Você está na página 1de 123

ABORDAGENS DE

CONDIÇÕES PREVALENTES
NA APS
23º MAAv - PMMB
Reflexões sobre a Atenção Primária à Saúde

As evidências demonstram que a APS, por meio de ações de promoção


da saúde, prevenção, cura e reabilitação, tem capacidade de responder a
85% das necessidades em saúde de uma população em determinado
território.

A APS, na estruturação das Redes de Atenção à Saúde (RAS), é o


ponto de partida de sua organização, ordenando os fluxos e contra
fluxos de pessoas para os demais níveis do sistema (exceto
urgência e emergência).
STARFIELD B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços
e tecnologia. Brasília: UNESCO Brasil, Ministério da Saúde (MS); 2004.

23° MAAv - PMMB


23° MAAv - PMMB
Reflexões sobre a Atenção Primária à Saúde
A Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS)
considerando o impacto da APS publicou em 2008 a Portaria de no 221
definindo a Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à
Atenção Primária.
A Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção
Primária é composta por 19 grupos de causas, com 74 diagnósticos
classificados de acordo com a décima Revisão da Classificação
Internacional de Doenças – CID10.

BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Publica em forma do anexo a Lista Brasileira de


Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária. Portaria n. 221, 17 abril
2008. Diário Oficial da União 2007; 21 set.

23° MAAv - PMMB


Reflexões sobre a Atenção Primária à Saúde
Proporção de internações de residentes por condições sensíveis à
atenção básica, nos anos de 2008 a 2012
Os resultados mostram uma ligeira
tendência de queda nas regiões, exceto na
Norte e Centro-Oeste, sendo que as
proporções de internações sensíveis à
atenção básica, na região Sul e Sudeste
estão abaixo da média Brasil (± 35%) e das
regiões Norte e Nordeste (40% ou mais)
estão acima dessa média Brasil.

Fonte: Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde - Acessado em


10/09/2017

23° MAAv - PMMB


23° MAAv - PMMB http://idsus.saude.gov.br/
Essa apresentação tratará das Condições mais frequentes na
APS no Brasil:
1. Infecções respiratórias (PAC)
2. Infecção do trato urinário
3. Diarreias
4. Cefaleias
5. Dor lombar PEREIRA, F.J.R.; SILVA, C.C.da; LIMA NETO, E.A. Perfil das Internações por Condições Sensíveis à

6. Asma Atenção Primária subsidiando ações de saúde nas regiões brasileiras. SAÚDE DEBATE. Rio de Janeiro,
v. 40, n. 107, p. 1008-1017, 2015.

23° MAAv - PMMB


Caso Clínico
Maricler, 32 anos, doméstica, vem à consulta queixando-se de que vinha se
recuperando de uma "gripe", em que tinha tido dor de garganta, espirros,
coriza mucoide, tosse seca e mialgias. No retorno do trabalho refere ter
apanhado uma chuva que acredita ter agravado o quadro. Há algumas horas,
apresentara febre, calafrios e intenso mal-estar, acompanhados de piora da
tosse seca e dor torácica direita ventilatório-dependente. Ao exame
apresentava-se abatida, com temperatura de 38°C, frequência respiratória
de 22 mrpm e, à ausculta pulmonar, havia estertores crepitantes na base
pulmonar direita.
PERGUNTAS:
1. Principal hipótese diagnóstica?
2. Qual o local mais apropriado para o tratamento?
3. Qual o esquema antibiótico mais apropriado?

23° MAAv - PMMB


1. Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC)

• DEFINIÇÃO: infecção do trato respiratório inferior que acomete pacientes fora do


ambiente hospitalar ou até as primeiras 48 horas da sua admissão;
EPIDEMIOLOGIA:
• No Brasil houve uma redução significativa das taxas de mortalidade por infecções do
trato respiratório.
• Dentre as pneumonias, a PAC persiste como a de maior impacto e é a
terceira causa de mortalidade no nosso meio.
• Embora o número absoluto de mortes no Brasil tenha crescido devido ao aumento da
população e ao seu envelhecimento, quando a taxa de mortalidade por PAC é
padronizada por idade, observa-se uma queda de 25,5% no período compreendido
entre 1990 e 2015.
Rev Bras Epidemiol. 2017; 20Suppl 01(Suppl 01):171-181

23° MAAv - PMMB


1. Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC)

• A melhora da situação socioeconômica, o maior acesso a cuidados de


saúde, a disponibilidade nacional de antibióticos e as políticas de
vacinação explicam em parte a redução das taxas de mortalidade em
nosso meio.

Rev Bras Saude Mater Infant. 2015;15(4):451-4.

23° MAAv - PMMB


Pneumonia Adquirida
1. Pneumonia Adquirida na Comunidade(PAC)
na Comunidade (PAC)

• Pode ser definida como:


• Sintomas de doença aguda do trato respiratório inferior: tosse e um ou mais
dos seguintes sintomas (expectoração, dispneia ou dor torácica);
• Achados focais no exame físico do tórax;
• Pelo menos um achado sistêmico (confusão, cefaleia, sudorese, calafrios,
mialgias ou T ≥37,8°C);
• Infiltrado radiológico não presente previamente (se RX disponível);
• Exclusão de outras condições que resultam em achados clínicos e/o
radiológicos semelhantes.
Tratado de Medicina de Família e Comunidade

23° MAAv - PMMB


Pneumonia na
1. Pneumonia Adquirida Adquirida na Comunidade(PAC)
Comunidade (PAC)
RADIOGRAFIA DE TÓRAX:

Opacidade em lobo
médio de uma
PAC

23° MAAv - PMMB


Exames laboratoriais

• Geralmente não são necessários;


• Podem auxiliar na definição do local de tratamento:
• Ambulatorial versus Internação hospitalar
• Hemograma/Plaquetas
• Função renal (pouco valor no diagnóstico)
• Função hepática(pouco valor no diagnóstico) • Candidatos à internação
• Comorbidades
• Eletrólitos(pouco valor no diagnóstico) • > 65 anos

• Glicemia(pouco valor no diagnóstico)


Tratado de Medicina de Família e Comunidade

23° MAAv - PMMB


Estratificação de risco

Clin Infec Dis. 2007;44 (suppl 2):S27-S72


23° MAAv - PMMB
Estratificação de risco

Clin Infec Dis. 2007;44 (suppl 2):S27-S72


Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
Pneumonia na
1. Pneumonia Adquirida Adquirida na Comunidade(PAC)
Comunidade (PAC)
TRATAMENTO:
• Atualmente, a terapia empírica com antibiótico é recomendada com cobertura para os microorganismos mais
prováveis;

• Deve-se levar sempre em consideração o padrão e a frequência da resistência local, assim como os fatores
de risco específicos do paciente;

• O tratamento precoce diminui a mortalidade e o tempo de permanência no hospital;

• A estabilidade clínica é alcançada mais rapidamente em pacientes graves quando inicia-se precocemente a
antibioticoterapia.

