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KARINA TOMAZ ROLO – ST (DRA.

PARMA) – 6º PERÍODO – PROBLEMA 5

Problema 5
1) Discutir sobre a evolução/duração Coronariana Aguda. Então o ECG
da dor torácica anginosa e alterações deve ser repetido em intervalos curtos
do ECG no IAM ST. (a cada 5-10 minutos).
EVOLUÇÃO DA DOR ECG no IAM ST pode apresentar:
Dor torácica em região precordial ou alterações do segmento ST/onda T;
retroesternal, de intensidade variável bloqueio completo de ramo esquerdo
(em geral, de forte intensidade), novos; desenvolvimento de onda Q
duração de mais de 20 minutos e que patológica (significa uma área
não melhora por completo com eletricamente inativa em razão de
repouso ou uso de nitrato sublingual. necrose miocárdica).
A dor pode ser caracterizada como
em aperto, peso, contrição, ardência
ou queimação. Esta pode ter
irradiação para membros superiores
(ou apenas membro superior
esquerdo), mandíbula, pescoço, dorso,
epigástrio e face anterior do tórax.
A dor pode ser acompanhada de
náuseas, vômitos, sudorese e palidez e
ser desencadeada por esforço físico
ou estresse.
ECG NO IAMST
O supra de ST (sugere oclusão
O ECG deve ser obtido e interpretado coronariana total) é marcado por
em menos de 10 minutos e, não só elevação do ponto J maior ou igual a
confirma diagnóstico, como orienta o 2 mm em homens e maior ou igual a
tratamento. 1,5 mm em mulheres nas derivações
ECG dentro da normalidade, em V2 e V3 e maior ou igual a 1 mm em
paciente sintomático, não descarta a derivações contíguas.
possibilidade de Síndrome
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O supra de ST não é patognomônico ramo do nó atrioventricular, ramo


de IAM, podendo ocorrer agudamente interventricular posterior (na maioria
na angina de Prinzmetal e das pessoas; o ramo que emite essa
cronicamente na discinesia ou artéria determina a dominância
aneurisma ventricular. cardíaca), ramos interventriculares
septais (perfuram septo IV).
A Descendente anterior supre: quase
todo o septo IV, parede anterior e
região apical do VE. Emite ramos
septais e diagonais
ACE supre: átrio esquerdo; maior
parte do VE; parte do VD; maior
parte do septo IV; só AS (40% das
pessoas).
ACE emite ramos: ramo do nó AS
(40% das pessoas), ramo
interventricular anterior, ramo
2) Relembrar a vascularização do circunflexo, ramos interventriculares
coração e descrever as derivações septais, ramo lateral/diagonal, ramo
referentes a cada parede acometida. marginal esquerdo, interventricular
posterior (alguns casos).
Irrigação arterial é feita pelas artérias
coronárias (trajetos epicárdicos). A Cx supre: parede lateral do VE,
porção basal do septo IV e parede
As artérias coronárias direita e
inferior e posterior do VE. Emite
esquerda se originam dos seios da
ramos marginais esquerdos.
aorta, imediatamente superior à valva
da aorta, seguindo para lados opostos
do tronco pulmonar.
A ACD supre: átrio direito; maior
parte do VD; face diafragmática do
VE; parte do septo IV; nó AS e nó
AV na maioria das pessoas.
A ACD emite ramos: ramo do nó
sinoatrial, ramo marginal direito,
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patológicas; perda de miocárdio


viável ou alteração da motilidade
segmentar por exame de imagem;
identificação de trombo
intracoronário por angiografia ou
autópsia.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

3) Explicar a conduta para IAM ST na


emergência.
INTRODUÇÃO

-Infarto Agudo do miocárdio:


qualquer necrose do músculo
cardíaco.
-IAM sem supra de ST: associado a
oclusão subtotal de artéria coronária,
causada por trombos brancos (ricos
em plaquetas).
-IAM com supra de ST: associado a
oclusão total de artéria coronária, CONDUTA NA EMERGÊNCIA/PRÉ-
caudada por trombos vermelhos (ricos HOSPITALAR
em fibrina). -Anamnese direcionada
-Diagnóstico de IAM: detecção com (diferenciação da dor torácica).
aumento e/ou queda dos níveis de -Exame físico direcionado: bradi ou
marcadores cardíacos (pelo menos um taquicardia sinusal, hipertensão
valor acima do percentil 99) arterial, quarta bulha, estertores
associado a pelo menos um dos pulmonares.
critérios: sintomas de isquemia
miocárdica; alterações do segmento -Monitorização
ST/onda T ou bloqueio completo de -Acesso venoso.
ramo esquerdo novos;
desenvolvimento de ondas Q
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-ECG de dose derivações deve ser Oferecer O2 suplementar por meio de


