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UNILURIO - Faculdade de ciências de saúde

Curso de Medicina – 4º ano

Departamento de Cirurgia – HCN

5º grupo
Tema: Abdome agudo

Discentes:
Getinha Paulino
Lucas Mucoronde
Nazma Nazir

Docente: Dr. Bernardo Leite, Medico Cirurgião.

Nampula, Fevereiro 2023


Índice
Introdução....................................................................................................................................3
Objetivos:....................................................................................................................................4
2.1.Objetivo geral...................................................................................................................4
2.2.Objectivos específicos.......................................................................................................4
3.Epidemiologia..........................................................................................................................5
4.Abdómen Agudo......................................................................................................................6
4.1.Classificação do Abdome agudo......................................................................................7
C a u s a s n ã o c i r ú r g i c a s d o a b d o m e a g u d o.........................................................7
4.1.2.Abdómen agudo obstrutivo...........................................................................................8
Classificação do abdome agudo obstrutivo:.............................................................................8
Obstrução intestinal alta e baixa:..........................................................................................8
Obstrução intestinal parcial ou total:....................................................................................9
Obstrução intestinal mecânica ou funcional:........................................................................9
4.1.5.Abdome inflamatório..................................................................................................12
4.1.5.1.Apendicite aguda......................................................................................................12
Diverticulite/Diverticulose...............................................................................................19
4.1.3.Abdómen agudo perfurativo.......................................................................................24
4.1.4.Abdome agudo vascular isquémico............................................................................24
4.1.6.Abdome agudo Hemorrágico......................................................................................24
4.2.Diagnostico..........................................................................................................................25
Exame do Abdome:............................................................................................................25
4.3.Exame físico........................................................................................................................26
4.4.Exames laboratoriais..................................................................................................30
4.5.Exame de imagem...........................................................................................................30
5.Conclusão...............................................................................................................................32
6.Referencias Bibliográficas....................................................................................................33

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Introdução
Abdómen agudo é definido como dor abdominal aguda, e se refere a qualquer dor
súbita e intensa no abdome. Se não tratado, costuma evoluir para deterioração
clínica do doente. Em muitos casos é uma condição de urgência que requer
diagnóstico rápido e específico. O tratamento deve ser imediato, e geralmente
envolve procedimentos cirúrgicos.

Abdómen agudo é às vezes usado como um sinônimo de peritonite, entretanto


peritonite é um termo mais específico, se referindo apenas à inflamação do
peritoneo. A peritonite pode resultar de diversas doenças e ser via final de um dos
síndromes de abdómen agudo, mas principalmente está presente na apendicite e
pancreatite.

O diagnóstico sindrómico e etiológico do quadro de abdómen agudo é essencial e


deve ser realizado com rapidez, uma vez que norteara o tratamento.

O presente trabalho vai abordar de forma concisa e clara, o abdómen agudo, sua
etiologia, modo de diagnóstico e a conduta medica perante este quadro clínico de
emergência.

CID-10: Abdómen agudo – R10.0

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Objetivos:
2.1.Objetivo geral
 Descrever o abdómen agudo, modo de diagnóstico, etiologia e o quadro
clinico na emergência cirúrgica.

2.2.Objectivos específicos
 Descrever o abdómen agudo na área cirúrgica,
 Descrever o diagnóstico do abdómen agudo,
 Identificar as diferentes formas do abdómen agudo.
 Compreender a conduta do abdómen agudo.

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3.Epidemiologia

Segundo a OMS, Apendicite aguda (AA) foi descrita pela primeira vez por R. Fitiz, há
mais de 100 anos.
A dor abdominal representa 5 a 10% dos atendimentos no departamento de emergência.
Apesar do avanço nos recursos diagnósticos, a dor abdominal indiferenciada é o
diagnóstico de cerca de 25% dos pacientes que receberam alta médica e de 35 a 41%
dos pacientes internados.
Pacientes idosos com dor abdominal têm aumento de 6 a 8 vezes na mortalidade,
quando comparados com pacientes mais jovens.

Dentre os tipos de abdome agudo, o inflamatório é o mais prevalente de todos. Tendo


como principal diagnóstico a apendicite, colecistite e pancreatite. Apesar disso, o tipo
obstrutivo representa cerca de 20% das internações em serviços de cirurgia e tem seu
pico de incidência na quinta década de vida.

O abdome agudo do tipo perfurativo é a terceira causa mais comum. Tem uma
mortalidade de 10%. O hemorrágico é considerado raro, com uma taxa de 2% apenas de
pacientes que procuram o serviço de urgência. Entretanto, ele possui uma maior taxa de
mortalidade, 40 a 100%.

O tipo isquémico/vascular é o menos comum de ser encontrado em emergências


abdominais. Porém também apresenta uma alta mortalidade, principalmente quando o
diagnóstico acontece tardiamente.

A apendicite aguda é a mais frequente das urgências abdominais cirúrgicas e deve ser
lembrada em qualquer caso de abdómen agudo fora do trauma. O evento patológico
comum que leva a desencadear a apendicite aguda é a oclusão da luz apendicular.