Mandell LA et al. Clin Infec Dis. 2007;44 (suppl 2):S27-S72

23° MAAv - PMMB


Etiologia da PAC
• PATÓGENOS MAIS COMUNS NA PNEUMONIA ADQUIRIDA NA
COMUNIDADE (EM ORDEM DECRESCENTE):

23° MAAv - PMMB


Pneumonia Adquirida
1. Pneumonia Adquirida na Comunidade(PAC)
na Comunidade (PAC)
ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA INICIAL:
Pacientes adultos com PNM

Hospitalização
Tratamento (CURB-65 maior
ambulatorial ou igual a 2 OU
sinais de instabilidade clínica)

Com morbidades associadas Sem indicação de CTI


Saudáveis e que não usaram CURB-65 maior ou igual
OU contraindicações OU
ATB nos últimos 3 meses a 3, sepse, intubação
aos macrolídeos CURB-65 = 2

1) Fluoroquinolona 1) Fluoroquinolona Beta-lactâmico+


Macrolídeo respiratória Respiratória Fluoroquinolona /
OU 2) Beta-lactâmico + OU 2) Beta-lactâmico macrolídeo
macrolídeo + macrolídeo
23° MAAv - PMMB
Pneumoniana
1. Pneumonia Adquirida Adquirida na Comunidade(PAC)
Comunidade (PAC)

CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS PARA IDOSOS:


• A idade é um dos fatores de maior risco
para Pneumonia

• PAC é maior causa de mortalidade em


idosos

• A incidência da PAC aumenta com a idade

23° MAAv - PMMB


Pneumonia Adquirida
1. Pneumonia Adquirida na Comunidade(PAC)
na Comunidade (PAC)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO IDOSO:
• Sutil, atípica: falta dos sintomas clássicos como febre (ausente em 60% dos casos),
tosse, escarro purulento ou dor torácica;
• A taquipnéia é o sinal mais indicativo de pneumonia no idoso;
• Alteração do estado mental, declínio súbito da funcionalidade, descompensação de
doenças estabelecidas: podem ser os únicos sintomas nos idosos - considerar esses
sintomas para evitar atraso no diagnóstico e início do tratamento;
• Alta incidência de Delirium como forma de apresentação da pneumonia (15 – 50% dos
casos);
• Idosos desidratados: sem crepitações à ausculta respiratória.


Kaplan V, Angus DC. Crit care Clin. 2003;19:729-748

23° MAAv - PMMB


1. Pneumonia Adquirida
Pneumonia na Comunidade
Adquirida (PAC)
na Comunidade(PAC)
TRATAMENTO DA PAC NO IDOSO:
• Terapia empírica recomendada: beta-lactâmico+macrolídeo ou
Fluoroquinolona.
• A vacinação e a atuação para modificar os fatores de risco são medidas
importantes para diminuir a morbimortalidade por PAC.
- Vacina antipneumocócica (o real benefício precisa ser melhor estudado);
- Vacina anti-influenza (benefício bem definido).
Recomendação do Ministério da Saúde:
Vacinação anti-influenza em todos adultos acima de 60 anos e
antipneumocócica nos idosos acamados ou com doenças crônicas

23° MAAv - PMMB


Pneumoniana
1. Pneumonia Adquirida Adquirida na Comunidade(PAC)
Comunidade (PAC)
CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS PARA CRIANÇAS:
É uma das complicações de infecções das vias aéreas superiores em crianças

• Otite média;
• Exacerbação de asma;
• Sinusites;
• Pneumonias

23° MAAv - PMMB


1. Pneumonia Adquirida na Comunidade
Pneumonia Adquirida (PAC)
na Comunidade(PAC)

ETIOLOGIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA PNEUMONIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES:


Síndrome Agente Faixa Etária Manifestações clínicas
Bacteriana (supurativa) Streptococcus Todas as Idades, mais Início súbito, febre alta/toxemia,
pneumoniae, outros comum em crianças achados focais na ausculta, dor
jovens (menores de seis torácica, dor abdominal, radiografia
anos) de tórax com infiltrado

Atípica (lactentes) Chlamydia trachomatis Menores de três meses Taquipneia, hipoxemia leve,
ausência de febre, sibilância,
radiografia de tórax com infiltrado.
Atípica (escolares e Mycoplasma Maiores de cinco anos Início gradual, febre baixa, achados
adolescentes) difusos na ausculta respiratória,
radiografia com infiltrado difuso.
Viral Múltiplos vírus Todas as idades, mais Sintomas respiratórios das vias
comum entre três aéreas superiores, febre baixa ou
meses e cinco anos ausente, sibilos ou achados difusos
23° MAAv - PMMB na ausculta respiratória. 23
1. Pneumonia Adquirida
Pneumonia na Comunidade
Adquirida (PAC)
na Comunidade(PAC)
• A realização de radiografia de tórax para confirmação do diagnóstico não é rotineiramente
necessária em crianças com quadro leve de pneumonia, sem complicações e que serão
tratadas ambulatorialmente;
• Reservar o exame para pneumonias graves, para avaliação de complicações e para
diagnóstico diferencial.

23° MAAv - PMMB 24


1. Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC)

23° MAAv - PMMB 25


Principais indicações de internação hospitalar de crianças com PAC

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
TRATAMENTO PAC

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


Observações importantes!!!!
• Diante do diagnóstico de pneumonia, sobretudo em crianças, a
equipe de saúde deve administrar a primeira dose de antibiótico na
própria UBS, independentemente do horário em que o paciente estiver
sendo assistido.
• No caso de antibióticos que necessitem de diluição, o diluente deve
ser água potável (própria para consumo humano).
• PAC com tratamamento ambulatorial devem ser reavaliados a cada
dois dias do início do tratamento antibiótico.
• Deve-se orientar o paciente ou seu responsável que, caso haja piora
do quadro, procurar o pronto-socorro mais próximo de sua casa.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
1. Pneumonia Adquirida
Pneumoniana Comunidade
Adquirida (PAC)
na Comunidade(PAC)

PREVENÇÃO DA PAC NA CRIANÇA:


• Vacinação anti-pneumococos e
influenza está no calendário básico;
• Evitar o tabagismo passivo;
• Manter aleitamento materno;
• Medidas de controle da exposição à
poluição atmosférica.

