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Heloisa Belinati

OBSTETRÍCIA 3º BIMESTRE  Infecções: vaginose bacteriana, tricomoníase,


infecção urinária, periodontite, Covid, pneumonia
AULA 1 - 19/07/2022.
→ tudo isso aumenta o risco.

Parto Prematuro  Amniorrexe prematura: rompimento de bolsa


antes do trabalho de parto.

PARTO  Anemia.
 20 a 37 semanas → pré-
termo (prematuro).  Sangramentos genitais.

 37 a 42 semanas → a  Sobredistensão uterina: é quando distende o


termo. Acima de 39 semanas consideramos “a útero, pode ser em casos que tenha muito líquido
termo oportuno”. ou quando tem uma gestação gemelar.

 Maior ou igual a 42 semanas → pós-termo. Passar  Malformações uterinas: quando tem uma “trave”
de 42 semanas não é interessante, pois aumenta o no meio do útero, pois chega um ponto que a
cavidade uterina não consegue se distender mais.
risco do bebê liberar mecônio, além de que
aumenta o risco da distócia de ombros.
 Uso de drogas.

OBS: Não confundir “pós-termo” x “pós-datismo”  Estresse.


(aquela gestação que ultrapassa 40 semanas → ela não
nos preocupa).  Desconhecido.

PREDIÇÃO
DEFINIÇÃO
São medidas para evitar que a paciente tenha um
 É o nascimento antes de 37 semanas e após 20 parto prematuro.
semanas.

 É a principal causa de mortalidade neonatal → USG transvaginal para medida do colo


(primeiros 30 dias), corresponde a 75% dos casos. uterino:

 Brasil: em torno de 10% dos partos são  Entre 20 e 24 semanas.


prematuros.
 Colo curto <25mm: significa que ela tem chance
maior de entrar em trabalho de parto prematuro.
ETIOLOGIA

 Multifatorial: pode ser por infecção, “sangue → História de parto prematuro anterior:
escorrendo”, estresse, enfim...
 Repouso (?): o professor
 Espontâneo x eletivo (quando tenho que sempre orienta o repouso.
interromper a gestação).
 Progesterona vaginal: 1
FATOR DE RISCO comprimido a noite por via
vaginal até 36/37 semanas.
 Parto prematuro anterior: é o principal fator de A mais famosa é a
risco!!! utrogestan.

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TRABALHO DE PARTO PREMATURO NÃO REALIZAR TOCÓLISE

*Prova
DEFINIÇÃO/DIAGNÓSTICO
 Corioamnionite: infecção das membranas.
*Prova
 Sofrimento fetal agudo.
 São contrações rítmicas (pelo menos 2 contrações  Bolsa rota.
em 10 minutos) e regulares que modificam o colo  Idade gestacional > 34 semanas = parto. Avaliar
uterino (2 cm) antes de 37 semanas. profilaxia GBS.

 Teste da fibronectina fetal: se o material da vagina


MEDICAMENTOS
apresenta essa substância, é sinal de que
provavelmente a paciente entrará em trabalho de  Nifedipina VO. Ela diminui as contrações.
parto. Tem alto valor preditivo negativo. Mas não  Beta-agonistas.
utilizamos isso na prática!!!  Antagonista da ocitocina (Atosiban). É um
tocolítico muito bom, mas é muito caro.
TOCÓLISE
o Sulfato de magnésio:
Toco → contração. o Não é um bom tocolítico.
Lise → cortar. o Neuroproteção fetal.
o Diminui paralisia cerebral.
Tocólise é a inibição do trabalho de parto!!! o IG < 32 semanas (não tem efeito após esse
período).
 Nós iremos postergar/atrasar o parto em 48 horas
(no máximo) para fazer o corticoide → é esse o
objetivo da tocólise!!! COMO DIMINUIR O RISCO DE PREMATURIDADE?

PREVENÇÃO!!!
 Corticoterapia: realizar entre 24 e 34 semanas,
para realizar a maturação pulmonar fetal. *Prova  Reduzir ou eliminar os fatores de risco.

