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• Capacidade Vital (CV) - representa o maior volume de ar mobilizado em uma expiração. Pode
ser obtida através de manobras forçadas (CVF) ou lentas (CVL)
Relação VEF1/CV - Razão entre volume expiratório forçado no primeiro segundo e a capacidade
vital, sendo muito importante para o diagnóstico de um distúrbio obstrutivo.
● Fluxo expiratório forçado intermediário (FEF25-75%) - representa o fluxo expiratório
forçado médio obtido durante a manobra de CVF, na faixa intermediária entre 25 e 75% da
CVF.
● Pico de fluxo expiratório (PFE) - representa o fluxo máximo de ar durante a manobra de
CVF. Guarda dependência com o esforço, o que o torna um bom indicador da colaboração
na fase inicial da expiração.
Principais Aplicações Clínicas da Espirometria:
1) Doenças Obstrutivas:
Distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO) é caracterizado por redução do fluxo expiratório em relação ao
volume pulmonar expirado . O estreitamento das grandes/ pequenas vias aéreas resulta em uma maior
redução do VEF1 em relação à CVF, resultando numa relação VEF1 / CVF reduzida .
2) Doenças Restritivas:
O distúrbio ventilatório restritivo (DVR) é definido como a redução da capacidade pulmonar total e
a manutenção da relação VEF1 /CVF normal ou aumentada1,2. A espirometria pode sugerir DVR
quando ocorre redução significativa da capacidade vital (CV) associada à relação VEF1 /CVF
normal ou aumentada.
Pneumonias
Intersticiais
Introdução
● As doenças pulmonares intersticiais (DPI) também são conhecidas como doenças
pulmonares parenquimatosas difusas, pois além do envolvimento intersticial, há o
preenchimento alveolar e o envolvimento das áreas distais e do compartimento vascular
pulmonar
.
Etiologias
● As DPIs são associadas, mais comumente, a exposições ambientais e domiciliares e
ocupacionais, especialmente as poeiras orgânicas e inorgânicas
● Podem estar relacionadas, também a doenças reumatológicas , ou ainda etiologia idiopática
● A proposta de categorização das doenças pulmonares intersticiais, segundo as diretrizes da
Sociedade Brasileira de Pneumologia ( 2012) é a seguinte
Etiologias
1) Causas ou associações conhecidas:
a) Pneumoconioses
b) Infecções
c) Drogas
d) Colagenoses
e) Aspiração gástrica
f) Imunodeficiências
g) Proteinopatias
h) Metal duro
i) Tabaco- relacionadas
Etiologias
2) Pneumonias intersticiais idiopáticas :
a) Bronquiolite linfocítica
b) hiperplasia linfoide reativa
c) Pneumonia Intersticial linfóide
d) Pneumonia intersticial aguda
e) Pneumonia Intersticial brônquiocêntrica
Etiologias
4) Granulomatosas
a) Sarcoidose
b) Pneumonia de hipersensibilidade
c) Infecções
Etiologia
5) Miscelâneas
a) linfangioleiomiomatose
b) Proteinose alveolar
c) Pneumonia eosinofilica
d) Bronquiolite constritiva
e) Doenças de depósito
Patogênese
As primeiras fases dessas doenças, glóbulos brancos, macrófagos e um líquido rico em proteínas
se acumulam no espaço intersticial, causando inflamação. Se a inflamação persistir, o tecido
pulmonar normal pode ser substituído por tecido cicatricial (fibrose). Os alvéolos são destruídos
progressivamente e substituídos por cistos de paredes espessas (denominados “favos de mel”
por lembrarem células de colmeias de abelhas). O estado resultante dessas alterações é
denominado fibrose pulmonar.
Fibrose pulmonar idiopática
● A fibrose pulmonar idiopática (FPI), a mais comum das pneumonias intersticiais idiopáticas,
Os pacientes comumente relatam um início gradual (ao longo de vários meses) de:
No exame físico
Crepitações bibasilares geralmente são audíveis, mas podem estar ausentes ou ser ouvidos
unilateralmente no início da doença.
Diagnósticos
● O diagnóstico é baseado principalmente num quadro clínico caracterizado pela ocorrência de
dispneia de esforço de evolução lenta e progressiva .
● A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) deve ser obtida em todos os
pacientes com suspeita de FPI. Os aspectos característicos da TCAR de FPI incluem
opacidades reticulares bibasilares periféricas (subpleurais) associadas à distorção arquitetônica,
incluindo alterações em favo de mel e bronquiectasia de tração ou bronquiolectasia.
TCAR de tórax evidenciando faveolamento e discreto reticulado com predomínio subpleural e em bases
e mínimo vidro fosco.
Tratamento
O manejo da fibrose pulmonar idiopática (FPI) é feito prioritariamente com cuidados de suporte
como oxigênio suplementar, reabilitação pulmonar, influenza sazonal e vacinação pneumocócica .
Para pacientes com FPI leve a moderada com base em testes de função pulmonar que vivem em uma
área onde a pirfenidona ou o nintedanibe estão disponíveis, recomenda-se o início da terapia com o
agente disponível. Os esquemas são:
A pneumonia intersticial inespecífica (PII) é uma pneumonia intersticial idiopática. Ela é muito menos
comum que a fibrose pulmonar idiopática. Os pacientes, em sua maioria, são mulheres entre 40 e 50
anos de idade, sem causa ou associação conhecida. Entretanto, um processo patológico semelhante
pode ocorrer em pacientes com doença do tecido conjuntivo (em particular a esclerodermia ou miosite
autoimune), em algumas formas de doença pulmonar induzida por fármacos e em pacientes com
pneumonite por hipersensibilidade.
Histopatologia
A principal característica da PINE é inflamação
homogênea e fibrose temporária, em oposição à
heterogeneidade encontrada na pneumonia
intersticial usual.
Quadro clínico
● Quadro clínico da PII é semelhante ao da FPI. Tosse e dispneia estão presentes por meses ou
anos.
● Os sintomas constitucionais são raros, embora possa ocorrer febre baixa e mal-estar.
Diagnóstico
● TC de alta resolução (TCAR)
● Biópsia pulmonar cirúrgica
Diagnóstico
Achados da TCAR incluem atenuação em vidro fosco irregular bilateral, linhas irregulares e dilatação
dos brônquios (bronquiectasia por tração), geralmente com uma distribuição da área pulmonar inferior. A
preservação subpleural é possível. O aspecto em “favo de mel” é raro.
Tratamento
● Corticoides com ou sem fármacos imunossupressores
● Muitos pacientes com pneumonia intersticial inespecífica respondem ao tratamento com
corticoides, com ou sem fármacos imunossupressores (p. ex., azatioprina, micofenolato,
ciclofosfamida).
Pneumonia organizante
Pneumonia intersticial aguda (PIA) é uma doença pulmonar idiopática rara e fulminante cuja
apresentação é semelhante à da síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA).