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ESTAÇÕES PRÁTICAS
CIRURGIA GERAL
2 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Estação 1
Resumo da estação: Discutir avaliação padrão do atendimento inicial ao paciente politraumatizado. Paciente sem
nenhuma lesão com risco de vida. Atentar ao ABCDE, aprendendo todos os passos.
Materiais necessários: Maca, colar cervical, máscara de oxigênio, acesso venoso, prancha rígida
Programa:
1a Cena
Você é o plantonista que vai receber um paciente politraumatizado no pronto-socorro.
Cleiton foi vítima de acidente de motocicleta x caminhão, na marginal.
Estava de capacete, em alta velocidade (+- 90km/h) e colidiu com a lateral do caminhão.
Não houveram outras pessoas feridas
Ele foi resgatado e trazido da ambulância para sua avaliação.
Você o encontra na maca na sala de trauma:
Setup
Paciente na maca, de colar cervical mal colocado, agitado, com roupas sujas e sangue ao redor.
Ator
Tarefa 1:
- Como proceder para iniciar a avaliação do doente
- Cite 05 passos essenciais para abordar o paciente no 1o momento
- Como fazer a avaliação primária do paciente vítima de politrauma
2a Cena
Após completar a 1a tarefa, paciente se acalma e permite a avaliação
Sala e materiais e paramentação realizados com sucesso
Ator não precisa mais interagir
Monitorização realizada
Tarefa 2:
- Faça a avaliação do A do paciente
(Cite 05 sinais ou sintomas que devem ser investigados)
- Cite duas medidas essenciais e obrigatórias neste momento, para todo paciente vítima de
trauma, seguindo os preceitos do ATLS
Paciente com via aérea pérvia, recebendo oxigênio suplementar, colar cervical bem colocado, sem estigmas de trauma
de via aérea
Tarefa 3
- Faça a avaliação do B do paciente
(Cite 05 passos do exame físico)
- Cite 03 lesões que devem ter seu diagnóstico clínico realizado na letra B do ATLS e a
primeira medida de tratamento para elas
Tarefa 4
- Faça a avaliação do C do paciente
(Cite 03 regiões anatômicas que precisamos examinar)
- Cite 05 parâmetros clínicos que devemos usar para diagnosticar choque neste doente
- Qual a principal causa de choque no doente politraumatizado?
- Paciente com fratura exposta de membro inferior esquerdo, sem sangramento ativo. Curativo realizado.
- Tórax, abdome, pelve e demais regiões sem alterações e sem sangramentos visíveis
- PA 140x80 FC 95 SpO2 100 ECG 14, boa perfusão, pulsos presentes, diurese clara em sonda vesical, gasome-
tria arterial (Ph 7,35 Hco3 22 PcO2 35 Be -1)
- Pego 02 acessos venosos periféricos em membros superiores, iniciado 1L de ringer lactato aquecido a 39oC
Tarefa 5
- Faça a avaliação do D e do E do paciente
- Quais parâmetros usamos para a classificação da escala de coma de Glasgow?
- Quantas pessoas são necessárias para se fazer uma correta rotação em bloco do paciente?
- Vamos manter o doente na prancha rígida ou tirar ela agora?
- Escala de coma de glasgow = 14 → Abertura ocular espontânea, movimentação espontânea, discurso confuso e
agitado
- Pupilas isocóricas fotorreagentes
- Roupas retiradas
- 04 pessoas para realizar a rotação em bloco do doente, sem outras lesões na exposição do mesmo
- Prancha retirada
Tarefa 6
- Cite 05 condutas necessárias agora para tratamento definitivo do doente e da fratura exposta
FIM
- Se paramentar
- Checar materiais e sala
Tarefa 1 - Checar equipe e organizar funções
- Tranquilizar o paciente
- ABCDE do trauma
- Obstrução de via aérea, inconsciência, sangue na via aérea, lesões cervicais, rou-
Tarefa 2 quidão, estridor, rebaixamento, apnéia, fala presente
- Colocação correta do colar cervical + Oxigênio 15l/min máscara não reinalante
- Inspeção torácica, palpação torácica, percussão torácica, ausculta torácica, auscul-
ta cardíaca, E-FAST, inspeção cervical, frequência respiratória, saturação, e mais.
- Pneumotórax hipertensivo = drenagem de tórax ou toracocentese
Tarefa 3 - Hemotórax maciço = drenagem de tórax
- Tamponamento cardíaco = toracotomia ou punção de Marfan
- Pneumotórax aberto = curativo em 03 pontas
- Lesão de árvore traqueobrônquica central = drenagem de tórax
- Colocar acesso venoso periférico
- Iniciar reposição de Ringer Lactato
Tarefa 4 - Tórax, abdome, pelve, grandes membros, cena, retroperitôneo
- PA, FC, SpO2, nível de consciência, perfusão periférica, pulsos, gasometria arte-
rial, diurese, FR
- Abertura ocular, movimentação, resposta verbal, pupilas*
Tarefa 5 - 04 pessoas
- Retirar prancha se paciente não for mais ser transportado
- Analgesia potente, antibioticoterapia, cirurgia (avaliação ortopédica), vacina an-
Tarefa 6 titetânica, curativo e limpeza local, reavaliação secundária, exames de imagem,
laboratoriais, familiares, ampla
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 7
Estação 2
Resumo da estação: Saber manejar via aérea no paciente traumatizado, as indicações de intubação e também saber
manejar pacientes grandes queimados durante o ABCDE do trauma. Discutir também exames de imagem normais
no trauma.
Materiais necessários: Material para intubação, laringoscópio, tubo, seringa, máscara de oxigênio, guedel. Material
para ‘acesso venoso e ringer lactato’. Maca e colar cervical
Programa:
1a Cena
Você vai receber no plantão um paciente vítima de queimadura. O mesmo ficou preso em casa durante um in-
cêndio e teve grande parte do corpo queimado. Foi resgatado por bombeiros e transportado para o hospital por
uma ambulância
Setup
Paciente jovem, com sinais de queimadura grave, roupas e pelos queimados, deitado na maca. Agitado, gritando, com
muita dor e muito confuso. Queimadura no corpo todo.
Ator
Tarefa 1:
- Como proceder ao atendimento deste doente? Quais as suas prioridades?
(Cite 05 medidas que devem ser feitas logo na primeira abordagem)
- O atendimento inicial dele é diferente de um paciente vítima de politrauma ou as
prioridades são as mesmas?
2a Cena
Paciente tem suas roupas retiradas, corpo limpo, é posicionado em maca e tem o colar cervical colocado. Equipe é
acionada, monitorização realizada, oxigênio ofertado. ABCDE do trauma é iniciado.
→ Na letra A: Paciente com rouquidão e estridor, desconfortável, com sinais de queimadura de vias aéreas
Tarefa 2:
- Este paciente tem indicação de via aérea definitiva?
- Oque é uma via aérea definitiva?
- Cite 05 sinais ou sintomas que indicam queimadura de vias aéreas como citado pelo
enunciado
- Cite o passo-a-passo da sua via aérea definitiva indicada (‘realize’ o procedimento)
- Quais drogas você vai querer para intubar o paciente?
Continuação:
Paciente intubado com sucesso, monitorizado, acessos venosos garantidos, iniciado reposição de volume.
Completado o ABCDE do trauma com os seguintes achados:
A - IOT + VM, colar cervical
B - MV + bilateralmente, sem RA, queimadura em tronco. SpO2 93%. BRNF2tSS.
C - PA 100x60 FC 110 pulsos presentes cheios, perfusão debilitada pelas queimaduras. Pelve estável, FAST negativo,
sem sinais de fraturas ou outros traumas
D - Glasgow 3T, PIFR
E - queimaduras de 2o e 3o grau em todo o tórax e abdome anterior + membros superiores face anterior + membros
inferiores circularmente
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 9
Tarefa 3:
- Como calcular a área de superfície queimada deste doente?
- Como repor volume inicialmente para este doente?
- Cite outras 03 medidas auxiliares ou medicações que podem ser realizadas neste momento
para o paciente.
Continuação:
Iniciado reposição de ringer lactato para o doente, passagem de sonda vesical, raio-x de tórax e pelve + FAST, analgesia,
vacina de tétano e limpeza e reavaliação das áreas queimadas.
10 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Na avaliação do membro inferior esquerdo, foi notado edema duro + presença de queimaduras de 3o grau circunferen-
ciais, endurecidas, com ausência de pulso neste membro e sinais de formação de escara
Tarefa 4:
- Cite as alterações encontradas nos exames realizados, se existirem
- Qual o provável diagnóstico da lesão do membro inferior esquerdo? Qual o
tratamento inicial?
- Qual a diferença entre fasciotomia e escarotomia? Quando realizamos cada uma?
FIM
Estação 3
Resumo da estação: Discutir lesões traumáticas torácicas com risco imediato de vida e discutir transmissão de más
notícias para familiares.
Materiais necessários: Prancha rígida e colar cervical. Material para ATLS (máscara oxigênio, dreno de tórax, acessos,
o que tiver). Sangue falso kkk
Programa:
1a Cena
Você é o médico cirurgião e vai receber um paciente vítima de tiro por policiais durante um assalto. O ferimento foi
na região torácica anterior. Os socorristas informaram que o paciente está extremamente agitado e dispneico. Referem
um orifício de entrada do projétil na região torácica anterior e sem orifício de saída. Sem outras informações.
Setup
Ator
Tarefa 1:
- Cite um passo do exame físico do ABCDE que está faltando na sua avaliação, importante
para o caso.
- Cite a conduta terapêutica que deve ser tomada na letra B.
- Cite duas medidas que podem ser tomadas na letra C, ainda não realizadas.
2a Cena
Paciente apresenta piora clínica, com rebaixamento do nível de consciência.
Ausculta cardíaca → Bulhas abafadas
Iniciado ringer lactato aquecido e colhidos exames laboratoriais
Realizada drenagem de tórax à esquerda, sob visão direta, com saída de 500ml de sangue e ar após procedimento.
Reavaliação:
A → Vias aéreas pérvias. Sem responder ao chamado
B → MV + bilateralmente, diminuído à esquerda. Percussão com som claro pulmonar bilateral. SpO2 90%. Bulhas
cardíacas permanecem abafadas e de difícil ausculta.
C → PA 90x60mmHg. FC 130bpm. Pele pegajosa, pulsos filiformes.
D → Glasgow 7. PIFR
E → Sem novidades
Tarefa 2:
- Cite os diagnósticos que o doente apresenta?
