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SISTEMA RESPIRATÓRIO
RESPIRAÇÃO FETAL
2) Fetal:
● Pulmão preenchido por líquidos e pouco fluxo sanguíneo
● Síntese de surfactante (20-24ª semana)
● Processo de maturação anatômica e funcional finaliza na 35º semana;
- RN que nasce antes das 35 semanas, possuirá possíveis complicações
respiratórias.
3) RN prematuro:
● Funções comprometidas devido imaturidade anatômica e funcional
● Incidência de problemas respiratórios.
A maioria das doenças respiratórias neonatais manifesta-se nas primeiras horas de vida,
de forma inespecífica, e, muitas vezes, com sobreposição de sinais e sintomas.
IMPORTANTE!
- Reconhecer
- Identificar sinais de alerta
- Realizar o diagnóstico diferencial.
RECONHECIMENTO:
Através da observação e inspeção do RN, identificar sinais e sintomas respiratórios.
Quando o RN chora, ele expele as secreções, aumentando a vascularização do pulmão → fica
corado.
Cor ● Cianose
Má oxigenação Cianose
Hipoxemia
Palidez
Considerações gerais:
- A SDR é a afecção mais frequente no RN pré-termo, sendo mais comum nos RNs
prematuros com menos de 28 semanas, do sexo masculino, filho de mães diabéticas e nos
que sofrem asfixia ao nascimento;
- A deficiência quantitativa dos surfactantes alveolar é a principal causa da SDR;
- O surfactante é sintetizado a partir da 20ª semana gestacional pelas células pulmonares
tipo II, aumentando progressivamente, atinge o pico por volta da 35ª semana;
- A deficiência do surfactante resulta em aumento da tensão superficial e da força de
retração elástica dos alvéolos, levando a irritabilidade com formação de atelectasias
progressivas, com diminuição da complacência pulmonar e da capacidade residual
funcional (CRF).
→ Ausência do surfactante promove edema que se mostra esbranquiçado no raio-x, daí a
expressão “síndrome da membrana hialina''.
Prevenção
A evolução clássica da SDR pode ser modificada por meio da administração antenatal de
corticoide, assistência ventilatória precoce e uso do surfactante.
Quadro clínico
Sinais de aumento do trabalho respiratório aparecem logo após o nascimento e
intensificam-se progressivamente nas primeiras 24 horas, pico por volta das 48 horas,
melhoram gradativamente após 72 horas de vida:
Tratamento
OBS: se CPAP (pressão positiva contínua das vias aéreas) não funciona, ventilação
mecânica.
Pneumonia clínica.
Considerações gerais:
- Em aproximadamente 10 a 20% das gestações pode-se observar líquido amniótico
meconial;
- Considera-se grupo de risco para pneumonia aspirativa: RN com IG > 40 semanas, RN
que sofreu asfixia perinatal;
- Fatores predisponentes: compressão mecânica do abdome durante o trabalho de parto e
a maturidade fetal;
- Acredita-se que a aspiração ocorre intra útero com instalação de quadro de hipoxemia,
desencadeando movimentos respiratórios tipo gasping, com entrada de líquido
amniótico na árvore respiratória;
- a aspiração do mecônio leva a fenômenos obstrutivos e inflamatórios (obstrução e
aparecimento de atelectasias);
- A ação local do mecônio resulta em pneumonia química (causada por irritação do
parênquima pulmonar) e necrose celular, podendo ser agravado por infecção bacteriana
secundária.
Quadro clínico
- Coloração amarelada/esverdeada da pele, do cordão umbilical e sob as unhas;
- RN com características de gestação pós-termo (unhas longas, pele seca, enrugada, sem
vérnix);
- Pequenos para a idade gestacional (PIG) em decorrência de retardo no crescimento
intrauterino (CI);
- Sintomas respiratórios de início precoce e progressivo;
- Cianose grave.
Diagnóstico
1. por meio do quadro clínico → anamnese;
2. radiografias do tórax (áreas de atelectasia com aspecto granular grosseiro alternado
com áreas de hiperinsuflação em ambos os campos pulmonares).
Tratamento
- Ventilação mecânica;
- Administração de antibióticos, surfactante e antinflamatórios esteróides;
- Monitorização da oxigenação adequada;
- Monitorização da gasometria, correção de acidoses;
- Manutenção dos parâmetros respiratórios ideais;
- Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico;
- Atuação de acordo com os cuidados gerais no paciente com distúrbios respiratórios.
