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Roxanne Cabral – M6 – 2019.

1 – Saúde da Mulher 2

ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO mulher não ter nenhum sangramento que ponha em risco a
vida dela.
Fases Clínicas do Parto
A primeira parte do parto é o período premonitório ou pré- Existe o tampão mucoso que é produzido pelas glândulas
parto, nessa etapa a mulher pode sentir incômodos e do canal cervical, esse tampão é espesso devido a ação da
procurar a emergência, mas esse ainda não é o trabalho de progesterona e é uma forma de isolamento mecânico do
parto. útero em relação ao meio externo. Esse tampão pode se
desprender momentos antes do parto ou pode se
desprender dias antes da mulher entrar em trabalho de
parto.

Período Premonitório (Pré-parto)


Fase Latente
§ Descida do fundo uterino (2 a 4 cm)
o maior amplitude à ventilação pulmonar
§ Adaptação do polo proximal do feto ao estreito superior
§ Grande quantidade de secreções das glândulas cervicais
§ Encurtamento da porção vaginal do colo
O início do trabalho de parto se inicia com a dilatação (1º
§ Dolores praeparantes
período), depois evolui para o período expulsivo (2º período)
o metrossístoles por vezes dolorosas
e por último, após a saída do bebê, ocorre o secundamento
o mais frequentes e intensas
(3º período), que é a saída da placenta. Existe também o 4º
§ Amadurecimento do colo uterino
período que tem tempo fixo – 1ª hora imediata à saída da
placenta.
Nessa fase a mulher começa a ter incômodos e com isso
procura emergências, só que muitas das vezes elas não estão
em trabalho de parto. É importante conversar com essas
mulheres e explicar que elas não estão em trabalho de parto
e que não precisam de internação ainda, que é seguro a ida
para casa. É uma fase de pródromos de trabalho de parto.

Diagnóstico Trabalho de Parto


§ É necessário considerar como síndrome
§ 2 contrações/10 min
o Rítmicas, dolorosas
A dilatação é o início do trabalho de parto, sendo essa a fase
o Todo o útero
latente, que é o período mais demorado do parto. A fase
o 40 - 60”
latente termina quando a dilatação atinge 5 a 6 cm, após
§ Dilatação
esse período a dilatação é mais rápida, sendo essa chamada
o 2 cm?
de fase ativa (dilatação total = 10cm à similar ao diâmetro
o 5 cm? (multíparas)
biparietal da cabeça do bebê).
§ Formação da bolsa-das-águas
Após a dilatação completa, se inicia a fase de expulsão, essa
§ Perda do tampão mucoso
é uma fase mais rápida e culmina com o nascimento do bebê.
No mecanismo de parto, essa fase corresponde a insinuação
O diagnóstico de trabalho de parto é considerado como uma
da cabeça, depois ocorre descida pelo canal vaginal, até
síndrome, temos que levar em conta o conjunto de eventos
expulsar o bebê.
que está ocorrendo com a gestante.
A contratilidade uterina é que vai promover a expulsão e
Quando a contração começar a ocorrer 2 vezes a cada 10
nascimento do feto. A contração começa no fundo do útero,
minutos, isso já fala mais a favor de trabalho de parto. As
a onda de despolarização da contração vai varrendo o útero
contrações devem ser demoradas (40 a 60 segundos) para
de cima para baixo, de maneira que o vetor da contração é
serem efetivas. Vale ressaltar que sempre contamos
para baixo. Esse mecanismo vai promovendo o apagamento
contrações em 10 minutos (4 em 10 min; 5 em 10min; etc.)
e dilatação do colo uterino, os quais vão propiciar a
exteriorização fetal.
No toque, a mulher deve ter no mínimo 2cm de dilatação.
Para mulheres que já tiveram parto vaginal (multíparas) é
O secundamento é a 3ª fase e ocorre rapidamente. Na
normal chegar no final da gestação com o orifício externo,
maioria dos casos, em 5 minutos ocorre a saída da placenta.
mais amolecido e às vezes até um pouco aberto, com isso é
O 4º período é fixo e tem 1h de duração. Essa fase foi criada
elas já podem chegar com dilatação de 5cm.
para redução dos riscos de sangramento pós-parto. Nessa
fase a preocupação é do útero continuar contraído e essa
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No toque, com dilatação de 2-3cm, já conseguimos sentir a


bolsa d’água.