- Qual a sua conduta agora?
3a Cena
Paciente submetido a transfusão sanguínea e transferido imediatamente ao centro cirúrgico, para realização de cirurgia
de urgência.
Realizada toracotomia ântero-lateral esquerda → Identificado lesão pleuropulmonar e tamponamento cardíaco com
lesão cardíaca grave.
Durante procedimento, paciente apresenta uma parada cardiorrespiratória
Tarefa 3:
- O que fazer agora?
4a Cena
Apesar do controle do sangramento, do tratamento do tamponamento e da massagem intra-cardíaca, paciente evoluiu
com PCR sustentada. Declarado óbito após 30 minutos de reanimação.
Tarefa 4:
- Como preencher o atestado de óbito? Cite também para onde o paciente será encaminhado.
- Os familiares estão do lado de fora do centro cirúrgico e precisam ser informados. Dê
a notícia.
FIM
- Ausculta cardíaca
- Drenagem de tórax em selo d’água
Tarefa 1
- 02 acessos venosos periféricos calibrosos, 1L ringer lactato aquecido, exames
laboratoriais, E-FAST, etc
- Tamponamento cardíaco e Hemopneumotórax
- Toracotomia ântero-lateral esquerda
Tarefa 2
- Transfusão de concentrado de hemácias
- “Intubação orotraqueal”
- Massagem intra-cardíaca
- Abertura do pericárdio
Tarefa 3 - Controle dos sangramentos
- Intubação seletiva
- Sutura dos ferimentos
- Tamponamento cardíaco
- Ferimento por arma de fogo
- IML - óbito mal definido - Trauma
Tarefa 4 - Protocolo SPIKES ou similar
Preparou-se, introduziu o assunto humanamente, convidou para diálogo, perguntou o
que familiares já sabiam, informou sobre o ocorrido, deu o conhecimento, expressou
emoções, explicou próximos passos.
16 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Estação 4
Resumo da estação: Discutir diagnóstico diferencial de trauma torácico, medidas gerais de tratamento e discutir tam-
bém liderança e distribuição de funções no atendimento ao paciente politraumatizado.
Programa:
1a Cena
Você é o residente mais graduado do seu plantão e foi avisado de que está para chegar um paciente vítima de queda de
altura (vão do elevador, 10o andar) para seu atendimento.
O paciente vem trazido por socorristas, com os seguintes dados:
M - queda de elevador, 10o andar
I - Trauma torácico e abdominal, fratura de membro inferior direito
S - PA 130x60mmHg, FC 105bpm, SpO2 92%
T - protocolo de trauma, dipirona, 1L de Soro fisiológico
Junto com você, estão um R2, um R1 e dois internos. Além do enfermeiro e um técnico de enfermagem.
Setup
Paciente na maca, nervoso, com fratura de membro inferior direito, com colar cervical, roupas sujas
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 17
Ator
Tarefa 1:
- Defina uma tarefa prioritária para cada um dos seus colegas de equipe
- O atendimento é em equipe, sua abordagem ao paciente vai mudar?
2a Cena
Avaliação primária, realizada em equipe:
A → Vias aéreas pérvias, agitado, colar cervical bem colocado e oxigênio ofertado
B → MV + bilateralmente, diminuídos. Dor intensa à palpação de gradis costais, com crepitação à direita e sinais de
hematomas e escoriações. Percussão dolorosa e com som claro pulmonar. SpO2 93%. BRNF 2t SS.
C → abdome doloroso em andar superior, sem peritonite, sem sangramentos, pelve estável. Sem outros focos aparen-
tes de sangramento. PA 130 x 70mmHg. FC 115 bpm. Perfusão periférica 2s. Pulsos cheios. Iniciado 1L de ringer
lactato aquecido EV. FAST negativo.
D → Glasgow 14. PIFR.
E → Sem outras alterações.
Tarefa 2:
- Quais prováveis lesões o doente apresenta na letra B?
- Cite 02 exames a serem solicitados como complementares à sua avaliação
3a Cena
Raio X de tórax e pelve realizados na sala
Exames laboratoriais coletados
Hidratação, analgesia, suporte iniciado e mantido
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 19
Tarefa 3:
- Cite a alteração vista no raio-x de tórax e o diagnóstico
- Este paciente tem indicação de tomografia? Qual e porquê?
4a Cena
Paciente mantendo estabilidade clínica porém grande dificuldade respiratória
Iniciado suporte de O2 com VNI + analgesia com opióides
Realizada tomografia de corpo inteiro → Múltiplas fraturas de costelas à direita, de 6o ao 12o arco costal + contusão
pulmonar e edema pulmonar. Trauma hepático grau I, sem líquido livre. Sem outras alterações na tomografia.
Tarefa 4:
- Qual o tratamento para este paciente? Faça a prescrição com pelo menos 03 medidas
- Ele tem indicação de drenagem de tórax ou de cirurgia? E de antibioticoterapia?
- Qual destino você daria para ele agora?
5a Cena
- Paciente estabilizado, mantendo-se estável hemodinamicamente. A dor melhorou. Exames laboratoriais não
evidenciaram outras alterações.
- Foi transferido para a UTI para monitorização, fisioterapia, oxigenoterapia, controle da dor e vigilância clínica.
- Permaneceu dois dias em UTI apresentando boa evolução, transferido depois para leito de enfermaria.
- Mantém dor controlada com analgesia potente, saturando 95% com suporte de cateter de O2, realizando fisio-
terapia, se alimentando.
20 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 5:
- Cite 03 critérios que devem estar presentes para programação de alta hospitalar
- Cite 03 orientações e/ou medidas para dar ao paciente no momento da alta
FIM
Estação 5
Resumo da estação: Discutir sobre trauma abdominal grave em paciente instável. Manejo cirúrgico, tomada de de-
cisão e interpretação de exames associados à avaliação clínica. Também discutir a avaliação de trauma de transição
toraco-abdominal.
Programa:
1a Cena
Se prepare para um atendimento desafiador. Chega no seu plantão trazida de ambulância uma senhora de 45 anos, que
roubou a arma de um policial e realizou um disparo no próprio peito, após presenciar o filho cometer suicídio. Ela foi
protocolada pelos socorristas no pré-hospitalar e veio transferida para sua avaliação.
Setup
Paciente muito agitada, gritando, contida em maca de transporte. Pálida e com tiro no peito.
Ator
1a Cena, continuação:
No preparo para o atendimento, a paciente começa a gaspear e rebaixar na maca.
Você rapidamente inicia o seu ABCDE
A → paciente taquidispneica, arresponsiva agora, sem estigmas de trauma de via aérea ou região cervical
22 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
B → MV + bilateralmente, diminuídos. Percussão com som claro pulmonar. Ferimento de projétil na região esternal
anterior, no nível de 11o EIC, sem orifício de saída. Sem outras alterações. SpO2 89%
C → PA 80 x 60mmHg, FC 140 bpm, pele pegajosa e pálida, pulsos filiformes. Abdome tenso e rígido, dor não pas-
sível de avaliação. Sem outros sangramentos externos.
D → Glasgow 5. PIFR
E → Sem outras lesões.
Tarefa 1:
- Cite 03 condutas a serem tomadas imediatamente
2a Cena
Paciente é entubada com sucesso, acoplada a ventilação mecânica com FiO2 de 100%. São pegos 02 acessos venosos
periféricos calibrosos e iniciado 1L de ringer lactato + acionamento do protocolo de transfusão maciça. O centro
cirúrgico é notificado para uma possível abordagem cirúrgica. Com o início da reanimação, ela apresenta melhora
transitória dos parâmetros clínicos. Você consegue realizar Raio-x na sala do trauma:
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 23
24 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 2:
- Aonde está o projétil?
- Qual a conduta que deve ser indicada agora?
3a Cena
Paciente foi levada ao centro cirúrgico para realização de laparotomia exploradora
Durante o procedimento, foi identificado lesão hepática grave com sangramento venoso, lesão de cólon transverso
com contaminação da cavidade e lesões múltiplas de delgado.
Tarefa 3:
- Porquê foi indicado laparotomia exploradora?
- Como manejar a lesão hepática inicialmente?
- Quando indicar a cirurgia de Damage control? Cite os dois objetivos principais dessa
tática cirúrgica.
4a Cena
Paciente foi submetida a controle do sangramento hepático com compressas e fechamento das lesões gastrointestinais com
enterectomias segmentares e colorrafia temporária. Foi realizado o controle temporário do sangramento e da infecção.
O anestesista informa que a paciente se mantém em choque, instável, recebendo altas doses de droga vasoativa e pro-
tocolo de transfusão maciça. Gasometria arterial com acidose metabólica.
Tarefa 4:
- Qual o próximo passo que deve ser tomado pelo cirurgião? Existe a necessidade de mais
algum procedimento cirúrgico?
- Quais os 03 componentes da tríade letal e como tratá-los agora?
5a Cena
Procedimento cirúrgico encerrado conforme imagem abaixo.
Paciente transferida à UTI para tratamento intensivo.
Tarefa 5:
- Como é denominado esse procedimento acima realizado?
- Teremos que reoperar o doente? Quando?
FIM
- A → Intubação orotraqueal
- B → VM, FiO2 100%
Tarefa 1
- C → 2 AVP + Ringer lactato + PTM (sangue) + FAST + Rx tórax e pelve
- Laparotomia exploradora*
- Abdome
Tarefa 2
- Laparotomia exploradora
- Dor abdominal e instabilidade hemodinâmica com trajeto do
projétil compatível
- Tamponamento e controle temporário do sangramento
Tarefa 3
- Pacientes politraumatizados, instáveis hemodinamicamente, evoluindo com
tríade letal
- Controle do sangramento e controle da infecção
- Fechamento temporário do abdome / encerrar o procedimento
Tarefa 4 - Hipotermia = aquecimento + acidose metabólica = suporte hemodinâmico +
coagulopatia = hemocomponentes
- Peritoneostomia / fechamento temporário do abdome
Tarefa 5
- Sim, em 48 a 72 horas, após estabilização e melhora clínica
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 27
Estação 6
Resumo da estação: Discutir o manejo do trauma de pelve + uso de torniquete em traumas de membros + identifica-
ção correta e transfusão de sangue na urgência.
Materiais necessários: Materiais ATLS. vide estações anteriores. Lençol. Se possível, torniquete. (manguito, elástico,
qualquer coisa)
Programa:
1a Cena
Você é o cirurgião de plantão. Está chegando mais um paciente politraumatizado para você atender. Os bombeiros
estão trazendo ele para sua sala.
