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Insuficiência

respiratória aguda
IRpA
INTERNA: MARIA ISABEL DE ALENCAR CAVALCANTE - I4 UNIFOR
Conceitos iniciais:

IRpA: Incapacidade aguda de o sistema respiratório desempenhar sua


principal função: promover adequadamente a oxigenação do sangue
arterial e a eliminação do gás carbônico.

Essa incapacidade de manter a oxigenação e/ou ventilação


adequadas acarreta falha no suprimento das demandas
metabólicas do organismo.
Fisiopatologia IRpA
- HIPOVENTILAÇÃO:

- Na hipoventilação não há renovação do ar alveolar, que vai reduzindo


suas concentrações de oxigênio e elevando as de gás carbônico.

- O indivíduo desenvolve hipoxemia e hipercapnia.


Fisiopatologia IRpA
- ALTERAÇÃO NA DIFUSÃO:

- Ocorre por espessamento da membrana alvéolo-capilar, criando um


bloqueio à difusão passiva de oxigênio e gás carbônico.

- Como há grande reserva funcional na capacidade de difusão, ela não é


comum como causa isolada de IRpA.
Fisiopatologia IRpA
- ALTERAÇÃO DA RELAÇÃO VENTILAÇÃO/PERFUSÃO (V/Q)

- Baixa ventilação em relação a perfusão (baixa V/Q):

- O sangue passa por alvéolos pouco ventilados, sofrendo oxigenação


insuficiente.

- Alta ventilação em relação a perfusão (alta V/Q):

- Áreas alveolares ventiladas adequadamente não são perfundidas.


Causas IRpA
- Causas de hipoventilação
- Lesões que acometem o centro respiratório: AVC, neoplasia, drogas

- Lesões medulares: TRM, infecção, hemorragia, guillain-barré

- Doenças neurológicas periféricas: doenças com liberação de


neurotoxinas (tétano, botulismo, difteria), miastenia gravis…

- Doenças neuromusculares: distrofias musculares, polimiosite,


hi-potiroidismo, distúrbios hidroeletrolíticos.

- Doenças da parede torácica: tórax instável, cifoescoliose…


- Doenças de vias aéreas superiores: epiglotite, aspiração de corpo estra-
nho, edema de glote…
Causas IRpA
Causas de comprometimento da difusão:

• Doenças que acometem o interstício e assim espessam a membrana


alvéolo-capilar

- Infecciosas: tuberculose miliar, pneumonias virais, pneumocistose,


histoplasmose.
- Neoplasia
- Doenças inflamatórias: pneumoconioses, pneumonia de hipersensibilidade,
sarcoidose, fibrose pulmonar idiopática.
Causas IRpA
Causas de baixa V/Q

• Doenças com preenchimento alveolar:


- pneumonia, edema agudo de pulmão, síndrome do desconforto respiratório
agudo (SDRA), hemorragia alveolar, contusão pulmonar.

• Doenças com colapso alveolar:


- atelectasias, grandes derrames pleurais ou pneumotórax

• Doenças com obstrução completa ou colapso de pequenas vias aéreas:


- DPOC e asma.
Causas IRpA
Causas de alta V/Q

• Embolia pulmonar

• Choque circulatório

• Emprego de elevadas pressões inspiratórias e/ ou expiratórias durante a


ventilação mecânica.
IMPORTANTE:
LEMBRE-SE QUE TODO TIPO DE CHOQUE PODE CAUSAR
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA.

O TIPO DE CHOQUE MAIS COMUM É O CHOQUE SÉPTICO - TIPO DE


CHOQUE DISTRIBUTIVO.

- COMO EVITAR A SEPSE NO AMBIENTE DE TERAPIA INTENSIVA?


LAVE AS MÃOS.
EVITE A CONTAMINAÇÃO DOS PACIENTES DA UNIDADE
IMPORTANTE
Tipos de IRpA
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA HIPOXÊMICA (TIPO I):
PaO2: Baixa / PaCO2: Normal ou Baixa

- Ocorre por disfunção pulmonar


- Comprometimento nos alvéolos e/ou circulação
- Relação V/Q comprometida

- Queda do O2 arterial
- -> Organismo HIPERVENTILA como resposta compensatória para baixar CO2 e
arrumar espaço para o O2 entrar
Tipos de IRpA
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA HIPERCÁPNICA:
PaO2: Baixa / PaCO2: Alta