Nessa fase a mulher pode relatar que já perdeu o tampão


mucoso.

Fase de Dilatação
1º Período
§ Início: contrações uterinas dolorosas que começam a
modificar ativamente a cérvice
§ Fim: dilatação máxima da cérvice (10 cm)
§ Queixa de dor:
o 70% no hipogástrio
o 20% na região sacra
o 10% em ambos os lugares
§ Apagamento e dilatação da cérvice
o Nulíparas X multíparas Na imagem acima conseguimos notar a fase latente (2/3 do
tempo) e a fase ativa (1/3 do tempo – até dilatação
Como dito anteriormente, o apagamento e a dilatação da completa).
cérvice é diferentes em nulíparas e multíparas. O esquema
abaixo representa essa diferença. Na direita está o colo de Formação da bolsa das águas
uma nulípara e a esquerda de uma multípara. § Ruptura da bolsa (amniotomia)
§ 80% final da dilatação/início expulsão
o Prematura: sem trabalho de parto (TP)
o Precoce: início TP
o Oportuna: final dilatação
o Tardia: feto empelicado
§ Espontânea / Provocada

A bolsa rota leva a grande liberação de líquido, que faz com


que a roupa da mulher fique literalmente molhada e o
normal é a bolsa romper no final da dilatação.

É importante ressaltar que se ocorrer rompimento da bolsa


fora de trabalho de parto, ainda demorará um tempo para a
expulsão do bebê, por isso é importante orientar a mulher
sobre esse momento, para ela manter a calma. Porém, se
houver sangramento, isso se trata de uma emergência e a
mulher precisa procurar um serviço o mais rápido possível.

§ Multípara: inicia com o colo mais aberto, o


apagamento e a dilatação ocorrem ao mesmo
tempo.
§ Nulípara: 1º o colo apaga quase que
completamente e depois começa a dilatação. Por
isso que a fase de dilatação é mais longa na nulípara
e como a fase de dilatação é a mais demorada num
trabalho de parto, numa nulípara o trabalho de
parto é mais demorado como um todo.

