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Instituto Politécnico Lomar

Turma: 7
Cadeira: Gastrointestinal
Curso: Técnico de Medicina Geral (TMG)

Tema: Diverticulite Intestinal

Discente:
Felismina Albino Nº 09

Docente: Tomás
Chimoio, Julho de 2023

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Discente:
Felismina Albino Nº 09

Cadeira: Gastrointestinal
Curso: Técnico de Medicina Geral (TMG)

Tema: Diverticulite Intestinal

Trabalho a ser apresentado no Instituto Politécnico

Lomar, na Cadeira de Gastrointestinal, como

requisito parcial para a obtenção de nota, sob

orientaçao do Docente: Tomás

Instituto Politécnico Lomar


Chimoio, Julho de 2023
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Índice
Introdução......................................................................................................................1

Objectivos......................................................................................................................1

Geral...............................................................................................................................1

Específicos.....................................................................................................................1

Metodologia...................................................................................................................1

Diverticulite intestinal....................................................................................................2

Epidemiologia................................................................................................................3

Anatomia Patológica......................................................................................................4

Patogénese.....................................................................................................................4

Causas............................................................................................................................4

Factores de risco............................................................................................................5

Sinais e Sintomas...........................................................................................................5

Complicações.................................................................................................................6

Diagnóstico....................................................................................................................7

Prevenção:......................................................................................................................7

Conclusão.......................................................................................................................9

Referência Bibliográficas............................................................................................10

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Introdução
A diverticulose do intestino grosso refere-se à presença de divertículos no cólon. A
diverticulite significa a presença de inflamação e de infecção associadas aos
divertículos, mais frequentemente os localizados no cólon sigmóide. A doença
diverticular corresponde ao conjunto de manifestações associáveis à diverticulose, desde
dor abdominal inespecífica até a diverticulite complicada. A diverticulite não
complicada representa aquela com peridiverticulite ou flegmão, enquanto a diverticulite
complicada é aquela que resulta em obstrução intestinal, formação de abscesso,
peritonite ou fístula.
A maioria dos pacientes com divertículos é assintomática, o que dificulta a estimativa
de sua prevalência. A prevalência da diverticulose colónica aumenta com a idade.
Parece inferior a 10% para a população com menos de 40 anos, atinge um terço da
população acima dos 45 anos e está estimada entre 50% e 66% para os indivíduos com
mais de 80 anos, podendo atingir até 80% dessa população idosa. Não existe evidente
correlação com o sexo. Estima-se que entre 10% e 25% dos indivíduos com
diverticulose evoluirão com diverticulite.

Objectivos

Geral
 Contextualizar sobre a Diverticulite Intestinal.

Específicos
Fornecer recomendações baseadas em evidência científica sobre:
 Diagnóstico da diverticulite e suas complicações;
 Tratamento clínico e cirúrgico da diverticulite e de suas causas;
 Explicar a divisão da Diverticulite intestinal e seus Sinais e Sintomas.

Metodologia
Partindo da concepção de que método é um procedimento ou caminho para alcançar
determinado fim e que a finalidade da ciência é a busca do conhecimento, pude afirmar
que o método científico é um conjunto de procedimentos adoptados com o propósito de
atingir o conhecimento. Em termos de metodologia, neste trabalho recorri às pesquisas
bibliográficas, nomeadamente, livros virtuais, Internet, artigos científicos que

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conceituam, na sua concepção. Dei prioridade a revisão bibliográfica onde se
privilegiou-nos o estudo profundo sobre a Diverticulite Intestinal.

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Diverticulite intestinal

Diverticulite é uma doença gastrointestinal caracterizada pela inflamação dos


divertículos bolsas anormais que se desenvolvem na parede do intestino grosso. O
sintoma mais comum é dor na parte inferior do abdómen de início súbito. No entanto, o
aparecimento de sintomas também pode ocorrer de forma gradual ao longo de vários
dias. Na Europa e na América do Norte a dor situa-se geralmente do lado esquerdo,
enquanto na Ásia é mais comum do lado direito. Entre outros possíveis sintomas estão
náuseas e diarreia ou obstipação. A presença de febre ou sangue nas fezes sugere
possíveis complicações. É possível ocorrem crises de dor de forma repetida.

As causas de diverticulite são pouco claras. Entre os fatores de risco estão a obesidade,
falta de exercício, fumar, antecedentes familiares da doença e anti-inflamatórios não
esteroides. O papel de uma dieta pobre em fibras como fator de risco não é claro. A
mera presença de bolsas no intestino grosso, sem que se encontrem inflamadas, é
denominada diverticulose.

