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5º grupo
Tema: Abdome agudo
Discentes:
Getinha Paulino
Lucas Mucoronde
Nazma Nazir
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Introdução
Abdómen agudo é definido como dor abdominal aguda, e se refere a qualquer dor
súbita e intensa no abdome. Se não tratado, costuma evoluir para deterioração
clínica do doente. Em muitos casos é uma condição de urgência que requer
diagnóstico rápido e específico. O tratamento deve ser imediato, e geralmente
envolve procedimentos cirúrgicos.
O presente trabalho vai abordar de forma concisa e clara, o abdómen agudo, sua
etiologia, modo de diagnóstico e a conduta medica perante este quadro clínico de
emergência.
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Objetivos:
2.1.Objetivo geral
Descrever o abdómen agudo, modo de diagnóstico, etiologia e o quadro
clinico na emergência cirúrgica.
2.2.Objectivos específicos
Descrever o abdómen agudo na área cirúrgica,
Descrever o diagnóstico do abdómen agudo,
Identificar as diferentes formas do abdómen agudo.
Compreender a conduta do abdómen agudo.
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3.Epidemiologia
Segundo a OMS, Apendicite aguda (AA) foi descrita pela primeira vez por R. Fitiz, há
mais de 100 anos.
A dor abdominal representa 5 a 10% dos atendimentos no departamento de emergência.
Apesar do avanço nos recursos diagnósticos, a dor abdominal indiferenciada é o
diagnóstico de cerca de 25% dos pacientes que receberam alta médica e de 35 a 41%
dos pacientes internados.
Pacientes idosos com dor abdominal têm aumento de 6 a 8 vezes na mortalidade,
quando comparados com pacientes mais jovens.
O abdome agudo do tipo perfurativo é a terceira causa mais comum. Tem uma
mortalidade de 10%. O hemorrágico é considerado raro, com uma taxa de 2% apenas de
pacientes que procuram o serviço de urgência. Entretanto, ele possui uma maior taxa de
mortalidade, 40 a 100%.
A apendicite aguda é a mais frequente das urgências abdominais cirúrgicas e deve ser
lembrada em qualquer caso de abdómen agudo fora do trauma. O evento patológico
comum que leva a desencadear a apendicite aguda é a oclusão da luz apendicular.
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Aproximadamente 3% desses pacientes têm carcinoma do colon, sendo assim em todo o
paciente com mais de 40 anos deve-se pensar na possibilidade de carcinoma do Colon
Direito.
A hemorragia digestiva é uma emergência médica cirúrgica, mais frequente com uma
incidência de 100 casos anual em cada 100 mil.
A doença diverticular é incomum nas áreas rurais de África e Ásia onde o consumo de
fibras é elevado.
4.Abdómen Agudo
É uma síndrome clínica caraterizada por dor na região abdominal, não traumática, súbita
e de intensidade variável associada ou não a outros sintomas e preocupante que
necessita de diagnóstico e uma conduta terapêutica imediata, cirúrgica ou não.
Muitas doenças, algumas das quais não são cirúrgicas ou nem mesmo abdominais,
podem produzir dor abdominal aguda.
Portanto, todo esforço deve ser feito para se ter o diagnóstico correto a fim de que o
tratamento escolhido, em geral por laparoscopia ou laparotomia, seja apropriado.
Apesar das melhoras nos estudos laboratoriais e imagiológicos, o exame físico e a
história clínica continuam sendo os pilares na determinação do diagnóstico correto e do
início da terapia adequada e em tempo hábil.
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4.1.Classificação do Abdome agudo
Dividem se em:
Abdome agudo cirúrgico e não cirúrgico. Os quadros de abdome agudo cirúrgico podem
ser classificados em cinco síndromes. Cada síndrome relaciona-se a um grupo de sinais
e sintomas de causas diferentes, porém desencadeiam o mesmo mecanismo
fisiopatológico:
1. Síndrome Obstrutivo/oclusivo
2. Síndrome Inflamatório
3. Síndrome Perfurativo
4. Síndrome Isquémico/vascular
5. Síndrome Hemorrágico
Causas não cirúrgicas de abdome agudo podem ser divididas em três categorias:
endócrinas e metabólicas, hematológicas e por toxinas ou drogas.
