reativa, procalcitonina, velocidade de
hemossedimentação)
• Lactato desidrogenase elevada
• Creatina quinase elevada
• Marcadores cardíacos elevados
• Dímero D elevado
• Interleucina-6 elevada
As doenças subjacentes mais comuns nos pacientes falecidos foram hipertensão, diabetes e doenças
Acompanhamento
cardiovasculares.[955]
Uma proporção entre a pressão parcial de oxigênio arterial e a fração de oxigênio inspirada (PaO₂/FiO₂)
≤200 mmHg e a insuficiência respiratória na internação também estão independentemente associadas a
um aumento do risco de mortalidade intra-hospitalar.[956] Quase metade dos pacientes que receberam
ventilação mecânica invasiva morreu. A taxa de mortalidade foi maior nos pacientes idosos >80 anos (84%)
em comparação com pacientes mais jovens ≤40 anos (48%).[957]
Readmissão hospitalar
Aproximadamente 9% de mais de 106,000 pacientes foram readmitidos ao mesmo hospital no período de
2 meses após a alta da hospitalização inicial. As readmissões múltiplas ocorreram em 1.6% dos pacientes.
O tempo mediano desde a alta até a primeira re-internação foi de 8 dias. Menos de 0.1% dos pacientes
morreram durante a re-internação. Os fatores de risco para readmissão incluem:[958]
Reinfecção
Há informações limitadas sobre a reinfecção. A positividade recorrente do RT-PCR em pacientes 1 a 60 dias
após a recuperação varia entre 7% a 23% nos estudos, com uma taxa combinada estimada de 12%.[959]
Os pacientes com doença inicial mais longa e idade mais jovem tiveram maior probabilidade de apresentar
positividades recorrentes em RT-PCRs, enquanto aqueles com doença grave, diabetes e uma contagem
baixa de linfócitos tiveram menor probabilidade.[960] Atualmente não está claro se isso é devido a uma
reinfecção; se é devido a fatores como o tipo de coleta de amostra e erros técnicos associados ao teste por
swab, infecção por SARS-CoV-2 mutado ou eliminação de partículas virais persistente; ou se o resultado do
teste foi um falso-negativo no momento da alta.[961]
Estudos relataram testes de RT-PCR repetidamente positivos por até 90 dias após a infecção inicial;
portanto, é mais provável que esses casos sejam, na verdade, infecções iniciais prolongadas. É importante
observar que, embora a eliminação de partículas virais persistente tenha sido relatada por até 90 dias após
o início da infecção, vírus competentes para replicação não foram identificados 10 a 20 dias após o início
dos sintomas (dependendo da gravidade da doença).[962] Um estudo de coorte de 200 pacientes com
infecção pregressa constatou que, apesar da positividade persistente da RT-PCR da faringe por até 90 dias
após a recuperação, não foi observada transmissão para contatos próximos, indicando que esses pacientes
não são contagiosos no estágio pós-sintomático da infecção.[963]
Casos verdadeiros de reinfecção (definidos como dois episódios de infecção com pelo menos 3 meses de
intervalo por cepas de vírus com diferentes sequências genômicas) foram relatados em Hong Kong, Índia,
Equador e Bélgica.[964] [965] [966] [967] Dois casos possíveis de reinfecção também foram relatados nos
EUA; entretanto, enquanto diferentes variantes genômicas foram responsáveis pelos dois episódios em
ambos os homens, as infecções ocorreram com menos de 2 meses de intervalo.[968] [969]
Casos de reinfecção com variantes do SARS-CoV-2 foram relatados no Brasil, Reino Unido e África do
Sul.[970] [971] [972] [973]
Imunidade
A resposta imune, incluindo a duração da imunidade, ainda não é totalmente compreendida. Há evidências
que sugerem que a infecção pelo SARS-CoV-2 provavelmente confere imunidade protetora contra a
meses.[979] De acordo com um grande estudo retrospectivo, as pessoas soropositivas para SARS-CoV-2
pareceram ter menor risco de infecção futura, pelo menos por vários meses.[980]
Estudos recentes sugerem que a maioria das pessoas desenvolve uma resposta de células T forte e ampla
com células T CD4+ e CD8+, e algumas têm um fenótipo de memória.[981] Um estudo em pré-impressão
revelou que a imunoglobulina G (IgG) contra a proteína da espícula permaneceu relativamente estável ao
longo de 6 meses, as células B de memória específicas para a proteína da espícula foram mais abundantes
a 6 meses que a 1 mês e as células T CD4+ e CD8+ diminuíram com uma meia-vida de 3 a 5 meses em
adultos (principalmente com doença leve) que se recuperaram de COVID-19.[982] Outro estudo com mais
de 12,000 profissionais da saúde revelou que uma infecção anterior por SARS-CoV-2 que tenha gerado
respostas de anticorpos ofereceu proteção contra reinfecção para a maioria das pessoas nos 6 meses
seguintes à infecção.[983] Isso é um bom presságio para uma potencial imunidade de duração mais longa.