A inflamação dos divertículos ocorre em 10–25% dos casos de diverticulose em algum


momento da vida, geralmente devido a uma infeção bacteriana. O diagnóstico é
geralmente confirmado com tomografia computorizada, podendo ser complementado
com análises ao sangue, colonoscopia ou enema opaco. Entre as doenças que causam
sintomas semelhantes estão a síndrome do cólon irritável.

As medidas de prevenção consistem em evitar alguns fatores de risco como a obesidade,


sedentarismo e fumar. A mesalazina e a rifaximina aparentam ser úteis na prevenção de
crises em pessoas com diverticulose. Evitar sementes e frutos secos como medida de
prevenção já não é recomendado, uma vez que não existem evidências de que tenham
qualquer papel em iniciar a inflamação dos divertículos. Nos casos mais ligeiros de
diverticulite, o tratamento recomendado é a administração de antibióticos por via oral e
uma dieta à base de líquidos. Nos casos mais graves pode ser necessária a administração
de antibióticos por via intravenosa, internamento hospitalar e repouso total do intestino.
Os benefícios dos probióticos não são claros. Eventuais complicações, como a formação
de abscessos, formação de fístulas e perfuração gastrointestinal, podem necessitar de
cirurgia.

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A doença é comum no Mundo Ocidental e pouco comum em África e na Ásia. Cerca de
35% da população do Ocidente tem diverticulose, enquanto nas regiões rurais de África
a prevalência é inferior a 1%. Entre 4% e 15% das pessoas com diverticulose
desenvolve diverticulite em algum momento da vida. A doença vai-se tornando mais
comum com a idade, sendo particularmente comum entre pessoas com mais de 50 anos.
Tem-se também tornado mais frequente em todas as regiões do mundo. Em 2003, foi a
causa de cerca de 13 000 mortes na Europa. É a doença anatómica do cólon mais
comum.

A diverticulite pode ser dividida de acordo com o tamanho e incidência de divertículos


no intestino diverticulite hipertônica e hipotónica e gravidade da infecção diverticulite
aguda e grave.
Diverticulite hipertônica
Os divertículos são muito pequenos e presentes no lado esquerdo (cólon descendente).
Afetam pessoas mais jovens, especialmente aquelas entre 40 e 60 anos, trazendo
manifestação sintomática forte e, como complicação, a perfuração do intestino. Dentre
os sintomas, os pacientes sentem constipação e evacuam em pedaços separados e duros.
Diverticulite hipotónica
É caracterizada por divertículos largos, em grande quantidade e presentes na maior parte
dos segmentos do intestino grosso. O tipo é mais comum em pacientes idosos e, em
geral, é assintomáticas. A função intestinal é normal ou apresenta constipação, tendo
como complicação comum a hemorragia.
A diverticulite também pode ser classificada de acordo com a gravidade dos sintomas e
possibilidades de complicações. Entenda:
Diverticulite aguda: também chamada de diverticulite não complicada, essa variação
atinge mais ou menos 70% a 80% dos pacientes com diverticulose, causando sintomas
leves, como dor, náuseas, constipação ou diarreia;
Diverticulite grave: normalmente vem acompanhada de febre alta, dor abdominal
intensa e incapacidade do paciente se alimentar.
Nesses casos, é comum ocorrer a hospitalização, pois pode ocorrer o desenvolvimento
de complicações como fístulas (perfurações no intestino).

Epidemiologia

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Nas últimas décadas, tem-se notado um aumento no número de pacientes com
divertículos de colo. A real incidência é difícil de ser estimada, mas estudos recentes
apontam uma prevalência de 12 a 49%, sendo essas taxas mais elevadas conforme a
idade do paciente. A ocorrência varia de 10%, em pacientes com menos de 40 anos,
para 50 a 70% naqueles com 80 anos ou mais. A prevalência é semelhante entre
indivíduos de ambos os sexos, com índices de sangramento diverticular maiores em
homens e de obstrução mais significativa em mulheres. Dez a 25% dos pacientes com
diverticulose apresentarão quadro de diverticulite.

Anatomia Patológica

Os divertículos localizam-se paralelos às tênias, em locais de penetração das


artérias que nutrem a mucosa do colo, onde ocorre fraqueza da parede. Eles afetam o
colo sigmoide e descendente em mais de 90% dos pacientes. Podem variar de únicos a
centenas, medindo entre 3 e 10 mm de diâmetro, mas podem alcançar mais de 2 cm.

Patogénese

A causa da doença diverticular ainda não foi completamente estabelecida. A


patogénese envolve três grandes fatores: anormalidades estruturais do colo, relacionadas
a alterações na composição da parede, como o colágeno e a elastina; alterações da
motilidade intestinal, causando um aumento da pressão intraluminal; e dieta pobre em
fibras.