 Com o corticoide, tem-se a redução da  Avaliação pré-concepcional. Ou seja, corrigir algo


mortalidade neonatal, redução da síndrome do que a paciente tenha antes dela engravidar.
desconforto respiratório, redução da enterocolite
necrotizante e redução da hemorragia  Adequada assistência pré-natal.
intracraniana.

AULA 2 - 26/07/2022.
 Utilizamos Betametasona 12mg IM → 2 doses com

Amniorrexe
intervalo de 24 horas.
 24 horas após a segunda dose é o período ideal
pra ele nascer.
 Betametasona e dexametasona são os únicos
que passam a barreira placentária, então só
eles podem ser usados. Prematura
CRITÉRIOS PARA TOCÓLISE DEFINIÇÃO

É a rotura espontânea das membranas ovulares


 Trabalho de parto prematuro (TPP) verdadeiro.
(RPMO), antes do trabalho de parto.
 Viabilidade fetal.
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 OBS: “prematura” não quer dizer que é menos de *Prova
37 semanas, mas sim, que é o rompimento da bolsa
O DIAGNÓSTICO É CLÍNICO!!!
antes do trabalho de parto. Nem toda amniorrexe
prematura é com o feto prematuro. O padrão-ouro é o exame especular!!!

 Se rompeu a bolsa antes de 20 semanas, não


 Evitar toque vaginal.
chamaremos de amniorrexe prematura, mas sim,
de abortamento.
 Casos duvidosos:
 Teste da nitrazina (pH): pegamos uma fita de pH
 10% das gestações tem amniorrexe prematura.
e colocamos no fundo de saco da vagina. Se for
alcalino, sugere que é bolsa rota (visto que o
 Responsável por 40% dos partos prematuros.
líquido amniótico tem pH básico). Mas não
podemos confirmar que rompeu bolsa.
 20% das mortes perinatais é por amniorrexe
prematura.
 Teste da cristalização: significa que ela está com
muito estrogênio, então se formar aquele
LÍQUIDO AMNIÓTICO aspecto é porque tem muito líquido amniótico na
cavidade e provavelmente rompeu a bolsa.
 Líquido amniótico = proteção contra trauma,
choque térmico, além de que ele permite a
 USG: não é muito bom. Não confirma
movimentação do bebê e ajuda no
rompimento da bolsa.
desenvolvimento do pulmão.
 Amnisure: é muito específico e sensível, mas é
 Membranas ovulares: formadas por colágeno e muito caro. Os outros testes sugerem, esse daqui,
elastina. confirma o rompimento da bolsa.

CAUSAS E FATORES DE RISCO COMPLICAÇÕES


 Infecções cervicovaginais: é o principal fator de  Infecção: porque perdeu a proteção. A infecção
risco!!! Pois libera substâncias que fazem romper a pode ser causa ou consequência.
bolsa, por degradar o colágeno e elastina.
 Hipoplasia pulmonar: pois o líquido é importante
 Infecções diversas. pro pulmão se desenvolver.

 Tabagismo.  Enterocolite necrotizante.

 Desnutrição: pois as membranas ficam mais fracas.  Hemorragia intracraniana.

 Sobredistensão uterina: polidrâmio e gemelar.  Deformidades fetais.

 Procedimentos invasivos: cordocentese e


amniocentese. Quanto mais precoce o rompimento da bolsa, pior o
prognóstico!!!

QUADRO CLÍNICO

 Perda de líquido pela vagina, muitas vezes Infecção → corioamnionite.


escorrendo pelas pernas.
 É a infecção intrauterina.

DIAGNÓSTICO
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 Diagnóstico: febre (maior ou igual a 37,8) + 2 DEFINIÇÃO
critérios menores
 É a gestação que atinge 42 semanas (o que não é
(leucocitose/taquicardia/sensibilidade
o ideal). Também pode ser chamada de gestação
uterina/secreção vaginal fétida).
prolongada.
 Tratamento: antibiótico (clindamicina e
 Em torno de 7% das gestações podem chegar no
gentamicina) + parto (não é pela via mais rápida.
pós-termo.
De preferência, parto vaginal. A conduta sempre
será o parto, pois tem risco da mãe e do bebê
 A mortalidade perinatal é 2 vezes maior, ou seja,
morrerem).
dobra a mortalidade.

