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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Assistência de Enfermagem no Trabalho de


Parto

Professora: Ms. Priscilla Yévellin B. de Melo


CAMPINA GRANDE-PB
2023
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
• O parto é um momento de grande
complexidade em que ocorrem intensas
mudanças orgânicas, corporais e emocionais
que gera ansiedade e insegurança.
• Cada parto e cada nascimento são episódios
únicos na vida da mulher, da criança e da
família constituindo como experiência de
estrema importância.
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
• A assistência ao parto consiste em adoção de conjunto de ações
e procedimentos direcionados para a prevenção, diagnóstico,
tratamento e controle das distorcias específicas do período de
t ra b a l h o d e p a r to, e m q u e a m u l h e r s e e n c o n t ra e m
anormalidades sistêmicas.
• É importante que o profissional de saúde perceba que a mulher
nesse período busca po r ajuda, po i s está co m mui tas
expectativas, perspectivas, esperanças, preocupações, medo,
ansiedade, e angustias.
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
• Diagnóstico do trabalho de parto :
üContrações uterinas regulares, que vão aumentando com o
passar do tempo, em frequência e intensidade. Com intervalos
de 3-5 minutos e que duram entre 20 e 60 segundos;

üApagamento;

üDilatação progressiva do colo uterino.


MONTENEGRO, et al, 2008
Diagnóstico do trabalho de parto :
• Contrações dolorosas, rítmicas (no mínimo, duas em 10 min),
que se estendem a todo o útero.
• Doze contrações por hora (2/10 min) é sinal importante de
trabalho de parto verdadeiro ou iminente.
• A fase ativa do parto pode não ter se iniciado com 5 cm de
dilatação em multíparas e até com dilatação maior em
nulíparas.
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
• A perda do tampão mucoso ou “sinal” e a rotura da bolsa das
águas são indicadores menos precisos do trabalho de parto, pois
existem grande variações individuais entre o aparecimento
desses sinais e o início real do trabalho de parto.

MONTENEGRO, et al, 2008


Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
• Embora nas gestações a termo, a rotura das membranas
geralmente aconteça durante o trabalho de parto, ela pode
ocorrer até vários dias antes do início do mesmo (de 12 a 20%);

• ATENÇÃO: Registrar e comunicar ao plantão a hora exata da


rotura da bolsa das águas.
MONTENEGRO, et al, 2008
• Ao iniciar-se o trabalho de parto, e principalmente após a amniorrexe,
a atitude do feto se modifica.
• N e s s a s c o n d i ç õ e s , o ú t e r o t o m a fo r m a d i v e r s a d a q u e l a
anteriormente guardada, passando de globosa a cilindroide, o que
obriga o feto a endireitar o tronco, diminuindo sua flexão de maneira
a se constituir em um cilindro, o cilindro fetal, formado pela cabeça
fletida sobre o tronco, com as pequenas partes a ele mais
aconchegadas.
Podemos avaliar o feto quanto a sua:
• Situação: longitudinal, transversa ou oblíqua
• Apresentação: cefálica, córmica, pélvica.
• Para expressar a altura da apresentação aconselha-se adotar o
critério de DeLee: considerar o diâmetro biespinha ciática como plano
de referência “0” (zero). Quando a parte baixa da apresentação
estiver a 1 cm acima do plano “0”, a altura é expressa como “–1”; 2cm
acima, como “–2” e assim sucessivamente até “–5”. Quando a parte
mais baixa da apresentação ultrapassar de 1 cm o plano “0”, sua
altura será “+1”; quando de 2 cm, “+2” nomeando-se assim até “+5”
Fases do Trabalho de Parto
LATENTE E ATIVA
Fase latente
• O colo uterino começa a amolecer;
• Perda do tampão mucoso;
• Contrações de Braxton-Hicks (irregulares e de leve intensidade);
• Lombalgia.

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Fases do Trabalho de Parto
Fase ativa
• Contrações dolorosas e rítmicas. Tem duração de 30 a 90 segundos, no
mínimo 2 em 10 min;
• Dilatação do colo:
• Perda do tampão mucoso;
• Rompimento da bolsa das águas.

