Julia de Almeida Ribeiro – turma XIII
DIABETES MELLITUS GESTACIONAL
 DEFINIÇÃO:
A diabetes mellitus gestacional (DMG) é
definido como qualquer nível de
intolerância à carboidratos que resultam
em hiperglicemia de gravidade variável
com início ou diagnóstico na gestação.
 FISIOPATOLOGIA:
Sua fisiopatologia é explicada pela
elevação de hormônios
contrarreguladores da insulina e pelo
estresse fisiológico imposto pela gravidez
além de fatores predeterminantes
genéticos ou ambientais
_________________ . _____________________
O principal hormônio relacionado a
resistência à insulina durante a gravidez
é o lactogênico placentário, contudo,
sabe-se hoje que há também a
participação de outros hormônios como:
cortisol, estrógeno, progesterona e
prolactina.
 POR QUE DIAGNOSTICAR A DMG?
A gestante que é portadora de DMG não
tratada tem um maior risco de:
- Rotura prematura de membrana
- Parto pré-termo
- Feto com apresentação pélvica
- Feto macrossômico
Há também maior risco de pré-eclâmpsia
nessas pacientes
Com relação ao feto, além da
macrossomia há também risco para:
- Síndrome de angústia respiratória
- Cardiomiopatia
- Icterícia
- Hipoglicemia
- Hipocalcemia
- Hipomagnesemia
- Policitemia com hiperviscosidade
sanguínea
 COMO DIAGNOSTICAR DMG?
O diagnostico envolve duas fases
distintas:
1. Rastreamento
2. Confirmação diagnóstica
O teste inicial recomendado para a
triagem de DMG é de dosagem de
glicemia plasmática 1h após teste oral
com 50g de dextrosol (deve ser realizado
entre a 24-28ª semana)
São aceitos valores entre 140
mg/dle130mg/dl
A dosagem da glicemia plasmática em
jejum também pode ser utilizada.
A associação glicemia de jejum + fator de
risco – é um método alternativo de
rastreamento e orientado pelo Ministério
da Saúde por conta do baixo custo, visto
que, a glicemia em jejum é um exame de
rotina e a investigação de DMG é
obrigatória na anamnese do pré-natal
Durante o 1º trimestre da gestação, os
níveis glicêmicos tendem a ser mais
baixos, contudo, estudos são necessários
para determinar valores de referência
Obs.: como não existe uma regra clara,
valores >100 mg/dl devem ser
considerados alterados
A partir da 24º semana de gestação, a GJ
com valores >85 mg/dl pode ser
considerada como rastreamento +
Valores acima de 110 mg/dl podem
confirmar o diagnóstico de DGM em
qualquer fase da gestação
 QUAIS PACIENTES DEVEM SER
PESQUISADAS?
Vários são os fatores de risco pré
gestacional e gestacionais que estão
relacionados à DMG e devem ser usados
como guia para atenção individual da
paciente
A triagem em toda gestante é o mais
recomendado, pois quando nos

baseamos em fatores de risco
diminuímos a necessidade de
confirmação por diagnostico
A ADA orienta os seguintes limites e
caracteriza as metas de glicemia
plasmática:
 Glicemia de jejum (GJ) < ou =
105mg/dl
 Pós-prandial de 1h < ou =
155mg/dl
 Pós-prandial de 2h < ou =
130mg/dl
O manual de orientação da FEBRASGO é
mais rígido e preconiza o limite de
90mg/dl para jejum e 130mg/dl para
qualquer pós-prandial. O que refletiria
em média glicêmica diária inferior à
120mg/dl
 COMO TRATAR DIABETES
GESTACIONAL?
Uma revisão sistemática sobre a eficácia
da insulina na prevenção de
macrossomia em fetos de mães
diabéticas gestacionais mostrou
benefícios da insulina comparando-a
com a dieta
 QUAIS SÃO AS METAS PARA O
TRATAMENTO?
 Glicose plasmática em jejum
< 105mg/dl
 Glicose de jejum em sangue total
< 95mg/dl
 Glicose plasmática 1h pós-prandial
< 155mg/dl
 Glicose 1h pós-prandial em sangue
total < 140mg/dl
 TRATAMENTO ALIMENTAR
Dietas abaixo de 1200kcal ou com
restrição de +50% do metabolismo basal
NÃO são recomendadas pois estão
relacionadas à cetose
A gravida com DMG deve fazer
aproximadamente 6 refeições por dia,
sendo 3 principais e 3 lanches. O lanche
Julia de Almeida Ribeiro – turma XIII
noturno é importante para evitar cetose
durante o sono.
