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AULA: 4 ENDOCRINOLOGIA ERE

DATA:18/01/2021
PROF: DRA CHRISTIANNE LEAL
ANOTAÇÕES DE AULA + SLIDES

TEMA: INSULINOTERAPIA NO DM1


Origem e tipos de insulina
- humana: NPH (intermediária) e regular (rápida) – fornecidas pelo governo
- análogos de insulina: compostos sintéticos obtidos por alteração na estrutura química da insulina por meio da
técnica de DNA recombinante – todas as outras
 Ultrarrapida: lispro, glulisina, aspart
 Longa: glargina (lantus e basaglar – proposta de ser MV = 24H, com preço competitivo e mais acessível, com
menos hipoglc), detemir (levemir)
 Ultra longa ação: degludeca (tresiba), glargina U300 (tougeo)
- pré-misturas: são mais engessadas, mas podem ser interessantes para iniciar a insulinoterapia plena e intensiva

O que significa U100?


- 100 UI por ml  tem frascos de 3 ml (300 UI) e de 100 ml (1000 UI)
- O frasco que vai ser orientado para comprar depende da quantidade de insulina que será necessária
- caneta DEMI – única que fraciona de meia em meia UI – paciente neném.

Conservação:
- importante: insulina que está sendo usada pode ficar fora da geladeira por até 30 dias, mas insulinas que não estão
sendo usadas devem ficam dentro da geladeira
- conservar na gaveta de verduras
- tirar 10 min antes de aplicar
- local mais estável – abdome. Se aplicar na coxa, saber se vai ser feito exercício, pois pode aumentar absorção
erradamente
- tem que ter rodizio dos lugares – risco de fibrose no local.

DCCT:

- importante tratar o DM1 desde o início de forma


intensiva basal-bolus por conta da memória
metabólica, reduzindo risco de sequelas.
- por ter muitos anos de DM1 ao chegar na meia-
idade, paciente pode apresentar retinopatia e outras
complicações, de forma que deve-se otimizar o tto
desde início para retardar complicações.

Gabriela de Paula Carli – MED 112 UFJF 1


DOSES E ESQUEMA DE INSULINOTERAPIA

- Puberdade: hormônios fazem regulação contrarreguladora  resistência insulínica, precisa aumentar dose.
- interessante gravar metade basal (NPH 2 a 3x dia) / metade bolus (1x dia inicialmente, progredindo gradualmente
até 3x dia).
- crianças com condição social prejudicada ou em carboidratos e valor da Hb glc (< 8 reduz dose em
fase de adaptação: pode começar com 20%; > ou = 8 reduz dose em 10%)
convencional e ir migrando para intensiva quando
adquirir glicosímetro (basal-bolus).
- convencional: 0,5 UI/KG/DIA NPH 3x/dia 
migração para intensiva depende da contagem de

- pode aumentar a dose em pct obeso.


- prática: manter 3x / dia a aplicação.
- tudo depende do paciente: alguns tem um pouco de células pancreáticas
- paciente precisa de uma forma de monitorar a glicemia.
- tratamento que tem menor risco de glc é a contagem de carboidratos de acordo com glc pré-refeição, de forma
que ele aplicaria a insulina de acordo com a sua necessidade.

 Contagem de carboidrato deve ser feita em todas as refeições, exige mais monitorização, mas mimetiza
melhor o pâncreas.
 FS: fator de sensibilidade  insulina regular – 1500; ultrarrápida – 1700
 geralmente a meta não passa 130 – mais rígida.
 o que significa o bolus correção? A UI que vai ser necessária para bater a meta
 bolus alimentar: quantidade de carboidrato que cada UI de insulina vai compensar.
- não existe insulinização tipo bed time no DM1 (basal)  já começa plena e intensiva.

EFEITOS COLATERAIS DAS INSULINAS


- Hipoglc: interessante orientar manter uma bala, sachê de mel na bolsa em caso de sentir os sintomas e medisse glc
< 70 = hipoglc.
- ganho de peso – insulina gera lipogênese
- alergias (1%) – menos comum com advento das insulinas sintéticas
- lipohipertrofia  absorção errada da insulina com fibrose se aplicada sempre no mesmo local.

SITUAÇÕES EM QUE PACIENTE SE TORNA MAIS - atletas: atividade física aumenta transcrição de
SENSÍVEL À INSULINA cotransportador GLUT4 no musculo, aumentando
- crianças captação de glicose sem precisar de insulina 
- recém-dx com DM1 prudente ver como está a glc no pré-treino.
- baixo peso -IRC

Gabriela de Paula Carli – MED 112 UFJF 2


- estados infecciosos – hiperdinâmicos
SITUAÇÕES EM QUE DEVE-SE AUMENTAR A - gestantes, sobretudo no último trimestre
DOSE DE INSULINA - CT
- puberdade - hipertireoidismo
- obesidade – aumenta resistência

ALVOS TERAPÊUTICOS

- metas podem ser ainda mais individualizadas


- são mais flexíveis no DM1, quanto mais nova for, por conta dos riscos de hipoglicemia  pode gerar convulsões
- ideal: libre  permite monitorar bem a glicemia

EXISTE ALVO PARA DESVIO PADÃO?