CONDUTA
COMPLICAÇÕES
 Entre 24 e 34 semanas:
 Insuficiência placentária: ela começa a ficar
 Antes de 24 semanas → não iremos fazer nada
envelhecida. A “validade” da placenta é de 40
(mas a melhor conduta é retirar o bebê, por
semanas, então a partir disso, eu tenho que tomar
conta do risco de infecção). O prognóstico do
cuidado.
bebê é muito ruim, tem grande chance de vir a
óbito.
 Oligodramnia: se a placenta não funciona bem,
 Entre 24 e 34 semanas → internação, repouso, não chega sangue pro bebê, ele não urina e não
hidratação vigorosa, controle infeccioso, tem muito líquido amniótico.
avaliação da vitalidade fetal,
antibioticoprofilaxia, corticoterapia  Síndrome de aspiração meconial: pode ocorrer a
(maturação pulmonar) e não realizar a contração no intestino, o bebê evacua e as fezes
tocólise. pode ser aspirada.

 Maior ou igual a 34 semanas:  Macrossomia fetal.


 PARTO → pois, se formos esperar até 37
semanas, tem risco de ter corioamnionite  Distócias.
(infecção).
 Cesariana.

AULA 3 - 02/08/2022.
Chamamos isso de sofrimento fetal crônico.

Gestação Pós-termo  DUM correta.


DIAGNÓSTICO

e Indução do Parto 
ou

USG obstétrico precoce.

 Maior ou igual a 42 semanas → pós-termo. ACOMPANHAMENTO NO PÓS-DATISMO

→ Não deixar atingir o pós-termo, como?


 Não confundir: pós-termo x pós-datismo (acima da
DPP, ou seja, >40 semanas).
 Cardiotocografia.

GESTAÇÃO PÓS-TERMO  Perfil biofísico fetal: é um exame mais completo


do que a cardiotocografia. Os quatro parâmetros
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Heloisa Belinati
analisados aqui são a cardiotocografia, movimento  Gemelar: não é recomendado induzir, pois o risco
fetal, movimento respiratório, tônus fetal e líquido do útero contrair demais e dar problema, é grande.
amniótico.
 Macrossomia fetal.
Faremos esses exames 2x por semana.

 Amnioscopia: olhando o líquido amniótico.  Feto pélvico.

 Indicações de cesariana: quando tiver indicações


ATÉ QUANDO ESPERAR?
de absoluta de cesariana, não podemos induzir.
 A partir de 41 semanas, após o consentimento
materno, avaliar e realizar a indução do parto
AVALIAÇÃO CERVICAL
(mas podemos esperar até 42 semanas).
Prova

INDUÇÃO DO PARTO → A avaliação cervical é um preditor do sucesso do


procedimento.
DEFINIÇÃO

É o parto iniciado artificialmente. ÍNDICE DE BISHOP

 Farmacológicos (ocitocina, misoprostol). Avalia a maturação do colo uterino!!!

 São 5 parâmetros que eu analiso através do toque


 Mecânicos.
vaginal. A partir disso, vou dar a pontuação e ver se
o colo uterino está bom/preparado ou não para
INDICAÇÕES entrar com a ocitocina ou com misoprostol.

 Idade gestacional (IG) maior ou igual a 42


semanas. Mas a partir de 41 semanas, se a mulher
consentir, eu já posso induzir.

 Corioamnionite: quando a bolsa está infeccionada.

 RPMO (amniorrexe prematura): quando a bolsa


rompe antes de entrar no trabalho de parto,
quando for maior ou igual a 34 semanas, eu posso  Ou seja, ele avalia a altura da apresentação fetal,
induzir o parto. dilatação, apagamento, consistência e posição.

 Oligodramnia: quando a placenta não está  Quanto maior a pontuação, melhor o prognóstico
funcionando bem. na indução do parto.

 Óbito fetal: nesses casos, o ideal é fazer um parto  Colo uterino bom/preparado/maduro: Prova
vaginal induzindo. Na prática, nem sempre isso  Aberto.
acontece.  Apagado.
 Amolecido.
 Anterior.
Se ela não querer a indução de parto, respeitamos o
 Abaixo do 0.
desejo da paciente e anotamos no prontuário.