A incidência de AA é elevada em indivíduos entre 10 e 20 anos, reduzindo com o


aumento da idade apesar de 17 a 20% das apendicites ocorrerem em pacientes com mais
de 40 anos de idade.

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Aproximadamente 3% desses pacientes têm carcinoma do colon, sendo assim em todo o
paciente com mais de 40 anos deve-se pensar na possibilidade de carcinoma do Colon
Direito.

A hemorragia digestiva é uma emergência médica cirúrgica, mais frequente com uma
incidência de 100 casos anual em cada 100 mil.

A doença diverticular é incomum nas áreas rurais de África e Ásia onde o consumo de
fibras é elevado.

Ao contrário a prevalência é elevada (10% da população nos Estados Unidos, Europa e


Austrália).

4.Abdómen Agudo
É uma síndrome clínica caraterizada por dor na região abdominal, não traumática, súbita
e de intensidade variável associada ou não a outros sintomas e preocupante que
necessita de diagnóstico e uma conduta terapêutica imediata, cirúrgica ou não.

A apendicite e mais comum em jovens, enquanto que a doença biliar, obstrução


intestinal, isquemia e diverculite são mais comuns em idosos.

Muitas doenças, algumas das quais não são cirúrgicas ou nem mesmo abdominais,
podem produzir dor abdominal aguda.

Portanto, todo esforço deve ser feito para se ter o diagnóstico correto a fim de que o
tratamento escolhido, em geral por laparoscopia ou laparotomia, seja apropriado.
Apesar das melhoras nos estudos laboratoriais e imagiológicos, o exame físico e a
história clínica continuam sendo os pilares na determinação do diagnóstico correto e do
início da terapia adequada e em tempo hábil.

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4.1.Classificação do Abdome agudo

Dividem se em:

Abdome agudo cirúrgico e não cirúrgico. Os quadros de abdome agudo cirúrgico podem
ser classificados em cinco síndromes. Cada síndrome relaciona-se a um grupo de sinais
e sintomas de causas diferentes, porém desencadeiam o mesmo mecanismo
fisiopatológico:

Abdome agudo cirúrgico:

1. Síndrome Obstrutivo/oclusivo
2. Síndrome Inflamatório
3. Síndrome Perfurativo
4. Síndrome Isquémico/vascular
5. Síndrome Hemorrágico

Também podem ser classificadas em causas de abdome agudo não cirúrgicas:

Abdome agudo não cirúrgico:

Causas não cirúrgicas de abdome agudo podem ser divididas em três categorias:
endócrinas e metabólicas, hematológicas e por toxinas ou drogas.

Causasnãocirúrgicasdoabdomeagudo

1.Causas Endócrinas e Metabólicas 2.Causas Hematológicas 3.Toxinas e Drogas

Uremia Crise falciforme Envenenamento por chumbo

Crise diabética Leucemia aguda Intoxicações por outros metais


pesados

Crise addisoniana Outras discrasias sanguíneas Crises de abstinência

Porfiria aguda intermitente Envenenamento por aranha


viúva-negra

Febre hereditária do Mediterrâneo

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4.1.2.Abdómen agudo obstrutivo

É um síndrome caraterizado pela presença de obstáculo mecânico ou funcional que leva


a interrupção da progressão do conteúdo intestinal, definindo-se como a paragem da
progressão de fezes e de gases ao longo do intestino. Pode ocorrer em qualquer
segmento do tubo digestivo, sendo mais frequente no intestino delgado e no cólon.

Etiologias:

Obstrução do intestino delgado/grosso relacionado com a aderência pós-operatórias


(bridas) é a causa mais comum em pacientes com história de cirurgia prévia (a brida é
mais comum no intestino delgado). Volvo do sigmoide, volvo cecal, hérnias da parede
abdominal ou internas (hérnias encarceradas), doença intestinal inflamatória, neoplasia
maligna gastrointestinal, intussusceção, aderências, doença de crohn, neoplasia
intestinal, fecaloma, impactação por bolo de arcaris, íleo paralítico oclusão vascular.

Classificação do abdome agudo obstrutivo:

A classificação do abdome agudo obstrutivo é extensa, mas é fundamental para uma


compreensão completa e determinante do quadro. Ela pode ser classificada em:

 Alta ou Baixa;
 Parcial ou Total;
 Mecânica ou Funcional;

Obstrução intestinal alta e baixa:


Considerando a anatomia do intestino, tanto delgado quanto grosso, o abdome agudo
obstrutivo pode ser classificado como alta ou baixa.

A obstrução alta acontece no intestino delgado. Alguns sintomas comuns dessa classe
são os vômitos biliosos, além de alcalose metabólica. Pensando nas causas desse tipo,
podem ser devido a bridas, alguma hérnia interna, tumores ou, em casos mais frequentes
em crianças, bezoares gástricos (acumulo hermético de material parcialmente ou não
digerido que ocorre mais comumente no estomago, causas: fibras não digeríveis, cascas

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de frutas e sementes, sucralfato, gel de hidróxido de alumínio, proteína do leite,
produtos a base de espuma de poliestireno como copos, etc.)

