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CURSO DE MEDICINA
PFIC - Farmacologia
Prof. Dr. Marcos R Straliotto
Insulinas e Antidiabéticos
Epidemiologia
Hormônios do Pâncreas
O pâncreas secreta três hormônios importantes:
• Insulina (células β)
• Glucagon (células α)
• Somatostatina (células δ)
Insulina – Glucagon - Somatostatina
• Insulina:
A insulina e seus substitutos sintéticos são classificados e usados
como hipoglicemiantes no controle de diferentes tipos de diabetes.
• Glucagon:
Glucagon é fator hiperglicêmico e glicogenolítico, isto é,
apresenta atividade inversas às insulina.
• Somatostatina:
Somatostatina modula a secreção tanto de insulina quanto
glucagon.
Classificação - DM
A doença é assintomática ou
oligossintomática por longo período, sendo
o diagnóstico realizado por dosagens
laboratoriais de rotina ou manifestações
das complicações crônicas.
Hipoglicemia
hiperisulinemia
Glibenclamida
Insulina
➢ A insulina é um hormônio polipeptídico composto de duas cadeias
de aminoácidos ligadas por duas pontes de dissulfeto
intermoleculares.
A dose diária total de insulina preconizada em pacientes com DM1, com diagnóstico
recente ou logo após diagnóstico de cetoacidose diabética, varia de 0,5 a 1 U/kg/dia ou mais.
Insulina bifásica
• A combinação com protamina forma um complexo que é menos solúvel, resultando em retardo na
absorção e ação prolongada.
Insulina
Início e duração de ação da insulina humana e dos seus análogos.
(basal)
(basal)
(prandial)
(prandial)
Tratamento com Insulina
Preparações de insulina de ação rápida e duração curta:
• A insulina NPH é usada para controle basal (jejum) nos diabetes tipos 1 e 2 e,
em geral, é dada junto com a insulina de ação rápida ou curta para controle
na hora da refeição.
• A insulina NPH deve ser dada somente por via SC (nunca IV), e não deve ser
usada quando é necessário baixar rapidamente a glicose (p. ex., cetoacidose
diabética).
• Aparência turva.
Tratamento com Insulina
Preparações de insulina de ação longa:
(6-8)
• Assim como a insulina NPH, a insulina glargina e a insulina detemir são usadas
para controle basal e devem ser administradas somente por via SC.
• A insulina detemir tem uma cadeia lateral de ácido graxo que aumenta a associação com
albumina. A dissociação lenta da albumina resulta em propriedades de longa ação
similares às da insulina glargina.
Tratamento com Insulina
• O tratamento intensivo do DM1, com três ou mais doses diárias
de insulina (de diferentes tipos de ação) ou com sistema de infusão
contínua de insulina (SICI- bomba de insulina), é eficaz na redução
das complicações crônicas advindas do mau controle.
SICI: as insulinas de escolha são os análogos de ação ultrarrápida (lispro, asparte e glulisina).
Tratamento com Insulina
Exemplos de esquemas de tratamento que repõem insulina prandial e basal.
SICI
Tratamento com Insulina
Reações adversas
Hipoglicemia é a reação adversa mais comum e grave à insulina.
Farmacocinética e destino:
Administradas por via oral, as sulfonilureias ligam-se às proteínas séricas;
- São biotransformadas pelo fígado e são excretadas pelo fígado e pelos rins.
- A duração de ação varia de 12 a 24 horas.
(Daonil®)
(Diamicron MR®)
(Amaryl®)
Efeitos adversos:
• Aumento de massa corporal, hiperinsulinemia e hipoglicemia.
Aumentam a secreção de insulina
Meglitinidas (Glinidas ou não sulfinilureias, ou metiglinidas)
Mecanismo de ação:
• Elas se fixam em local diferente na célula β, fechando canais de K+ sensíveis
a ATP, iniciando uma série de reações que resultam na liberação de insulina.
Farmacocinética:
(Glifage®)
(?)
Farmacocinética:
• A metformina é bem absorvida por via oral;
• Não se liga a proteínas séricas e não é biotransformada.
• A excreção na forma inalterada na urina.
• O risco de hipoglicemia é muito menor do que com sulfonilureias, por não
promover hiperinsulinemia.
Biguanidas
(Glifage®)
Apresentações:
Metformina: 500 e 850 mg
Metformina XR: 500 e 750 mg, 1g
Outros usos:
• Além do tratamento do DM2, a metformina é eficaz no tratamento da
síndrome do ovário policístico.