Causasnãocirúrgicasdoabdomeagudo
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4.1.2.Abdómen agudo obstrutivo
Etiologias:
Alta ou Baixa;
Parcial ou Total;
Mecânica ou Funcional;
A obstrução alta acontece no intestino delgado. Alguns sintomas comuns dessa classe
são os vômitos biliosos, além de alcalose metabólica. Pensando nas causas desse tipo,
podem ser devido a bridas, alguma hérnia interna, tumores ou, em casos mais frequentes
em crianças, bezoares gástricos (acumulo hermético de material parcialmente ou não
digerido que ocorre mais comumente no estomago, causas: fibras não digeríveis, cascas
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de frutas e sementes, sucralfato, gel de hidróxido de alumínio, proteína do leite,
produtos a base de espuma de poliestireno como copos, etc.)
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delgado. Pode ser idiopática (atribuindo-se a causa a anormalidades da
enervação simpática ou a perturbações da contração das camadas da musculatura
intestinal) ou secundária a outras patologias (como a diabetes, esclerose
sistémica primária, amiloidose, doenças neurológicas como Parkinson, infeções
a Citomegalovírus ou Epstein-Barr, sepses ou consumo de drogas). A pseudo-
obstrução colónica (ou Síndrome de Olgivie) é outra doença que provoca
principalmente grande distensão (megacólon) e dor abdominal, estando
associado a consumidores de narcóticos que passam longos períodos de
hospitalização.
Diagnostico:
Para a investigação da constipação, além do toque retal, o médico pode solicitar uma
colonoscopia ou retossigmoidoscopia, que são exames que permitem a visualização do
interior do cólon e do reto, à procura de lesões que possam ser a origem da prisão de
ventre.
A avaliação do funcionamento do músculo do esfíncter anal pode ser feita através da
manometria anorretal. Neste procedimento, o médico insere um fino tubo flexível no
reto e, em seguida, infla um pequeno balão na ponta do tubo. Este procedimento permite
aferir a coordenação dos músculos ao redor do ânus no momento da evacuação, de
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forma a esclarecer se a dificuldade para defecar é devido à alguma fraqueza ou
incoordenação da musculatura.
O estudo de trânsito no cólon é um procedimento feito para avaliar a velocidade do
trânsito intestinal. Neste estudo o paciente engole uma cápsula contendo 24 marcadores
que se dispersam ao longo dos intestinos e podem ser identificados através de
radiografias simples do abdômen. O paciente após 6 dias faz uma radiografia do
abdômen para saber quantos marcadores ainda estão presentes e quantos já foram
eliminados. A identificação de pelo menos 5 marcadores presentes no cólon após os 6
dias é um sinal de lentificação do trânsito intestinal.
Tratamento
O tratamento inicial da constipação deve ser sempre com alterações da dieta, incluindo
maior consumo de fibras, frutas, legumes e verduras.
Outro ponto essencial é aumentar o consumo de água. Pelo menos 1,5 litro de água deve
ser ingerido ao longo do dia.
Uma forma de aliviar a prisão de ventre, que costuma ser negligenciada, é a prática de
exercícios físicos. A atividade física regular melhora o funcionamento da musculatura
intestinal e abdominal, além de estimular a própria motilidade do cólon.
Uso de laxantes para prisão de ventre - se as medidas acima não surtirem efeito, o uso
de laxantes pode estar indicado p.ex. lactulose, sorbitol, e óleo mineral. Nos casos mais
resistentes, supositórios de glicerina ou bisacodil, ou enemas podem ser tentados.
Se persistir, a desimpactação manual é o próximo passo. Muitas vezes, o paciente forma
um bolo de fecaloma tão grande e duro, que é fisicamente impossível do mesmo ser
eliminado sem ser fragmentado de forma mecânica antes.
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O tratamento inclui repouso intestinal, cuidados de suporte e tratamento de eventuais
fatores de exacerbação subjacentes.
4.1.5.Abdome inflamatório
E o tipo de abdómen mais comum e e uma consequência de processos
inflamatórios/infeciosos.
4.1.5.1.Apendicite aguda
A apendicite aguda é a causa mais comum de abdómen agudo. a causa mais comum de
dor abdominal aguda nos serviços de urgências. O risco de um indivíduo apresentar
apendicite aguda durante a vida inteira é de 7%.
Ocorre em todas as idades com pico na segunda década de vida.
Existe uma relação entre a incidência de apendicite aguda e a quantidade de tecido
linfoide no apêndice, ocorrendo o píco de ambos na metade da segunda década de vida.
Sua distribuição é similar entre ambos os sexos.
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Fig.1 Anatomia do apêndice vermiforme
Fig.2 Apendicite
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Fig.3 Apendicetomia
Etiologia:
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OBS: A hiperplasia do tecido linfoide é a causa mais comum nas crianças e os fecalitos
nos adultos.
