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FMC – 2024.2
PADRÃO RESPIRATÓRIO:
1. Frequência respiratória → normal de 30-60irpm, considero taquipneia > 60irpm
2. Respiração periódica → períodos de 10-15 segundos de movimentos respiratórios rápidos,
intercalados por pausas respiratórias com duração de 5-10 segundos cada e que não
apresentam repercussão cardiovascular. Mais comum em RNPT e desaparece de forma
espontânea até que o RNPT atinja a 36ª semana.
3. Apneia → pausa respiratória > 20 segundos ou entre 10-15 segundos se acompanhada de
bradicardia, cianose ou queda de saturação de oxigênio.
TRABALHO RESPIRATÓRIO:
1. Batimento de asa nasal
2. Gemido expiratório → fechamento parcial da glote durante a expiração
3. Head bobbing → movimento para cima e para baixo da cabeça, a cada respiração, pela
contração da musculatura acessória do pescoço
4. Retrações torácicas → Podem ser: intercostais, subcostais, supraesternais e esternais (ou
xifoideas).
COR:
1. Acrocianose → cianose em regiões plantares e palmares, sinal benigno e comum no período
neonatal.
2. Cianose central → em mucosa oral devido a uma hipoxemia grave (Hb < 5g/dL)
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Phatryck Pinheiro
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Para fazer o diagnóstico diferencial, devemos avaliar não só o exame físico do RN, mas também
correlacionar com dados da história gestacional e do parto e com achados de exames
complementares, como o RX de tórax.
FATORES DE RISCO:
É uma afecção respiratória mais frequente no RN pré-termo, sendo a incidência inversamente
proporcional à idade gestacional e ao peso do nascimento. Acomete principalmente aqueles com
idade inferior a 28 semanas, embora também ocorram em menores de 35 semanas e até em recém
nascidos a termo, especialmente os filhos de mães diabéticas (pelo aumento da insulina que
desequilibra a produção do pneumócito do tipo II, piorando a qualidade e diminuindo a quantidade),
os RN com asfixia perinatal e nos RN do sexo masculino (maturidade pulmonar mais lenta).
QUADRO CLÍNICO:
Os sinais de aumento do trabalho respiratório (FR > 60irpm, gemidos, batimento de asa de nariz,
retração torácica, apneia e cianose) aparecem logo após o nascimento, com piora progressiva nas
primeiras 24 horas, pico em 48-72 horas e melhora gradativa depois. Nos casos com má evolução
há surgimento de crises de apneia, cianose e deterioração do estado hemodinâmico e metabólico.
A evolução clássica pode ser modificada por meio da administração antenatal de corticoide materno,
assistência ventilatória precoce (CPAP) e uso de surfactante exógeno.
QUADRO RADIOLÓGICO:
O aspecto típico, porém, não patognomônico da SDR é o infiltrado
reticulogranular difuso (em vidro moído) distribuído uniformemente
nos campos pulmonares (hipotransparência pulmonar difusa), com
broncogramas aéreos e aumento de líquido pulmonar.
Broncograma aéreo
EXAMES LABORATORIAIS:
Gasometria evidenciando:
➔ Hipoxemia → diminuição da PO2
➔ Aumento do PCO2 → diminuindo o pH (acidose respiratória)
TRATAMENTO:
O tratamento da SDR pode ser dividido em 3 frentes:
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SUPORTE:
Pode reduzir a gravidade da SDR, principalmente nos RNPT de muito baixo peso. Inclui a estabilização
metabólica (tratamento da acidose) e circulatória (tratamento da hipotensão), o controle da
hipotermia e a terapêutica nutricional (dieta zero e aporte nutricional por via parenteral).
PROTOCOLO INSURE:
Método preferencial para fazer o surfactante pulmonar. Consiste na intubação apenas para
instilação de surfactante com extubação precoce para o CPAP, reduzindo, com isso, o tempo de
ventilação mecânica.
A reposição de surfactante não é uma terapêutica isenta de riscos, estando associada a algumas
complicações: hipóxia, bradicardia, hipotensão, obstrução do tubo endotraqueal e hemorragia
pulmonar.
PROFILAXIA:
A administração de corticoide para a gestante pode prevenir e modificar a evolução da SDR.
Considerar o uso de corticoide pré-natal em todas as gestantes entre 24-34 semanas de gestação
com risco de parto prematuro. O tratamento consiste em 2 doses de 12mg de betametasona IM a cada
24h ou 4 doses de dexametasona IM a cada 12h. Os efeitos benéficos são mais evidentes 24h após
o início da terapia e perduram por 7 dias.
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DIETA E HIDRATAÇÃO:
1. Dieta zero
2. SNG aberta em frasco
3. Hidratação venosa com soro glicosado. Inicialmente 60-80ml/kg/dia e com taxa de infusão de
glicose fisiológica adequada. No segundo dia de vida, adicionar eletrólitos na hidratação (sódio,
potássio e cálcio).
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
1. Surfactante: fazer a primeira dose de surfactante por via endotraqueal, preferencialmente nas
primeiras 2 horas de vida. Escolha uma das opções:
1.1. Beractanto (Survanta: extrato de pulmão bovino – 25mg/ml). Dose: 100-200mg/kg = 4-
8ml/kg
1.2. Poractante alfa (Curosurf: extratrato de pulmão suíno – 80mg/ml). Dose: 100-200mg/kg
= 1,25-2,5 ml/kg.
CUIDADOS:
1. Cabeceira elevada
2. Incubadora aquecida
3. Suporte ventilatório adequado para o caso
4. Monitorização contínua dos sinais vitais
5. Balanço hídrico diário
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