Nesses casos de colo uterino bom/preparado, eu não


CONTRAINDICAÇÕES preciso amadurecer o colo uterino com misoprostol,
então eu entro direto com ocitocina.
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Heloisa Belinati
→ Qual é um fator de risco para pós-datismo?
FORMAS DE INDUÇÃO
 Feto anencéfalo.
 Ocitocina: quando tiver o índice de Bishop
favorável (maior ou igual a 9. Se for 6 ou 7, você
AULA 4 - 09/08/2022.
avalia cada caso). Significa que não precisa

Diabetes na
preparar com misoprostol, pois o colo já está
preparado.

 Misoprostol: quando tiver o índice de Bishop


desfavorável (menor ou igual a 6). Aqui, eu preciso
amadurecer/preparar o colo. Gestação
PROIBIDO MISOPROSTOL SE TIVER CESARIANA
 DM na gestação: é toda diabética que está grávida,
ANTERIOR, pois geralmente é um comprimido via
ou seja, ela já era diabética e engravidou. Então
vaginal e, se ela tiver uma cicatriz de cesárea, pode
aqui iremos falar de todas as grávidas que estão
ocorrer a rotura uterina. Nesses casos, usarei outros
com diabetes.
métodos.

 DM gestacional: quem desenvolveu diabetes na


gravidez.
→ Outros métodos:

 Método de Krause DEFINIÇÃO


(sonda de Foley): É um distúrbio metabólico caracterizado por
colocamos uma sonda hiperglicemia resultante de defeito na secreção e/ou
urinária no colo uterino, ação da insulina (resistência).
insuflamos o balão,
colocamos soros fisiológicos e deixo pendurado na
cama da paciente. O peso do soro para baixo, vai  DM tipo 1: é a deficiência absoluta de insulina, pois
fazendo com que o balão fique “puxando” e vai as células não produzem insulina.
preparando o colo uterino. Não é muito usado na
prática.  DM tipo 2: é a deficiência relativa de
insulina/resistência insulínica.
 Descolamento digital das membranas: faço o
toque vaginal e descolo as membranas.  DM gestacional (DMG): falaremos a seguir de
todas as situações, independente se a paciente já
 Amniotomia: romper a bolsa. tinha diabetes ou se ela desenvolveu na gestação.

FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
→ Não confundir: indução x condução
 O bebê usa glicose como fonte de energia, então a
 Indução: é desencadear o trabalho de parto glicose da mãe tem que ir pro bebê, por isso ela
artificialmente. tem o estado diabetogênico.

 Condução: é a mulher que já está em trabalho de  A placenta produz os hormônios contrainsulínicos


parto e eu dou ocitocina para regularizar as (lactogênio placentário, cortisol) para sobrar mais
contrações. glicose pro bebê, para aumentar a glicose
disponível pro feto. Com isso, aumenta a
resistência insulínica da mãe para sobrar mais
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glicose pro feto. Até aqui, é fisiológico, é normal.  Tem a hiperglicemia materna, então vai passar
Se o pâncreas não tiver problema, está tudo bem. mais glicose pro feto, vai ter hiperglicemia fetal e,
como o pâncreas do feto funciona bem, começa a
 Porém, já que aumenta a resistência insulínica, a produzir muita insulina → hiperinsulinemia fetal.
mãe aumenta a produção de insulina, e se ela não
produzir insulina adequadamente, ela desenvolve → Hiperinsulinemia fetal:
DMG.
 O feto pode ter macrossomia fetal/GIG, distócia
 OBS: a chance de ter DGM é maior no final da de ombros, hipoglicemia neonatal (ele está
gravidez, não no início. cheio de insulina e, após o parto, não vem mais a
glicose da mãe) e desconforto respiratório (a
maturidade pulmonar é mais tardia nesses
EPIDEMIOLOGIA
bebês). Lembrar que o uso de corticoide pode
 20% das grávidas tem diabetes na gestação. descompensar a mãe, por isso que o mesmo não
é usado nos casos de imaturidade pulmonar.
 Desses 20%, 90% tem diabetes gestacional.

