Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Limite da viabilidade
319
24 28 Pré-termo 32 34 37
semanas semanas semanas semanas semanas
RN a termo (37-41 sem)? SIM/SIM/SIM NÃO/SIM/SIM Não respira/sem tônus
Passos iniciais em 30’’ ◦ VPP – 40-60 mrpm (aperta/solta/solta) em ar ambiente (< 34S → FiO2 30%).
Aquecer: ambiente a 23-26°C Monitorizar com oxímetro no pulso radial direito e monitor cardíaco (próximo
+ fonte de calor radiante. aos ombros + face anterior da coxa). Reavaliar em 30’’ → FC < 100 bpm → elevar
RN < 34S → saco plástico + touca dupla.
Posicionar: cabeça em leve FiO2 em 20% até SpO2 ≈ 95% (FiO2 100% na ausência de blender) → IOT.
extensão (vias aéreas pérvias).
Aspirar: boca → narinas
◦ IOT – IOT imediata em hérnia diafragmática. Parâmetros: 10-15 L/min, Pmáx
30-40 cmH2O, Pins 20-25 cmH2O, PEEP 4-6 cmH2O, FR 40-60 mrpm, FiO2 da
quando apresentar excesso
de secreção (sonda 8-10 + VPP. Reavaliar em 30’’ → FC < 60 bpm → FiO2 100% + massagem cardíaca.
vácuo < 100 mmHg).
Secar: corpo e cabeça +
◦ Massagem cardíaca – mantendo-se atrás da cabeça do RN, comprimir com
os polegares sobrepostos abaixo da linha intermamilar, na relação 3:1 (90/30
desprezar campos úmidos.
por min). Reavaliação em 1’ → FC > 60 bpm → cateterismo umbilical.
Hérnia diafragmática –
abdome escavado → IOT
◦ Drogas – Adrenalina (1 mg/mL) 0,01-0,03 mg/kg → diluir em SF 9 mL e fazer
0,1-0,3 mL/kg com intervalo de 3-5 min pela veia umbilical (pode ser feita
imediata
pelo TOT → dose ↑3x). Expansores de volume – SF 10 mL/kg IV em 5-10 min
em caso de sinais de choque hipovolêmico (DPP ou PP).
Passos iniciais
Hiperplasia adrenal congênita – deficiência de 21-hidroxilase → hipocortisolismo, hipoaldosteronismo e desvio para os androgênios (hiperandrogenismo).
• Forma grave perdedora de sal (66%): RN com vômitos, desidratação, hiponatremia, hipercalemia, acidose metabólica, libedo reticular e genitália
atípica se for do sexo feminino.
• Forma moderada virilizante simples (32%): genitália atípica em bebês do sexo feminino com virilização, puberdade precoce no sexo masculino.
• Forma não clássica: puberdade precoce durante a infância e sinais de hiperandrogenismo durante a adolescência. 321
Idade Peso
< 2 meses ≤ 60 irpm
3 – 11 meses ≤ 50 irpm
1 – 5 anos ≤ 40 irpm
≥ 6 anos ≤ 30 irpm
Distúrbios respiratórios do período neonatal
Respiração periódica do RN: pausas respiratórias de 5-10 segundos em lactente < 6 meses.
Apneia: pausa respiratória > 20 segundos ou 10-15 segundos + cianose, bradicardia ou queda da
SpO2. Prematuro pode apresentar apneia primária (TTO: estímulo tátil + Aminofilina ou
Cafeína), RN a termo → investigar infecção, lesão do SNC, hipotermia ou outras condições.
Cianose central: hipoxemia grave com Hb < 5 g/dL quando acomete nariz, língua e lábios.
Esforço respiratório: batimento de asa de nariz, retração de fúrcula, retração intercostal,
retração subcostal, balanço toraco-abdominal, gemência.
322
Fatores de risco Fatores de proteção
◦ Prematuros (≤ 34 sem.), asfixia, ◦ PIG por CIUR, rotura prolongada
mãe diabética, sexo masculino, de membranas, uso materno de
etnia branca, multiparidade, heroína, profilaxia antenatal com
cesariana, gemelaridade. corticoide (estimula FFP)
Medidas gerais
Controle térmico, hidratação
venosa e suporte nutricional, ◦ Conceito – surfactante ausente → ↑tensão da interface ar/líquido alveolar →
PaO 2 entre 50-70 mmHg. colabamento alveolar → atelectasia e congestão → ↓complacência pulmonar →
alteração da relação V/Q e ↑trabalho respiratório → hipoxemia e hipercapnia
Tratamento
1. CPAP desde a sala de parto; ◦ Clínica – taquipneia e desconforto respiratório de início após o nascimento e
2. IOT em caso de pH < 7,2, piora no primeiro dia com melhora gradativa após 72h de vida.
PaCO 2 60 mmHg, SpO2 < 90%
com FiO 2 0,4-0,7 e CPAP ◦ Diagnóstico – acidose repiratória ou mista, RX → infiltrado reticulogranular
nasal 5-10 cmH 2 O, apneia; fino em “vidro moído” e com broncogramas aéreos.
3. Surfactante exógeno
(Exosurf®, Survanta® bovino,
◦ Profilaxia – prevenir partos prematuros,, evitar asfixia e iniciar CPAP na sala
de parto para todos os RN pré-termo com fatores de risco.
Infasurf® caprino, Curosurf®
porcino em caso refratário.
Displasia broncopulmonar – hipoplasia alveolar e fibrose intersticial em RN pré-
Reavaliar a cada 6h com
termo que requer oxigenioterapia e suporte ventilatório por > 28 dias por
máximo de 2-4 doses.
atelectrauma, volutrauma e lesão por radicais livres. Clínica: RN pré-termo com DMH
que persiste com necessiade crescente de O2 suplementar. Dx: FiO2 > 21% por ≥ 28
dias. A estratificação deve ser avaliada pela FiO2 com 56 dias de vida ou 36 semanas
de idade corrigida → DBP leve com ar ambiente, DBP moderada com FiO2 < 30%;
DBP grave com FiO2 ≥ 30% ou VM ou CPAP. Profilaxia: usarPalivizumabe15
mg/kg/mês IM no inverno contra o VSR por 2 anos.
323
Precoce (≤ 48h) Tardia (> 7 dias)
◦ Antenatal: via transplacentária ou ◦ Pós-natal: comunitária ou
aspiração de líquido amniótico nosocomial por Staphylococcus
com corioamnionite clínica. sp., bactérias G- ou fungos. Mais
◦ Perinatal: via de parto (GBS e G-
comum em RN extremo baixo
peso ao nascer, ou utilização de
como E. coli, Klebsiella, Listeria,
nutrição parenteral em UTI e com
Profilaxia Ureaplasma), com bolsa rota >
uso de antibiótico de largo
Penicilina G Cristalina 5 18h, ITU não tratada no 3º tri, febre
espectro.
milhões + 2,5-3 milhões IV materna, prematuridade, BCF >
4/4h até o parto ou Ampicilina 180 bpm, leucorreia, asfixia grave.
