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DPOC E ASMA

Especializanda Gabriela Lopes


DEFINIÇÃO
• A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória
prevenível e tratável, que se caracteriza pela presença de obstrução crônica
do fluxo aéreo, que não é totalmente reversível;

• A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma


resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases
tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo. Embora a DPOC
comprometa os pulmões, ela também produz consequências sistêmicas
significativas.
FATORES DE RISCO
FATORES EXTERNOS FATORES INTERNOS

 Tabagismo • Deficiência de alfa-1


 Poeira ocupacional antitripsina
 Irritantes químicos • Hiper-responsividade
 Fumaça de lenha brônquica
 Infecções • Desnutrição
respiratórias graves • Prematuridade
na infância • Envelhecimento
 Condição
sócioeconômicas
EPIDEMIOLOGI
A
Morbidade: A DPOC, em 2003, foi a
quinta maior causa de internação no
Mortalidade: A DPOC nos últimos anos
sistema público de saúde do Brasil, em
vem ocupando da 4ª à 7ª posição entre as
indivíduos maiores de 40 anos, com
principais causas de morte no Brasil.
196.698 internações e gasto aproximado
de 72 milhões de reais.
DIAGNÓSTICO
Relacionado à Exposição aos fatores
incapacidade de risco (aumento da
(progressiva com a produção de
evolução da doença)
DISPNE secreção)
EXPECTOR
IA AÇÃO

GASOMET ESPIROME
TOSSE RIA TRIA
Sintoma mais Aumento do PaCO2 e Relação VEF1/CVF
encontrado (diária ou redução do PaO2 abaixo de 0,70 pós-
intermitente) broncodilatador.
ESPIROMETRIA

CVF Aumento da CRF e Volume residual


Redução do VRI

VEF¹
ESPIROMETRIA

CVF

VEF¹
ESPIROMETRIA

CVF
Distúrbio obstrutivo: VEF¹/CVF <0,70

VEF¹
CLASSIFICAÇÃO Índice de dispneia modificado do MRC
Classificação da gravidade da limitação ao
fluxo aéreo em pacientes com DPOC 0- Tenho falta de ar ao realizar exercício
Nos pacientes com VEF¹/CVF <0,70 (pós- intenso.
broncodilatador): 1- Tenho falta de ar quando apresso o meu
GOLD 1: Leve VEF¹ > 80% passo, ou subo escadas ou ladeiras.
do predito 2-Preciso parar algumas vezes quando
GOLD 2: Moderada VEF¹ 50-80% ando no meu passo, ou ando mais
do predito devagar que outras pessoas de minha
idade.
GOLD: 3 Grave VEF¹ 30-50%
do predito 3-Preciso parar muitas vezes devido à falta
de ar quando ando perto de 100m, ou
GOLD: 4 Muito grave VEF¹ <30% do poucos minutos de caminhada no plano.
predito 4- Sinto tanta falta de ar que não saio de
casa, ou preciso de ajuda para me vestir
Fonte: Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) ou tomar banho sozinho.
CLASSIFICAÇÃO DE
GRAVIDADE
RAIO-X
HIPERTENSÃO
PULMONAR

SOBRECARGA
COR DO VD
PULMONAL
E
HIPERTROFIA
DO VD

ICC DIREITA
TRATAMENTO
FISIOTERAPÊUTICO
VNI na exacerbação do DPOC → Diminui
a necessidade de intubação, diminuição
do tempo de internação no hospital e
diminuição da mortalidade.
Diretrizes brasileiras de ventilação mecânica, 2013

Técnicas que aumentem do tempo expiratório

Oxigenoterapia – manter SpO2 entre 88-92%

Treinamento muscular respiratório

Prevenir e tratar exacerbações

Remoção de secreções
VNI NO DPOC
Indicações:
• pH <7,25, PCO2 >50 mmHg, dispneia com sinais de fadiga da musculatura
respiratória; rebaixamento de nível de consciência.

Parâmetros de sucesso VNI:

• Redução da FR;
• Melhora do nível de consciência;
• Redução do uso de musculatura acessória;
• Melhora da oxigenação;
• Redução da PCO2.
Limitação ao fluxo pulmonar

Exacerbações
Hiperinsuflação
pulmonar

Limitação
ao Dispneia
Exercício

Teoria do ciclo vicioso Dispneia-Inatividade

Inatividade
Física
ASMA
DEFINIÇÃO
• Doença inflamatória crônica caracterizada por hiperresponsividade (HR) das vias aéreas
inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo.

• Reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios


recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela
manhã ao despertar.
FISIOPATOLOGIA
Contato com
organismo
alérgeno

Reação de
hipersensibilidade

Resposta
Produção de muco
inflamatória

Remodelamento
Broncocostrição
brônquico
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
• Dispneia;

• Tosse crônica;

• Sintomas episódicos;

• Melhora espontânea ou pelo uso de medicações específicas


para asma (broncodilatadores, antiinflamatórios esteróides);
DIAGNÓSTICO
FUNCIONAL
Espirometria: Obstrução de vias aéreas com redução do VEF¹ e
da relação VEF¹/CVF

Reversível: Aumento do VEF¹ ≥ 12% do


valor pré-broncodilatador e 7% do previsto
TRATAMENTO
FISIOTERAPÊUTICO
Remoção de
secreções

Reabilitação Treinamento
pulmonar muscular
respiratório

Prevenir e tratar Melhora do


exacerbações condicionamento
físico
CASO CLÍNICO
Identificação: A.S.M., 65 anos, sexo masculino, com história de dispneia progressiva, com
tosse produtiva e expectoração amarelada e sibilos há seis dias. Relata ter procurado o
Pronto Socorro anteriormente e feito inalação. Alega ter bronquite e ter usado por um
tempo Bunesonida e Formoterol, os quais suspendeu por conta própria. Suas queixas
principais são o cansaço aos médios esforços, a falta de energia, fraqueza e, muitas vezes,
episódios de insônia.

Antecedentes pessoais:

• Tabagista há 50 anos – 50 cigarros por dia


• Hipertensão arterial sistêmica
• Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) anterior
• Em uso de ácido acetilsalicílico (AAS) 100m/g no almoço, captopril 75mg/dia, carvedilol
6,25 mg/dia e aminofilina 600 mg/dia
Exame físico

Encontra-se em regular estado geral. Apresenta-se desidratado, emagrecido, dispneico com


respiração superficial, fazendo uso de musculatura acessória (tiragem intercostal e batimento
de aletas nasais)

• PA = 160x100mmHg;
• FC = 118 bpm;
• FR = 35 ipm;
• T = 36,7 o. C
• Saturação parcial de O2 = 85%

Ausculta pulmonar: murmúrio vesicular reduzido globalmente,


expiração prolongada com presença de sibilos inspiratórios e
expiratórios e roncos.
Exames complementares

Gasometria

pH: 7,27
PaO2: 79 mmHg
PaCO2: 62 mmHg
HCO3: 28 mEq/l
BE: +4
Sat: 85%
Classificação GOLD 3: DPOC
Grave
Condutas fisioterapêuticas INTERNAÇÃO
Paciente ficou internado em enfermaria hospitalar por
• Suplementação de O2 via cateter nasal à 10 dias, realizando tratamento com antibiótico e
2l/min atendimento fisioterapêutico 1x ao dia.

• VNI – IPAP: 12 CMH2O EPAP: 8 CMH2O

• Shaker/Huffing – remoção de secreção Recebeu alta hospitalar com melhora do quadro de


dispneia, redução da expectoração e sem
• Após melhora da dispneia – ciclo necessidade de oxigenoterapia domiciliar.
ergômetro e deambulação

Exames na alta hospitalar


Gasometria

• pH: 7,39
• PaO2: 88 mmHg
• PaCo2: 47 mmHg
• HCO3: 28 mmHg
• BE: +3
• Sat: 90%
REFERÊNCIAS
• JARDIM, J. et al. Caracterização da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) – Definição, epidemiologia,
diagnóstico e estadiamento. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo, v. 30, n. 5, p. 6-15, nov. 2004.

• FRITSCHER, C. et al. Definição, epidemiologia, patologia e patogenia. III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma,
Londrina, v. 28, n. 1, p. 5-46, jun. 2002.

• MORAES, S. eti al. Fatores de risco, aspectos clínicos e laboratoriais da asma em crianças. J Pediatria, Rio de Janeiro,
v. 6, n. 7, p. 57-62, dez. 2001.
● Solé D, Rosário Filho NA, Sarinho ES, Camelo-Nunes IC, Barreto BA, Medeiros ML, et al. Prevalence of
asthma and allergic diseases in adolescents: nine-year follow-up study (2003-2012). J Pediatr (Rio J).
2015;91(1):30-5.
● Mallol J, Crane J, von Mutius E, Odhiambo J, Keil U, Stewart A, et al. The International Study of Asthma and
Allergies in Childhood (ISAAC) Phase Three: a global synthesis. Allergol Immunopathol (Madr).
2013;41(2):73-85.
● To T, Stanojevic S, Moores G, Gershon AS, Bateman ED, Cruz AA, et al. Global asthma prevalence in
adults: findings from the cross-sectional world health survey. BMC Public Health. 2012;19(12):204-12.
● GINA. Global Initiative for Asthma, 2010. Disponível em: www.ginasthma.org.
● Bott J, Blumenthal S, Buxton M, Ellum S, Falconer C, Garrod R, et al. Guidelines for the physiotherapy
management of the adult, medical, spontaneously breathing patient. Thorax. 2009;64 Suppl 1:i1-51.

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