→ Hiperglicemia fetal:
FATORES DE RISCO

 DMG anterior.  Polidramnia (o feto urina mais, então tem mais


líquido amniótico), trabalho de parto
 Obesidade. prematuro/RPMO (rotura prematura de
membranas ovulares), atonia uterina
 Idade maior ou igual a 35 anos. (emergência obstétrica), glicosilação da Hb fetal
e hipóxia tecidual (tem Hb e o oxigênio, mas o
 Antecedente familiar. oxigênio não consegue ser entregue pro feto,
pois a Hb está ligada com a glicose), policitemia
(produzir células vermelhas, e isso pode
A sensibilidade para isso é muito baixa, então nós engrossar do sangue e pode dar mais hipóxia) e
fazemos rastreio universal, nós rastreamos todas as óbito fetal.
gestantes, nós não confiamos só nós fatores de risco.

→ Hiperglicemia materna:
COMPLICAÇÕES
 Infecções maternas e malformação geral → a
Prova infecção aumenta o risco de rotura prematura de
membrana e trabalho de parto prematuro. O que
pode dar malformação fetal no bebê é o DM
prévio, não é a mãe que desenvolveu diabetes na
gestação. A malformação mais típica é a
síndrome da regressão caudal, e ela só ocorre na
paciente que tem DM prévio!!! OBS: a
malformação mais COMUM da mãe diabética é a
cardiopatia congênita, mas a mais TÍPICA é a
síndrome da regressão caudal.

Hiperglicemia materna → hiperglicemia fetal →


hiperinsulinemia fetal. RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO

Prova

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Heloisa Belinati
→ O rastreamento é universal, ou seja, para todas as → Nós não fazemos o TOTG mais pra frente pois
gestantes, mesmo que não tenham fator de risco. perderíamos a chance de tratar adequadamente a
paciente.
→ Detecta 100% dos casos.

CONDUTA PARA O DMG

CONTROLE GLICÊMICO

→ Dieta e exercícios físicos:


 70% dos casos resolvidos.
 Diminui a resistência insulínica: favorece a
ligação da insulina com o receptor.
 Equipe multidisciplinar.
Glicemia de jejum (mg/dL):

 <92: normal → TOTG 75g (24-28 semanas).


→ Monitorização glicêmica:
 Metas:
 92 a 125: DMG.
 Glicemia de jejum < 95.
 1 hora após refeições < 140.
 >125: DM prévio → significa que ela já era
diabética antes da gravidez, não que ela
 Mau controle:
desenvolveu a diabetes na gravidez.
 30% dos valores alterados.

INSULINA

 Se a dieta e o exercício físico não funcionaram, eu


entro com a insulina.

 NPH: é a insulina intermediária, nós iremos usar


para controlar a glicemia pré-prandial. São 3 doses
diárias: ½ + ¼ + ¼. Nós tentamos manter um valor
de insulina um pouco mais alto, para manter uma
<92: normal → ou seja, se a glicemia estiver normal,
insulina basal boa.
entre 24 e 28 semanas eu vou fazer o TOTG 75g. Se der
glicemia de jejum maior ou igual a 92, já falamos que
ela tem DMG. 1 hora após, para dizer ela tem DMG,  Regular: se necessário, pois, se eu manter a basal
tem que ser igual ou maior que 180. 2 horas após, tem boa, muitas vezes eu nem preciso usar a regular.
que ser maior ou igual a 153 para dizer que ela tem Ela é a rápida, pois ela controla a glicemia pós-
DMG. prandial.

PELO MENOS 1 VALOR ALTERADO = DMG.  Metformina: não tem estudos para longo prazo.
Pelo Ministério da Saúde, se ela engravidou usando
a metformina, substitui pela insulina.
→ Se ela já tiver diagnóstico, não faz TOTG, mesmo se
a glicemia for normal!!!  Cuidado: hipoglicemia <70. Hipoglicemia pro bebê
= óbito fetal.
→ Não faz TOTG em paciente bariátrica!!!

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 OBS: na diabética prévia, que chegou com os
exames de primeiro trimestre com glicemia >125,
eu inicio a dieta e o exercício físico por 2 semanas
pra fazer o controle, visando avaliar qual o melhor
momento de entrar com a medicação. Pra entrar
com insulina, tenho que ter >30% dos valores
alterados.