2g IV + 1 g IV 4/4h
◦ Clínica – período assintomático seguido de desconforto respiratório e sinais
Tratamento de sepse (intolerância alimentar, letargia, hipotonia, hipo/hipertermia e
Precoce: Ampicilina em dose distensão abdominal), além de história de trabalho de parto prematuro sem
elevada + aminoglicosídeo causa aparente ou rotura de membranas amnióticas > 18h.
(Gentamicina ou Amicacina.).
Tardia: Antibioticoterapia ◦ Diagnóstico – sepse de foco pulmonar, neutropenia, desvio à esquerda com
com cobertura para relação I/T ≥ 0,2 (neutrófilos imaturos/neutrófilos totais), RX → opacificação
Staphylococcus e G-. uni ou bilateral ou infiltrado reticulogranular difuso com broncogramas.
325
◦ Fator de risco – RN ≥ 40 semanas (pré-termo não tem a mesma resposta à
asfixia por imaturidade adrenérgica), asfixia perinatal.
◦ Conceito – sofrimento fetal → hipoxemia e centralização do fluxo →
↑catecolaminas → ↑peristalse + relaxamento esfincteriano → liberação de
mecônio → ↑movimentos respiratórios → aspiração → mecanismo de válvula-
Medidas gerais
unidirecional → aprisionamento de ar, pneumonite química, atelectasia,
Controle térmico, suporte
hídrico, correção de anemia shunt, inativação do surfactante → hiperinsuflação, ↑resistência das VA e
ou alterçaões glicêmicas. vasoespasmo → hipertensão arterial pulmonar → shunt direita-esquerda.
Tratamento
◦ Clínica – RN com impregnação meconial, pele seca, enrugada e sem vérnix,
esforço respiratório precoce e piora progressiva, cianose grave, estertores
Sala de parto: RN com
mecônio → se após 30’’ de VPP bilaterais e expiração prolongada, hiperdistensão do tórax, pneumonite
não apresentar > 100 bpm química. Melhora em 5-7 dias na ausência de complicações (pneumotórax,
realizar aspiração traqueal. pneumomediastino, hipertensão arterial pulmonar, infecção secundária).
1. OxiHood (baixa FiO2) ou
CPAP (piora a retenção); ◦ Diagnóstico – RX → áreas de atelectasia intercaladas com áreas de
2. IOT em quadros graves com hiperinsuflação, infiltrado grosseiro (consolidação), enfisema intersticial,
alta pressão inspirátória; pneumotórax e/ou pneumomediastino. Líquido amniótico meconial
3. Antibioticoterapia em caso
de RX muito alterado;
4. Surfactante exógeno (em
estudo).
326
◦ Fator de risco – RN a termo ou pós-termo com asfixia perinatal, SAM, DMH,
policitemia, uso de AINEs na gestação, mãe diabética, cardiopatias.
◦ Conceito – causas funcionais por vasoconstrição pulmonar e causas
orgânicas por alterações estruturais no leito vascular predispõem a
manutenção da resistência vascular pulmonar aumentada, com presença de
shunt extrapulmonar através do forame oval e do canal arterial.
◦ Clínica – desproporção entre a gravidade da hipoxemia e o desconforto
Tratamento respiratório de início precoce. Cianose refratária, labilidade (↓SpO2< 85% ao
1. Tratar a doença de base e manuseio), hiperfonese de B2, sopro de insuficiência tricúspide.
manter oxigenação e pH;
2. IOT com sedação e sem
◦ Diagnóstico – ecocardiograma para estimar a pressão arterial pulmonar.
bloqueador neuromuscular;
3. Óxido nítrico inalatório
acoplado à VM por < 5 dias
com redução progressiva;
4. Prostaciclina IV e
oxigenação por membrana
Circulação fetal – oxigenação na placenta → sangue oxigenado trazido pela
extracorpórea.
veia umbilical e pelo ducto venoso até a veia cava → resistência sistêmica
menor que a resistência da pulmonar (vasoconstrição → 50-60 mmHg) → desvio
de fluxo do AD para o AE através do forame oval + desvio do fluxo da artéria
pulmonar pelo canal arterial para a aorta torácica para retornar à placenta
pelas artérias umbilicais. Após o parto ocorre dilatação dos vasos pulmonares
(18-20 mmHg) e elevação da resistência sistêmica → circulação pulmonar leva
ao fechamento funcional do forame oval e do ducto venoso em < 2h e
contração do canal arterial em 24h.
327
◦ Fisiologia: RN apresenta ↑hematócrito + ↓meia-vida da HbF → ↑produção de
BI → ↓capacidade de captação hepática e ↓glicuroniltransferase →
↓conjugação → ↑glicuronidase → ↑circulação entero-hepática → elevação da BI
→ surgimento de icterícia quando BT > 5 mg/dL.
Colestase Atresia de vias biliares, Rotor, Dubin-Johnson, coledocolitíase, fibrose cística, tumor
BD
↓Secreção de BD Galactosemia, ↓α1-antitripsina, tirosinemia 330
◦ Conceito – obliteração da árvore biliar extra-hepática por fibrose progressiva
com interrupção tardia da drenagem biliar.
◦ Clínica – icterícia, hepatomegalia, acolia fecal, colúria. Quadros crônicos
podem cursar com prurido, xantomas, hipercolesterolemia e deficiência de
vitaminas lipossolúveis. Pode ocorrer sangramento por hipoprotrombiemia.
◦ Diagnóstico – USG de vias biliares revela vesícula não identificada ou de
pequenas dimnesões, podendo apresentar o sinal do cordão triangular
Tratamento (vesícula contraída e ducto biliar comum fibroso). Cintilografia com tecnécio
1. Laparotomia exploradora marcado indica captação hepática mantida com ausência de excreção
com colangiografia intestinal. Biópsia revela estrutura lobular hepática intacta, diferenciando da
intraoperatória para hepatite neonatal idiopática.
determinar o ponto de
obstrução;
2. Procedimento de Kasai
(portoenterostomia) para
descompressão até 8
semanas de vida;
Encefalopatia bilirrubínica – início no 2-5º dia geralmente por valores de BT >
3. Transplante hepático.
25 mg/dL evoluindo com kernicterus como achado anatomopatológico.
• Fase aguda: início com hipotonia letargia, má sucção, choro agudo por algumas horas,
seguido de hipertonia da musculatura externosa (opistótono), convulsão, febre e óbito) e, por
fim, a hipertonia diminui e cede após a primeira semana
• < 1 ano: hipotonia, hiperreflexia prfunda, reflexo tônico-cervical assimétrico e persistente,
atraso motor
• > 1 ano: síndrome extrapiramidal (tremores, coreoatetose, balismo), surdez neurossensorial.