- Disfunção na “bomba” ventilatória (musculatura)


- Musculatura tem dificuldades de movimentar a caixa torácica

- Causa retenção de CO2 —> Queda de O2 secundária a esse processo


Tipos de IRpA
Clínica da IRpA
- Clínica varia dependendo da etiologia
- Taquipneia
- Utilização da musculatura acessória
- Tiragens intercostais
- Batimento de asa de nariz
- Respiração paradoxal (fadiga diafragmática)
Diagnóstico da IRpA
- Clínico + gasometria arterial, que mostra a presença de hipoxemia e/ou
hipercapnia:

- • PaO2<60 mmHg – com o paciente respirando ar ambiente


- • PaCO2>50 mmHg

- Exames complementares:
- Radiografia de tórax: auxilia na elucidação do diagnóstico de causas pulmonares
(ex.: pneumonias)
- Demais exames a depender da suspeita (ex.: patologias neurológicas - TC de
crânio; causas cardíacas (ECG, ECOTT)
Diagnóstico da IRpA
- E SE O PACIENTE JÁ ESTIVER EM SUPORTE VENTILATÓRIO:

- Para permitir a avaliação da oxigenação em diferentes condições de oferta de


oxigênio, foi criada a relação PaO2/FIO2, calculada pela divisão da PaO2 pela FIO2

- • PaO2/FIO2>400 mmHg – normal;


- • PaO2/FIO2>300-400 mmHg – déficit de oxigenação, mas ainda não em níveis de
- insuficiência respiratória;
- • PaO2/FIO2<300 mmHg – insuficiência respiratória;
- • PaO2/FIO2<200 mmHg – insuficiência respiratória grave.
Diagnóstico da IRpA
- COMO SABER A FIO2 SE O PACIENTE ESTIVER EM RESPIRAÇÃO
ESPONTÂNEA COM SUPORTE POR MÁSCARA DE O2 OU CATETER NASAL:

- Há uma estimativa que, em adultos, para cada litro de oxigênio ofertado, a FIO2 é
aumentada em 4%
Tratamento da IRpA
- Manter níveis adequados de oxigênio e de gás carbônico.

- Garantir que o oxigênio chegue aos tecidos com a estabilização do débito cardíaco e
com a manutenção de níveis adequados de hemoglobina.

- Tratar causa base.


Quando administrar
oxigênio:
- A indicação de administração de oxigênio nas condições agudas é a presença de
hipoxemia documentada

- PaO2<60mmHg e/ou SpO2 < 90%)


Como administrar
oxigênio:
- Por sistemas de baixo fluxo:

- Cateter e cânula nasal: fluxos de 0,5 a 6 l/min.


- Podem ser acrescidos ao sistema reservatórios de oxigênio, aumentando a
capacidade de elevar a FIO2.

- Máscaras nasais: o oxigênio é ofertado através de máscaras em fluxos de 5 a 12


l/min. Permitem uma oferta maior de oxigênio em relação aos cateteres, mas ainda
variável com a ventilação do paciente.
- Também podem ser acrescidos reservatórios de oxigênio
Como administrar
oxigênio:
- Por sistemas de alto fluxo:
- Máscaras de Venturi: oferecem altos fluxos de oxigênio, em altas velocidades

- Sistemas de aerossóis umidificados de grande volume (grandes máscaras em


tenda ou tubo T): permitem uma maior oferta de oxigênio (acima de 60%), desde
que grandes fluxos de oxigênio sejam ajustados
Quando intubar:
- A indicação é baseada em critérios clínicos (RNC, falência cardio-circulatória,
pacientes com alto esforço respiratório) e/ou gasométricos associados

- • PaO2<60 mmHg (ou SaO2<90%), mesmo após oferta de oxigênio sob máscara;

- • PaCO2>55 mmHg (exceto em pacientes cronicamente retentores de gás


carbônico), sobretudo quando determinam acidose respiratória (pH menor que
7,30 a 7,25).
Referências:
- DO VALLE PINHEIRO¹, Bruno; PINHEIRO, Guilherme Sotto Maior; MENDES, Matheus
Miranda. Entendendo melhor a insuficiência respiratória aguda. Pulmão RJ, v. 24, n. 3,
p. 3-8, 2015.

- DO VALLE PINHEIRO, Bruno; DE OLIVEIRA, Julio César Abreu. IRpA. Revista


Pneumoatual, 2004. ISSN 1519-521X
Obrigada!!

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