Formação da Bolsa

Parto empelicado significa que o bebê nasceu envolto na


membrana amniótica íntegra. É mais comum em parto
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cesárea que em parto normal. É indicado tentar manter essa que ser feita junto com a contração, pois com isso ocorrerá
membrana, quando em parto cesárea, em casos de mães HIV um somatório de força (100 – 120mmHg) que colaboram
positivas, pois isso minimiza a exposição fetal às secreções e para a expulsão do bebê. Se a força é feita fora da contração
sangue materno. não é eficaz.
A força da prensa abdominal que ajuda o bebê a sair é a
O líquido amniótico é a urina fetal. Um feto com mesma realizada para evacuação.
malformação renal, malformação da bexiga, entre outros, A mulher pode respirar fundo e prender a respiração no
pode cursar com oligoamniodraminia. Qualquer momento da força também, pois isso aumenta a pressão
impedimento na formação da urina ou no escoamento dessa abdominal.
pode cursar com oligoamniodraminia. Serão necessários vários puxos abdominais para levarem o
nascimento do bebê.
Uma mulher com ruptura prematura da bolsa (se antes de
34 semanas de IG), pode aguardar até 34 semanas para o O período expulsivo é muito rápido, principalmente em
parto, pois o apesar de ter ocorrido redução da bolsa, o bebê casos de multíparas.
continuará produzindo o líquido à medida que ele urina.
Após expulsão do feto:
A bolsa pode romper espontaneamente ou provocada. § fundus uterino em altura de cicatriz umbilical
Num TP provocamos a rotura da bolsa quando achamos que § “repouso clínico”
está demorando muito (ex. mulher com 8cm de dilatação e
em horas de TP), podemos fazer isso ao invés de dar
ocitocina para a mulher, pois essa rotura leva a uma Duração do Trabalho de Parto
liberação local maior de prostaglandina, que acelera a Fase LATENTE (1º período – Dilatação)
dilatação e o TP. Só fazemos isso quando há bastante § Primíparas: 20h
dilatação e devemos ter cuidado para fazer no momento da § Multíparas: 14h
contração (para evitar prolapso de cordão).
Fase ATIVA (2º período – Dilatação)
Fase de Expulsão § Primíparas: 12h
2º Período § Multíparas: 7h
Início: dilatação completa
Fim: saída do feto Período EXPULSIVO (2º período)
§ Primíparas: 50 min
§ Metrossístoles (contrações) mais intensas e frequentes § Multíparas: 20 min
§ 5 contrações em 10 min
§ Puxos abdominais A internação deve ser feita preferencialmente quando a
mulher tiver maior dilatação (4-5cm) e mais contrações,
Descida do feto pelo canal vaginal sendo o melhor momento a fase ativa, salvo os casos
específicos que podem ter complicação.

“A maioria dos partos normais ocorre dentro de 6h.”


(Rezende, Obstetrícia Fundamental)

Analgesia peridural pode aumentar a duração do período


EXPULSIVO para...
§ 3 h em primíparas
§ 2 h em multíparas
[American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), 2003]

Assistência à Dilatação
Higiene corporal
o Banheiro para mulher tomar banho.
o Salas de pré-parto – individual – para dar privacidade
Nesse momento, as contrações vêm com uma frequência para a mulher.
muito maior e cada contração dessa empurra cada vez mais
a cabeça do bebê em direção ao canal de parto. A mulher vai Vestuário apropriado
ter muita dor nesse momento do parto. o A mulher precisa de conforto durante o parto.
Os puxos abdominais nesse momento vão ajudar a saída do
bebê e devem ser feitos quando a mulher atingir 10 cm de Presença do acompanhante
dilatação, ou seja, quando em dilatação total. Essa força tem o Toda mulher em TP tem direito a um acompanhante
o Se parto normal, o acompanhante permanece até o final
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o Se for parto cesárea, devemos analisar a situação (é de Vitalidade do concepto


urgência? Eletiva?), dependendo da situação o § Sonar-Doppler
acompanhante pode atrapalhar § 30 s após o término da contração