Já a obstrução baixa se refere às regiões de cólon e reto. Diferente da alta, o paciente


apresenta vômitos mais tardios, com odor fecaloide. Esses são, inclusive, sintomas que
podem chamar atenção para possível neoplasia colorretal.

Obstrução intestinal parcial ou total:


Parcial - o paciente ainda consegue evacuar.

Total - a oclusão é completa, não havendo evacuação.

Obstrução intestinal mecânica ou funcional:


Obstrução mecânica - existe um obstáculo que impede a normal progressão do
conteúdo intestinal. O obstáculo pode ser intraluminal (corpo estranho, p.ex.), parietal
(tumor, p.ex.) ou extraparietal (hérnia, p.ex.). Divide-se em:

 Simples- obstrução sem compromisso vascular; sem isquemia: o intestino é


viável.
 Com estrangulamento ou complicada - compromisso da vascularização e
isquemia.
 Em ansa fechada - ambas as extremidades da ansa do segmento intestinal estão
obstruídas, o que acelera ainda mais o aumento da pressão intraluminal levando
muito rapidamente ao estrangulamento.

Obstrução funcional ou neurogénica - alteração (diminuição ou parada) do


movimento intestinal (peristalse).

Existem factores que provocam alterações à peristalse intestinal por perturbação da


inervação da parede intestinal. Não existe qualquer obstáculo mecânico (ex. ileus pós
cirurgia). Divide-se em:

 Paralisia –íleo paralítico/adinâmico: há paragem do peristaltismo; pode ter


causas intra ou extra-abdominais
 Hiperespasticidade –íleus espástico/dinâmico: existe aumento da contractilidade
da musculatura da ansa que tornam o peristaltismo inoperacional; sendo uma
situação rara, normalmente associada a doenças neurológicas.
 Dismotilidade –pseudo-obstrução intestinal: ocorre descoordenação da contração
da musculatura da ansa que mimetiza uma oclusão mecânica no intestino

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delgado. Pode ser idiopática (atribuindo-se a causa a anormalidades da
enervação simpática ou a perturbações da contração das camadas da musculatura
intestinal) ou secundária a outras patologias (como a diabetes, esclerose
sistémica primária, amiloidose, doenças neurológicas como Parkinson, infeções
a Citomegalovírus ou Epstein-Barr, sepses ou consumo de drogas). A pseudo-
obstrução colónica (ou Síndrome de Olgivie) é outra doença que provoca
principalmente grande distensão (megacólon) e dor abdominal, estando
associado a consumidores de narcóticos que passam longos períodos de
hospitalização.

Oclusão intestinal: é a impossibilidade que o paciente tem de expulsar o conteúdo fecal


e gases, por um período de tempo determinado.
Causas frequentes:
 Em crianças: bebes de menos de 3 meses- atresia anal.
 Jovens adolescentes: grandes parasitoses, inflamação de um divertículo.
 Indivíduos maiores- invaginações tumorais (câncer de colon), hérnias escrotais
complicadas.
 Pós-operatórios.
 Síndrome do intestino irritável.
 Diabetes mellitus.
 Hipotireoidismo.
 Depressão.
 Distúrbios de ansiedade.

Diagnostico:
Para a investigação da constipação, além do toque retal, o médico pode solicitar uma
colonoscopia ou retossigmoidoscopia, que são exames que permitem a visualização do
interior do cólon e do reto, à procura de lesões que possam ser a origem da prisão de
ventre.
A avaliação do funcionamento do músculo do esfíncter anal pode ser feita através da
manometria anorretal. Neste procedimento, o médico insere um fino tubo flexível no
reto e, em seguida, infla um pequeno balão na ponta do tubo. Este procedimento permite
aferir a coordenação dos músculos ao redor do ânus no momento da evacuação, de

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forma a esclarecer se a dificuldade para defecar é devido à alguma fraqueza ou
incoordenação da musculatura.
O estudo de trânsito no cólon é um procedimento feito para avaliar a velocidade do
trânsito intestinal. Neste estudo o paciente engole uma cápsula contendo 24 marcadores
que se dispersam ao longo dos intestinos e podem ser identificados através de
radiografias simples do abdômen. O paciente após 6 dias faz uma radiografia do
abdômen para saber quantos marcadores ainda estão presentes e quantos já foram
eliminados. A identificação de pelo menos 5 marcadores presentes no cólon após os 6
dias é um sinal de lentificação do trânsito intestinal.

Tratamento
O tratamento inicial da constipação deve ser sempre com alterações da dieta, incluindo
maior consumo de fibras, frutas, legumes e verduras.
Outro ponto essencial é aumentar o consumo de água. Pelo menos 1,5 litro de água deve
ser ingerido ao longo do dia.
Uma forma de aliviar a prisão de ventre, que costuma ser negligenciada, é a prática de
exercícios físicos. A atividade física regular melhora o funcionamento da musculatura
intestinal e abdominal, além de estimular a própria motilidade do cólon.
Uso de laxantes para prisão de ventre - se as medidas acima não surtirem efeito, o uso
de laxantes pode estar indicado p.ex. lactulose, sorbitol, e óleo mineral. Nos casos mais
resistentes, supositórios de glicerina ou bisacodil, ou enemas podem ser tentados.
Se persistir, a desimpactação manual é o próximo passo. Muitas vezes, o paciente forma
um bolo de fecaloma tão grande e duro, que é fisicamente impossível do mesmo ser
eliminado sem ser fragmentado de forma mecânica antes.