Considerações gerais:
➔ A TTRN ou síndrome do pulmão úmido é caracterizado por um desconforto
respiratório leve e moderado, geralmente de evolução benigna, decorrente de retardo na
absorção do líquido pulmonar após o nascimento;
➔ O pulmão contém em seu interior líquido secretado pelo epitélio respiratório, desde a 17ª
semana (exerce pressão de distensão, estímulo essencial para o seu crescimento e
desenvolvimento);
➔ Durante o processo de nascimento, as alterações cardiopulmonares, fazem com que a
produção e secreção do líquido cesse, sendo substituído por ar;
➔ A absorção do líquido inicia-se antes do nascimento, quando é deflagrado o trabalho de
parto (cerca de 70% é reabsorvido antes do nascimento, 5 a 10% durante a passagem pelo
canal de parto e o restante nas primeiras horas de vida pelos vasos linfáticos e capilares
pulmonares). Em cirurgias eletivas isso pode não ocorrer e o feto nasce com pulmões ainda
cheios de líquidos.
➔ Desrespeito com fisiológico contra o trabalho de parto;
OBS: não há absorção do líquido no pulmão, pulmão cheio diferente de SDR, evolui bem,
cada vez melhora mais.
Quadro clínico
Sinais clínicos de aumento de trabalho respiratório, sendo a taquipnéia o mais evidente.
Diagnóstico
1. por meio do quadro clínico;
2. radiografia do tórax (pulmão infiltrado de líquido).
Tratamento
- Administração de oxigênio, se necessário, para manutenção da saturação de oxigênio entre
90 a 95%;
- Atuação de acordo com os cuidados gerais no paciente com distúrbio respiratório.
OXIGENOTERAPIA
- Indicação:
● Hipoxemia;
● Cianose.
Técnicas de administração
1. Cânula nasal;
2. Capacete ou halo (oxi-hood): para bebê que está desmamando e não precisa de
concentração constante;
3. CPAP (pressão positiva contínua das vias aéreas) nasal: chega O2 com mais precisão;
4. Ventilação mecânica: mais invasiva, feita por médico neonatologista.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
★ Realizar avaliação das mudanças e do aumento do trabalho respiratório a cada 1 a 2
horas;
★ Proporcionar condições para uma manutenção de oxigênio adequada de acordo com a
prescrição médica;
★ Administrar oxigênio umidificado e aquecido de acordo com a necessidade do RN;
★ Manter VIAS desobstruídas (aspiração quando necessário);
★ Proporcionar condições para a estabilização e manutenção da temperatura do RN
dentro dos parâmetros normais;
★ Monitorizar gasometria arterial de acordo com prescrição;
★ Monitorizar o balanço hidroeletrolítico;
★ Compartilhar constantemente informações sobre o estado do RN com os pais;
★ Avaliar sinais de dor e agitação;
★ Administrar medicações (corticóides, antibióticos) conforme prescrição médica;
★ Atentar aos sinais de infecção.
SISTEMA RESPIRATÓRIO
➔ Respiração: sucessão rítmica de movimentos de expansão pulmonar (inspiração e
expiração), com a finalidade de trocas gasosas.
➔ Oxigênio: importante para o cérebro e coração, não é armazenado no corpo, produz ATP
(adenosina trifosfato), necessário para contração muscular, síntese de moléculas orgânicas e
transporte de materiais na membrana celular.
➔ O sistema respiratório é responsável pela ventilação pulmonar, difusão e transporte
de oxigênio.
➔ A ventilação pulmonar permite as trocas gasosas nos alvéolos pulmonares, ou seja, a
hematose pulmonar. Dessa forma, o CO2 do sangue passa para os alvéolos, o O2 dos
alvéolos para a corrente sanguínea, e o sangue passa de venoso a arterial.
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS
Considerações gerais:
➔ Estão entre as causas mais comuns de adoecimento e hospitalização de crianças;
➔ Podem apresentar-se como distúrbios brandos (resfriados comuns), distúrbios agudos
(bronquiolite) e crônicos (asma), sendo potencialmente fatais;
➔ A idade e as condições de vida da criança e estação do ano podem influir na etiologia
e evolução dos distúrbios;
➔ Condições socioeconômicas mais baixas coloca as crianças sob risco mais alto para os
distúrbios respiratórios;
➔ Crianças com doenças crônicas (diabetes, cardiopatia congênita, anemia falciforme,
fibrose cística…) e com distúrbio do desenvolvimento, tendem a ser afetadas mais
gravemente;
➔ Podem ser causadas por processos infecciosos ou traumáticos ou por anomalias físicas
das vias aéreas superiores ou inferiores.
Fatores predisponentes
a) Orgânicos/estruturais: anemia, fadiga, alergias, problemas cardíacos, desnutrição,
poliquimioterápicos; creches e escolas.
b) Ambientais: frio, umidade, mudanças bruscas de temperatura, natureza do agente
infeccioso, poluentes do ar.