Fisiopatologia
Perfuração
Quadro clínico
Quando se faz uma anamnese de um paciente jovem, até então hígido, que procura
atendimento médico, devido a uma dor abdominal aguda, dor esta localizada no
epigástro ou na região periumbilical e horas após se localiza na fossa ilíaca direita deve-
se pensar em AA, mas dependendo da localização do apêndice, o quadro clínico é
variável. Esse quadro dependerá muitas vezes da virulência das bactérias presentes no
processo e do tempo de evolução da doença.
Diagnostico:
Avaliação clínica
TC abdominal, se necessário
Ultrassonografia é uma opção à TC
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Exame físico
No exame físico geral verificar os sinais vitais. Nas apendicites não complicadas
raramente a temperatura corporal se eleva acima de 38º.
Exame do abdomen
EOG: paciente fica deitado no leito com facie dolorosa e adoentada; febril, taquicárdico
A tosse piora a dor (sinal de Dumphy+); dor no QID quando se comprime no QIE
(sinal de Rovsing+) devido a deslocação do ar do colon esquerdo para o direito e
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consequentemente movimento do apêndice inflamado. Dor no QID com a rotação
interna da coxa (sinal do obturador+:Ap. pélvico)
Tratamento de apendicite
Tratamento farmacológico - Cefalosporinas de terceira geração são as preferidas.
Para apendicite não perfurada, a continuação da antibioticoterapia não é
necessária. Se o apêndice está perfurado, deve-se manter os antibióticos por 4
dias. Caso a cirurgia não seja possível, antibióticos — embora não curativos —
melhoram de maneira substancial a sobrevida. Embora vários estudos sobre o
tratamento conservador da apendicite (apenas com antibióticos) tenham mostrado
altos índices de resolução durante a hospitalização inicial, um número
significativo de pacientes apresenta recidiva e precisa fazer apendicectomia
durante o ano seguinte. Portanto, ainda se recomenda apendicectomia,
particularmente se um apendicólito está visível na TC.
A apendicectomia é a forma definitiva do tratamento da apendicite aguda. O
diagnóstico precoce e a cirurgia são antes da perfuração as condutas correctas e
responsáveis pela significativa redução da morbilidade e mortalidade desta
doença.
Nos casos iniciais sem peritonite, com o paciente bem hidratado, o tratamento
cirúrgico deve ser imediato.
Se a evolução for de 48 horas ou mais, teremos uma peritonite localizada com
abcesso, ou generalizada com perfuração. O estado geral estando comprometido,
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deve-se proceder a um preparo rápido com base nas alterações clínicas e
laboratoriais.
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As incisões específicas (McBurney, Davis-Rockey), são usadas
preferencialmente nos casos típicos de apendicite aguda e naqueles com um
tempo de evolução menor que 24 horas. São também usadas em questões
estéticas.
As incisões longitudinais medianas e paramedianas, pararretal medial e
infraumbilical direita são usadas para ampliar a exposição do campo dependendo
do achado cirúrgico (cego alto, apêndice retrocecal) ou apartir de uma incisão
específica. São também indicadas nos casos em que se tem dúvidas do
diagnóstico, suspensão de apêndice em posição atípica ou nos casos de AA com
peritonite com mais de 72 horas de evolução.
Diverticulite/Diverticulose
Diverticulite
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Figura 1: Intestino Grosso com Diverticulite
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Etiologia
Fisiopatologia
Exame físico
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haver defesa voluntária da musculatura abdominal inferior. Pode ser detetada uma
distensão abdominal se houver Íleo paralítico associado ou obstrução do intestino
delgado secundária ao processo inflamatório.
Um exame vaginal ou rectal pode revelar uma massa flutuante e dolorosa típica de um
abcesso pélvico.
Exames complementares
Exames Laboratoriais
Hemograma: leucocitose com desvio para a esquerda.
Velocidade de hemossedimentação elevada.
Proteína C reativa elevada.
Tomografia axial computadorizada.
Retossigmoidoscopia
Clister opáco
Colonoscopia
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Tratamento
O tratamento a ser instituído depende principalmente da forma como a doença
diverticular do colon se manifesta, do estado geral do paciente, em alguns casos do
número de episódios prévios de complicações.
Na doença diverticular assintomática não existe tratamento específico já que o
paciente se encontra sem sintomas.
A dieta deve ser rica em resíduos
Deve ser orientada no sentido de aumentar o bolo fecal e diminuir a pressão
intraluminal.
O paciente deve ser orientado a tentar manter o hábito intestinal regular,
evitando a inibição do reflexo evacuatório e consequentemente a retenção fecal
voluntária.
Evitar o uso de laxantes e enemas pelos seus efeitos deletérios a longo prazo.