feito e interpretado nos primeiros 10 máscara ou cateter nasal, a 2-4 L/min,
minutos. Caso seja inconclusivo, se a SatO2 < 90%.
mediante alta suspeita clínica, deve-se
Se a hipoxemia for refratária faz-se
manter monitorização contínua e
suporte ventilatório com pressão
ECG seriados (a cada 5-10 minutos).
positiva com VNI ou IOT
-Devem ser solicitados: hemograma,
Mesmo pacientes sem hipoxemia são
lipidograma, glicose, ureia, creatinina,
tratados com O2 suplementar na
eletrólitos, TAP/PTT e marcadores de
abordagem inicial e esta não deve
necrose miocárdica. Solicitar raio X
durar mais que 3-6 horas, para não
de tórax em no máximo 30 minutos se
aumentar a resistência vascular
suspeita de dissecção de aorta.
periférica.
ANALGESIA

A dor do IAM ST é muito intensa,


provocada por estimulação simpática
(aumenta consumo de O2) e deve ser
tratada com morfina intravenosa, 2-4
mg repetidos a cada 5-15 minutos.
Esta pode ser aplicada até o alívio da
dor ou até ocorrência de toxicidade
(vômitos e hipotensão).
A morfina reduz a dor, ansiedade e
possui propriedade vasodilatadora.
Contraindicado o uso em caso de
IAM de parede inferior devido ao
grande risco de hipotensão.
NITRATOS

OXIGÊNIO
São usados por via sublingual:
Portadores de SCA podem ficar nitroglicerina (0,4 mg), mono (5 mg)
hipoxêmicos pela congestão ou dinitrato de isossorbida (5 mg;
pulmonar. mais usado).
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Promovem vasodilatação venosa e Se houver fatores de risco para


arterial, incluindo as coronárias, choque cardiogênico ou
reduzindo a pré e pós-carga, contraindicações não fazer uso
aumentando a perfusão miocárdica. imediato.
A via SL é preconizada para alívio
inicial da dor, podendo repetir as
doses de 5-5 minutos por três vezes.
Os nitratos IV são reservados para
pacientes com: dor persistente;
hipertensão arterial ou congestão
pulmonar. Se necessário uso por mais
de 78 horas, trocar para via oral (8/8
horas ou 6/6 horas com última dose
do sai omitida), pois passa a ter
tolerância.

Preferência pela via oral (metoprolol


50 mg VO 6/6h no primeiro dia,
seguindo-se 100 mg VO 12/12h em
diante), sendo a IV reservada para
casos refratários (5 mg de metoprolol
BETABLOQUEADORES IV de 5-5 min por até três doses,
Reduzem a FC, o inotropismo e a PA, seguindo com VO).
mas aumentam o fluxo sanguíneo na ANTIPLAQUETÁRIOS
rede de colaterais e no subendocárdio,
Uso de AAS reduz a taxa de
reduzem a taxa de fibrilação
mortalidade e complicações. Deve ser
ventricular e morte súbita cardíaca.
administrado da dose de 200-300 mg
O uso desse medicamento pode ser no “ataque” (mastigar 2-3
feito com uso imediato e uso tardio (> comprimidos), mantendo-se 100
24 horas após o IAM ST). mg/dia para o resto da vida.
Na ausência de contraindicações,
todos os pacientes podem fazer uso
imediato.
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A dupla agregação com AAS e Diagnóstico (história clínica + ECG +