M → Paciente atropelado por uma empilhadeira. Aparentemente ele estava dormindo e a empilhadeira passou por
cima dele, sem querer.
I → fraturas de membros inferiores, trauma de pelve grave. Sem aparentes lesões em parte superior do abdome, tórax
e demais segmentos.
S → PA 60 x 40mmHg. FC 135 bpm. SpO2 84%.
T → Protocolo trauma (prancha rígida e colar cervical). Um acesso venoso periférico e 1L de ringer lactato. Dipiro-
na 2g.
Setup
Ator
Não precisa interagir, pode até ser manequim. Se ator → apenas movimentos perdidos
Continuação 1a cena:
A → Vias aéreas pérvias, rebaixamento do nível de consciência. Colar cervical
B → MV + bilateralmente, sem estigmas de trauma. BRNF 2t SS
C → PA 80 x 60 mmHg, FC 110 bpm. pele pegajosa, pulsos distais não palpáveis, centrais presentes. FAST negativo.
D → Glasgow 15. PIFR
E → Sem outras alterações, a não ser a imagem a seguir:
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 29
Tarefa 1:
- Como controlar inicialmente o sangramento desta fratura? Cite a primeira opção, e uma
alternativa, caso a 1a não seja efetiva.
- Está indicado a transfusão de sangue? Precisamos pedir tipagem sanguínea? Justifique
- Em que momento do ABCDE vamos avaliar a pelve? Cite 03 manobras do exame físico que
são usualmente feitas.
2a Cena
Iniciado reposição de volume + protocolo de transfusão maciça
Compressão direta não controlou sangramento, realizado passagem de torniquete
Avaliação da pelve = instabilidade. Realizado Rx de pelve na sala:
Tarefa 2:
- Por quanto tempo posso manter o torniquete?
- Qual o diagnóstico do Raio-x?
- Qual a primeira medida para controle temporário do sangramento na pelve?
- Qual a conduta definitiva para o paciente?
3a Cena
Realizada passagem de lençol na pelve + transferência ao centro cirúrgico.
O membro inferior esquerdo apresenta lesão de partes moles, vasos e nervos. Ausência de pulso e perfusão prejudicada.
O paciente é anestesiado e mantém a instabilidade hemodinâmica grave. (Pa 90 x 60 mmHg, FC 120 bpm, Be - 10,
Ph 7,02, diurese escura).
Tarefa 3:
- Qual a conduta em relação à fratura de pelve?
- Qual a conduta em relação à lesão do membro inferior?
4a Cena
Paciente submetido ao procedimento cirúrgico, com bom controle dos focos de sangramento. Tamponamento pélvico
com compressas + fixação externa da pelve e amputação de MIE sem intercorrências.
Apresentou após 24 horas estabilidade hemodinâmica, mantendo-se em UTI, entubado, estável, com fixador externo
na pelve e coto de amputação em bom aspecto. Em desmame de droga vasoativa.
Tarefa 4:
- Paciente tem indicação de mais algum exame complementar?
- Teremos que reoperar o doente?
- Bônus: Se ele apresentar um novo episódio de choque hipovolêmico de foco pélvico,
pensamos em que tipo de lesão e qual seria o procedimento indicado, caso possível?
FIM
Estação 7
Resumo da estação: Discutir apendicite aguda e apendicite aguda na gestação. Vamos discutir também manejo e se-
miologia de dor abdominal e exame físico com foco em abdome agudo inflamatório. Avaliar capacidade do aluno de
repassar informações e relação médico paciente.
Programa:
1a Cena
Atendimentos de pronto-socorro. Paciente procura ajuda médica por dor abdominal.
Uma mulher jovem, gestante de 20 semanas, refere pré-natal habitual.
Refere que tem cólicas esporádicas mas que desde ontem a cólica não melhora.
Se queixa de dor abdominal forte, mais intensa em andar inferior do abdome. Refere que fez uso de dipirona,
sem melhora.
Refere também que apresentou náuseas e calafrios.
Setup
Paciente ‘gestante’, sentada em cadeira, refere dor na parte de baixo da barriga e enjoo.
Quando o médico examina, sente dor em toda parte inferior do abdome.
Ator
Tarefa 1:
- Complete a anamnese dessa paciente com pelo menos 05 perguntas
Continuando:
Tarefa 2:
- Realize o exame físico abdominal (verbalize suas ações)
2a Cena
Paciente com dor abdominal difusa, que irradia para andar inferior e dorso há dois dias
Tem dor intensa, associada a náuseas e calafrios
Nega demais queixas e sintomas
Refere pré-natal habitual, com exames e avaliações sem intercorrências
Antecedentes: Nega comorbidades e alergias. Nega outras alterações
Primigesta
Ao exame físico:
Regular estado geral. Desidratada +/4+
Inspeção abdominal - abdome gravídico compatível com 20 semanas gestacionais.
Ausculta - RHA diminuídos
Percussão - dolorosa em andar inferior do abdome
Palpação - Dor a palpação superficial e profunda em hipogastro e fossa ilíaca direita. Descompressão brusca positiva
em fossa ilíaca direita
Blumberg + / Rovsing +
Sem outras alterações
34 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 3:
- Qual a sua principal hipótese diagnóstica? Sindrômica e etiológica
- Cite 05 diagnósticos diferenciais
- Faça uma prescrição inicial
- Solicite exames complementares para este momento (você está em um hospital com todos os
recursos disponíveis).
3a Cena
A paciente melhora um pouco com analgesia e hidratação.
Os resultados de exames ficaram prontos:
Hemoglobina 11,0
Leucócitos 15.000
PCR 250
Cr 1,0
Ur 40
Tarefa 4:
- Sua hipótese diagnóstica está confirmada? Qual é o tratamento agora?
- Qual a conduta em relação ao achado da vesícula biliar?
- A paciente pergunta se não tem perigo para o bebê. Ela deseja saber se não pode ir para casa.
Oriente a paciente quanto às suas decisões e a conduta tomada. Cite medidas para cuidados
com o feto.
4a Cena
A paciente foi submetida a apendicectomia, sem intercorrências. O feto foi monitorizado durante o procedimento,
antes e depois, com acompanhamento da equipe de Obstetrícia.
Ela evoluiu bem no pós-operatório, em internação na enfermaria.
Tarefa 5:
- A evolução e os cuidados pós-operatórios mudam devido à gestação?
- Existe alguma orientação especial para o seguimento pré-natal?
- Oriente sua paciente agora na visita pós-operatória
FIM
- 10 caracteres da dor
- ISDAS
Tarefa 1
- Sintomas obstétricos e ginecológicos
- Antecedentes pessoais, ginecológicos, familiares
- Inspeção
- Ausculta
Tarefa 2
- Percussão
- Palpação
- Abdome agudo inflamatório / apendicite aguda
- Qualquer diferencial de abdome agudo inflamatório e abdome agudo de ori-
gem ginecológica e obstétrica
Tarefa 3
- Analgesia, sintomáticos, hidratação, jejum
- Hemograma, pcr, função renal
- Ultrassom de abdome
36 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
- Sim, apendicectomia
- Expectante, podemos programar colecistectomia eletiva
Tarefa 4
- Explicar que riscos serão controlados, equipe GO avalia em conjunto, que o
tratamento deve ser cirúrgico. O feto será monitorizado.
- Não. Seguir mesmas recomendações com cuidado ao feto
- Manter seguimento habitual
Tarefa 5 - Orientar sinais de alarme, cuidados com ferida, repouso relativo, analgesia,
vigilância, etc.
- Humanização e clareza na passagem de informações
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 37
Estação 8
Resumo da estação: Discutir colecistite aguda e diagnósticos diferenciais de urgências de vias biliares. Discutir exames
complementares e resolução de problemas.
Programa:
1a Cena
Você é o plantonista e vai atender uma paciente com queixa de dor abdominal.
Jussara, 40 anos.
Ela refere que hoje começou com uma dor forte e constante na barriga, mais forte do lado direito. Nega outros sinto-
mas associados.
Refere que já apresentou episódios semelhantes prévios quando ingeria alimentos gordurosos.
A paciente nega antecedentes relevantes ou uso de medicações.
Ao exame fisico:
Bom estado geral, corada e hidratada. Sobrepeso.
Abdome flácido, doloroso à palpação superficial e profunda em hipocôndrio direito
Murphy -
Sem outras alterações ao exame físico.
Seu hospital é pequeno e o centro cirúrgico está fechado no final de semana. Existe a possibilidade de transferência.
Setup
Ator
Tarefa 1:
- Faça a prescrição inicial
- Solicite exames complementares
2a Cena
A paciente melhora um pouco com analgesia e hidratação. Não tem mais dor à palpação.
Os resultados de exames ficaram prontos:
Hemoglobina 13,0
Leucócitos 8.000
PCR 10
Cr 0,8
Ur 20
FA 300
GGT 600
BT 3,5
TGO 30
TGP 50
Ultrassom de abdomen superior → Vesícula biliar tópica, de paredes regulares, não espessadas. Presença de inúmeras
imagens ovaladas móveis com sombra acústica posterior. Colédoco de diâmetro 9mm. Difícil avaliação de colédoco
distal e pâncreas por interposição gasosa.
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 39
Tarefa 2:
- Qual sua suspeita diagnóstica? Defenda o seu caso. A paciente tem colecistite aguda?
- Qual o próximo passo agora? Você solicitaria algum exame a mais? Pediria transferência?
Operaria? Alta hospitalar?
3a Cena
Foi discutida a possibilidade de realização de exame de imagem para investigar melhor a dilatação do colédoco e a co-
lestase. O seu serviço só consegue realizar exames mais específicos na segunda-feira (tomografia, colangiorressonância,
CPRE, etc). Hoje é sábado.
A transferência é negada pois a paciente não apresenta nenhuma urgência, segundo o plantão controlador.
Tarefa 3:
- E agora, o que você vai fazer? A paciente te questiona. Ela quer operar!
- O plantão controlador falou para você dar alta e pedir pra ela voltar segunda-feira. Qual a
sua conduta?
- Converse com a paciente e o médico do controlador
4a Cena
A paciente foi internada, mantida em vigilância clínica e screening laboratorial, dieta leve, analgesia, suporte e sinto-
máticos. Você voltou na segunda-feira.
Ela se mantinha sem dor, porém agora evoluiu com icterícia.
Negava demais queixas ou sintomas.
Ela realizou uma tomografia que evidenciou cálculo no colédoco distal. Demais achados compatíveis com o ultrassom.