1) História de saúde
Histórico de doenças anteriores, histórico familiar, história da doença atual, tratamentos
realizados em casa.
2) Exame físico
Inspeção: Estado geral, cor, tipo de respiração, gemido expiratório, uso de musculatura
acessória, retrações (sub, supra e intercostais);
Ausculta: auscultar campos respiratórios de forma sistemática e simétrica, do ápice até a
base;
Percussão: sons de macicez podem ser indicativos de pneumonia, timpânicos de
pneumotórax, hiperressonância em asma;
Palpação: seios paranasais, linfonodos da cabeça e pescoço e Frêmito Tóraco Vocal.
Inflamação das grandes vias aéreas, invariavelmente, associado a uma infecção aguda de
trato inferior.
Etiologia
Agentes virais, embora uma causa comum seja o Mycoplasma pneumoniae.
Sinais clínicos
- Tosse seca, metálica e improdutiva;
- À medida que progride, respiração ruidosa, dispnéia, dor torácica, náuseas, vômitos e
febre.
Tratamento
a) Sintomático: objetiva diminuir temperatura, dor e umidificar secreções (analgésicos,
antipiréticos e NBZ). Repouso, alimentação e hidratação.
BRONQUIOLITE
Etiologia
Vírus sincicial respiratório, adenovírus e vírus parainfluenza.
Sinais clínicos
- Corrimento nasal seroso;
- Febre;
- Espirros;
- Exsudato bronquiolar;
- Obstrução de vias aéreas;
- Tosse;
- Sibilância;
- Estertores finos disseminados;
- Dispnéia;
- Taquipnéia.
Tratamento
a) Sintomático: objetiva diminuir temperatura, hidratar e umidificar secreções (antipiréticos
e NBZ).
PNEUMONIA
Classificação morfológica
a) Pneumonia lobar ou lobular;
b) Broncopneumonia;
c) Pneumonia alveolar ou intersticial.
Classificação clínica
a) Virais;
b) Atípicas (Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae);
c) Bacterianas;
d) Aspirativas (alimento, mecônio, etc).
● PNEUMONIA VIRAL
É o tipo mais frequente, acomete crianças de todos os grupos etários.
Sinais Clínicos
Febre, tosse, rinite, taquipnéia, ruídos respiratórios (estertores e sibilos difusos), quando não
identificada e tratada adequadamente, retrações costais, batimento de asa de nariz.
Tratamento
a) Sintomático: medidas para promover oxigenação, diminuir temperatura, hidratar e
umidificar secreções (antipiréticos e NBZ).
● PNEUMONIA BACTERIANA
Geralmente aparece secundária a uma infecção viral.
Sinais clínicos
Febre, indisposição, respiração rápida e superficial, tosse e dor torácica. Quando não
identificada e tratada adequadamente, retrações costais, batimento de asa de nariz, cianose
ou palidez, letargia.
Tratamento
a) Sintomático: medidas para promover oxigenação, diminuir temperatura, hidratar e
umidificar secreções (antipiréticos e NBZ);
b) Específico: antibioticoterapia, sedativo para tosse, anti-inflamatórios corticóides,
fluidoterapia.
● PNEUMONIA ASPIRATIVA
Prevenção
Orientar técnicas de alimentação apropriadas e posicionamento da criança após alimentação,
manter produtos químicos fora do alcance de crianças, evitar uso de talco.
Tratamento
a) Sintomático: medidas para prover oxigenação, diminuir temperatura, hidratar e
umidificar secreções (antitérmicos e NBZ);
b) Específico: antibioticoterapia, sedativo para tosse, anti-inflamatórios corticóides,
fluidoterapia.
ASMA (afecção)
Obstrução da via aérea ou estreitamento que se caracteriza por irritabilidade brônquica
após exposição a vários estímulos. Distúrbio complexo que envolve fatores bioquímicos,
imunológicos, alérgicos, infecciosos, climáticos, psicológicos e genéticos.
Etiologia
Duvidosa, sugestão de ocorrência a partir de hipersensibilidade às substâncias ambientais
que deflagram reação alérgica.
Classificação
a) Intermitente: longos períodos sem sintomas;
b) Crônica: exacerbações frequentes.
Sinais Clínicos
Tosse (metálica, irritativa e não produtiva), dispnéia, fase expiratória prolongada, sibilância e
opressão torácica.
Tratamento
a) Medicamentoso: corticosteróides, anti-inflamatórios não esteroides, broncodilatadores
(agonista beta-adrenérgico), metilxantinas;
b) Fisioterapia respiratória e hipossensibilização (vacina de objetivo contrário).