• Ela diminui a resistência à insulina observada nesse distúrbio e pode
resultar em ovulação e, por isso, em possível gestação.
Biguanidas
Metformina:
• Pode ocorrer discreta redução de massa corporal, pois a metformina
diminui o apetite.
• A ADA recomenda a metformina como fármaco de escolha no
tratamento para DM2.
• A metformina pode ser usada isoladamente ou em associação com
outros fármacos de uso oral ou insulina.
OBS:
Cautela no pré e no
pós operatório e em
pacientes submetidos
a exames de imagem
com contraste.
Tiazolidinadionas (TZD) ou Glitazonas
• As tiazolidinadionas (TZD) são também sensibilizadoras à insulina.
• Embora seja necessária insulina para sua ação, as TZDs não promovem
sua liberação das células β pancreáticas; assim, não há risco de
hiperinsulinemia.
• Poliglitazona é o único TZD disponível no Brasil (Rosiglitazona foi retirado do
mercado por alto risco de IAM e mortalidade).
Pioglitazona
➢ Mecanismo de ação:
- agonista sobre receptores PPARγ nucleares - regula a expressão de
genes relacionados ao metabolismo glicídico e lipídico, resultando
aumento da sensibilidade à insulina.
➢ Farmacocinética:
- Bem absorvidos via oral, alta
ligação a albumina;
- Extensa biotransformação dos
diferentes isoformas CYP450;
- Maior parte da excreção pela bile
e eliminada com as fezes.
- Devem ser evitados em
gestantes.
Análogos ou agonistas do GLP-1
Incretinomiméticos:
As incretinas são hormônios GI liberados após as refeições, que estimulam
a secreção de insulina. As incretinas mais conhecidas são o GLP-1 e o GIP.
GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1) e GIP (peptídeo insulinotrópico
dependente de glicose)
Efeito anorexígeno ocorre por ação do GLP-1 sobre os seus receptores nos
centros da saciedade e do apetite localizados no hipotálamo, com redução de
peso.
Agonistas dos receptores GLP-1 e GIP de ação
dupla
UpToDate 2024
Análogos do GLP-1
Via SC.
Análogos do GLP-1
Semaglutida
Ozempic®
Agonistas dos receptores GLP-1 e GIP de ação
dupla
dipeptidilpeptidase-4
Gliptinas (inibidores da DPP-4)
Os inibidores da DDP-4 aumentam os níveis do GLP-1 e do GIP quando
sua secreção ocorre devido a uma refeição.
Mecanismo de ação:
Sitagliptina e a alogliptina são inibidores
competitivos da DPP-4;
Vildagliptina e a saxagliptina ligam-se de
modo covalente à enzima.
Farmacocinética:
São absorvidos pelo intestino delgado;
Excretado inalterado na urina.
Inibidores da α-glicosidase
Mecanismo de ação:
• Localizadas no bordo em escova intestinal, as enzimas α-glicosidases
hidrolisam carboidratos em glicose e outros açúcares simples que podem ser
absorvidos.
• Acarbose inibe reversivelmente a α-glucosidase.
• Não estimulam a liberação de insulina nem aumentam a sensibilidade à
insulina, não causam hipoglicemia quando usados em monoterapia.
Inibidores da α-glicosidase
Farmacocinética:
• Administrar 30 minutos antes das refeições;
• Apresenta pico em uma hora;
• Tem ação local intestinal e não tem absorção sistêmica.
Efeitos adversos:
• Gastrointestinais;
• Uma vez que a metabolização dos carboidratos ocorre pela flora intestinal
resulta em flatulência, cólica abdominal e diarreia.
Inibidores do cotransportador 2 sódio-glicose
SGLT-2
Mecanismo de ação:
• Inibidores de SGLT2 impedem a
reabsorção de glicose pela
inibição das proteínas SGLT2 nos
túbulos proximais dos rins,
representando uma nova opção
terapêutica oral para o DM2.
Vantagens:
• Apresenta baixo risco de hipoglicemia;
• Promovem diminuição de peso de 2 a 3 kg;
• Reduzem a pressão sistólica de 4 a 6 mmHg;
• Podem ser combinados com todos os agentes orais e com a insulina.
Inibidores do cotransportador 2 sódio-glicose
SGLT-2