Ilio paralitico: O íleo paralítico é uma desaceleração da motilidade gastrointestinal


acompanhada por distensão, na ausência de obstrução intestinal mecânica. Trata-se de
um diagnóstico de exclusão após ter-se descartado a obstrução intestinal. Ocorre
geralmente em resposta ao estresse fisiológico, incluindo cirurgia, sepse, distúrbios
metabólicos e doenças gastrointestinais.
Ocorre mais comumente após cirurgia e geralmente dura 2-4 dias.
O íleo paralítico pós-operatório prolongado contribui significativamente para a
hospitalização mais longa e para a elevação dos custos com saúde.

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O tratamento inclui repouso intestinal, cuidados de suporte e tratamento de eventuais
fatores de exacerbação subjacentes.

A prevenção requer uma abordagem multimodal, incluindo a substituição da analgesia


por opioides pela analgesia epidural torácica e anti-inflamatórios não esteroides,
alimentação enteral precoce, deambulação precoce e uso de laparoscopia em vez de
laparotomia, sempre que possível.

4.1.5.Abdome inflamatório
E o tipo de abdómen mais comum e e uma consequência de processos
inflamatórios/infeciosos.

Etiologias: apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda, diverculite e Doença


inflamatória pélvica (DIP).

4.1.5.1.Apendicite aguda
A apendicite aguda é a causa mais comum de abdómen agudo. a causa mais comum de
dor abdominal aguda nos serviços de urgências. O risco de um indivíduo apresentar
apendicite aguda durante a vida inteira é de 7%.
Ocorre em todas as idades com pico na segunda década de vida.
Existe uma relação entre a incidência de apendicite aguda e a quantidade de tecido
linfoide no apêndice, ocorrendo o píco de ambos na metade da segunda década de vida.
Sua distribuição é similar entre ambos os sexos.

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Fig.1 Anatomia do apêndice vermiforme

Fig.2 Apendicite

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Fig.3 Apendicetomia

Fig4. Apendicectomia laparascopica

Etiologia:

 Hiperplasia do tecido linfoide do apêndice


 Fecalitos
 Corpos estranhos (sementes, fibras vegetais, bário)
 Parasitose intestinal
 Neoplasias.

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OBS: A hiperplasia do tecido linfoide é a causa mais comum nas crianças e os fecalitos
nos adultos.

Fisiopatologia

Obstrução do lúmen do apêndice e manutenção da secreção de muco pela mucosa


apendicular.
Distensão do apêndice e aumento da pressão intraluminal

Obstrução linfática e venosa, edema e ulcerações da mucosa

Proliferação das bactérias residentes no apêndice

Trombose, isquemia e gangrena do apêndice

Perfuração

Quadro clínico

Quando se faz uma anamnese de um paciente jovem, até então hígido, que procura
atendimento médico, devido a uma dor abdominal aguda, dor esta localizada no
epigástro ou na região periumbilical e horas após se localiza na fossa ilíaca direita deve-
se pensar em AA, mas dependendo da localização do apêndice, o quadro clínico é
variável. Esse quadro dependerá muitas vezes da virulência das bactérias presentes no
processo e do tempo de evolução da doença.

Diagnostico:
 Avaliação clínica
 TC abdominal, se necessário
 Ultrassonografia é uma opção à TC

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Exame físico

No exame físico geral verificar os sinais vitais. Nas apendicites não complicadas
raramente a temperatura corporal se eleva acima de 38º.

Quando os sinais e sintomas clássicos da apendicite estão presentes, o diagnóstico dela é


clínico. Nesses pacientes, adiar a cirurgia de apendicite para realizar testes por imagem
apenas aumenta a probabilidade de perfurações e complicações subsequentes.

Em pacientes com sintomas atípicos ou achados duvidosos, os exames de imagem


devem ser realizados sem demora. A TC com contraste apresenta boa acurácia no
diagnóstico de apendicite e pode também revelar outras causas de abdome agudo.
Ultrassonografia com compressão gradual normalmente pode ser feita rapidamente e
não utiliza radiação (uma preocupação particular em crianças); no entanto, ela é
ocasionalmente limitada pela presença de gás intestinal e é menos útil para reconhecer
causas de dor não provenientes do apêndice.

A apendicite continua sendo principalmente diagnosticada por exame clínico. O uso


criterioso e seletivo de exames de imagem pode reduzir a incidência de laparotomia
branca.

Temperaturas superiores indicam complicação (Gangrena ou perfuração), ou que outro


diagnóstico deve ser considerado como a pielonefrite aguda. O pulso e a respiração
alteram-se pouco nas apendicites não complicadas.