23° MAAv - PMMB 29


2. Infecções do trato urinário

23° MAAv - PMMB


Caso Clínico - 2
JPS, 22 anos, estudante universitária, vem à consulta queixando-se de
disúria, polaciúria e dor no baixo ventre desde o dia anterior. Nega
corrimento vaginal, febre ou dor lombar. Refere sintomas semelhantes há 2
semanas, tendo coletado urocultura e tratado infecção do trato urinário
(ITU). Começou a namorar há 4 semanas e relata episódios prévios quando
namorou outro rapaz há 2 anos. Refere relação sexual protegida por
preservativo. Enquanto não tinha namorado, não teve sintomas
semelhantes.
Perguntas:
1. Qual é a principal hipótese diagnóstica?
2. Quais as condutas frente a esse caso?
3. Qual o tratamento proposto?
4. Orientações e seguimento?
23° MAAv - PMMB
Disúria
• Queixa comum na APS;
• Definição: sensação de ardência, queimação ou desconforto ao urinar, podendo
vir ou não acompanhada de outros sintomas, tais como:
• Polaciúria: aumento na frequência de urinar, sem que necessariamente
ocorra alteração no volume urinário
• Urgência miccional: forte impulso para urinar, pode acompanhar ou não a
polaciúria.
• Hematúria: presença de sangue na urina, que pode ser microscópica, quando
só é percebida no exame bioquímico; ou macroscópico, quando pode ser
percebida apenas pela observação da urina, com alteração da cor e/ou
turvação.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
Disúria: principais causas

• Infecção do trato urinário baixo (bacteriúria assintomática, cistite,


prostatites, uretrites).
• Infecções do trato urinário alto (pielonefrite aguda).
• Litíase renal.
• Vaginites.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
Disúria: investigação

• História e Exame físico:

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
2. Infecções do Trato Urinário (ITU)

DEFINIÇÃO: É caracterizada pela presença de microrganismos no trato urinário, podendo


ser sintomática ou assintomática (bacteriúria assintomática).

DIVISÃO:
• ITU em baixa (que engloba a cistite, a uretrite e a prostatite)
• ITU alta (pielonefrite)

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
2. Infecções do Trato Urinário (ITU)

• EPIDEMIOLOGIA:
• Crianças, gestantes, idosos, diabéticos, imunossuprimidos são mais
suscetíveis à ITU;
• ITU é 15º diagnóstico mais comum nas consultas nas ESF;
• Elevada incidência em mulheres de todas as idades e nos homens após os
50 anos;
• Após os 60 anos, 5%-15% dos homens e mulheres apresentam esse tipo de
infecção;
• Principal agente bacteriano é a E. coli (80%-95%).

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
2. Infecções do trato urinário
Infecções do Trato Urinário (ITU)

DIAGNÓSTICO:

• O diagnóstico é geralmente feito com base nas manifestações clínicas e pode


ser reforçado por evidências laboratoriais de piúria e /ou bacteriúria;

•Em casos de suspeita de ITU não complicada em mulheres saudáveis, a


avaliação laboratorial geralmente é desnecessária para o diagnóstico.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
2. Infecções do trato urinário
Infecções do Trato Urinário (ITU)

• Idosos e gestantes(apresentação atípica).


• No primeiro grupo, há alta prevalência de bacteriúria assintomática, não sendo
obrigatório tratamento, mesmo com urocultura positiva.

• No segundo grupo, 4%-10% das grávidas podem evoluir para cistite aguda, mesmo com
bacteriúria assintomática, sendo imprescindível o tratamento.

• CUIDADO PARA DIABÉTICOS: cistite pode evoluir mais rapidamente para


complicações que podem prejudicar a função renal significativamente
(sobretudo em mulheres). Os pacientes podem apresentar apenas como sinal
da cistite a bacteriúria assintomática, e outros agentes etiológicos podem estar
envolvidos: fungos, Streptoccocus do grupo B, Klebsiella sp.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
2. Infecções do trato urinário
Infecções do Trato Urinário (ITU)
AVALIAÇÃO LABORATORIAL :

• A probabilidade pré-teste de cistite é superior a 90% em mulheres com


disúria e poliaciúria sem corrimento vaginal. Desse modo, exames de urina
rotina (EAS) ou urocultura agregam pouco na acurácia do diagnóstico de
mulheres com sintomas típicos de cistite e geralmente são desnecessários*;

• A análise de urina pode ser útil para apoiar o diagnóstico se a apresentação


clínica não for típica, pois a ausência de piúria sugere um diagnóstico diferente
da infecção do trato urinário;

• A cultura da urina é útil se houver motivos para suspeitar de resistência


antimicrobiana.
*Bent S et al. JAMA 2002; 287:2701

23° MAAv - PMMB


ITU por grupo etário

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
Resumindo...
• CRIANÇAS:
• FAZER a investigação da causa de ITU, principalmente naquelas de repetição, de
modo a prevenir lesões irreversíveis e complicações futuras.
• MULHERES:
• NÃO FAZER investigação e, mulheres sem anormalidades anatômicas do trato
urinário e que apresentam quadro clínico sugestivo de ITU leve ou não
complicada;
• HOMENS:
• FAZER investigação em homens em geral, idosos, diabéticos, imunodeprimidos,
pacientes com cateterização vesical prolongada (urinálise eurocultura), até
porque nos homens a cistite é considerada infecção complicada.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
Tratamento da ITU

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
2. Infecções do trato urinário
Infecções do Trato Urinário (ITU)
PIELONEFRITE AGUDA:
• DEFINIÇÃO: É a infecção dos rins, que na maioria das vezes se deve à
ascensão de germes do trato urinário inferior.

• SINTOMAS: Essa infecção é caracterizada clinicamente por dor na região


dos flancos, com irradiação para o abdome, febre, náusea, vômito e
sintomas urinários irritativos.

• EXAME FÍSICO: o sinal mais característico é a presença do sinal de Giordano


(punho percussão dolorosa em flancos). Prostração, taquicardia e
hipotensão arterial podem estar presentes.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
2. Infecções do trato urinário
Infecções do Trato Urinário (ITU)

• ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O TRATAMENTO:


• Dependendo da apresentação clínica, seu manejo deve ser realizado em
ambiente hospitalar;
• Pielonefrite exige investigação laboratorial (coleta de urinálise e urocultura);
• sexo masculino, deve-se estar atento à necessidade de investigação de
problemas estruturais no trato urinário com exames de imagem;
• Casos leves (com pouco comprometimento do estado geral) e sem
comorbidades, o tratamento poderá ser empírico oral: Ciprofloxacina 500mg,
VO, de 12h/12h, 10-14 dias. (reavaliação do paciente após 48h de tratamento
e orientação dos sinais de piora).

