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Material de apoio fisioterapia neonatal

Profª Laís Chitolina Figueiredo

Doença da membrana hialina


O QUE É?

◦ Conhecida como Síndrome do desconforto respiratório SDR, é uma doença


caracterizada por piora progressiva do desconforto respiratório nos primeiros dias de
vida.

Decorrente da deficiência primaria de surfactante, que leva aumento da tensão superficial e


consequente colabamento alveolar

O QUE É SURFACTANTE??

- UM FOSFOLIPIDIO SINTETIZADO PELO PNEUMÓCITO DO TIPO II, por volta de 20 sem


de IG, e atinge o pico de ação com 35 sem de IG.

- Para que serve?

Na expiração quebra a tensão superficial e aumenta a complacência e diminui o esforço


respiratório para manter o alvéolo aberto.

Fatores de risco

◦ atinge rnpt com baixo peso <1500g, com desenvolvimento pulmonar incompleto.
◦ todas as situações que aumentem o risco de parto prematuro:
- diabetes materno
- asfixia
- descolamento prematuro de placenta
- gemelaridade
- alterações metabólicas
- cesárea eletiva

ETIOPATOLOGIA

◦ A deficiência de surfactante aumenta a tensão superficial , leva a

Instabilidade e colapso alveolar- hipóxia ( diminuição de O 2 e aumento de CO2),

Geram vasoconstrição- hipoperfusão pulmonar (shunt D-E) ,

Levando a aumento da permeabilidade e da pressão nos capilares pulmonares e


extravasamento de plasma e sangue para interior dos alvéolos.
◦ Esse transudato acumulado vai sendo fagocitado e gerando processo inflamatório no
alvéolo- gerando a chamada membrana hialina...e como produto final se não revertido
fibrina, consequente fibrose nos alvéolos.

Sinais e sintomas:

◦ Taquipneia
◦ Batimento de asa nasal
◦ Retração da caixa torácica
◦ Cianose
◦ Gemido expiratório
◦ AP: MV diminuído com estertores e sibilos exp.

Diagnostico:

◦ BSA- avalia desconforto respiratório de 0 – 10.

◦ Classificação radiológica: ( infiltrados padrão de vidro moído)

◦ Grau I: leve- infiltrados reticulogranulares próximo ao mediastino

◦ Grau II: moderado- infiltrados reticulogranulares que se estendem até a periferia.

◦ Grau III: grave- opacidade difusa com discreto borramento cardiaco

◦ Grau IV: opacidade total- opacidade total difusa e imagem cardíaca invisível.

Tratamento:

◦ Surfactante: indicado < 2200 g e idade < 34 sem.

FiO2 > 60 % para manter PaO2 55 a 60 mmHg.

◦ 100 mg/Kg- 2 doses com intervalo 12/12 h.

◦ Ideal aplicar até no máximo 15 horas de vida para efeito adequado.

◦ Oxigenioterapia nos casos mais leves ( FiO2 <40% para manter PaO2- 50 a 70 mmHG)

◦ - incubadora, CN1-2 l/m, HOOD

Fórmula: FiO2= (O2 l/min x 100) + (AC l/min x 21) / ( O2 l/min + AC l/min)

Suporte ventilatório:

◦ Necessidade de > 60 % de O2, com desconforto moderado e grave.

◦ VMNI- prong nasal

◦ Peep= media 5 cmH2O

◦ VMI- TOT
◦ Parâmetros avaliados individualmente

◦ Peep; 5 a 8 cmH2O

◦ PIP: media 10 a 15 cmH2O- expandir 0,5 cm

◦ FR: 40 rpm de acordo com PaCo2

◦ Tinsp: 0,4 a 0,5 baixa complacência

◦ FiO2: menor possível com PaO2 ate 50 mmHg e SpO2 88%.

Fisioterapia respiratória

◦ Ideal 12 horas após surfactante

◦ Após 48 a 72 horas de vida- período de estabilização ao meio.

◦ Avaliação individualizada o mínimo de manuseio necessário sempre.

◦ Objetivos:

- Manter permeabilidade da via aérea

- Desmame precoce

- Reexpansão pulmonar

- Melhorar mecânica ventilatória- diafragma

- Posicionamento adequado

Técnicas de fisioterapia:

◦ Vibração torácica

◦ Drenagem postural- 2 a 5 minutos ( contraindicado trendelembrug)

◦ Bag squeezing – quando houver tampão mucoso ( contraindicado em prematuridade


extrema e instabilidade )

◦ Posicionamento: alternância (evitar 72h)

◦ RTA- melhorar mecânica diafragmática.

◦ Aspiração de vias aéreas- RNPT- rápida e delicada

◦ RN tem ausência ou diminuição de reflexo de tosse

◦ Soro 0,9% se necessário.

◦ Não realizar estimulo de fúrcula em RN´s.

Profilaxia:
◦ Administração de corticoide na mãe com chance de parto entre 24 a 34 sem.

◦ Ate 3 doses.

◦ Após 24 horas de aplicação já apresenta afeito de estimular a maturação pulmonar.

◦ CPAP associado a surfactante diminui necessidade de VMI.

Referências:

◦ HIRSCHHEIMER, M.R. Ventilação Pulmonar Mecânica em Pediatria e Neonatologia,


3ed. São Paulo: Atheneu 2012.

◦ BARBOSA, A.P. Desmame e Extubação em Pediatria e Neonatologia, São Paulo:


Atheneu 2010.

◦ JOHNSTON, C. Fisioterapia Pediátrica Hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2012.

◦ SARMENTO G.J.V. Fisioterapia Respiratória em Pediatria e Neonatologia. São Paulo:


Manole, 2007.

◦ PRADO, C.V.Fisioterapia Neonatal e Pediátrica. São Paulo: Manole, 2012.

◦ TARANTINO, A. B. Doenças pulmonares. 5 ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2002.

◦ LANZA, F.C. Fisioterapia em Pediatria e Neonatologia: da UTI ao ambulatório. São


Paulo: GenRoca, 2012.

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