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PARADA

CARDIORRESPIRATÓRIA
Lucas F. Theotonio
Introdução
“A parada cardiorrespiratória caracteriza-se pela perda
completa da função cardíaca que ocorre subitamente
ou logo após o aparecimento de sintomas
inespecíficos”
Introdução
Tempo é Fundamental

4 min 10 min >10 min

• Os 4 primeiros minutos: “fase elétrica” – janela de oportunidade de


maior efetividade da desfibrilação.

• Entre 4 e 10 minutos: “fase hemodinâmica” – fim da reserva de O2.

• 10 minutos em diante: “fase metabólica” – acidose, disfunção e


morte celular.

Weisfeldt ML, Becker LB. Resuscitation after cardiac arrest: a 3-phase


time-sensitive model. JAMA 2002;288:3035-8.
Introdução
Tempo é Fundamental

Larsen MP, Eisenberg MS, Cummins R0, Hallstrom AP: Predicting survival from out-of-
hospital cardiac arrest: A graphic model. Ann Emerg Med November 1993;22:1652-1658.]
Introdução
Tempo é fundamental

N Engl J Med 2015;372:2316-25. DOI: 10.1056/NEJMoa1406038


Introdução
Abordagem da Parada Cardiorrespiratória

BLS ACLS
Abordagem da PCR

DESTAQUES da American Heart Association 2015


Atualização das Diretrizes de RCP e ACE
Vigilância e Prevenção
Vigilância e Prevenção – O Time de Resposta Rápida
Abordagem rápida e eficaz do paciente em piora clínica.
Prevenção da PCR Intra-Hospitalar.
Formado por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.
O time, normalmente, traz consigo equipamentos e
medicamentos para monitoramento de emergência e
ressuscitação.

TEMPO É
FUNDAMENTAL!
Vigilância e Prevenção
• Airway – TQT disfuncional, obstrução de via aérea, estridor.
1.

• Breathing – FR < 6 ipm, FR > 30 ipm, esforço ventilatório,


2. SpO2 < 90%.

• Circulation – FC < 40 bpm, FC > 140 bpm, PAS < 90 mmHg,


3. Débito urinário < 50 ml nas últimas 4 horas.

• Conscious State – Mudança abrupta do nível de consciência,


4. o paciente não desperta ao estímulo.

N Engl J Med 2011;365:139-46.


Vigilância e Prevenção

Maharaj et al. Critical Care (2015) 19:254


Efeito do Time de Resposta Rápida – Parada Cardiorrespiratória
Efeito do Time de Resposta Rápida - Mortalidade
Reconhecimento
Reconhecimento

Checar pulso e respiração por 5 a 10 s


Compressões Torácicas
Compressões Torácicas
Compressões Torácicas

100 a 120 compressões por minuto


5 a 6 cm de profundidade
Retorno completo do tórax
Compressões Torácicas

http://professional.heart.org/professional/General/UCM_468862_SS14-ReSS-Science.jsp
Compressões Torácicas
Compressões Torácicas
Compressões Torácicas

Taxa de compressão de pelo menos 60%


Qualidade da RCP
Desfibrilação
Desfibrilação

Defibrilar o mais precoce possível


200 Joules – Bifásico
360 Joules – Monofásico
Algoritmo ACLS
Abordagem da FV/TV
Drogas
Epinefrina 1 mg a cada 3 a 5 minutos
Amiodarona primeira dose 300 mg / Lidocaína 100 mg
Amiodarona segunda dose 150 mg / Lidocaína 100 mg
Sempre realizar um flush de 20 ml após administração
Abordagem da
AESP/Assistolia
Drogas
Epinefrina 1 mg a cada 3 a 5 minutos
Epinefrina na PCR