331
◦ Conceito – sífilis primária ou secundária tem risco de 70-100% de
transmissão vertical por via hematogênica transplacentária, com maior risco
ao final da gestação, resultando em infecção assintomáticos ou quadro
inespecífico + sintomas específicos.
SÍFILIS PRECOCE (< 2 ANOS) SÍFILIS TARDIA (> 2 ANOS)
Tratamento da gestante
Penicilina Benzatina IM, ≥ 30 Lesões inflamatórias por infecção ativa Lesões cicatriciais da fase ativa →
dias antes do parto com → rinite serossanguinolenta, placas fronte olímpica, sinal de Higoumenáki,
queda da titulação, avaliar mucosas, condiloma plano, pênfigo tíbia em sabre, dentes de Hutchinson,
risco de reinfecção. palmoplantar, lesões ósseas líticas molares em amora, nariz em sela,
(periostite, osteocondrite metafisária articulação de Clutton, tríade de
Tratamento
sinal de Wimberger, pseudoparalisia Hutchinson → ceratite, alterações
1. LCR alterado: Penicilina
Cristalina 50.000 UI/kg IV de Parrot), coriorretinite em “sal e dentárias e surdez.
12/12h (≤ 7 d); 8/8h (> 7 d) por pimenta”.
10 dias.
2. LCR normal: Penicilina
◦ Diagnóstico – VDRL, hemograma, análise do LCR (> 25 células/mm³,
proteínas > 150 mg/dL, VDRL reagente), RX de ossos longos. Avaliar perfil
Procaína 50.000 UI/kg IM por
hepático, eletrólitos, avaliação audiológica e oftalmológica.
10 dias.
3. Assintomático: Penicilina
G Benzatina 50.000 UI/kg IM VDRLRN > ↑2 Tratar sífilis
adequadamente
DU + acompanhar VDRL. diluições congênita
333
◦ Conceito – infecção primária por Toxoplasma gondii durante a gestação ou
reativação de infecção latente em pacientes imunossuprimidas → taquizoíto
na fase aguda → transmissão por via hematogênica transplacentária. O risco
aumenta com a IG quanto a gravidade diminui.
Tratamento
◦ Clínica – assintomático ou pode apresentar a tríade de Sabin: calcificações
difusas, coriorretinite recorrente (pode causar cegueira), hidrocefalia ou
Tratar todos os RN, mesmo
que assintomáticos, devido ao sintomas inespecíficos como convulsão, hidrocefalia, macro/microcefalia;
risco de sequelas. estrabismo, nistagmo, microftalmia. prematuridade, distermia,
1. Sulfadiazina + Pirimetamina hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, icterícia, sangramentos, anemia,
+ ácido folínico por 1 ano; CIUR e erupções cutâneas maculares.
2. Prednisona ou
Prednisolona em quadros de ◦ Diagnóstico – rastreamento incluído no teste de pezinho. Realizar pesquisa
coriorretinite grave ou de IgM ou IgA, já que os anticorpos IgG podem passar pela placenta e só
proteinorraquia > 1 g/dL. confirmam o diagnóstico após 12 meses de vida. Pode ser avaliada PCR em
líquido amniótico entre 17-21 semanas de gestação.. Solicitar hemograma
Profilaxia (linfocitose e eosinofilia), avaliação da função hepática, fundoscopia,
Tratamento da gestante com
audiometria, TC de crânio ou USG-TF, análise do LCR (xantocrômico, PCR+,
infecção aguda com
Espiramicina, associando pleocitose com predomínio de linfócitos, ↑proteinorraquia, ↓glicorraquia).
tratamento para o feto
quando confirmada a
transmissão.
334
◦ Conceito – Citomegalovirus promove infecção latente com potencial de
reativação, além de apresentar transmissão vertical durante a primonfecção
e transmissão no período pós-natal precoce pelo leite materno.
◦ Clínica – assintomático ou presença de microcefalia e petéquias com
calcificações periventriculares, evoluindo com surdez neurossensorial e
coriorretinite.
◦ Diagnóstico – detecção de CMV na urina nas primeiras 3 semanas de vida, já
que a presença após esse período pode indicar infecção perinatal ou pós-
Tratamento natal. Solicitar análise do líquor, fundoscopia e teste do potencial evocado do
Indicado somente em tronco-cerebral (repetir nos primeiros anos de vida.
infecção congênita grave
devido aos efeitos colaterais.
1. Ganciclovir IV por 6
semanas;
2. Valganciclovir VO (alto
custo).
335
◦ Conceito – a exposição ao HIV deve ser notificada em todas as faixas etárias
antes e depois da confirmação do diagnóstico.
◦ Profilaxia intraparto – indicada independente da carga viral → AZT IV no
início do parto ou > 3h antes da cesárea até o clampeamento do cordão; Não
suspender TARV; evitar bolsa rota por tempo prolongado (> 4h).
◦ Sala de parto – realizar preferencialmente o parto empelicado sem indução;
clampear o cordão imediatamente; realizar o banho em água corrente na
Profilaxia sala de parto evitando lesar a pele, aspirar de forma suave evitando trauma e
1. Zidovudina (AZT) VO ou IV realizar lavagem gástrica se houver sangue no conteúdo gástrico. Manter o
iniciado ainda na sala de parto RN junto à mãe no contato pele-a-pele, mas não permitir a amamentação
ou < 4h (máx 48h), manter por (inibir com Cabergolina 1 mg VO DU).
4 semanas;
2. Nevirapina em 3 doses
quando mãe não for tratada
ARV Posologia Duração
ou apresentar carga viral >
≥ 35S: 4 mg/kg 12/12h VO
1000 cópias/mL no último
30-35S: 2 mg/kg 14 dias + 3 mg/kg 12/12h VO
trimestre ou clínica de IST ou < 30S: 2 mg/kg 12/12h VO
má adesão ao TARV; AZT 4 semanas
≥ 35S: 3-4mg/kg 12/12h IV
30-35S: 1,5-2 mg/kg 14 dias + 2-3 mg/kg 12/12h IV
< 30S: 1,5-2mg/kg 12/12h VO
> 2 kg → 12 mg(1,2 mL) VO 1ª dose: < 48h
NVP 1,5-2 kg → 8 mg (0,8 mL) VO 2ª dose: 48h após a 1ª
< 1,5 kg → contraindicada 3ª dose: 96h após a 2ª
336
◦ Eritema tóxico – lesões vesicopustulosas e pápulas autolimitadas de início
entre 1-3 dias, em face, tronco e membros. As lesões contêm eosinófilos.
◦ Melanose pustulosa – comum em negros, pústulas estéreis em fronte,
mento, região retroauricular e cervical, dorso, mãos e pés com resolução em
2-3 dias, deixando máculas hipercrômicas com colarete por até 3 meses.