§ Tricotomia Podemos escutar o bebê de hora em hora com o sonar


§ Enema intestinal (normal: de 110 a 160bpm).
Não fazemos mais nenhuma dessas duas práticas, não é
indicado. A tricotomia pode ser prejudicial, pois pode No momento da contração uterina o batimento cardíaco
lesionar a pele e aumentar chances de infecção em sítios fetal reduz e isso é fisiológico. Toda contração é um período
cirúrgicos (em casos de cesárea). de sofrimento fetal, pois quando há contração da parede
O enema intestinal é a limpeza da ampola retal para retirada uterina, ocorre redução da quantidade de sangue oxigenado
de fezes, para evitar que a mulher evacue durante o parto. materno que chega próximo a placenta, com isso, há
Porém hoje, chegou a conclusão que não é benéfico, visto redução de sangue oxigenado para o feto.
que é um procedimento desconfortável que não resolve o O parto não é um momento de estresse só para mãe, o feto
problema, pois mesmo com a limpeza, mais fezes podem também sofre muito estresse e por isso ele precisa estar
chegar na ampola e serem expelidas durante a expulsão do preparado para esse momento. Nos casos de bebês
bebê. prematuros, cardiopatas ou com algum outro problema
intrínseco da gestação, muitas vezes, não é indicado um
No toque vaginal, avaliar... parto normal porque achamos que o bebê não está apto
§ Colo para suportar o estresse do trabalho de parto.
(apagamento, dilatação, orientação e consistência)
§ Bolsa das águas Outros cuidados:
§ Apresentação § Alimentação
(posição, variedade, altura e proporcionalidade à bacia, A indicação de dieta zero é feita por profissionais que estão
flexão e assinclitismo) preocupados dessa mulher evoluir para cesárea, como no
caso de mulheres com alguma comorbidade.
“Toques frequentes e sem apuro técnico são O mais comum é permitir dieta livre para mulher,
traumatizantes para os tecidos maternos, provocam edema principalmente naquelas sem comorbidades.
da cérvice e propiciam a infecção ovular e da genitália.”
§ Deambulação
Podemos realizar de hora em hora durante a fase de É importante andar para acelerar o trabalho do parto. A
dilatação, porém durante a fase latente, que pode demorar mulher pode ficar na posição que ela preferir. É muito ruim
2h para progressão da dilatação, podemos fazer o toque de quando a mulher permanece deitada, pois isso reduz
2 a 3h. oxigenação para o bebê (pressão sobre a veia cava).

Altura da apresentação
§ Alta (acima do plano zero de DeLee)
§ Insinuada (exatamente no plano zero de DeLee)
§ Baixa (abaixo do plano zero de DeLee)

§ Cateterismo vesical
Bolsa das águas Não é feito de rotina.
§ Ruptura espontânea Podemos fazer para alívio quando a mulher faz
§ Amniotomia (quando o obstetra promove a rotura bexigoma devido a pressão da cabeça do feto na pelve.
da bolsa com um instrimento adequado).
§ Faixas abdominais
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Ocitocina Vitabilidade do concepto


§ Aumenta a intensidade e a frequência das contrações § Ausculta BCF a cada 10 min
§ Perfusão venosa
§ Iniciada com 1 mU/min (até 8 mU/min) Antissepsia da região perineal
§ Iodopovidona / clorexidina
É injetado um soro glicosado para mulher com ocitocina
diluída. A ocitocina tem função de promover a contração Campos estéreis
uterina, mas nem toda mulher precisa da ocitocina exógena,
pois ela produz ocitocina endogenamente (hipófise) e isso é Anestesia Locoregional
um dos motivos da indução do TP. § Bloqueio do nervo pudendo interno
A expressão de receptores de ocitocina aumentada nas § Extremidade da espinha ciática
células no miométrio é o que possibilita o inicio do trabalho § Lidocaína / procaína
de parto no final da gestação. § Infiltrar porção inferior (vulva, fáscia, músculo
levantador do ânus)
Fazemos ocitocina exógena quando achamos que a § Movimentos avanço e recuo / em leque
intensidade e frequência da contração não está adequada. § Aspiração (evitar punção acidental de vaso)

Devemos ter cuidado para não exagerar na dose de


ocitocina, pois podemos cometer uma iatrogenia, pois essas
contrações aumentadas também causam maior sofrimento
a mãe e ao feto.

Bloqueio combinado raquidiano-peridural (BCRP)


§ Injeção de opioide subaracnóideo e a passagem de
cateter peridural no mesmo procedimento e, de
preferência, por uma única punção
§ Inicia-se com 4 a 5 cm de dilatação
§ complicações: vômito, prurido, hipotensão, retenção
urinária e o período expulsivo prolongado, exigindo
maior emprego do fórceps Episiotomia
§ Incisão cirúrgica vulvoperineal
Assistência à Expulsão o Mediana
§ Agitação o Mediolateral
§ Metrossístoles
§ PRENSA ABDOMINAL § Objetivo: impedir ou diminuir o trauma dos tecidos do
canal do parto
Posição de parir o favorecendo a descida e a liberação do feto
§ Decúbito dorsal
§ Cabeceira elevada § Momento adequado para execução
o Sempre? / Nunca?