Sem outros achados dignos de nota.
40 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 4:
- Qual a conduta agora? Temos todos os recursos disponíveis
- Vamos introduzir antibioticoterapia? Cite critérios para introdução desta terapêutica
5a Cena
Paciente submetida a CPRE com remoção do cálculo em colédoco
Evolui bem na enfermaria, sem novas queixas
Tarefa 5:
- Qual a conduta agora?
- Oriente a paciente quanto ao ocorrido e aos próximos passos
FIM
- Analgesia, sintomáticos
- Ultrassom de vias biliares
Tarefa 1
- Hemograma, PCR, Leucocitos, Ur, Cr, Bilirrubinas, FA e GGT, TGO e TGP,
Amilase e Lipase
- Colelitíase + coledocolitíase (Justificar). Não tem colecistite aguda
Tarefa 2
- Investigar colestase e dilatação de colédoco (exames ou transferência)
- Orientar quanto a suspeita diagnóstica de coledocolitíase e diferenciais.
Orientar que a conduta não é operatória agora.
- Não vamos dar alta, suspeita de coledocolitíase com indicação de exame com-
Tarefa 3
plementar e possivel desobstrução. Manter internada.
- Conversa humanizada e clara com os profissionais e a paciente explicando os
pontos calmamente
- CPRE
Tarefa 4
- Não. Apenas se colangite (sepse, febre, etc)
- Colecistectomia na mesma internação
Tarefa 5
- Explicar sobre internação de forma clara e coesa
42 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Estação 9
Resumo da estação: Discutir manejo de pancreatite aguda. Discutir complicações de pancreatite e seu manejo.
Programa:
1a Cena
O interno vem te passar um caso, de uma paciente sendo atendida no pronto-socorro.
ID = Joana Maria, 73 anos
Queixa = Dor abdominal
HPMA = Dor abdominal há dois dias, intensa em epigastro, com irradiação para dorso. Dor vem associada a náuseas
e vômitos. Nega febre. Nega outros sintomas
ISDAS: NDN
AP = Refere passado de pedra na vesícula mas nunca operou. Refere HAS em uso de losartana. Sem outros anteceden-
tes ou alergias ou uso de medicações
Exame físico:
Regular estado geral, descorada, fácies de dor. Anictérica e acianótica. Afebril
Abdome plano, intensamente doloroso em epigastro, irradiando para hipocôndrios e para as costas. RHA diminuídos.
Dor a palpação superficial e profunda. Descompressão brusca negativa. Sem outros achados relevantes
Setup
Ator
Tarefa 1:
- Explique para o interno sua principal hipótese diagnóstica.
- CIte 03 diagnósticos diferenciais,
- Solicite exames complementares
- Faça a prescrição inicial
2a Cena
Foram solicitados os seguintes exames:
Ultrassom de abdome superior = Colelitíase, sem sinais de colecistite aguda ou outros achados relevantes ao método
Hemoglobina 13,0
Leucócitos 13.000
PCR 100
Cr 1,1
Ur 50
FA 100
GGT 200
BT 1,1
TGO 30
TGP 50
Amilase 1409
Lipase 350
A paciente teve dor controlada com analgesia, manteve-se estável hemodinamicamente e clinicamente, sem ou-
tras alterações.
44 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 2:
- O paciente fecha critérios para diagnóstico de pancreatite aguda? Ou precisamos de mais
alguma informação:
- Qual o tratamento inicial para este caso?
- Como classificar a pancreatite aguda?
3a Cena
Paciente internada em enfermaria, apresenta melhora dos parâmetros e boa evolução.
Refere fome e vontade de ir embora
Tarefa 3:
- Quais os próximos passos agora? Podemos liberar dieta? Podemos dar alta?
4a Cena
Paciente aceitou dieta, apresentou boa evolução e foi de alta hospitalar
06 meses depois ela retorna em uma consulta ambulatorial com você
Ela refere que teve mais 02 episódios de pancreatite aguda, mas que foi internada no hospital dela. Um destes episódios
foi grave e ela foi internada em UTI
Hoje ela vem bem em consulta, mas refere sensação de empachamento e distensão abdominal eventual
No exame físico, ela não tem dor abdominal mas apresenta uma massa arredondada palpável em mesogástrio
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 45
Tarefa 4:
- Qual sua principal hipótese diagnóstica?
- Porquê a paciente provavelmente teve novos episódios de pancreatite e evoluiu
com complicações?
- Qual conduta deveria ter sido feita e não foi tomada ainda para esta paciente?
- Qual exame a ser solicitado agora?
5a Cena
Ela retorna em consulta, com o exame realizado:
Tarefa 5:
- Qual o diagnóstico? E as opções de tratamento?
- Explique, sucintamente e claramente, toda a evolução da paciente para ela (ela continua com
dúvidas - Dr, o que aconteceu comigo, como resolver?)
FIM
Estação 10
Resumo da estação: Discutir sobre prática quanto a sutura de ferimentos corto-contusos, passo a passo do procedi-
mento, manejo do paciente, orientações. Discutir também sobre abscesso cutâneo como complicação.
Materiais necessários: porta agulha, fios, gaze, material para anestesia e suturas
Programa:
1a Cena
Próximo paciente. José Alves, 60 anos. Vem ao pronto-socorro referindo que se cortou enquanto trabalhava como me-
cânico. Refere corte no braço, doloroso. Nega demais queixas ou sintomas. Nega antecedentes, alergias, comorbidades.
Setup
Ator
Tarefa 1:
- Faça sua avaliação, completando a anamnese e o exame físico
2a Cena
O ferimento ocorreu há 50 minutos, tem uma extensão de 10 cm x 5 cm, chegando até a fáscia muscular, sem lesão
da mesma. Tem sangramento venoso em babação em pequena quantidade. O ferimento foi causado por uma chave
de fenda da oficina.
Pulsos presentes, motricidade e sensibilidade presentes, sem outras queixas ou alterações
Tarefa 2:
- Qual a conduta agora?
- Faça a prescrição deste paciente
Continuando…
Tarefa 3:
- Solicite os materiais necessários à enfermagem.
- Descreva o passo a passo da sutura do ferimento. Realize o procedimento.
3a Cena
O ferimento foi suturado com sucesso. Analgesia realizada. Paciente com melhora.
Feita profilaxia de tétano
Tarefa 4:
- Oriente o paciente quanto a alta e cite todas as orientações que devem ser feitas
- Precisa de antibioticoterapia? Justifique
4a Cena
O paciente retorna 03 semanas depois, sem os pontos, com uma área de hiperemia, edema e dor no local da incisão.
Palpa-se um ponto de flutuação. O paciente refere também febre alta ontem.
Tarefa 5:
- Qual foi a complicação provavelmente apresentada?
- Qual o tratamento agora?
FIM
Estação 11
Resumo da estação: Discutir obstrução intestinal e realização do toque retal. Discutir manejo de bridas. E discutir
passagem de sonda nasogástrica.
Programa:
1a Cena
Você é o interno de plantão. Chegou mais uma ficha para você atender.
Seu Carlos, 70 anos, vem ao pronto socorro por dor abdominal há 03 dias.
Refere que a dor começou difusa em cólicas e agora é intensa e constante.
Refere também que parou de eliminar gases e fezes há dois dias e que a barriga ‘inchou’
Refere náuseas e vômitos associados hoje. Nega demais queixas ou sintomas.
Setup
Ator
Tarefa 1:
- Faça o exame físico abdominal, citando em cada passo um achado que deve ser procurado
ativamente, pensando na principal hipótese diagnóstica
- Cite informações importantes da anamnese que devem ser questionadas ativamente
2a Cena
Paciente refere antecedente de 02 laparotomias prévias por FAF há 30 anos.
Refere também reconstrução de trânsito há 05 anos atrás
Exame físico → REG, descorado + / 4+. Abdome distendido 2+/4+, doloroso difusamente à palpação, sem sinais de
peritonite. Ruídos hidroaéreos aumentados. Incisão de laparotomia mediana sem peculiaridades. Região inguinal livre.
Paciente vomita durante o exame físico
Tarefa 2:
- Está faltando ainda um passo propedêutico essencial do exame físico (caso você não tenha
pensado nisso antes). Qual é esse passo?
- Faça a prescrição inicial deste doente
- Solicite exames complementares iniciais
- Qual sua principal hipótese diagnóstica? Sindrômica e etiológica.
3a Cena
Toque retal → ausência de fezes em ampola. Sem outras alterações
Foi realizada a passagem de uma sonda nasogástrica, com saída de 1500ml de conteúdo fecalóide. A distensão e a dor
melhoraram bastante.
Foi realizado também hidratação, analgesia e exames complementares que não evidenciaram complicações
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 53
Tarefa 3:
- Realize e descreva o passo a passo do toque retal (oriente o paciente do que está, e será feito)
- Realize a passagem da sonda nasogástrica (descreva o passo a passo e oriente o paciente)
4a Cena
Paciente foi submetido a tratamento clínico e internação, com diagnóstico de abdome agudo obstrutivo por bridas.
Apresentou melhora com o tratamento, eliminando flatus no 2o dia e fezes no 3o dia.
O débito da sonda nasogástrica era claro e o paciente não tinha mais queixas
Tarefa 4:
- Cite 04 condições para alta hospitalar do doente
- Cite 04 condições que indicariam cirurgia em um caso como esse
FIM
Estação 12
Resumo da estação: Avaliar tomada rápida de decisão, manejo de constipação, saber avaliar síndrome dos maus tratos
e como manejar essa suspeita.
Programa:
1a Cena
Você vai passar a visita no pronto-socorro e o próximo paciente é um senhor idoso. João, 80 anos. Paciente morador
de casa de repouso, veio transferido por dor abdominal e parada de eliminação de fezes e flatos há 05 dias.
O paciente é acamado por uma sequela de AVC há 10 anos. Não contactua, é dependente para todas as atividades e
cuidados. Não se tem mais conhecimento sobre a família.
O cuidador refere que há 05 dias o paciente parou de evacuar e o abdome distendeu.
Ao exame físico:
Regular estado geral, acamado, não contactuante. Acamado. Corado, desidratado +/4+, anictérico e acianótico. T
37,8oC.
Cardiopulmonar: Bulhas rítmicas normofonéticas em 2T, sem sopros. MV + bilateralmente, com roncos e esterto-
res difusos.