clopidogrel é superior ao uso isolado Marcadores de necrose miocárdica)
de AAS. de IAM e estratificação de risco.
O clorpidogrel é administrado: nos 4) Explicar as terapias de
menores de 75 anos – dose de ataque revascularização no IAM ST.
(dependerá da terapia de reperfusão
que será adotada: nos pacientes
submetidos a trombólise química a
dose é de 300 mg e nos submetidos a
angioplastia primária a dose é de 600
mg), seguindo-se 75 mg/dia; nos
maiores de 75 anos – não recebem
dose de ataque, apenas 75 mg/dia.
O ticagrelol pode ser usado em
associação ao AAS, com dose de A restauração do fluxo em coronária
ataque de 180 mg, seguindo com ocluída, se realizada em tempo hábil,
manutenção de 90 mg duas vezes ao reduz a extensão do infarto e
dia. mortalidade.
ANTICOAGULANTES A reperfusão pode ser feita com
Será administrado enoxaparina trombolíticos ou angioplastia com
(heparina de baixo peso molecular), já balão (com ou sem implante de stent).
que houve redução do desfecho A angioplastia é superior aos
primário de morte. trombolíticos, mas na prática, podem
Enoxaparina: pacientes com menos de haver empecilhos para a realização da
75 anos – 30mg EV em bólus seguido angioplastia em tempo hábil.
por 1 mg/kg SC a cada 12 horas; TROMBOLÍTICOS
pacientes com mais de 75 anos não
Os trombolíticos são mais eficazes
utilizar bólus inicial e reduzir a dose
quanto mais precoces forem
para 0,75 mg/kg SC a cada 12 horas.
administrados.
ANTIARRÍTMICO
Podem ser administrados com
Sem indicação rotineira. intervalo de tempo entre o início da
CONDUTA NA EMERGÊNCIA dor e a aplicação de até 12 horas, mas
nas primeiras 3 horas que são obtidos
os melhores resultados.
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-Estreptoquinase (SK): trombolítico


não fibrinoespecífico; ativa o
plasminogênio do trombo e o
circulante.
-Ativador tecidual do plasminogênio
(rtPA ou alteplase) e tenecteplase
(TNK): agentes fibrinoespecíficos,
agindo apenas o fibrinogênio ligado à
rede de fibrina.

-Critérios de reperfusão miocárdica:


redução de mais de 50% na altura do
supra de ST na derivação em que este
era maior; ou também: “pico precoce”
na curva MNM, surgimento ode
arritmias de reperfusão e
desaparecimento súbito da dor.
-A patência da coronária após a
trombólise é estagiado pela
angiografia, segundo a classificação
de TIMI.
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No caso de reinfarto (dor + elevação


de ST ou BRE novo) ou reoclusão
após reperfusão química bem-
sucedida, é preferencial a reperfusão
por angioplastia de resgate. Se
necessário o uso de trombolítico, este
não pode ser feito em período inferior
a 24 horas da última administração.
ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA

É estratégia mais eficaz, Há os stent convencionais/não


proporcionado o fluxo TIMI 3 em farmacológicas e os farmacológicos.
mais de 90% dos casos e reduzindo as Os farmacológicos apresentam sua
taxas de mortalidade, reinfarto e superfície interna impregnada com
complicações hemorrágicas. substância antiproliferativas,
Deve ser feita até 12 horas após o impedindo a reepitelização tardia
início da dor. exagerada do lúmen, podendo levar a
oclusão tardia.
Prefere-se tal alternativa em
detrimento dos trombolíticos, se esta Após implantação dos stents é
puder ser feita em até 90 minutos essencial a dupla antiagregação
após o diagnóstico. plaquetária até que a reepitelização se
complete. No stent convencional, esta
É escolha obrigatória se houverem é feita por um mês, nos
contraindicações aos trombolíticos e farmacológicos de 1ª geração
nos casos de choque cardiogênico. (siromilus ou paclitaxel) por 1 ano e
A via de acesso transradial está nos de 2ª geração (everolimus,
associada a menores taxas de biolimus ou zotarolimus) por seis
complicações hemorrágicas. meses.

O uso do stent é eficaz e reduz a Os stents farmacológicos são mais


necessidade de revascularização eficazes, mas só estão indicados para
futura do vaso-alvo (sem o stent o pacientes que tem mais chances de
vaso pode reestenosar). aderir ao tratamento com dupla
antiagregação plaquetária, e com
baixo risco de necessidade de
cirurgias de emergência ou risco de
sangramento, já que a parada do uso
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das medicações leva a trombose Nos casos de choque cardiogênico


aguda do stent. pode ser empreendida com sucesso
até 18 horas da instalação do choque.
ANGIOPLASTIA DE RESGATE

Realizada após a falência do 5) Distinguir os marcadores de lesão


trombolítico. e/ou necrose cardíacos.

