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Brennda Eduarda – PEDIATRIA – P5 1

Distúrbios respiratórios
no recém-nascido
Introdução respiratória no RN. Embora a grande maioria
seja de origem pulmonar existem ainda:
As doenças respiratórias são as principais cardiopatia congênitas, hematológicas, de
responsáveis pela morbidade e mortalidade origem central e metabólicas.
durante o período neonatal, representando a
Como diagnosticar o desconforto respiratório?
causa mais comum de internação nessa faixa
etária. ► Anamnese

As trocas gasosas que ocorrem intraútero O bebê nasceu no tempo esperado?


são mediadas exclusivamente pela difusão Prematuros podem ter síndrome do
placentária, já que os pulmões ainda não são desconforto respiratório.
funcionais, estão preenchidos por líquido e
Anamnese materna? Teve febre; alguma
tem uma pressão aumentada nesse momento,
corioamnionite (inflamação das membranas
o fluxo que chega serve apenas para nutrir as
fetais córion e âmnio); teve aborto por
células. O processo de expansão pulmonar
sofrimento fetal? Streptococos do grupo B;
que ocorre ao nascimento, associado a
deficiência de proteína B do complexo
outros fenômenos fisiológicos adaptativos,
surfactante;
leva à redução da resistência vascular
pulmonar (RVP), com consequente aumento no O parto foi cesáreo ou normal? Se foi
fluxo sanguíneo que chega aos pulmões, para cesáreo antes da data prevista para o parto,
que o RN inicie a troca gasosa diretamente pode ter taquipneia transitória do RN.
com o meio externo. O ar entra e depois sai
para que ocorra a limpeza do pulmão. Usou anti-inflamatórios não-esteroides?
Hipertensão pulmonar.
O RN normalmente apresenta cerca de 50
milhões de alvéolos ao nascimento, tendo ► Exame físico
potencial para adicionar mais 250 milhões e
Detectar esforço respiratório:
aumentar sua área de 3 para 70 m². O
desenvolvimento dos pulmões continua
acontecendo até por volta dos 8 anos,
podendo se completar somente aos 25 anos
de idade.
Quando o bebê tem algum problema em
realizar suas atividades fisiológicas normais
acontece o desconforto respiratório. E aí
pode ser uma condição benigna como o
retardo dessa adaptação, ou uma condição de  Taquipneia
infecção grave e fatal. Existe uma grande
variedade de causas para a insuficiência
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Bebê tem a frequência normal de 40-60 irpm parcialmente fechada para que não saia o ar
(muito aumentada em relação ao adulto). todo e ocorra o colabamento pulmonar.

É inespecífico, muitas outras condições:  Balancim


hipertermia, sepse, disturbios metabólicos e É um sinal de desconforto respiratório.
cardiopatias cogenitas.
Acontece pela utilização de musculatura
Pensar em causas pulmonares quando a acessória.
taquipneia vim acompanhada de dispneia .
 Retrações torácicas
** Dispneia é a presença de trabalho
repiratório, do esforço respiratório. A A caixa tóracica “entra” a cada respiração.
taquipneia é somente o aumento na frequência São as chamadas tiragens:
respiratória.
1. Entre as costelas – intercostal
A taquipneia é um dos primeiros sintomas de 2. Nas últimas costelas – subcostal
comprometimento do parenquima pulmonar -> 3. Na margem superior do esterno –
deve contar a FR em 1 minuto. supraesternal
 Apneia e respiração periódica 4. Na margem inferior do esterno –
xifóide
É um padrão respiratório que o recém
nascido, principalmente o prematuro faz, ele Para quantificar esforço respiratório: Usar
respira normal e faz algumas pausas de o boletim de Silverman-Anderson (BSA)
apneia. Não existe nenhuma alteração no bebê.
“Qual foi o BSA?”
Apneia: pausa mais que 20 segundos, ou entre
10-15 segundos acompanhada por bradicardia,
cianose ou queda da saturação de O²
 Batimentos de asas nasais
RN apresenta respiração exclusivamente
nasal. É a abertura e o fechamento cíclico
das narinas durante a respiração espontânea.
Por isso deve observar no RN se tem
obstrução Nasal. Isso acontece porque a Boletim de Silverman-Andersen: notas acima
dilatação da narina durante a inspiração de 4 expressam dificuldade respiratória de
diminui a resistência da via áerea superior, moderada a grave;
reduzindo o trabalho respiratório. – sinais cardíacos: valorizar bradicardia ou
taquicardia associada ou não a hipotensão;
 Gemido expiratório
Resulta do fechamento parcial da glote – sinais gerais: hipoatividade, palidez,
(manobra de Valsava incompleta) durante a sudorese, fadiga, convulsão, irritabilidade,
CRF (capacidade residual funcional) e prevenir coma, pele impregnada de mecônio, abdome
o colapso alveolar nas situações de perda de escavado, estridor, hipoglicemia, anemia,
volume pulmonar. O bebê deixa a glote acidose.
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 Cianose Como é prematuro, além da deficiencia de


