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FACULDADE DE MEDICINA

QUESTÃO CENTRAL

DOCENTE: DR. JAMES VENTURINI


DISCENTE: FRANCIS MERY DE LEÃO
PRÁTICA DE PESQUISA CLÍNICA
TURMA: LI
Campo Grande, 2 de março de 2022
Um surto de pneumonia atípica aguda adquirida na comunidade de etiologia
desconhecida foi relatado em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. O conjunto
inicial de casos estava relacionado ao mercado atacadista de frutos do mar de
Huanan, onde também eram vendidos animais de caça selvagens. Durante a
investigação, o coronavírus 2 causador de síndrome respiratória aguda grave
(SARS-CoV-2) foi detectado em 33 das 585 amostras ambientais retiradas do
mercado. Desde então, o vírus, com alto potencial contagioso, causou uma
pandemia que, de acordo com Kai-Wang et al (2021), se não fosse pelo manejo
moderno médico e pelas vacinas, a gravidade da pandemia causada pela Covid 19
poderia aproximar-se da magnitude da peste bubônica, em 1894 (50 milhões de
mortes). No Brasil, a vacinação está ocorrendo há mais de um ano e neste trabalho,
apontaremos como a vacinação em massa ajudou os indivíduos vacinados a terem
sintomas mais brandos, quando têm uma infecção de ruptura; também mostraremos
como a maior parte dos pais está disposta a vacinar seus filhos e como a vacinação
diminuiu o número de UTI’s ocupadas para Covid.
Maragakis et. al (2021) explicam que uma infecção de ruptura de uma vacina
é uma infecção com um vírus, bactéria após ter sido vacinado. No caso das
infecções de ruptura por coronavírus, os autores afirmam que elas podem causar
sintomas leves ou moderados, mas as chances de desenvolvimento de COVID-19
grave são muito baixas, especialmente para pessoas que não têm uma condição
crônica de saúde. Os autores, que são norte-americanos, ainda defendem que as
vacinas contra a COVID-19 são muito eficazes para evitar hospitalizações ou morte
devido ao coronavírus.
E não é somente nos EUA que a vacinação é eficaz para evitar
hospitalizações, em um estudo realizado sobre o impacto da vacina na cidade de
Ponte Nova, na Zona da Mata Mineira, Fabri (2021) mostrou que após cinco meses
do início da campanha de vacinação, em junho de 2021, já havia mais 90% de
vacinados com mais 60 anos imunizados com a primeira dose, e com isso, houve
queda nas hospitalizações por Covid 19 e diminuição nos casos graves nas pessoas
mais velhas.
Essa diminuição do número de UTI’s para Covid não ocorreu somente na
cidade de Ponte Nova, mas, de acordo com Santos et al. (2021), a vacinação em
massa teve, como um dos resultados, a diminuição das internações em UTI’s, que
em dezembro de 2021, nenhum estado brasileiro apresentava mais de 80% dos
leitos de UTI para Covid ocupados, e isso não ocorria desde outubro de 2020.
O instituto Fiocruz realizou um estudo de forma online pela, o VacinaKids,
entre 17/11 e 14/12/2021, que avaliou a intenção dos pais de vacinarem seus filhos
contra a Covid 19 e mais de 80% deles mostraram-se favoráveis a essa vacinação.
A hesitação maior (16,4%), segundo aponta os dados do estudo, foram entre os
pais de crianças entre 0 e 4 anos e entre os pais de adolescentes, que chegou a
14,9%. Esse alto percentual de hesitação está associado a algumas crenças,
segundo aponta a coordenadora do estudo Danielle Moore (2021): medo de reações
adversas, acreditam que imunidade natural é melhor que a vacina, temem que a
vacina ainda não é segura, acreditam que crianças não contraem Covid grave,
dentre outros.
Desse modo, após pouco mais de um ano do início da vacinação no Brasil,
já podemos notar os efeitos positivos que a vacinação em massa produz. Neste
trabalho citamos apenas três, entretanto são dados que refletem a importância
dessa vacinação, uma vez que os indivíduos já vacinados, mesmo que tenham uma
infecção de ruptura por Covid, os sintomas serão mais brandos e as chances de
hospitalização serão menores, e isso também refletiu na diminuição do número de
UTI’s para Covid ocupados pelo Brasil. Uma vez que a vacina mostrou-se segura
também para as crianças, a pesquisa realizada pela Fiocruz mostrou que 80% dos
pais estão dispostos a vacinar seus filhos, esse é um número expressivo, mas que
ainda pode melhorar, de acordo com a coordenadora do estudo, Danielle Moore,
uma vez que ainda há muitos receios relacionados à aplicação da vacina em
crianças de 0-4 anos, entretanto ela afirma que as campanhas midiáticas podem
ajudar a essa conscientização dos pais. Assim, a vacinação mostra-se uma forma
muito eficaz para ajudar a diminuir os danos causados pela Covid.

REFERÊNCIAS

FABRI, N., RODRIGUES, V. Covid-19. Evolução epidemiológica e o impacto da


vacinação em um município da Zona da Mata Mineira. Revista Saúde Dinâmica, vol.
9, núm.3, 2021. Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga.

KAI-WANG TO, K. et al. Lessons learned 1 year after SARS-CoV-2 emergence


leading to COVID-19 pandemic. Emerging microbes & infections vol. 10,1 (507-
535), dez., 2021. Disponível em:< https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33666147/>

KELEN, G., MARAGAKIS, L. Breakthrough Infections: Coronavirus After


Vaccination. John Hopkins Medicine, 23 de novembro de 2021. Disponível
em:<https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-
diseases/coronavirus/breakthrough-infections-coronavirus-after-vaccination>.
Acesso em: 26 fev. 2022.

LIMA, E. Covid-19: IFF/Fiocruz divulga resultados do estudo VacinaKids. Instituto


Fernandes Figueira, segunda, 17 de janeiro de 2022. Disponível em:
<http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/820-vacinakids-covid-19>. Acesso
em: 26 fev. 2022.

SANTOS, I.; VILLAR, D.; ARAÚJO, T.; ROCHA, M. Vacinação COVID-19:


importância, eficácia e relação com idosos. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE
ENVELHECIMENTO HUMANO, VIII, Campina Grande, 2021. Anais. Campina
Grande: Editora Realize, 2021.

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