A resposta imune contra o SARS-CoV-2 envolve a imunidade celular e a produção de anticorpos. Acredita-
se que a imunidade adaptativa contra o SARS-CoV-2 ocorra nos primeiros 7 a 10 dias após a infecção.
Uma resposta robusta de células B de memória e de plasmoblastos é detectada no início da infecção, com
secreção de anticorpos do tipo IgA e IgM nos dias 5 a 7 e IgG nos dias 7 a 10, desde o início dos sintomas.
Os títulos de IgA e IgM diminuem após aproximadamente 28 dias, e os títulos de IgG atingem o pico em
aproximadamente 49 dias. As células T são ativadas simultaneamente na primeira semana de infecção, e as
células T CD4+ e CD8+ de memória específicas para o SARS-CoV-2 atingem o pico dentro de 2 semanas,
mas permanecem detectáveis por ≥100 dias. As respostas de anticorpos e das células T diferem entre os
indivíduos, e dependem da idade e da gravidade da doença. Estudos em pré-impressão revelaram que a
resposta das células T pode estar presente na maioria dos adultos pelo menos 6 a 8 meses após a infecção
primária.[984] [985]
Embora tenha havido preocupações sobre o declínio precoce dos anticorpos IgG neutralizantes durante a
convalescença, acredita-se que este não seja um problema, pois os níveis de anticorpos sempre diminuem
após a fase aguda de uma infecção. Além disso, são os níveis dos títulos de anticorpos após a infecção que
são importantes, uma vez que isto representa a geração de plasmócitos de longa duração para proteger
contra infecções subsequentes.[984] Os anticorpos foram detectados até 8 meses após a infecção.[986]
A análise de uma grande coorte de doadores de soro na convalescência na cidade de Nova York sugere
que 99.5% dos pacientes com doença leve confirmada apresentam soroconversão 4 semanas após a
doença. Anticorpos IgG se desenvolveram durante um período de 7 a 50 dias a partir do início dos sintomas
e de 5 a 49 dias a partir da resolução dos sintomas. Isso sugere que as pessoas com doença leve podem
ter a capacidade de desenvolver imunidade.[987] No entanto, entre os pacientes que se recuperaram da
doença leve na China, os títulos de anticorpos neutralizantes variaram de maneira substancial.[988] Há
dados que sugerem que pessoas assintomáticas podem ter uma resposta imune mais fraca à infecção; no
entanto, isso ainda precisa ser confirmado.[989]
Os testes de amostras de sangue coletadas antes da pandemia de COVID- 19 demonstraram que algumas
pessoas já têm células imunes que reconhecem o SARS-CoV-2. Estudos relataram reatividade das
células T contra o SARS-CoV-2 em 20% a 50% das pessoas sem exposição conhecida ao vírus.[990]
Aproximadamente 5% dos adultos não infectados e 62% das crianças não infectadas com idade entre
6 e 16 anos apresentaram anticorpos que reconhecem o SARS-CoV-2 em um estudo.[991] Isso pode
ser uma consequência da verdadeira memória imunológica derivada, em parte, de infecções anteriores
com coronavírus de resfriados comuns ou de outros coronavírus de animais desconhecidos. No entanto,
são necessárias pesquisas adicionais sobre a existência de imunidade preexistente ao SARS-CoV-2 na
população humana.