Falência do trombolítico é quando há Esses marcadores são fundamentais


obtenção de fluxo TIMI 0 ou 1 após para o diagnóstico e prognóstico dos
90 minutos da administração do pacientes com SCA. Estes são
fármaco. macromoléculas intracelulares que
são liberadas para o interstício com a
Deve ser feita em menos de 180 injúria dos cardiomiócitos.
minutos após a constatação de falha
da trombólise. Os marcadores mais usados nas
rotinas são as troponinas
ANGIOPLASTIA ELETIVA
cardioespecíficas e o CK-MB massa.
Recomendada para todos os pacientes
CREATINAQUINASE E ISOFROMAS (CK TOTAL,
submetidos a fibrinólise, mesmo que CK-MB “ATIVIDADE” E CK-MB “MASSA”)
aparentemente tenha havido
A CK é uma enzima presente em
reperfusão satisfatória.
todos os músculos.
Idealmente deve ser feito entre 3-24
-CK total: mede todas as isoformas
horas após a administração do
sem discriminá-las, sendo pouco
trombolítico, sneod importante
específico.
porque identifica lesões residuais e
falhas. da fibrinólise, permitindo a -CK-MB: isoforma predominante no
imediata intervenção. músculo cardíaco, sendo mais
específico.
CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA

Indicada com urgência quando houver --CK-MB atividade: se altera de 4-6


contraindicações ou falha das demais horas após o evento, com pico em 18
terapias de reperfusão, desde que o horas e normalização após 48-72
paciente apresente anatomia horas. CK-MB massa > 5ng/ml –
coronariana favorável. positivo para necrose miocárdica.

Deve ser feita entre 4-6 horas do --CK-MB massa: se eleva em 3-6
início do IAM ST. horas, com pico entre 16-24 horas e
normalização em 78-72 horas ->
método de escolha. CK-MB atividade
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> 15-20 U/L – positivo para necrose


miocárdica.
MIOGLOBINA

Hemoprotéina encontrada no
citoplasma de todos os miócitos,
tendo rápida ascensão dos níveis
séricos após a ocorrência de lesão
muscular. Eleva-se entre 1-2 horas
após o início dos sintomas, com pico
entre 6-9 horas e normalização entre
12-24 horas.
Importante para diagnóstico de
exclusão de IAM, pois tem alto valor
preditivo negativo.
TROPONINAS CARDIOESPECÍFICAS

As troponinas são constituintes da


estrutura dos sarcômeros e duas 6) Entender a fisiopatologia do IAM
isoformas (troponina I e troponina T) ST.
são exclusivas do tecido miocárdico.
ETIOLOGIA DO IAM ST
Seus níveis se elevam 4-8 horas após O IAM ST é causado por obstruções
o início dos sintomas, com pico em agudas nas coronárias epicárdicas, o
36-48 horas e normalização após 5-14 que pode ocorrer por aterotrambose
dias. (95% dos casos; formação de trombo
São o principal método de escolha sobre uma placa de ateroma) ou por
entre os marcadores de necrose oclusão coronariana aguda secundária
miocárdica para IAM e IAM tardio. a processos não aterotrombóticos
(5%; espasmo coronariano, cocaína,
Positivo para necrose miocárdica se embolia coronariana, dissecção
valor >0,1 mg/mL (> percentil 99). coronariana, trauma coronariano,
As troponinas podem estar elevadas vasculite coronariana, síndrome do
por outras causas que não o IAM, anticorpo antifosfolípide).
devendo ser relacionada aos demais Patogênese da aterosclerose
dados acerca do paciente.
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A aterosclerose é uma doença -As células inflamatórias passam a


inflamatória crônica sistêmica que aderir ao endotélio, inicialmente por
ocorre sobretudo na camada íntima rolamento mediado por selectinas e,
das artérias, mas também envolve as em seguida, passam para a adesão
camadas média e adventícia. firme, interagindo com o VCAM I.
As células inflamatórias adentram a
FASES DO DESENVOLVIMENTO DA
ATEROSCLEROSE camada íntima por diapedese,
processo dependente de gradiente
FASE INICIAL DA ATEROGÊNESE
quimiotático, gerado pela proteína
-No estado normal, as células quimiotática de monócito (MPC-I).
endoteliais não permitem a adesão de Esta proteínas é hiperexpressa no
células sanguíneas como os ateroma, o que permite recrutar mais
leucócitos. monócitos.
-Com o acúmulo de fatores de risco -Há acúmulo extracelular de lipídeos
ou desencadeadores da aterosclerose, na camada íntima, como o LDL que
como fumo, HAS, hiperglicemia, se liga aos proteoglicanos da matriz
dieta rica em gorduras, obesidade, extracelular arterial a partir de um
mutações clonais em células sítio na apoproteína B.
hematopoiéticas e fatores
psicossociais, as células endoteliais
são instigadas a expressar moléculas
de adesão, permitindo a aderência de
leucócitos na parede arterial.
-A molécula de adesão celular
vascular 1 (VCAM 1) é a principal
responsável por permitir a adesão
celular, principalmente de monócitos
e linfócitos.
-A expressão da VCAM I é induzida
por lipídeos oxidados e citocinas pró-
inflamatórias, como IL-1 e TNF-alfa,
além de ser influenciada pelo tipo de
fluxo sanguíneo (fluxo turbulento tem
maior propensão a formação de
placas).
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FASE DE DESENVOLVIMENTO DA ESTRIA DE placa) e TH2 (secreta perfil de