Com a episiotomia é feito um corte, que aumenta o espaço


para saída da cabeça do bebê.

A episiotomia é feita para evitar laceração do períneo da


mulher e o obstetra analisa qual situação necessita ou não.
Analisamos no momento expulsivo, quando a cabeça está
coroando, se haverá necessidade de realiza-la. A ideia da
episiotomia é evitar laceração através de um corte cirúrgico,
controlado e reto.

Na maioria dos partos não ocorre laceração e quando essa


ocorre, é principalmente em mucosa. Porém, em alguns
A posição de flexão das pernas da mulher aumenta o
casos pode ocorrer laceração do períneo, musculatura e até
diâmetro da pelve em até 1cm e isso facilita a saída do bebê.
alcançar o fundo de vagina. Nesses casos, a mulher tem que
Essa posição é ótima para resolver distócia de ombros.
ir para centro cirúrgico para rafiar a lesão.
A mulher tem que escolher a melhor posição que ela deseja
parir o bebê.
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§ Fórceps de alívio (baixo)


Pode ser usado como uma alternativa à manobra de
Kristeller e é muito menos agressivo para mãe e para o bebê.

Fórceps

Uma complicação da episiotomia é a dispareunia.

Episiotonia seletiva – reduz complicações severas.


Episiotomia de rotina – não tem justificativa.
Nem sempre, nem nunca.

Manobras durante o parto A. Simpson-Barnes


B. Kielland
§ Manobra de Ritgen C. Barton
o proteção ao períneo D. Demelin
Nessa manobra seguramos a parte posterior da cabeça do E. Piper
bebê para evitar uma deflexão rápida e com isso evitar a
laceração da região. Outra prática que pode ser feita é O fórceps mais comumente usado é o de Simpson-Barnes.
utilizar uma compressa para proteger o períneo, fornecendo Cada fórceps tem uma aplicação.
uma sustentação a ele, reduzindo também a laceração.

Fórceps de Alívio

Ombros
§ Manobra de Kristeller
Após expulsão do pólo cefálico avalia-se a região cervical
o expressão do fundo uterino
o Desfazer/seccionar eventuais circulares de cordão
o risco de sofrimento fetal
o Aguarda-se a finalização da rotação externa da cabeça
É feita em partos com dificuldades de passar a cabeça,
mesmo que em alguns casos já tenha sido feita a
§ Expulsão dos ombros
episiotomia.
o Anterior (puxamos a cabeça para baixo)
Ela é feita por uma pessoa que apoia o antebraço no fundo
o Posterior (puxamos a cabeça para cima)
uterino, quando vier uma contração, ela pressiona e
empurra esse fundo uterino em direção inferior para
empurrar o bebê.
Isso não é bom, pode causar sofrimento fetal, lesão de
crânio, laceração em canal vaginal, etc.

Manobra de Kristeller A circular de cordão não é indicação de cesárea.


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Distócia de Ombros – Manobras § Extração de ombro e braço posteriores


A distócia de ombro é qualquer problema na saída do ombro
no canal do parto.

§ Mc Roberts
Essa manobra resolve a grande maioria das distócias de
ombros. Ela se baseia na hiperflexão das pernas da mulher
em cima do abdômen.

§ Rubin
§ Woods
Podemos adicionar essa manobra à manobra de Mc Roberts.
o Rotação de ombro e extração de ombro
Na manobra de Rubin, pressionamos a região púbica para
posterior
baixo.
Primeiro fazemos só o Mc Roberts, depois tentamos Mc
Roberts associado a Rubin.