Exame do abdomen

EOG: paciente fica deitado no leito com facie dolorosa e adoentada; febril, taquicárdico

Exame Abdominal: no exame abdominal a palpação é a parte do exame físico que


fornece mais informação, para a conclusão do diagnóstico de apendicite aguda, portanto
devemos fazê-lo com o máximo cuidado. A dor a palpação é o primeiro sinal que surge
na apendicite aguda.

Doloroso a palpação e a percussão no QID com defesa voluntaria; dor a compressão e


descompressão brusca no QID no ponto de McBurney (sinal de Blumberg+); RHA
diminuidos

A tosse piora a dor (sinal de Dumphy+); dor no QID quando se comprime no QIE
(sinal de Rovsing+) devido a deslocação do ar do colon esquerdo para o direito e

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consequentemente movimento do apêndice inflamado. Dor no QID com a rotação
interna da coxa (sinal do obturador+:Ap. pélvico)

Hipestesia cutânea é achado frequente que ocasionalmente pode ser precoce. O


paciente refere um aumento da sensibilidade no quadrante inferior direito quando
comparado com o lado esquerdo, que pode ser pesquizado com uma agulha, espátula ou
pinçamento leve da pele entre o pelegar e indicador.
Exames laboratoriais
Estudos laboratoriais costumam mostrar leucocitose (12.000 a 15.000/mcL [12.00 to
15.00 × 109/L]), mas esse achado é bastante variável; uma contagem normal de
leucócitos não deve ser usada para excluir apendicite.

Tratamento de apendicite
 Tratamento farmacológico - Cefalosporinas de terceira geração são as preferidas.
Para apendicite não perfurada, a continuação da antibioticoterapia não é
necessária. Se o apêndice está perfurado, deve-se manter os antibióticos por 4
dias. Caso a cirurgia não seja possível, antibióticos — embora não curativos —
melhoram de maneira substancial a sobrevida. Embora vários estudos sobre o
tratamento conservador da apendicite (apenas com antibióticos) tenham mostrado
altos índices de resolução durante a hospitalização inicial, um número
significativo de pacientes apresenta recidiva e precisa fazer apendicectomia
durante o ano seguinte. Portanto, ainda se recomenda apendicectomia,
particularmente se um apendicólito está visível na TC.
 A apendicectomia é a forma definitiva do tratamento da apendicite aguda. O
diagnóstico precoce e a cirurgia são antes da perfuração as condutas correctas e
responsáveis pela significativa redução da morbilidade e mortalidade desta
doença.
 Nos casos iniciais sem peritonite, com o paciente bem hidratado, o tratamento
cirúrgico deve ser imediato.
 Se a evolução for de 48 horas ou mais, teremos uma peritonite localizada com
abcesso, ou generalizada com perfuração. O estado geral estando comprometido,

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deve-se proceder a um preparo rápido com base nas alterações clínicas e
laboratoriais.

Remoção cirúrgica do apêndice


Líquidos IV e antibióticos
O tratamento da apendicite aguda é apendicectomia aberta ou laparoscópica;
como o atraso no tratamento aumenta a mortalidade, uma taxa de
apendicectomias negativas de 15% é considerada aceitável. O cirurgião pode
geralmente remover o apêndice, mesmo que perfurado. Ocasionalmente, o
apêndice é difícil de ser localizado: nesses casos, geralmente se encontra atrás do
ceco ou do íleo e do mesentério do cólon direito.

Uma contraindicação para apendicectomia é a doença inflamatória intestinal


envolvendo o ceco. Contudo, nos casos de ileíte terminal e ceco normal, o
apêndice deve ser removido.

Quando uma massa inflamatória grande é encontrada envolvendo apêndice, íleo


terminal e ceco indica-se a ressecção de toda a massa e ileocolostomia. Em casos
avançados em que um abscesso pericólico já se formou, o abscesso é drenado por
um cateter percutâneo guiado por ultrassonografia ou por operação aberta (com a
apendicectomia sendo feita em uma data posterior).

Cirurgia da apendicite aguda


 As normas técnicas são as mesmas observadas para as cirurgias do abdómen em
geral
 A anestesia indicada depende das condições clínicas do paciente e da via de
acesso programada.
 A via de acesso pode ser modificada, dependendo principalmente do achado
cirúrgico: posição do cego, posição do apêndice, e extensão do comprometimento
peritoneal.

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 As incisões específicas (McBurney, Davis-Rockey), são usadas
preferencialmente nos casos típicos de apendicite aguda e naqueles com um
tempo de evolução menor que 24 horas. São também usadas em questões
estéticas.
 As incisões longitudinais medianas e paramedianas, pararretal medial e
infraumbilical direita são usadas para ampliar a exposição do campo dependendo
do achado cirúrgico (cego alto, apêndice retrocecal) ou apartir de uma incisão
específica. São também indicadas nos casos em que se tem dúvidas do
diagnóstico, suspensão de apêndice em posição atípica ou nos casos de AA com
peritonite com mais de 72 horas de evolução.

Diverticulite/Diverticulose

O Termo diverticulose é usado para designar a presença de múltiplos divertículos no


intestino grosso, sendo considerada diverticulite a instalação de um processo
inflamatório nos mesmos. Atualmente ambos os estádios de uma mesma doença são
designados como doença diverticular.

