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Transcrição aula 1.

3 –
Pneumonia – Tratamento e Profilaxia

O objetivo deste vídeo é apresentar o tratamento e profilaxia da pneumonia.

Começamos com uma questão: Qual a primeira linha de


antibioticoterapia na pneumonia adquirida na comunidade, em paciente
previamente hígido?

O tratamento antimicrobiano da PAC é empírico e deve ser instituído, o mais


precocemente possível, tanto em adultos como em crianças, pelo risco de
agravamento da doença e aumento da mortalidade em 30 dias. Este tratamento não
deve estar na dependência de exames complementares, devendo ser iniciado
ambulatorialmente, onde é feita a classificação de gravidade para definir o local onde
o indivíduo irá realizar o tratamento, conforme Escore CRB-65. Lembrando desse
escore... C= presença de confusão mental nova, R=frequência respiratória maior ou
igual a 30 irpm, B=pressão arterial sistólica menor que 90mmHg e/ou diastólica menor
ou igual a 60mmHg, e 65=idade superior a 65 anos. A condição social e a presença de
apoio domiciliar devem ser considerados na tomada de decisão do local de
tratamento.

De acordo com a pontuação recebida pelo Escore CRB-65, pacientes com


pontuação = a 0 ou 1, devem receber o tratamento a nível domiciliar. Pacientes com
escores =2, devem ser encaminhados para tratamento hospitalar e pacientes com
pontuação= 3 ou 4, devem ser encaminhados para internação hospitalar, com possível
necessidade de tratamento em unidade de tratamento intensivo.

A escolha do antibiótico depende do agente microbiano mais incidente por


faixa etária e presença de comorbidades. Em PAC leve a moderada, a
antibioticoterapia deve ter duração de 5 a 7 dias, não havendo beneficio em prolongá-
lo. A posologia dos principais antimicrobianos para tratamento ambulatorial de
pneumonia em adultos, conforme o Ministério da Saúde (CAB Demanda espontânea,
2013) são:

Todo paciente tratado para PAC à nível ambulatorial necessita ser reavaliado
em 48 a 72 horas. Quando houver piora rápida do quadro em 24 horas ou resposta
clínica insatisfatória após sete dias, o paciente necessita receber meticulosa
reavaliação.
Cuidados gerais: É recomendado orientar repouso, hidratação adequada,
antitérmico se febre e cessação de tabagismo.

Vacinas pneumocócicas: O Ministério da Saúde disponibiliza duas vacinas


pneumocócicas: vacina pneumocócica 10-valente e vacina pneumocócica 23-valente.
Previnem contra infecções invasivas pelo pneumococo, como meningite e sepses.

A vacina pneumocócica 10-valente (Pnc10) é indicada para crianças a partir dos


2 meses de idade e está incluída no calendário básico de vacinas.

A vacina pneumocócica 23-valente (Pn23) é usada a partir dos 2 anos de idade.


Essa vacina está Indicada para: população indígena; indivíduas com 60 anos ou mais,
não vacinados, que vivem acamados e/ou em instituições fechadas (casas geriátricas,
hospitais, unidades de acolhimento/asilos e casas de repouso); para indivíduos com
condições clinicas especiais, como: imunodeprimidos; algumas doenças crônicas,
transplantados, entre outras)

Vacina contra influenza: indicada para proteger contra o vírus influenza e


contra as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas
secundárias. A vacina é disponibilizada pelo Ministério da Saúde para: crianças de 6
meses a menores de 5 anos; gestantes e puérperas; trabalhadores de saúde;
indígenas; indivíduos com 60 anos ou mais de idade; população privada de liberdade;
funcionários do sistema prisional; portadores de doenças crônicas não transmissíveis;
portadores de condições especiais (algumas doenças crônicas, obesos, transplantados,
imunossupressão e trissomias).

Voltando a questão inicial: Qual a primeira linha de


antibioticoterapia na pneumonia adquirida na comunidade, em paciente
previamente hígido?

Macrolídeos por 7 dias:

• Azitromicina 500 mg de 24/24 horas

• Claritromicina 500 mg de 12/12 horas

• Eritromicina 500 mg de 6/6 horas


Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Acolhimento à demanda espontânea : queixas mais comuns na Atenção
Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.

DUNCAN BB, Schimdt MI, Giugliani ER. Medicina ambulatorial: condutas clínicas na
atenção primária. Porto Alegre. Artes Médicas, 4ª ed., 2013.

Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípio,


formação e prática. Editora ArtMed, 2012.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual dos Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 4. ed. – Brasília: Ministério
da Saúde, 2014.

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