Você está na página 1de 36

Principais distúrbios respiratórios (RN)

★ No RN é devido alguma intercorrência na gestação ou no parto, o bebê entra em


sofrimento;

★ Retrações costais e estridor - alterações laríngeas, edema, obstrução, inflamação ou


malformação; respiração abdominal (comum); expansão torácica (sofrimento).
★Gemido - indicativo de dificuldade para respirar,
★Gasping - reflexo de respirar com dificuldade/força; respiração ofegante.
★Head bobbing - movimentação da cabeça de maneira acelerada.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

● Respiração compreende a passagem de O2 pelos alvéolos;


● Responsável pela ventilação pulmonar, que permite as trocas gasosas nos alvéolos
pulmonares;
● Os alvéolos precisam estar bem cheios, distendidos, para aumentar a superfície de contato
para troca gasosa (hematose pulmonar, que ocorre a nível de alvéolos);
● Durante a hematose pulmonar, o dióxido de carbono do sangue passa para o alvéolo e o O2
dos alvéolos vai para a corrente sanguínea.
● Nos RNs prematuros a estrutura alveolar não se encontra desenvolvida havendo diminuição
de surfactante ou nenhum (permite distensão) e imaturidade alveolar.

RESPIRAÇÃO FETAL

❖ A respiração fetal se dá pela placenta.


❖ Se há interrupção do fluxo sanguíneo realizado pela placenta → sofrimento →
relaxamento do esfíncter anal → gasping → respira líquido amniótico e mecônio →
broncoaspiração → complicação;
❖ Feto não respira, pois o pulmão está cheio de secreções e líquidos para se preparar para o
nascimento (respiração pulmonar);
❖ Na 24ª semana já há produção de surfactantes

Fases da respiração fetal


1) Embrionária:
● SR começa a se formar na 4ª semana
● O pulmão exerce função metabólica e secretora de fluídos;

2) Fetal:
● Pulmão preenchido por líquidos e pouco fluxo sanguíneo
● Síntese de surfactante (20-24ª semana)
● Processo de maturação anatômica e funcional finaliza na 35º semana;
- RN que nasce antes das 35 semanas, possuirá possíveis complicações
respiratórias.

3) RN prematuro:
● Funções comprometidas devido imaturidade anatômica e funcional
● Incidência de problemas respiratórios.

- Adm de corticoides em grávidas de risco ao parto prematuro em trabalho de parto;

OBS: RN com menos de 33 semanas são os mais críticos.

A maioria das doenças respiratórias neonatais manifesta-se nas primeiras horas de vida,
de forma inespecífica, e, muitas vezes, com sobreposição de sinais e sintomas.

IMPORTANTE!
- Reconhecer
- Identificar sinais de alerta
- Realizar o diagnóstico diferencial.

RECONHECIMENTO:
Através da observação e inspeção do RN, identificar sinais e sintomas respiratórios.
Quando o RN chora, ele expele as secreções, aumentando a vascularização do pulmão → fica
corado.

Sinais e sintomas respiratórios ANORMAIS observados no RN

Padrão respiratório ● FR: taquipneia (110 - 120 irpm)


● Ritmo e periodicidade da respiração:
apnéia e respiração periódica

Trabalho respiratório ● Batimento de asas de nariz


● Gemidos expiratórios
● Retrações torácicas: intercostal,
subcostal, supraesternal e esternal

Cor ● Cianose

IDENTIFICAR SINAIS DE ALERTA:


Avaliar a gravidade do quadro, identificando sinais de alerta que representem ameaça à vida e
necessidade imediata de suporte ventilatório.
Sinais e sintomas respiratórios que indicam condição GRAVE e necessidade de
INTERVENÇÃO IMEDIATA

Obstrução de vias aéreas Gasping


Sufocação
Estridor

Falência respiratória Apnéia


Esforço respiratório débil

Colapso circulatório Bradicardia


Hipotensão arterial
Má perfusão periférica

Má oxigenação Cianose
Hipoxemia
Palidez

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DA DIFICULDADE RESPIRATÓRIA NO RN:


Para o diagnóstico diferencial da dificuldade respiratória do RN são importantes os dados da
anamnese e do exame físico, além dos exames laboratoriais.
AFECÇÕES RESPIRATÓRIAS NO PERÍODO NEONATAL PODEM SER AGRUPADAS
DE ACORDO COM:
a) Imaturidade pulmonar: síndrome do desconforto respiratório (SDR) ou síndrome da
membrana hialina (acomete cerca de 50%(?) dos RNs pré-termos);
b) Intercorrências no processo de nascimento do RN: síndrome de aspiração de mecônio
(SAM), taquipnéia transitória do RN (TTRN), síndrome de escape de ar (SEar), síndrome da
hipertensão pulmonar persistente neonatal (HPPN), pneumonias;
c) Alterações no desenvolvimento e crescimento antenatal: malformações pulmonares.

SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (SDR)

Considerações gerais:
- A SDR é a afecção mais frequente no RN pré-termo, sendo mais comum nos RNs
prematuros com menos de 28 semanas, do sexo masculino, filho de mães diabéticas e nos
que sofrem asfixia ao nascimento;
- A deficiência quantitativa dos surfactantes alveolar é a principal causa da SDR;
- O surfactante é sintetizado a partir da 20ª semana gestacional pelas células pulmonares
tipo II, aumentando progressivamente, atinge o pico por volta da 35ª semana;
- A deficiência do surfactante resulta em aumento da tensão superficial e da força de
retração elástica dos alvéolos, levando a irritabilidade com formação de atelectasias
progressivas, com diminuição da complacência pulmonar e da capacidade residual
funcional (CRF).
→ Ausência do surfactante promove edema que se mostra esbranquiçado no raio-x, daí a
expressão “síndrome da membrana hialina''.

OBS: SDR é específica do RN prematuro por conta da deficiência quali e quantitativa de


surfactante. Os determinantes são exame físico e anamnese.

Prevenção
A evolução clássica da SDR pode ser modificada por meio da administração antenatal de
corticoide, assistência ventilatória precoce e uso do surfactante.

Quadro clínico
Sinais de aumento do trabalho respiratório aparecem logo após o nascimento e
intensificam-se progressivamente nas primeiras 24 horas, pico por volta das 48 horas,
melhoram gradativamente após 72 horas de vida:

- dispnéia e respiração superficial;


- aumento progressivo da FR (taquipnéia);
- retrações torácicas;
- gemido expiratório;
- cianose;
- crises de apnéia;
- deterioração dos estados hemodinâmicos e metabólicos.
Diagnóstico
1. por meio do quadro clínico → anamnese;
2. radiografias do tórax (infiltrado pulmonar difuso, fluido nos pulmões (membrana hialina));
3. gasometria arterial.

Tratamento

Baseado na estabilidade metabólica, reposição precoce do surfactante e ventilação


mecânica não agressiva.
- CPAP (Pressão Positiva Contínua de Vias Aéreas);
- Administração de surfactante;
- Monitorização da gasometria, correção de acidoses;
- Manutenção dos parâmetros respiratórios ideais;
- Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico;
- Atuação de acordo com os cuidados gerais no paciente com distúrbios respiratórios.
↳ Uti, decúbito elevado, suporte;

OBS: se CPAP (pressão positiva contínua das vias aéreas) não funciona, ventilação
mecânica.
Pneumonia clínica.

SÍNDROME DA ASPIRAÇÃO DE MECÔNIO (SAM)

Considerações gerais:
- Em aproximadamente 10 a 20% das gestações pode-se observar líquido amniótico
meconial;
- Considera-se grupo de risco para pneumonia aspirativa: RN com IG > 40 semanas, RN
que sofreu asfixia perinatal;
- Fatores predisponentes: compressão mecânica do abdome durante o trabalho de parto e
a maturidade fetal;
- Acredita-se que a aspiração ocorre intra útero com instalação de quadro de hipoxemia,
desencadeando movimentos respiratórios tipo gasping, com entrada de líquido
amniótico na árvore respiratória;
- a aspiração do mecônio leva a fenômenos obstrutivos e inflamatórios (obstrução e
aparecimento de atelectasias);
- A ação local do mecônio resulta em pneumonia química (causada por irritação do
parênquima pulmonar) e necrose celular, podendo ser agravado por infecção bacteriana
secundária.