◦ Milium sebáceo – pápulas amarelo-esbranquiçadas em fronte, asa do nariz e
genitália por obstrução pilossebácea formando cistos ceratogênicos.
◦ Miliária – lesões vesicopapulares por obstrução ductal de glândulas écrinas 7
dias após o nascimento devido a sudorese excessiva. Divide-se em miliária
Medidas gerais
cristalina e miliária rubra ou “brotoeja”, que podem ser pruriginosas,
Aguardar resolução
espontânea das lesões. eritematosas e com pústula central em região axilar, fronte e cervical.
Tratamento
◦ Manchas mongólicas – pigmentação cinza-azulada no dorso e nádegas
pela presença de melanócitos na derme, comum em negros e asiáticos com
1. Hidroxizine (2 mg/mL) 0,5
mg/kg/dose 8/8h. desaparecimento após 1 ano de vida.
◦ Manchas salmão – manchas róseas, que pioram com o choro, na região da
nuca, pálpebras ou glabela por ectasia capilar. Desaparecem com 1-2 anos.
◦ Pérolas de Epstein – acúmulos de células epiteliais no palato duro,
desaparecendo em algumas semanas.
◦ Craniotabes – área do osso parietal amolecida e deprimida próxima à sutura
sagital pela compressão do crânio pelo osso pélvico na cavidade uterina.
◦ Bossa serossanguínea – edema subgaleal decorrente de trauma durante o
parto, cursando com abaulamento do tecido subcutâneo com ou sem
equimose, ultrapassando as linhas de sutura. Resolução espontânea em dias.
◦ Céfalo-hematoma – hematoma subperiosteal no osso parietal pelo trauma
do parto, gerando abaulamento que não ultrapassa as suturas e não forma
equimose, desaparece em semanas ou meses.
◦ Craniossinostose – fechamento prematuro de suturas cranianas, podendo
alterar o formato do crânio. Mais comumente ocorre fechamento da sutura
sagital, resultando em alongamento anteroposterior com dolicocefalia ou
escafocefalia. Em caso de fechamento de todas as suturas ocorre restrição do
crescimento normal e hipertensão intracraniana.
◦ Fontanelas amplas – pode estar associada a acondroplasia, hipotireoidismo
congênito, síndrome da rubéola congênita, hidrocefalia, raquitismo,
osteogênese imperfeita e trissomias (21, 13 e 18).
Conjuntivite
neonatal
Doença ocular mais comum do RN. Clínica: edema, eritema, descarga purulenta e
quemose. Pode ser causada por Chlamydia (incubação de 5-14 dias) ou por Neisseria
gonorrhoeae (incubação de 2-5 dias). Diferenciar da conjuntivite química decorrente do
uso de Nitrato de Prata (ocorre nas primeiras 12h). TTO: Eritromicina ou Ceftriaxona.
338
◦ Rastreamento – rastrear entre 0-24 horas → RN pré-termo tardio (34-37
semanas) e RN a termo PIG; rastrear entre 0-12 horas → filhos de mães
diabéticas ou RN GIG ≥ 34 semanas.
◦ Clínica – sudorese, palidez, taquicardia, taquipneia, tremores, hipotonia,
letargia, coma, convulsões, sucção débil, choro anormal.
Técnica correta
◦ AM exclusivo: leite materno ou leite humano de outra fonte (banco de leite) sem
adições, exceto medicamentos ou suplementos. Indicado até6 meses.
Posicionamento: criança ◦ AM predominante: leite materno + água, sucos e outros fluidos. Contraindicado.
bem apoiada, cabeça e tronco
alinhados, corpo próximo à
◦ AM complementado: leite materno complementado por qualquer alimento
sólido ou semi-sólido. Indicado após 6 meses.
mãe, rosto próximo à mama.
Pega: boca bem aberta, lábios
◦ AM misto: leite materno + outros tipos de leite. Na impossibilidade de oferecer o
leite materno, dar preferência sempre pela fórmula infantil.
evertidos, aréola mais visível
acima da boca, queixo Tipos de leite Variações na mamada Variações no dia
tocando a mama. Colostro (produzido do 3º ao Leite anterior: ↓gordura; Com o passar do dia o leite
5ºdia): ↑proteínas, ↑eletrólitos, Leite posterior: ↑gordura, tem progressivamente mais
Leite de vaca ↑VitA (cor alaranjada) ↑saciedade, ↑ganho de peso. gordura, oferecendo mais
Leite maduro (após 10 dias): saciedade.
< 4 meses: diluir em água + Orientar o esvaziamento
acrescentar óleo (1 colher de ↑lactose, ↑gordura. completo da mama!
chá a cada 100 mL)
> 4 meses: leite puro + Leite humano Leite de vaca Vantagem do leite humano
alimentação complementar. ↓Proteínas, ↓sódio ↑Proteínas, ↑sódio ↓Sobrecarga de solutos renais
↑% Proteína do soro ↑% Caseína PTN do soro → melhor digestão
Galactosemia
Erro inato do metabolismo da galactose. Clínica: baixo ganho ponderal, icterícia
colestática, hepatomegalia, cirrose hepática, déficit cognitivo, catarata, risco de
infecções (E. coli). Contraindica amamentação, requer fórmula infantil sem lactose. 343
◦ Puericultura – avalia o crescimento (peso, estatura e PC), desenvolvimento
neuropsicomotor (motor grosseiro/fino, adaptativo, social, linguagem),
alimentação, imunização, prevenção de acidentes e/ou riscos para a saúde.
◦ Crescimento fetal e do lactente: crescimento intenso e desacelerado que,
durante a vida fetal, é determinado pelo ambiente intrauterino e saúde materna,
Avaliação e até os dois anos de idade é determinado pela nutrição (fatores extrínsecos).
Peso: até 2 anos pesar na
balança pediátrica sem roupa.
◦ Crescimento infantil: crescimento regular dos dois anos de idade até a
puberdade, determinado pelo potencial genético e função neuroendócrina do
Estatura: < 2 anos → régua hormônio do crescimento (fatores intrínsecos).
horizontal; ≥ 2 anos → régua
vertical (estadiômetro).
◦ Crescimento puberal – marcado pela secreção de esteróides sexuais, resultando
em aceleração do crescimento até o pico do estirão puberal e seguido da
PC: fita métrica do ponto mais calcificação das epífises e desaceleração do crescimento.
alto do osso occipital até o
sulco supraorbitário (glabela).
◦ Dentição – a dentição primária se inicisa pelos incisivos centrais inferiores
Relação superior/inferior: 1,7 aos 5-7 meses seguidos dos incisivos centrais superiores entre 6-8 meses. O
ao nascimento,1,3 aos 3 anos e início da dentição secundária ocorre entre 6-7 anos.
1 na puberdade.