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
23° MAAv - PMMB Tratado de Medicina de Família e Comunidade
Dicas importantes

Tratado de Medicina de Família e Comunidade

23° MAAv - PMMB


Quando encaminhar

• Pessoas em meu estado geral, com risco de sepse ou intolerância para


tratamento oral podem requerer internação para terapia intravenosa
e cuidados intensivos.
• Indivíduos com sinais e sintomas sugestivos de obstrução do trato
urinário requerem avaliação urológica imediata com exames de
imagem.

Tratado de Medicina de Família e Comunidade

23° MAAv - PMMB


3. Gatroenterites

23° MAAv - PMMB


Caso clínico
Franciele de 8 anos é trazida pela mãe à UBS. Informa que a menina iniciou, há 5
dias, um quadro de diarreia aquosa, profusa, sem sangue, muco ou pus, associado
a dor abdominal difusa em cólica. Tem cerca de 6 a 8 episódios por dia, sendo que,
no primeiro dia do quadro, também apresentou um pico febril não aferido e quatro
episódios de vômitos. Nega outros sinais ou sintomas. Diz que, desde que a filha
iniciou o quadro, tem ofertado a ela apenas sopas e biscoitos salgados leves para
comer. Incentivou o aumento da ingestão de líquidos.
Exame físico: fácies atípica, alerta, chorosa, com diminuição das lágrimas, ávida por
líquidos, normocorada, mucosas secas, turgor da pele diminuído, mas com retorno
menor que 2 segundos; aparelho respiratório: murmúrio vesicular fisiológico, sem
ruídos adventícios, frequência respiratória: 18 irpm; aparelho cardiovascular: ritmo
cardíaco regular em 2 tempos, sem sopros; pulsos cheios, perfusão capilar menor
que 2 segundos; abdome: normotenso, doloroso à palpação profunda, de forma
difusa e sem massas.

23° MAAv - PMMB


Caso clínico
• PERGUNTAS:
1. Qual a principal hipótese diagnóstica?
2. Como você manejaria esse caso?

23° MAAv - PMMB


3. Gastroenterites

DEFINIÇÃO: A diarreia pode ser definida pela


ocorrência de três ou mais evacuações
amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas. A
diminuição da consistência habitual das fezes
é um dos parâmetros mais considerados. Na
diarreia aguda ocorre desequilíbrio entre a
absorção e a secreção de líquidos e eletrólitos
e é um quadro autolimitado.

Diarreia aguda: diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de Pediatria. Março 2017.

23° MAAv - PMMB


Classificação da diarreia segundo a duração dos sintomas

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
Principais etiologias da diarreia

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012

23° MAAv - PMMB


Principais sinais para avaliação do grau de desidratação

• O exame físico é importante para avaliar a presença de desidratação


para a instituição do tratamento adequado!!!

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


Tratamento

• Após avaliação clínica do usuário, estabelece-se qual plano de


tratamento será executado.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012

23° MAAv - PMMB


3. Gastroenterites

ABORDAGEM DAS GASTROENTERITES:


• Maioria dos casos é auto-limitada;
• Testes diagnósticos são indicados
somente em casos selecionados;
• Características da diarreia pistas
para o diagnóstico.

23° MAAv - PMMB


3. Gastroenterites

23° MAAv - PMMB


Manejo por Plano

23° MAAv - PMMB


3. Gastroenterites

• O PLANO B DEVE SER REALIZADO NA


UNIDADE DE SAÚDE;
• OS PACIENTES DEVERÃO PERMANECER NA
UNIDADE DE SAÚDE ATÉ A REIDRATAÇÃO
COMPLETA.

23° MAAv - PMMB


3. Gastroenterites

OS PACIENTES QUE
ESTIVEREM SENDO
REIDRATADOS POR
VIA ENDOVENOSA
DEVEM
PERMANECER
NA UNIDADE DE
SAÚDE ATÉ QUE
ESTEJAM
HIDRATADOS E
CONSEGUINDO
MANTER A
HIDRATAÇÃO POR
VIA ORAL

23° MAAv - PMMB


IDENTIFICAR DISENTERIA E/OU OUTRAS PATOLOGIAS ASSOCIADAS À DIARREIA

1- PERGUNTAR SE O PACIENTE TEM SANGUE NAS FEZES


Tratamento de adultos:
• Ciprofloxacino: 500 mg de 12/12h, via oral, por 3 dias.
• Orientar o paciente ou acompanhante para administrar líquidos e manter a
alimentação habitual, caso o tratamento seja realizado no domicílio.
• Reavaliar o paciente após 2 dias.
• Se mantiver presença de sangue nas fezes ou melena após 48 horas do início do
tratamento:
- Se o paciente estiver com condições gerais boas, iniciar Ceftriaxona 2g, via
intramuscular, 1 vez ao dia, por 2 a 5 dias.
- Se estiver com condições gerais comprometidas, encaminhar para internação
hospitalar.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
IDENTIFICAR DISENTERIA E/OU OUTRAS PATOLOGIAS ASSOCIADAS À DIARREIA

2- PERGUNTAR QUANDO INICIOU A DIARREIA


Se tiver mais de 14 dias de evolução:
a) Encaminhar o paciente para a unidade hospitalar se:
• menor que seis meses.
• apresentar sinais de desidratação. Neste caso, reidrate-o primeiro e em
seguida encaminhe-o a unidade hospitalar.
• Quando não houver condições de encaminhar para a unidade hospitalar, orientar o
responsável/acompanhante para administrar líquidos e manter a alimentação habitual
no domicílio.
b) Se o paciente não estiver com sinais de desidratação e nem for menor de
seis meses, encaminhar para consulta médica para investigação e tratamento.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
IDENTIFICAR DISENTERIA E/OU OUTRAS PATOLOGIAS ASSOCIADAS À DIARREIA

3- OBSERVAR SE TEM DESNUTRIÇÃO GRAVE


Se a criança estiver com desnutrição grave (utilizar para diagnóstico a
Caderneta de Saúde da Criança do Ministério da Saúde):
• Em caso de desidratação, iniciar a reidratação e encaminhar o
paciente para o serviço de saúde.
• Entregar ao paciente ou responsável envelopes de SRO em quantidade
suficiente e recomendar que continue a hidratação até que chegue ao
serviço de saúde.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
IDENTIFICAR DISENTERIA E/OU OUTRAS PATOLOGIAS ASSOCIADAS À DIARREIA