Quadro clínico
- Coloração amarelada/esverdeada da pele, do cordão umbilical e sob as unhas;
- RN com características de gestação pós-termo (unhas longas, pele seca, enrugada, sem
vérnix);
- Pequenos para a idade gestacional (PIG) em decorrência de retardo no crescimento
intrauterino (CI);
- Sintomas respiratórios de início precoce e progressivo;
- Cianose grave.

Diagnóstico
1. por meio do quadro clínico → anamnese;
2. radiografias do tórax (áreas de atelectasia com aspecto granular grosseiro alternado
com áreas de hiperinsuflação em ambos os campos pulmonares).

Tratamento
- Ventilação mecânica;
- Administração de antibióticos, surfactante e antinflamatórios esteróides;
- Monitorização da oxigenação adequada;
- Monitorização da gasometria, correção de acidoses;
- Manutenção dos parâmetros respiratórios ideais;
- Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico;
- Atuação de acordo com os cuidados gerais no paciente com distúrbios respiratórios.

TAQUIPNÉIA TRANSITÓRIA DO RN (TTRN)

Considerações gerais:
➔ A TTRN ou síndrome do pulmão úmido é caracterizado por um desconforto
respiratório leve e moderado, geralmente de evolução benigna, decorrente de retardo na
absorção do líquido pulmonar após o nascimento;
➔ O pulmão contém em seu interior líquido secretado pelo epitélio respiratório, desde a 17ª
semana (exerce pressão de distensão, estímulo essencial para o seu crescimento e
desenvolvimento);
➔ Durante o processo de nascimento, as alterações cardiopulmonares, fazem com que a
produção e secreção do líquido cesse, sendo substituído por ar;
➔ A absorção do líquido inicia-se antes do nascimento, quando é deflagrado o trabalho de
parto (cerca de 70% é reabsorvido antes do nascimento, 5 a 10% durante a passagem pelo
canal de parto e o restante nas primeiras horas de vida pelos vasos linfáticos e capilares
pulmonares). Em cirurgias eletivas isso pode não ocorrer e o feto nasce com pulmões ainda
cheios de líquidos.
➔ Desrespeito com fisiológico contra o trabalho de parto;

OBS: não há absorção do líquido no pulmão, pulmão cheio diferente de SDR, evolui bem,
cada vez melhora mais.

Quadro clínico
Sinais clínicos de aumento de trabalho respiratório, sendo a taquipnéia o mais evidente.

Diagnóstico
1. por meio do quadro clínico;
2. radiografia do tórax (pulmão infiltrado de líquido).

Tratamento
- Administração de oxigênio, se necessário, para manutenção da saturação de oxigênio entre
90 a 95%;
- Atuação de acordo com os cuidados gerais no paciente com distúrbio respiratório.

OXIGENOTERAPIA

- Administração de oxigênio com finalidade terapêutica;


- Para muitos RNs, essa terapia é essencial para a sobrevivência.

- Indicação:
● Hipoxemia;
● Cianose.

Técnicas de administração
1. Cânula nasal;
2. Capacete ou halo (oxi-hood): para bebê que está desmamando e não precisa de
concentração constante;
3. CPAP (pressão positiva contínua das vias aéreas) nasal: chega O2 com mais precisão;
4. Ventilação mecânica: mais invasiva, feita por médico neonatologista.

RETINOPATIA DA PREMATURIDADE (ROP)

➔ Doença retiniana vasoproliferativa, multifatorial resultante do desenvolvimento


incompleto da retina em recém-nascidos prematuros;
➔ Causa pelo não controle da quantidade de O2 administrada;
➔ ROP é uma das principais causas de cegueira prevenível na infância;
➔ Os RNs de maior risco são os que têm menos de 33 semanas de gestação, devendo ser
submetidos ao exame de fundo de olho na 4ª semana pós-natal (especialmente bebÊs com
SDR);
➔ A proporção de cegueira causada pela ROP é muito influenciada pela qualidade do
cuidado neonatal (disponibilidade de recursos humanos, equipamentos, acesso e qualidade
de atendimento);
➔ Tratamento (laser ou crioterapia), realizado sob analgesia/sedação na UTIN ou
centro cirúrgico.

OBS: O2 é danoso para a retina, causando ROP.

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
★ Realizar avaliação das mudanças e do aumento do trabalho respiratório a cada 1 a 2
horas;
★ Proporcionar condições para uma manutenção de oxigênio adequada de acordo com a
prescrição médica;
★ Administrar oxigênio umidificado e aquecido de acordo com a necessidade do RN;
★ Manter VIAS desobstruídas (aspiração quando necessário);
★ Proporcionar condições para a estabilização e manutenção da temperatura do RN
dentro dos parâmetros normais;
★ Monitorizar gasometria arterial de acordo com prescrição;
★ Monitorizar o balanço hidroeletrolítico;
★ Compartilhar constantemente informações sobre o estado do RN com os pais;
★ Avaliar sinais de dor e agitação;
★ Administrar medicações (corticóides, antibióticos) conforme prescrição médica;
★ Atentar aos sinais de infecção.

OBS: 1 a +, sinais de alerta.


Principais distúrbios respiratórios (criança)

SISTEMA RESPIRATÓRIO
➔ Respiração: sucessão rítmica de movimentos de expansão pulmonar (inspiração e
expiração), com a finalidade de trocas gasosas.
➔ Oxigênio: importante para o cérebro e coração, não é armazenado no corpo, produz ATP
(adenosina trifosfato), necessário para contração muscular, síntese de moléculas orgânicas e
transporte de materiais na membrana celular.
➔ O sistema respiratório é responsável pela ventilação pulmonar, difusão e transporte
de oxigênio.
➔ A ventilação pulmonar permite as trocas gasosas nos alvéolos pulmonares, ou seja, a
hematose pulmonar. Dessa forma, o CO2 do sangue passa para os alvéolos, o O2 dos
alvéolos para a corrente sanguínea, e o sangue passa de venoso a arterial.

DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS
Considerações gerais:
➔ Estão entre as causas mais comuns de adoecimento e hospitalização de crianças;
➔ Podem apresentar-se como distúrbios brandos (resfriados comuns), distúrbios agudos
(bronquiolite) e crônicos (asma), sendo potencialmente fatais;
➔ A idade e as condições de vida da criança e estação do ano podem influir na etiologia
e evolução dos distúrbios;
➔ Condições socioeconômicas mais baixas coloca as crianças sob risco mais alto para os
distúrbios respiratórios;
➔ Crianças com doenças crônicas (diabetes, cardiopatia congênita, anemia falciforme,
fibrose cística…) e com distúrbio do desenvolvimento, tendem a ser afetadas mais
gravemente;
➔ Podem ser causadas por processos infecciosos ou traumáticos ou por anomalias físicas
das vias aéreas superiores ou inferiores.

Fatores predisponentes
a) Orgânicos/estruturais: anemia, fadiga, alergias, problemas cardíacos, desnutrição,
poliquimioterápicos; creches e escolas.
b) Ambientais: frio, umidade, mudanças bruscas de temperatura, natureza do agente
infeccioso, poluentes do ar.

Manifestações indicativas de agravo respiratório


- Taquipnéia
- Apnéia
- Batimentos de asas de nariz
- Gemido expiratório
- Retrações torácicas (subcostais, supracostais, intercostais)
- Cianose
Avaliação da criança

1) História de saúde
Histórico de doenças anteriores, histórico familiar, história da doença atual, tratamentos
realizados em casa.

2) Exame físico
Inspeção: Estado geral, cor, tipo de respiração, gemido expiratório, uso de musculatura
acessória, retrações (sub, supra e intercostais);
Ausculta: auscultar campos respiratórios de forma sistemática e simétrica, do ápice até a
base;
Percussão: sons de macicez podem ser indicativos de pneumonia, timpânicos de
pneumotórax, hiperressonância em asma;
Palpação: seios paranasais, linfonodos da cabeça e pescoço e Frêmito Tóraco Vocal.

Focos de ausculta respiratória e possíveis achados

➔ Estertores crepitantes: ruídos agudos interrompidos à inspiração (líquido nos


alvéolos)→ Pneumonia e bronquiolite
➔ Sibilos: chiado à inspiração e expiração → Asma
➔ Estridor: ruído monofônico inspiratório → Obstrução de VAS

Infecções agudas do trato superior


- Faringoamigdalite;
- Nasofaringite;
- Laringite;
- Gripe/resfriado comum.