Alvo genético
♀ Altura do pai – 13 + Altura da mãe
2
35 cm ao nascimento, cresce 12 cm
♂ Altura do pai + Altura da mãe +
em 1 ano, sendo: 1º tri → 2 cm/mês; 2º
13 tri → 1 cm/mês; 2º sem → 0,5 cm/mês
2
Nascimento
400 g/mês
50 cm
PUBERDADE
Desaceleração
3 meses 6 meses 9 meses 1 ano 2 anos 3 anos 5 anos Puberdade Pico de crescimento
58 cm 65 cm 70 cm 75 cm 87 cm 97 cm 110 cm ♀ 8 anos ♀ 10-13 anos
5.600 g 7.400 g 8.900 g 10.100 g 11,5 kg 14,5 kg 18 kg ♂ 9 anos ♂ 11-14 anos
344
15 cm 10 cm 12 cm/ano 10 cm/ano 7 cm/ano 5 cm/ano 6-7 cm/ano 8-9 ou 9-10 cm/ano
◦ Adolescência – período cronológico de mudanças biológicas, psicológicas e
sociais, OMS → 10-20 anos; ECA → 12-18 anos.
◦ Puberdade – modificações corporais com surgimento de caracteres sexuais
secundários e aceleração do crescimento decorrentes da gonadarca, que é a
ativação do eixo-hipotálamo-hipofisário-gonadal (↑GnRh → ↑LH/FSH) e início
da secreção de androgênios pela adrenal (adrenarca)
Puberdade precoce
♀ < 8 anos ou ♂ < 9 anos com M1 : mama pré-puberal P1 : ausência de pelos G1 : genitália infantil
caracteres sexuais
M2: telarca com broto P2: pubarca com pelos finos nos G2: aumento do volume
secundários + aceleração do
mamário subareolar grandes lábios/base do pênis testicular (> 4 mL)
crescimento e fechamento
precoce das epífises, M3: broto além da aréola + P3: pelos grossos até a sínfise G3: crescimento peniano em
causando baixa estatura. pico do crescimento púbica. comprimento.
Central: secreção precoce de M4: menarca + duplo G4: crescimento em diâmetro
P4: pelos densos e encaracolados.
GnRh idiopática ou por lesão contorno + ↓crescimento + pico do crescimento.
do SNC com elevação de
M5: mama adulta P5: pelos até a virilha (raiz da coxa) G5: genitália adulta
LH/FSH e esteroides sexuais.
Periférica: doença gonadal
ou adrenal com volume
testicular pré-puberal ou
assimétrico (tumor) e
virilização em meninas.
PUBERDADE
♀ - 8-13 anos
♂ - 9-14 anos
345
Segue o sentido crânio-caudal, proximal-distal e da borda ulnar-borda radial
Faixa
Motor grosseiro Motor fino (adaptativo) Social Linguagem
etária
Postura tônico-cervical, cabeça
Neonato Fixa a visão Prefere o rosto da mãe Chora por desconforto
pendente, mãos fechadas
Postura tônico cervical, levanta o
1 mês Segue com os olhos até 90º Apresenta sorriso reflexo Reage a estímulos sonoros e luminosos
queixo em prono, mãos fechadas
Postura tônico-cervical, levanta a
2 meses Segue com os olhos até 180º Apresenta sorriso social Vocaliza sons em resposta à voz
cabeça em prono
Postura TC, levanta a cabeça e o tronco, Interage com as pessoas de maneira Sons guturais espontâneos que imitam
3 meses Estende as mãos para pegar objetos
sustentação pendular da cabeça mais prolongada vogais
Cabeça centralizada, mãos na linha Pega cubital de grandes objetos, os Sons guturais espontâneos que imitam
4 meses Dá gargalhadas, brinca com as mãos.
média, sustenta a cabeça leva à boca vogais
Pega radial e transfere os objetos Prefere a mãe, brinca com seus pés e
6-7 meses Senta temporariamente sem apoio Polissílabos vocálicos (lalação)
entre as mãos com brinquedos
Pega objetos entre o indicador e o Sentido de permanência do objeto, Polissílabos (mamá, papá), diz 1 palavra,
9-10 meses Senta-se sem apoio e engatinha
polegar e solta se retirados acena, brinca de esconde-achou atende ao seu nome
Anda com apoio. Pode andar sem Apanha objetos em pinça e entrega Interage mais, brinca com brinquedos
12 meses Fala quatro palavras
apoio entre 10-16 meses quando solicitado mais complexos
Ao correr, movimenta o corpo em Adquire controle esfincteriano. Capaz Segue ordens simples, come sozinha, Fala 10 palavras e reconhece partes do
18 meses
bloco. Sinal de Babinsky → negativo de montar uma torre de 4 cubos. procura ajuda e beija familiares corpo
Pede para ir ao banheiro. Brinca com bonecos, ajuda a se vestir,
2 anos Corre, abre portas, sobe em cadeiras Começa a formar frases
Torre de 7 cubos. manuseia bem colheres
Interage bem com crianças, brinca em
5 anos Joga objetos e escala em obstáculos Veste-se sem ajuda grupo, pergunta o significado das Forma frases longas de até 10 palavras
palavras
346
Sinais de alerta Impressão Conduta
CDC (Nelson) - somente
quando > 2 anos de idade
• ≥ P95 → obesidade
• P85 até P94 → sobrepeso
Ministério da Saúde Peso/idade P/E (0-5 anos) IMC (5-19 anos) Estatura/idade
Sínd. metabólica
(entre 10-16 anos) > P99,9 > EZ +3 Obesidade Obesidade grave
Peso elevado
1. Circunferência
> P97 > EZ +2 para a idade Sobrepeso Obesidade
abdominal ≥ P90
2. TG ≥ 150 g/dL Estatura adequada
> P85 > EZ +1 Risco de sobrepeso Sobrepeso
3. HDL-c < 40 Peso para a idade
4. PAS ≥ 130/PAD ≥ P50 EZ 0 adequado
85 mmHg para a idade Eutrofia
5. Glicose ≥ 100 < P15 < EZ -1
mg/dL.
< P3 < EZ -2 Baixo peso Magreza Baixa estatura
Muito baixo Muito baixa
< P0,1 < EZ -3 Magreza acentuada (desnutrição grave)
peso estatura
Desnutrição grave
1. Escore-Z < - 3; Classificação de Waterlow
2. Edema bilateral Classificação de Gomez
nos pés Magro + estatura normal Desnutrição aguda
(Kwashiorkor) > 90% Eutrófico
Magro + baixo Desnutrição crônica
3. Circunferência 90-76% Desnutrição leve
do braço < 115 mm Baixo + peso normal Desnutrição pregressa
(6-59 meses). 75-61% Desnutrição moderada
Peso e estatura normais Eutrófico
≤ 60% / edema Desnutrição grave
Peso x p50 do P/E ≤ 90% → magro (wasted)
Avaliar adequação → peso x p50 do P/I
Estatura x p50 do E/I ≤ 95% → baixo (stunted)
347
1. Marasmo – deficiência global de energia e proteínas de instalação lenta,
sendo comum no 1º ano de vida. Cursa com déficit pondero-estatural,
pobreza de tecido adiposo, pele enrugada, fácies senil ou simiesca (↓gordura
de Bichat), atrofia muscular, hipotonia, irritabilidade e apetite preservado.
Normal Diminuída
◦ Alvo genético: deve se manter < 2 desvios-padrão da faixa estabelecida pelo alvo
genético → ♀: (ESTpai - 13 + ESTmãe / 2) ± 8,5; ♂ : (ESTpai + ESTmãe + 13 / 2) ± 8,5.
(variante benigna) (patologias)
◦ Idade óssea: avalia a aturação esquelética em RX de mão e punho esquerdos.
Avaliar idade Excluir doença ◦ Idade estatural: idade em que o P50 representa a estatura do paciente.
óssea e estatural genética ◦ Proporção corporal (SS/SI): relação entre o segmento inferior e superior do corpo
→ SS/SI normal é 1,7 ao nascimento, 1,3 aos 3 anos, 1 entre 8-10 anos.
IO = IC
IE < IO
IO < IC
IE = IO Avaliar
◦ Baixa estatura genética → alvo genético compatível com a baixa estatura,
IMC idade óssea compatível com a idade cronológica, velocidade normal;
Baixa estatura
familiar
Retardo
constitucional ◦ Retardo constitucional → maturação biológica lenta com baixa estatura na
infância, atraso puberal, idade óssea < idade cronológica;
Bem nutrido
ou obeso
Desnutrido ◦ Desnutrição crônica → afeta o crescimento linear (ex: doença celíaca);
◦ Endocrinopatias → hipotireoidismo (mais comum, com lentidão, pele seca),
Doença Doença deficiência de GH (fácies de boneca, pés/mãos pequenos), hipercortisolismo
endócrina crônica grave
(síndrome de Cushing com obesidade, estrias violáceas);
◦ Doenças genéticas → apresentam alterações fenotípicas caracteríscitas:
acondroplasia (baixa estatura desproporcional), síndrome de Turner (45X0
atraso puberal, pescoço alado, hipertelorismo, hipogonadismo).
349
◦ Conceito – síndrome autolimitada caracterizada por ≥ 3 evacuações
amolecidas em 24h ou ≥ 1 evacuação amolecida contendo muco, sangue ou
pus, sendo que lactentes podem apresentar fezes liquefeitas 8-10 x/dia após
as mamadas, sendo importante valorizar mudanças do padrão habitual
◦ Diarreia aguda: ≤ 14 dias, geralmente por causa infecciosa.
◦ Diarreia persistente (10%): 14-30 dias, geralmente por deficiência na regeneração
do enterócito por desnutrição ou introdução recente de leite de vaca.
Exames complementares
Indicados somente em casos ◦ Diarreia crônica: ≥ 30 dias ou 3x em 60 dias, em geral por deficiência enzimática.
graves com queda do estado
geral ou imunossuprimidos:
◦ Disenteria: inflamação do cólon que cursa com fezes com muco, sangue ou
pus, além de pequeno volume fecal, tenesmo e urgência para defecar.
considerar hemograma em
suspeita de sepse; K+, Na+, Cl-, ◦ Mecanismo osmótico: ↓absorção de carboidratos → fermentação colônica →
glicose, ureia e creatinina em ↑gases, ↑ácido lático → diarreia explosiva, distensão, flatulência e dermatite
desidratação grave; EPF a perianal. Causa: infecção, erro alimentar, laxantes, intolerância à lactose.
fresco com pesquisa de
Giardia; ELISA confirma ◦ Mecanismo secretor: toxinas induzem a secreção intestinal de água e
Rotavírus; coprocultura em eletrólitos → diarreia volumosa, ↑sódio fecal,, desidratação grave. Causa: ETEC,
casos graves. C. difficile, V. cholerae (em “água de arroz”), Rotavírus (toxina NSP4).
Célula epitelial
◦ Diarreia invasiva (disenteria): invasão/inflamação da mucosa → fezes com
intacta
Produção de enterotoxinas Vibrio cholerae, ETEC sangue, > 5 leucócitos, febre. Causa: Shigella, Salmonella, Campylobacter.
Ruptura da borda em
EPEC ◦ Dismotilidade: aumento da motilidade → intestino irritável, hipertireoidismo;
Bactérias
escova
↓motilidade → síndrome da alça cega, pseudo-obstrução intestinal;
Lesão da Clostridium difficile,
Citotoxicidade
célula epitelial Bacillus cereus, EHEC ↓superfície absortiva → síndrome do intestino curto ou doença celíaca.
Estado Bem alerta Irritada Letárgica ◦ Plano C – hidratação venosa com SF 100 mL/kg em 3-6 horas, associar SRO
Olhos Normais Fundos Muito fundos 5 mL/kg/h assim que o paciente for capaz de ingerir líquidos. Reavaliar a
Lágrima Presentes Ausentes Ausentes
Boca Úmida Seca Muito seca cada 30 min e reclassificar após 3-6 horas. .
Bebe normal, Sedenta, bebe Não consegue ◦ < 12 meses: SF 30 mL/kg em 60 min + SF 70 mL/kg em 5h.
Sede
sem sede avidamente beber
◦ < 12 meses: SF 30 mL/kg em 30 min + SF 70 mL/kg em 2h30 min.
Sinal da
prega
Desaparece
rapidamente
Desaparece
lentamente
Muito
lentamente ◦ Fase de manutenção: soro glicofisiológico (SF + SG5% em 1:1) 4 mL/kg/h.
Muito fraco ou
Pulso Cheio Rápido, fraco
ausente
EC <3s 3-5 segundos > 5 segundos UniZinco® (4 mg/mL) por 10-14 dias →
< 6m: 10 mg ou 2,5 mL 2x/dia; > 6 m 20
Sem Desidratação Desidratação
Grupo mg ou 5 mL 2x/dia.
desidratação (≥ 2 sinais) grave (≥ 2)
351
TTO Plano A Plano B Plano C
◦ Conceito – infecção viral autolimitada que acomete a mucosa nasal, seios
paranasais e nasofaringe, podendo ocorrer até 6-8x/ano em crianças < 5
anos. Predispõe complicações bacterianas (OMA, sinusite).
◦ Etiologia: Rinovirus (confere imunidade sorotipo específica, mas existem mais de
200 sorotipos), coronavírus, Influenzae, Parainfluenzae, VSR, coxsackie (versão). O
contágio se dá pode contato direto com secreções.