GORDURA
citocinas que diminui a inflamação).
-Na camada íntima, os monócitos
-Os linfócitos T CD8 estão
maturam-se em macrófagos que
relacionados ao processo de apoptose
expressam os receptores LOX-1.
de células como macrófagos, células
Estes permitem a internalização
endoteliais e musculares lisas.
excessiva de lipídeos modificados,
principalmente LDL-oxidado.
-Os macrófagos acumulam fagocitam
ésteres de colesterol para seu
citoplasma, tornando-se células
espumosas -> Estria gordurosa (ainda
é reversível e não causa repercussões
clínicas).
-Os macrófagos se multiplicam,
liberando fatores de crescimento e
citocinas, ampliando a resposta
inflamatória.
-O fator estimulador de colônia de
macrófago (M-CSF) está
hiperexpresso nas placas de ateroma.
-A resposta imune e liberação de
citocinas que ocorre na placa são
componentes da resposta imune inata,
mas há também resposta imune FASE DE PROGRESSÃO PARA PLACA COMPLEXA

adaptativa. -As células musculares lisas


sintetizam a matriz
-As células dendríticas teciduais e
extracelular/colágeno depois que
macrófagos funcionam como células
migram da túnica média para a íntima
apresentadoras de antígenos para os
devido a ação de fatores de
linfócitos T.
crescimentos derivados de plaquetas
-Os linfócitos T CD4 ativados se secretados pelos macrófagos e pelas
diferencia em células efetoras Th1 células epiteliais.
(produz citocinas pró-inflamatórias,
contribuindo para desestabilização da
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-Há apoptose de células musculares


lisas mediada por linfócitos T
citotóxicos e elas também promovem
a calcificação da placa, que é mediado
pelo sistema RANK/RANK ligante e
osteoprotegerina.
-Há formação de novos vasos
sanguíneos a partir da vasa vasorum
(neovascularização), mediada por
fatores de crescimento de
fibroblastos, fatores de crescimento
placentário. Estes permitem a
progressão da placa, entrada de mais
leucócitos, aporte de nutrientes para
áreas mais centrais da placa. FASE DE ROTURA DA PLACA

-Os novos vasos também favorecem a -Remodelamento positivo: quando a


hemorragia intraplaca e trombose in placa fica em colesterol se transforma
situ. Nesse processo, há produção de em placa fibrosa/calcificada, sempre
trombina, que ativa as células crescendo contraria a luz do vaso,
epiteliais, musculares, macrófagos e aumentando sua espessura.
plaquetas para produção de
-Quando a placa atinge um tamanho
mediadores químicos. Que promovem
de cerca de 40% da espessura
o crescimento da placa, tornando-a
vascular, a lesão passa a crescer em
suscetível a complicações
direção a luz do vaso, podendo causar
trombóticas.
estenoses.
-A rotura da placa com sua trombose
é a complicação mais temida da
aterosclerose e sabe-se que sua
instabilização está mais relacionada a
seu nível de atividade inflamatória do
que a seu grau de estenose.
-As SCA podem resultar de rotura da
capa fibrosa (mais comum) ou erosão
superficial da íntima, o que permite
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que o sangue tenha contato com o