Um divertículo é um saco ou bolsa anormal que faz uma protrusão da parede de um


órgão oco. Um divertículo verdadeiro possui todas as camadas da parede intestinal,
enquanto um falso divertículo ou pseudodivertículo não possui uma das porções da
parede intestinal.

Diverticulite

É o processo inflamatório decorrente da infeção de um divertículo. Ocorre com maior


frequência no colon esquerdo simulando uma apendicite ectópica.
Quando localizada a direita seu diagnóstico é praticamente impossível confundindo-se
quase sempre com apendicite.

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Figura 1: Intestino Grosso com Diverticulite

Quadro clinico da Diverticulite


 Assintomático (70 a 85%).
 Dor abdominal (dor no quadrante inferior esquerdo que pode irradiar-se para a
área supra púbica, virilha esquerda ou para as costas.)
 Alterações dos hábitos intestinais
 Náuseas
 Vômitos
 Anorexia.
 Disúria, decorrente da extensão do processo à bexiga.
 Febre moderada menor que 38.5ºC mas pode ser elevada principalmente em
presença de complicações.

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Etiologia

 Envelhecimento e a consequente perda da elasticidade da musculatura das


artérias
 Dieta pobre em fibras
 Aumento de pressão no interior do intestino
 Pré-disposição genética

Epidemiologia da doença diverticular

A prevalência da doença diverticular do intestino grosso aumentou acentuadamente


neste século, possivelmente devido a redução de fibras alimentares na dieta.
A doença diverticular é incomum nas áreas rurais de África e Ásia onde o consumo
de fibras é elevado. Ao contrário a prevalência é elevada (10% da população nos
Estados Unidos, Europa e Austrália).
A doença diverticular é incomum antes dos 40 anos de idade e aumenta de uma
frequência de 5% na quinta década de vida para mais de 50% na nona década. A
incidência é semelhante em ambos os sexos.

Fisiopatologia

Os divertículos são saculações formadas na parede intestinal, a partir da protrusão da


mucosa e submucosa, através da camada muscular. O cólon sigmoide é o segmento do
intestino grosso mais acometido pela diverticulite, a segunda área mais afetada é o colon
descendente. O fato de ter o menor calibre e, portanto, a maior pressão intraluminal,
favorece a protrusão da mucosa e submucosa em alguns pontos, formando os
divertículos. Esses divertículos do lado esquerdo do cólon, sobretudo no sigmoide,
costumam apresentar uma base mais estreita, sendo mais suscetíveis a obstrução por
fecalitos. Com a persistência do processo obstrutivo, há um comprometimento do fluxo
arterial e venoso, favorecendo um processo inflamatório e consequentemente,
microperfurações no corpo diverticular.

Exame físico

O diagnóstico da diverticulite é dado a partir da anamnese, exame físico e exames


complementares. Os achados físicos dependem do local da perfuração, da quantidade de
contaminação e da presença ou ausência de infeção secundária de órgão adjacentes. O
achado físico mais comum é a dor abdominal no quadrante inferior esquerdo. Pode

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haver defesa voluntária da musculatura abdominal inferior. Pode ser detetada uma
distensão abdominal se houver Íleo paralítico associado ou obstrução do intestino
delgado secundária ao processo inflamatório.
Um exame vaginal ou rectal pode revelar uma massa flutuante e dolorosa típica de um
abcesso pélvico.

Exames complementares

Exames Laboratoriais
 Hemograma: leucocitose com desvio para a esquerda.
 Velocidade de hemossedimentação elevada.
 Proteína C reativa elevada.
 Tomografia axial computadorizada.
 Retossigmoidoscopia
 Clister opáco
 Colonoscopia

A colonoscopia, embora seja um bom exame para o diagnóstico da doença diverticular,


está contraindicada na suspeita do quadro agudo da diverticulite, devido ao risco de
perfuração. Nesses casos, a tomografia computadorizada do abdome deve ser realizada
devido a alta sensibilidade e especificidade, além de permitir afastar outros diagnósticos
diferenciais, como a apendicite aguda e o câncer colorretal.

A tomografia computadorizada ainda permite classificar a diverticulite complicada em 4


estágios, através da escala de Hinchey:

Estágio I: abscesso pericólico confinado;

Estágio II: abscesso à distância (intra-abdominal ou retroperitoneal);

Estágio III: peritonite purulenta difusa.

Estágio IV: peritonite fecal.