Grávidas obesas devem ser submetidas a
uma leve restrição calórica com total de
25kcal/kg do peso atual da grávida.
Gravidas com peso normal devem ingerir
um total calórico diário em torno de
30kcal/kg
Gravidas abaixo do peso, 35kcal/kg
Nos 2º e 3º trimestre deve-se adicionar
300kcal por dia. O valor calórico total
deve ser bem distribuído com 15% no
café da manhã, 10% na colação, 30% no
almoço, 10% no lanche da tarde, 25% no
jantar e 10% na ceia
A distribuição sugerida dos nutrientes é
de 40-50% de carboidratos, 25-30% de
proteínas, 25-30% de gorduras
 ATIVIDADE FÍSICA
A atividade física deve ser leve a
moderada em pacientes sem
contraindicação clínica ou obstétrica, o
que irá contribuir para redução e
controle da glicemia
 INSULINOTERAPIA
A insulinizacao é indicada quando:
 Jejum > 90mg/dl
 Qualquer pós-prandial > 130mg/dl
Em vigência de uma dieta exclusiva com
dose inicial calculada por: Jejum – 90/4
 Após 1 semana de adoção das
medidas dietéticas sem atingir o
alvo do tratamento
 Parâmetros USG indicando
macrossomia
Deve-se dar preferência à insulina
humana pelo fato de ser menos
imunogênica, prevenindo a formação de
anticorpos que ultrapassem a barreira
placentária

 ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL
São pontos de destaque na assistência
pré-natal das portadoras de DMG:
 Frequências de consultas
o Devem ser quinzenais, desde
o diagnostico de DMG até a
32ª semana e daí em diante
semanais até o parto
 Controle metabólico materno
o O controle glicêmico materno
coincide com as consultas de
pré-natal e é realizado pelo
perfil glicêmico de 24h nas
gestantes usuárias de
insulina e de 12h nas
gestantes que controlam com
dieta e exercícios
 avaliação do bem-estar fetal
o deve ser realizado um
ultrassom no 1º trimestre
para determinar a idade
gestacional, um 2º entre a
24-25ª semana para avaliar
a morfometria e a partir da
30ª semana deve ser mensal
para avaliar a biometria-
desenvolvimento fetal, índice
de líquido amniótico e grau
placentária
o cardiotocografia anteparto –
a partir da 28-30ª semana
de gestação, semanal nas
gestantes seguidas em
ambulatório e diária nas
gestantes durante
internação
 ATENÇÃO PERI-PÓS-PARTO
Não existem recomendações especificas,
sendo elas determinadas pelas condições
obstétricas especificas de cada paciente
Por existir um maior risco de
desenvolvimento de macrossomia após a
38ª semana é recomendado que a
gestação não se prolongue além desse
período
No período pré-parto, a meta do controle
glicêmico deve estar entre 80e120mg/dl.
O controle da hiperglicemia é de grande
Julia de Almeida Ribeiro – turma XIII
importância pois a maioria das
complicações fetais está relacionada à
elevação da glicemia materna pré e Peri
parto
Gestantes que não usaram insulina
durante a gestação geralmente não
necessitam de cuidados especiais
durante o parto. A partir do início do
jejum, deve-se iniciar infusão venosa de
solução glicosada a 5% a 100ml/h.
Pacientes em uso de insulina poderão ser
controladas com insulinoterapia venosa
contínua ou regime de controle
intermitente com insulina regular
Após o parto e retirada da placenta, as
alterações metabólicas são revertidas e
os níveis glicêmicos normalizados e o
aleitamento materno deve ser estimulado
 CUIDADOS E ORIENTAÇÕES À
LONGO PRAZO
Pacientes que desenvolvem DMG
possuem alto risco de recorrência em
futuras gestações. Estas pacientes
também têm risco de 20-40% de
desenvolvimento de diabetes mellitus
tipo 2 num período de 10-20 anos
Além das complicações no pós-parto
imediato, estudos mostram que fetos
macrossômicos têm risco aumentado de
desenvolverem obesidade e DM na
adolescência
É recomendado que a parturiente realize
TOTG com 75g de dextrosol após 6-8
semanas do parto
Orientações gerais sobre melhores
hábitos de vida com estímulo à
alimentação mais saudável, perda de
peso e realizar atividade física regular
devem ser adotadas como medidas
preventivas