Causas

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Os divertículos são saculações ("sacos" formados na parede) do intestino grosso no
decorrer da vida, devido principalmente a pressão exercida pelo conteúdo intestinal
contra esta parede. Quando há a obstrução de algum divertículo por fezes ou alimentos
não digeridos, inicia-se um processo inflamatório no divertículo, que em seguida evolui
para um processo infeccioso denominada diverticulite.

Factores de risco

Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolver diverticulite:

 Envelhecimento: a incidência de diverticulite aumenta com a idade.


 Obesidade: ter sério excesso de peso aumenta suas chances de desenvolver
diverticulite. a obesidade mórbida pode aumentar o risco de necessitar de
tratamentos mais invasivos para a diverticulite.
 Fumar: as pessoas que fumam cigarros são mais propensas que os não fumantes
a experimentar diverticulite.
 Falta de exercício: O exercício vigoroso parece reduzir o risco de diverticulite.
 Dieta rica em gordura animal e pobre em fibras.
 Certos medicamentos: vários fármacos estão associados com um risco
aumentado de diverticulite, incluindo esteroides, opiáceos e anti-inflamatórios
não-esteroides (AINEs) como.

Sinais e Sintomas

As manifestações variam de acordo com a extensão da doença. Na maioria dos


casos, os pacientes relatam constipação e dor no quadrante inferior esquerdo do
abdome. É importante ressaltar que dor no abdome direito não descarta o diagnóstico de
diverticulite, podendo ser encontrada na presença de colo sigmoide redundante, bem
como de divertículos no colo direito (mais prevalentes na população asiática). Outros
sintomas associados são náuseas, vômitos e diarreia. A hematoquezia é rara e deve
sugerir outros diagnósticos.

Em relação ao exame físico, o paciente apresenta-se com dor à palpação do


quadrante inferior esquerdo, defesa à palpação, podendo apresentar massa palpável. Os
ruídos intestinais estão diminuídos, podendo ser normais no início da doença ou

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aumentados nos casos de obstrução colónica. A febre é um sintoma comum, assim
como a leucocitose.

As consequências da diverticulite podem ser mais graves em pacientes


imunocomprometidos, incluindo aqueles que realizaram transplante de órgãos, com
infecção pelo vírus HIV ou em uso crônico de corticoides.

Complicações

Entre as complicações, estão abscesso, fístulas, obstrução intestinal e perfuração


livre, que requerem tratamento cirúrgico.

Abscessos. Deve haver suspeita de abscesso nos casos de melhora clínica lenta,


com febre e leucocitose persistente (mesmo na instituição de tratamento antibiótico por
via intravenosa) ou presença de massa dolorosa no exame físico. Nesses casos, a TC é o
melhor exame para o diagnóstico definitivo do abscesso e sua evolução, permitindo
também a drenagem percutânea guiada. Nos abscessos pequenos pericólicos, o manejo
pode ser conservador. Quando houver necessidade de tratamento cirúrgico, a ressecção
em bloco com anastomose primária pode ser realizada.

Fístulas. Quando um abscesso se estende ou rompe para órgãos adjacentes,


podem ocorrer fístulas, sendo a colovesical a mais comum (65% dos casos). As fístulas
têm uma predominância de 2:1 em indivíduos do sexo masculino, atribuída pela
proteção da bexiga pelo útero nas mulheres. Pneumatúria e fecalúria são sintomas
comuns. Cistografia, cistoscopia e radiografia contrastada são úteis para o diagnóstico.
A passagem de fezes pela vagina é patognomónica. O tratamento para as fístulas é
cirúrgico com a ressecção e o fechamento destas. 

Obstrução. A obstrução pode ser uma complicação aguda ou crônica da doença


diverticular. Nos episódios de diverticulite aguda, pode ocorrer obstrução colónica
parcial em decorrência do estreitamento luminal relacionado à inflamação pericólica
e/ou compressão por abscesso. A ocorrência de obstrução completa é rara, podendo
ocorrer íleo ou pseudo-obstrução.

Essas condições frequentemente melhoram com o tratamento clínico. Se a


obstrução não melhorar, está indicada a intervenção cirúrgica. Episódios repetidos de

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diverticulite podem iniciar um processo de fibrose e estenose da parede do colo,
podendo surgir um quadro de obstrução completa que requer tratamento cirúrgico.