Tratamento
Antipiréticos: Paracetamol ◦ Clínica – rinorreia com coriza clara abundante que pode se tornar purulenta
(200 mg/mL) 10-15 mg/kg ou 1 após 2-3 dias, obstrução nasal, espirros, roncos de transmissão. Pode cursar
gt/kg 6/6h(máx 2 g); Dipirona com dor de garganta, hiperemia de orofaringe , tosse predominantemente
(500 mg/mL) 10-20 mg ou 1 gt noturna devido ao gotejamento pós-nasal, febre alta ou baixa, mialgias.
a cada 2 kg 6/6h (máx 2 g); Lactentes apresentam anorexia, inquietude, fezes amolecidas e vômitos.
Ibuprofeno (50 mg/mL) 5-10
mg/kg ou 2 gt/kg. ◦ Rinite alérgica: espirros, prurido nasal recorrente deflagrados por alérgenos;
Desobstrução nasal: ◦ Corpo estranho: rinorreia unilateral e fétida de início súbito sem pródromos;
lavagem frequente com soro
fisiológico e seringa 4/4h.
◦ Sífilis congênita: rinite serossanguinolenta presistente de início < 3 meses.
Crianças > 2 anos podem se IVAS causam edema, inflamação e dismotilidade ciliar, obstruindo a drenagem dos
beneficiar de 5-10 mL de mel seios paranasais e predispondo à infecção bacteriana. Etiologia: pneumococo, H.
ao dormir (melhora a tosse). influenzae, M. catarrhalis. Clínica: resfriado por > 10 dias ou quadro grave com
tosse diurna, rinorreia purulenta + febre alta por 3 dias. Em crianças > 5 anos,
cursa com dor facial, cefaleia, edema e sensibilidade à percussão da face. DX: não é
necessário RX em < 5 anos, mas revela espessamento, nível hidroaéreo e velamento
≤ 2 meses ≤ 60 irpm 130 bpm dos seios paranasais. TTO: Amoxicilina 45-50 mg/kg/dia até 7 dias após a
3-11 meses ≤ 50 irpm 120 bpm
melhora clínica; falha terapêutica ou < 2 anos ou creche ou uso recente de ATB →
1-5 anos ≤ 40 irpm 100 bpm
Amoxicilina + Clavulanato 80-90 mg/kg/dia. 352
≥ 6 anos ≤ 30 irpm 85 bpm
◦ Conceito – infecção bacteriana da orelha média, sendo a complicação mais
comum da nasofaringite viral (30%). Ocorre disfunção da tuba auditiva com
acúmulo de secreções na orelha média, predispondo à proliferação
bacteriana. Pode evoluir com perfuração da membrana timpânica e otorreia
purulenta. Ocorre principalmente em < 2 anos (tuba auditiva horizontal).
Tratamento ◦ Etiologia: S. pneumoniae, H. influenzae não-tipável, Moraxella catarrhalis.
Paracetamol (200 mg/mL) 1
gt/kg; Dipirona (500 mg/mL) 1
◦ Clínica – história recente de resfriado comum que evolui com otalgia, febre,
astenia, inapetência, hipoacusia flutuante, otorreia fluida ou purulenta.
gt /2 kg ou Ibuprofeno 2 gt/kg.
ATB: se < 6 meses, otorreia, Lactentes apresentam irritabilidade, choro intenso, dificuldade para dormir,
sinal de gravidade ou bilateral anorexia, náusea, vômitos e levam a mão ao ouvido.
em < 2 anos. Reavaliar em 72h.
1. Amoxicilina 40-50 ou 80-90
◦ Diagnóstico – otorreia purulenta na ausência de otite externa ou otoscopia
com sinais de efusão na orelha média → membrana timpânica convexa,
mg/kg/dia 10 dias (↑dose se <
2 anos, creche ou ATB há <3m) abaulada e com hiperemia difusa, opacificação e/ou pontos esbranquiçados.
2. Falha terapêutica( 72h): ◦ Otite média secretora: efusão persistente que pode se manter por até 3 meses
após a resolução do quadro agudo. TTO: após 3 meses, realizar timpanostomia.
Amoxicilina/Clavulanato 40-50
ou 80-90 mg/kg/dia 10 dias (1ª ◦ Otite média crônica coleastomatosa: metaplasia pseudotumoral com otorreia
fétida e hipoacusia. TTO: timpanoplastia + mastoidectomia + reconstrução.
escolha se conjuntivite ou uso
recente de ATB). ◦ Mastoidite aguda: inflamação do periósteo com dor, edema, apagamento do
sulco retroauricular e deslocamento do pavilhão auricular. TTO: hospitalização, TC,
Considerar timpanostomia miringotomia e ATB parenteral (Ceftriaxone, Amoxicilina/Clavulanato).
se recorrente ou crônica.
355
◦ Osmolaridade das soluções – a osmolaridade é definida pelo sódio, de
forma que na diluição, o SG 5% oferece 0mOsm/L, já que não contém sódio.
◦ Ringer Lactato: 273 mOsm/L (Na 130/Cl 109/K 4/Ca 3/Lactato 28)
◦ Soro Fisiológico: 308 mOsm/L (Na 154/Cl 154) → cálculo: 300 mOsm/L, mais
próximo da osmolaridade plasmática
◦ SG 5%: 278 mOsm/L
◦
Brasil:
SRO
◦ PesoRegra
Diluiçãode1:1
Holliday-Segar
→ SF 300 mOsm/L + SG 5% = 150 mOsm/L
Soluções prontas para reidratação
(kg) Volume
Pós para preparo de SRO
SRO
tradicional ◦ <Diluição
↓osmolar
Pedialyte
10
90
Pedialyte
1:2100
Pedialyte60
→ SFmL/kg/dia
45
Rehidrat
300 mOsm/L + SG 5% = 100 mOsm/L
Zn6mg/100ml 90
Reidramax
Rehidrat
50
Na (mEq/L)
aa
+
Cl-(mEq/L)
90
80
75
65
◦ 11-2090 1000 mL + 50 mL
45 60 90
Diluição 1:3 → SF 300 mOsm/L + SG 5% = 75 mOsm/L
80 por kg acima de 10
35 50 80
90
80
50
50
s.K+(mEq/L)
Citrato(mEq/L)
20
10
20
10
◦ 21-3020
Diluição 1500
30
20
1:4 → SF
30
mL 300 20
+ 20 mOsm/L
mL
30
20 20 20
+ SG 5% = 60 mOsm/L → mais utilizada
30 30 20
Glicose(mmol/L
)
111 75 ◦ > 30 por1700
111
kg acima de 20
126
mL/m²sc
60 - - -
mOsm/L 311 245
◦ Expansão litros
331
Máximo de256
2,4 220 210 210 140
◦
◦ Etiologia – < 1-2 meses → S. agalactiae, gram-negativos entéricos (E. coli); > 1-
2 meses → S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureus (grave + complicações →
derrame pleural e pneumatoceles + porta de entrada).
