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Insulinoterapia

Insulinoterapia

Indicações:
- DM tipo 1 (TODOS): é a base do tratamento, utiliza-se dose entre 0,5-1,5 ui/kg com
reposição das necessidades de insulina do paciente com componente basal e o componente
pós-prandial.
- DM tipo 2 que não responderam a hipoglicemiantes orais ou hiperglicemia sintomática
ou glicemia ≥ 300 e/ou HbA1C ≥ 10% na primeira consulta
- Nos casos de falência pancreática grave, o uso é semelhante ao DM tipo 1. No caso de
complementação ao uso dos antidiabéticos orais, uma das formas mais comuns é iniciar a
insulina em dose única ao deitar "bed time". Recomenda-se a dose de 10 UI NPH ou 0,1-0,1
ui/Kg, com ajuste da dose conforme glicemia

● Insulina basal: início de ação mais lento e tempo terapêutico mais demorado. Tempo de ação e
efeito terapêutico varia entre elas. São usadas para manter a glicemia o mais normal possível
durante todo o dia.
● Insulina em bolus (prandiais): início de ação curto e efeito mais rápido. tempo de ação e efeito
variam. corrigir a hiperglicemia das refeições.

Insulina de ação intermediária - NPH


- baixo custo
- controle da GJ e glicemia interprandial e a glicemia basal (noite e madrugada)
- Absorção variável (maior número de hipoglicemias)
- Pico de ação amplo e longa duração

Insulina de ação curta - Regular


- Absorção variável
- Pico de ação variável
- Controle inconsistente da glicemia pós-prandial
- Hipoglicemia retardada
- Necessidade de adesão a um horário pré-refeição de 30 minutos
- Baixo custo

Análogos basais de insulina


● De insulina lenta: Glargina e Detemir
● De insulina ultralenta: degludeca e glargina 300 U
*os análogos de insulina de ação longa devem ser considerados para insulinização basal, por
apresentarem menor variabilidade glicêmica e menor incidência de hipoglicemia noturna, em
comparação com a insulina NPH.
- Sem pico pronunciado, atividade prolongada, aumento de peso menor, menor variabilidade,
menor hipoglicemia.
Glargina
100 UI (Lantus)
- 1x ao dia a qualquer hora do dia ou 2x ao dia quando em doses mais altas (>50)
- taxa de absorção mais consistente, ausência de pico de ação, redução da hipoglicemia noturna
300 UI (toujeo)
- Tem duração mais longa (36h), fornece contração mais elevada de depósito SC
- Permite mais flexibilidade no horário de aplicação
- Menor variabilidade glicêmica
- Solução é neutralizada após aplicação e forma um precipitado que é liberado lentamente

Detemir
- sua duração depende da dose utilizada (16h-23h), pode ser aplicada 1x ou 2x ao dia
- Causa menor hipoglicemia, menor ganho de peso com controle glicêmico similar ao NPH
- FDA: classe A na gestação (2012)

Degludeca
- Análogo insulínico de ação ultralonga (meia-vida de cerca de 25h e duração de ação > 42h
- perfil hipoglicêmico plano, sem picos e estável
- Risco de hipoglicemia noturna 26% a 32% menor que a glargina
- aplicada 1x dia, a hora pode ser modificada
- Ajuste de dose são feitos semanalmente em 2 unidade (para mais ou para menos), na
dependência da meta da GJ
- FDA: classe A na gestação (2023)

Insulinas pré-misturadas
Componente basal e prandial
Pacientes em que a adesão ao tratamento é um problema
Desvantagem: quantidades fixas de insulina basal e prandial, ganho de peso, hipoglicemia, e controle
glicemico ruim
Insulinas NPH e regular, Lispro bifásica. 2 aplicações diárias

Análogos de ação rápida


- Lispro, asparte, glulisina e insulina inalada
- Dissolução mais rápida na corrente sanguínea e uma duração de ação mais curta
- Indicadas no controle da glicemia pós-prandial e na correção de episódios ou períodos
hiperglicêmicos
- Pouco antes ou logo após das refeições
- Menor hiperglicemia pós-prandial e menor hipoglicemia pós-prandial tardia

*insulina inalada: cartuchos de insulina inalada em doses de 4, 8 e 12 unidades. Os ajustes de dose são
uma limitação potencial. efeito imediato
*fast asparte (fiasp)
*insulina + GLP-1: Glargina + lixisenatida, Degludeca + liraglutida
*é recomendado o sistema de infusão subcutânea contínua de insulina como opção terapêutica efetiva
para a obtenção de controle glicêmico adequado, quando este não for possível de ser obtido com a
terapia de múltiplas aplicações de insulina (SICI - sistema de infusão contínua de insulina)