MONTENEGRO, et al, 2008


Duração do Trabalho de Parto

MONTENEGRO, et al, 2018


Períodos clínicos do TP
O parto é dividido em quatro períodos clínicos, conforme se pode observar a
seguir.
▪ 1Período de dilatação: é o primeiro período clínico do parto e vai do início da
dilatação cervical até atingir seus 10 cm. Tem o objetivo permitir aumento do
canal cervical para permitir a passagem.
▪2 Período expulsivo: é o segundo período clínico do parto e se inicia quando a
dilatação está completa e termina com a expulsão do feto.
▪3 Período de dequitação ou secundamento: é o terceiro período clínico do
parto que se inicia após a expulsão fetal. É caracterizado pelo descolamento,
desprendimento e descida da placenta e das membranas.
▪ 4Período de Greenberg: é o quarto período clínico do parto e corresponde a
primeira hora após a descida da placenta.
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
Assistência no Período de Dilatação:
• Realizar a admissão com histórico de enfermagem e preparo da parturiente;
• Fornecer orientação sobre o trabalho de parto;
• Fornecer suporte emocional;
• Verificar sinais vitais (SSVV);
• Realizar tricotomia e higiene corporal (NÃO SE FAZ MAIS);
• Monitorar o trabalho de parto e contrações uterinas (Dinâmica Uterina);
• Toque vaginal (Realizado pelo médico ou enfermeira obstetra no mínimo a cada
4/4hora);
• Monitoração do BCF (a cada hora*);
• Ficar atento às queixas e outras manifestações.
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
1.Período de Dilatação:
Mecanismo de Parto