Infecções agudas do trato inferior


- Bronquite;
- Bronquiolite;
- Pneumonia;
- Asma.
BRONQUITE

Inflamação das grandes vias aéreas, invariavelmente, associado a uma infecção aguda de
trato inferior.

Etiologia
Agentes virais, embora uma causa comum seja o Mycoplasma pneumoniae.

Sinais clínicos
- Tosse seca, metálica e improdutiva;
- À medida que progride, respiração ruidosa, dispnéia, dor torácica, náuseas, vômitos e
febre.

Tratamento
a) Sintomático: objetiva diminuir temperatura, dor e umidificar secreções (analgésicos,
antipiréticos e NBZ). Repouso, alimentação e hidratação.

BRONQUIOLITE

Infecção viral aguda dos bronquíolos, acomete principalmente crianças menores de 2


anos.

Etiologia
Vírus sincicial respiratório, adenovírus e vírus parainfluenza.

Sinais clínicos
- Corrimento nasal seroso;
- Febre;
- Espirros;
- Exsudato bronquiolar;
- Obstrução de vias aéreas;
- Tosse;
- Sibilância;
- Estertores finos disseminados;
- Dispnéia;
- Taquipnéia.

Tratamento
a) Sintomático: objetiva diminuir temperatura, hidratar e umidificar secreções (antipiréticos
e NBZ).
PNEUMONIA

Inflamação do parênquima pulmonar, que dificulta as trocas gasosas.

Classificação morfológica
a) Pneumonia lobar ou lobular;
b) Broncopneumonia;
c) Pneumonia alveolar ou intersticial.

Classificação clínica
a) Virais;
b) Atípicas (Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae);
c) Bacterianas;
d) Aspirativas (alimento, mecônio, etc).

● PNEUMONIA VIRAL
É o tipo mais frequente, acomete crianças de todos os grupos etários.

Sinais Clínicos
Febre, tosse, rinite, taquipnéia, ruídos respiratórios (estertores e sibilos difusos), quando não
identificada e tratada adequadamente, retrações costais, batimento de asa de nariz.

Tratamento
a) Sintomático: medidas para promover oxigenação, diminuir temperatura, hidratar e
umidificar secreções (antipiréticos e NBZ).

● PNEUMONIA BACTERIANA
Geralmente aparece secundária a uma infecção viral.

Sinais clínicos
Febre, indisposição, respiração rápida e superficial, tosse e dor torácica. Quando não
identificada e tratada adequadamente, retrações costais, batimento de asa de nariz, cianose
ou palidez, letargia.

Tratamento
a) Sintomático: medidas para promover oxigenação, diminuir temperatura, hidratar e
umidificar secreções (antipiréticos e NBZ);
b) Específico: antibioticoterapia, sedativo para tosse, anti-inflamatórios corticóides,
fluidoterapia.

● PNEUMONIA ASPIRATIVA

Causada por aspiração de líquido (vômito, secreção nasofaríngea) ou de alimento.


Fatores de risco
Dificuldade de deglutir: paralisias, fraqueza, debilidade, anomalias congênitas, ausência de
reflexos de tosse.

Prevenção
Orientar técnicas de alimentação apropriadas e posicionamento da criança após alimentação,
manter produtos químicos fora do alcance de crianças, evitar uso de talco.

Tratamento
a) Sintomático: medidas para prover oxigenação, diminuir temperatura, hidratar e
umidificar secreções (antitérmicos e NBZ);
b) Específico: antibioticoterapia, sedativo para tosse, anti-inflamatórios corticóides,
fluidoterapia.

PRINCIPAL COMPLICAÇÃO DAS PNEUMONIAS


Derrame pleural ou Empiema
↳ Pús, secreção, quadro se agrava, dor, drenagem. Infecção com risco de septicemia.

ASMA (afecção)
Obstrução da via aérea ou estreitamento que se caracteriza por irritabilidade brônquica
após exposição a vários estímulos. Distúrbio complexo que envolve fatores bioquímicos,
imunológicos, alérgicos, infecciosos, climáticos, psicológicos e genéticos.

Etiologia
Duvidosa, sugestão de ocorrência a partir de hipersensibilidade às substâncias ambientais
que deflagram reação alérgica.

Classificação
a) Intermitente: longos períodos sem sintomas;
b) Crônica: exacerbações frequentes.

Sinais Clínicos
Tosse (metálica, irritativa e não produtiva), dispnéia, fase expiratória prolongada, sibilância e
opressão torácica.

Tratamento
a) Medicamentoso: corticosteróides, anti-inflamatórios não esteroides, broncodilatadores
(agonista beta-adrenérgico), metilxantinas;
b) Fisioterapia respiratória e hipossensibilização (vacina de objetivo contrário).

O objetivo da assistência de enfermagem para o controle da asma inclui a prevenção da


exacerbação, a redução da exposição da criança aos alérgenos e o alívio do
broncoespasmo com o uso de medicação prescrita.
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
➔ Limpeza ineficaz das vias respiratórias, podendo estar relacionada com a inflamação,
secreções aumentadas, obstrução mecânica (acúmulo de secreções) ou dor, podendo se
evidenciar por: tosse produtiva, taquipnéia e aumento do esforço respiratório.
➔ Padrão respiratório ineficaz, podendo estar relacionado com o processo inflamatório ou
infeccioso, podendo ser evidenciado por taquipnéia, aumento do esforço para respirar,
batimento de asa de nariz, retrações e redução do murmúrio vesicular.
➔ Trocas gasosas prejudicadas, podendo estar relacionada com tamponamento das vias
respiratórias, podendo ser evidenciado por cianose, redução da saturação de oxigênio…
➔ Risco de infecção, podendo estar relacionado com a presença de agentes infecciosos.
➔ Processos familiares alterados, podendo estar relacionados com a doença ou a
hospitalização da criança, podendo ser evidenciado pela presença da família no hospital, pela
falta dos pais ao trabalho ou pela demonstração de incapacidade de superar a situação.
➔ Intolerância à atividade

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

★ Posicionar a criança em Fowler ou semi-Fowler;


★ Quando prescrito, ofertar oxigênio umidificado, em concentrações adequadas e
observando as medidas de segurança;
★ Assegurar um aporte adequado de líquidos (intravenoso ou orais);
★ Aspirar secreções quando necessário, seguindo técnicas assépticas;
★ Estimular a expectoração por meio de exercícios que promovam tosse;
★ Avaliar a frequência respiratória, murmúrio vesicular e esforço respiratório;
★ Utilizar oximetria de pulso para monitorar a saturação de oxigênio;
★ Administrar antibióticos, anti-inflamatórios, antitérmicos, conforme prescrição;
★ Manter equipamentos de emergência disponíveis, caso seja necessário a utilização;
★ Estimular os pais a verbalizar suas preocupações quanto à doença da criança;
★ Explicar o tratamento, os procedimentos e o comportamento da criança aos pais;
★ Estimular a participação dos pais na assistência.
Principais distúrbios gastrointestinais e hidroeletrolíticos

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DISFUNÇÃO GASTROINTESTINAL EM


CRIANÇAS
➔ Febre;
➔ Deglutição disfuncional;
➔ Disfagia (dificuldade de deglutir);
➔ Icterícia;
➔ Sangramento gastrintestinal (hematêmese, hematoquezia (vermelho vivo), melena
(vermelho escuro));
➔ Distensão abdominal;
➔ Sons intestinais hipoativos, hiperativos ou ausentes;
➔ Diarréia;
➔ Obstipação (2/3 dias sem defecar, não causa reflexos de constipação, fezes
moles/pastosas);
➔ Encoprese (escape/incontinência fecal);
➔ Constipação (causa dor, às vezes há presença de sangue, fezes duras/secas);
➔ Náusea;
➔ Vômito;
➔ Regurgitação;
➔ Déficit de desenvolvimento.

DIARRÉIA
Conceito:
Para determinar uma diarréia, deve-se considerar estes parâmetros:
1) Nº de evacuações: 3 ou + durante 24 horas;
2) Mudança de consistência das fezes.

