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Universidade Católica de Pelotas

Centro de Ciências da Saúde


Curso de Medicina
Disciplina: PFIC – Vivências em Farmacologia

Insulinoterapia

Profª Drª QUELEN I. GARLET


Prof Dr Marcos Raniel Straliotto
(Time in Range)
(HbA1C aprox. 6,7%)
(Tempo no alvo)

(Tempo em hipoglic)

(Tempo em hipoglic)
Vias de aplicação e velocidade de absorção

MAIOR VELOCIDADE ABSORÇÃO MENOR

ABDOME | BRAÇOS | COXAS | NÁDEGAS

Massagear o local de aplicação


antes ou depois de injetar a insulina
pode acelerar a sua absorção

• Não injetar insulina perto do umbigo. Como o tecido não é resistente, a absorção da insulina
não será tão consistente.
• Não aplicar insulina perto de pintas ou cicatrizes.
• Usar somente a área exterior do braço, onde há mais gordura.
• Para facilitar a prega subcutânea no braço, apoiá-lo no encosto de uma cadeira ou utilizar
agulhas curtas, pois não necessitam de prega subcutânea e facilitam a aplicação.
• Não aplicar insulina na parte interna das coxas. Ao caminhar, este local se tornará mais
Coxas
dolorido.
• Não injetar insulina em uma área que será exercitada na sequência. Os exercícios aumentam
o fluxo sanguíneo e isso faz com que a insulina de ação lenta seja absorvida mais
rapidamente do que o normal.
• Escolher o comprimento da agulha corretamente pode reduzir a dor da injeção.
• Mudar o local de aplicação a cada uma ou duas semanas
Seringas com agulha (diferentes apresentações):
o Capacidade para 100 unidades, sendo a
escala graduada de 2 em 2 unidades,
registra apenas doses pares

o Capacidade para 50 unidades, sendo a


escala graduada de 1 em 1 unidade, a qual
registra doses pares e ímpares

o Capacidade para 30 unidades, sendo a


escala graduada de 1 em 1 unidade e de
1/2 em 1/2 unidade, a qual registra doses
pares, ímpares e fracionadas
Seringas com agulha (diferentes apresentações):
o Seringas com agulha fixa não têm espaço
residual.

o É possível, ainda, associar dois tipos de


insulina na mesma seringa.
INSULINA - CONSERVAÇÃO

ATENÇÃO:
• Não deve ser congelada se isso acontecer, precisa ser descartada.

• Quando sob refrigeração, a insulina em uso deve ser retirada da geladeira entre 15 e 30 minutos antes da
aplicação, para evitar dor e irritação no local em que será injetada.
Pré-diabético

Qual a conduta farmacológica inicial no pré-diabetes?


○MEV
○METFORMINA na prevenção do DM2 adultos com pré-DM:
○< 60 anos
○IMC> 35 kg/m2
○Mulheres com história de diabetes gestacional
○Síndrome metabólica
○HAS
○GJ > 110 mg/dL

Os inibidores do cotransportador sódio-glicose tipo 2 (iSGLT2) e os inibidores da DPP-IV não são considerados na
prevenção do DM2, por falta de evidências.
DM2

Qual a conduta farmacológica inicial no paciente com DM2?


A terapia quádrupla com
metformina, uma
sulfonilureia, um IDPP4
e ISGLT2 pode ser
considerada eficaz e segura
para o tratamento do DM2.
DM x Doença Renal

Como fazer a proteção renal no diabético sem doença renal?


INIBIDORES DO SGLT2

Em adultos não gestantes com diagnóstico recente de DM2, sem doença renal
estabelecida, um inibidor do SGLT2, com benefício renal comprovado DEVE
SER CONSIDERADO para a proteção da perda de função renal.

ANÁLOGOS DO RECEPTOR DE GLP-1

Em adultos não gestantes com DM2, sem doença renal crônica, o uso de GLP-1
RA com benefício renal comprovado PODE SER CONSIDERADO para redução
do surgimento de albuminúria.
DM2 x Insulinoterapia

Quando realizar insulinoterapia no paciente com DM2?


DM2

Glicemia jejum ≥250 mg/dL


OU
HbA1C > 9%
OU
Sintomas clínicos: poliúria, polidipsia e perda
ponderal

Início: 10 UI ou 0.1- 0.2 UI / Kg / dia


Aumento de 2 UI a cada 3 dias até alcançar
alvo!
• Em adultos com DM2 assintomáticos com doença
<70 : ↓ 2UI cardiovascular ou renal, com HbA1c acima da meta
>130 ↑ 2UI apesar da terapia tripla, a TERAPIA BASEADA EM
INSULINA É RECOMENDADA
‘bed time’(10UI)
DM2 x Insulinoterapia

Paciente com DM2 em uso de hipoglicemiante oral em associação


com insulina ‘bed time’(10 UI), com medida de hiperglicemia pós-
prandial.