4- VERIFICAR A TEMPERATURA
Se o paciente estiver, além da diarreia, com a temperatura de 39°C ou mais: investigar e
tratar outras possíveis causas, por exemplo, pneumonia, otite, amigdalite, faringite,
infecção urinária.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012

23° MAAv - PMMB


USO DE MEDICAMENTOS

PACIENTES COM DIARREIA


• Antibióticos: devem ser usados somente para casos de diarreia com
sangue (disenteria) e comprometimento do estado geral ou em casos de
cólera grave. Em outras condições, os antibióticos são ineficazes e não
devem ser prescritos.
• Antiparasitários: devem ser usados somente para:
• Amebíase, quando o tratamento de disenteria por Shigella sp fracassar, ou
em casos em que se identificam nas fezes trofozoítos de Entamoeba
histolytica englobando hemácias.
• Giardíase, quando a diarreia durar 14 dias ou mais, se identificarem cistos
ou trofozoítos nas fezes ou no aspirado intestinal.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
Reposição de Zinco

• De acordo com a OMS deve ser usado em menores de cinco anos,


durante 10 a 14 dias, sendo iniciado a partir do momento da
caracterização da diarreia.
• A dose para maiores de seis meses é de 20mg por dia e 10mg para os
primeiros 6 meses de vida.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012

23° MAAv - PMMB


3. Gastroenterites
ALIMENTAÇÃO EM CRIANÇAS COM GASTROENTERITE:
• As crianças devem continuar a ser alimentadas com
uma dieta apropriada para a idade, desde que
tolerada;
• Lactentes devem ser mantidos em amamentação;
• Não é necessário diluir fórmulas lácteas ou oferecer
dieta livre de lactose, a não ser em casos de
intolerância ou alergia ;
• Recomendam-se mamadas mais frequentes

Canadian Paediatric Society. Paediatr Child Health. 2006;11:527-531.


King CK et al. MMWR Recomm Rep. 2003;52:1-16.

23° MAAv - PMMB


3. Gastroenterites
CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES GERAIS:
• Investigação ou tratamento empírico para causas bacterianas ou parasitárias
também podem ser indicados se os sintomas forem prolongados ou
reaparecem após período de remissão;
• Lavagem frequente das mãos é importante para reduzir a transmissão;
• Recomenda-se desinfecção de superfícies contaminadas com cloro alvejante
de uso doméstico ou outros produtos de limpeza, e lavagem de roupa suja e
roupa de cama;
• Evitar alimentos ou fontes de água que possam ser as possíveis fontes de
contaminação;
• Bebidas tais como refrigerantes, sucos de fruta industrializados e líquidos
altamente açucarados devem ser evitadas durante o episódio;
• Os pacientes devem ser alertados sobre possíveis complicações e em quais
situações deve-se procurar atendimento em unidade de urgência.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
4. CEFALEIA

23° MAAv - PMMB


Caso clínico
ACRS, 26 anos, feminina, mudou-se recentemente para a área de
abrangência da sua UBS. Procura o acolhimento da unidade com queixa
de cefaleia há 8 horas, de moderada intensidade, hemicraniana à
direita, acompanhada de fotofobia, fonofobia, náuseas e vômitos. Tem
crises semelhantes, 1 a 2 vezes por semana (exceto no período
perimenstrual, quando tem crises diárias), desde os 15 anos de idade.
Não fuma, não bebe, não usa drogas. Mora com os pais e um irmão de
23 anos. Refere que sua mãe tem o mesmo quadro e ambas procuram
atendimento médico apenas nos momentos da crise, geralmente no
pronto-socorro da cidade onde moravam. O exame clínico é normal.

23° MAAv - PMMB


Caso clínico
PERGUNTAS:
1. Qual a principal hipótese diagnóstica?
2. Qual o manejo farmacológico agudo, a longo prazo e as medidas
não farmacológicas?

23° MAAv - PMMB


4. Cefaleia

• A cefaleia é um dos sintomas mais frequentes atendidos pelas


equipes da atenção primária.
• A causa mais comum é a do tipo primária, principalmente a cefaleia
tensional, responsável pela maioria dos casos, seguida pelas cefaleias
tipo migrânea (enxaqueca) e as causadas por infecções sistêmicas
agudas, tais como a gripe.
• Menos de 1% dos casos a cefaleia está associada a doenças
intracranianas graves como tumores ou infecções cerebrais.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012

23° MAAv - PMMB


Cefaleia tensional

• Características:
• Dor de qualidade não pulsátil, em aperto ou pressão, geralmente
bilateral, de intensidade leve a moderada e que não piora com
atividade física rotineira.
• Pode durar minutos, horas ou permanecer constante durante dias.
• A presença de sintomas associados à dor, tais como fotofobia,
náuseas e vômitos, é rara.
• Não é associada a sintomas premonitórios ou aura.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012

23° MAAv - PMMB


Migrânea (Enxaqueca)

1. Migrânea sem aura: conhecida como a enxaqueca comum, em que


a dor costuma apresentar duração, características e fenômenos
associados típicos, porém não é acompanhada de sintomas ou
sinais neurológicos focais transitórios, como ocorre na migrânea
com aura.
2. Migrânea com aura: presentes os sintomas neurológicos focais que
se instalam de forma gradual, geralmente em 5 a 20 minutos,
durando 60 minutos ou menos, ocorrendo, na maioria das vezes,
antes da fase de dor.
• Os sintomas mais comuns são os fenômenos visuais positivos (cintilações,
linhas em zigue-zague) e ou negativos (estocomas), seguidos por
hemiparestesias e por disfasia.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
Migrânea (Enxaqueca)

• Diagnóstico: Na maior parte dos casos a anamnese é fundamentel para o


diagnóstico.
• TIPO DE CRISE: as cefaleias primárias tais como a migrânea e a tensional costumam
ser cronicamente recorrentes, seguindo sempre um mesmo padrão nos episódios
de exarcebação.
• Uma mudança nesse padrão deve alertar a possibilidade de alguma patologia
estrutural intracraniana subjacente.
• LOCALIZAÇÃO: a cefaleia tipo tensional é habitualmente generalizada, descrita na
maioria dos casos como uma dor em aperto ou “como uma faixa em torno da
cabeça”. Na migrânea é mais comum a dor unilateral, como já descrito
anteriormente.
• INTENSIDADE DA DOR: é importante na classificação do tipo de cefaleia e, por isso,
para o tratamento mais adequado. (Escala de DOR para quantificar)

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
Migrânea (Enxaqueca)