Foi descoberto que os anticorpos IgG maternos contra o SARS-CoV-2 são transferidos através da placenta
após infecção assintomática ou sintomática na gravidez.[992]
Novos dados de um estudo em pré-impressão sugerem que as respostas das células T não são afetadas
pelas variantes do SARS-CoV-2.[993]
Diretrizes diagnósticas
Europa
COVID-19 pandemic
Publicado por: European Centre for Disease Prevention and Control Última publicação: 2021
Diretrizes
Publicado por: Scottish Intercollegiate Guidelines Network Última publicação: 2020
Internacional
América do Norte
Ásia
A rapid advice guideline for the diagnosis and treatment of 2019 novel
coronavirus (2019-nCoV) infected pneumonia
Publicado por: Zhongnan Hospital of Wuhan University Novel Última publicação: 2020
Coronavirus Management and Research Team; Evidence-Based
Medicine Chapter of China International Exchange and Promotive
Association for Medical and Health Care
Diretrizes
Diretrizes de tratamento
Europa
Coronavirus (COVID-19)
Publicado por: National Institute for Health and Care Excellence Última publicação: 2021
COVID-19
Publicado por: European Centre for Disease Prevention and Control Última publicação: 2021
Europa
Diretrizes
Internacional
Internacional
Diretrizes
América do Norte
Interim U.S. guidance for risk assessment and work restrictions for
healthcare personnel with potential exposure to SARS-CoV-2
Publicado por: Centers for Disease Control and Prevention Última publicação: 2021
Caring for children and youth with special health care needs during the
COVID-19 pandemic
Publicado por: American Academy of Pediatrics Última publicação: 2021
América do Norte
Diretrizes
Publicado por: Anticoagulation Forum Última publicação: 2020
Ásia
Coronavirus disease
Publicado por: Chinese Center for Disease Control and Prevention Última publicação: 2021
COVID-19 infection
Publicado por: Japanese Association for Infectious Diseases Última publicação: 2021
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Imagens
Figura 1: Número de casos de COVID-19 relatados semanalmente por região da OMS e mortes globais, até
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World Health Organization
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Figura 2: Ilustração mostrando a morfologia ultraestrutural apresentada pela síndrome respiratória aguda
grave por coronavírus 2 (SARS-CoV-2) quando observada por microscopia eletrônica.
Centros de Controle e Prevenção de Doenças
Imagens
Figura 4: TCs transversas de um homem de 32 anos com opacidade em vidro fosco e condensação do
lobo inferior do pulmão direito, próxima à pleura, no dia 1 após o início dos sintomas (figura superior), e
opacidade em vidro fosco bilateral e condensação no dia 7 após o início dos sintomas.
Imagens
Imagens
Figura 8: Parada cardíaca com COVID-19
BMJ. 2020;371:m3513
Figura 9: Sugestão de retorno à atividade física após COVID-19: estratificação de risco para descartar
características sugestivas de miocardite ou COVID-19 pós-aguda e retomada em fases da atividade física
após 7 dias sem sintomas
BMJ. 2021;372:m4721
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BMJ
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// Pares revisores:
Ran Nir-Pa z, MD
Associate Professor in Medicine
Department of Clinical Microbiology and Infectious Diseases, Hadassah Hebrew University Medical Center,
Jerusalem, Israel
Declarações: RNP has received research grants from US-Israel Binational Science Foundation, Hebrew
University, Rosetrees Trust, and SpeeDx. He is chair of the European Society of Clinical Microbiology and
Infectious Diseases (ESCMID) Study Group for Mycoplasma and Chlamydia Infections (ESGMAC). RNP
is a consultant for and has stocks in eDAS Healthcare. He is also chairperson of the Israeli Society for
Infectious Diseases guidelines committee.
// Conselheiros especialistas:
Nicholas J. Beeching, MA, BM BCh, FRCP, FRACP, FFTM RCPS (Glasg), FESCMID, DCH, DTM&H
Consultant and Honorary Senior Lecturer in Infectious Diseases
Royal Liverpool University Hospital and Liverpool School of Tropical Medicine, Liverpool, UK
Declarações: NJB is partially supported by the National Institute of Health Research Health Protection Unit
(NIHR HPRU) in Emerging and Zoonotic Infections at University of Liverpool in partnership with Public
Health England (PHE), in collaboration with Liverpool School of Tropical Medicine. He is affiliated with
Liverpool School of Tropical Medicine. The views expressed are those of the author and not necessarily
those of the NHS, the NIHR, the Department of Health, or PHE.
// Editores:
Adam Mitchell,
Section Editor (Infectious Diseases)/Drug Editor, BMJ Best Practice
Declarações: AM declares that he has no competing interests.
Irene Chiwele,
Lead Section Editor, BMJ Best Practice
Declarações: IC declares that she has no competing interests.
Julie Costello,
Comorbidities Editor, BMJ Best Practice
Declarações: JC declares that she has no competing interests.