surfactante, tem uma maior permeabilidade da
Pode ser localizada ou periférica: regiões
membrana alveolo capilar, trazendo líquido no
plantares e palmares. Benigno e comum.
pulmão, isso vai fazer com que haja uma maior
Pode ser generalizada ou central: envolve gravidade do quadro, piora a complacência
mucosa oral, semrpre deve ser investigada → pulmonar e esse líquido vai inativar o
cardiopatias congênitas, hipertensão sufctante que tem.
pulmonar e afecções graves do parenquima.
QUADRO CLÍNICO:
► Laboratório: O RN com membrana hialina apresenta
1. Gasometria; dificuldade respiratória desde o momento do
2. Glicemia;
nascimento, o pico de piora é em torno de 48h,
3. Hemograma e proteína C reativa (PCR); piorando progressivamente nas primeiras 72
4. Contagem de plaquetas; horas.
5. Exames específicos de acordo com
cada caso. ► QUADRO RADIOLÓGICO:
1. Infiltrado reticulo granular difuso
Doença da membrana hialina (sdr) 2. Broncogramas aéreos
Doença respiratória que acomete cerca de
50% dos RN prematuros com peso de
nascimento menor que 1.500 g e em torno de
80% dos prematuros com menos de 25
semanas. Acontece pela imaturidade pulmonar
resultante da deficiência se surfactantes.
► FISIOPATOLOGIA
Deficiência do surfactante -> causa aumento
da tensão superficial e da força de retração
elástica, que causa -> instabilidade alveolar
com formação de atelectasuas. A
actelectasia diminue a relação
► TRATAMENTO
ventilação/perfusão, gerando hipoxemia,
hipercapnia e acidose. Estabilização metabólica, térmica e hídrica –
Os surfactantes são produzidos pelas células hidratar, ver glicemia, eletrólitos, regular
temperatura.
do tipo 2 no alveolo, é rico em gordura 90%e
proteína 10%e vai diminuir a tensão superficial Reposição de surfactante (por intubação).
dentro do alveolo.
Fazer oxigenação adequada – não da tanto
► FATORES DE RISCO oxigênio, cpap
Prematuros menores de 28 semanas, sexo Prevenção: com o pré-natal adequado você
masculino, filhos de mães com diabetes e que vai avaliar as condições e poder prever um
sofreram asfixia no nascimento.
possivel prematuro e aí da corticoide
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(betametasona 12mg) vai ajudar na proeminentes da vasculatura pulmonar,


maturação. inversão da cúpula diafragmática, herniação
intercostal e derrame pleural.
Taquipneia transitória do recém-nascido

Conhecida como síndrome do pulmão úmido.