PARTO

 Via de parto: obstétrica, ou seja, não é obrigatório


ser cesárea, pode ser por parto vaginal.
 < 20 semanas ou antes da gestação = hipertensão
 Se bom controle: 40 semanas. arterial crônica. Ou seja, se ela tiver hipertensão
com menos de 20 semanas, significa que a paciente
 Macrossomia fetal: em casos de macrossomia já era hipertensa antes da gravidez.
(feto > 40 semanas), tem que interromper de
imediato.  > 20 semanas:
 Hipertensão gestacional: excluindo pré-
eclâmpsia. Portanto, dizemos que a paciente
SEGUIMENTO
tem hipertensão gestacional se ela tiver
 O principal fator de risco pra DM tipo 2 é quem já apenas a pressão alta.
teve diabetes gestacional, por isso, a mulher faz  Pré-eclâmpsia.
TOTG (75g) 6 semanas após o parto.  Pré-eclâmpsia sobreposta: HA crônica + pré-
eclâmpsia. É a mulher que já era hipertensa e
na gravidez desenvolveu pré-eclâmpsia.
OBS: dia 16/08 teve a aula com a outra professora,
mas não coloquei as anotações aqui.
PRÉ-ECLÂMPSIA
Pré-eclâmpsia = DEG = doença hipertensiva específica
AULA 5 - 23/08/2022. da gravidez.

Síndromes DEFINIÇÃO

Hipertensivas na
Gestação
 Hipertensão após 20 semanas + proteinúria OU
disfunções orgânicas maternas (sinais de
iminência de eclampsia ou síndrome HELLP).

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Heloisa Belinati
FISIOLOGIA e gerando lesão endotelial, que é uma resposta à
hipóxia (tudo está relacionado ao vasoespasmo, e,
A imagem à esquerda é de
contraindo os vasos, começa a gerar hipóxia). Quando
uma paciente não grávida. A
o endotélio é destruído, começa a aumentar o
segunda imagem é de uma
tromboxano, que é uma substância vasoconstritora,
grávida normal. A terceira
gerando mais agregação plaquetária, culminando com
imagem é de uma grávida
vasoespasmo (os vasos começam a fechar). Essas
com pré-eclâmpsia.
substâncias agem pelo corpo todo, é sistêmico, então
a paciente terá lesão renal, pois o rim não filtra direito
 Artérias espiraladas. e começa a jogar proteína fora (proteinúria).
 Ondas de invasão trofoblástica. Com tudo isso, aumenta a pressão arterial da mãe para
 Menor resistência vascular periférica (menor fazer com que chegue mais sangue ao bebê.
pressão arterial).
 Maior fluxo sanguíneo para a placenta.
FATORES DE RISCO
Em uma gravidez normal → tem as artérias espiraladas
 História anterior: pessoal ou familiar.
e o ponto final delas é no endométrio (parte amarela).
Quando a mulher engravida, os vasos que são de alta
 Primigesta: porque a placenta nunca foi “testada”
resistência fazem as ondas de invasão trofoblástica, ou
no útero dessa paciente, então ela é uma paciente
seja, ocorre a destruição da camada muscular dos
de risco.
vasos para torna-lo mais calibroso. Com isso, o sangue
chega mais fácil da mãe pro bebê. Mas as vezes, eles
 Parceiro “novo”: pois a resposta antigênica do
não conseguem destruir essa camada média dos vasos,
novo parceiro pode desencadear a doença.
tendo a fisiopatologia da pré-eclâmpsia.

Portanto, a resistência vascular periférica tem que  Gemelar: porque tem mais massa placentária,
diminuir, pra aumentar o fluxo sanguíneo pra placenta portanto, maior risco de ter um defeito dela.
e pro sangue chegar pro bebê.
 Vasculopatias: por exemplo, lúpus, diabetes prévio
e colagenoses...tudo que interfira na
FISIOPATOLOGIA vascularização.

 Defeito na 2ª onda de invasão trofoblástica.