Abdome: distendido +/4+. Difícil avaliação pelo nível neurológico. Sem peritonite. RHA diminuídos. Toque retal →
fezes em ampola endurecidas
Edema de membros inferiores. Equimoses pelo corpo
Setup
Ator
Tarefa 1:
- Como investigar a febre e as outras alterações deste paciente?
- Solicite exames complementares
- Cite 03 possíveis causas para a febre do doente
- Cite 02 possíveis causas para a constipação do doente
2a Cena
Ao ser mais ativo na procura de focos infecciosos e no exame físico, você nota o paciente bem emagrecido, com maus
cuidados de higiene, com lesões dermatológicas pelo corpo.
Percebe também que o paciente desenvolveu úlceras de pressão por decúbito.
Ele apresenta uma úlcera sacral grande, com capa de necrose seca e apresenta úlceras trocantéricas, bilateralmente com
lesão de pele e subcutâneo, sem necrose.
Região sacral. Necrose seca, sem sinais flogísticos. Sem crepitações ou outras complicações.
A cuidadora não sabe referir os medicamentos que ele faz uso contínuo, refere que não faz….
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 57
Tarefa 2:
- Porquê o paciente desenvolveu estas úlceras? Cite pelo menos 04 fatores
- Como prevenir estas úlceras?
- Como tratar agora?
3a Cena
Os exames ficaram prontos.
A cuidadora que trouxe o paciente pergunta, impaciente, se você vai internar e operar ele.
Ela refere que onde ela está é impossível cuidar do doente. Ela não consegue realizar a mudança de decúbito, cuidar
das feridas, oferecer alimentação e fala que você deve internar ele agora.
Raio-x de abdome
(presença de fezes em todo o cólon. Ausência de complicações ou sinais de alarme)
Raio-x de tórax
58 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 3:
- Cite 03 diagnósticos para este paciente
- Você vai internar ele?
- As úlceras são de tratamento cirúrgico agora?
- E a constipação, como tratar agora?
- Converse com a cuidadora, informe as hipóteses e a sua conduta
4a Cena
O paciente é internado. Antibioticoterapia é iniciada. Nutrição é adequada. Distúrbios são controlados. Curativo e
mudança de decúbito instituídos. Lavagem retal e medidas laxativas são iniciadas, com boa evacuação após.
Apesar da tentativa, não são encontrados familiares. Nenhum cuidador voltou a aparecer e a casa de repouso não res-
pondeu mais aos chamados.
Tarefa 4:
- Como entrar em contato com os responsáveis para programar uma alta hospitalar agora?
- Quando suspeitar de síndromes dos maus tratos?
- Como tratar e investigar a síndrome?
FIM
Estação 13
Resumo da estação: Discutir sobre manejo de hérnias inguinais. Avaliar sobre capacidade de orientar medidas durante
complicação aguda no pronto-socorro e também cuidados pós-operatórios.
Programa:
1a Cena
Vamos avaliar mais um paciente no pronto-socorro.
José 45 anos.
“ Dr, eu tenho hérnia. Estou esperando na fila para operar mas não aguento mais. Dói demais. Preciso trabalhar. On-
tem, quando eu fui levantar uma cadeira, ela saiu pra fora e tá doendo demais agora. Me ajuda.”
Setup
Ator
“ Dr, eu tenho hérnia. Estou esperando na fila para operar mas não aguento mais. Dói demais. Preciso trabalhar.
Ontem, quando eu fui levantar uma cadeira, ela saiu pra fora e tá doendo demais agora. Me ajuda.
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 61
1a Cena, continuação
Seu José nega comorbidades, refere hérnia inguinal à direita há 05 anos, com piora progressiva. Refere que há um
dia hérnia saiu pra fora e não volta (antes ele colocava pra dentro). Refere dor intensa associada. Nega outras queixas,
comorbidades, alergias.
Ao exame físico:
Bom estado geral, corado e hidratado.
Exame físico geral, cardiopulmonar e abdominal sem alterações.
Tarefa 1:
- Como fazer o exame físico da região inguinal. Cite 03 fatores que devemos procurar na
suspeita de hérnia inguinal dolorosa.
2a Cena
Ao exame físico direcionado, paciente apresenta hérnia inguinal à direita, encarcerada. Hernia irredutível, de +- 4cm,
endurecida, extremamente dolorosa. Apresenta também discreta hiperemia local. Na região inguinal à esquerda, não
há alterações.
Tarefa 2:
- Qual a conduta para o paciente agora?
- Como diferenciar hérnia inguinal direta de indireta? Muda sua conduta?
- Posso e/ou devo tentar reduzir a hernia agora?
3a Cena
O paciente é internado. É realizado analgesia e sintomáticos. Exames gerais são solicitados.
A dor melhora. O centro cirúrgico está preparando a sala para a cirurgia.
O paciente pergunta se ele pode ser operado por ‘laser’
62 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 3:
- Qual será a via de acesso para a cirurgia do paciente? Escolha sua cirurgia e defenda o
motivo da sua escolha
- Onde será colocada a tela e como ela será fixada?
- O paciente pergunta se precisa por tela, ele não quer. Justifique sua decisão e explique a
cirurgia e os próximos passos para ele.
4a Cena
O paciente é submetido a hernioplastia inguinal por videolaparoscopia, sem intercorrências.
Foi encontrado uma hérnia inguinal direta à direita, com epiplon encarcerado. Ela foi reduzida e a tela colocada na
região pré-peritoneal, sem intercorrências.
No 1o pós-operatório, o paciente está em leito de enfermaria, em bom estado geral, se alimentando, deambulando.
Refere mínima dor no local das incisões e refere que tem um inchaço na região inguinal com um hematoma local.
Ao exame físico → ferida operatória em bom aspecto. Discreto edema na região da hérnia prévia com hematoma de
pele pequeno.
Tarefa 4:
- O paciente pode ir de alta hospitalar?
- Explique e oriente o paciente quanto ao que foi realizado na cirurgia
- Oriente quanto aos cuidados pós-operatórios
- O paciente pergunta se pode trabalhar → Responda
- O paciente pergunta se pode dirigir → Responda
FIM
Estação 14
Resumo da estação: Discutir sobre detalhes técnicos da laparoscopia.
Discutir sobre hérnias femorais.
Programa:
1a Cena
Próximo atendimento: Mais uma paciente com dor para você atender. Você está em um hospital terciário, com tudo
de bom e do melhor disponível.
Você vai atender a Dona Célia, 45 anos.
A paciente vem ao pronto-socorro com dor abdominal e dor na região da virilha há duas horas.
Nega outras queixas ou alterações
Nega alergias e comorbidades
Setup
Paciente com dor na virilha irradiando para o abdome, com dificuldade para deambular. Vem em pé, mancando.
Ator
“ Dr, começou uma dor aqui ó (virilha esquerda) há duas horas. Tá doendo muito, até difícil para andar”
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 65
Continuando:
Ao exame físico, paciente em bom estado geral, fácies de dor.
Na região inguinocrural à esquerda, você visualiza hiperemia e palpa um endurecimento, abaixo do ligamento ingui-
nal, não redutível. Não consegue avaliar outras alterações. Ela tem dor intensa devido à palpação deste endurecimento
na região.
À direita, o exame físico está normal.
O restante do exame físico não tem particularidades.
Tarefa 1:
- Qual a principal hipótese diagnóstica?
- Qual a conduta?
- Cite 04 fatores de risco para esta patologia?
- Solicite exames complementares e justifique o motivo da solicitação
2a Cena
A paciente foi internada, submetida a um ultrassom na urgência e a exames laboratoriais gerais. Além disso, recebeu
analgesia, hidratação e sintomáticos.
Ela refere que a dor melhorou e pergunta como vai ser operada e se precisa de tela?
Ultrassonografia de região inguinal esquerda → Abaulamento irredutível de conteúdo gorduroso, medial aos vasos fe-
morais. Pequena quantidade de líquido e edema ao redor. Sem outras alterações.
Tarefa 2:
- Explique para a paciente a sua conduta e decisão e o porquê
3a Cena
Foi optado por uma hernioplastia femoral via laparoscopia. O acesso foi transabdominal.
A cirurgia ocorreu sem intercorrências.
Tarefa 3:
- O que é laparoscopia?
- Cite 03 vantagens da laparoscopia
- Cite 03 diferenças entre a laparoscopia e a cirurgia convencional
- Cite dois meios de se confeccionar o pneumoperitônio e qual o gás a ser usado e o porquê.
4a Cena
Continuando:
Tarefa 4:
- Correlacione cada número com o seu nome/função:
. Luz / Iluminador
. Monitor
. Cabo da câmera
. Insuflador
. Volume total insuflado
. Pressão intra-abdominal (no circuito)
. Fluxo de gás.
FIM
Estação 15
Resumo da estação: Discutir sobre hemorragia digestiva de apresentação aguda no pronto socorro.
Programa:
1a Cena
Você é o plantonista de plantão. Você foi designado para a sala de emergência. Você recebe um paciente que refere vô-
mitos com sangue desde hoje de manhã. Ele fala que ontem já estava com queixas de cólicas e mal estar e hoje acordou
vomitando sangue e passando mal.
Seu nome é João e ele tem 68 anos.
Setup
Ator
“ Dr estou com dor na barriga e com muita fraqueza, vomitei muito sangue….”
70 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 1:
- Cite 05 informações mais relevantes para o caso que devem ser perguntadas ao paciente
e/ou familiares
- Cite 05 hipóteses diagnósticas para hematêmese
2a Cena
Durante a monitorização na sala de emergência e a avaliação inicial, o paciente apresenta novo episódio de vômitos
com sangue (ator vomitar ‘sangue’, se possível) e apresenta um rebaixamento do nível de consciência.
Você conseguiu tirar algumas informações: Paciente de 68 anos, etilista e tabagista, estava fazendo uso de Aines por 02
semanas devido a um trauma no joelho. Nega comorbidades e alergias. Refere que essa é a primeira vez que tem esse
quadro e nega outras alterações.
Na monitorização → PA 90 x 60 mmHg. FC 120 bpm. SpO2 92% em aa. Glasgow 10. Ainda com hematêmese.
Toque retal com melena.
Tarefa 2:
- Cite 03 medidas que devem ser tomadas agora para este paciente
- Faça a prescrição
- Solicite exames
Tarefa 3:
- Cite achados da história e do exame físico que falam ou falariam mais a favor de doença
ulcerosa péptica
- Cite achados da história e do exame físico que falam ou falariam mais a favor de doença varicosa
3a Cena
Paciente submetido a intubação orotraqueal, iniciada reposição de volume + transfusão sanguínea e omeprazol 80mg
ev em bolus + 40mg de 12/12 horas.