Hemorragia. Os divertículos e as ectasias vasculares causam a maioria dos


episódios de hemorragia digestiva baixa. Estudos recentes mostram que a etiologia mais
comum, com 24 a 42% dos casos, é de origem diverticular. Existe uma associação entre
o uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e quadros de hemorragia
diverticular. Pode haver hemorragia grave em 3 a 5% dos pacientes com diverticulose.
O sangramento é de origem arterial, determinado pela ruptura dos vasos sanguíneos
(vasa recta).

A apresentação clínica é de sangramento de início abrupto e indolor. Os pacientes


podem apresentar dor leve no abdome superior com posterior urgência para defecar,
com passagem de sangue vermelho ou acastanhado e coágulos. A hemorragia cessa
espontaneamente em 70 a 80% dos pacientes.

O tratamento consiste em estabilização hemodinâmica com posterior exame


endoscópico para descartar que a origem do sangramento seja no trato gastrintestinal
alto. A sigmoidoscopia flexível é indicada no manejo inicial.

Se a etiologia não for encontrada, deve-se realizar outros exames, como


angiografia e cintilografia. O tratamento cirúrgico é indicado para pacientes em que o
tratamento clínico, endoscópico e angiográfico falhou.

Diagnóstico

O diagnóstico da doença tem como base a história clínica e o exame físico do


paciente, devendo ser instituído, nesses casos, o tratamento empírico. Os exames
laboratoriais e de imagem são utilizados para a confirmação do diagnóstico ou para a
exclusão de outras causas com sintomas semelhantes. A investigação complementar é
reservada para os pacientes com diagnóstico incerto, pouca resposta ao tratamento
empírico ou em casos de suspeita de complicações.

O diagnóstico diferencial é realizado com apendicite aguda, doença de Crohn,


neoplasias de colo, colite isquémica e pseudomembranosa e doenças ginecológicas.

Prevenção:

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Para prevenir a formação de divertículos no intestino grosso, ou impedir novas
crises de diverticulite, é importante ter uma alimentação rica em fibras, pois elas
estimulam o funcionamento e limpeza do intestino, e impedem que suas paredes fiquem
enfraquecidas e se formem novas pregas.
Para um bom funcionamento do intestino, também é muito importante beber bastante
líquidos ao longo do dia, sendo em média 2 litros de água, além de comer devagar e
mastigar bem antes de engolir.

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Conclusão

Chegado ao fim do trabalho concluiu-se que divertículos são pequenas saculações ou


bolsas que podem acometer vários pontos do tubo digestivo. São pequenas herniações
da camada interna do intestino (mucosa e submucosa) através de sua parede, por alguns
pontos de fragilidade, geralmente onde entram os vasos sanguíneos. Os divertículos
podem variar em número e na sua localização e se apresentam preferencialmente no
cólon sigmóide. Diverticulite é o termo usado quando acontece a inflamação ou
perfuração dos divertículos e diverticulose significa a presença de divertículos no
intestino grosso. Falamos em doença diverticular quando nos referimos aos pacientes
que apresentam sintomas causados pela presença dos divertículos ou pelas complicações
que acontecem por causa dos divertículos (perfurações e o sangramento).
A diverticulose é uma patologia muito comum. Acredita-se que nos países ocidentais
até 50% dos indivíduos com mais de 60 anos sejam portadores desta condição. A
incidência aumenta progressivamente com a idade, mas indivíduos jovens também
podem ser acometidos. Não há diferença na incidência entre os sexos e de 20 a 30%
destes pacientes apresentarão a doença diverticular.

Acredita-se que a principal causa seja a alta pressão intra-colónica que forçaria a
herniação da mucosa, formando os divertículos. A constipação intestinal, o baixo nível
de fibras na dieta ocidental, a predisposição genética e a obesidade são outros fatores
associados à doença, porém, a sua etiologia e fisiopatologia não estão totalmente
esclarecidas.

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Referência Bibliográficas

 Salzman H, Lillie D. Diverticular disease: diagnosis and treatment. Am Fam


Physician. 2005; 
 Feldman M, Friedman LS, Brandt LJ, editors. Sleisenger and Fordtran’s
gastrointestinal and liver disease. 9th ed. Philadelphia: Saunders; 2010.
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disease. Clin Colon Rectal Surg. 2009;
 Stollman NH, Raskin JB. Diagnosis and management of diverticular disease of
the colon in adults. Ad Hoc Practice Parameters Committee of the American
College of Gastroenterology. Am J Gastroenterol.1999;
 Stollman NH, Raskin JB. Diverticular disease of the colon. Lancet.2004;
 Vermeulen J, van der Harst E, Lange JF. Pathophysiology and prevention of
diverticulitis and perforation. Neth J Med. 2010.

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