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
DIARRÉIA
Conceito:
Para determinar uma diarréia, deve-se considerar estes parâmetros:
1) Nº de evacuações: 3 ou + durante 24 horas;
2) Mudança de consistência das fezes.
OBS: cerca de 30% dos óbitos antes dos 5 anos, ocorrem devido à pneumonia e diarréia
(riscos ambientais, saneamento, socioeconômico).
Consequências
Dependem do ambiente?
- Indivíduo com organismo suscetível, tipo de agente etiológico, tratamento
realizado de forma hábil.
Dados epidemiológicos
Óbitos por diarréia: 1983 - 5 milhões, 2001 - 2,5 milhões, 2011 - 1,5 milhões, 2019 - 72 mil
com taxa de internação 112/100.000 habitantes. A queda dos números ocorreu graças à
vacinação contra rotavírus em 2006, principalmente, e ao saneamento básico.
Distúrbios diarreicos
● Gastroenterite: Estômago e intestino;
● Enterite: Intestino delgado;
● Enterocolite: Intestino grosso e delgado
● Colite: Intestino grosso.
- Dependem do local de fixação do agente etiológico, em que cada um possui afinidade
maior por determinada área do TGI.
Classificação - OMS
a) Diarréia aguda aquosa (2 semanas/14 dias);
b) Diarréia aguda com sangue (disenteria → Shigella)
c) Diarréia persistente (aguda com duração maior, pode ser aguda não tratada).
DIARRÉIA AGUDA/INFECCIOSA
➔ Chega de forma abrupta, rápida;
➔ Acomete mais crianças menores de 5 anos;
➔ Quadro autolimitante (14 dias), causado por agente infeccioso;
➔ Pode estar associada a infecções do trato respiratório, urinário, antibioticoterapia ou
laxativos;
➔ Ocorre desequilíbrio entre absorção e secreção de líquidos e eletrólitos;
➔ Principais agentes:
- Bactéria: Escherichia coli, Shigella, Clostridium e Salmonella
- Vírus: Rotavírus
- Parasita: Giardia lamblia e entamoeba.
➔ Localização dos agentes infecciosos:
a) Colo: Shigella, Salmonella, C. jejuni;
b) Intestino delgado: V. cholerae, Giardia;
➔ Os agentes que produzem inflamação profunda e levam à infecção
bacteriana/bacteremia (com sangue): Yersínia, C. fetus, Salmonella typhosa.
DIARRÉIA CRÔNICA
➔ Aumento da frequência das evacuações e do conteúdo líquido nas fezes;
➔ Geralmente dura mais de 14 dias;
➔ Provocadas por condições crônicas, como síndrome da má absorção, doença
inflamatória intestinal e diarréia aguda não tratada.
DIARRÉIA INTRATÁVEL DA INFÂNCIA (WONG)
➔ Mais de duas semanas de diarréia;
➔ Sem patógeno reconhecido.
OBS: os lactentes e crianças com diarréia aguda e desidratação devem ser tratados
primeiramente com a TRO (terapia de reidratação oral).
Vantagens: mais eficiente, segura, menos dolorosa e onerosa que intravenosa.
Soro caseiro dura 24 horas em temperatura ambiente. Ação: intensificam e promovem a
reabsorção de sódio e água, reduz significativamente o vômito, a perda de volume pela
diarreia e a duração da enfermidade.
CONDUTA AIDPI
Plano B: apenas como orientação inicial, o paciente deverá receber de 50 a 100 ml/kg para
ser administrado fracionado no período de 4-6 horas.
Plano C: 2 fases, a fase rápida e a fase de manutenção e reposição.
- Soluções reidratantes caseiras: 1 colher de chá bem rasa de sal, 4 colheres bem cheias de
açúcar e 1 litro de água fervida.
OBS: essa solução ficará com um sabor semelhante ao de lágrimas.
● Assim, uma criança de 8 kg, perdeu 10% de seu peso, para ser reidratada deve receber
1600 ml em aproximadamente 7 horas. O tempo de reidratação não pode ser
ultrapassado, pois o objetivo é repor rapidamente o volume de líquido perdido.
CONSTIPAÇÃO
Etiologia:
● Variedade de distúrbios psicogênicos, orgânicos ou em associação a doenças sistêmicas.
● Distúrbios estruturais: estenose do intestino, ânus ectópico e doença de Hirschsprung;
● Distúrbios sistêmicos: hipotireoidismo, hipercalcemia e intoxicação crônica pelo
chumbo.
● Evidências científicas associam também a uso de antiácidos, diuréticos, antiepiléticos,
anti-histamínicos e suplementos de ferro.
DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG
Definição:
Doença congênita rara (1/5000) que afeta a motilidade intestinal, caracterizada por
diâmetro aumentado de uma parte do intestino grosso devido ao acúmulo de fezes, e
uma parte aganglionar de uma porção fina, variável e distal do intestino grosso (+
comum em sigmóide e reto), consequência de um erro durante a formação do sistema nervoso
entérico, durante o desenvolvimento embrionário, que resulta na ausência de peristaltismo,
com consequente obstrução funcional.
- Imobilidade obstrutiva do intestino causada por ausência de células ganglionares
na porção final do intestino grosso, caracterizando-o fino e atrófico, tornando as
fezes represadas na porção anterior.
Origem da expressão: megacólon, pois a porção anterior torna-se bastante dilatada para
acomodar as fezes represadas.
Tratamento
Cirurgia para remoção de porção aganglionar.
Manifestações clínicas
- Período neonatal: recusa alimentar, vômitos biliosos e distensão abdominal;
- Primeira infância: desenvolvimento deficiente, constipação, distensão abdominal e
diarréia + vômitos;
- Segunda infância: constipação, fezes em fitas (afinamento do intestino), fezes fétidas,
distensão abdominal e peristalse visível.
OBS: fezes podem sair pela boca e circulação colateral pode ser visualizada;
Etiologia:
Genético, geralmente, causa desconhecida.
- Ocorre com maior frequência em meninos
Sintomas:
Vômitos vigorosos, perda de peso, desidratação.
Tratamento
Piloromiotomia e laparoscopia
Diagnóstico clínico
Feito com base em história de vômitos não-biliosos, “em jato”, a partir da terceira/quarta
semanas de vida, associada a achados, ao exame físico, de hiperperistalse gástrica, distensão
do andar superior do abdome e “tumor” pilórico palpável, também chamado “oliva pilórica”.
- Exames de imagem;
Diagnóstico diferencial
O principal diagnóstico diferencial da EHP incide no piloroespasmo.
pH do TGI
- Cavidade oral = 6,8 - 7,5
- Estômago = 1,5 - 2,0
- Intestino delgado = 7,2 - 7,5
- Intestino grosso = 7,9 - 8,5
Conceito:
➔ Retorno do conteúdo do estômago, causando dor e inflamação;
➔ Isso acontece quando o músculo (cárdico), que deveria impedir que o ácido do estômago
saia do seu interior, não funciona de forma adequada;
➔ Inflamação instalada no esôfago, causando irritação da mucosa esofágica.
Incidência:
1:300 a 1:1000
Avaliação diagnóstica:
- Exame físico e história;
- Seriografias do GI;
- Medição do pH em 24h (pHmetria);
- Cintilografia;
- Endoscopia (para excluir Doença de Crohn).
Manifestações clínicas
Dor abdominal, diarréia, cólica e perda de peso, dor articular e falta de apetite. Déficit do
desenvolvimento, sangramento e disfagia.
Conduta terapêutica
Depende da gravidade, criança com bom desenvolvimento não precisa de tratamento;
Leito e travesseiro antirrefluxo.
Tratamento
Anti-inflamatórios
Complicações RGE
- Esofagite, estenose esofágica, laringite, pneumonia recorrente, anemia.
AVALIAÇÃO DA CRIANÇA COM DISFUNÇÃO HIDROELETROLÍTICA
Avaliar 3 pontos:
DESIDRATAÇÃO
Tipos:
a) Hipotônica ou hiponatrêmica
Há perda maior de sódio do que de água; Resulta em diluição do LEC, movimento de água
para o compartimento intracelular e evolução dos sinais e sintomas da desidratação.
b) Isotônica ou isonatrêmica
Há perdas proporcionais de água e sódio; Não há movimentação de fluidos entre os
compartimentos.
c) Hipertônica ou hipernatrêmica
Há perda maior de água do que de sódio.
Tratamento:
- Ferro oral (dose de 3 a 6 mg/kg/dia) fracionado ou dose única;
- Por 6 meses ou até reposição dos estoques corporais (normalização da Hb, VCM,
HCM, ferro sérico, saturação da transferrina e ferritina sérica 1, estão todos baixos).
OBS: a efetividade do tratamento deve ser checada com hemograma e reticulócitos após
30 a 45 dias do início do tratamento.
Prevenção:
1) Recomendação de suplementação medicamentosa profilática de ferro em lactentes
sem fator de risco.
Situação 3: RN a termo, PIG (<2,500 g)/ RN prematuro com peso superior a 1.500g
Recomendação 3: 2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciado com 30 dias de vida, durante
um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano. RN prematuros com peso superior a
1.500g, 2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante um ano.
Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano.