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Tratamento
O tratamento a ser instituído depende principalmente da forma como a doença
diverticular do colon se manifesta, do estado geral do paciente, em alguns casos do
número de episódios prévios de complicações.
 Na doença diverticular assintomática não existe tratamento específico já que o
paciente se encontra sem sintomas.
 A dieta deve ser rica em resíduos
 Deve ser orientada no sentido de aumentar o bolo fecal e diminuir a pressão
intraluminal.
 O paciente deve ser orientado a tentar manter o hábito intestinal regular,
evitando a inibição do reflexo evacuatório e consequentemente a retenção fecal
voluntária.
 Evitar o uso de laxantes e enemas pelos seus efeitos deletérios a longo prazo.
 Tratamento farmacológico com metronidazol, aminoglicosideos, AINES e
Analgésicos.
Tratamento cirúrgico da Diverticulite
 Indepentemente das opções cirúrgicas a serem empregadas é obrigatório o
preparo do doente, corrigindo-se os distúrbios hemodinâmicos e
hidroeletrolíticos.
 Nos pacientes idosos deve-se controlar rigorosamente as funções
cardiovasculares e renais.
 O ato cirúrgico deve obedecer a uma padronização rígida de condutas. O acesso
a cavidade deve ser por uma laparotomia ampla.
 A área lesada deve ser identificada, assim como a origem da contaminação e
isolada com compressas.
 É importante verificar se existe perfuração livre ou se ela está bloqueada.
 A lavagem generosa da cavidade, nos casos de peritonite difusa com vários
litros de solução salina é fundamental.
 Recomenda-se a limpeza suave das alças intestinais com compressas
humedecidas para a retirada dos detritos e fibrina.

A técnica cirúrgica a ser empregada deve ser uma decisão ponderada para cada caso. As
diversas opções são:

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 Drenagem isolada: consiste na colocação de um dreno na loca do abcesso. Uma
opção recente é a punção drenagem guiada pelo ultrasson ou TAC.
 Sutura primária: realiza-se somente desbridamento local e sutura primária da
alça. Pode ser ou não protegida por uma colostomia e associada a uma
drenagem.
 Cirurgia em três tempos: é a confeção de uma colostomia protetora proximal.
Num segundo tempo após preparo do colon é realizado a recessão do colon
acometido com restabelecimento do trânsito com anastomose termino-terminal
mantendo a colostomia que será fechada numa terceira etapa.
 Exteriorização da lesão: a perfuração é colocada fora da cavidade peritoneal.
Só é exequível quando a lesão ocorre em segmentos móveis.
 Tratamento endoscópico: Com o avanço tecnológico do aparelho de
colonoscopia existe a possibilidade de se realizar a drenagem de coleções por via
endoscópica para dentro da luz intestinal.
 Tratamento laparoscópico

4.1.3.Abdómen agudo perfurativo


É a terceira causa do abdome agudo, depois do inflamatório e obstrutivo. A dor é em
geral de início súbito e difuso e frequentemente vem associado com choque e
septicémia.

Etiologias: Decorrente do processo infeciosos, neoplasias inflamatórias, ingestão de


corpos estranhos, traumatismos, iatrogénicas (úlceras pépticas, tumores- perfurações
gastrointestinais). processos inflamatórios como as úlceras pépticas, das doenças
inflamatórias intestinais, neoplasias, infecções do aparelho digestivo por
citamegalovírus, tuberculose intestinal, Salmonela;

4.1.4.Abdome agudo vascular isquémico


Carateriza-se por dor abdominal intensa, desproporcionais as alterações do exame
físico. Os fatores de riscos associados e idade avançado, doença vascular fibrilação
arterial, doenças valvares, cardiopatias, hipercoagulacao (possui alta mortalidade).

Etiologias: isquemia mesentérica aguda e cronica, colite isquémica.

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4.1.6.Abdome agudo Hemorrágico
Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum entre 5 e 6 décadas de vida, em
geral caracteriza-se por uma dor que, aumenta progressivamente e pode ser decorrente
de traumatismo abdominal, de pós-operatório e de procedimentos abdominais
diagnósticos. Muitas vezes se não corrigido a tempo pode evoluir com manifestações de
choque hipovolemico.

Etiologia: rupturas de aneurisma das artérias viscerais, em mulheres a sangramentos por


causas ginecológicas e obstétricas e em idosos a ruptura de tumores, veias varicosas e
aneurisma de aorta abdominal.

4.2.Diagnostico
O diagnóstico do abdómen agudo é realizado inicialmente pela anamnese e exame
físico.

Na anamnese alguns dados são de extrema importância, tais como o tempo de


evolução do quadro clinico, as caraterísticas da dor (em aperto, fisgado, queimação,
respiratório dependente, intensidade). Localização da dor, factores de alívios ou
pioras dos sintomas, sintomas associados (gastrointestinais, respiratórios e
urinários), doenças associados, usos de medicações, cirurgias prévias, data da última
menstruação e histórico gineco-obstetrico.

 Hábitos de vidas alimentares: ingesta hídrica e uso de drogas


 Usos de medicações: anticoagulantes, imunossupressores
 Antecedentes patológicos e cirúrgicos
 Mulher data da última menstruação.

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Exame do Abdome:

4.3.Exame físico
No exame físico os sinais vitais devem ser observados e, caso alterados devem
servir de alerta para provável gravidade do quadro.

O exame abdominal deve seguir a sequência, inspeção, auscultação, percussão, e


palpação.

Sinais vitais: taquicardia, hipotensão, taquipneia, febre, fascies de dor.

Inspeção do abdómen: distensão, equimoses, abaulamentos, cicatrizes.

Auscultação: RHA mantidos ou ausentes.