MONTENEGRO, et al, 2008


1ª período
• Em 80% dos casos, a ruptura (amniotomia),
com evasão parcial do conteúdo líquido,
ocorre no final da dilatação ou no início da
expulsão.
• Com relação à cronologia, as rupturas
âmnicas são consideradas prematuras
quando não houver trabalho de parto;
precoces, no início do parto; oportunas,
quando ocorrem ao final da dilatação; e
tardias, quando sobrevêm concomitantes à
expulsão do feto, que, ao nascer envolto
pelas membranas, é chamado feto
empelicado.
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
Assistência no Período Expulsivo:
• Realizar toque vaginal (COM CAUTELA);
• Encaminhar a parturiente para a sala de parto;
• Ficar atenta ao BCF (a cada 15 min) e estado geral da parturiente;
• Orientar sobre os esforços expulsivos, respiração e posicionamento***;
• Realizar controle dos SSVV***;
• Auxiliar ao desprendimento cefálico (se necessário);
Trabalho de parto
• Ocorre a sucessão das contrações uterinas, cada vez mais intensas e
frequentes, com intervalos progressivamente menores.
• No período expulsivo, a frequência atinge 5 contrações em 10 min
• Inicia-se quando a dilatação está completa e se encerra com a saída
do feto
• O feto é propelido através do canal do parto, franqueia o colo
dilatado e passa a distender lenta e progressivamente a parede
inferior do diafragma vulvoperineal, depois de palmilhar a vagina
Período expulsivo – 2ª
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
Período Expulsivo:
2.Período Expulsivo:
• A p a r t u r i e n t e i m o b i l i za o t ó ra x ,
firmando os braços em pontos de apoio
no leito; interrompe a respiração e
abaixa o diafragma como nos
movimentos expiratórios violentos,
executando forte contração da
musculatura abdominal. Por efeito de
tal esforço, a apresentação desce pelo
canal do parto,cumprindo os tempos
preliminares do mecanismo de
expulsão; passa a pressionar o períneo,
que se deixa distender.
Períneo- Localiza-se entre a abertura da vagina e
do ânus. E serve de sustentação para órgãos
pélvicos
Manobra de Ritgen
• Ela consiste na proteção do períneo, através de preensão do mesmo
por parte profissional utilizando uma de suas mãos com a ajuda de
uma compressa. A outra mão deve ser utilizada para sustentar a
cabeça do bebê.
• manobra de Ritgen, que
consiste na aplicação de
pressão moderada ao queixo
fetal (nas apresentações pela
mão esquerda do parteiro,
coberta comuma compressa
estéril, enquanto a reg i ã o
suboccipital da cabeça fetal é
segurada contra a sínfise pela
mão direita, a fim de evitar
movimento abrupto de
desprendimento cefálico.
Passo a passo do TP
•dilatação,
• insinuação,
•descida,
•rotação interna,
•desprendimento cefálico,
•rotação externa,
•desprendimento das espáduas.
Ligadura do cordão
• Faz-se o esmagamento do cordão com
d u a s p i n ça s , e m to r n o d e 4 c m d e
distância do abdome.
• Antes do pinçamento, deve-se proceder
ao exame do funículo, para que se não
esmague parte do conteúdo abdominal
caso esteja ali localizada (hérnias).
• Retardo na ligadura do cordão
3. Período de Dequitação
Assistência no Período de Dequitação:
• Administrar 2 ampolas de ocitocina IM para evitar hemorragia;
• Verificar pressão arterial;
• Monitorar e avaliar sangramento;
• Realizar higiene;
• Encaminhar a mulher para a sala de recuperação pós-parto;
• Registrar os dados relativos ao período expulsivo, a dequitação e as
condições maternas.
Descolamento da placenta
• A placenta se descola como se
destacaria um selo colado a uma
superfície elástica, previamente
distendida, quando essa se retraísse.
• As contrações uterinas, que não
cessam, e a possível ação da gravidade
condicionam a migração da placenta,
q u e s e c u m p re d e a co rd o co m a
m o d a l i d a d e d o d e s co l a m e nto, a
locação placentária e a maior ou
menor facilidade com que se
desprendem as membranas.
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
Período de Dequitação:
• A massagem do fundo uterino
após o parto da placenta, se
apropriada.
• A palpação do úterodeve ser
realizada nas próximas 2 h e,
se necessário, a massagem
deve ser repetida.
• Certifique-se de que o útero
não fique amolecido após a
massagem, e se está formado
o globo de segurança de Pinard,
a indicar boa retração uterina.
4.Período de Greenberg
• Considera a primeira hora após a saída da placenta um momento tão
importante;
• É necessário salientar-se a importância da boa compreensão do
mecanismo da retração uterina e de formação normal de coágulos na
superfície interna da matriz, que ficou aberta e sangrante após a
expulsão da placenta.
• Fases típicas que caracterizam o 4o período.
Assistência de Enfermagem no Trabalho de
Parto
Assistência no Período de Greenberg:
• Verificar SSVV;
• Observar a involução uterina e sangramento vaginal;
• Avaliar coloração e hidratação das mucosas;
• Avaliar o estado das mamas;
• Observar as condições do períneo;
• Estimular a micção e a deambulação após o período de descanso (2h e
após alimentar-se);
• Fornecer o máximo conforto para a mulher.
• No antigo local de inserção da placenta, forma-
se ferida viva, com os seus vasos abertos,
dando saída a certa quantidade de sangue, até
que se obliterem, pelo mecanismo descrito por
Pinard (ligaduras vivas),
• Após a expulsão do feto, a mulher experimenta
período de euforia e bem-estar, que é atribuído
ao desaparecimento das contrações uterinas e
conhecido como o repouso fisiológico do útero.
• Sua consistência também representa elemento
digno de atenção, principalmente até sentir-se
o que Pinard chamou globo de segurança,
útero de consistência permanente.
Período de Greenberg:
• Formação do globo de
segurança de Pinnard
• Observar sangramento
• Hora de Ouro da Mãe
• Atenção período mais
propenso a Hemorragia
Pós-Parto!
HEMORRAGIA PP

• Perda sanguínea acima de 500ml após parto


HPP vaginal ou acima de 2000ml após parto
cesariana nas primeiras 24h.