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A
➔ No Brasil, a deficiência de vitamina A é um problema de saúde pública moderado,
sobretudo, na região nordeste e em alguns locais da região sudeste e norte.
➔ O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNSVA) foi instituído por meio
da Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005, cujo objetivo é reduzir e controlar a
hipovitaminose A, a mortalidade e morbidade em crianças de 6 a 59 meses de idade (4
anos e 11 meses).
Dose
1ª) Amarela (100.000 UI): uma cápsula no 6º mês de vida;
2ª) Vermelha (200.000 UI): uma cápsula a partir dos 12 meses, tomar a cada 6 meses até
59 meses de vida
Alimentação
COMPLEMENTAR
- Após o 6 meses, o leite materno sozinho não atende as necessidades fisológicas do
bebê.
● 6 meses: leite, 1 papa de fruta (lanche de manhã), 1 papa salgada (almoço, tempero natural)
e 1 papa de fruta (lanche da tarde) e leite em livre demanda a noite;
● 7 meses: 2 papas de fruta(lanche da manhã e da tarde) e 2 papa salgadas (almoço e janta) +
leite em livre demanda;
● 12 meses: já pode comer a refeição da família, caso não tenha alimentos industrializados,
com muito sal, açúcar e gordura.
OBS: se toma fórmula (1 scoop de leite + 30 ml de água), toma água antes dos 6 meses, mas
deve introduzir alimentação apenas aos 6.
SISTEMA GENITURINÁRIO
Uretra feminina é mais curta.
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
➔ Podem ser causados por anomalias do desenvolvimento fetal, processos infecciosos,
traumatismo, déficit neurológico, influências genéticas e outros fatores;
➔ Podem afetar diretamente os rins, outros órgãos do trato urinário e os órgãos
reprodutores;
➔ A assistência de enfermagem deve considerar o conhecimento dos distúrbios,
diagnósticos e tratamento, além de prestar os cuidados de enfermagem, fornecer
informações e dar apoio à criança/adolescente e família.
CLASSIFICAÇÃO:
1) Distúrbios do trato urinário e dos rins
a) Estruturais: extrofia vesical, hipospádia, uropatia obstrutiva, hidronefrose e refluxo
vesicoureteral;
b) Infecciosos: infecção do trato urinário;
c) Adquiridos que causam disfunção renal: síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda,
insuficiência renal.
OBS: + comuns.
OBS: ITU é diferente de ATU. O primeiro é mais comum nas meninas devido ao tamanho da
uretra, já o segundo é uma inflamação decorrente de outro agente que não seja
patológico.
OBS: nunca repetir a face do lenço ou papel, pois pode levar bactérias que podem ascender
para o TU, favorecendo infecções.
Fisiopatologia:
● E. Coli responsável por cerca de 85 a 90% de todas as ITUs, outros microrganismos
causadores: Klebsiella, Staphylococcus aureus, Pseudomonas…
● Fatores que podem contribuir para a proliferação bacteriana: estase urinária (obstrução),
redução da ingesta hídrica e urina alcalina.
Manifestações clínicas:
- Lactentes: febre, irritabilidade, vômitos, déficit de crescimento ou icterícia;
- Crianças maiores: febre e vômitos, disúria, aumento da frequência urinária, tenesmo
(incontinência fecal), urgência ou dor.
OBS: sintomas de situação prolongada (icterícia e déficit) e sintomas mais comuns (febre e
irritabilidade; se não for distúrbio respiratório, desconfia de ITU).
Tratamento:
● Antibioticoterapia oral ou intravenosa;
● Antitérmico e analgésicos para controle da dor e febre;
● Aumento da ingesta hídrica.
Intervenções de enfermagem:
➔ Erradicação da infecção;
➔ Medidas para aumentar o conforto;
➔ Profilaxia para evitar infecção recorrente;
➔ 13 certos;
➔ Orientação de higiene frequente para aliviar desconforto;
➔ Se for adolescente e desconfiar de vida sexual ativa, orientar;
➔ Orientação em saúde de acordo com a idade da criança.
SÍNDROME NEFRÓTICA
➔ Crônica;
➔ Estado clínico caracterizado por proteinúria maciça, hipoproteinemia, hiperlipidemia,
hipoalbuminemia e edema;
➔ Causada por aumento da permeabilidade da membrana basal glomerular,
possibilitando perdas anormais de proteínas na urina;
➔ Em geral ocorre em três formas: congênita, idiopática e secundária (quando associada
a alguma infecção sistêmica ou relacionada o uso de substâncias);
➔ A síndrome nefrótica idiopática (surgimento espontâneo) é o tipo mais comum,
encontrado comumente em crianças na maioria do sexo masculino com menos de três
anos de idade;
➔ Ajudar para não desenvolver insuficiência renal.