Revisão do canal de parto


§ Colo e vagina
§ Episiorrafia em episiotomia
o Por planos anatômicos
o Inicia pelo ângulo superior da ferida, na vagina

§ Rotação do diâmetro biacromial


o ântero-posterior → oblíquo

Secundamento
3º Período
Após o nascimento do feto.

Placenta:
§ Descolamento (ou dequitação)
§ Descida
§ Expulsão

Mecanismos:
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§ Baudelocque-Shultze
A placenta descola do fundo uterino em direção a
periferia e sai como um guarda-chuva invertido.
Observamos primeiro a saída da face fetal
(brilhante, azulada).
A maioria ocorre nesse modelo.

§ Baudelocque-Duncan
A placenta nesse caso é aderida a lateral do útero e
sai ao mesmo tempo a face materna e fetal da Manobra de Jacob-Dublin
placenta.
4 Período
O mecanismo explica como foi a dequitação (descolamento) Período de Greenberg
da placenta. É a 1ª hora após a saída da placenta.

A preocupação nesse momento é sentir o útero da mulher e


esse deve estar contraído após o parto, isso se chama de
globo de segurança de Pinard. Sentimos uma bola no
abdomen da mulher e isso quer dizer que o útero está bem
contraído e que a mulher tem poucas chances de
sangramento pós-parto.
Nessa primeira hora após a saída da placenta é de bom tom
permanecer com a mulher dentro do centro obstétrico, pois
esse útero pode contrair num primeiro momento e em
seguida relaxar, o que causará sangramento e necessitará de
atenção médica rápida.
O aleitamento materno ajuda a manter o útero contraído no
pós-parto, pois leva a liberação de ocitocina.

Tempo de saída da placenta: § Miotamponagem


§ 5 a 10 minutos o Laqueadura viva dos vasos uterinos
§ Secundamento prolongado > 30 minutos
§ Trombotamponagem
Conduta ativa no secundamento: o Hematoma intrauterino
Ocitocina
A maioria das maternidades tem como prática a infusão de § Contração uterina fixa
ocitocina na mulher para auxiliar a saída da placenta, o Globo de segurança de Pinard
independente se essa está demorando ou não para sair do
útero. A ocitocina também ajuda a controlar sangramento
materno no pós-parto, pois ele faz com que a placenta
contraia e não sangre.

Tração controlada do cordão e contrapressão uterina


(durante a contração)
Após cortar o cordão, enrolamos a parte que está ligada a
placenta com uma pinça e vamos fazendo uma tração (não
muito forte, se não podemos arrebentar o cordão)

Massagem do fundo uterino após o parto da placenta

Período de Greenberg
Manobra de Jacob-Dublin
Essa manobra consiste em rotacionarmos de forma suave
para a placenta que está saindo pelo canal de parto. Isso tem
o objetivo de descolar as membranas que ainda estão
revestindo o útero, evitando que elas rompam.
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CONTRAÇÃO UTERINA Intensidade de contração


§ Medida diretamente da diferença da pressão
Miométrio intrautero obtida a partir do tônus uterino
Composto por fibras musculares semelhantes a musculatura § 30 a 50mmHg no trabalho de parto
lisa, porém com propriedades próprias a ele. § 50mmHg ou mais no período expulsivo

Promove contrações:
§ Fora da gravidez
o Dismenorreia primária, orgasmo
§ Durante a gestação
§ No trabalho de parto
§ No puerperio
o Útero contraído para evitar sangramentos.
Frequência de 3 contrações em 10 minutos, intensidade de 40mmhg
Funções da contratilidade uterina
§ Manutenção da gestação É importante notar que o útero tem um tônus basal, ou seja,
§ Dilataçãodo istmo e colo uterino a contração não inicia em zero de pressão e também não
§ Descida e expulsão do feto retorna a zero de pressão.
§ Descolamento da placente A intensidade da contração é a diferença do tônus para o
§ Hemostase puerperal pico da contração, no exemplo acima a intensidade é de
40mmHg (50 – 10).
Disposição das fibras musculares
As fibras musculares do miométrio são intercaladas e isso No período expulsivo normalmente a mulher tem 5
dar capacidade ao útero distender durante a gravidez e contrações em 10 minutos e cada contração alcança 50 a
promover contrações aos 9 meses de gestação, mesmo com 60mmHg (exemplo abaixo).
a parede uterina totalmente distendida.