material trombogênico do core
lipídico.
-A rotura ocorre por desequilíbrio na
produção e degradação de matriz
extracelular, havendo predomínio da
degradação e enfraquecimento da
capa. Isso decorre da liberação de
IFN-alfa que inibe a produção de
colágeno pelas células musculares,
aumento da colagenólise e aumento
da apoptose das células musculares.
-Com a ruptura, o núcleo lipídico
exposto interage com moléculas de
fibrinogênio e inibidor do ativados de 10) Explicar a farmacologia e
plasminogênio, levando a formação indicação dos medicamentos citados
de um trombo sobre a placa, que pode no tratamento do IAM.
obstruir total ou parcialmente a luz do ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
vaso.
-É um anti-agregante plaquetário.
-No caso da erosão, tem-se exposição
-É um inibidor irreversível da COX 1,
da camada íntima rica em células
impedindo a síntese de tromboxano
musculares e proteoglicanos ao
A2 (vasoconstritor e pró-agregante)
sangue, devido a apoptose de células
por toda a vida daquela plaqueta (7-
endoteliais. Isto leva a atração
10 dias).
plaquetária para a região, formando
um trombo. -Dose diária de 100 mg, sem
interrupções para a prevenção de
novos eventos isquêmicos.
-Absorção completa pelo TGI; níveis
plasmáticos máximos após 10-20
minutos; transporte via proteínas
plasmáticas; meia vida de 2-15 horas;
excreção renal.
CLOPIDOGREL
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-É um anti-agregante plaquetário. de colesterol, já que compete com a


HMG-CoA redutase. Além disso,
-É um inibidor irreversível dos
inibe a síntese hepática de colesterol,
receptores plaquetários P2Y12
reduz triglicérides e aumenta o HDL.
presentes na superfície plaquetária,
impedindo o recrutamento e ativação -Absorção intestinal entre 30-85%;
das plaquetas. metabolização hepática; ligação a
proteínas plasmáticas; meia-vida de
-Dose de 75 mg/dia.
20 horas; pico plasmático em 1-4
-É mais eficaz se utilizado juntamente horas; eliminação pelas fezes.
com o AAS. É útil para redução da
CAVERDILOL
taxa de AVE, IAM e morte em
paciente com IAM ou AVE recentes, -É um beta-bloqueador.
doença arterial periférica estabelecida -Atua como antagonista de ação
ou SCA. múltiplas, com propriedade
-Rapidamente absorvido; pico betabloquadoras não seletivas. Reduz
plasmático em 45 minutos; ligação a a resistência vascular periférica,
proteínas plasmáticas; metabolização suprime o SRAA.
hepática; excreção pela urina e fezes; -Reduz a FC, inotropismo e PA, além
meia-vida de 6 horas. de melhorar o controle da mortalidade
ATORVASTATINA no infarto
-É uma estatina. -Absorção intestinal; distribuição
ligado a proteínas plasmáticas;
-Deve-se fazer início precoce
metabolização hepática, excreção
(primeiras 24 horas) das estatinas e
pelas fezes e urina.
em dose máxima, já que reduz a
morbimortalidade independente dos ESPIRONOLACTONA

níveis prévios de colesterol do -É antagonista da aldosterona,


paciente. diurético poupador de potássio.
-Dose de 80 mg/dia. -Atua inibindo de forma competitiva a
-Dosar lipidograma após 30 dias do ligação da aldosterona aos receptores
evento e titular a dose adequada para mineralocorticoides, não permitindo a
manter LDL< 70 mg/dL. produção de proteínas induzidas da
aldosterona.
-Atua inibindo uma etapa inicial
limitante de velocidade da biossíntese
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-Reduz a morbimortalidade e as natriurese. Além disso, aumento os


arritmias cardíacas em pacientes com níveis do regulador natural de células-
IC. tronco, tendo efeitos cardioprotetores.
-Indicada após IAMST, associado a -Absorção intestinal; metabolização
IECA ou BRA, se: FE menor ou igual hepática; excreção renal; meia vida de
a 40% + sinais clínicos de ICC ou FE 1,3 horas.
menor ou igual a 40% + diabetes
7) Explicar as taquiarritmias de QRS
mellitus.
alargado pós-IAM e seu tratamento.
-Absorção de 65%; metabolização
A isquemia transmural de instalação
hepática; meia vida de 1,6 horas.
súbita altera as propriedades
ENALAPRIL eletrofisiológicas do miocárdio
ventricular, tornando-o instável do
ponto de vista elétrico.
Podem ocorrer arritmias ventriculares
graves e fatais na fase aguda do IAM,
como a fibrilação ventricular primária
e secundária e a taquicardia
ventricular sustentada, sendo mais
comuns nas primeiras 4 horas após o
IAM.
-As arritmias ventriculares muito
precoces indicam a presença de
alteração miocárdica funcional
causada pela isquemia e, as tardias, a
presença de um substrato
-É um IECA. arritmogênico, que pode se associar a
-Em longo prazo, quanto maiores os rebaixamento da FE.
riscos de eventos cardiovasculares, FIBRILAÇÃO VENTRICULAR PRIMÁRIA
maior o benefício obtido com o uso.
-Fibrilação ventricular que ocorre em
-Dose de 10 mg de 12/12 horas. pacientes sem nenhum sinal de
insuficiência cardíaca.
-Age inibindo a conversão de
angiotensina I em angiotensina II, -Ocorre em fase bem precoce, com
reduzindo a PA e aumentando a maior incidência na primeira hora
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(80% ocorrem nas primeiras 48 -A disfunção ventricular altera as