Prescrição:
Jejum
SF 0,9% 1000ml Ev agora
Concentrado de hemácias 02 bolsas agora e ACM
Omeprazol 80mg ev agora e 40mg de 12/12 horas
Metoclopramida 10mg ev agora
Fentanil 1 amp ev acm
Ketamina 1 amp ev acm
Succinilcolina 1 amp ev acm
Noradrenalina 10mcg BIC ACM
Decubito elevado 30o
Endoscopia digestiva alta
Monitorização contínua
Exames laboratoriais:
Tarefa 4:
- A prescrição está boa? Precisamos mudar alguma coisa agora que sabemos o resultado
da endoscopia?
- Qual o diagnóstico? E a classificação de Forrest?
- Como tratar endoscopicamente esta úlcera?
- É necessário realizar biópsia e pesquisa de H.pylori nesta úlcera? Agora ou em um
segundo momento?
FIM
Estação 16
Resumo da estação: Discutir trauma cranioencefálico, primeiras medidas, classificações, tratamento. Discutir colo-
cação e retirada de colar cervical.
Programa:
1a Cena
Você está de plantão em uma formatura, como recém formado, ficou animado em receber para comer bem e assis-
tir shows de graça. No meio da madrugada, entra na sua tenda uma senhora de meia-idade sendo ajudada por ou-
tras pessoas.
Aparentemente estava tocando a ‘dança do caranguejo’ e os formandos se animaram, pulando de lado por toda a pista.
Essa senhora estava do lado da pista curtindo a balada e acabou sendo ‘atropelada’ por um grupo de formandos que
perdeu o equilíbrio…
Ela caiu e bateu a cabeça no chão. Parece que ficou no chão por alguns segundos e depois acordou e levantou.
Dona Maria, 68 anos.
Ela chega pra você em regular estado geral, confusa, com sinais de etilismo.
Ela refere estar com dor na cabeça mas que está tudo bem. Só um pouco de enjoo.
É hipertensa e diabética, controlada com medicações orais.
Ao exame físico:
Ferimento corto-contuso de 3cm com sangramento em babação e perda da contiguidade da pele em região occipi-
tal direita.
Paciente com abertura ocular espontânea, movimentação livre dos membros, obedecendo comandos com alguma
lentidão e um discurso com palavras inapropriadas agora.
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 75
Setup
Paciente confusa, etilisada, referindo que está tudo bem e não quer dar trabalho. Tem dor cervical e dor na região
occipital direita da cabeça
Ator
“ Dr(a), não quer incomodar, cai no chão mas já estou bem, posso ir?”
“ é só uma dorzinha na cabeça, eu só tomei duas cervejas”
“ Cadê a Joana e o Carlos, tô com sede”
Tarefa 1:
- Calcule a escala de coma de Glasgow da paciente
- É necessário colocar colar cervical nesta paciente?
- É necessário alguma avaliação mais pormenorizada ou podemos liberar a paciente?
2a Cena
Paciente com escala de Coma de Glasgow de 13, mantendo náuseas.
Ferimento corto-contuso com necessidade de sutura.
A enfermeira pega um acesso e inicia uma dipirona e um plasil EV.
A paciente é colocada na maca.
76 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 2:
- Coloque o colar cervical na paciente (cite o passo a passo)
- Qual a classificação do trauma cranioencefálico desta doente
- Cite 05 achados, sinais ou sintomas que indiquem necessidade de realização de tomografia
de crânio em um paciente com TCE
- Ela vai precisar ser transferida para um hospital?
3a Cena
Paciente é transferida para um hospital, você leva ela na ambulância.
Ela se mantém estável, ainda bem confusa.
Tarefa 3:
- Passe o caso para o plantonista que vai receber a sua paciente
Continuando: A paciente está aguardando uma tomografia de crânio, solicitada pelo seu colega
Tarefa 4:
- Podemos retirar o colar cervical? Ou é necessário algum exame de imagem?
- Em qual momento da avaliação vamos retirar o colar cervical, com ou sem exame
de imagem?
- Qual exame de imagem deve ser realizado?
- Cite todas as condições que devem ser respeitadas para que possamos retirar um colar
cervical sem realizar exame de imagem, em um paciente vítima de trauma.
FIM
- Glasgow 13
- Sim - dor cervical e TCE
Tarefa 1
- Sim, é necessário uma avaliação completa e possível transferência para tomo-
grafia de crânio
- DDH, prancha, estabilização da coluna, auxílio de enfermeira, passagem do
colar e fechamento
- TCE leve
- Glasgow < 15 por 2 horas, TCE moderado ou grave, vômitos 2x, perda de
Tarefa 2
consciência, politrauma grave, idade > 65 anos, uso de substâncias exógenas,
confusão, sinais de intoxicação, deformidades cranianas no exame físico, uso
de anticoagulantes, etc
- Sim.
- Maria, 68 anos, queda da própria altura e TCE há duas horas. Hipertensa e
diabética controlada. Perdeu a consciência por alguns segundos. Estável, em
Tarefa 3 regular estado geral, levemente elitizada e bem confusa. Escala de coma de
glasgow = 13. Dor cervical. Colocado colar, iniciado sintomáticos e realizado
transporte seguro.
- Não, exame de imagem necessário
- Na avaliação secundária
- Tomografia de coluna e/ou Raio x de coluna AP, lateral e trans-oral
Tarefa 4
- TCE leve + glasgow 15, ausência de outras lesões confundidoras, ausência de
confusão mental ou intoxicação exógena, ausência de mecanismo perigoso,
ausência de dor, ausência de déficits
78 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Estação 17
Resumo da estação: Discutir aspectos sobre segurança do paciente cirúrgico, perioperatório e protocolos de centro
cirúrgico. Discutir sobre complicações e necessidade de reoperação precoce.
Programa:
1a Cena
Vamos passar a visita e cuidar de um paciente internado na enfermaria em programação de cirurgia.
Jones, 40 anos. Paciente com um IMC de 41 kg/m2, internado pelo grupo de cirurgia bariátrica para ser submetido a
uma gastrectomia em Y de Roux por obesidade mórbida.
Nega demais queixas ou comorbidades.
Está em jejum, aguardando o centro cirúrgico chamar.
A cirurgia será por laparotomia daqui a uma hora
Setup
Ator
• Na última cena → Familiar do paciente ansioso → “ Oque aconteceu? Ele vai ficar bem? Qual foi o erro?”
• “Você matou o meu bebeee”
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 79
Tarefa 1:
- Oriente o paciente quanto aos próximos passos, como será a cirurgia, a evolução esperada e
os riscos
- Oriente ele quanto a previsão de internação, como serão os cuidados pós-operatórios e o
seguimento
2a Cena
Paciente foi transportado ao centro cirúrgico. Entra em sala. O anestesista está se preparando para intubar. Paciente e
mesas posicionados. Instrumentais contados, exames liberados.
Tarefa 2:
→ Responda às perguntas da circulante de sala:
- Nome do paciente, idade
- Qual é o procedimento proposto?
- Tem lateralidade?
- Vai fazer antibióticoprofilaxia?
- Equipes presentes?
- Materiais e imagens disponíveis?
3a Cena
Check-in do protocolo realizado, cirurgia liberada. O assistente chama você para irem se escovar para o procedimento.
Tarefa 3:
- Realize a escovação das mãos e entre em campo cirúrgico
(por quanto tempo você vai escovar as mãos, como, e até aonde)
4a Cena
A cirurgia foi realizada com dificuldade, mas com sucesso. Gastrectomia em Y de roux + fechamento da incisão por
planos. Foi optado por drenagem da cavidade devido a dificuldade de dissecção.
Tarefa 4:
- Qual a complicação apresentada?
- Qual a conduta?
5a Cena
Paciente foi reoperado, encontrado sangramento na ligadura do meso.
Realizada hemostasia rigorosa e novo fechamento.
Depois da reabordagem, o paciente evoluiu bem, sendo transferido para UTI para observação, agora está-
vel hemodinamicamente.
Tarefa 5:
- Explique o ocorrido, as propostas e o esperado para a família do paciente que está
questionando oque aconteceu.
FIM
Estação 18
Resumo da estação: Discutir sobre neoplasia de cólon e estadiamento. Discutir sobre termos e preparo pré-operatórios
de pacientes com desafios
Programa:
1a Cena
Vamos atender outra paciente que te procurou no ambulatório.
Dona Joana, 74 anos, natural e procedente de SP.
Refere que realizou uma colonoscopia por orientação do médico da UBS e trouxe o resultado para você avaliar.
→ Colonoscopia 10/05/2022:
Procedimento realizado sob sedação leve, introduzido aparelho via retal e aparelho introduzido até íleo distal. Bom preparo
de cólon. Visualizadas todas as alças intestinais, desde reto até íleo distal. Haustrações preservadas, mucosa íntegra.
Em cólon sigmóide, visualizado tumoração exofítica de +- 5x6cm, transponível ao aparelho, sem dificuldades.
Setup
Paciente sentada na cadeira do consultório, apreensiva com o resultado, papéis em mãos, pedindo para você avaliar
o resultado.
Ator
Tarefa 1:
- Complete a anamnese
- Complete o exame físico
2a Cena
Dona Joana, 74 anos, natural e procedente de SP.
Inapetência há um ano, sem outras queixas. Sempre foi constipada.
Perdeu peso recentemente mas não sabe quanto.
Nega comorbidades ou alergias, nunca precisou de internação hospitalar, não usa nenhum remédio.
Fez a colonoscopia por orientação do médico do posto, pois tem ‘história de problemas intestinais na família’. Mãe e
pai faleceram de ‘entupimento’ do intestino.
Tarefa 2:
- Qual a principal suspeita diagnóstica?
- Qual o próximo passo agora?
- Qual procedimento deveria ter sido realizado na colonoscopia, que não foi feito ou citado?
- Explique para a doente a suspeita diagnóstica, os próximos passos e os exames a serem
solicitados
3a Cena
A paciente retorna após realização de todos os exames:
Mantém queixas inespecíficas e sem novidades.
- Exames laboratoriais
Laudo oficial → Lesão neoplásica em transição retossigmóide, de +- 7x6x8cm, invadindo a luz do cólon e os tecidos
pericolorretais, causando obstrução parcial. Ausência de linfonodomegalias, ausência de metástases à distância, ausên-
cia de invasão de órgãos adjacentes.