◦ Clínica – pródromos catarrais, febre alta de início súbito, taquipneia e tosse
frequente, estertores crepitantes, irritabilidade, anorexia, síndrome de
Tratamento consolidação (↓MV, ↑frêmito toracovocal, macicez à percussão, broncofonia).
internar se < 2 meses, incapaz
de se alimentar, vômitos
◦ Sinais de gravidade: idade < 2 meses, tiragem subcostal, SpO2 < 92%, batimento
de asa de nariz, gemência expiratória, queda do estado geral, apneias, cianose.
incoercíveis, convulsões, ↓nível
de consciência, esforço ◦ Diagnóstico – RX de tórax não é obrigatório, mas deve ser solicitado sempre
respiratório, doença de base que estiver indicada a internação.
grave, complicação no RX.
< 2 meses: internação +
◦ Pneumonia lobar: comprometimento homogêneo de lobos ou segmentos com
broncogramas aéreos. Associada ao S. pneumoniae e em crianças maiores.
Ampicilina + Gentamicina.
> 2 meses: Amoxicilina 50
◦ Broncopneumonia: lesões multiformes irregulares e não delimitadas pela
segmentação pulmonar que podem ser dispersas ou confluentes. Associada ao S.
mg/kg/dia VO 8/8h ou 12/12h + aureus, comumente apresentando pneumatoceles, derrame pleural e empiema.
retorno em 48h ou se piorar.
> 2 meses + grave: internar + ◦ Pneumonia intersticial: aumento da trama broncobascular, espessamento
peribronquico e hiperinsuflação, além de consolidações e atelectasias. Associada
Penicilina cristalina 100-200
ao Mycoplasma pneumoniae ou às pneumonias virais. .
mil U/kg/dia IV 4/4h ou 6/6h
por 10-14 dias. Em caso muito ◦ Complicações – na ausência de melhora após 72h de tratamento, investigar
grave, Oxacilina + Ceftriaxona. a presença de derrame pleural (USG ou RX). Tratamento: toracocentese
quando ≥ 1 cm + ATB IV + drenagem torácica quando apresentar desconforto
respiratório, pus (empiema), pH< 7,2, glicose < 50 mg/dL, gram e/ou cultura +.
359
◦ Conceito – infecção por mecanismo ascendente (exceto RN → disseminação
hematogênica) confirmada por urinocultura. Episódios recorrentes podem
causar cicatriz renal, HAS e doença renal crônica. Etiologia: G- → E. coli,
Klebsiella, Proteus (não-circuncisão), Pseudomonas; G+ → S. saprophyticus,
Enterococcus; vírus → adenovírus (cistite hemorrágica).
Cistite ◦ Fator de risco: sexo feminino (exceto < 1 ano), atividade sexual, constipação
(distensão da ampola retal), ausência de circuncisão, disfunção vesical, alteração
Tratar por 3-5 dias com SMX-
estrutural (refluxo vesicoureteral, obstrução de JUP). Maior incidência entre 2-4
TMP, Nitrofurantoína, anos (treinamento esfincteriano).
Amoxicilina, Cefalosporina 1ªG.
◦ Cistite – infecção urinária baixa que cursa com urgência urinária, disúria,
Pielonefrite polaciúria, estrangúria, dor abdominal suprapúbica, urina fétida e turva ou
Internar quando < 3 meses, incontinência urinária em crianças que já tinham controle esfincteriano.
vômitos ou recusa alimentar,
desidatação ou sepse. Tratar ◦ Pielonefrite – infecção urinária alta que pode se manifestar como febre >
por 7-14 dias com Ceftriaxona, 38ºC sem foco aparente em lactentes ou apresentar dor lombar, calafrios,
Cefotaxima ou Ampicilina + manifestações inespecíficas (vômitos) com ou sem sintomas de cistite.
aminoglicosídeo.
Ambulatorial: 7-14 dias com
◦ RN: dificuldade alimentar, hipoatividade, irritabilidade, icterícia e perda ponderal.
Ceftriaxona IM, Ciprofloxacina ◦ Diagnóstico – avaliação inicial → EAS com ≥ 5 piócitos/campo ou ≥ 10.000/mL
VO ou Cefalexina VO. e presença de nitrito (conversão por G- após 4h); fita reagente com esterase
leucocitória; bacterioscopia e Gram; confirmação → urinocultura.
Punção suprapúbica
(padrão ouro, invasivo)
SBP: qualquer crescimento bacteriano;
AAP: ≥ 50.000 UFC/mL + EAS alterado. ◦ Bacteriúria assintomática: 3 urinoculturas consecutivas indicando bacteriúria
significativa em um período entre 3 dias e 2 semanas. Não tratar, exceto em
SBP: entre 1.000-50.000 UFC/mL; gestantes ou indivíduos que passarão por procedimentos urológicos.
Cateterismo vesical
AAP: ≥ 50.000 UFC/mL + EAS alterado.
USG
USG + ◦ Bexiga hiperativa – perda involuntparia de urina durante o dia, associada a
UCM polaciúria, urgência miccional, manobras de contenção (cruzar as oernas,
apertar a região genital) e constipação. DX: avaliar com USG, complementar
com UCM e estudo urodinâmico. TTO: Oxibutinina e fisioterapia.
Hidronefrose ou
obstrução
Refluxo
vesicoureteral
Normal ◦ Enurese – perda involuntária de urina durante o sono em crianças > 5 anos
de idade. Pode ser primária ou secundária a ITU, DM e trauma psicológico,
ocorrendo de forma isolada ou associada a incontinência diurna. TTO: limitar
Cintilo DMSA ou UCM e cintilo
ingesta hídrica após 18h, evitar a punição e estimular positivamente.
DTPA /urografia DMSA (cicatriz Acompanhar
excretora renal?)
361
Comunicação interventricular – defeito no septo interventricular com shunt esquerda-
direita (VE → VD) e hiperfluxo pulmonar. Clínica: após 1 mês de vida apresenta sopro
holossistólico (> 3+/6+) em borda esternal esquerda baixa, congestão pulmonar, ICC
(dificuldade para mamar, déficit ponderoestatural). DX: RX → cardiomegalia, ↑vasculatura
pulmonar, ↑2º arco à esquerda (artéria pulmonar). TTO: patch cirúrgico e controle da IC
(diuréticos, digitálicos e IECA).
Persistência do canal arterial – canal arterial mantém shunt da aorta para a pulmonar.
Causas: prematuridade, sofrimento respiratório, rubéola, drogas durante a gestação.
Clínica: sopro sistólico infraclavicular esquerdo que irradia para o dorso (sopro contínuo
“em maquinária”), ↑amplitude do pulso, PA divergente. DX: RX → aumento de AE e VE,
↑vasculatura pulmonar, ↑aorta ascendente. TTO: Indometacina ou Ibuprofeno no
período neonatal e, se refratário, fechamento cirúrgico ou hemodinâmico com coils.
363