Insulinoterapia no DM2
- Injetável e ganho de peso
- Quando a combinação de medicamentos orais não possibilitar a obtenção da meta desejada
- Pacientes intensamente sintomáticos com descontrole glicêmico considerável
- Gravidez e em doenças agudas, como sepse, IAM, AVC ou complicações agudas
hiperglicêmicas
- Continua a ser subutilizada no DM2.
- Dose inicial: 0,1-0,2 UI/Kg/dia ou 10 UI
- A titulação da dose deve ser feita com base na monitorização glicêmica de jejum,
ajustanto-se 2 UI a cada 3 dias até atingir a meta estabelecida para a glicemia de jejum
- No caso da degludeca, a titulação pode ser feita semanalmente, levando em conta os
últimos 3 a 4 dias da semana
- Mapa glicêmico ou libre

Controle glicêmico inadequado com hipoglicemiantes orais:


1. Adicionais NPH (à hora de deitar) ou detemir (à noite) ou glargina ou degludeca (pela
manhã ou à noite), com manutenção dos antidiabéticos orais ou apenas metformina
2. Caso resposta insatisfatória: Manter esquema anterior e acrescentar insulina regular ou
de preferência um análogo de ação ultrarrápida (aspart, lispro ou glulisina) antes das
principais refeições
3. Caso resposta insatisfatória:
a. Opção 1: combinação de insulina basal + GLP-1
b. Opção 2: Administrar 2x/dia aspart bifásica, lipro bifásica, detemir + aspart ou
como ultima opção: NPH + regular
4. Insulinoterapia intensiva (basal-bolus): Glargina ou detemir + injeções pré-prandiais de
asparte, lispro e glulisina
Insulinoterapia no DM1
Dose inicial: 0,3 a 1 UI/kg/dia
Orientar sobre prevenção, reconhecimento e tratamento das hipoglicemias
Titulação: aumento de 10 a 20% (ou aumento de 2UI) na dose total basal quando a média estiver
acima de 150 mg/dl

é recomendado que, em indivíduos com DM1 seja utilizado o tratamento intensivo com insulina basal
e prandial, com múltiplas aplicações ou SICI

- A titulação da dose de insulina diária é realizada com base na glicemia de jejum e nos
resultados das glicemias capilares ao longo do dia, pré e pós prandial
- Aplicação: tecido subcutâneo, braços, abdomen, nádegas, coxas ; prega subcutânea, angulo de
90 a 45 graus
- É recomendado homogeneizar as suspensões de insulina humana (NPH e bifásicas) com 20
movimentos suaves para reduzir a variabilidade da concentração de insulina aplicada e da
ação da insulina.
- Uso de caneta de insulina
- Rodízio na aplicação da insulina (retornar após 14 dias - tempo de cicatrização); evitar aplicar
onde vai exercitar;

*lipodistrofia: alteração do tecido adiposo no local das injeções de insulina: redução na absorção e nos
efeitos hipoglicemiantes de insulina quando aplicada diretamente nas lesões de lipohipertrofia, o que
provoca um aumento maior ou igual a 26% nos níveis de glicemia pós-prandial (usar rodízio de locais
de aplicação
ICODEC (onde weekly insulin fo DM2): ligacão forte e reversível ocm albumina, efeito máximo com
4 semanas; DM1 ocorrem eventos hipoglicêmicos

Metas no tratamento da DM:


HbA1c: 2x/ano ou 3x/ano; glicemia capilar préprandial, 2h; CGM, alvo- 7%

Fenômeno do alvorecer: Hiperglicemia ocasionada pelo pico do hormônio do crescimento GH


(aumento de hormônios contra regulatórios que favorecem a hiperglicemia - cortisol), que ocorre pela
manhã. o tratamento consiste no aumento da NPH noturna. A dose de insulina inibe os picos
hiperglicêmicos. Fazer o NPH a noite (perto da hora de dormir)
Efeito Somogyi: Hiperglicemia matinal de rebote que ocorre após uma hipoglicemia na madrugada
(3h). Deve-se reduzir a dose da NPH ou aplicá-la mais tarde, ao deitar-se. (se fizer NPH muito
cedo faz o efeito Somogyi).
Sintomas de hipoglicemia de madrugada (pesadelos) medir glicose as 3h da manhã

NPH pós jantar/hora de dormir

Tipos de insulina Início de ação Pico Duração

Ação ultrarrápida 5-15 min ½ - 1h 3h-5h


Lispro, Asparte, Glulisina

Ação rápida ½-1h 2-3h 5-8h


Regular

Ação intermediária 2-4h 4-10h 10-18h


NPH
Ação prolongada
Glargina U100 2-4h - 20-24h
Glargina U300 6h - 36h
Detemir 1-3h 6-8h 18-22h
Degludeca 1h sem pico 42h

*degludeca faz menos hipoglicemia pela glargina


*insulinas pré-misturadas (NPH/lispro, NPH/regular, NPH/asparte)

Seguimento do paciente:
- Padrão ouro: HbA1C
- Meta de HbA1c pela SBD é < 7%
- Meta se estágio inicial da doença: < 6,5%
- Meta se DRC, DHC, múltiplas comorbidades, DM de longo tempo, idoso: 8-8,5%

Automonitorização capilar:
- Importante em pacientes com heparinização plena
- Recomendação pela SBD de 1. Glicemia pré prandial < 100 mg.dl; 2. glicemia pós prandial <
160 mg/dl

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