OBS: cerca de 30% dos óbitos antes dos 5 anos, ocorrem devido à pneumonia e diarréia
(riscos ambientais, saneamento, socioeconômico).

Consequências
Dependem do ambiente?
- Indivíduo com organismo suscetível, tipo de agente etiológico, tratamento
realizado de forma hábil.

Dados epidemiológicos
Óbitos por diarréia: 1983 - 5 milhões, 2001 - 2,5 milhões, 2011 - 1,5 milhões, 2019 - 72 mil
com taxa de internação 112/100.000 habitantes. A queda dos números ocorreu graças à
vacinação contra rotavírus em 2006, principalmente, e ao saneamento básico.

Distúrbios diarreicos
● Gastroenterite: Estômago e intestino;
● Enterite: Intestino delgado;
● Enterocolite: Intestino grosso e delgado
● Colite: Intestino grosso.
- Dependem do local de fixação do agente etiológico, em que cada um possui afinidade
maior por determinada área do TGI.

Classificação - OMS
a) Diarréia aguda aquosa (2 semanas/14 dias);
b) Diarréia aguda com sangue (disenteria → Shigella)
c) Diarréia persistente (aguda com duração maior, pode ser aguda não tratada).

- De acordo com o grau:


a) Leve: poucas evacuações, sem sinal de desidratação;
b) Moderada: algumas evacuações, pode ter sinal de desidratação;
c) Grave: muitas evacuações, com sinal de desidratação.

DIARRÉIA AGUDA/INFECCIOSA
➔ Chega de forma abrupta, rápida;
➔ Acomete mais crianças menores de 5 anos;
➔ Quadro autolimitante (14 dias), causado por agente infeccioso;
➔ Pode estar associada a infecções do trato respiratório, urinário, antibioticoterapia ou
laxativos;
➔ Ocorre desequilíbrio entre absorção e secreção de líquidos e eletrólitos;
➔ Principais agentes:
- Bactéria: Escherichia coli, Shigella, Clostridium e Salmonella
- Vírus: Rotavírus
- Parasita: Giardia lamblia e entamoeba.
➔ Localização dos agentes infecciosos:
a) Colo: Shigella, Salmonella, C. jejuni;
b) Intestino delgado: V. cholerae, Giardia;
➔ Os agentes que produzem inflamação profunda e levam à infecção
bacteriana/bacteremia (com sangue): Yersínia, C. fetus, Salmonella typhosa.

DIARRÉIA CRÔNICA
➔ Aumento da frequência das evacuações e do conteúdo líquido nas fezes;
➔ Geralmente dura mais de 14 dias;
➔ Provocadas por condições crônicas, como síndrome da má absorção, doença
inflamatória intestinal e diarréia aguda não tratada.
DIARRÉIA INTRATÁVEL DA INFÂNCIA (WONG)
➔ Mais de duas semanas de diarréia;
➔ Sem patógeno reconhecido.

DIARRÉIA CRÔNICA INESPECÍFICA (WONG)


/colón irritável na infância

➔ Etiologia: maus hábitos de higiene pessoal e alimentar; ambiente.


➔ Transmissão: fecal-oral;
➔ Fisiopatologia: os patógenos invadem o TGI e levam ao aumento da secreção intestinal,
com resultado das enterotoxinas, dos mediadores citotóxicos ou da redução da absorção
intestinal ou a inflamação.
- Bacteremia, diarréia sistêmica..
➔ Avaliação diagnóstica:
- História para descobrir a causa
- Avaliar a gravidade dos sintomas
- Riscos de complicação
- Sintomas atuais que indiquem doença tratável;
➔ Complicações: desidratação evidenciada por afundamento de bregmática, olhar seco,
choro sem lágrimas, turgor e elasticidade da pele diminuído, perfusão periférica > 10s,
diminuição da frequência cardíaca, mucosas ressecadas e esbranquiçadas, lábios roxos.
➔ Quando a desidratação está muito grave, a criança não chora, pois não tem força devido a
perda de eletrólitos, além disso, há também mucosas ressecadas e esbranquiçadas.
➔ Tratamento: soro.

CONDUTA TERAPÊUTICA (DIARRÉIA)

1) avaliação do desequilíbrio hidroeletrolítico;


2) reidratação;
3) manutenção da terapia com líquidos;
4) reintrodução de uma dieta adequada.

OBS: os lactentes e crianças com diarréia aguda e desidratação devem ser tratados
primeiramente com a TRO (terapia de reidratação oral).
Vantagens: mais eficiente, segura, menos dolorosa e onerosa que intravenosa.
Soro caseiro dura 24 horas em temperatura ambiente. Ação: intensificam e promovem a
reabsorção de sódio e água, reduz significativamente o vômito, a perda de volume pela
diarreia e a duração da enfermidade.

ESTRATÉGIA AIDPI (atenção integrada a doenças prevalentes na infância) PRECONIZA:


- Melhor tratamento com uso precoce da TRO;
- Manutenção de alimentação adequada;
- Melhor assistência à saúde materno-infantil;
- Melhor uso e instalações de abastecimento de água e saneamento

CONDUTA AIDPI

Criança sem desidratação → TRO e cuidados domiciliares → PLANO A


Diarréia e sinais de desidratação → TRO supervisionada na UBS → PLANO B
Diarréia grave com desidratação → Referenciar hospital → PLANO C

Plano B: apenas como orientação inicial, o paciente deverá receber de 50 a 100 ml/kg para
ser administrado fracionado no período de 4-6 horas.
Plano C: 2 fases, a fase rápida e a fase de manutenção e reposição.

TÉCNICA DE PREPARO DO SORO


- Preparo de acordo com as instruções do fabricante, dissolvidas em 1 litro de água
fervida à temperatura ambiente. (fria X quente)
- Após o preparo, pode ficar em temperatura ambiente por 24h.

- Soluções reidratantes caseiras: 1 colher de chá bem rasa de sal, 4 colheres bem cheias de
açúcar e 1 litro de água fervida.
OBS: essa solução ficará com um sabor semelhante ao de lágrimas.

CÁLCULO PARA ADMINISTRAR A TRO

1º) Cálculo da perda hídrica (PH)


peso X grau de Desidratação Hidroeletrolítica X 10 = perda hídrica
ex: PH = 8kg X 10% X 10 = 800 ml

2º) Cálculo de volume a ser administrado (VA)


perda hídrica X 2 = volume a ser administrado - (2/3 soro e restante outro líquido)
ex: 800 X 2 = 1600 ml

3º) Quantidade a tomar por hora


30 a 40 ml por kg
ex: 30ml X 8kg = 240 ml/h

4º) Tempo para completar a reidratação (T)


volume total a ser administrado / capacidade gástrica por hora = tempo
ex: 1600/240 = 6,6 aproximadamente, 7 horas

● Assim, uma criança de 8 kg, perdeu 10% de seu peso, para ser reidratada deve receber
1600 ml em aproximadamente 7 horas. O tempo de reidratação não pode ser
ultrapassado, pois o objetivo é repor rapidamente o volume de líquido perdido.
CONSTIPAÇÃO

➔ É uma alteração da frequência, da consistência ou do trânsito intestinal das fezes;


➔ Também descritas como defecações dolorosas, frequentemente com rajadas de sangue
ou com retenção fecal;
➔ A frequência das defecações não é considerada um critério diagnóstico, pois varia nas
crianças;
➔ Ajuda se fizer bicicletinha, massagem em forma de interrogação, ofertar água;
➔ Deve-se verificar dieta, ingestão de água e fibras;
➔ Obstipação: tempo prolongado sem defecar, sem reflexos sérios. A criança pode ficar dois
dias sem defecar, mas sem fezes secas e sangue.
➔ Encoprese: eliminação fecal completa na sua sequência fisiológica, porém involuntária,
decorrente de problemas psíquicos. A criança tinha controle, mas perdeu.

Etiologia:
● Variedade de distúrbios psicogênicos, orgânicos ou em associação a doenças sistêmicas.
● Distúrbios estruturais: estenose do intestino, ânus ectópico e doença de Hirschsprung;
● Distúrbios sistêmicos: hipotireoidismo, hipercalcemia e intoxicação crônica pelo
chumbo.
● Evidências científicas associam também a uso de antiácidos, diuréticos, antiepiléticos,
anti-histamínicos e suplementos de ferro.

DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG
Definição:
Doença congênita rara (1/5000) que afeta a motilidade intestinal, caracterizada por
diâmetro aumentado de uma parte do intestino grosso devido ao acúmulo de fezes, e
uma parte aganglionar de uma porção fina, variável e distal do intestino grosso (+
comum em sigmóide e reto), consequência de um erro durante a formação do sistema nervoso
entérico, durante o desenvolvimento embrionário, que resulta na ausência de peristaltismo,
com consequente obstrução funcional.
- Imobilidade obstrutiva do intestino causada por ausência de células ganglionares
na porção final do intestino grosso, caracterizando-o fino e atrófico, tornando as
fezes represadas na porção anterior.

Origem da expressão: megacólon, pois a porção anterior torna-se bastante dilatada para
acomodar as fezes represadas.

Avaliação diagnóstica (lactentes e criança menor)


- Para confirmação do diagnóstico é necessária uma biópsia retal que confirme a ausência de
células ganglionares.
- Enema baritado (cateter/contraste).

Tratamento
Cirurgia para remoção de porção aganglionar.
Manifestações clínicas
- Período neonatal: recusa alimentar, vômitos biliosos e distensão abdominal;
- Primeira infância: desenvolvimento deficiente, constipação, distensão abdominal e
diarréia + vômitos;
- Segunda infância: constipação, fezes em fitas (afinamento do intestino), fezes fétidas,
distensão abdominal e peristalse visível.

OBS: fezes podem sair pela boca e circulação colateral pode ser visualizada;

ESTENOSE HIPERTRÓFICA DO PILORO


Conceito:
É um distúrbio obstrutivo comum em meninos e crianças menores de 6 meses, onde há
estreitamento na musculatura do piloro, impedindo que o alimento desça para o intestino,
causando pressão e refluxo.

Etiologia:
Genético, geralmente, causa desconhecida.
- Ocorre com maior frequência em meninos

Sintomas:
Vômitos vigorosos, perda de peso, desidratação.

Tratamento
Piloromiotomia e laparoscopia

Diagnóstico clínico
Feito com base em história de vômitos não-biliosos, “em jato”, a partir da terceira/quarta
semanas de vida, associada a achados, ao exame físico, de hiperperistalse gástrica, distensão
do andar superior do abdome e “tumor” pilórico palpável, também chamado “oliva pilórica”.
- Exames de imagem;

Diagnóstico diferencial
O principal diagnóstico diferencial da EHP incide no piloroespasmo.

DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE)

Diferença de DRGE para RGE é que o primeiro é acompanhado por deficiência do


desenvolvimento, sangramento e disfagia; Toda pessoa que tem DRGE, tem RGE. Mas
nem toda pessoa que tem RGE, tem DRGE.
➔ Distúrbio de motilidade;

pH do TGI
- Cavidade oral = 6,8 - 7,5
- Estômago = 1,5 - 2,0
- Intestino delgado = 7,2 - 7,5
- Intestino grosso = 7,9 - 8,5

Conceito:
➔ Retorno do conteúdo do estômago, causando dor e inflamação;
➔ Isso acontece quando o músculo (cárdico), que deveria impedir que o ácido do estômago
saia do seu interior, não funciona de forma adequada;
➔ Inflamação instalada no esôfago, causando irritação da mucosa esofágica.

Incidência:
1:300 a 1:1000

Avaliação diagnóstica:
- Exame físico e história;
- Seriografias do GI;
- Medição do pH em 24h (pHmetria);
- Cintilografia;
- Endoscopia (para excluir Doença de Crohn).

Manifestações clínicas
Dor abdominal, diarréia, cólica e perda de peso, dor articular e falta de apetite. Déficit do
desenvolvimento, sangramento e disfagia.

Conduta terapêutica
Depende da gravidade, criança com bom desenvolvimento não precisa de tratamento;
Leito e travesseiro antirrefluxo.

Tratamento
Anti-inflamatórios

REFLUXO GASTROESOFÁGICO (RGE)

Manifestações clínicas RGE:


- Lactente: regurgitação, vômitos, choro excessivo, irritabilidade, perda de peso,
desenvolvimento deficiente, problemas respiratórios, hematêmese, apnéia.
- Crianças: azia, dor abdominal, dor torácica não cardíaca, tosse crônica, disfagia, asma
noturna, pneumonia recorrente.

Complicações RGE
- Esofagite, estenose esofágica, laringite, pneumonia recorrente, anemia.
AVALIAÇÃO DA CRIANÇA COM DISFUNÇÃO HIDROELETROLÍTICA

Avaliar 3 pontos:

1. História de saúde: padrões de ingesta hídrica, alimentos, eliminações, medicamentos;

2. Exame físico: buscar dados em relação ao déficit ou excesso de volumes de líquidos e


alterações hídricas;
Levar em consideração: 1g equivale a 1ml do líquido corporal;
Peso: perdas acima de 50g/dia no lactente e 200/dia na criança, maior atenção;
Temperatura: inicialmente a criança com déficit de volume tende a elevar a temperatura,
conforme aumenta a perda há uma queda da temperatura;
Coração: a taquicardia está presente no início da desidratação e a contínua perda de líquido
torna o pulso rápido e fraco, ocorre principalmente nas alterações de potássio.
PA: sua alteração indica mudanças no volume de líquidos, se elevada, excesso de volume, se
baixa, déficit de volume;
FR: nas disfunções de água corporal, há um aumento da FR, taquipneia;
Turgor e elasticidade da pele: diminuição → déficit, aumento → excesso;
Cavidade oral: quanto mais seca, mais desidratado;
Choro: choro sem lágrimas e olhos fundos são sinais de déficit;
Fontanelas: depressão → déficit, abaulamento → excesso;
Micção: o esperado é 1ml/kg/hora, a densidade da urina é um bom indicador do status
hídrico;

Cefaléia, vômitos, irritabilidade e convulsões devido edema cerebral podem ser


consequências de um excesso hídrico.

3. Testes laboratoriais: validar os achados.

DESIDRATAÇÃO
Tipos:
a) Hipotônica ou hiponatrêmica
Há perda maior de sódio do que de água; Resulta em diluição do LEC, movimento de água
para o compartimento intracelular e evolução dos sinais e sintomas da desidratação.

b) Isotônica ou isonatrêmica
Há perdas proporcionais de água e sódio; Não há movimentação de fluidos entre os
compartimentos.

c) Hipertônica ou hipernatrêmica
Há perda maior de água do que de sódio.

Avaliação da gravidade da desidratação


LEVE MODERADA GRAVE

ESTADO GERAL Irritada, com sede, Agitada, muita sede, Deprimida,


dorme pouco e mal raramente dorme comatosa, não chora

BOCA Seca, lábios secos e Muito seca, cianose Lábios cianóticos


avermelhados, de lábios às vezes
saburrosa

OLHOS Normais Fundos Muito fundos

LÁGRIMAS Presentes Ausentes Ausentes

FONTANELAS Normais Deprimidas Muito deprimidas

PELE Quente, seca, Fria, elasticidade Fria, acinzentada,


elasticidade normal diminuída elasticidade muito
diminuída

PULSOS Normais Finos Muito finos

ENCHIMENTO Normal (até 3s) Lentificado (3-10s) Muito lentificado


CAPILAR (mais de 10s)

PERDA DE PESO 2,5-5% 5-10% Acima de 10%

DÉFICIT 25 a 50 ml/kg 50 a 100 ml/kg > 100 ml/kg


ESTIMADO

PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA ANEMIA FERROPRIVA EM CRIANÇAS

Tratamento:
- Ferro oral (dose de 3 a 6 mg/kg/dia) fracionado ou dose única;
- Por 6 meses ou até reposição dos estoques corporais (normalização da Hb, VCM,
HCM, ferro sérico, saturação da transferrina e ferritina sérica 1, estão todos baixos).
OBS: a efetividade do tratamento deve ser checada com hemograma e reticulócitos após
30 a 45 dias do início do tratamento.

OBS: se não for aleitamento materno exclusivo, antecipa.

Prevenção:
1) Recomendação de suplementação medicamentosa profilática de ferro em lactentes
sem fator de risco.

