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Infectologia
Covid-19 e o risco de
reinfecção
Relatos
Amorim et al., (2021) relataram 4 casos de
novas infecções por novas variantes SARS-
Cov-2 entre profissionais de saúde (3
enfermeiras e 1 staff) ocorrido no Hospital das
Clínicas, na cidade de Campinas, SP, Brasil.
Os pacientes eram mulheres, entre 40 a 61
anos, com infecção inicial e sintomas leves
entre 5 de abril a 10 de maio de 2020, com
duração de 10 a 23 dias, sem necessidade de
internação. Após a resolução dos sintomas do
primeiro episódio, as profissionais de saúde
apresentaram testes molecular negativo para
SARS-CoV-2 e sorologia negativa (IgM/IgG).
As novas infecções ocorreram entre 55 a 170
dias após o primeiro episódio da doença, com
duração de 9 a 23 dias. Não houve alteração
nos cuidados e uso de equipamento de
proteção individual (EPIs). As partículas virais
foram detectadas a partir da secreção nasal
por qRT-PCR durante os dois episódios da
doença, e também isoladas com cultura de
células Vero. Os vírions foram caracterizados
por sequenciamento genómico e comparados,
com observação de mutações que
diferenciavam os vírus infectantes nos
diferentes episódios da doença. Três estirpes
pertenciam a linhagem B.1.1.28 e uma a
linhagem B.1.1.33., as quais estavam em
circulação em território brasileiro desde março
de 2020, e apresentavam a mutação D614G
na glicoproteína da espícula, a qual está
associada com maior taxa de replicação viral
e susceptibilidade do vírus à neutralização por
anticorpos. As recentemente descritas
variantes de SARS-CoV-2, B.1.1.7, B.1.351 e
P.1., tem também sido associadas com novas
infecções e quadros de Covid-19, em muitos
dos casos com maior gravidade e pior
prognóstico.
Estudo recente
Em um estudo publicado na The Lancet
Respiratory Medicine, Letizia et al. (2021)
avaliaram o risco de novas infecções por
SARS-CoV-2 entre 3076 adultos jovens
marinheiros (18 a 20 anos), sem
comorbidades, que apresentavam variações
quanto ao status sorológico para IgG após o
primeiro episódio de Covid-19. Os militares
foram acompanhados por 6 semanas, em um
ambiente exclusivo e recluso sem contato com
outras populações, após um período inicial de
14 dias de quarentena, com monitoramento
inicial por sorologia e teste molecular de RT-
PCR para SARS-CoV-2 (semanas 0 e 1) a
partir de secreção nasal, e em seguida nas
semanas 2, 4 e 6. As conclusões do estudo
incluíram aspectos relevantes para direcionar
os próximos passos no combate a pandemia
de Covid-19, como:
Conclusão
Com base nesses achados e outros estudos
semelhantes, e apesar da ausência de
definição sobre a melhor estratégia vacinal
para indivíduos que já tiveram a síndrome
Covid-19, novos recentes estudos indicam
que pacientes com infecção prévia que
receberam uma dose única de vacina mRNA
apresentam resposta imune robusta que
sobrepõe aqueles indivíduos que receberam
duas doses da mesma vacina e não tiveram
Covid-19 previamente. Propõe-se a vacinação
com dose única para os indivíduos com
sorologia positiva anti-SARS-CoV-2 (Letizia et
al., 2021; Velasco & Guijarro, 2021).
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Autor(a):
Rafael Duarte
M.D., PhD. ⦁ Médico ⦁
Microbiólogo ⦁ Professor
Associado / Lab. Micobactérias,
Depto. Microbiologia Médica,
Instituto de Microbiologia Paulo
de Góes, Centro de Ciências da
Saúde – Universidade Federal do Rio de Janeiro
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Rafael Duarte
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reinfecção
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