86 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 3:
- Qual é o estadiamento do tumor, baseado nos exames disponibilizados
- Qual a conduta ideal agora?
- Explique a cirurgia para a paciente, informando evolução esperada e riscos
4a Cena
A paciente aceita o tratamento, entende a proposta mas informa que é testemunha de Jeová e não pode receber bolsa
de sangue.
Questiona também sobre a necessidade de quimioterapia e radioterapia
Tarefa 4:
- Você mantém a cirurgia? Converse com a paciente sobre a necessidade ou não de transfusão
sanguínea e os riscos
- Explique sobre a possibilidade ou não de terapia adjuvante
FIM
Estação 19
Resumo da estação: Discutir sobre intercorrência intra-operatória, corpo estranho pós-operatório e passagem de aces-
so venoso central e coleta de gasometria arterial.
Materiais necessários: Material para coleta de gasometria (seringa, álcool, luva, etc) e material de acesso venoso central
(o que tiver de material - avental, luva, cateter, etc)
Ator: Masculino
Programa:
1a Cena
Vamos entrar em uma cirurgia. O residente te chamou e falou pra ir correndo se escovar.
Vamos operar o seu Júlio, 43 anos, com um diagnóstico de colecistite aguda.
Não tem videolaparoscopia no seu hospital então vai ser incisão de Kocher e cirurgia raiz.
O seu Pedro tem um quadro de colelitíase há 06 anos esperando cirurgia e várias crises de cólica biliar no período,
sendo tratadas conservadoramente.
Foi indicado cirurgia pois ele veio ao PS com um novo quadro de colecistite aguda, com dor intensa refratária.
Durante a cirurgia, foi encontrado uma colecistite aguda complicada, com perfuração bloqueada, múltiplas aderências
e muita dificuldade técnica.
Houve lesão de ramos arteriais e sangramento maior do que o esperado.
O paciente apresentou um choque hipovolêmico com necessidade de transfusão sanguínea. O sangramento foi con-
trolado após muita dificuldade e muito uso de compressas. A vesícula foi retirada com sucesso.
Setup
Ator
Tarefa 1:
- O anestesista pediu sua ajuda para passagem de um acesso venoso central ( o paciente estava
apenas com acesso venoso periférico) → Descreva a técnica de Seldinger com a passagem do
acesso venoso central na veia jugular interna direita
2a Cena
O acesso venoso central é passado com sucesso. O paciente estabiliza após controle do sangramento, reposição de
concentrado de hemácias e suporte clínico. A parede abdominal é fechada por planos.
Tarefa 2:
- O anestesista pediu sua ajuda para coletar uma gasometria arterial de controle para ver a
evolução laboratorial do doente → Cite o passo a passo para a coleta
3a Cena
O paciente foi para UTI já estabilizado e teve boa evolução. Recebeu alta para a enfermaria e depois de 10 dias alta para
casa. Ele voltou ao pronto socorro 20 dias depois, se queixando de dor abdominal, mal estar e distensão abdominal.
Foi optado por novos exames e uma tomografia de abdome e pelve devido ao histórico do doente.
A tomografia:
90 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Scout
→ Processo inflamatório local em hipocôndrio direito. Ausência de vesícula biliar com clips metálicos na loja hepática
(compatível com pós-operatório recente. Presença de material hiperdenso em fossa ilíaca esquerda, causando modera-
da distensão abdominal. Não se pode descartar a possibilidade de corpo estranho local
Tarefa 3:
- Qual o diagnóstico?
- Qual a conduta?
- O que poderia ter sido feito para evitar essa complicação?
O paciente e os familiares te perguntam o que aconteceu, porque ele está assim, qual o próximo passo e quem foi o
cirurgião porquê a culpa foi dele:
FIM
Estação 20
Resumo da estação: Discutir etiologias de derrame pleural. Discutir critérios de Light. Discutir realização de toraco-
centese.
Programa:
1a Cena
Estamos de plantão no pronto-socorro. Você vai atender um paciente que veio transferido para avaliação. João, 35
anos. Ele é trazido por policiais e uma ambulância. Ele é um paciente desprovido de liberdade, há um mês, por assalto
à mão armada.
Ele não quer relatar seus sintomas. Os policiais referem que ele sente falta de ar aos pequenos esforços, têm dor torácica
e tem febre à noite, com sudorese. Além de uma tosse produtiva que está incomodando muito os outros colegas que
dividem o local com ele.
Nega comorbidades e antecedentes relevantes.
Refere ser tabagista e etilista e já ter feito uso de substâncias ilícitas.
Setup
Ator
Ao exame físico:
Regular estado geral, emagrecido. Corado e hidratado. Febril.
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 93
Tarefa 1:
- Cite 03 hipóteses diagnósticas para o quadro
- Solicite exames complementares para início da investigação
- Faça uma prescrição inicial
2a Cena
Paciente foi submetido a exames laboratoriais e a um Raio-x de tórax
Recebeu também dipirona EV 2g agora
Exames:
Tarefa 2:
- Por que foram coletados DHL e proteínas do sangue?
- Qual o achado do Raio-x de tórax? Descreva o achado e sua hipótese diagnóstica?
- Qual o próximo passo agora? Qual procedimento deve ser feito?
3a Cena
Paciente foi submetido a toracocentese diagnóstica, para um diagnóstico diferencial do derrame pleural. O procedi-
mento ocorreu sem intercorrências. O líquido coletado era seroso espesso. O material foi enviado para análise.
Tarefa 3:
- Descreva / realize a toracocentese como demonstrado acima
- Solicite os materiais necessários para a enfermagem
- Esse procedimento é necessário para todo e qualquer achado de derrame pleural? Em quais
sim ou não, e porquê?
- Quais exames você quer que sejam analisados no líquido coletado?
4a Cena
Chegou a análise do líquido:
Tarefa 4:
- Este líquido é um transudato ou um exsudato?
- Qual sua principal hipótese diagnóstica?
- Qual o tratamento agora?
- Cite 03 causas de exsudato e 03 causas de transudato
FIM
Estação 21
Resumo da estação: Discutir diagnóstico, manejo, abordagem e tratamento do melanoma.
Programa:
1a Cena
Vamos atender um paciente que procurou a unidade básica de saúde:
- Seu José, 60 anos. Trabalhador rural há 45 anos, capinando no campo.
- Refere que nunca procurou médico porque nunca teve nenhum problema de saúde. Sempre foi saudável.
- Ele procurou ajuda hoje pois notou um aumento em uma ‘manchinha’ que tinha no braço direito
Setup
Ator
Tarefa 1:
- Cite 05 fatores de risco para esta patologia
- Cite 05 achados do exame físico da lesão que falam a favor de malignidade
- Qual sua principal hipótese diagnóstica?
2a Cena
Ao exame físico detalhado, paciente com uma lesão melanocítica de bordas assimétricas, rombas, com coloração hete-
rogênea e um diâmetro de 07mm. Ele refere que a lesão veio crescendo e agora coça.
O paciente não tem outras alterações ao exame físico e nega outras queixas
Tarefa 2:
- Sua hipótese se mantém plausível?
- Qual é o próximo passo no manejo desta lesão?
3a Cena
Paciente foi orientado e foi submetido a biópsia excisional marginal da lesão.
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 99
Tarefa 3:
- Como deve ser realizada a incisão da biópsia?
- Quais fatores precisam ser avaliados no anatomopatológico da lesão
- Qual passo do exame físico não foi citado e é imprescindível
- Oriente o paciente quanto ao procedimento que irá realizar, os possíveis resultados e a
programação, desde a internação até a alta
4a Cena
Paciente foi de alta hospitalar em bom estado geral, sem queixas.
Retornou em duas semanas no ambulatório, para checar o resultado do anatomopatológico e para retirada dos pontos.
AP:
- Melanoma extensivo superficial de 08mm de extensão
- Breslow de 1,2mm, Clark III
- Ulcerações = ausentes
- Invasão linfovascular = ausente
- Taxa mitótica baixa
- Sem outros sinais relevantes
Tarefa 4:
- Qual a conduta agora, ao avaliar o anatomopatológico
- Oriente o paciente
5a Cena
Paciente foi submetido a ampliação de margens da lesão + pesquisa do linfonodo sentinela
As margens vieram negativas e sem achados adicionais
O linfonodo sentinela veio negativo
Tarefa 5:
- Como realizar o seguimento deste doente? Algum exame é necessário?
- Oriente ele quanto a doença e necessidade de acompanhamento
FIM
- Exposição solar crônica, pele clara, histórico familiar, histórico pessoal, múlti-
plos nevos, etc
Tarefa 1 - Assimetria da lesão, bordas elevadas, coloração heterogênea, diâmetro > 6mm,
evolução com crescimento e mudança, sintomas, etc
- Melanoma (neoplasia de pele)
- Sim, melanoma
Tarefa 2
- Biópsia excisional marginal
- Longitudinal
- Breslow e Clark, ulceração, mitoses, subtipo, invasão linfovascular, satelitoses
Tarefa 3 ou micrometástases, etc
- Palpação linfonodal
- Explicar o passo a passo com boa conversa. Internação, cirurgia, alta
Tarefa 4 - Ampliação de margens + pesquisa do linfonodo sentinela
- Tomografia de tórax, abdome e pelve 01x pelo alto risco
- Rx tórax e DHL de seguimento
Tarefa 5
- Orientações plausíveis e de boa linguagem. Orientar necessidade de segui-
mento com dermatologia e oncologista.
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 101
Estação 22
Resumo da estação: Discutir diagnóstico, manejo e tratamento de escroto agudo, avaliar a passagem de notícias, de-
cisões intra-operatórias.
Programa:
1a Cena
Vamos atender um paciente que deu entrada no seu pronto socorro. Seu hospital tem todos os recursos disponíveis.
1o Setup
Ronaldo, 28 anos, refere que acordou com dor intensa no testículo direito, súbita, associada a vômitos.
Nega traumas locais, nega comorbidades e alergias, nega outros sinais e sintomas.
1o episódio semelhante, sem outras alterações.
Ator
Ao exame físico: Regular estado geral, em posição antálgica. Sem outras alterações ao exame geral.
Exame específico → Testículo direito retraído, intensamente doloroso e endurecido.
Sinal de Prehn negativo
Reflexo cremastérico ausente
Testículo esquerdo sem alterações, tópico, com reflexo cremastérico ausente
Tarefa 1:
- Qual sua principal hipótese diagnóstica? Qual o principal diagnóstico diferencial?