Manifestações clínicas:
- Edema, inicialmente em membros inferiores e depois generalizado (anasarca);
- Ganho ponderal pela ascite;
- Débito urinário decrescente;
- Edema da mucosa intestinal (pode causar diarreia, anorexia, absorção intestinal
deficitária);
- Palidez extrema da pele.
Tratamento:
Administração de corticosteróides, diuréticos, albumina e nos casos resistentes
imunossupressores (Ciclofosfamida, Ciclosporina A…).
Intervenções de enfermagem:
- As metas da assistência de enfermagem devem incluir:
➔ Estimulação da diurese;
➔ Profilaxia de infecções;
➔ Promoção da nutrição adequada;
➔ Orientação aos pais quanto aos cuidados em casa.
Fisiopatologia
A infecção pelo Streptococcus beta hemolítico do grupo A, produz uma reação tardia
(antígeno-anticorpo), em torno de 10 à 14 dias após a infecção estreptocócica. Logo, os
glomérulos tornam-se edemaciados e infiltrados com leucócitos polimorfonucleares, os
quais provocam oclusão da luz capilar. Como consequência, temos a redução na filtração
de plasma e líquido intersticial, que resulta em acúmulo da água e Na + com congestão
circulatória e edema.
Manifestações clínicas
Edema, anorexia, diurese turva ou castanha (cor de coca-cola), acentuada diminuição do
volume de urina, palidez, irritabilidade, letargia, cefaléia, desconforto abdominal, disúria,
vômitos, PA moderada a elevada, hematúria, proteinúria.
Tratamento
- Não tem um tratamento específico;
- As medidas terapêuticas visam manter o volume de líquidos e controlar a hipertensão.
Intervenções de enfermagem
INSUFICIÊNCIA RENAL
➔ A insuficiência renal refere-se ao declínio da função renal com acúmulo das toxinas
metabólicas (principalmente os nitrogenados) e distúrbio hidroeletrolítico;
➔ A insuficiência renal aguda é definida pelo declínio súbito e geralmente reversível da
função renal;
➔ Nas crianças, a insuficiência aguda é causada mais comumente pela redução da perfusão
renal, como ocorre em choque hipovolêmico e no choque séptico;
➔ As complicações incluem: anemia, hiperpotassemia, hipertensão, edema pulmonar,
insuficiência cardíaca, alterações do nível de consciência ou convulsões e progressão
para insuficiência renal crônica.
Manifestações clínicas:
- Anemia grave;
- Uremia;
- Hipertensão e insuficiência cardíaca;
- Hipocalcemia, Hiperpotassemia e acidose metabólica.
Tratamento:
● Diálise peritoneal;
● Hemodiálise;
● Transplante renal, quando progride para doença renal terminal.
Intervenções de enfermagem
➔ Promoção do crescimento e desenvolvimento;
➔ Remoção das escórias metabólicas e manutenção do equilíbrio de líquidos por meio
de diálise;
➔ Promoção de bem-estar psicossocial, apoio e orientação à família.
SISTEMA NERVOSO
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
➔ Alguns distúrbios são originados a partir de lesão neurológica (traumatismo, hipóxia
do cérebro ou medula);
➔ Alguns distúrbios ocorrem em decorrência de anomalias genéticas ou estruturais ou
ainda podem ter origem autoimune;
➔ Muitos distúrbios neuromusculares são crônicos, persistem por toda a vida da
criança e causam limitações físicas.
a) Congênitos
Anomalias do tubo neural: espinha bífida oculta, meningocele, meningomielocele;
Distrofia muscular;
Atrofia muscular espinal.
b) Adquiridos
Traumatismo raquimedular;
Traumatismo ao nascimento;
Síndrome de Guillain-Barré;
Miastenia gravis;
Dermatomiosite;
Botulismo.
c) Paralisia cerebral: se adequa como adquirida; adquirida por lesão neurológica com
traumatismo antes de nascer ou por hipóxia.
OBS: tubo neural → carência nutricional no período embrionário.
MENINGOCELE
➔ Forma menos grave da espinha bífida cística, ocorre quando as meninges sofrem
herniação por uma falha existente nas vértebras;
➔ Em geral a medula espinal é normal e não há déficits neurológicos associados;
➔ O tratamento é a ressecção cirúrgica.
MENINGOMIELOCELE
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
★ As intervenções consistem em evitar traumatismo da bolsa meníngea e infecção antes
do reparo cirúrgico da malformação.
★ Profilaxia de infecções;
★ Proporcionar condições para eliminação urinária e intestinal adequadas;
★ Proporcionar condições para uma nutrição adequada;
★ Manutenção de integridade da pele;
★ Orientação e apoio à família.