- desvio padrão serve para identificar variabilidade glicêmica


- libre: mede mais glicemias, permitindo calcular media com desvio padrão
- quem está mais controlado? José, pois sua variabilidade glicêmica é maior  sua glicemia está mais ESTÁVEL.
- auxilia a avaliar o paciente  sempre calcular.

CÁLCULO DA GLC MÉDIA

SITUAÇÕES ESPECIAIS aumenta hormônios contrarreguladores insulínicos.


EFEITO SOMOGYI: - se suspeita, pedir para medir glc de madrugada para
- hiperglc matinal em resposta a hipoglc noturna, que ver se hiperglc é em resposta a higlc noturna.

Gabriela de Paula Carli – MED 112 UFJF 3


hormônios contrarreguladores insulínicos (gh e
FENOMENO DO ALVORECER cortisol)
- Redução da sensibilidade À insulina entre 5 e 8h da - há tendência a hiperglc por volta das 5 a 8h, sem ser
manhã, que causa hiperglc devido ao aumento de fruto do efeito somogyi.

- angelo estava em tto convencional com alto risco de hipoglicemia, não estava em insulinização plena intensiva 
risco alto de cetoacidose diabética.
- novo esquema: redistribuir 40 ui para basal-bolus
GLICEMIAS
- média das glc de jejum desse paciente não está na meta  206: meta ideal em pct entre 13 e 19 anos é 145 mg/dl
(recomendação deste ano).
- média das glc pós café também maior q 200.
- pré-prandial está ok
- pós-almoço: média 159 – está aceitável  8 UI de insulina no almoço está funcionando
- Média pré-jantar: 227  está alta, indagar café da tarde do paciente
- pós-jantar: está ok
- paciente está com 55 mg/dl de madrugada e depois acordou com hiperglc de 234 – efeito somogyi. Hiperglc de
manhã? Pedir pontas de dedo de madrugada para ver se tem hipoglc  se for efeito somogyi, pode-se pedir para
paciente fazer uma ceia ou dormir com glc um pouco mais elevada.
INSULINA BASAGLAR – ação longa, controla glc de jejum
CONDUTA!
- a principio, pedir ao paciente para fazer uma ceia antes de dormir e não alterar basaglar  aumenta risco de
hipoglc noturna.
- aumentar 2 a 4 UI empiricamente de insulina regular no café da manhã.
- se for com contagem de carboidratos – FS = 37  uma unidade de insulina regular abaixa 37 na glc  como
a média da pós-café deu 232 – 180 (meta) = 52 de glc que precisa diminuir. Como 1 UI de insulina regular
abaixa 37 na glicemia, pode-se aumentar a dose de 6 para 7 ou 8 UI.

- Paciente muito novinha, acabou de abrir o quadro de DM = ser mais flexível.


- dose empírica e fixa pode levar a flutuação maior das glicemias – problema de dose fixa para criança é que criança
nem sempre come tudo. Ideal é contar contagem de carboidrato, mas nem sempre os pais entendem a conta.
- NPH no jantar aumenta risco de hipoglc de madrugada  que a paciente está fazendo, aumentando também glc de
jejum (efeito somogyi) = trocar essas 4UI no jantar para a noite ao deitar.
- médio glc antes almoço – 150  está aceitável, ou seja, insulina regular do café da manhã está funcionando.
- média glc pós almoço: 80 – pode reduzir empiricamente 1 UI, para evitar hipoglc  para crianças pode adquirir

Gabriela de Paula Carli – MED 112 UFJF 4


canetas que vão de 0,5 em 0,5 UI – DEMI (Caneta permanente que custa 100 e poucos reais).
 FS = 1500/14 = 100  1 UI de insulina abaixa 100  se diminuir 1 UI na dose de regular no almoço, já vai
melhorar a hipoglc da pct. Não reduzir regular do jantar primeiro, orientar mudar a NPH do jantar para antes
de deitar. As vezes o paciente dm1 precisa ir em consulta semanal até arrumar a dose.
- dá para trocar NPH por glargina U100, U300 ou degludeca e regular por ultrarrápida.
 Pode deixar 8 UI de glargina – paciente bem controlada demais fazendo hipoglc, pode diminuir 1 UI (reduzir
10%)  sempre dar 1x dia no MESMO HORÁRIO

- Paciente DM1 de longa história, já passou pela puberdade.


- uso de 42 UI de manhã é dose alta  pode causar hipoglc.
a) podemos pegar a NPH e dividir 3x dia
- aumentar insulina NPH: 22/20/22
- meta glc jejum: 130
- precisa monitorizar antes e após as refeições, propor contagem de carboidratos.  se pós-prandial estiver alta,
colocar ultrarrápida em dose fixa (basal bolus, metade para ultrarrápida, metade para a basal)
b) conservar em geladeira, a não ser que use caneta permanente. Frasco de insulina pode ser deixado na gaveta de
verdura, tirar 10 min antes de aplicar, homogeneizar 20x a NPH.
C) 30 min antes das refeições
d) existe a aspart ultra ultrarrápida que começa a agir em 5 min e tem pico de ação em 30 min – fiasp. Preço
competitivo, quem pode usar aspart tem condição financeira de usar fiasp.
e) 64 UI  34 de basal NPH  16 UI de manhã e 18 ao deitar; 30 UI de regular  10/10/10

Gabriela de Paula Carli – MED 112 UFJF 5

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