horas). propriedades eletrofisiológicas do
miocárdio ventricular, contribuindo
-Fatores preditores: infarto prévio,
para a arritmogênese.
potássio sérico < 4 mEp/L e maior
área isquêmica. -Mesmo tratamento da FV primária.
-É decorrente de alterações da FIBRILAÇÃO VENTRICULAR TARDIA

refratariedade e condutividade -FV que ocorre após 48 horas de


miocárdicas, levando a mecanismos evolução do IAM.
reentrada funcional, além de
desequilíbrio eletrolítico e tônus -Mecanismo diferente do FV precoce
adrenérgico elevado. (<48 horas).

-É um preditor de mau prognóstico -Nessa fase não há mais isquemia e a


intra-hospitalar. área de necrose está em plena
cicatrização.
-O paciente deve se monitorizado e
no reconhecimento desta, faz-se a -Ocorre pela reentrada em torno de
desfibrilação elétrica com 360 J. um foco necrótico do miocárdio
ventricular.
-Mesmo tratamento da FV primária.
TAQUICARDIA VENTRICULAR

-A taquicardia ventricular não


sustentada ocorre em 10-20% dos
pacientes e nas primeiras 24-48 horas
pode ser premonitória de uma FV
primária. Após 42-72 horas, se
presente no ECG-Holter é
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR SECUNDÁRIA
considerado maior risco para morte
-Fibrilação ventricular relacionada a cardíaca súbita e não súbita. O
disfunção ventricular esquerda e tratamento depende da manifestação
insuficiência cardíaca. clínica do paciente, raramente causa
-É mais frequente nas primeiras 24-48 algum distúrbio hemodinâmico, então
horas, mas pode ocorrer após as 48 seu aparecimento está mais
horas também. relacionado com prognóstico. Se
frequentes, investigar quadro
isquêmico.
KARINA TOMAZ ROLO – ST (DRA. PARMA) – 6º PERÍODO – PROBLEMA 5

-A taquicardia ventricular sustentada


pode ser:
--Polimórfica: possui mecanismo
isquêmico, ocorrendo em pacientes
com isquemia residual significativa. É
refratária ao uso de drogas e pode ser
prevenida com a revascularização 8) Explicar o ecocardiograma no
miocárdica. seguimento do IAM ST para
diagnóstico Insuficiência cardíaca.
-O ecocardiograma é um importante
subsídio para elucidação diagnóstica e
avaliação do prognóstico após o IAM.
-Permite localizar e quantificar a
extensão do infarto, fornecendo
detalhes sobre a função dos
segmentos miocárdicos, localizando o
IAM nas regiões que apresentam
déficit contrátil (acinesia ou
--Monomórfica: é mais comum em
discinesia).
pacientes com IAM prévio e na fase
tardia (> 72 horas), ocorrendo por -Também avalia a função ventricular
mecanismo de reentrada em torno de diastólica e sistólica com o cálculo da
foco miocárdico necrótico. É sinal de fração de ejeção e complicações
mau prognóstico, indicando uso de mecânicas.
antiarrítmico em longo prazo.
-Indicado em todos os casos de IAM.
9) Explicar a fisiopatologia da
insuficiência cardíaca pós-IAM ST.
A IC com fração de ejeção do
ventrículo esquerdo reduzida é uma
enfermidade progressiva
desencadeada a partir de um insulto
inicial que acomete o músculo
cardíaco, com resultante perda de
massa, prejudicando a habilidade do
KARINA TOMAZ ROLO – ST (DRA. PARMA) – 6º PERÍODO – PROBLEMA 5