Acontece de 1% a 2% nos nascimentos,
prinicpalmente em RN pré-termos tardios e a
termos. As causas são: deficiência leve de
surfactante, pequeno grau de retardo
pulmonar e principalmete retardo na absorção
do líquido pulmonar. Antes do nascimento tem
líquido no pulmão, o líquido é absorvido
principalmete no trabalho de parto por
liberação de catecolaminas. Ao nascer o
líquido deve ser absorvido rapidamente para ► TRATAMENTO:
que ocorra as trocas gasosas. O parto
Hidratação e manutenção de glicemia (para
NORMAL AJUDA NA REABSORÇÃO
todos os bebês para dar o suporte),
► FATORES QUE PRÉ-DISPOE: manutenção de oximetria mais que 90-92%,
CPAP e hood.
Quando a cesariana é eletiva sem trabalho
demparte, em casos de asfixia perinatal, Síndrome de aspiração meconial
recém nascido (IG 34 a 37 semanas), sexo
masculino, macrossomia, sedação da mãe, A aspiração meconial é mais comum em RN a
asma e diabetes da mãe termo e pós-termo. Pode variar desde formas
leves até quadros de insuficiência
► QUADRO CLÍNICO: respiratória grave, com hipertensão pulmonar
Taquipneia e desconforto respiratório nas persistente (HPP). A incidência de mecônio no
primeiras horas após o nascimento. líquido amniótico varia de 5 até 25%de todas
Frequência respiratória que pode chegar de as gestações (média de 14%), podendo ocorrer
100 a 200 irpm. Gemência, batimentos de asas em aproximadamente 30%das gestações com
de nariz, tiragem intercostal e aumento do mais de 42 semanas. No entanto, apenas 5 a
diâmetro anteroposterior do tórax. 10% desenvolvem SAM. Entre 30 e 50%
necessitam de VM. Aproximadamente 30%
Melhora a partir de 24 a 48h. O quadro se desenvolvem HPP e 15 a 33% apresentam
resolve de 3 a 5 dias. escape de ar, principalmente pneumotórax. A
► QUADRO RADIOLÓGICO: mortalidade fica em torno de 5%.

Característico mostra hiperinsuflação ► FATORES DE RISCO:


pulmonar, infiltrado difuso geralmente do hilo 1. IG > 40 SEM
para a periferia (estrias perihilares 2. Asfixia perinatal
proeminentes), leve a moderado aumento de 3. RCIU
4. Peso ao nascimento maior que 4,500g
área cardíaca, presença de líquido nas 5. Sexo masculino
fissuras interlobares (“cisurite”), marcas
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► TRATAMENTO:
► FISIOPATOLOGIA: Suporte ventilatório, antibiótico, regulação
O bebê em sofrimento fetal, com hipóxia e dos distúrbios metabólicos.
acidose o elimina mecônio dentro da barriga da Pneumonia
mãe. As partículas de mecônio pode causar
hipóxia, obstrução, infecções e pneumonite Processo inflamatório devido a infecção por
química. bactéria, vírus ou fungos, ou de origem
química.
As vias aéreas com obstrução completa
evoluem com áreas de atelectasia, alterando Pode ser congênita ou adquirida.
a relação ventilação-perfusão (V/Q) e Ocorre principalmente por streptococo do
provocando hipóxia, com posterior hipercapnia grupo B – fazer a pesquisa ainda no pré-natal,
e acidose. Nos locais com obstrução parcial, pois se for positivo faz a penicilina intraparto
observa-se um mecanismo valvular, onde o ar para prevenir.
entra, mas tem dificuldade para sair,
► QUADRO CLÍNICO
ocasionando áreas hiperinsufladas,
facilitando o escape de ar. A presença de taquipneia, cianose ou outros
► QUADRO CLÍNICO: sinais de desconforto respiratório sugerem o
quadro pulmonar. Em alguns casos, os
RN a termo ou pós, com história de asfixia sintomas respiratórios podem ser discretos,
perinatal e líquido amniótico meconial. predominando quadro neurológico de
Aumento do diâmetro ântero-posterior. intensidade variável, instabilidade térmica,
► QUADRO RADIOLÓGICO: apneia, distensão abdominal ou icterícia.

Opacidades irregulares, áreas de atelectasia, ► QUADRO RADIOLÓGICO:


áreas hiperinsufladas, retificação do áreas de opacificação uni ou bilateral, até um
diafragma e aumento do diâmetro padrão retículo-granular difuso com
anteroposterior. Outros achados podem ser broncogramas aéreos, indistinguível do
pneumotórax, pneumomediastino e quadro de DMH.
cardiomegalia.

► CLASSIFICAÇÃO:
Precoces- até 48h de vida -> predomínio das
gram-negativas.
Tardias – predomínio de gram-positivas.
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► TRATAMENTO
1. Antibiótico com ampicilina, associada a um
aminoglicosídeo.
2. Suporte hídrico.
3. Suporte nutricional.
4. Drenagens de efusões, se necessário.

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