• MODIFICAÇÃO COM ATIVIDADES ROTINEIRAS: dor da migrânea costuma


ser pulsátil e piorar com atividade física rotineira, enquanto a cefaleia tipo
tensional não piora, na maioria dos casos.
• HORÁRIO DE INÍCIO: as crises de migrânea podem ocorrer em qualquer
hora do dia, mas ocorrem mais no início da manhã ou pela madrugada,
acordando o paciente. Já a crise de cefaleia tensional tem início no período
da tarde, durando até a noite, sem acordar o paciente.
• FENÔMENOS ASSOCIADOS: podem estar presentes fatores associados ao
desencadeamento da crise de migrânea, tais como: estresse, insônia ou
hipersonia, estímulos sensoriais, ingestão de alimentos gordurosos,
menstruação e esforço físico. No caso da cefaleia tipo tensional, o estresse
pode estar associado.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
Migrânea (Enxaqueca)
• SINTOMAS ASSOCIADOS: nas crises de migrânea, é muito comum encontrar
náuseas, vômitos, fotofobia e fonofobia. Caso ocorram vômitos em jato, sem
náuseas, pode ser um caso de hipertensão intracraniana qualquer que seja a
etiologia. Nos processos infecciosos do sistema nervoso central, temos náuseas,
vômitos, fotofobia e irritabilidade.
• FATORES DE MELHORA: na migrânea e nas cefaleias que têm como mecanismo
fisiopatogênico uma dilatação das artérias cranianas, todos os procedimentos
que diminuem o aporte de sangue para o segmento cefálico (escalda-pés,
compressão digital da artéria carótida externa ou da temporal superficial,
aposição de gelo no local da dor) melhoram a intensidade da dor.
• FATORES DE PIORA: a dor da migrânea acentua-se com os esforços físicos, o
balanceio brusco da cabeça, o pisar forte, bem como com quaisquer
procedimentos que aumentem o fluxo sanguíneo cerebral, o que acontece
também nas cefaleias que têm como causa um aumento da pressão
intracraniana.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
Migrânea (Enxaqueca)

• INFLUÊNCIA HORMONAL: nas pacientes do sexo feminino, as crises de migrânea


habitualmentese iniciam na puberdade, só ocorrem ou são mais intensas nas fases
menstruais, podem se agravar com o uso de anticoncepcionais orais e de reposição
hormonal e melhoram ou mesmo desaparecem com a gravidez.
• ANTECEDENTES PESSOAIS: na migrânea encontra-se história pregressa de vômitos
cíclicos quando criança, vertigem paroxística benigna e enjoo de viagem. Crises
convulsivas, principalmente se ocorrendo durante esforço físico ou cefaleias abruptas
mal diagnosticadas, sugerem a presença de uma malformação vascular intracraniana. A
existência de traumas cranianos, da coluna cervical ou do pescoço é a chave para o
diagnóstico das várias formas clínicas das cefaleias pós-traumáticas. Antecedentes de
infecção sinusal ou do ouvido podem levar à suspeição de uma tromboflebite de veias ou
seios venosos encefálicos ou de abscesso cerebral. Por fim, os hábitos de vida,
alimentares e higiênico-dietéticos devem ser pesquisados, pois podem permitir o correto
diagnóstico.
• ANTECEDENTES FAMILIARES: a história familiar de cefaleia é referida por cerca de 70%
dos casos de migrânea, percentual que chega a 100% quando se trata de migrânea
hemiplégica familiar.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
Migrânea (Enxaqueca)

• Pressão arterial
• Frequência cardíaca
• Frequência respiratória
• Dilatação da pupila
• Lacrimejamento
• Sudorese
• Exame neurológico (priorização da realização de um exame de fundo
de olho, pesquisa de rigidez de nuca e um exame da integridade dos
pares cranianos e dos sistemas motor e sensorial)
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
Migrânea (Enxaqueca)

Tratamento das crises agudas de cefaleia


• Medidas Não farmacológicas

• Recomendações Gerais
1. Evitar os fatores desencadeantes, realizar atividade física e ter adequado padrão
de sono;
2. Abordagem compreensiva e individualizada;
3. Educação e orientação do paciente e/ou familiares quanto à natureza do
diagnóstico e ao automanejo da crise;
4. Diário para o registro das crises deve ser encorajada;
5. Técnicas alternativas(acupuntura, técnicas de relaxamento, biofeedback,
psicoterapia) e homeopatia;

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
Migrânea (Enxaqueca)
Tratamento das crises agudas de cefaleia
• Medidas farmacológicas
• No tratamento farmacológico, deve ser levado em consideração a
eficácia, os efeitos adversos, a terapêutica prévia e as
contraindicações, assim como a intensidade e frequência das crises, a
presença de sintomas e sinais associados e o tempo necessário para
que o medicamento atinja a eficácia máxima.
• Ver na farmácia da UBS (ver Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais – RENAME ou Relação Municipal de Medicamentos
Essenciais –REMUME), para garantir o tratamento.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
4. Cefaleia
Quando encaminhar?

23° MAAv - PMMB


Migrânea (Enxaqueca)

Tratamento das crises agudas de cefaleia


• Medidas farmacológicas

Se náuseas
associadas...

23° MAAv - PMMB


Migrânea (Enxaqueca)

Tratamento das crises agudas de cefaleia


• Medidas farmacológicas

23° MAAv - PMMB


Migrânea (Enxaqueca)
Tratamento das crises agudas de cefaleia
• Medidas farmacológicas

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


Migrânea (Enxaqueca)
• Sinais de alerta do paciente com queixa de cefaleia

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


5. Dor Lombar

23° MAAv - PMMB


Caso clínico
ACRR, feminina, 42 anos, empregada doméstica desde os 15, queixa-se de dor
lombar há 2 meses. Nega irradiação para a perna. Já teve outros episódios antes,
mas diz que desta vez está pior. Quando questionada se relaciona ao trabalho nega
e conta que não saberia por que está tendo dor se exerce a mesma profissão há
quase 30 anos e nunca passou por este tipo de problema. Diz que está um pouco
cansada do trabalho e da patroa com a qual trabalha há 3 anos e tem carteira
assinada. A patroa se separou do marido há 6 meses e, desde então, as relações no
trabalho pioraram. É casada com Pedro, eletricista, com quem 2 filhos
adolescentes, João Pedro e Cauã. Descobriu que o mais velho, João Pedro, tem
saído com os amigos e começado a beber, o que está a preocupando, porém, é
bom aluno e não é agressivo. O marido já abusou do álcool, mas agora bebe
socialmente. Diz que vivem bem com os "problemas de qualquer casal". Sente-se
muito cansada por ter que fazer tudo sozinha como limpar a casa e fazer a janta
quando chega do trabalho. Já usou paracetamol com melhora parcial. Tem como
outros problemas de saúde tabagismo e histerectomia há 2 anos por mioma.