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Tratamento
- É sintomático, consiste basicamente em atenuar a gravidade e acelerar a recuperação;
- A plasmaferese (troca de plasma) e a administração de gamaglobulinas intravenosas
nos casos graves.
Intervenções de enfermagem
- Medidas de suporte, como:
★ Manter a integridade da pele;
★ Evitar complicações respiratórias e contraturas;
★ Manter nutrição adequada;
★ Controlar a dor.
PARALISIA CEREBRAL
➔ Expressão utilizada para descrever várias síndromes clínicas inespecíficas por padrão
motor e posturas anormais causadas por disfunção cerebral anormal não progressiva;
➔ A maioria dos casos incide antes e/ou durante o parto e geralmente está associada a
anóxia cerebral (falta de oxigênio no cérebro);
➔ É o distúrbio do movimento mais comum na infância;
➔ Causa mais comum de incapacidade física na criança;
➔ Quanto maior a hipóxia, maior a paralisia.
Classificação
a) Espástica
Hipertonia e contraturas irreversíveis.
b) Atetóide ou discinética
Movimentos involuntários anormais.
c) Atáxica
Afeta equilíbrio e a percepção de profundidade.
d) Mista
Combinação de todas as formas.
Abordagem terapêutica
Intervenções de enfermagem
★ Consistem basicamente em promover o crescimento e o desenvolvimento com
ampliação da mobilidade e manutenção do estado nutricional ideal;
★ Dar apoio e orientações à família e a criança.
Questões para estudo:
1) A diarreia aparece quando a perda de água e eletrólitos nas fezes é maior do que a normal,
resultando no aumento do volume e da frequência das evacuações e diminuição da
consistência das fezes. Diarreia é geralmente definida como a ocorrência de três ou mais
dejeções amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas. A doença diarreica aguda é uma
das principais causas de morbidade e mortalidade infantil no Brasil, especialmente nas
crianças menores de 6 meses que não estão em aleitamento materno exclusivo. Nas regiões
Norte e Nordeste, onde o problema assume maior magnitude, o risco de morte por diarreia
em crianças menores de 5 anos é cerca de quatro a cinco vezes maior do que na Região Sul,
representando cerca de 30% do total das mortes após o período neonatal, durante o primeiro
ano de vida. De acordo com o Manual AIDPI criança (2 meses a 5 anos), durante a consulta
de enfermagem, o profissional avalia a criança com diarreia para saber:
I - Se há sinais de desidratação
II- Por quanto tempo a criança tem tido diarreia
III - Se há sangue nas fezes para determinar se a criança tem disenteria.
3) A maioria das doenças respiratórias neonatais manifesta-se nas primeiras horas de vida, de
forma inespecífica e, muitas vezes, com sobreposição de sinais e sintomas. Em relação aos
sinais e sintomas respiratórios observados no período neonatal, é INCORRETO afirmar que
4) A maioria das doenças respiratórias neonatais manifesta-se nas primeiras horas de vida, de
forma inespecífica e, muitas vezes, com sobreposição de sinais e sintomas, tornando essencial
uma boa avaliação clínica do RN na ocasião do nascimento. Para tanto, é importante proceder
com: o reconhecimento da dificuldade respiratória; identificar sinais de alerta e realizar
diagnóstico diferencial dos distúrbios respiratórios. Considere a situação descrita abaixo e
responda as questões que seguem: RN do sexo masculino, nasceu de parto normal, com 27
semanas, APGAR 5 no quinto minuto de vida, demonstra sinais de aumento do trabalho
respiratório (dispneia, respiração superficial, taquipneia, retrações torácicas, gemido
expiratório e cianose) que se intensificaram nas primeiras 24 horas, atingindo pico por volta
das 48 horas, e apresentando melhora gradativa após 72 horas de vida. Não foi observado
presença de líquido meconial.
5) A maioria das doenças respiratórias neonatais manifesta-se nas primeiras horas de vida, de
forma inespecífica e, muitas vezes, com sobreposição de sinais e sintomas, tornando essencial
uma boa avaliação clínica do RN na ocasião do nascimento. Para tanto, é importante proceder
com: o reconhecimento da dificuldade respiratória; identificar sinais de alerta e realizar
diagnóstico diferencial dessas, com base no enunciado marque as assertivas que julgar
verdadeira.
7) A anomalia congênita caracterizada por cisto contendo meninges, líquor, e uma porção de
medula espinal é denominada:
a) Meningocele;
b) Microcefalia;
c) Encefalocele;
d) Meningomielocele;
e) Anencefalia;
f) Outro