Tratamento farmacológico com metronidazol, aminoglicosideos, AINES e
Analgésicos.
Tratamento cirúrgico da Diverticulite
Indepentemente das opções cirúrgicas a serem empregadas é obrigatório o
preparo do doente, corrigindo-se os distúrbios hemodinâmicos e
hidroeletrolíticos.
Nos pacientes idosos deve-se controlar rigorosamente as funções
cardiovasculares e renais.
O ato cirúrgico deve obedecer a uma padronização rígida de condutas. O acesso
a cavidade deve ser por uma laparotomia ampla.
A área lesada deve ser identificada, assim como a origem da contaminação e
isolada com compressas.
É importante verificar se existe perfuração livre ou se ela está bloqueada.
A lavagem generosa da cavidade, nos casos de peritonite difusa com vários
litros de solução salina é fundamental.
Recomenda-se a limpeza suave das alças intestinais com compressas
humedecidas para a retirada dos detritos e fibrina.
A técnica cirúrgica a ser empregada deve ser uma decisão ponderada para cada caso. As
diversas opções são:
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Drenagem isolada: consiste na colocação de um dreno na loca do abcesso. Uma
opção recente é a punção drenagem guiada pelo ultrasson ou TAC.
Sutura primária: realiza-se somente desbridamento local e sutura primária da
alça. Pode ser ou não protegida por uma colostomia e associada a uma
drenagem.
Cirurgia em três tempos: é a confeção de uma colostomia protetora proximal.
Num segundo tempo após preparo do colon é realizado a recessão do colon
acometido com restabelecimento do trânsito com anastomose termino-terminal
mantendo a colostomia que será fechada numa terceira etapa.
Exteriorização da lesão: a perfuração é colocada fora da cavidade peritoneal.
Só é exequível quando a lesão ocorre em segmentos móveis.
Tratamento endoscópico: Com o avanço tecnológico do aparelho de
colonoscopia existe a possibilidade de se realizar a drenagem de coleções por via
endoscópica para dentro da luz intestinal.
Tratamento laparoscópico
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4.1.6.Abdome agudo Hemorrágico
Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum entre 5 e 6 décadas de vida, em
geral caracteriza-se por uma dor que, aumenta progressivamente e pode ser decorrente
de traumatismo abdominal, de pós-operatório e de procedimentos abdominais
diagnósticos. Muitas vezes se não corrigido a tempo pode evoluir com manifestações de
choque hipovolemico.
4.2.Diagnostico
O diagnóstico do abdómen agudo é realizado inicialmente pela anamnese e exame
físico.
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Exame do Abdome:
4.3.Exame físico
No exame físico os sinais vitais devem ser observados e, caso alterados devem
servir de alerta para provável gravidade do quadro.
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Percussão: avalia distensão gasosa, ar livre intra-abdominal, grau de ascite ou a
presença de irritação peritoneal.
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Sinal de Giordano: Dor a punho percussão lombar a direita ou esquerda,
indicativo de processo inflamatório renal.
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Sinal de Murphy: consiste na dor a palpação no bordo inferior do fígado
durante a inspiração forcada, em toda região hepática, indicativo de
colecistite aguda.
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Sinal do psoas: sinal do psoas positivo consiste em dor provocada quando o
examinador estende passivamente o quadril direito do paciente. Tem boa
especificidade para apendicite aguda.
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4.4.Exames laboratoriais.
Hemograma completo: Fundamental Para avaliação de processo infecioso, em
geral apresenta leucocitose.
4.5.Exame de imagem
O raio-x do Abdómen e tórax é muito utilizado devido o seu custo e fácil acesso e
permite o diagnóstico diferencial.
Resumo:
Onde os principais métodos para a investigação são a anamnese, exame físico, USG de
abdome e tomografia computadorizada.
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Os pacientes com dor abdominal intensa devem ser tratados criteriosamente com
analgésicos apropriados, como a morfina. Na maioria dos casos, a conduta é
cirúrgica:
5.Conclusão
A maioria dos pacientes tem uma etiologia benigna e/ou autolimitada, e o objetivo
inicial da avaliação é identificar os pacientes que apresentam uma etiologia grave e
podem necessitar de intervenção imediata.
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6.Referencias Bibliográficas
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6. John Maa, MD e Kimberly S.KirkWood. O apêndice.Sabiston, tratado de cirurgia.
Pág 1252-1256. 18ª edição. 2010.
7.Carlos Ignachiti, apendicite aguda, Andy Petroiani, clínica cirúrgica. Pág 513-523.
Ano 2001.
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