Características
Frequência: Diferentes fases do parto x contração uterina
É o numero de contrações ocorridas em 10 minutos.
§ Menor número no início do TP Triplo Gradiente Descendente
§ Maior número no período expulsivo Esse é o nome técnico dado as contrações uterinas efetivas
que ocorrem da seguinte maneira:
Duração Começam na parte superior do útero e são aí mais intensas
§ Forma indireta clinica de avaliar a intensidade e duradouras do que nas partes inferiores
§ Variando entre 40 e 60 segundos

Tonus uterino
§ Pressão constante intrauterina
§ 6-8mmHg durante a gestação
§ 8-10mmHg no TP

A cardiotocografia fornece informações de características


Triplo Gradiente Descendente
mecânicas da contração.
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§ Mais tarde – propagação peristáltica para expulsar os


Essa coordenação determina: coágulos
§ Pico único de contração (soma de efeitos)
§ Relaxamento simultâneo com tono normal entre as
contrações Discinesia
A discinesia significa qualquer problema na contração
A contração se inicia em um dos cornos uterinos, se propaga uterina.
até o fundo do útero, chega no lado oposto ao corno inicial.
Distócias dinâmicas ou funcionais que alteram a evolução do
Isso é comandado por ocitocina e a contração se inicia nos trabalho de parto.
locais de maior concentração de receptores para ocitocina.
As junções gap ajudam a ocorrência da contração de forma Alterações de atividade uterina:
rápida.
Hipoatividade: não causa sofrimento fetal
Propagação da Contração no Puerpério § Hipossistolia (contração de baixa intensidade)
Depois da saída do bebê, a contração deixa de ocorrer de § Bradissistolia (contração de baixa frequência)
cima para baixo e passa a ser uma contração peristáltica.
Uma mulher com útero em hipoatividade está contraindo
§ Velocidade de propagação lenta – 0,2-0,5cm/seg menos do que deveria para expulsão do bebê.
§ Atinge todo o útero em 1 min
§ Ondas peristálticas: quando o máximo de contração Hiperatividade: essa causa sofrimento fetal
atinge o segmento inferior, o fundo uterino já está mais § Hiperssistolia (contração de alta intensidade)
relaxado § Taquissistolia (contração de alta frequência)
Isso causa aumento do tempo de hipóxia para o bebê
intrautero além do necessário.

Ondas Peristálticas

Isso faz a placenta descolar e sair.

Funções da contração no parto (dilatação)


Dilatação do colo: 2 – 10 cm

Mecanismos:
§ Tração do istmo para cima
§ Pressão exercida pela cabeça ou bolsa das águas
atuando em forma de cunha

Normal x Hipersistolia x Taquissistolia

Alteração do tônus basal uterino:


§ Hipotonia

§ Hipertonia: causa sofrimento fetal


o Fraca, média, forte
Funções da contração no puerpério
§ Imediato – coibir a hemorragia no sítio placentário O descolamento prematuro de placenta é a principal causa
(miotamponagem – depois que a placenta sai o útero de hipertonia. A placenta se descola e cursa com
contrai de forma vigorosa e mantida) hemorragias, esse sangue infiltra no miométrio e causa
irritação local, aumentando assim a contração uterina,
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aumentando cada vez mais o tônus basal e com isso


causando sofrimento fetal.