Situação: RN a termo, peso adequado para a idade gestacional, em aleitamento materno


exclusivo até o 6º mês.
Recomendação: 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 180 dias de vida (5º mês)
até o 24º mês (2 anos) de vida.

2) Recomendação de suplementação medicamentosa profilática de ferro em lactentes


com fator de risco

Situação 1: RN a termo, AIG, em aleitamento materno exclusivo até o 6º mês.


Recomendação 1: 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 90 dias de vida até o 24º
mês de vida.

Situação 2: RN a termo, AIG, independentemente do tipo de alimentação.


Recomendação 2: 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 90 dias de vida até o 24º
mês de vida.

Situação 3: RN a termo, PIG (<2,500 g)/ RN prematuro com peso superior a 1.500g
Recomendação 3: 2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciado com 30 dias de vida, durante
um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano. RN prematuros com peso superior a
1.500g, 2 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante um ano.
Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano.

Situação 4: RN prematuros com peso entre 1.500 e 1.000g


Recomendação 4: 3 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida,
durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano.

Situação 5: RN prematuro com peso inferior a 1.000g.


Recomendação 5: 4 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida,
durante um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia mais um ano.

Situação 6: RN prematuro que recebe mais de 100 ml de concentrado de hemácias


durante a internação.
Recomendação 6: devem ser avaliados individualmente pois podem não necessitar de
suplementação de ferro com 30 dias de vida, mas sim posteriormente.

SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A
➔ No Brasil, a deficiência de vitamina A é um problema de saúde pública moderado,
sobretudo, na região nordeste e em alguns locais da região sudeste e norte.
➔ O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (PNSVA) foi instituído por meio
da Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005, cujo objetivo é reduzir e controlar a
hipovitaminose A, a mortalidade e morbidade em crianças de 6 a 59 meses de idade (4
anos e 11 meses).

Dose
1ª) Amarela (100.000 UI): uma cápsula no 6º mês de vida;
2ª) Vermelha (200.000 UI): uma cápsula a partir dos 12 meses, tomar a cada 6 meses até
59 meses de vida

- Princípio ativo: palmitato de retinol


OBS: na falta da vermelha, não pode dar 2 amarelas.
OBS: Se aplica na sala de vacina (oral).

Alimentação

★ Aleitamento materno exclusivo: até 6 meses;


★ Aleitamento materno complementar: até 2 anos ou mais.

COMPLEMENTAR
- Após o 6 meses, o leite materno sozinho não atende as necessidades fisológicas do
bebê.
● 6 meses: leite, 1 papa de fruta (lanche de manhã), 1 papa salgada (almoço, tempero natural)
e 1 papa de fruta (lanche da tarde) e leite em livre demanda a noite;
● 7 meses: 2 papas de fruta(lanche da manhã e da tarde) e 2 papa salgadas (almoço e janta) +
leite em livre demanda;
● 12 meses: já pode comer a refeição da família, caso não tenha alimentos industrializados,
com muito sal, açúcar e gordura.

OBS: priorizar fruta natural, desenvolver musculatura estomatognática (com a mastigação),


fibras, vitamina.

OBS: mamadeira com bisfenol free, individual, esterilizada.

OBS: se toma fórmula (1 scoop de leite + 30 ml de água), toma água antes dos 6 meses, mas
deve introduzir alimentação apenas aos 6.

BLW ➔ Técnica que dá atonomia da criança em se alimentar.


Principais distúrbios geniturinários

SISTEMA GENITURINÁRIO
Uretra feminina é mais curta.

CONSIDERAÇÕES GERAIS:
➔ Podem ser causados por anomalias do desenvolvimento fetal, processos infecciosos,
traumatismo, déficit neurológico, influências genéticas e outros fatores;
➔ Podem afetar diretamente os rins, outros órgãos do trato urinário e os órgãos
reprodutores;
➔ A assistência de enfermagem deve considerar o conhecimento dos distúrbios,
diagnósticos e tratamento, além de prestar os cuidados de enfermagem, fornecer
informações e dar apoio à criança/adolescente e família.

CLASSIFICAÇÃO:
1) Distúrbios do trato urinário e dos rins
a) Estruturais: extrofia vesical, hipospádia, uropatia obstrutiva, hidronefrose e refluxo
vesicoureteral;
b) Infecciosos: infecção do trato urinário;
c) Adquiridos que causam disfunção renal: síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda,
insuficiência renal.
OBS: + comuns.

OBS: ITU é diferente de ATU. O primeiro é mais comum nas meninas devido ao tamanho da
uretra, já o segundo é uma inflamação decorrente de outro agente que não seja
patológico.

OBS: nunca repetir a face do lenço ou papel, pois pode levar bactérias que podem ascender
para o TU, favorecendo infecções.

2) Distúrbios dos órgãos reprodutores


a) Femininos: aderência dos lábios vaginais, vulvovaginites, doença inflamatória pélvica,
distúrbios menstruais;
b) Masculinos: fimose e parafimose, criptorquidia, hidrocele e varicocele, epididimite.
OBS: + raros.

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)


➔ Aguda;
➔ Causada comumente por bactérias que ascendem pela uretra até a bexiga;
➔ Infecção bacteriana mais comum na infância;
➔ São mais comuns em lactentes e infantes;
➔ Depois do primeiro ano de vida, torna-se mais comum nas meninas;
➔ Adolescentes sexualmente ativos podem desenvolver.
OBS: ITU nosocomial é adquirida no ambiente de assistência à saúde.

Fisiopatologia:
● E. Coli responsável por cerca de 85 a 90% de todas as ITUs, outros microrganismos
causadores: Klebsiella, Staphylococcus aureus, Pseudomonas…
● Fatores que podem contribuir para a proliferação bacteriana: estase urinária (obstrução),
redução da ingesta hídrica e urina alcalina.

Manifestações clínicas:
- Lactentes: febre, irritabilidade, vômitos, déficit de crescimento ou icterícia;
- Crianças maiores: febre e vômitos, disúria, aumento da frequência urinária, tenesmo
(incontinência fecal), urgência ou dor.

OBS: sintomas de situação prolongada (icterícia e déficit) e sintomas mais comuns (febre e
irritabilidade; se não for distúrbio respiratório, desconfia de ITU).

Tratamento:
● Antibioticoterapia oral ou intravenosa;
● Antitérmico e analgésicos para controle da dor e febre;
● Aumento da ingesta hídrica.

Intervenções de enfermagem:
➔ Erradicação da infecção;
➔ Medidas para aumentar o conforto;
➔ Profilaxia para evitar infecção recorrente;
➔ 13 certos;
➔ Orientação de higiene frequente para aliviar desconforto;
➔ Se for adolescente e desconfiar de vida sexual ativa, orientar;
➔ Orientação em saúde de acordo com a idade da criança.

SÍNDROME NEFRÓTICA
➔ Crônica;
➔ Estado clínico caracterizado por proteinúria maciça, hipoproteinemia, hiperlipidemia,
hipoalbuminemia e edema;
➔ Causada por aumento da permeabilidade da membrana basal glomerular,
possibilitando perdas anormais de proteínas na urina;
➔ Em geral ocorre em três formas: congênita, idiopática e secundária (quando associada
a alguma infecção sistêmica ou relacionada o uso de substâncias);
➔ A síndrome nefrótica idiopática (surgimento espontâneo) é o tipo mais comum,
encontrado comumente em crianças na maioria do sexo masculino com menos de três
anos de idade;
➔ Ajudar para não desenvolver insuficiência renal.
Manifestações clínicas:
- Edema, inicialmente em membros inferiores e depois generalizado (anasarca);
- Ganho ponderal pela ascite;
- Débito urinário decrescente;
- Edema da mucosa intestinal (pode causar diarreia, anorexia, absorção intestinal
deficitária);
- Palidez extrema da pele.

OBS: sem proteína, edema e hiperlipidemia para tentar equilibrar.

Tratamento:
Administração de corticosteróides, diuréticos, albumina e nos casos resistentes
imunossupressores (Ciclofosfamida, Ciclosporina A…).

Intervenções de enfermagem:
- As metas da assistência de enfermagem devem incluir:
➔ Estimulação da diurese;
➔ Profilaxia de infecções;
➔ Promoção da nutrição adequada;
➔ Orientação aos pais quanto aos cuidados em casa.

GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA (GNDA)

➔ Distúrbio no qual processos imunes lesionam os glomérulos;


➔ Comum depois de infecções pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A,
geralmente, das vias respiratórias superiores ou pele;
➔ A forma mais comum é conhecida como Glomerulonefrite pós-estreptocócica aguda;
➔ Mais comum em meninos e com mais de 2 anos de idade;
➔ Tem edema, sem proteinúria.

Fisiopatologia
A infecção pelo Streptococcus beta hemolítico do grupo A, produz uma reação tardia
(antígeno-anticorpo), em torno de 10 à 14 dias após a infecção estreptocócica. Logo, os
glomérulos tornam-se edemaciados e infiltrados com leucócitos polimorfonucleares, os
quais provocam oclusão da luz capilar. Como consequência, temos a redução na filtração
de plasma e líquido intersticial, que resulta em acúmulo da água e Na + com congestão
circulatória e edema.

Manifestações clínicas
Edema, anorexia, diurese turva ou castanha (cor de coca-cola), acentuada diminuição do
volume de urina, palidez, irritabilidade, letargia, cefaléia, desconforto abdominal, disúria,
vômitos, PA moderada a elevada, hematúria, proteinúria.
Tratamento
- Não tem um tratamento específico;
- As medidas terapêuticas visam manter o volume de líquidos e controlar a hipertensão.

Intervenções de enfermagem

➔ Administrar agente anti-hipertensivos e diuréticos, conforme prescrição médica;


➔ Monitorar PA;
➔ Durante fase edematosa inicial, manter restrições de sódio e água;
➔ Pesar diariamente;
➔ Monitorar débito urinário e melhora da cor da urina.

INSUFICIÊNCIA RENAL

➔ A insuficiência renal refere-se ao declínio da função renal com acúmulo das toxinas
metabólicas (principalmente os nitrogenados) e distúrbio hidroeletrolítico;
➔ A insuficiência renal aguda é definida pelo declínio súbito e geralmente reversível da
função renal;
➔ Nas crianças, a insuficiência aguda é causada mais comumente pela redução da perfusão
renal, como ocorre em choque hipovolêmico e no choque séptico;
➔ As complicações incluem: anemia, hiperpotassemia, hipertensão, edema pulmonar,
insuficiência cardíaca, alterações do nível de consciência ou convulsões e progressão
para insuficiência renal crônica.

Insuficiência renal crônica e doença renal terminal

● Caracteriza-se por insuficiência renal crônica que requer diálise prolongada e


transplante renal;
● Nas crianças, a insuficiência renal crônica resulta mais comumente de anomalias
estruturais congênitas, também pode ser causada por distúrbios hereditários como
nefrite familiar, ou resultar de problemas adquiridos como glomerulonefrite.

Manifestações clínicas:
- Anemia grave;
- Uremia;
- Hipertensão e insuficiência cardíaca;
- Hipocalcemia, Hiperpotassemia e acidose metabólica.

Tratamento:
● Diálise peritoneal;
● Hemodiálise;
● Transplante renal, quando progride para doença renal terminal.

Intervenções de enfermagem
➔ Promoção do crescimento e desenvolvimento;
➔ Remoção das escórias metabólicas e manutenção do equilíbrio de líquidos por meio
de diálise;
➔ Promoção de bem-estar psicossocial, apoio e orientação à família.

Principais distúrbios neuromusculares

SISTEMA NERVOSO

Encéfalo e medula espinal

CONSIDERAÇÕES GERAIS:
➔ Alguns distúrbios são originados a partir de lesão neurológica (traumatismo, hipóxia
do cérebro ou medula);
➔ Alguns distúrbios ocorrem em decorrência de anomalias genéticas ou estruturais ou
ainda podem ter origem autoimune;
➔ Muitos distúrbios neuromusculares são crônicos, persistem por toda a vida da
criança e causam limitações físicas.

Origem dos distúrbios:


- Lesão neurológica
- Anomalias genéticas, estruturais e origem autoimune

PRINCIPAIS DISTÚRBIOS NEUROMUSCULARES

a) Congênitos
Anomalias do tubo neural: espinha bífida oculta, meningocele, meningomielocele;
Distrofia muscular;
Atrofia muscular espinal.

b) Adquiridos
Traumatismo raquimedular;
Traumatismo ao nascimento;
Síndrome de Guillain-Barré;
Miastenia gravis;
Dermatomiosite;
Botulismo.

c) Paralisia cerebral: se adequa como adquirida; adquirida por lesão neurológica com
traumatismo antes de nascer ou por hipóxia.
OBS: tubo neural → carência nutricional no período embrionário.

ESPINHA BÍFIDA OCULTA

➔ Malformação dos corpos vertebrais, sem protrusão da medula espinal ou das


meninges;
➔ Não é visível externamente e na maioria dos casos não traz consequências adversas;
➔ Não necessita de intervenção imediata, porém, complicações podem surgir como
compressão medular;
➔ Presente em qualquer segmento da coluna ou em vários, a nível de osso, causa
depressão e pode haver muita lanugem na depressão;
➔ Se não for muito grave (grave é sem osso), não causa nada e não precisa de reparo.

MENINGOCELE

➔ Forma menos grave da espinha bífida cística, ocorre quando as meninges sofrem
herniação por uma falha existente nas vértebras;
➔ Em geral a medula espinal é normal e não há déficits neurológicos associados;
➔ O tratamento é a ressecção cirúrgica.

MENINGOMIELOCELE

➔ Forma mais grave de malformação do tubo neural, ocorre em cerca de 1 em 4000


nascidos vivos;
➔ Pode ser diagnosticada in utero por ultrassonografia, podendo ser detectada
facilmente após o nascimento;
➔ O RN com meningomielocele tem risco mais alto de meningite, hipóxia e hemorragia;
➔ A coluna vertebral termina na altura da malformação, não havendo função sensorial
e motora além deste ponto;
➔ A longo prazo, a criança pode ter complicações como deformidades ortopédicas e
incontinências vesical e fecal;
➔ Pode vir em várias lesões;
➔ Acomete medula, líquor e meninges.

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
★ As intervenções consistem em evitar traumatismo da bolsa meníngea e infecção antes
do reparo cirúrgico da malformação.
★ Profilaxia de infecções;
★ Proporcionar condições para eliminação urinária e intestinal adequadas;
★ Proporcionar condições para uma nutrição adequada;
★ Manutenção de integridade da pele;
★ Orientação e apoio à família.
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ

➔ Também conhecida como Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Aguda, é um


distúrbio autoimune no qual uma reação autoimune do organismo ataca o sistema
nervoso periférico, geralmente não afeta o sistema nervoso central;
➔ Comumente desencadeado por infecção viral ou bacteriana pregressa, causa
desmielinização;
➔ É progressivo até certo ponto e depois regride;
➔ Células responsáveis pela mielinização, se desligam durante processo infeccioso.

Tratamento
- É sintomático, consiste basicamente em atenuar a gravidade e acelerar a recuperação;
- A plasmaferese (troca de plasma) e a administração de gamaglobulinas intravenosas
nos casos graves.

Intervenções de enfermagem
- Medidas de suporte, como:
★ Manter a integridade da pele;
★ Evitar complicações respiratórias e contraturas;
★ Manter nutrição adequada;
★ Controlar a dor.

PARALISIA CEREBRAL

➔ Expressão utilizada para descrever várias síndromes clínicas inespecíficas por padrão
motor e posturas anormais causadas por disfunção cerebral anormal não progressiva;
➔ A maioria dos casos incide antes e/ou durante o parto e geralmente está associada a
anóxia cerebral (falta de oxigênio no cérebro);
➔ É o distúrbio do movimento mais comum na infância;
➔ Causa mais comum de incapacidade física na criança;
➔ Quanto maior a hipóxia, maior a paralisia.

Classificação

a) Espástica
Hipertonia e contraturas irreversíveis.

b) Atetóide ou discinética
Movimentos involuntários anormais.

c) Atáxica
Afeta equilíbrio e a percepção de profundidade.

d) Mista
Combinação de todas as formas.

