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PORTFÓLIO
Rio de Janeiro
2020
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA
PORTFÓLIO
Rio de Janeiro
Outubro
2020
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SUMÁRIO
2. INTRODUÇÃO .............................................................................................................4
4. DIAGNÓSTICO ...........................................................................................................6
5. PROGNÓSTICO .........................................................................................................7
7. TRATAMENTO .............................................................................................................8
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1. APRESENTAÇÃO DE CASO
História da doença atual: paciente com história de dor abdominal há quatro dias em região
epigástrica, associada a náuseas e vômitos chegou ao hospital Miguel couto. Evacuou,
há dois dias, fezes com aspecto normal e, desde então, não mais evacuou. Refere que a dor
melhorava após episódios de vômitos e uso de analgésicos. Evoluiu com piora da dor nas úl-
timas 24horas associada a episódios de febre, não aferida. Informa que a dor agora encontra-
se localizada em região hipogástrica e fossa ilíaca direita (FID). Nega sintomas urinários ou
alterações na cor da urina. Nega doenças crônicas, uso de medicamentos contínuos e antece-
dentes de doenças psiquiátricas. Nega alergias alimentares e medicamentosas.
Antecedentes patológicos: Nunca foi operado. Nega traumas. Nega episódios semelhantes
no passado.
Exame físico
Geral: regular estado geral, lúcido e orientado no tempo e espaço com palidez e fácies de
dor.
Dados vitais: FC: 100bpm, FR: 24ipm, Peso: 40kg e Altura: 1,40m.
2. INTRODUÇÃO
O apêndice é uma pequena parte do intestino com o comprimento de um dedo, que não tem
nenhuma função essencial no funcionamento do corpo. Contudo, a apendicite é uma emer-
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gência médica que exige cirurgia. O distúrbio é raro em crianças com menos de um ano de
idade, mas se torna mais comum à medida que as crianças crescem e é mais comum em ado-
lescentes e adultos com 20 a 30 anos.
causada por fecalitos (massas fecais duras), cálculos, hiperplasia linfoide, proces-
sos infecciosos e tumores benignos ou malignos. A natureza anatômica do apêndi-
ce favorece o quadro, uma vez que sua luz é pequena em relação ao seu compri-
mento. O lúmen obstruído favorece o crescimento bacteriano e a secreção da mu-
cosa favorece pressão sobre a luz. Inclusive é a distensão da luz que promove a
dor visceral que o paciente refere como dor periumbilical ou visceral mal defini-
da. Somente quando a inflamação ultrapassa a serosa e entra em com o peritônio
parietal que ocorre estimulação da inervação aferente parietal. É nesse momento
que o padrão da dor é mudado, algo característico da apendicite aguda, para uma
dor localizada na fossa ilíaca direita de forte intensidade, podendo se correlacio-
nar dor à descompressão brusca (sinal de Blumberg), indicando assim uma perito-
nite associada .Quando a obstrução do apêndice é a causa da apendicite, a obstru-
ção leva ao aumento da pressão luminal e intramural, resultando em trombose e
oclusão dos pequenos vasos na parede apendicular e estase do fluxo linfático. À
medida que o comprometimento linfático e vascular progride, a parede do apêndi-
ce se torna isquêmica e depois necrótica, que normalmente pode evoluir para per-
furação caso não ocorra intervenção cirúrgica nas primeiras 48h. O omento e o
intestino delgado podem bloquear a perfuração e, nessa situação, é formado um
abscesso localizado. De forma menos comum, a perfuração pode ser livre na ca-
vidade peritoneal e sua consequência é a formação de diversos abscessos intrape-
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ritoneais e posterior choque séptico. A apendicite quase sempre provoca dor. A
dor pode começar no meio do abdômen, próximo ao umbigo e, depois, mover-se
para a região inferior direita do abdômen. A dor, especialmente em bebês e crian-
ças, pode ser disseminada em vez de se confinar ao quadrante inferior direito do
abdômen. Crianças mais novas podem ser menos capazes de identificar a locali-
zação específica da dor e podem ficar muito irritáveis ou letárgicas. O abdômen
geralmente fica dolorido quando o médico o apalpa, normalmente na região so-
bre o apêndice. Após a dor começar, muitas crianças começam a vomitar e não
querer comer. Uma febre de grau baixo (37,7 a 38,3 ºC) é um sintoma comum.
Esse padrão é diferente daquele em crianças com gastroenterite viral, nas quais o
vômito normalmente ocorre primeiro e a dor e a diarreia se desenvolvem posteri-
ormente. Diarreia significativa não é comum em crianças com apendicite.
4. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da apendicite em crianças pode ser desafiador por diversos motivos. Muitos
distúrbios podem causar sintomas similares, incluindo gastroenterite viral, divertículo de
meckel, intussepção e doença de crohn. Com frequência, as crianças não apresentam sin-
tomas e resultados de exame físico característicos, especialmente quando o apêndice não
está na posição habitual no quadrante inferior direito do abdômen. A maioria dos médicos
realiza uma ultrassonografia, a qual não expõe a criança à radiação. Se o diagnóstico não
estiver evidente, o médico pode realizar uma tomografia computadorizada (TC) ou
uma ressonância magnética (RM). Médicos que suspeitam de apendicite geralmente admi-
nistram líquidos e antibióticos por via intravenosa enquanto aguardam os resultados dos
exames de sangue e dos exames por imagem. Se o diagnóstico não for óbvio, o médico
pode realizar uma laparoscopia, em que um pequeno tubo de visualização é inserido atra-
vés da parede do abdômen para olhar dentro dela. Caso a apendicite seja detectada durante
a laparoscopia, o médico pode remover o apêndice com o laparoscópio. Alternativamente,
sobretudo em crianças cujos sintomas e achados durante o exame não são característicos
de apendicite, o médico pode simplesmente realizar vários exames físicos. A determinação
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de que os sintomas e a dor estão piorando ou melhorando com o passar do tempo pode
ajudar o médico a decidir se há ou não apendicite.
5. PROGNÓSTICO
Caso seja administrado tratamento precoce, o prognóstico global para crianças com apendi-
cite é muito favorável. Menos de 1% das crianças tratadas morrem devido a apendicite. O
prognóstico será pior se a criança não for tratada até ocorrer a ruptura do apêndice, o que
costuma ocorrer em crianças com menos de três anos de idade. A taxa de mortalidade em
crianças pequenas pode chegar a 80%. A ruptura ocorre com menor frequência em crianças
em idade escolar, para as quais a taxa de mortalidade é de 10% a 20%. Aproximadamente 10
a 25% das crianças que realizam uma cirurgia para ruptura de apêndice apresentam compli-
cações. Se a criança não for tratada, a apendicite raramente desaparece sozinha. Entretanto,
em geral, a apendicite não tratada progride e causa peritonite, um abscesso abdominal e, às
vezes, morte.
6. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Gastroenterite viral
Doença de Crohn
Divertículo de meckel
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7. TRATAMENTO
8. AUTO- REFLEXÃO
É de extrema importância realizar esse trabalho para uma melhor fixação do caso do pacien-
te visto no rodizio de pediatria no hospital Miguel Couto. Foi possível relembrar todos os
detalhes do tema como fisiopatologia, quadro clínico, diagnósticos diferenciais, conduta te-
rapêutica e abordagem completa do paciente. Esse conhecimento obtido nos proporciona
uma melhor acurácia para estabelecer um diagnóstico de apendicite infantil e com isso ire-
mos dar um melhor prognóstico para nossos pacientes.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. Souza JCK, Salle JLP. Cirurgia pediátrica - teoria e prática. São Paulo: Rocca; 2008