Hipertonia
à Hipóxia à acidose à hipercapnia à sofrimento fetal

Causas:
§ Taquissistolia Sofrimento Fetal – etiologia
o Pode ser devido a excesso de ocitocina
§ Autêntica ou essencial
§ Iatrogênica
§ Sobredistensão
§ incoordenação

Comparação entre as Discinesias

Sofrimento Fetal
A hipóxia ocorre porque as arteríolas e artérias da parede
uterina elas são contraídas junto com a contração do
miométrio, com isso, a quantidade de sangue oxigenado que
alcança a interface parede uterina – placenta é reduzida,
aumentando assim a hipóxia durante a contração.

FC normal – 110 - 160bpm, mais que 160 é taquicardia fetal e


menos 110bpm é bradicardia fetal

O BCF é de padrão ondulatório é normal e desejável.


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Cardiotocografia DIP II - Tardio


Registro contínuo e simultâneo da Frequência Cardíaca
Fetal, Contratilidade Uterina e Movimentos Fetais, no
período anteparto ou intraparto.

BCF

Ocorre a contração, quando ela está finalizando o coração


sofre bradicardia. Por isso é chamado de DIP tardio, pois
ocorre após a contração.

Em média a FC está entre 110 e 160, há um padrão


ondulatório, as vezes ocorre uma reatividade.

Com a cardiotocografia podemos ver as desacelerações (DIP


– desaceleração intra-parto):

DIP I – Cefálico

DIP III - Umbilical


Esse é o mais perigoso de todos e fala mais a favor de
sofrimento fetal grave. É variável.

Pode ser igual ao DIP I, pode começar e persistir, pode vir


como DIP II e pode vir no repouso. Representa problema no
cordão umbilical.
Quando a mãe vai fazer a contração, no pico da contração, o
coração do bebê desacelera. Passando a contração, o
coração volta a bater normal. Isso é normal. Não representa
sofrimento fetal, é comum o bebê sofrer hipóxia no
momento da contração.
Isso não é um problema desde que a FC não seja
demasiadamente reduzida, ou seja, desde que ela se
mantenha acima de 110bpm.
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Nenhum DIP de maneira isolada é indicação de cesárea.


Precisamos analisar em que momento do parto essa mulher
está, as vezes um bebê DIP III já está no final do período
expulsivo. É mais fácil usar fórceps e retirar o bebê do que
fazer cesárea. Cesária
Indicações absolutas
§ Placenta prévia total e parcial
§ Placenta acreta
§ Malformações genitais (atresias e septos vaginais)
§ Tumorações pélvicas (miomas prévios, CA cervical
invasivo)
§ Desproporçãocefalopélvica com feto vivo

Indicações relativas (maternas)


§ Cardiopatias específicias (síndrome de marfan com
dilatação de aorta, DAC instável)
§ Pneumopatias específicas (HAP grave, síndrome de
guillain-barré)
§ Dissecção aórtica
§ Condições associadas à elevação da PIC
§ História de fístulas retrovaginal

Indicações relativas (fetais)


DIP I x DIP II x DIP III
§ Sofrimento fetal
§ Prolapso de cordão
§ Apresentação pélvica ou córmica
Partograma § Gemelidade com 1 feto não cefálico
É a representação gráfica do TP que possibilita acompanhar § Gemelidade monoamniótico
sua evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar § Macrossomia
tomadas de condutas apropriadas para a correção de § Malformações fetais específicas
desvios, evitando intervenções desnecessárias. (mielomeningocele, hidrocefalia com macrocrania,
etc.)
É a representação esquemática, em papel, do TP. § Herpes genital ativo
§ HIV com carga viral > 1000 copias
Anotamos a evolução da:
§ Dilatação Indicações relativas (maternofetais)
§ Apresentação (plano zero de De Lee = plano 3 de § Cesária prévia
Hodge) § Descolamento prematuro de placenta com feto
§ FC vivo
§ Velocidade das contrações § Placenta prévia marginal e placenta baixa distando
§ Seguimento clinico do TP < 2cm do orifício interno do colo

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