HPP • Sangramento nas primeiras 24h após o parto


(por qualquer via) superior a 2000ml ou que

maciça
necessite de transfusão mínima de 1200ml de
concentrados de hemácias.
Classificação

• Ocorre nas primeiras 24 horas


após o parto.
• Pode complicar 5% a 10% dos
partos.
HPP
• As causas mais c omuns são
PRIMÁRIA atonia uterina, acretismo
placentário ou restos
intracavitários, dentre outros.
Causa da hemorragia pós parto
Prevenção
Índice de choque?
Tratamento medicamentoso
HPP É UMA EMERGÊNCIA
OBSTÉTRICA E NÃO UMA
SITUAÇÃO DE DESESPERO
OBSTÉTRICO
Mecanismo de Parto
O parto tem o objetivo de expulsar o feto e a placenta pelas vias genitais.
Componentes do parto:
• Trajeto: Bacia

• Objeto: feto

• Força: contração

MONTENEGRO, et al, 2008


Mecanismo de Parto
• TRAJETO: compreende a bacia ou trajeto
duro (estreito superior; estreito médio e
estreito inferior);

• CANAL DE PARTO: trajeto mole, (constituído


pelo segmento cérvico-vagino-perineal).
Compreende o diafrágma pélvico e o
urogenital.

MONTENEGRO, et al, 2008


Canal de parto
Mecanismo de Parto
• Com a dilatação do colo, da vagina e do períneo forma-se o canal de
parto.

MONTENEGRO, et al, 2008


Mecanismo de Parto
• OBJETO-FETO 50 cm: formato ovóide com 2 polos (polo pélvico e polo
cefálico- + importante pq é + volumoso e oferece > resistência);
• Crâneo fetal: ossos, fontanelas e suturas;
• Apresentação(cef/pelv/córmica)
• Situação(long/trans)
• Atitude(flexão/deflex))
• Posição(esq/direita)

MONTENEGRO, et al, 2008


Mecanismo de Parto
FORÇA:
• Contrações uterinas: força involuntária
• Forças voluntárias da contração do
diafragma e dos músculos abdominais

MONTENEGRO, et al, 2008


Mecanismo de Parto
CONTRAÇÕES UTERINAS
• Ú te ro : F i b ra s m u s c u l a re s l i s a s –
função: gerar contrações; Na gestação
estão presentes (Braxton-Hicks);
• Perduram no FU resultando no
apagamento e dilatação do colo;

MONTENEGRO, et al, 2008


Tempos de Parto
• O MP é um conjunto de movimentos de adaptação do feto às diferentes
formas do trajeto;
• São 6 os tempos do TP:
• Insinuação;
• Descida ou progressão;
• Rotação interna da cabeça;
• Desprendimento;
• Rotação externa da cabeça;
• Desprendimento dos ombros e tronco

MONTENEGRO, et al, 2008


Tempos de Parto
Insinuação
Rotação interna

Rotação externa

Desprendimento dos
ombros e tronco
MONTENEGRO, et al, 2008
Tempos de Parto
• Insinuação: é a passagem da apresentação fetal pelo estreito superior
da bacia, reduzindo o diâmetro com a flexão da cabeça

MONTENEGRO, et al, 2008


• A insinuação (ou encaixamento) é a passagem da maior circunferência
da apresentação através do anel do estreito superior Nessas
condições, está o ponto mais baixo da apresentação à altura das
espinhas ciáticas (plano “O” de DeLee).
• Redução dos diâmetros cefálicos, por flexão.
Tempos de Parto
• Descida da apresentação: é a
passagem da cabeça fetal do ES para o
EI;
• Esse tempo é simultâneo com a rotação
interna da cabeça;
• É avaliado o grau de descida usando o
plano de DeLee

MONTENEGRO, et al, 2008


Tempos de Parto
• Rotação interna da cabeça: ocorre
simultâneo à descida fetal;
• Começa no nível das espinhas ciáticas
(plano zero de Lee);
• Completando-se ao atingir a pelve
inferior;
• Nesse ponto há queixas de desconforto
pelas contrações intensas e
compressão da cabeça no canal de
parto
MONTENEGRO, et al, 2008
Tempos de Parto

• Desprendimento da cabeça: ocorre


quando a cabeça fetal atinge o assoalho
pélvico posicionando o occipício na
arcada púbica com o movimento de
deflexão para exteriorizar-se na vulva.