Conduta?
DM1 - Insulinoterapia

Como iniciar insulinoterapia no DM1?


Dose diária total para DM1

Diagnóstico recente ou logo após diagnóstico de cetoacidose diabética:

0,5 a 1 UI/kg/dia
Insulinoterapia A reposição insulínica é feita com:

o Uma insulina basal (evitar a lipólise e a liberação hepática de glicose interalimentar)

o Uma insulina ANTES das refeições (bolus de refeição)

o Doses de insulina necessárias para corrigir hiperglicemias pré-prandiais ou de período


interalimentar (bolus de correção)

Tratamento intensivo:
►Aplicação de múltiplas doses com diferentes
tipos de ação, por meio de seringa, caneta ou
SICI
Atividade!

Proponha um esquema terapêutico para um paciente, 16


anos, DM1, 50 Kg.
Atividade!

Uma criança que utiliza 25 U de insulina ao dia deve utilizar 1 unidade


de insulina para cada quantos gramas de carboidrato ingerido?
DOSE DE INSULINA E TITULAÇÃO
Terapia basal/bolus

• Dose total : iniciada dividindo-se 50% do total calculado em insulina basal e a outra metade
dividida a cada refeição, sob a forma de insulina bolus, respeitando a regra de 1 unidade de
insulina para cada 15 g de carboidrato ingerido

𝟓𝟎𝟎
= Qtde carboidratos por U insulina
𝑫𝑻 𝒅𝒊á𝒓𝒊𝒂
Atividade!

Um paciente com DM1, com esquema terapêutico estabelecido, tem


hiperglicemia pela manhã em jejum.

Como proceder com o manejo da insulinoterapia?

*Fenômeno do Alvorecer e Efeito Somogy


Atividade!

Um paciente com DM1, com esquema terapêutico estabelecido, tem


hiperglicemia pela manhã em jejum.

Como proceder com o manejo da insulinoterapia?


FENÔMENO DO ALVORECER FENÔMENO DE SOMOGY
Níveis de glicose altos pela manhã, mesmo Ocorre devido a hipoglicemia na madrugada,
apresentando níveis de glicose em níveis normais ao induzida pela insulinoterapia da tarde ou noite, ativa
dormir. Geralmente as alterações acontecem entre 2 o processo de glicogenólise hepática e aumenta a
e 8 horas da manhã. Efeito da insulina exógena é secreção dos hormônios contrarreguladores durante
baixa. à noite, elevando os níveis de glicose sanguínea pela
- Aumentar a dose de insulina basal ao deitar! manhã.
- Reduzir a dose de insulina antes de dormir!
Atividade!

Um paciente diabético 100 kg, utiliza 0,6 U/kg/dia de insulina ultra-rápida.


Qual seu fator de sensibilidade (FS) a insulina?
DOSE DE INSULINA E TITULAÇÃO
Corrigindo hiperglicemias

• Na insulinoterapia basal/bolus: fator de sensibilidade (FS) → valor de glicemia que será


diminuído com a aplicação de uma unidade de insulina ultrarrápida.

FS= 1.800 U insulina de ação ultrarrápida/dose total de insulina diária

FS= 1.500 U regular/dose total de insulina diária


Atividade!

No caso do paciente anterior, com glicemia encontrada de 280 mg/dl, no


qual você deseja corrigir a glicemia para 100 mg/dl, quantas unidades serão
necessárias de insulina lispro para a correção?
DOSE DE INSULINA E TITULAÇÃO
Corrigindo hiperglicemias

Para a realização de uma conta mais precisa, pode-se também utilizar a fórmula do bolus de correção (BC).
Esse bolus de correção leva em conta a glicemia atual do paciente, a glicemia desejada e o fator de
sensibilidade.

(𝑮𝒍𝒊𝒄. 𝑨𝒕𝒖𝒂𝒍) – (𝑮𝒍𝒊𝒄. 𝑫𝒆𝒔𝒆𝒋𝒂𝒅𝒂)


𝑩𝑪 =
𝑭𝑺
DOSE DE INSULINA E TITULAÇÃO
Corrigindo hiperglicemias

Se for estabelecida, p. ex., uma meta de 100 mg/dl,

com fator de sensibilidade (FS) igual a 30, pode-se

orientar o paciente a seguir a recomendação para

correção da glicemia ---------→


Atividade!

Um paciente com glicemia encontrada de 320 mg/dl, no qual você deseja


corrigir a glicemia para 100 mg/dl, sendo que este paciente pesa 120 kg e
faz uso de 0.5 U/Kg/dia. Quantas unidades de insulina regular deverá ser
administrada?

a) 6 U
b) 5 U
c) 7 U
d) 9 U
e) 10 U
Referências:

Conduta terapêutica no DM2. Sociedade Brasileira de


Diabetes. 2022.

Standards of Medical care in diabetes. American


Diabetes Association. 2023.

Rang e Dale. Farmacologia. 8ª ed. 2016.

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