23° MAAv - PMMB


Caso clínico
PERGUNTAS:
1. Qual o diagnóstico presumível?
2. Você solicitaria exames complementares?
3. Que orientações não farmacológicas seriam importantes?
4. Como seria sua prescrição medicamentosa?

23° MAAv - PMMB


5. Lombalgia
• Causa comum de procura por atendimento;
• Segunda maior causa de ausência laboral;
• 70 – 80% da população terão ao menos um episódios ao longo da
vida;

23° MAAv - PMMB


5. Lombalgia
• Fatores de risco:
• Empregos que dependem de atividade física vigorosa;
• Movimentos repetitivos;
• Exposição à vibração;
• Posturas estáticas prolongadas;
• Idade > 55 anos;
• Tabagismo;
• Obesidade;
• Psicossociais (insatisfação no trabalho, ansiedade, depressão, estresse
excessivo, disfunção cognitiva)

23° MAAv - PMMB


5. Lombagia
• Classificação:

1. Aguda: < 6 semanas de evolução;


2. Subaguda: 6 – 12 semanas de duração;
3. Crônica: > 12 semanas de duração.

23° MAAv - PMMB


5. Lombalgia
• Etiologia e fisiopatologia: Normalmente teremos a dor lombar
inespecífica (80% dos casos). Nos casos específicos há um evento
desencadeante (trauma, movimento específico).

• No caso de tumores teremos um início insidioso e dor noturna;


• No caso de HDL e inflamatórias dor mais intensa pela manhã;
• Lombalgias degenerativas terão piora maior no final da tarde.

23° MAAv - PMMB


5. Lombalgia
• ORIGENS DA DOR LOMBAR

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
5. Lombalgia
• ABORDAGEM INICIAL:

• Identificar as causas das lombalgias que necessitam de tratamento específico;


• Checar diagnósticos diferencias;
• Identificar possíveis déficits neurológicos.

23° MAAv - PMMB


5. Lombalgia
Exame físico (inspeção, palpação, avaliação neuromuscular)
• Inspeção – curvatura da coluna (lordose, cifose, escoliose), amplitude de
movimento (teste de Schöber), movimentos que provocam dor, limitações
funcionais, posição antálgica, diferença de comprimento dos MMII, vícios de
postura.
• Palpação – musculatura paraespinhal, processos espinhosos, articulações
sacroilíacas, posição dos ossos pélvicos (deformidades da pelve?).
• Avaliação neuromuscular – reflexo patelar, aquileu, flexão do tornozelo e
hálux, força muscular, sensibilidade (lateral, medial e dorsal do pé), Lasègue
(com o paciente deitado, eleva-se a perna esticada até um angulo de 60°; dor
antes de se elevar ao ângulo de 60° indica acometimento do nervo ciático),
exame motor (caminhar sobre os calcanhares e ponta dos pés).
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
5. Lombalgia
• Exames iniciais

• Raio X de coluna lombossacra em PA e perfil deve ser solicitado se


houver a suspeita de tumor, trauma ou infecção, ou idade < 20 ou >
50 ou se a dor estiver presente por mais de dois meses sem melhora
com o tratamento.
• Hemograma, bioquímica, urinocultura, de acordo com a suspeita.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012

23° MAAv - PMMB


5. Lombalgia
• Tomografia e RNM, geralmente não são necessárias na avaliação primária.
• Manejo do paciente.
• Objetivos do tratamento.
• Melhorar a dor.
• Restauração dos movimentos e atividades diárias.
• Prevenção de recorrências.
• Repouso (geralmente, apenas por alguns dias).
• Para a maioria dos pacientes, a melhor recomendação é um retorno lento e gradual as suas
atividades normais, sem repouso no leito ou exercícios na fase aguda. Essa orientação acelera
a recuperação, mas se deve respeitar a tolerância de cada indivíduo
• Alívio à dor.
• Aines, AAS, paracetamol.
• Limitar o uso de opioides apenas para a fase aguda nos casos de dor extrema.
• Relaxantes musculares (diazepan, tizanidina, ciclobenzaprina etc.).

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
5. Lombalgia
Medicamentos utilizados para o tratamento da dor lombar

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012

23° MAAv - PMMB


5.Lombalgia
• SINAIS DE ALERTA

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


5. Lombalgia

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012

23° MAAv - PMMB


5. Lombalgia
ORIENTAÇÕES GERAIS:
• Retornar para reavaliação com duas e quatro semanas realizando
exame físico direcionado ao exame de coluna em cada visita;
• Cirurgia para hérnia de disco geralmente não é indicada. Na maioria
das vezes os pacientes melhoram com tratamento conservador.
• Orientação postural, principalmente para as principais atividades do
dia, como dormir (altura do travesseiro), levantar da cama, sentar,
pegar peso e nas ações de limpeza como varrer, passar roupa etc.

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


5. Lombalgia
ORIENTAÇÕES GERAIS:
• Incentivar a participação em grupos de atividade física ou grupos de
práticas integrativas;
• Conversar sobre os riscos de efeitos adversos decorrentes do uso
contínuo de Aines, oferecer alternativas;
• Se houver suspeita que a dor esteja associada à condições/atribuições
do trabalho encaminhar para serviço de referência de Saúde do
Trabalhador do município/região.

23° MAAv - PMMB


6. ASMA

23° MAAv - PMMB


Caso clínico
MMC, 7 anos, trazido à unidade pela mãe, referindo que a criança acordou à noite com
tosse e com a respiração mais rápida - "ofegante“. Quando questionada, referiu que o filho
já teve crises semelhates e melhorou com uma “bombinha” que serve para “dilatar os
brônquios". Ultimamente, tem precisado fazer essa medicação mais ou menos quatro
vezes por semana, tem faltado à aula por causa da tosse e da falta de ar e, muitas vezes,
não consegue acompanhar os amigos nas brincadeiras. Relata que faz a medicação
inalatória sempre que percebe a respiração rápida ou o chiado no peito, ou quando
observa que a tosse não cessa com xaropes caseiros. Costuma fazer 1 jato de 4/4 h e não
segue um plano de ação escrito. Refere que sente medo em usar a medicação na dose
prescrita, pois acha que o menino pode "acabar viciando", ou prejudicar o seu coração.
Nega febre ou outra sintomatologia. As vacinas estão em dia. Na história pregressa, consta
que o menino nasceu a termo, sem intercorrências, foi amamentado por apenas dois
meses, apresentou algumas alergias de pele quando bebê e infecções respiratórias virais
sem complicações. Nega internações prévias. Em relação à história familiar, o pai do
menino teve asma na infância, e ambos, pai e mãe, são fumantes. No exame físico, a
criança apresenta-se ativa, eupneica, com tosse seca eventual e discreta sibilância durante
a ausculta pulmonar forçando a expiração.