 Hipóxia placentária → fatores inflamatórios. PREDIÇÃO
 Lesão endotelial → maior tromboxano e maior
 Dopplerfluxometria: incisura bilateral nas artérias
agregação plaquetária.
uterinas.
 Lesão renal → proteinúria.
Predição é ter algum exame, alguma maneira de eu
dizer que essa paciente tem chances de ter a doença.
Nessas pacientes, não ocorre a onda de invasão Portanto, pedimos o dopplefluxometria, que é um US
trofoblástica. com doppler, em torno de 20 semanas. Se aparecer
Em situações normais, ocorrem 2 ondas de invasão. A incisura bilateral nas artérias uterinas, ou seja, se
primeira onda é invadir o endométrio e o miométrio, mostrar que a vascularização está defeituosa, eu tenho
isso ocorre no primeiro trimestre. A segunda onda, só risco dela ter pré-eclâmpsia, mas se eu pedir o exame
ocorre até 20 semanas. Se chegou com 20 semanas e e estiver alterado, muitas vezes não tem muita coisa
não ocorreu essa invasão trofoblástica, a paciente terá que eu possa fazer. Então ele não dá diagnóstico, ele
pré-eclâmpsia. só mostra que a paciente tem risco. E pra que ele
serve? Para fazer uma prevenção.
Portanto, a resistência está aumentada aqui, podendo
dar hipóxia placentária, liberando fatores inflamatórios

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Heloisa Belinati
PREVENÇÃO → Sinais de gravidade:
 AAS 100mg/dia + cálcio (se baixa ingesta).
 PA maior ou igual a 160 x 110 mmHg.

Nós damos isso para as pacientes de alto risco!!!  Oligúria: pode ir tão pouco sangue pro rim, que a
paciente não consegue mais urinar.

TIPOS  Síndrome HELLP:


 LDH > 600. BT maior ou igual a 1,2.
PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE
 AST/TGO maior ou igual a 70.
 Plaquetas <100.000.
 Acompanhamento ambulatorial.
 HELP:
 Conservadora até o termo.  Hemólise.
 Elevação de enzimas hepáticas.
 Não usar anti-hipertensivos: se não, não irá chegar  Plaquetopenia.
sangue para o bebê, ele vai crescer pouco e ter
pouco líquido.  Iminência de eclâmpsia:
 Cefaleia persistente.
 Avaliação do bem-estar materno:  Distúrbios visuais: perguntar se a paciente está
 PA. enxergando algo diferente.
 Peso.  Epigastralgia: pois está destruindo o fígado,
 Exames laboratoriais. então começa a ter uma dor epigástrica ou em
hipocôndrio direito.
 Avaliação do bem-estar fetal:
 Movimentação fetal.
***Eclâmpsia = crises convulsivas.
 USG obstétrico.
 Cardiotocografia. Em pré-eclâmpsia grave, a mulher tem que estar
 Dopplerfluxometria. internada.

Pré-eclâmpsia leve é quando a paciente só tem


hipertensão e proteinúria!!! Não pode ter nenhum CONDUTA
critério de gravidade. PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE
Se a pressão estiver 150/110mmHg, por exemplo, Prova
iremos manda-la para casa e acompanha-la, não
podemos dar anti-hipertensivo. Na paciente com pré-  Sulfato de magnésio → prevenção e tratamento
eclâmpsia, se ela estiver normotensa, provavelmente o da eclâmpsia.
bebê terá consequências graves. Eu não quero que
abaixa menos que 140/90mmHg. → Risco de intoxicação:
 Reflexo patelar abolido.
Temos que avaliar o bebê para ver se ele está  Frequência respiratória (<16 irpm).
crescendo bem, pois é muito comum ter redução de  Diurese (<25 mL/h).
crescimento do bebê devido à restrição do fluxo.

Em casos de intoxicação, suspender o sulfato de


PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE magnésio e aplicar o gluconato de cálcio.

Prova O sulfato de magnésio pode dar parada cardíaca.

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Heloisa Belinati

 Anti-hipertensivo:
 Somente em crise hipertensiva: se a PA estiver
maior ou igual a 160/110mmHg. Se ela não
tiver crise hipertensiva, eu não faço o uso do
mesmo, se não vai faltar oxigênio pro bebê.
 Hidralazina IV.

TRATAMENTO DEFINITIVO = PARTO

 Menor que 34 semanas → avaliar corticoide (mas


na prática, é muito difícil ter essa conduta).

 Maior ou igual a 34 semanas → parto, após


estabilização materna.

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