Abordagem terapêutica

● O objetivo principal da abordagem terapêutica é ajudar a criança a alcançar o nível de


desenvolvimento e a função ideais dentro dos limites impostos pela doença.
● Consiste basicamente em medidas sintomáticas, profiláticas e de suporte;
● Envolve profissionais de várias disciplinas, inclusive de atenção básica;
● Não há um tratamento padronizado para todas as crianças;
● O tratamento clínico tem como foco principal a promoção de modalidades
terapêuticas e medicamentosas;
● Algumas crianças necessitam de tratamento cirúrgico para corrigir deformidades
associadas à espasticidade.

Intervenções de enfermagem
★ Consistem basicamente em promover o crescimento e o desenvolvimento com
ampliação da mobilidade e manutenção do estado nutricional ideal;
★ Dar apoio e orientações à família e a criança.
Questões para estudo:

1) A diarreia aparece quando a perda de água e eletrólitos nas fezes é maior do que a normal,
resultando no aumento do volume e da frequência das evacuações e diminuição da
consistência das fezes. Diarreia é geralmente definida como a ocorrência de três ou mais
dejeções amolecidas ou líquidas em um período de 24 horas. A doença diarreica aguda é uma
das principais causas de morbidade e mortalidade infantil no Brasil, especialmente nas
crianças menores de 6 meses que não estão em aleitamento materno exclusivo. Nas regiões
Norte e Nordeste, onde o problema assume maior magnitude, o risco de morte por diarreia
em crianças menores de 5 anos é cerca de quatro a cinco vezes maior do que na Região Sul,
representando cerca de 30% do total das mortes após o período neonatal, durante o primeiro
ano de vida. De acordo com o Manual AIDPI criança (2 meses a 5 anos), durante a consulta
de enfermagem, o profissional avalia a criança com diarreia para saber:

I - Se há sinais de desidratação
II- Por quanto tempo a criança tem tido diarreia
III - Se há sangue nas fezes para determinar se a criança tem disenteria.

São afirmativas corretas:


a) Apenas a I
b) Apenas a II
c) Apenas a III
d) Alternativa I e II
e) Todas estão corretas.

2) O refluxo gastroesofágico consiste no retorno do conteúdo do estômago para o esôfago e


em direção à boca, causando dor e inflamação. Isso acontece quando o músculo que deveria
impedir que o ácido do estômago saia do seu interior não funciona de forma adequada. São
manifestações clínicas normalmente observadas nos lactentes:

a) tosse crônica, disfagia, regurgitação e asma noturna


b) azia, dor abdominal e perda de peso
c) desenvolvimento deficiente, problemas respiratórios, hematêmese e dor abdominal
d) pneumonia recorrente, azia, disfagia e ganho de peso
e) perda de peso, desenvolvimento deficiente e regurgitação.

3) A maioria das doenças respiratórias neonatais manifesta-se nas primeiras horas de vida, de
forma inespecífica e, muitas vezes, com sobreposição de sinais e sintomas. Em relação aos
sinais e sintomas respiratórios observados no período neonatal, é INCORRETO afirmar que

a) A apneia é um distúrbio do ritmo da respiração.


b) O batimento de asas nasais representa abertura e fechamento cíclico das narinas durante a
respiração espontânea.
c) O gemido expiratório é um sinal muito comum nos recém-nascidos acometidos pela
Síndrome do Desconforto Respiratório.
d) As retrações torácicas aparecem quando os pulmões apresentam-se com
complacência alta ou quando há obstrução de vias aéreas superiores ou alterações
estruturais do tórax.
e) Considera-se taquipneia quando, em repouso ou durante o sono, a frequência respiratória
mantém-se persistentemente acima de 60 movimentos (incursões respiratórias) por minuto.

4) A maioria das doenças respiratórias neonatais manifesta-se nas primeiras horas de vida, de
forma inespecífica e, muitas vezes, com sobreposição de sinais e sintomas, tornando essencial
uma boa avaliação clínica do RN na ocasião do nascimento. Para tanto, é importante proceder
com: o reconhecimento da dificuldade respiratória; identificar sinais de alerta e realizar
diagnóstico diferencial dos distúrbios respiratórios. Considere a situação descrita abaixo e
responda as questões que seguem: RN do sexo masculino, nasceu de parto normal, com 27
semanas, APGAR 5 no quinto minuto de vida, demonstra sinais de aumento do trabalho
respiratório (dispneia, respiração superficial, taquipneia, retrações torácicas, gemido
expiratório e cianose) que se intensificaram nas primeiras 24 horas, atingindo pico por volta
das 48 horas, e apresentando melhora gradativa após 72 horas de vida. Não foi observado
presença de líquido meconial.

a) Qual o possível distúrbio respiratório neonatal a criança apresenta, e quais as


características que o diferencia dos demais distúrbios respiratórios.

R: RN possivelmente apresenta quadro de Síndrome do Desconforto Respiratório, por


caracterizar-se como um distúrbio associado à prematuridade pela deficiência
quantitativa e qualitativa de surfactantes para que ocorra a homeostase de maneira
eficiente. A SDR acomente principalmente RNs do sexo masculino como no caso e se
desenvole progressivamente nas primeiras 24 horas, atingindo pico nas 48 horas após o
nascimento e melhorando gradualmente 72 horas após o parto. Além disso, alguns
sinais de trabalho respiratório utilizados pelo RN caracterizam o quadro clínico da
doença, como o gemido expiratório.

b) Quais as possibilidades de prevenção e tratamento para o RN nessa situação?

R: Atualmente as formas de prevenção comumente utilizadas, são a administração


anteparto de corticoides na gestante com evidência de parto prematuro, assistência
ventilatória precoce e uso de surfactante.
O tratamento, por sua vez, consiste na estabilidade metabólica, reposição precoce de
surfactante e ventilação mecânica não agressiva com uso de CPAP. Além disso, no
tratamento deve-se fazer monitorização da gasometria com correção de acidoses,
manutenção dos parâmetros respiratórios ideais, manutenção do equilíbrio
hidroeletrolítico e atuação de acordo com os cuidados gerais no paciente com distúrbios
respiratórios.

5) A maioria das doenças respiratórias neonatais manifesta-se nas primeiras horas de vida, de
forma inespecífica e, muitas vezes, com sobreposição de sinais e sintomas, tornando essencial
uma boa avaliação clínica do RN na ocasião do nascimento. Para tanto, é importante proceder
com: o reconhecimento da dificuldade respiratória; identificar sinais de alerta e realizar
diagnóstico diferencial dessas, com base no enunciado marque as assertivas que julgar
verdadeira.

a) No período fetal o pulmão é preenchido por líquidos e pouco fluxo sanguíneo; a


síntese de surfactante ocorre por volta da 20-24ª semana e o processo de
maturação anatômica e funcional finaliza na 35º semana.
b) Para o diagnóstico diferencial da dificuldade respiratória do RN são importantes os
dados da anamnese e do exame físico, além dos exames laboratoriais como Coomb
direto e indireto.
c) A SAM é a afecção mais frequente no RN pré-termo, sendo mais comum nos RNs
prematuros com menos de 28 semanas, do sexo masculino, filho de mães diabéticas e
nos que sofrem asfixia ao nascimento.
d) Dentre os principais agravos à saúde do RN de alto risco, destacam-se os
distúrbios respiratórios, os quais predominam a SDR, SAM e TTRN.
6) diversos diagnósticos de enfermagem tornam-se evidentes durante a avaliação da criança
com glomerulonefrite difusa aguda (GNDA). Os seguintes diagnósticos de enfermagem são
comuns e podem ser aplicados na assistência à criança com essa patologia, em desequilíbrio
do quadro clínico, exceto:

a) Excesso de volume de líquidos, relacionado com a função renal prejudicada;


b) Risco de lesão relacionada a acúmulo de eletrólitos e produtos do metabolismo;
c) Baixa autoestima situacional relacionada à imagem corporal prejudicada;
d) Risco para nutrição alterada menor que as necessidades corporais devido à dieta
restrita;
e) Dor relacionada à colonização bacteriana da bexiga e aumento do número de
micções.

7) A anomalia congênita caracterizada por cisto contendo meninges, líquor, e uma porção de
medula espinal é denominada:

a) Meningocele;
b) Microcefalia;
c) Encefalocele;
d) Meningomielocele;
e) Anencefalia;
f) Outro

Você também pode gostar