miocárdio de gerar força e manter a


função contrátil adequada.
O evento deflagrador pode ser uma
cardiomiopatia hereditária ou uma
perda muscular por IAM.
Após a disfunção cardíaca, o paciente
pode permanecer assintomático em
decorrência da ativação de -SRAA: aumento da produção de
mecanismos adaptativos neuro- renina devido a estimulação dos
hormonais (SRAA e sistema nervoso adrenorreceptores beta 1 do aparelho
simpático) que são capazes de jutaglomerular e ativação dos
sustentar ou modular a função barorreceptores renais pela queda da
ventricular em níveis próximos ao pressão hidrostática no glomérulo ->
normal. permite a transformação do
Esses fatores neuro-hormonais levam angiotensinogênio em angiotensina I
ao remodelamento ventricular, e posteriormente em angiotensina II -
alterando a forma, tamanho e função > a angiotensina II promove
ventricular. vasoconstrição, eleva a resistência
vascular, aumenta a liberação de
noradrenalina pelo SNA simpático e
estimula a liberação de aldosterona,
além disso, estimula a fibrinogênese,
tendo efeito trófico nos miócitos e
efeito proliferativo nos fibroblastos.
Mecanismos fisiopatológicos da
ICFEVEr
-Ativação neuro-hormonal: volume
arterial circulante efetivo diminui
independente da causa -> detectado
por barorreceptores renais e
extrarrenais -> ativação de
vasoconstritores e retenção de sódio.
KARINA TOMAZ ROLO – ST (DRA. PARMA) – 6º PERÍODO – PROBLEMA 5

processo aterosclerótico, reduzir a


morbimortalidade.

-A prescrição da atividade física deve


ser individualizada, de acordo com o
11) Explicar o tratamento não
acometimento e as características
farmacológico no pós-IAM.
físicas de cada paciente. Nos casos de
-Devem ser incentivadas medidas de arritmias e angina presente, deve-se
mudança do estilo de vida, como estabilizar o quadro antes das
dieta, atividade física, tabagismo e atividades físicas.
outros fatores de risco (dislipidemia,
-Os exercícios ambulatoriais devem
HAS e diabetes).
ser isotônicos, realizados entre 3-5 x
-Os tratamentos ambulatoriais e de por semana, privilegiando atividades
prevenção secundária devem ser aeróbicas. Início com 10-15 minutos
revistos, para ocorrer planejamento e de aquecimento, seguidos de
acompanhamento. exercícios com duração entre 20-60
minutos e resfriamento de 10-15
REABILITAÇÃO CARDÍACA E EXERCÍCIOS FÍSICOS
minutos. O paciente deve ser
-Paciente deve ser encaminhado a reavaliado a cada 6-8 semanas e suas
reabilitação cardíaca, que visa reduzir atividades readaptadas as novas
os efeitos deletérios do repouso condições cardiovasculares.
prolongado no leito, controlar as
alterações psicológicas, reduzir a -A liberação de atividade esportiva
permanência hospitalar, melhorar após infarto depende de resultados de
angina, atenuação da isquemia exames complementares: ECG, ECO,
induzida pelo esforço, melhorar a teste ergométrico, holter de 24 horas,
capacidade funcional. Permite aos raio X de tórax e exames
cardiopatas retornar a vida produtiva, laboratoriais. Pacientes de baixo risco
prevenir a progressão ou reverter o podem fazer qualquer tipo de
KARINA TOMAZ ROLO – ST (DRA. PARMA) – 6º PERÍODO – PROBLEMA 5

atividade (atividades competitivas


apenas 6 meses após IAM), já os com
moderado e alto risco devem fazer
exercícios supervisionados e nunca
atividades competitivas.
DIETA

-Deve-se aderir uma dieta


cardioprotetora, que é inspirada na
Dieta Mediterrânea, rica em legumes,
frutas, verduras, peixes, grãos
integrais, azeite de oliva.
-O grupo verde de alimentos são os
cardioprotetores, ricos em nutrientes,
fibras e vitaminas, que devem ser os
mais ingeridos: frutas, verduras,
feijão, iogurte desnatado.
-O grupo amarelo são os alimentos
que devem ser consumidos de forma
moderada para fornecerem energia:
Killip é a classificação prognóstica do
arroz, macarrão, pão, óleos e
IAM com base em sinais e sintomas
castanhas.
clínicos. O prognóstico do paciente é
-O grupo azul são os alimentos que pior quanto mais alta a classe do
devem ser inferidos em menores paciente.
quantidade durante o dia, por serem
ricos em gorduras saturadas,
colesterol e sódio: carnes vermelhas,
óleos, manteiga, queijos.
12) Explicar o protocolo TIMI.
O score TIMI (thrombolysis in
Myocardial Infarction) risk é utilizado
para estratificar o paciente quando ao
risco de complicações cardíacas.

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