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CENTRO PAULA SOUZA

FATEC PRESIDENTE HIRANT SANAZAR


Sistemas Biomédicos

João Victor de Miranda Santos


Mariane Vilela Xavier
Rafael Andrade de Menezes Santos
Thaise Aguiar Costa

ESPIRÔMETRO: Funcionamento, medição, componentes e tipos

Osasco
2022
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SUMÁRIO

1. Funcionamento do espirômetro ..................................................... 3

2. Medições do espirômetro .............................................................. 5

3. Componentes e tipos de espirômetros .......................................... 7

4. Referências bibliográficas ............................................................ 11


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1. Funcionamento do espirômetro

O espirômetro é o aparelho utilizado para a realização do exame de


espirometria ou prova de função pulmonar, por meio dele pode-se detectar
precocemente possíveis alterações.
O espirômetro passou por diversas modificações durante o tempo até
chegar nos aparelhos de hoje, que possuem uma dimensão confortável e cabem
na palma da mão.

Figura 1 – Modelos de espirômetro.

Sua funcionalidade requer de uma estrutura fixa, onde será realizada a


leitura do fluxo de ar da expiração e inspiração do paciente. A estrutura fixa fica
interligada diretamente a um computador com o software do aparelho instalado
que processa os dados obtidos no espirômetro fazendo a interpretação em forma
de curvas gráficas e em representação numérica.
Na imagem a seguir, é possível ver a interpretação que o sistema de
software identifica na leitura o fluxo do paciente.
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Figura 2 – Resultado de exame.


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2. Medições do espirômetro

O aparelho espirômetro utiliza o método de espirometria para apresentar


valores referentes à inspiração e expiração. A espirometria por análise de
gases ou completa é capaz de fornecer todos os volumes e capacidades
possíveis, pois permite identificar o volume residual (VR), que, em conjunto
com os demais volumes e capacidades obtidos, torna possível obter valor da
capacidade pulmonar total (CPT).

• Capacidade pulmonar total (CPT) – é a quantidade de ar nos pulmões


após uma inspiração máxima,

• Capacidade Vital (CV) – representa o maior volume de ar mobilizado


em uma expiração. Pode ser obtida através de manobras forçadas
(CVF) ou lentas (CVL).

• Capacidade inspiratória (CI) – representa o fluxo máximo de ar durante


a manobra de CVF. Guarda dependência com o esforço, o que o torna
um bom indicador da colaboração na fase inicial da expiração.

• Capacidade Residual Funcional (CRF): é o volume de ar


remanescente nos pulmões após uma expiração normal, é composta
pela soma do VRE com o VR. Esta também não pode ser obtida pela
espirometria simples

• Capacidade vital forçada (CVF) – apresenta a expiração forçada, que é


onde se identifica resíduo acumulado e que em determinados casos se
aplica broncodilatador para se obter outros valores.

• Pico de fluxo expiratório (PFE) – representa o fluxo máximo de ar


durante a manobra de CVF. Guarda dependência com o esforço, o que
o torna um bom indicador da colaboração na fase inicial da expiração.

• Volume residual (VR) – é a quantidade de ar que permanece nos


pulmões após a exalação máxima

• Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) – é a


quantidade de ar eliminada no primeiro segundo da manobra expiratória
forçada. É considerado uma das variáveis mais úteis clinicamente.
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• Volume de Reserva /Inspiratória (VRI): é a quantidade máxima de ar


que pode ser inspirada além de uma inspiração normal.

Volume de Reserva Expiratória (VRE): é o volume máximo de ar que pode


ser expirado além de uma expiração normal. É a medida que melhor
representa volumetricamente o espaço morto.
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3. Componentes e tipos de espirômetros

Espirômetro selado em água: Compõe-se em uma campânula grande


(7 a 10L) suspenso no reservatório de água com a extremidade aberta da
campânula abaixo da superfície da água. Um sistema de tubos dá acesso ao
interior da campânula e medidas precisas de volumes podem ser obtidas.

Figura 3 – Espirômetro selado em água.

Figura 4 – Esquema de espirômetro selado em água.


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Espirômetro de pistão: Compõe-se normalmente por um pistão leve


posicionado horizontalmente num cilindro. O pistão é sustentado por uma haste
que repousa em suporte sem atrito.
O pistão tem uma grande área de superfície, por isso haverá pouco
movimento horizontal. O pistão é fixado à parede do cilindro por uma vedação
rolante macia e flexível. A resistência mecânica ao deslocamento é pequena.
Alguns espirômetros de pistão permitem registro gráfico, mas a maioria usa
potenciômetros lineares ou rotativos conectados a um conversor AD e
computador.

Figura 5 – Esquema de espirômetro de pistão.