MONTENEGRO, et al, 2008


Tempos de Parto

• Ro t a ç ã o ex t e r n a d a c a b e ç a : é o
movimento espontâneo que a cabeça é
exteriorizada e o tronco fazem para
voltar a posição anterior.

MONTENEGRO, et al, 2008


Tempos de Parto
• Desprendimento de ombros e tronco:
Nesse momento o nascimento está
completo;
• A mulher sente pressão sobre o reto,
abaulamento do períneo, puxos
involuntários, sudorese, refere vontade de
evacuar, impaciente e irritada, emite
sons/grunhidos e gritos.

MONTENEGRO, et al, 2008


Distocia
Distocia no Trabalho de Parto:
• Pode ser definida como qualquer alteração, que durante o trabalho, criam
dificuldades a evolução do trabalho de parto e contratilidade uterina. Pode
ser causada por:
• Anormalidades das forças expulsivas;
• Anormalidades da apresentação, posição ou desenvolvimento do feto;
• Anormalidades da pelve materna.
Violência Obstétrica
• Entende-se por violência obstétrica qualquer ato exercido por
profissionais da saúde no que cerne ao corpo e aos processos
reprodutivos das mulheres, exprimido através de uma atenção
desumanizada, abuso de ações intervencionistas, medicalização e a
transformação patológica dos processos de parturição fisiológicos.

(JUAREZ et al., 2012)


Violência Obstétrica

(JUAREZ et al., 2012)


Violência Obstétrica no Brasil
• 25% das brasileiras que deram a luz afirmam ter sido desrespeitada na gestação
ou no parto;

• 71% não tiveram direito ao acompanhante;

• 73% não tiveram acesso a medidas não farmacológicas de alívio da dor;

• 75% não tiveram alimentação durante o trabalho de parto;

• 36% receberam ocitocina para acelerar o TP;

• 39% tiveram a bolsa rompida para acelerar o TP.


(NASCER NO BRASIL, 2014)
Violência Obstétrica na Gestação
• Negar atendimento a mulher ou impor dificuldade em postos de saúde onde é
realizado o pré-natal;

• Comentários constrangedores à mulher, por sua cor, raça, idade, escolaridade,


religião, estado civil, orientação sexual, número de filhos;

• Ofender, humilhar ou xingar a mulher e/ou sua família;

• Negligenciar o atendimento de qualidade;

• Agendar cesárea sem recomendações.


(SÃO PAULO, 2015)
Violência Obstétrica no Parto
• Peregrinação por leito;
• Impedir acompanhante de escolha da mulher;
• Procedimentos que causem dor ou dano físico;
• Ação verbal que cause sentimento de inferioridade;
• Cesariana sem indicação clínica;
• Impedir ou retardar o contato pele a pele da mãe com o bebê;
• Dificultar o aleitamento materno.

(SÃO PAULO, 2015)


Violência Obstétrica no Abortamento
• Negativa ou demora no atendimento à mulher em situação de abortamento;

• Questionamento à mulher quanto à causa do abortamento;

• Realização de procedimentos invasivos sem explicação, consentimento ou


anestesia;

• Coagir a confissão de aborto provocado e denunciar a mulher em situação de


abortamento.

(SÃO PAULO, 2015)


Boas Práticas
• Avaliação do risco gestacional;
• Plano individual de parto;
• Respeito à escolha da mulher sobre o local do parto;
• Referenciar a gestante para maternidade onde será realizado o parto;
• Privacidade no local de parto;
• Apoio empático pelos prestadores de serviço;
• Respeito à escolha do acompanhante;
• Oferta de líquidos por via oral;

(OMS, 2014)
Boas Práticas
• Monitoramento fetal por meio de ausculta intermitente;
• Utilização do partograma;
• Monitorar o bem estar físico e mental da mulher;
• Métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor;
• Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto e parto;
• Incentivo a verticalização;
• Contato cutâneo direto.