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Percussão: avalia distensão gasosa, ar livre intra-abdominal, grau de ascite ou a
presença de irritação peritoneal.

Palpação: avaliar a dor, rigidez involuntária (peritonite).

Durante o exame físico também deve se fazer as seguintes manobras:

 Sinal de Blomberg: Dor a compreensão com piora descompressão do


quadrante inferior direito do abdómen, relacionado com apendicite aguda.

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 Sinal de Giordano: Dor a punho percussão lombar a direita ou esquerda,
indicativo de processo inflamatório renal.

 Sinal de Jobert: O sinal de Jobert é caracterizado pelo hipertimpanismo na


região hepática, que indica a presença de perfuração de víscera oca em
peritónio livre (por exemplo: úlcera péptica. pneumoperitoneo.)

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 Sinal de Murphy: consiste na dor a palpação no bordo inferior do fígado
durante a inspiração forcada, em toda região hepática, indicativo de
colecistite aguda.

 Sinal de Rovsing: consiste em dor no quadrante inferior direito induzida


pela palpação do quadrante inferior esquerdo, indicativo de apendicite
aguda.

Fig.1 sinal de rovsing

 Sinal do Obturador: O sinal do obturador consiste na dor provocada quando o


médico executa rotação interna passiva da coxa direita flexionada. Apresenta
boa especificidade para apendicite aguda.

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 Sinal do psoas: sinal do psoas positivo consiste em dor provocada quando o
examinador estende passivamente o quadril direito do paciente. Tem boa
especificidade para apendicite aguda.

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4.4.Exames laboratoriais.
Hemograma completo: Fundamental Para avaliação de processo infecioso, em
geral apresenta leucocitose.

Bioquímica: AST, ALT,GGT, Bilirrubina: avaliação da causa do abdómen agudo


de origem biliar como colecistite e colangite.

Amílase e lípase quando elevados podem sugerir pancreatite, isquemia intestinal ou


úlcera duodenal.

Eletrólitos: ureia, creatinina: avaliação de complicações de vómitos ou perdas de


fluidos para o 3 espaço.

Beta-HCG: Fundamental, sua solicitação é para todas as pacientes em idade fértil,


para o diagnóstico diferencial de gravidez ectópica.

4.5.Exame de imagem

O raio-x do Abdómen e tórax é muito utilizado devido o seu custo e fácil acesso e
permite o diagnóstico diferencial.

O raio- x pode detetar um pneumoperitoneo, sugerindo perfurações


gastrointestinais. Também pode ser observado calcificações no pâncreas e vesicula
biliar ou distenção da alça intestinal (sugerindo abdómen agudo obstrutivo).

USD Abdominal: muito eficiente na deteção de células biliares e avaliação de


vesícula biliar.TC do Abdómen: muito utilizado para avaliar complicações
principalmente em casos de abdómen agudo inflamatório.

Resumo:

O Abdome agudo inflamatório é a principal causa de dor abdominal aguda nos


serviços de urgência dos hospitais. Sendo as suas principais causas: Apendicite,
colecistite, pancreatite aguda e diverticulite.

Onde os principais métodos para a investigação são a anamnese, exame físico, USG de
abdome e tomografia computadorizada.

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Os pacientes com dor abdominal intensa devem ser tratados criteriosamente com
analgésicos apropriados, como a morfina. Na maioria dos casos, a conduta é
cirúrgica:

 Apendicite - Laparoscopia ou laparotomia.


 Colecistite aguda - colecistectomia laparoscópica.
 Pancreatite aguda - Depende da Classificação de Atlanta, mas de forma geral é
ressuscitação volêmica, jejum inicial e analgesia.
 Diverticulite- Tratamento clínico: Aumento da ingesta de fibras e
antibioticoterapia de amplo espectro.
 Em casos complicados pode ser necessário tratamento cirúrgico.

5.Conclusão

O abdome agudo é uma patologia de alta letalidade, sendo importante seu


diagnóstico e manejo precoce.

A maioria dos pacientes tem uma etiologia benigna e/ou autolimitada, e o objetivo
inicial da avaliação é identificar os pacientes que apresentam uma etiologia grave e
podem necessitar de intervenção imediata.

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6.Referencias Bibliográficas

1.Twonsend CM et al. SABISTON – TRATADO DE CIRURGIA. 18° Edição.


Elsevier;. Rio de Janeiro – RJ. 2010
2. Monteiro A, Lima C e Ribeiro E. Diagnóstico por imagem no abdome agudo não
traumático. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, 2009.
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4. Doença diverticular do colon. Sérgio Alexandre da Conceição, Alberto Július Alves
Wainstein. Clínica cirúrgica ,testo e autoavaliação. Pag. 526-534.1126.
5.Thomás P. Ruedi, manual de clínica cirúrgica, Júlio Coelho, pág 1061-1067. 2009.

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6. John Maa, MD e Kimberly S.KirkWood. O apêndice.Sabiston, tratado de cirurgia.
Pág 1252-1256. 18ª edição. 2010.
7.Carlos Ignachiti, apendicite aguda, Andy Petroiani, clínica cirúrgica. Pág 513-523.
Ano 2001.

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