23° MAAv - PMMB


Caso clínico
• Perguntas:
1. Qual o diagnóstico presumível?
2. Esse quadro de asma está controlado? Por quê?
3. Como você classificaria esse quadro de asma?
4. Qual o manejo adequado e orinetações?

23° MAAv - PMMB


6. Asma
“Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual
muitas células e elementos celulares têm participação. A inflamação
crônica está associada à hiperresponsividade das vias aéreas, que leva
a episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse,
particularmente à noite ou no início da manhã. Esses episódios são
uma consequência da obstrução ao fluxo aéreo intrapulmonar
generalizada e variável, reversível espontaneamente ou com
tratamento.”
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma - 2012

23° MAAv - PMMB


6. Asma
DIAGNÓSTICO
São indicativos de asma um ou mais dos sintomas:
• Dispneia.
• Tosse crônica.
• Sibilância.
• Aperto no peito ou desconforto torácico, particularmente à noite ou nas primeiras
horas da manhã.
• Melhora espontânea ou pelo uso de medicações específicas para asma
(broncodilatadores, anti-inflamatórios esteroides).
• Três ou mais episódios de sibilância no último ano.
• Variabilidade sazonal dos sintomas e história familiar positiva para asma ou atopia.
• Diagnósticos alternativos excluídos.

Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


23° MAAv - PMMB
6. Asma

DESENCADEAMENTO DE CRISES (“triggers”):


• Infecção viral (rinovírus, influenza, vírus sincicial respiratório).
• Alérgenos (poeira, ácaros, pólen, pelo de animais, entre outros).
• Fumaça de cigarro.
• Irritantes químicos e poluição ambiental.
• Mudanças climáticas.
• Exercícios físicos vigorosos.
• Medicamentos (anti-inflamatórios não esteroides e betabloqueadores).
• Estresse emocional.
Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012
23° MAAv - PMMB
6. Asma
Classificação da intensidade da exacerbação da asma – criança e adulto

*FR (parâmetros)

AO LADO

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


6. Asma
Tratamento da exacerbação:
• Os pacientes com asma persistente que estão bem controlados com o
uso da medicação como corticóide inalatório possuem risco
diminuído de exacerbações.
• Infecção respiratória causa comum de exacerbação.
• Maioria das exacerbações pode ser tratada na Unidade de Saúde.

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


6. Asma
Fatores de risco para exacerbações

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


6. Asma -
Manejo

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


6. Asma –
Manejo

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


6. Asma
• A combinação de duas drogas broncodilatadoras (beta-agonista de ação rápida e
brometo de ipratrópio) potencializa o efeito da broncodilatação, diminui o número de
hospitalizações e melhora a função pulmonar (PFE e VEF1).
• Devido à toxicidade e efetividade, as xantinas têm papel restrito no tratamento de
asma, com efeitos colaterais potencialmente fatais.
• Os corticoides sistêmicos aumentam a velocidade de alívio dos sintomas, especialmente
se:
• O tratamento inicial com β2 de curta duração falhar.
• O paciente já usa corticoide sistêmico.
• Houve necessidade de corticoide sistêmico em exacerbação prévia.
• Os corticoides por via oral são tão efetivos quanto por via endovenosa, além de ser uma
via menos invasiva e mais barata.

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


6. Asma
Dose habitual das medicações para tratamento de exacerbações da
asma em adultos

23° MAAv - PMMB Cadernos de Atenção Básica, n. 28, Volume II - 2012


Asma
Uso do medidor de pico de fluxo expiratório (Peak Flow)
• Evidências demonstram que a gravidade da crise asmática é mais
fidedignamente diagnosticada pelo desfecho, após introdução de
medicamento abortivo da crise, do que pela apresentação clínica
inicial.
• Resposta imediata funcional aos broncodilatadores inalados constitui-
se em parâmetro prognóstico.
• Os pacientes que não atingem 45% do previsto do pico de fluxo
expiratório (PFE), após a administração de 5mg a 10mg de salbutamol
por nebulização, constituem um grupo de pior prognóstico que, em
geral, necessita de internação hospitalar.

23° MAAv - PMMB


Asma
Manejo ao paciente nas unidades que possuem medidor de pico de fluxo

23° MAAv - PMMB


Asma
Como usar o Peak Flow (medidor de pico de fluxo)
• Certifique-se de que o “contador” está “zerado”.
• Coloque o paciente sentado.
• Solicite que o paciente inspire o mais profundamente possível.
• Oriente-o a colocar o medidor na boca e apertar a boquilha com os lábios e obstruir
as narinas com os dedos de uma das mãos evitando o escape do ar.
• Oriente-o a soprar o mais forte e rapidamente possível.
• Anote o valor obtido.
• Repita o processo mais duas vezes e aponte o valor mais elevado no seu registro (os
três valores obtidos devem ser similares).
• Cumpra as indicações de limpeza do aparelho para garantir a precisão das leituras
futuras.

23° MAAv - PMMB


6. Asma – Peak flow
Passo a passo do cálculo para a avaliação da exacerbação da asma
• Obtenha o resultado das três medidas do pico de fluxo expiratório,
conforme descrito acima.
• Analise, de acordo com o gráfico abaixo, a idade e o valor do peso
de acordo com o sexo.
• Divida o valor obtido (1) pelo encontrado no gráfico e multiplique por
100 e considere o maior resultado obtido.

23° MAAv - PMMB


6. Asma
Valores normais para interpretação do PFE

23° MAAv - PMMB


6. Asma
QUANDO ENCAMINHAR?
A presença de pelo menos um dos seguintes achados abaixo indica a
necessidade de encaminhamento da criança ou do adulto com asma
exacerbada para um hospital:
• Asma grave ou muito grave.
• Sem resposta ou persistência da taquipneia apesar de três administrações de
β2 – agonista dentro de 1h-2h.
• Apoio familiar não favorável ao tratamento domiciliar da criança com quadro
agudo.

23° MAAv - PMMB


Obrigado (a)!
Nome:
E-mail:
Tel.:
23° MAAv - PMMB

Você também pode gostar