Espirômetro de fole: Um terceiro tipo de espirômetro de deslocamento


de volume é o fole ou cunha. Ambos consistem em foles que se dobram e se
desdobram em resposta às excursões respiratórias. Um fole tradicional se
assemelha a um acordeão.
Uma extremidade é fixa, enquanto a outra extremidade se move
proporcionalmente ao volume inalado ou exalado. Um lado permanece fixo
enquanto o outro se move. O deslocamento do fole por um volume de gás é
convertido por um sistema de registro mecânico ou conectado a um
potenciômetro. Para registro mecânico, o papel é movido sob a caneta a uma
velocidade fixa enquanto o volume pulmonar é mapeado.

Figura 6 – Esquema de espirômetro de fole.


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Espirômetros de sensores: Outros tipos de espirômetros que são


baseados em fluxo utilização sensores, dentre eles são destacados 4 tipos:
Sensores de fluxo de pressão diferencial; sensor de fluxo utiliza o princípio de
Pitot; Termístores e Turbínometros.
Sensor de fluxo de pressão diferencial: Durante a inspiração, a pressão
proximal à resistência diminui ligeiramente. Sensores de pressão diferencial são
usados para medir a mudança na pressão sobre a resistência e calcular o fluxo
dividindo a pressão pelo valor da resistência. De acordo com a lei de Poiseuille,
as medições de vazão são derivadas da queda de pressão através do sistema.
Se a resistência for conhecida, constante e baixa o suficiente para que o fluxo
durante a expiração não seja limitado pela resistência, haverá um pequeno, mas
mensurável aumento na pressão. Durante a inspiração, a pressão proximal à
resistência diminui ligeiramente

Figura 7 – Esquema de espirômetro com sensor de fluxo

Sensor de fluxo estilo Pitot: Um pequeno tubo em L é colocado na corrente do


gás dentro de um tubo maior onde o fluxo é laminar. O fluxo de gás para dentro
do tubo de Pitot gera uma pressão que é proporcional ao fluxo. A linearidade e
correção para composição do gás são compensadas, ou eletronicamente ou pelo
software do computador. O fluxo é integrado para obtenção do volume, como
nos outros sensores de fluxo.

Termistores: Uma segunda maneira de medir o fluxo utiliza a convecção térmica


ou transferência de calor de um objeto quente para o fluxo de gás. Os
equipamentos que utilizam este princípio são denominados termístores. Nestes
dispositivos, um ou dois fios metálicos, uma esfera ou uma membrana são
aquecidos e mantidos em temperaturas elevadas.
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Turbinômetros: Devido às partes móveis, inércia, atrito e momento são fatores


que devem ser minimizados nestes instrumentos. Para reduzir esses fatores,
elementos leves e lubrificantes são utilizados, mas pode haver medições
falsamente altas devido ao excesso de momento, o que fará com que a turbina
continue girando após a expiração ser concluída. Os espirômetros de turbina são
muitas vezes imprecisos. O sistema mede o fluxo dentro de certos limites. É
necessário um fluxo mínimo para iniciar a direção e o fluxo máximo não deve ser
excedido, pois o elemento rotativo não pode girar rápido o suficiente, pode
danificar e indicar uma medição errada. Os turbinômetros podem ser eletrônicos
ou mecânicos; na eletrônica, cada rotação ou oscilação de uma turbina ou lâmina
interrompe ou reflete um feixe de luz focado em uma célula fotovoltaica.

Quanto à tubulação há espirômetros de circuito aberto e fechado. Nos


espirômetros de circuito fechado, o paciente inspira e expira o ar pelo bucal no
aparelho. Os espirômetros de circuito aberto exigem que a inspiração seja feita
sem o aparelho.
A qualidade de um espirômetro é considerada de acordo com seu registro
na Anvisa e se comporta os requisitos da American Thoracic Society (ATS) ou
British Thoracic Society (BTS). Outro fator é a sua capacidade de armazenar os
resultados dos exames (alguns possuem memória para até 6.000 testes).
A calibração faz-se de extrema importância para garantir o melhor e mais
preciso resultado de uma medição. Para realizar a calibração do aparelho
espirômetro, utiliza-se uma seringa calibrada e certificada pelo INMETRO com
volume de 3 litros, a fim de obter um relatório do equipamento.
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4. Referências bibliográficas

COSTA, D e JAMANI, M. 2001. Bases fundamentais da Espirometria. Revista


brasileira de fisioterapia, vol 5.

LADOSKY, W. et al. 2001. Comparação entre valores espirométricos de


referência obtidos a partir das equações de Knudson e de Pereira Adultos

Calibração de espirômetro. Tecnoclin. Disponível em: www.tecnoclin.com


.br/servicos/calibracao-equipamentos-medicos/calibracao-de-espirometro.
Acesso em 05 de maio de 2022.

MARSCH, J. A. O que é espirometria e para que serve na telemedicina?


Disponível em: www.telemedicinamorsch.com.br/blog/o-que-e-espirometria-e-
pra-que-serve. Acesso em 07 de maio de 2022.

Spirometer, Collins, Stead-Wells, 1979. Disponível em: www.pftforum


.com/history/spirometer-collins-stead-wells-1979/. Acesso em 07 de maio de
2022.

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