PRECOCE OU
TARDIA?
Epinefrina na PCR

BMJ 2014;348:g3028 doi: 10.1136/bmj.g3028


Epinefrina na PCR
Epinefrina na PCR

Circulation Vol 132, No 23, December 8, 2015


Epinefrina na PCR
PRECOCE X TARDIA In this cohort, half of patients with a
persistent shockable rhythm received
Sobrevida epinephrine ≤ 2 min after the first
OR 0,64 (0,56 – 0,75) p<0,001 shock contrary to current AHA
guidelines. The receipt of epinephrine
≤ 2 min after the first defibrillation was
RCE associated with decreased odds of
OR 0,71 (0,62–0,83) p<0,001 ROSC, survival and good neurological
outcome.
Bom prognóstico neurológico
OR o,69 (0,59 –0,82) P<0,001
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Hipoxia
Hipovolemia

Tromboembolismo
Hidrogênio
Pulmonar
Hiper/Hipo K+
Tensão no Tórax

Trombose
Hipotermia
Coronariana
Tóxicos
Tamponamento
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Hipóxia
Diversas Etiologias: Asma, DPOC, Trauma, Pneumonia.
Estabelecer via aérea avançada.
Descartar pneumotórax associado (especiamente em
Trauma e Asma) – US Point-of-Care.

Transdutor
Linear
5 a 10 MHz
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Hipovolemia
Principalmente relacionada a trauma, HDA e ruptura de
aorta.
Administrar cristalóides.
Se necessário, prescrever hemoderivados.
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Hipotermia
Em geral associada a afogamento
Reaquecimento com RCP em ECMO é o padrão-ouro
Cristalóide aquecido e manta térmica são alternativas
Outra alternativa é o reaquecimento com hemodiálise
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
H+ - Acidose
O uso de Bicarbonato de Sódio é controverso
Pode causar Hipernatremia, Hiperosmolaridade e
deslocamento da curva de dissociação da Hb para a
esquerda, dificultando a oxigenação tecidual
Situações em que o BIC está indicado:
PCR por grave acidose PRÉVIA
PCR por hipercalemia grave
PCR por intoxicação por Tricíclico
Dose
Primeira: 1 mEq/kg
Segunda: 0,5 mEq/kg – 10 a 15 minutos após
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Hiper ou Hipocalemia
Hipercalemia
Pacientes de risco: DRC, DM2, Rabdomiólise, Queimados,
Usuários de IECA ou Espironolactona.
Gluconato de Cálcio 10% 10 a 20 ml em bolus IV a cada 5 min.
Glicose 50% 100 ml + 10 UI Insulina R bolus IV, dose única.
Bicarbonato de Sódio nas doses citadas anteriormente.
Diálise intra-PCR é uma alternativa para casos refratários.
Hipocalemia
Questiona-se o benefício da reposição de potássio.
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Tamponamento Cardíaco
No trauma, a toracotomia de ressucitação é a conduta
padrão-ouro
Nas demais situações, a pericardiocentese pode ser
tentada
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Tensão Torácica – Pneumotórax Hipertensivo
O diagnóstico só é feito se houver alto índice de
suspeição
Pode ser observado por Exame Físico + US-POC
O tratamento inicial é punção de alívio com Jelco 14
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Trombose Coronariana
ICP durante a PCR ainda é controverso
Podemos realizar ICP se o paciente for acoplado a
dispositivo de compressão torácica contínua ou ECMO.
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Tromboembolismo Pulmonar
Se optado por Fibrinólise, RCP por 60 a 90 minutos no
mínimo.
A Fibrinólise é feita em acesso periférico.
Alteplase 100 mg IV (10 mg Bolus + 90 mg BIC/2 horas)
“Safe-dose” – Estudo MOPETT 2013 (50mg : 10+40)
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Tóxicos
Emulsão Lipídica
Pode ser usada em intoxicações por anestésico local,
tricíclicos, Beta Bloqueadores, e drogas lipossolúveis em
geral.
Dose: 1,5 ml/kg em bolus IV em um minuto, a cada 5
minutos, por 3 vezes.
Manutenção de 15 ml/kh/hora por 30 minutos
Dose máxima de 12 ml/kg.
Causas Reversíveis
Os 5Hs e 5 Ts
Emulsão Lipídica
Obrigado

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