- Solicite exames complementares
- O que significa sinal de Prehn e o que significa reflexo cremastérico?
- Oriente o paciente quanto a suspeita e os próximos passos?
2a Cena
Paciente com dor com melhora parcial com analgesia.
Ultrassom doppler de bolsa escrotal → Testículo direito aumentado de tamanho, com torção do cordão espermático,
com ausência de fluxo ao doppler.
→ Testículo esquerdo com bom fluxo, sem alterações.
Tarefa 2:
- Qual a conduta agora?
- O testículo está perdido?
- Confirme o achado para o paciente
3a Cena
Paciente foi submetido a exploração testicular bilateral no centro cirúrgico, sob raquianestesia.
ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral 103
Tarefa 3:
- Qual a conduta cirúrgica?
- Descreva o passo a passo da cirurgia
4a Cena
Paciente foi submetido a orquiectomia a direita e orquidopexia a esquerda. Evoluiu bem no pós-operatório, apto a alta
hospitalar no 1o PO.
Tarefa 4:
- Faça as orientações de alta para este doente.
- Atestado, receituário, retorno.
- O paciente pergunta se vai ficar infertil, se o outro testículo tem chance de torcer também e
se ele pode colocar um testículo ‘falso’ no lugar - Responda às dúvidas.
FIM
Estação 23
Resumo da estação: Discutir sobre doenças prevalentes de cirurgia vascular, diagnóstico diferencial de dor em mem-
bros, avaliação e conduta.
Materiais necessários: sem especificações, maquiagem para perna pálida e outra perna inchada
Ator: Feminina
Programa:
1a Cena
Vamos atender uma paciente no pronto-socorro da cirurgia.
Dona Jasmina, 30 anos. Procura ajuda médica por dor e inchaço na perna há dois dias. Refere que a perna esquerda
começou a doer e a inchar e que nunca teve isso antes. Nega demais queixas e sintomas.
Nega comorbidades. Refere uso apenas de anticoncepcional oral
Nega alergias ou outras alterações.
Ao exame físico: Paciente sem alterações no exame físico geral e demais segmentos apenas alteração no membro citado.
Setup
Paciente jovem, com dor na perna direita, que se encontra inchada e endurecida. Dor local. Sem outras coisas
Ator
“ Dr, me ajuda, to com muita dor nessa perna, nem mexe direito”
“ Nunca tive isso antes, o que será que ta acontecendo”
“ É câncer??” Meu tio-avô teve câncer”
106 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 1:
- Realize o exame físico dos membros (cite quais os passos e as informações a serem avaliadas)
2a Cena
Membro inferior direito → Boa perfusão, hidratado, anexos preservados, sem cicatrizes ou lesões. Membro quente,
sem edemas, sem dor, sem alterações. Pulso femoral, poplíteo, tibial posterior e pedioso presentes
Membro inferior esquerdo → Boa perfusão, hidratado, anexos preservados, sem cicatrizes ou lesões. Perna e pantur-
rilha edemaciadas, endurecidas, extremamente dolorosas. Panturrilhas cheias e com edema. Pulso femoral, poplíteo,
tibial posterior e pedioso presentes.
Tarefa 2:
- Qual sua principal hipótese diagnóstica?
- Qual a conduta agora? É necessário coleta de D-dímero?
3a Cena
O Ultrassom confirmou TVP de membro inferior esquerdo, na perna.
Sem outros achados, a paciente melhora com analgesia.
Tarefa 3:
- Cite 03 fatores de risco para esta patologia
- Qual a conduta agora?
- Vamos internar ou dar alta hospitalar? Encaminhar para algum lugar?
4a Cena
Você acabou de dar alta para a Dona Jasmina e logo abrem outra ficha.
Dona Maria, 56 anos. Chega para sua avaliação com quadro de 3 horas de dor contínua de grande intensidade, hipo-
termia e paresia de perna e pé esquerdos. Nega qualquer episódio prévio de dor nos membros inferiores. Tem antece-
dente de infarto agudo do miocárdio há um ano e realiza caminhadas diárias como parte do condicionamento físico
proposto pelo cardiologista.
Ao exame clínico apresenta-se com todos os pulsos normais no membro inferior direito e sem alterações no restante
do exame físico.
No membro inferior esquerdo encontra-se com pulso femoral presente, sendo que os pulsos poplíteo e distais estão
ausentes neste membro e o pé está cianótico. Ela tem muita dor neste membro, com enchimento capilar reduzido mas
presente. Já tem algum grau de paresia também.
O ECG mostra frequência cardíaca sinusal, rítmica.
Tarefa 4:
- Qual sua principal hipótese diagnóstica?
- Qual a conduta agora?
- Explique a situação para a paciente
Tarefa 5:
- Se o membro se encontrasse pálido, sem dor, sem sensibilidade ou motricidade e todos os
pulsos ausentes; qual seria a conduta?
- No primeiro caso, depois da embolectomia com sucesso, como seria a prescrição da paciente
no pós-operatório? Quais cuidados com o membro deveriam ser tomados?
FIM
Estação 24
Resumo da estação: Discutir sobre diagnóstico de doença neoplásica avançada, sinais semiológicos e passagem de
notícias. Discutir sobre investigação de quadro consumptivo e cuidados paliativos.
Ator: Masculino
Programa:
1a Cena
Mais um paciente para atendermos. Seu José, 65 anos. Vem ao pronto socorro com queixa de fraqueza, mal estar,
inchaço na barriga e vômitos há 02 meses. Os sintomas vêm piorando.
Ele é um paciente que mora sozinho, no interior de Minas Gerais. Procurou a UBS algumas vezes, mas ou não tinha
médico, ou receitavam dipirona e mandavam ele embora.
Refere também que está tendo dificuldades para se alimentar e para evacuar.
Ele refere ser tabagista e etilista aos finais de semana. Nega alergias. Nega comorbidades e uso de medicações de
uso contínuo.
Ao exame físico:
Regular estado geral, descorado +/4+, Desidratado +/4+, Ictérico +/4+, acianótico, afebril
Consciente e orientado em tempo e espaço
Cardiovascular e pulmonar sem alterações
Abdome globoso, distendido 2+/4+, percussão submaciça, dor à palpação difusamente, sem peritonite.
Fígado palpável a 3cm do rebordo costal, endurecido.
Presença de sinais sugestivos de ascite.
Toque retal sem particularidades.
110 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Setup
Ator
Tarefa 1:
- Como avaliar ascite no exame físico
- Cite 03 hipóteses diagnósticas
- Faça uma prescrição inicial
- Solicite exames complementares
2a Cena
Paciente tinha sinal do piparote +, sub macicez nos flancos.
Foi internado, iniciada analgesia, hidratação
Submetido a exames laboratoriais e a uma tomografia de abdome e pelve
Tomografia → Múltiplas lesões hepáticas sugestivas de acometimento secundário. Ascite em grande quantidade em
toda a cavidade abdominal. Sinais indiretos de carcinomatose peritoneal presentes. Não é possível identificar o sítio
primário. Alças intestinais murchas e colabadas, baço e rins sem particularidades, pâncreas de difícil visualização. Em
bases pulmonares, identificado metástases também.
Laboratoriais:
Tarefa 2:
- Qual sua hipótese diagnóstica agora?
- Qual a conduta inicial? E a investigação que deve ser realizada?
- Qual é o melhor tratamento proposto para este doente?
- Explique os achados e os próximos passos para o doente
- Devemos contactar a família? E alguma outra equipe médica ou multidisciplinar?
3a Cena
Paciente foi internado, estabilizado e submetido a colonoscopia e endoscopia digestiva alta.
Foi identificado um tumor de transição retossigmóide, realizada biópsia.
A família foi contatada, o serviço social acionado e as equipes multidisciplinares também.
Foi confirmado diagnóstico de neoplasia de retossigmóide em estágio avançado, sem proposta curativa.
Durante a evolução, ele foi piorando da parte ventilatória e dos sintomas e da dor, necessitando de introdução de
bomba de morfina. Evoluiu a óbito no 10o dia de internação.
Já tinha sido discutido com familiares e o paciente a proporcionalidade e a não realização de medidas invasivas
Tarefa 3:
- Preencha o atestado de óbito
- Se a família solicitasse que todas as medidas fossem feitas para ele permanecer vivo, estaria
indicado ventilação mecânica, reanimação cardiopulmonar e outras medidas invasivas? Ou é
conduta médica?
- Se a família solicitasse o prontuário, você entregaria? De quem é o prontuário médico?
FIM
Estação 25
Resumo da estação: Discutir investigação de doenças coloproctológicas, discutir realização de toque retal e anuscopia.
Solicitação de exames complementares e orientações quanto a tratamento de doença hemorroidária.
Programa:
1a Cena
Você está na sua UBS, tomando um cafézinho, quando chega um paciente para ser atendido.
Seu Jonas, 54 anos.
Refere estar evacuando com sangue há dois dias. Refere que quando vai ao banheiro percebe dificuldade para evacuar
e que pinga sangue junto com as fezes no vaso sanitário.
Nega dores, nega outros sintomas.
Nega alergias e comorbidades.
Refere que sempre foi constipado, mas que evacuava normal. Esse sangramento começou agora.
Setup
Ator
Tarefa 1:
- Qual sua principal hipótese diagnóstica? Cite 03 diagnósticos diferenciais
- Complete sua propedêutica (Descreva o passo a passo do toque retal e explique a
importância dele para o paciente)
2a Cena
Paciente foi resistente mas concordou com o toque retal.
Ao exame: Presença de nodulação palpável, amolecida, às 06 horas, distando 2cm da borda anal. Próstata tópica e de
tamanho e consistência normais. Ausência de outras tumorações ou lesões no canal anal. Sangue em pequena quanti-
dade no dedo de luva.
Tarefa 2:
- Confirmada a sua hipótese diagnóstica?
- O anuscópio é necessário? Ele pode trazer informações relevantes?
- Descreva o exame de anuscopia (realize o procedimento)
3a Cena
Anuscopia confirma apenas uma hemorróida, com mínimo sangramento, as 07 horas, distando 02 cm da borda anal.
A hemorróida não protue para fora, em nenhum momento.
Sem outras alterações.
116 ROTEIRO - ESTAÇÕES PRÁTICAS | Cirurgia Geral
Tarefa 3:
- Qual o grau da doença hemorroidária?
- Este paciente precisa de algum outro exame complementar durante a investigação dele
na UBS?
- Qual o tratamento preconizado para esta hemorroida? Descreva e também oriente o paciente
FIM