(OMS, 2014)
Boas Práticas
Trocar...
Boas Práticas
Por...
Alguns Relatos...
[...] Assistência humanizada é dar toda aquela
assistência que precisa, mas não precisam ser tão
estúpidos, tratar a gente pelo menos bem [...] por
mais que não esteja pagando é um direito que a
gente tem de dar a nossa opinião [...] uma hora
q u a n d o e u s e nt i u m a d o r m u i to fo r te u m a
[profissional] alterou a voz comigo, disse que
qualquer coisa não era para eu gritar, era para eu
ficar quieta daí ela disse: na hora foi bom, tu não
sentiu dor, porque agora tu tem que sentir. Daí
então eu me isolei e não falei nada [...].
Alguns Relatos...
Puerpério
• É o período que vai desde o nascimento do bebê, até seis semanas
após o parto, onde a mulher atravessa uma série de transformações
de várias naturezas. Seu corpo vai se recuperar do parto ou da
cirurgia (caso tenha sido cesárea) e das modificações ocorridas
durante a gestação; ela está se adaptando à chegada de um novo
membro da família; ela está tentando elaborar o seu parto; ela
p re c i s a e nt ra r e m e nte n d i m e nt o c o m s e u b e b ê q u a n t o à
amamentação; enfim, um mundo de novas sensações e necessidades
Puerpério
• As contrações cuja frequência vão diminuindo, até atingir 1 em cada
10 min, decorridas 12 h de puerpério. Nos dias que se seguem, a
intensidade e o número das contrações estão mais reduzidos. Quando
o bebê suga o seio materno, pode haver aumento nítido na atividade
uterina, que desaparece ao final da mamada.
Puerpério
• um período cronologicamente variável, de definição imprecisa, durante o
qual se desenrolam todas as manifestações involutivas e de recuperação da
genitália materna após o parto.
• Registra-se a ocorrência de importantes modificações gerais, que perduram
até o retorno do organismo às condições vigentes antes da gravidez.
• Em geral, a involução puerperal completa-se no prazo de 6 semanas e o
período que se sucede
• ao parto pode ser dividido em:
• Pós-parto imediato (do 1o ao 10o dia)
• Pós-parto tardio (do 10o ao 45o dia)
• Pós-parto remoto (além do 45o dia).
Puerpério normal e patológico
Até a próxima...
Referências
• WORLD HEALTH ORGANIZATION. Parto normal: boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento. WHO, 2014.
Disponível em: http://static.hmv.org.br/wp-content/uploads/2014/07/OMS-Parto-Normal.pdf>. Acesso em: 04
/12/2015.
• JUÁREZ, D.O. Violencia sobre lasmujeres :herramientas para eltrabajo de losequiposcomunitarios / Diana Juárez y
otras.; ediciónliteraria a cargo de ÁngelesTessio. - 1a ed. - Buenos Aires : Ministerio de Salud de la Nación, 2012.
• NASCER NO BRASIL. Sumário executivo temático nascer no Brasil. Inquérito Nacional sobre parto e nascimento.
Fundação Oswaldo Cruz, 2014.
• SÃO PAULO. Violência obstétrica, voce sabe o que é? Escola de defensoria pública. Núcleo especializado de
promoção e defesa dos direitos da mulher. São Paulo, Disponível em:
http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/repositorio/41/violencia%20obstetrica.pdf . Acesso em: 04/12/2015.
• ZUGAIB, M. Obstetrícia. 2. ed. – Barueri, SP: Manole, 2012.
• MONTENEGRO, C.A.B. Rezende Obstetrícia Fundamental. 11. ed. – Rio de Janeiro, 2008.

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