Você está na página 1de 18

Dispnéia

SEMIOLOGIA I

ACADÊMICA EMANUELLE J. LUCIANO


Dispnéia

Grego → Dys + pnoia = Respiração ruim

Subjetiva = Experiências subjetivas de sensações


respiratórias desconfortáveis.

Objetiva = Sintomas → Sinais físicos → Batimento das


asas do nariz; ↑ FR; m. acessórios.
Dispnéia

Segundo a American Thoracic Society:

“Um termo usado para caracterizar a experiência subjetiva


de desconforto respiratório que consiste de sensações
qualitativamente distintas, variáveis em sua intensidade.
A experiência deriva de interações entre múltiplos fatores
fisiológicos, psicológicos, sociais e ambientais podendo
induzir respostas comportamentais e fisiológicas
secundárias”
Dispnéia

Descrições:
 Cansaço
 Falta de ar
 Fôlego curto
 Sufocamento
 Respiração difícil
Ocorrência:
 20% da população geral
 ↑ morbimortalidade
 Limitação para desenvolvimento de atividades físicas e sociais →
Insuficiência respiratória crônica.
Classificações

Atual x Usual:
 Atual → momento preciso. Ex: após exercício.
 Usual → atividades cotidianas = LIMITAÇÕES.

Quadro:
 Agudo
 Subagudo
 Crônico
Classificações

1. Dispnéia de esforço: relação com atividades físicas


diárias → Progressão rápida.
 Grandes: dificuldade ao realizar tarefas comuns (subir
escadas ou acelerar o passo).
 Médios: intensidade mediana (andar no plano, subir alguns
degraus).
 Pequenos: tomar banho, trocar de roupa, mudar de posição
na cama.
Classificações

2. Dispnéia de decúbito ou Ortopnéia: imediatamente


após assumir a posição deitada.
 Uso de vários travesseiros para dormir.
 Posição semi-sentado.
 Fase mais avançada: sentar a beira da cama.
 Causas principais → fluxo maior dos MIs e região esplâncnica,
causando congestão pulmonar.
Classificações

3. Dispnéia paroxística: freqüente a noite (paroxística


noturna).
 Dormir algumas horas e acordar subitamente com intensa
falta de ar.
  Pressão no VE  pressão veias pulmonares  leitos
capilares = transdução de liquido nos alvéolos = EDEMA.
 Acompanhada de chiado = Asma cardíaca.
 Expectoração espumosa, branca ou rósea indica edema
agudo de pulmão.
Classificações

4. Platipnéia
 Agrava com a posição ortostática (em pé).
 Pericardite ou shunts direito-esquerdo.

5. Trepopnéia
 Surge ou piora em decúbito lateral, desaparecendo com o
decúbito lateral do lado oposto.
 Comprometimento de um pulmão = derrame pleural
unilateral ou paralisia diafragmática unilateral.
Classificações

6. Dispnéia periódica ou de Cheyne-Stokes:

 Apnéia → Movimentos respiratórios → Apnéia


 Sonolência, inconsciente, miose e cianose recuperando-se ao
final da dispnéia.
Causas principais

Tabela I - Algumas Condições Associadas ao


Bronco-pulmonar Surgimento de Dispnéia
Cardíacas
Cardiomiopatias
Doença isquêmica
Cardiogênica Doenças valvulares
Síndrome do marca-passo
Pulmonares
DPOC
Diafragmáticas Asma
Doenças intersticiais pulmonares
Câncer
Causas Diversas
Refluxo gastroesofágico
Sistema nervoso Ansiedade e hiperventilação
Descondicionamento físico
Obesidade
Gravidez
Hipertensão arterial sistêmica
Psicogênicas Hipertireoidismo
Causas – Aparelho respiratório

1. Atmosférica
 pO2 diminuída = ↑ FR compensação provisória

2. Obstrutiva
 Da faringe aos bronquíolos: redução de calibre.
 Infecções, neoplasias, edema, ...

3. Parenquimatosa
 Redução da área de hematose → pneumonia, fibrose, enfisema.
 Instalação lenta = compensação pelo organismo
Causas – Aparelho respiratório

4. Toracopulmonar
 Modificação da dinâmica toracopulmonar.
 Assimetria de hemitoráx.
 Fraturas, escoliose, alterações musculares.

5. Pleurais
 Dor → limitação de movimentos respiratórios → dispnéia
 Derrame pleural → diminui área para expansão.
 Pneumotórax.
Causas

Diafragmática
 50% da ventilação.
 Paralisia, hérnia, ascite ou até mesmo gravidez.

Cardíacas
 Geralmente por Congestão pulmonar devido a Insuficiência
ventricular esquerda.
 Estenose de Valva Mitral
Causas

Sistema nervoso
 Dispnéia periódica ou de Cheyne-Stokes.
 Afecções do tronco cérebroespinhal.

Psicogênicas
 Transtornos emocionais
 Ansiedade e Síndrome de hiperventilação = Pânico
 Espasmos musculares → alcalose respiratória
Caracterização do sintoma

Início: época e hora de aparecimento.

Súbita → processos agudos


Modo de instalação Ex: pneumotórax ou embolia Progressiv
→ quadro evolutivo Ex: DPOC e fibro
pulmonar

Duração:desde o início dos sintomas até a duração das


crises.
Fatores desencadeantes: tipos de esforços, exposições
ambientais e ocupacionais, alterações climáticas.
Caracterização do sintoma

Comparação: sensação de cansaço, esforço, sufoco, aperto no


peito...

Número de crises e periodicidade: dia/semana/meses.

Intensidade: emprego de escalas.

Fatores que acompanham: tosse, chiado, edema, palpitações.

Fatores que melhoram: medicação, repouso, posições,


decúbito.
Referências

PORTO, Celmo. Semiologia médica –


Guanabara Koogan. 5ed, 2005.

MARTINEZ JAB; PADUA AI & TERRA FILHO J.


Dispnéia. Medicina, Ribeirão Preto, 37: 199-207,
jul./dez. 2004.

Você também pode gostar